Díli, 20 Jun (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, rej eitou hoje as acusações de que ordenou a distribuição de armas a grupos de civis para eliminar os seus adversários políticos e declarou-se pronto a colaborar na investigação sobre a questão.
"Rejeito as acusações do senhor 'Railos'", disse Mari Alkatiri, numa de claração à Lusa e RTP, no Palácio do Governo, em Díli.
Vicente da Conceição "Railos", antigo comandante da guerrilha timorense durante a ocupação indonésia, acusou Mari Alkatiri e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato de terem ordenado a distribuição de armas a civis para eliminação dos adversários políticos do primeiro-ministro e líder da FRETILIN.
Os alvos dessa missão seriam os ex-militares demitidos das forças armad as timorenses pelo governo, líderes de partidos políticos da oposição, padres e membros do comité central da FRETILIN contestatários da liderança de Mari Alkati ri, secretário-geral do partido.
O ministro da Defesa, José Ramos-Horta, reuniu-se segunda-feira com o g rupo de cerca de 30 homens comandado por Vicente "Railos" em Leutala, 50 quilóme tros a oeste de Díli.
Fonte judicial em Díli disse à Lusa que o Ministério Público (MP) abriu um processo de averiguações na sequência das acusações de Vicente "Railos", no âmbito do qual ordenou a detenção de Rogério Lobato, se o ex-ministro do Interio r e recém-eleito vice-presidente da FRETILIN tentar abandonar o país.
Mari Alkatiri disse entretanto que colaborará na investigação, se for s olicitado para isso.
"Estou disposto a colaborar se for solicitado", garantiu o primeiro-min istro timorense.
Em entrevista publicada sábado, pelo semanário português Expresso, Rogé rio Lobato reconheceu que o grupo comandado por Vicente "Railos" foi preparado p ara ajudar a polícia a "actuar numa situação de guerrilha".
Rogério Lobato demitiu-se do cargo de ministro do Interior a 1 de Junho , depois de o Presidente da República, Xanana Gusmão, ter sugerido o seu afastam ento do governo a Mari Alkatiri, na sequência da crise político-institucional qu e afecta Timor-Leste desde o final de Abril.
Como ministro do Interior, Rogério Lobato tutelava a Polícia Nacional d e Timor-Leste.
Segunda-feira, depois de se ter reunido em Leutala, distrito de Liquiçá , com o grupo liderado por "Railos" a pedido deste, José Ramos-Horta considerou a situação "grave e delicada".
"Está aqui um grupo de que se tem falado bastante, numa situação bem gr ave e delicada. São cerca de 30 homens com 17 armas. Armas alegadamente distribu ídas por altos responsáveis do governo" timorense, disse na altura.
"Custa-me a crer que seja verdade. Mas este grupo parece ser fidedigno, sério e sentem-se defraudados", referiu.
"Acharam que as ordens que receberam não eram justas nem correctas e, p or isso, recusaram cumprir as ordens e [decidiram] falar", disse ainda.
Na ocasião, Ramos-Horta indicou também que os homens de "Railos" "estão dispostos a entregar as armas ao Presidente da República".
"Mas essas armas não são umas armas quaisquer. Eles exigem que essas ar mas sejam preservadas como evidência de um crime", adiantou Ramos-Horta, que na ocasião admitiu a existência em Timor-Leste de "muitos grupos bem armados", cujo número se desconhece.
Segundo a ONU, a onda de violência dos últimos dois meses em Timor-Lest e provocou pelo menos 37 mortos e 133 mil deslocados.
Para restabelecer a ordem, encontram-se em Timor-Leste efectivos milita res e policiais de Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia, cuja presença f oi solicitada pelas autoridades timorenses.
EL/PNG.
quarta-feira, junho 21, 2006
Alkatiri nega acusações sobre distribuição armas a civis
Por Malai Azul 2 à(s) 05:53
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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