segunda-feira, julho 03, 2006

Presidente Xanana Gusmão e Ministro Ramos-Horta em Metinaro e em Hera

O Presidente e o Ministro da Defesa Ramos-Horta estiveram hoje em Metinaro e em Hera onde estão aquarteladas as FDTL (Forças de Defesa de Timor-Leste).

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Dos leitores

A Assembléia Constituinte deste guerreiro TImor Leste, afirmou e assinou um documento, em 22 de março de 2002, e fez saber ao mundo que, ela, a assembléia, representando o sonho, o desejo e a vontade do seu povo timorense:

"REAFIRMAM, SOLENEMENTE A SUA DETERMINAÇÃO EM COMBATER TODAS AS FORMAS DE TIRANIA, OPRESSÃO, DOMINAçÃO E SEGREGAÇÃO SOCIAL, CULTURAL OU RELIGIOSA, DEFENDER A INDEPENDÊNCIA NACIONAL, respeitar e garantir os DIREITOS FUNDAMENTAIS dos cidadãos, assegurar o princípio da SEPARAÇÃO DOS PODERES na ORGANIZAÇÃO DO ESTADO e estabelecer regras essenciais da DEMOCRACIA PLURALISTA, tendo em vista a CONSTRUÇÃO DE UM PAÍS JUSTO, PRÓSPERO E O DESENVOLVIMENTO DE UMA SOCIEDADE SOLIDÁRIA E FRATERNA"!

E, assim dizendo, a Assembléia Constituinte, nessa mesma data, aprovou e decretou a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO TIMOR LESTE.

É abrir a Constituição, em sua página 10, e ler, e PRATICAR!!!!!! ESTÁ ESCRITO!

VIVA TIMOR LESTE!

Malai Triste
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Dos leitores

President Xanana Gusmao has interfered with the investigations into the distribution of arms to civilians. President Xanana Gusmao has also interfered with East Timor's legal system when he commented on the legality of FRETILIN's Congress through the show of hands method.

When an international investigation was underway, President Xanana irresponsibly assured the people through a public medium about what result they expect. In fact President Xanana acted as the judge, the jury and the prossecutor and handed his verdict during his televised speech to the nation. ABC 4Corners' Liz Jackson was his investigator. It was trial by media. So whatever results the investigation and trial of the people involved will be, in the eyes of the public they are already guilty. President Xanana ignored an important universal code that everyone is entitled to a presumption of innocence until proven guilty. So even if those involved are handed a not guilty verdict, it appears that this won't mean anything. Judge Xanana has made his verdict. Acctually, I don't see why the international investigations need to go on. a verdict has already been handed and those innocent are guilty as charged by Xanana.

President Xanana also acted as if he was the judge in handing out a verdict that FRETILIN's Congress was illegitimate. If there were any illegality, East Timor's courts should be the one to determine. That is why there is a separation of powers between the judicial, the executive and the legislative branches. But it appears that the President is doing the jobes reserved excclusively to the judges or the judicial branch. So we have a president who is also a judge. What is the President of the Court of Appeal's role in all of this? It seemes that the President has also assumed the role of the courts.

I want to hear the highest court's opinion on this and its judgement.

So what if those alleged to be involved in the armed distribution were found to be guilty? What if FRETILIN's Congress is found to be legitimate and within the law? It doesn't matter. The President has already made his judgement. Everyone is guilty.

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Barroso nomeia enviado especial e quer delegação em Díli

Bruxelas, 03 Jul (Lusa) - O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, nomeou hoje um enviado especial para Timor-Leste, o diplomata português Mig uel Amado, a quem caberá, entre outras tarefas, preparar a abertura de uma deleg ação do executivo comunitário em Díli.

Uma porta-voz da Comissão anunciou hoje em Bruxelas que José Manuel Durão Barroso já informou a nova presidência finlandesa do Conselho da União Europe ia desta missão em Timor-Leste, que se desenrolará entre 06 e 30 de Julho.

A missão de Miguel Amado passa por "fazer uma avaliação da actual situa ção" no território, "contribuir activamente" para uma solução pacífica e constit ucional para a actual crise política e "reforçar a cooperação" entre a Comissão Europeia e Timor-Leste.

A Comissão indicou que este reforço da cooperação passará também pela a bertura de uma delegação do executivo comunitário em Díli.

Miguel Amado trabalha no Departamento de Ajuda Humanitária do executivo comunitário onde é responsável pela coordenação entre a África, Caraíbas e Pací fico (ACP), um grupo de países com que os 25 têm um acordo de parceria para o de senvolvimento e do qual Timor-Leste é o mais recente membro.

Este funcionário europeu já chefiou várias delegações da Comissão, incluindo as da Guiné-Bissau e República Dominicana.

Desde o final de Abril, três dezenas de pessoas foram mortas em Timor-L este em confrontos ente grupos rivais, que provocaram também cerca de 150 mil de slocados.

Para travar a onda de violência e restabelecer a ordem encontra-se em D íli desde Maio, a pedido das autoridades timorenses, uma força policial e intern acional de Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia.

Mari Alkatiri, líder da FRETILIN, o partido maioritário, demitiu-se do cargo de primeiro-ministro segunda-feira passada, esperando-se que o Presidente da República, Xanana Gusmão, nomeie esta semana um novo chefe de governo.

ACC.

Lusa/Fim

Dos leitores

Acrescento apenas aos comentários anteriores, o facto do Sr Longuinhos ter-se gabado, em público, perante inúmeros funcionários internacionais da UNOTIL, que MATOU várias pessoas a tiro, na sequência de um ataque ao seu veículo, no início da crise.

Brincamos com coisas sérias?

Sr. presidente: anda a gozar na cara de quem?

Vê um programa de TV australiano e entra em roda livre de acusações ... tem testemunhas oculares e ouvintes, directas, aí à porta de casa, prontas a testemunhar as declarações do Sr Longuinhos e nada faz????
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Governo reuniu-se informalmente sob presidência José Ramos Horta

Díli, 03 Jul (Lusa) - O governo timorense reuniu-se hoje informalmente sob a coordenação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, José Ramos Horta, numa sessão em que o primeiro-ministro demissionário, Mari Alkatiri, este ve presente por breves momentos.

Fontes contactadas pela Lusa confirmaram que Mari Alkatiri entrou na sa la do Conselho de Ministros já depois da reunião ter começado, tendo feito uma i ntervenção de cinco minutos, após o que abandonou o Palácio do Governo.

Esta foi a primeira reunião do Conselho de Ministros desde que Mari Alk atiri apresentou a demissão do cargo, a 26 de Junho, prontamente aceite pelo Pre sidente da República, Xanana Gusmão.

Entretanto, os deputados timorenses regressaram também hoje ao trabalho , tendo sido lida no plenário a carta que Mari Alkatiri escreveu à Mesa do Parla mento Nacional, em que requer o regresso como deputado.

O Parlamento debateu ainda um projecto de resolução subscrito por deput ados da FRETILIN, o partido maioritário, em que, surpreendentemente, se defende a adopção de medidas para a "reactivação imediata" da Unidade de Investigação Cr iminal da Polícia Nacional, e a reestruturação da Procuradoria-Geral da Repúblic a (PGR).

O projecto de resolução foi considerado controverso por alguns deputado s, por entrar em áreas da competência da PGR, que responde constitucionalmente p erante o Presidente da República, e hipoteca a independência do Ministério Públi co perante os restantes órgãos de soberania.

O debate anda não terminou, podendo estender-se até à sessão plenária d e terça-feira, disse à Lusa o presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guter res "Lu-Olo".

EL.

Lusa/Fim

Missão da CPLP chega hoje a Díli para ajudar a criar "clima de paz"

Lisboa, 03 Jul (Lusa) - Uma missão ministerial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) chega hoje a Timor-Leste para avaliar a situação e identificar formas de ajuda na pacificação do país.

A missão, que vai estar no país até quinta-feira, é dirigida pelo chefe da diplomacia de São Tomé e Príncipe, Carlos Gustavo dos Anjos, cujo país preside actualmente à comunidade que reúne Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Integram também a missão representantes políticos dos vários países da organização, incluindo de Portugal, mas apesar das numerosas tentativas de contacto com o assessor da CPLP, António Ilharco, nos últimos dias, não foi possível saber os nomes dos outros responsáveis que vão a Timor-Leste.

Em declarações à Agência Lusa, na semana passada, Carlos Gustavo dos Anjos afirmou que a comunidade precisa de "dar a mão a um país irmão" e que, enquanto organização, a CPLP "pode contribuir", "com os meios que tem", "para que a situação se acalme e se crie um clima de paz".

O ministro são-tomense acrescentou que se trata de "uma missão exploratória", cujos resultados serão transmitidos aos governos dos Estados membros para que se decida qual o passo seguinte.

Carlos Gustavo dos Anjos disse ainda que, além da sua componente política, a missão integra técnicos que vão avaliar as necessidades de "assistência em áreas específicas como a Justiça ou a Segurança".

O envio de uma missão ministerial a Timor-Leste foi decidido durante uma reunião extraordinária do Conselho de ministros da CPLP que se realizou em Lisboa, sede da organização, a 18 de Julho.

Na altura, o chefe da diplomacia portuguesa, Diogo Freitas do Amaral, entretanto demissionário, destacou a importância que a CPLP deverá assumir no actual processo timorense, nomeadamente através de uma actuação coesa junto das Nações Unidas.

Timor-Leste atravessa actualmente uma profunda crise política e social. A situação nas ruas acalmou nos últimos dias, mas estão ainda em curso contactos políticos para a formação de um novo governo ou, em alternativa, para a dissolução do parlamento e a convocação de eleições antecipadas.

A crise, que começou há vários meses com a deserção de um terço do exército por alegada discriminação da hierarquia, levou à desintegração das forças de defesa e de segurança, à entrada de forças militares e policiais estrangeiras e a uma profunda crise política que opôs o Presidente, Xanana Gusmão, ao primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

Alkatiri, eleito em 2001 com 57,37 por cento dos votos, acabou por se demitir do cargo na segunda-feira passada, depois de Xanana ameaçar demitir-se se ele não o fizesse.

Os incidentes mais violentos registaram-se em Abril e Maio, com um saldo de mais de três dezenas de mortos, mas mais de 150.000 pessoas permanecem refugiadas em campos de acolhimento.

MDR/VM.

Comentário de um mentiroso

"Olhe, nao se esqueca de mencionar que eles tambem apedrejaram os provocadores. Depois de serem revistados pelos australianos antes da entrada em Dili, e no hora onde estavam a espera dos outros carros, esses demonstrantes, encheram os seus carros com pedras. Sera que para a defesa ligitima ou sera um dos planos B dos manifestantes?

Bem, o que aconteceu foi, ambos dos grupos apedrejaram uns contra os outros. Ninguem foi santinho nesta demostracao!"

Resposta:

Mente o leitor que faz este comenário. Nós acompanhámos a manifestação desde que chegou à Areia Branca, onde estavam um grupo de provocadores que atiravam pedras e dardos dos montes para a caravana, até que saiu no dia seguinte pelo mesmo caminho, onde estiveram debaixo de uma chuva de setas e dardos.

Do lado dos manifestantes, NÃO HOUVE REACÇÕES AGRESSIVAS. Pelo contrário, em resposta aos grupos de jovens que os insultavam e tentavam agredir, muitos deles com T-Shirts de Xanana Gusmão, os manifestantes davam vivas a Alkatiri e a XANANA GUSMÃO
Isto pode ser confirmado quer pela GNR quer pelas forças australianas que consideraram exemplar o comportamento dos manifestantes.


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Fotografias da Manifestação de apoio a Mari Alkatiri e Francisco Lu'Olo


os bravos e os provocadores


grupo de provocadores...

dispersados pelos bravos...

Fotografias da Manifestação de apoio a Mari Alkatiri e Francisco Lu'Olo

grupo de provocadores

caravana em Balide


cartaz na frente de camião


os bravos

caravana

Fotografias da Manifestação de apoio a Mari Alkatiri e Francisco Lu'Olo

passagem pelo Palácio do Governo

na rua do Palácio das Cinzas onde foram apedrejados


os bravos



na rua do Palácio das Cinzas

Díli regressa à normalidade possível em período de transição política

3.07.2006
DN
João Pedro Fonseca
Em Díli


Canta-se na rua, festas em campos de deslocados, jovens de organizações civis limpam as ruas da cidade, miúdos jogam à bola, famílias limpam as casas que abandonaram (mas não regressam à noite), Díli foi ontem uma cidade paradisíaca, não fosse toda a destruição dos últimos meses. Enquanto isso, os políticos tiveram os seus encontros e reuniões. Para a semana haverá novo Governo.

José Ramos-Horta será o primeiro-ministro de Timor-Leste, é quase certo. Hoje a normalidade possível regressará aos ministérios, realizando-se logo pela manhã um Conselho de Ministros. Ramos-Horta presidirá, a pedido de Mari Alkatiri, já que é o número dois do Executivo. Coordenador do Governo é a designação utilizada para este lugar que não é mais que o substituto do primeiro-ministro na sua ausência. Como se fosse uma substituição por férias, ou doença.

A maior parte das vezes quem ocupava o cargo era a ministra Ana Pessoa, que também é ministra de Estado, como Horta, mas este é efectivamente o número dois do Governo, e assim até bate tudo certo. Ramos-Horta habitua-se já a conhecer os cantos à casa, e faz a transição para o lugar que deverá ocupar já na próxima semana.

Os próximos passos serão dados pelo Presidente Xanana Gusmão. Já terá ouvido grande parte dos partidos, e outras figuras proeminentes da sociedade timorense, depois negociará com a Fretilin a formação do Governo. Por lei é o partido mais votado que indica o nome do primeiro-ministro, que por sua vez escolherá a sua equipa.

Mas este processo será sui generis. A Fretilin não está interessada em criar mais obstáculos a Xanana e sabe-se que este tem a sua própria escolha: Ramos-Horta. O ainda líder da diplomacia timorense faz a ponte entre a Fretilin e a Presidência, e assim tudo se encaminha.

Para o final da semana será apresentado publicamente o nome do novo primeiro-ministro. Este terá dois ou três dias para escolher a sua equipa e a tomada de posse pode ocorrer logo no fim-de-semana ou na segunda-feira seguinte, apurou o DN junto de fonte próxima do Presidente. Hoje mesmo Xanana Gusmão deverá ter um encontro com uma delegação da Fretilin e tudo ficará acertado.

Para se evitar problemas constitucionais, formalmente é a Fretilin a apresentar o nome do futuro primeiro-ministro, daí que se fale numa discussão para consensos e não numa proposta que esperaria depois a resposta do Presidente.
Recomeçar

Junto ao Palácio do Governo, onde nas últimas semanas se concentraram milhares de manifestantes, contra e pró-Alkatiri, havia uma autêntica lixeira. Ontem estava tudo limpinho. Vários jovens pertencentes a associações decidiram "pensar no futuro, fazer alguma coisa de positivo por esta terra", e começaram a limpar. De vassoura e sacos de lixo na mão, em algumas horas dezenas de jovens fizeram um trabalho exemplar.

No campo de deslocados "Obrigado Barak", junto à Unotil, onde residem mais de seis mil pessoas, outra ONG decidiu organizar um momento de alegria para as crianças. Cantaram, dançaram, divertiram-se. Um esforço para retirar dos mais pequenos o trauma da violência das últimas semanas.

Mesmo assim, ninguém pretende voltar a suas casas. O senhor Tomás Gonçalves, residente no bairro Pité, vai todos os dias ver a sua casa, mas garante que não volta tão cedo. "À noite há grupos de jovens que assaltam as casas, levam tudo o que há de bom." D. Justina já tem a casa vazia. "Arrombaram os portões e roubaram as coisas boas, televisão, frigorífico, tudo o que era electrónico. Devem vender." Lamenta que a segurança não esteja garantida e não percebe porque não deixam os GNR tomar conta de toda a cidade. "Tenho a certeza de que resolviam este problema de segurança."

Ainda ontem apareceram queimadas mais três casas em Becora. "Pelas 03.00 ou 04.00 da madrugada, vêm queimar as casas, são vinganças", diz o senhor Plácido Gomes. Diz que há grupos que se afirmam de segurança do bairro, andam de catana na mão, mas "desconfio que são eles próprios que vão roubar e queimar as casas".

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Correcção. Encontro dos Ministros demissionários.

O encontro que está a decorrer desde as 10:30 é entre os ministros do Governo, então chefiado por Mari Alkatiri, e não com o Presidente Xanana, como noticiámos há umas horas. No Palácio do Governo.

No Ponte Europa

Notas soltas: Junho/2006

Timor – A presença da GNR, sem submissão a forças australianas, honra o actual Governo que, salvo em missões da ONU, preserva a autonomia dos seus militares.

Austrália – As tropas comportam-se como exército de ocupação. Os interesses do petróleo não são alheios à ingerência nos assuntos internos de Timor e a ambição de transformar o jovem país num protectorado é um desejo que a ONU não pode consentir.

Missão da Comissão Europeia

President Barroso decided to send Mr. Miguel Amado as a special envoy of the Commission to Timor-Leste. Mr. Amado will be accompanied by Ms. Sonia Neto as a political/economic advisor of the President.

They will leave Brussels on 4 July (arriving in Dili in the morning of 6 July), and returning on 30 July. His mission is to assess the current situation, contribute actively to a peaceful and constitutional settlement to the current political crisis and propose ways of strengthening EC cooperation with Timor-Leste, including the establishment of an EC delegation in Dili.

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Dos leitores

Marcelo Rebelo de Sousa, em Escolhas de Marcelo na RTP, disse mesmo agora que:

"A Austrália tem estado a atacar Mari Alkatiri - mais próximo de Portugal -, e posicionando-se ao lado de Xanana Gusmão, mais próximo dos seus interesses"

“Só há um caminho lógico e sustentável, que é avançar com as eleições”

“Há um partido com maioria clara, a posição de Xanana não é sustentável durante muito tempo"

"Há muitos interesses da Austrália que têm a ver com o petróleo, mas há muitas coisas que ficam por dizer e que irão ser ditas muito em breve... no que se relaciona com as queixas de Xanana Gusmão a Mari Alkatiri, até agora foi assim mas em breve será diferente"

"Um governo com Ramos-Horta é possível mas não por muito tempo, as eleições são a única saída para Timor-Leste".

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São dez para as cinco e tudo parece calmo

Até logo.

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De um leitor para outro

...a Fretilin teve os mandatos que teve porque teve 57,37% do voto popular e os outros dividiram-se em 11 partidos. E já nesse ano, em 2001, tinha o Alkatiti como Secretário-geral e o Lu’Olo como Presidente e exactamente por tudo isso um é PM e o outro Presidente do Parlamento Nacional.

Por quem quiser, invoque tudo menos o silêncio dos corruptos. Esse não é um argumento sério. Se há conhecimento de casos de corrupção ou há queixas nos tribunais ou calem-se. Insinuações não são admissíveis.

Não invoque também o argumento das elites. Por aqui foi denunciada a participação dalguns da “elite” na preparação e execução da golpaça e ninguém os contestou. E lembro-me que o Railós e sus muchachos até foi duma fazenda da elite que posaram para o Micael e para as câmaras da Four Corners…

Claro que nos compete a todos – a si e a mim também – opinar sobre tudo isto. Somos ambos seres humanos racionais. E francamente não descortino quem é a “gente melhor” que está a tentar resolver a crise… fora os da Fretilin a maioria que vejo a falar e a fingir que faz mas só complica é gente que foi “dialogar” com assassinos confessos, como por exemplo com o Alfredo.

Quem não deve não teme. Se a Fretilin foi e é de facto a única organização política sensata, moderada, abrangente que tudo fez para aliviar o sofrimento do povo – que ainda hoje aí está a dar assistência nos campos de deslocados, que accionou o pedido para apoio humanitário na União Europeia e na ONU – se foi a única organização política que apesar de perseguida, apesar de ter sedes queimadas e dirigentes e deputados seus igualmente desalojados porque lhe queimaram as habitações, não apelou à vingança, e sempre tratou com civilidade os restantes órgãos de soberania, porque teria a Fretilin de ir, novamente, para o esclarecimento eleitoral com medo ou com problemas? Além de que facilidades foi coisa que a Fretilin nunca conheceu nem na clandestinidade nem já em liberdade, depois da independência. Como grande partido da resistência, da libertação e da democracia a Fretilin vai continuar junto do povo a trabalhar. Disso não tenha dúvidas.

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Presidente Xanana recebe ministros demissionários

De manhã, o Presidente da República recebe os ministros demissionários em audiência.

Também se espera que receba uma delegação da Fretilin na sequência das audições aos partidos políticos.


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Dos leitores

Tradução da Margarida:

“No ano passado a decisão do Governo do Dr. Alkatiri de retirar do curriculo a educação religiosa provocou manifestações apoiadas pela Igreja. O clero católico pediu a sua resignação.”

A decisão não foi retirar a religião do curriculo , mas sim fazê-lo uma disciplina extra-curricular e não obrigatória nas escolas estatais. O aluno pode escolher ou não a disciplina, se querem ter religião como disciplina na escola (contudo nas escolas católicas a disciplina é ainda obrigatória, é compreensível).

Só para corrigir.

Dos leitores

Ou como denunciava com graça a Fernanda Câncio na Glória fácil:
http://gloriafacil.blogspot.com/

“very close up

olhando para os close ups do xanana e do alkatiri que saem hoje, frente a frente, no público, percebe-se tudo. o xanana tem ar de bonzinho e o alkatiri de mau. o xanana é amado pelo povo e o alkatiri não. o xanana é um grande herói e o alkatiri sabemos lá. aquilo de a ala do alkatiri ter ganho as eleições para a assembleia constituinte é uma história muito mal contada -- onde é que estão as manifs a favor dele? onde é que anda a mulher dele, que não diz nada? onde é que andam as reportagens australianas a favor dele? onde é que estão os valorosos bispos timorenses a apelar ao respeito pela legalidade democrática e pela paz e pela ordem? hum?

está-se mesmo a ver.”

PS: como se vê não são só os media australianos, por cá também há bastante spin a tentar "fazer" as cabeças da malta. Uns mais subtis (como a Fernanda denuncia no Público), outro mais grosseiro como o Pacheco Pereira apanhou na RTP1, mais ou menos encapotadamente os media do sistema não se coíbem de spinar, como podem e sabem...

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Igreja de Timor acusada de tramar o golpe

Tradução da Margarida:


Foi alegado que figuras importantes da Igreja de Timor-Leste propuseram a um comandante das forças de defesa (Falintil-FDTL) para liderar um golpe contra o governo de Alkatiri.

De acordo com o jornalista Australianot John Martinkus, líderes da Igreja abordaram o Comandante brigadeiro Taur Matan Ruak no seguimento de semanas de manifestações de massas contra o governo do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri em Abril de 2005 mas ele rejeitou a oferta.

No ano passado a decisão do Governo do Dr. Alkatiri de retirar do curriculo a educação religiosa provocou manifestações apoiadas pela Igreja. O clero católico pediu a sua esignação.

As alegações, publicadas ontem no New Matilda website, foram feitas por fontes superiores do seio do comando das F-FDTL que alegadamente disseram a Mr Martinkus que líderes das forças de defesa de Timor-Leste foram abordadas em três ocasiões separadas nos últimos 18 meses para liderar um golpe contra o Dr Alkatiri.

Fontes disseram que no início deste ano o Brigadeiro Ruak foi outra vez abordado e foi-lhe pedido que liderasse um golpe numa reunião com dois proeminentes líderes timorenses e dois estrangeiros. Outra vez, o comandante recusou, dizendo-lhes como relatou, que isso era contra a constituição e abriria um precedente inaceitável.

Um dos vice-comandantes da liderança, o Tenente-Coronel Falur Rate Laek, um veterano da guerra contra a Indonésia, foi também abordado pelos mesmos dois líderes locais e estrangeiros. Ele também, recusou. De acordo com a reportagem de Mr Martinkus, não foram reveladas as nacionalidades dos estrangeiros.

Mr Martinkus diz que as suas fontes confirmaram a queixa do Dr Alkatiri que as alegações contra ele foram politicamente motivadas. O Dr Alkatiri tem acusado grupos da oposição de Timor-Leste de terem apoio estrangeiro para o recente desassossego e disse que esta crise foi um golpe apoiado por estrangeiros.

Numa entrevista na semana passada de grande amplitude, o Dr Alkatiri acusou grupos da oposição pela quebra da lei e da ordem no mês passado que levaram à fuga das suas casas de pelo menos 130,000 Timorenses e ao colapso total da força de polícia Timorense.

Ele disse que essas pessoas tentaram repetidamente convencer proeminentes comandantes das forças armadas Timorenses a derrubar o seu governo num golpe armado. Quando isso falhou, eles ajudaram a provocar o motim das forças armadas que levou o país à beira da guerra civil.

Foi o despedimento de 600 soldados das regiões orientais do pequeno país que precipitou a última violência. Os soldados protestavam o que eles entendiam ser discriminação nas forças armadas que é dominada por comandantes do leste do país onde as forças da guerrilha que lutaram contra os 24 anos da ocupação da Indonésia se refugiaram.

Numa entrevista com Mr Martinkus, o Dr Alkatiri disse que os seus opositores políticos exploraram divisões étnicas na força policial para criar desassossego.

"Depois tentaram influenciar a PNTL [força de polícia nacional]. Como é que o fizeram? Através deste tipo de propaganda, Loromunu, Loro Sae (Oeste contra Leste). Tiveram sucesso na divisão das pessoas na PNTL. Esta foi a estratégia completa.

"Depois colocaram em confronto grupos da PNTL contra grupos da F-FDTL. E tiveram sucesso outra vez. Foi por causa disso que eu pedi assistência do exterior," disse numa referência à chegada de tropas estrangeiras lideradas pela Austrália em fins de Maio.

O Dr Alkatiri está convicto que a violência foi orquestrada como parte dum programa para derrubar o seu governo. "Foram instituições, algumas organizações do interior, apoiadas por outras no exterior," disse.

Não poude identificar nenhum dos alegados individuos ou organizações e disse que Timor-Leste precisará de algum tempo para investigar. "Penso que há grupos do exterior ... podem ser da Austrália talvez da Indonésia mas não governos ... Mas contudo acredito que há grupos do exterior," disse.

O Dr Alkatiri saíu na Segunda-feira, depois do Ministro dos Estrangeiros José Ramos-Horta resignar em protesto sobre a sua continuada relutância em desistir e o seu aliado próximo o Presidente Xanana Gusmão ameaçar fazer o mesmo.

Ele nega alegações, feitas no programa Four Corners na semana passada, de participação em armar um “esquadrão de ataque” de civis com o objectivo de eliminar opositores políticos, incluindo líderes da Igreja. O Dr Alkatiri disse na Segunda-feira numa declaração de resignação que saia para o bem da nação.

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29 Junho 2006
CathNews

No Abrupto

Continuam as palavras a revelar as posições. No noticiário da RTP1 sobre a manifestação da FRETILIN em Dili, várias interessantes distinções entre "nós" e "eles", inscritas na escolha das palavras.

A favor de Xanana e contra o Governo são os "timorenses", a favor do Governo são "os apoiantes da FRETILIN". De um lado os "jovens", do outro os "manifestantes".

Uns são contados para sugerir que são poucos e finitos; outros, nunca são contados para serem os "timorenses", a nação, o povo.

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No Notas Verbais

Entretanto...

Sobre Timor-Leste, disse Acalam

Disse Acalam: "Não haverá a coragem para denunciar e condenar frontalmente a situação criada em Timor Leste ?

"A Comunidade Internacional apoiou a criação por parte do povo timorenses do novo Estado, eleições democráticas sancionaram um governo, cujo mandato se concluiria em 2007. Assistimos à fragmentação das forças armadas, à dissolução real da polícia, ao saque dos tribunais.

"O que se passa nas ruas de Dili é apenas resultado da conduta política dos mais destacados dirigentes timorenses, que têm uma responsabilidade moral não só perante o seu próprio povo mas também perante a Comunidade Internacional. Derrubar Governos pelo apoio ou complacência a facções dissidentes das forças armadas, a detenção e fuzilamento de agentes das forças policiais, é uma prática inaceitável.

"Ao Governo de Mari Alkatiri poderão ser apontadas todas as críticas- incluindo o erro de nomear para lugares essenciais na ordem interna personagens como Rogério Lobato ou David Ximenes, a falta de flexibilidade e capacidade para o diálogo, a auto-suficiência e alguma inclinação para o autoritarismo que apenas justificariam um quadro de luta política democrática e dentro das instituições de Estado.

"Timor Leste ainda merece que os seus responsáveis, políticos e religiosos, tão estimados pelos portugueses, se destaquem pela generosa construção de um Estado emergente democrático, viável e estável. Infelizmente os passos dados desde os últimos meses levam a cobrirmos Dili com os mesmos lençóis de Monrovia, Freetown e Mogadiscio.

"Que isto seja dito abertamente"

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NV: Estamos atentos a Timor. É oportuno reler as matérias da última viagem de Sampaio. E não só, para perturbação de Carneiro Jacinto.
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Ex-general “frita” os serviços de informações sobre Timor

Tradução da Margarida:


Deborah Snow
Junho 29, 2006

Um antigo oficial das forças armadas Australianas criticou fortemente as redes de serviços de informações básicas da Austrália em Timor e em toda a tegião, dizendo que elas estão em pior estado do que durante a II Guerra Mundial.

O Major-General na reforma Mike Smith, que foi vice-comandante das forças da ONU em Timor-Leste em 2000 e agora dirige a organização de caridade Austcare, disse ontem que achava extraordinário que a Austrália "continua a ser apanhada com as calças na mão " em Timor-Leste, nas Ilhas Salomão, Fiji e Papua Nova Guiné".

"Se realmente, realmente conhecêssemos esta região tão bem como se pensa que conhecemos, então porque é que nos surpreendemos constantemente com estas questões?

"O que isto significa para mim é que não temos bons agentes de serviços de informações, não compreendemos o que se passa ao nível das bases," disse no Lowy Instituto para Política Internacional em Sydney.

Quando nova violência rebentou em Dili, o General Smith disse que "ter serviços de informações não é destacar pessoas numa área duas semanas antes de um incidente. É ter uma rede de fontes através do país que foi sendo criada há muitos, muitos anos. Com bastante franqueza … o nosso sistema de Guardas da Costa na II Guerra Mundial estava mais adiantado do que o que temos agora."

Os Guardas da Costa foram uma corrente de observadores clandestinos colocados em locais ao longo do PNG e das ilhas do Pacífico para manter os barcos japoneses sob vigilância.

O General Smith sugeriu que a Austrália juntasse antropólogos aos seus destacamentos militares na região e apelou à criação de um instituto regional para emergências complexas.

"Como vice-comandante das forças, quando viajei por Timor-Leste (em 2000), a coisa que mais aprendi acerca da força militar internacional era o pouco que sabiam das pessoas que protegiam."

Também achou "estranho" que a Austrália não tenha desdobrado um destacamento de co-operação civil-militar na sua corrente missão em Timor.

"Suspeito (que a ideia foi), entramos lá e saímos muito depressa e não temos que permanecer'."

Mas avisou que "não é sobre sermos ou não o sheriff dos USA … temos de tomar a liderança, não há alternativa".

O General Smith, que recentemente regressou duma visita a Timor-Leste, disse que ainda acredita que é mais um Estado emergente que um Estado falhado, e que a determinação dos jogadores políticos máximos em respeitar a constituição era uma conquista da democracia.

Mas que a força policial precisava duma reconstrução total e que os dadores de ajuda deviam fazer muito mais para apoiar a governação civil.

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Lamentamos desiludir

O Malai Azul não é de esquerda... ou pelo menos da esquerda que leitores mais exaltados nos tentam catalogar.



Sorry, guys..

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Dos leitores

.. O mandato que a Fretilin teve foi para governar até 2007. E quanto aos pagamentos para os cofres da Fretilin, já se queixou aos tribunais? Se não o fez está simplesmente a caluniar e a fazer chicana.

E falar-se de "ditadura de partido único" numa democracia que tem mais ONG's por metro quadrado que qualquer outra e doze partidos representados no Parlamento Nacional …

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Missão da CPLP

Chega esta semana a Díli a missão da CPLP.

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Dos leitores

Quer elogios à tropa australiana? Cá vai mais um:

No último dia da manifestação pró-fretilin, um soldado australiano teve um descuido e disparou uma rajada de três tiros, por sorte para o chão (por azar não acertou no seu próprio pé, o taralhoco), a escassos 50 metros do Palácio do Governo.
Quem foi este soldado? Retiraram-lhe a arma? Estará acusado de "negligence" ou inépcia?
A tropa australiana move-se em timor qual exército invasor, sem prestar contas a quem quer que seja senão ao seu commanding officer - será que você não percebe a gravidade de tantos outros factos comprovados de claro abuso do mandato de actuação das ditas tropas?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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