Fretilin acusa Ramos-Horta de comprar votos

Correio da Manhã, 2007-05-04 - 13:19:00

Eleições presidenciais timorenses

A Fretilin acusou esta sexta-feira o candidato às presidenciais timorenses Ramos-Horta de ter comprado votos na primeira volta das eleições, garantindo ter gravações que sustentam a acusação e que as entregará na Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Em conferência de imprensa, a Fretilin revelou ter um vídeo com o “depoimento de cinco testemunhas na área de Venilale, distrito de Bacau, que testemunham ter recebido dinheiro para votarem em Ramos-Horta e convencer outros a votarem também nele”.

José Reis, secretário-geral adjunto da Fretilin, referiu ainda que dois dos testemunhos afirmam que foi o actual primeiro-ministro timorense a “entregar pessoalmente o dinheiro em troca dos seus votos”.

Por sua vez, o porta-voz da campanha de Ramos-Horta já recusou estas acusações.

Recorde-se que a segunda volta das eleições presidenciais timorenses tem lugar no próximo dia 9.

Fretilin diz ter provas de que Horta compra votos

Jornal de Notícias, 05/05/07

A Fretilin acusou, ontem, o primeiro-ministro timorense Ramos-Horta de ter comprado votos na primeira volta das presidenciais e prometeu divulgar um vídeo com testemunhas que garantem ter sido pagas para votar no Prémio Nobel da Paz.

Segundo a Fretilin, que apoia o candidato que venceu a primeira volta,"Lu Olo", o vídeo tem "o depoimento de cinco testemunhas na área de Venilale, distrito de Baucau, que testemunham ter recebido dinheiro para votarem em Ramos-Horta e convencer outros a votarem também nele".

Dois dos testemunhos, segundo o secretário-geral-adjunto da Fretilin, José Reis, afirmam que foi José Ramos-Horta a entregar "pessoalmente o dinheiro em troca dos seus votos".

José Reis acrescentou que o partido tinha recebido várias alegações de compra de votos por Ramos-Horta, mas que ainda não tinha tornado público os casos porque aguardava "provas concretas" que "foram, entretanto, enviadas para análise da Comissão Nacional de Eleições".

Numa campanha em que as acusações sobem de tom, a Fretilim insiste ainda no facto de de Ramos-Horta ter na sua campanha Vicente da Conceição Railós, suspenso das Forças Armadas em 2004 por alegado desvio de fundos e sobre o qual recai um mandado de captura.

Também o ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, diz ter "informações de que as forças internacionais que estão na zona leste do país gostam muito de Ramos-Horta e até andam com a sua fotografia na mochila a mostrar às populações".

Dionísio Babo, da campanha de Ramos-Horta, rejeita as acusações da Fretilin e garante que "não têm fundamento".

Em termos eleitorais, a segunda volta das presidenciais vai contar com mais 1 140 novos eleitores que atingiram os 17 anos já depois da primeira votação, a 9 de Abril, revelou o director do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, Tomás do Rosário Cabral. Os cidadãos com capacidade eleitoralpassam a ser agora 524 073.

A segunda volta das presidenciais timorenses estão a ser disputadas pelo primeiro-ministro José Ramos-Horta e pelo presidente do Parlamento e dirigente da Fretilin "Lu Olo", estando a votação marcada para o próximo dia 9.

Enquanto isso, a Igreja Católica tenta reconciliar os timorenses. De acordo com a Rádio Vaticano, o presidente Xanana Gusmão convidou o papa Bento XVI a visitar o país com o intuito de "ajudar a restabelecer a paz nos corações" dos timorenses.

Fretilin acusa Horta comprar votos e vai entregar "prova"

Díli, 04 Mai (Lusa) - A Fretilin acusou hoje o primeiro-ministro timorense Ramos-Horta de ter comprado votos na primeira volta das presidenciais e prometeu divulgar um vídeo com testemunhos que dizem ter sido pagos para votar no Prémio Nobel da Paz.
Numa conferência de imprensa a Fretilin revelou que o vídeo tem "o depoimento de cinco testemunhas na área de Venilale, distrito de Baucau, que testemunham ter recebido dinheiro para votarem por Ramos-Horta e convencer outros a votarem também nele".

Dois dos testemunhos, segundo o secretário-geral adjunto da Fretilin, José Reis, afirmam que foi Ramos-Horta a entregar "pessoalmente dinheiro em troca dos seus votos".

A primeira volta das eleições presidenciais em Timor-Leste realizou-se em 09 de Abril último, tendo passado à segunda volta, a 09 de Maio, Francisco Guterres "Lu Olo", da Fretilin, e o independente José Ramos-Horta.

Reis acrescentou que o partido tinha recebido várias alegações de compra de votos por Ramos-Horta mas que ainda não tinha tornado público os casos porque aguardava "provas concretas".

"Agora já temos essas provas e queremos isto investigado", disse José Reis, sublinhando que o envio de uma cópia do vídeo para a Comissão Nacional de Eleições tem como objectivo que o caso seja investigado e que aquele órgão "tome as medidas que pensem ser justas e apropriadas".

Durante a conferência de imprensa, José Reis instou ainda Ramos-Horta a esclarecer porque "não fez uma declaração de rendimentos por escrito".

A Fretilin insistiu igualmente que o primeiro-ministro, com mandato suspenso, esclareça a presença na sua campanha de Vicente da Conceição Railós, suspenso das Forças Armadas em 2004, por alegado desvio de fundos e sobre o qual recai um mandado de captura.

Mais crítico relativamente à actuação da Comissão Nacional de Eleições, que acusou de estar "contra a Fretilin", foi o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri que sublinhou a necessidade de se cumprir a lei em toda a sua extensão.

Prosseguindo as acusações, Mari Alkatiri disse ter "informações de que as forças internacionais que estão na zona leste do país gostam muito de Ramos-Horta que até andam com a sua fotografia na mochila a mostrar às populações" e referiu que se há um mandato de captura contra Alfredo Reinado "não há decisão política que possa impedir a sua execução".

"Isto é um Estado de Direito e a lei tem de ser respeitada. Não dizemos que as buscas de Alfredo Reinado devem parar ou continuar, dizemos é que a lei tem de ser cumprida" e que esta só pode ser alterada "através de outra lei".

Contactado pela agência Lusa, Dionísio Babo, da campanha de Ramos-Horta, rejeitou as acusações da Fretilin e garantiu que estas "não têm fundamento". "Rejeito por completo", afirmou quando se encontrava numa acção de campanha com Ramos-Horta fora da capital timorense.

JCS Lusa/fim

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Sexta-feira, 4 Maio 2007

(Tradução da Margarida)
Relatos dos Media Nacionais

José da Costa: alianças entre partidos não têm impacto nos outros partidos políticos
O Director da Faculdade de Ciência Política da Universidade Nacional, José da Costa Magno falando aos jornalistas na Quinta-feira (3/5) disse que a aliança entre partidos políticos não terá impacto crucial nos outros partidos, visto que cada partido tem as suas estratégias próprias para ganhar votos.

“Desde a primeira eleição parlamentar, eles aliaram-se e não houve consequências para os outros,” disse Magno.

Voto em Horta, voto no capitalismo
Um membro do Parlamento Nacional da Fretilin, Joaquim dos Santos falando ontem aos jornalistas (3/5) disse que votar em Ramos Horta significa votar no feudalismo e no capitalismo visto que Ramos Horta é apoiado por oportunistas e capitalistas.

O Sr. Joaquim também questionou a razão de Ramos Horta ter acusado a Fretilin de apoiar a crise.

“Ramos Horta pertencia ao governo, era o Ministro dos Negócios Estrangeiros, era quem negociava com este e com aquele, porque é que a crise existe ainda?” disse Joaquim.

Domingos Sarmento: Ramos Horta usou cobertores na política

Domingos Sarmento, o Ministro da Justiça no seu gabinete em Caicoli, Dili na Quarta-feira (2/5) disse que durante a campanha Ramos Horta costuma dizer que a Fretilin estava a usar dinheiro na política, contudo Horta usou cobertores na política com pessoas na aldeia Deleixo em Ermera 24 horas antes da eleição presidencial de 9 de Abril.

O Sr. Sarmento disse que Ramos Horta obteve a maioria dos votos naquela aldeia porque deu cobertores e comida aos aldeãos.

“Ele costuma acusar a Fretilin, mas ele próprio está a usar cobertores na política para comprar votos,” disse Sarmento

Railos: “Sou a milícia que foi formada pela Fretilin”
Em resposta à declaração do candidato presidencial Francisco Guterres Lu-Olo que é um homem das milícias, Vicente da Conceição Railos disse que concorda com a declaração de Lu-Olo.

“…O ano passado, a Fretilin distribuiu armas a nós para matarmos e intimidarmos pessoas. As pessoas em Liquica reconhecem-me como membro de um grupo de terroristas, não apenas de um grupo de homens de milícias,” disse Railos por telemóvel ontem (3/5). (STL)

CNE não autoriza o STAE a dar cartões de observadores aos membros do governo
Respondendo a declarações de alguns ministros relacionados com a entrega de cartões de aos membros do governo para serem observadores VIP na segunda volta, o porta-voz da CNE padre Martinho Gusmão disse que a CNE não autoriza o STAE a fazer isso.

Acrescentou que a CNE enviou uma carta ao STAE pedindo-lhes que não emitam tais cartões. (DN)

A UNPol apresentou o caso de Sarmento e Somoco ao Procurador-Geral
O caso do Ministro da Justiça, Domingos Sarmento e do Vice-Ministro do Interior, Agostinho Sequeira Samoco, foi apresentado ao Procurador-Geral pela UNPol.

A porta-voz da UNPol, Monica Rodriguez disse que as armas, Rama Ambons e dinheiro (US$5.000) encontradas pelas forças Australianas em posse da equipa de campanha do candidato presidencial Francisco Guterres Lu-Olo em Ermera foi apresentado ao Procurador-Geral da República nos últimos dias.

“É verdade que o caso em relação à campanha eleitoral do candidato presidencial Lu-Olo em Ermera está agora sob investigação e foi apresentado ao Procurador-Geral, para mais informações, por favor contactem o procurador-geral,” explicou Mónica por telefone na Quinta-feira (3/5). (STL)

Segunda volta das eleições, a UNPol dará o máximo de segurança
Depois do encontro semanal com o Presidente da República, Xanana Gusmão na Quinta-feira (3/5) no Palácio das Cinzas Caicoli Dili, o segundo Vice-Primeiro-Ministro, Rui Maria de Araújo disse aos jornalistas que o governo de Timor-Leste coopera com a UNMIT, UNPol e ISF para prestar a máxima atenção à segurança e para melhorar o sistema de segurança na segunda volta das eleições presidenciais.

Acrescentou que a UNMIT, UNPol e ISF informaram o Conselho de Ministros sobre os locais afectados nos distritos e em Dili. (STL e TP)

PD terá uma coligação depois das eleições gerais
O Partido Democrático (PD) fará uma coligação depois das eleições gerais para o período 2007/2012 pela razão de o PD não estar preparado para fazer coligações antes das eleições parlamentares e por politicamente não ser uma estratégia prioritária para o PD.

“…depois do resultado das eleições parlamentares poderemos ver a percentagem alcançada pelo partido da coligação, então criaremos juntos uma coligação para formar governo e oposição,” disse Rui Menezes na Quinta-feira (3/5) no parlamento nacional. (STL)

F-FDTL serão destacadas para o hospital nacional
O Vice- Ministro da Saúde, Luis Lobato falando na Quinta-feira aos jornalistas (3/5) no Hospital Nacional (HNGV), Bidau Dili, disse que o governo está a planear destacar a F-FDTL no HNGV para prestar segurança a médicos, enfermeiros e doentes.
“Temos segurança a cargo da UNPol e da ISF (Nova Zelândia). Penso que destacaremos a F-FDTL no HNGV se não houver uma solução última para esta questão,” disse Luis. (STL e DN)

A imprensa deve ser corajosa
A deputada do Partido Social Democrático (PSD), Maria Paixão, apelou a toda a imprensa em Timor-Leste para ser corajosa e dedicar a vida à sociedade.

“Saúdo toda a imprensa em Timor-Leste e peço-lhes que trabalhem constantemente para dar informação porque a realidade mostra que os políticos não podem ter acesso à informação corrente sem a imprensa,” disse Paixão na Quinta-feira (3/4) no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. (STL)

Leandro acusa líderes da Fretilin de apoio
O deputado e apoiante do foragido Alfredo Reinado, Leandro Isaac, acusou a Fretilin de dar apoio à operação da ISF (Força Internacional de Estabilização) para capturar Alfredo Reinado e os seus homens. Mais ainda, que a operação apenas persiste graças a este apoio.

Leandro apreciou a declaração do presidente da República Xanana Gusmão e do Primeiro-Ministro José Ramos Horta para parar a operação.

Leandro disse que a Fretilin, através dos seus líderes, tais como o presidente do Parlamento Nacional Lu-Olo e o Vice-Primeiro-Ministro Estanislau da Silva, esteve sempre contra a paragem da operação contra Alfredo e que não há nenhum acordo no comité de alto nível acerca desta questão.

“Cessaria a operação agora, contudo Estanislau e Lu-Olo rejeitam isto com base de que não há acordo para parar a operação. A operação é também apoiada pela maioria dos membros do Parlamento Nacional depois do ataque da ISF ao acampamento de Alfredo em Same há dois meses,” disse Leandro na Terça-feira (01/5) em Same-Manufahi. (TP)

Alfredo ocupa locais estratégicos em Timor-Leste
O deputado Leandro Isaac disse que o foragido Alfredo Reinado Alves ocupou todos os locais estratégicos no país.

Sobre os locais estratégicos mencionados, Leandro afirmou que 80% dos locais estratégicos estão na região oeste; contudo não conhece os outros locais estratégicos na região leste.
Leandro revelou que depois da incursão da ISF no Domingo (4/3) em Same, cerca de 70-80 membros do grupo de Alfredo fugiram com 30 armas automáticas. (TP)

Lu-Olo pede que Horta declare a sua riqueza
O candidato presidencial da Fretilin Francisco Guterres Lu-Olo disse na Quinta-feira aos jornalistas (3/5) numa conferência de imprensa que o seu adversário José Ramos Horta tenta fugir da sua obrigação moral de declarar a sua riqueza por escrito, por isso Lu-Olo pede que Horta declare publicamente a sua riqueza.

Mais ainda, disse que ele próprio já declarou por escrito os seus bens numa carta em 23 de Abril. (DN)

Ataque aos jornalistas significa ataque contra a lei internacional
O Secretário-Geral da ONU Ban Ki-Moon emitiu a sua mensagem sobre a liberdade da imprensa internacional na Quinta-feira (3/5).

O Secretário-Geral Ban Ki-Moon afirmou que a ONU está mandatada para actuar como defensora da liberdade de imprensa.

Afirmou ainda que um ataque à imprensa livre é um ataque à lei internacional, humanidade, liberdade e a todas as coisas porque luta a ONU. (TP)

Procurador-Geral: não comenta o caso de Railos
O Procurador-Geral, Longuinhos Monteiro não quis comentar o caso do ex-comandante da secreta armada da Fretilin Vicente da Conceição Railos.

“Não temos tempo para comentar publicamente sobre Railos porque o Procurador-Geral tem demasiadas tarefas,” disse Longuinhos através da sua secretária por telefone na Quinta-feira (3/5). (TP)

Os Candidatos presidenciais não estão a fazer um bom programa na campanha
O presidente do Partido Democrata Cristão (PDC) António Ximenes e o gestor da melhor visão do mundo em Timor-Leste Agosto Ferreira Soares disseram em separado aos jornalistas na Quinta-feira (3/5) que a campanha de ambos os candidatos presidenciais José Ramos Horta e Francisco Guterres Lu-Olo nas áreas rurais estão preocupadas com personalidades e que as pessoas não acreditam neles.