quinta-feira, março 06, 2008

Entrega do grupo de Salsinha "esperada" para sexta-feira

Díli, 06 Mar (Lusa) - A entrega do ex-tenente Gastão Salsinha e do seu grupo "é esperada para sexta-feira", afirmaram fontes militares e internacionais à Agência Lusa em Díli, Timor-Leste.

"A cerimónia da entrega do grupo e das armas já devia ter acontecido hoje", declarou à Lusa, quinta-feira à noite (princípio da tarde em Lisboa) uma fonte que acompanha as negociações para a entrega do líder dos peticionários das Forças Armadas timorenses.

Gastão Salsinha concordou entregar-se às autoridades timorenses, com o seu grupo, depois de uma reunião em Letefoho, distrito de Ermera, quarta-feira à noite, conforme avançou hoje a Lusa.

"O acordo foi estabelecido directamente com Gastão Salsinha. As armas serão entregues ao Presidente interino (Fernando "La Sama" de Araújo) numa cerimónia. A Polícia das Nações Unidas (UNPol) será provavelmente responsável pela segurança da rendição, visto ele não querer elementos das Forças Armadas", declarou à Lusa uma fonte ligada à negociação de Letefoho.

Fontes militares e internacionais em Díli confirmaram à Lusa que o acordo para a entrega de 32 homens e 18 armas foi alcançado "em conversações directas" que envolveram a Procuradoria-Geral da República.

O acordo de Letefoho prevê a entrega de um grupo de 28 fugitivos, incluindo Gastão Salsinha, e de mais quatro elementos dispersos no distrito de Suai, a região mais a sudoeste do território timorense.

No entanto, a cerimónia de entrega de Salsinha não aconteceu hoje, nem foi anunciado oficialmente a que horas poderá acontecer na sexta-feira.

Há quatro dias que o Comando Conjunto da operação "Halibur" de captura de Salsinha e seus homens não realiza nenhuma conferência de imprensa.

A reunião directa das autoridades timorenses com Gastão Salsinha culminou três dias de negociações intensas e incertas, "através de vários canais e de mensagens trocadas por diferentes intermediários" com o ex-tenente e dele com o seu grupo, segundo as mesmas fontes.

"Gastão Salsinha é extremamente desconfiado e tem feito perguntas e procurado garantias sobre quem fará a rendição, quem estará à espera em Díli, que tratamento terão e vários outros detalhes", afirmou à Lusa uma fonte que acompanhou de perto o moroso processo negocial.

"Desde segunda-feira que há um acordo de princípio para a entrega de Gastão Salsinha, mas a negociação procura a rendição do grupo completo através do seu chefe", acrescentou a mesma fonte.

"Uma coisa é o acordo atingido em Letefoho. Outra bem diferente é a concretização, com a entrega do grupo", afirmou ainda a fonte sobre as dificuldades de negociar a entrega dos homens de Gastão Salsinha.

Gastão Salsinha chefia o grupo de homens que acompanhavam antes o major Alfredo Reinado e que atacaram a residência de José Ramos-Horta e a caravana de Xanana Gusmão, a 11 de Fevereiro de 2008.

Catorze mandados de captura, cinco dos quais assinados hoje, foram até agora emitidos com relação aos ataques contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.

Dois dos mandados foram cumpridos com a entrega de Amaro da Costa, conhecido por Kaer Susar, e de Domingos Amaral às autoridades.

Os cinco novos mandados de captura emitidos hoje referem-se a elementos das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste, afirmou à Lusa fonte judicial.

Depois de lhe ser imposta a medida de prisão preventiva, Kaer Susar foi recusado à porta do Estabelecimento Prisional de Becora.

Segundo fontes judiciais, o antigo elemento da Polícia Nacional pernoitou terça-feira em Becora, mas foi transferido para uma casa no centro da cidade no dia seguinte.

Kaer Susar foi retirado de Becora e transferido para a principal avenida de Díli, no bairro comercial de Colmera, na sequência de um pedido feito à ministra da Justiça pela Direcção Nacional dos Serviços Prisionais.

Esse pedido, segundo as mesmas fontes judiciais, foi anterior ao interrogatório e ao despacho do juiz internacional Ivo Rosa que decretou a medida de prisão para Kaer Susar na terça-feira.

O pedido alude a receios com a presença do resto do grupo de Salsinha em Becora, não apenas com Kaer Susar.

Kaer Susar, que se entregou sábado à noite às autoridades no distrito de Manufahi, confessou no domingo diante da imprensa ter participado no ataque à residência de José Ramos-Horta.

Susar, que "estava ao portão" da casa do Presidente, é o primeiro acusado pelos ataques de 11 de Fevereiro.

PRM.
Lusa/fim

Mas a Ministra da Justiça não é do PSD?...

"Carrascalão: Government must explain Susar’s imprisonment: The President of the Social Democratic Party (PSD), Mario Viegas Carrascalão, said that the Government should explain the reasons why Susar has been imprisoned. “The Government should explain this … if they don’t, it will create a very negative perception to the public,” said Mr. Carrascalão."

Tradução:

"Carrascalão: Governo tem de explicar a prisão de Susar: O Presidente do PSD, Mário Viegas Carrascalão, disse que o Governo deve explicar as razões de Susar ter sido preso. “O Governo tem de explicar isto … se não o fizerem isso criará uma percepção muito negativa na população,” disse o Sr. Carrascalão. ."

Pluralismo linguistico ou Multilinguismo?

Quinta-feira, Março 06, 2008
Blog ePORTUGUÊSe

A língua é o principal meio de comunicação, interação e de transmissão de conhecimento. É a expressão mais fiel da cultura, tradição e identidade de um determinado grupo de indivíduos.

Hoje com a migração, abertura de fronteiras, meios de locomoção mais rápidos, ensino de outros idiomas nas escolas e a disseminação de novas técnicas de informação e comunicação, tornou mais fácil a comunicação entre os povos. Pode-se dizer que o monolinguismo começou a perder espaço para a pluralidade lingüística ou multilingualismo.

Existem no mundo hoje cerca de 6912 línguas vivas e o português é a sexta língua mais falada com cerca de 220 milhões de falantes distribuídos por oito países de quatro continentes: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Sendo a terceira língua mais falada no mundo ocidental, é o idioma mais falado no hemisfério sul.

O surgimento de novas tecnologias de informação e comunicação e a disseminação do uso da Internet, possibilitou que a transmissão do conhecimento se fizesse praticamente em tempo real. No entanto, ao mesmo tempo em que a rapidez da transmissão da informação facilita que países menos desenvolvidos tenham acesso quase que imediato ao mesmo tipo de informação disponível aos países desenvolvidos, paradoxalmente, esta rapidez aumenta a distancia entre os povos, pois a informação para ser adquirida, assimilada e difundida tem que ser compreendida.

Neste sentido, metade da população mundial fica de fora do mundo do conhecimento eletrônico, já que o inglês predomina sobre todos os outros idiomas no mundo digital.

A oportunidade de poder utilizar o seu próprio idioma no mundo da informação global pode ser considerado um fator determinante para a extensão na qual a população poderá participar da sociedade de conhecimento emergente.

Assim, durante a Conferência ministerial sobre pesquisa em saúde realizada na cidade do México em novembro de 2004, ressaltou-se que grande parte da informação em saúde atualizada e relevante dificilmente alcança os profissionais de saúde nos países em desenvolvimento, especialmente porque a maioria da informação circula em idiomas diferentes da língua local.

Para tentar diminuir esta lacuna entre o saber e o fazer, é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem se esforçando para criar redes de informação de saúde em idiomas que não as seis línguas oficiais das Nações Unidas.

A iniciativa ePORTUGUÊSe é um exemplo deste empreendimento que visa o desenvolvimento de uma rede de saúde no idioma português que possa beneficiar toda a comunidade acadêmica e de profissionais de saúde nos oito países de expressão portuguesa dando visibilidade ao idioma e possibilitando o intercambio de experiências locais.

Para saber mais: ePORTUGUÊSe (www.who.int/eportuguese/en)

Australia's hidden empire

New Statesman
John Pilger

Published 06 March 2008

Print version Listen RSS That Canberra runs an imperial network is unmentionable, yet the chain of control stretches from the Aboriginal slums of Sydney to the South Pacific


When the outside world thinks about Australia, it generally turns to venerable clichés of innocence - cricket, leaping marsupials, endless sunshine, no worries. Australian governments actively encourage this. Witness the recent "G'Day USA" campaign, in which Kylie Minogue and Nicole Kidman sought to persuade Americans that, unlike the empire's problematic outposts, a gormless greeting awaited them Down Under. After all, George W Bush had ordained the previous Australian prime minister, John Howard, "sheriff of Asia".

That Australia runs its own empire is unmentionable; yet it stretches from the Aboriginal slums of Sydney to the ancient hinterlands of the continent and across the Arafura Sea and the South Pacific. When the new prime minister, Kevin Rudd, apologised to the Aboriginal people on 13 February, he was acknowledging this. As for the apology itself, the Sydney Morning Herald accurately described it as a "piece of po litical wreckage" that "the Rudd government has moved quickly to clear away . . . in a way that responds to some of its own supporters' emotional needs, yet changes nothing. It is a shrewd manoeuvre."

Like the conquest of the Native Americans, the decimation of Aboriginal Australia laid the foundation of Australia's empire. The land was taken and many of its people were removed and impoverished or wiped out. For their descendants, untouched by the tsunami of sentimentality that accompanied Rudd's apology, little has changed. In the Northern Territory's great expanse known as Utopia, people live without sanitation, running water, rubbish collection, decent housing and decent health. This is typical. In the community of Mulga Bore, the water fountains in the Aboriginal school have run dry and the only water left is conta minated.

Throughout Aboriginal Australia, epidemics of gastroenteritis and rheumatic fever are as common as they were in the slums of 19th-century England. Aboriginal health, says the World Health Organisation, lags almost a hundred years behind that of white Australia. This is the only developed nation on a United Nations "shame list" of countries that have not eradicated trachoma, an entirely preventable disease that blinds Aboriginal children. Sri Lanka has beaten the disease, but not rich Australia. On 25 February, a coroner's inquiry into the deaths in outback towns of 22 Aboriginal people, some of whom had hanged themselves, found they were trying to escape their "appalling lives".

Most white Australians rarely see this third world in their own country. What they call here "public intellectuals" prefer to argue over whether the past happened, and to blame its horrors on the present-day victims. Their mantra that Aboriginal infrastructure and welfare spending provide "a black hole for public money" is racist, false and craven. Hundreds of millions of dollars that Australian governments claim they spend are never spent, or end up in projects for white people. It is estimated that the legal action mounted by white interests, including federal and state governments, contesting Aboriginal native title claims alone covers several billion dollars.


Lurid allegations

Smear is commonly deployed as a distraction. In 2006, the Australian Broadcasting Corporation's leading current affairs programme, Lateline, broadcast lurid allegations of "sex slavery" among the Mutitjulu Aboriginal people. The source, described as an "anonymous youth worker", was exposed as a planted federal government official, whose "evidence" was discredited by the Northern Territory chief minister and police. Lateline never retracted its allegations. Within a year, Prime Minister John Howard had declared a "national emergency" and sent the army, police and "business managers" into Aboriginal communities in the Northern Territory. A commissioned study on Aboriginal children was cited; and "protecting the children" became the media cry - just as it had more than half a century ago when children were kidnapped by white welfare authorities. One of the authors of the study, Pat Anderson, complained: "There is no relationship between the emergency powers and what's in our report." His research had concentrated on the effects of slum housing on children. Few now listened to him. Kevin Rudd, as opposition leader, supported the "intervention" and has maintained it as prime minister. Welfare payments are "quarantined" and people controlled and patronised in the colonial way. To justify this, the mostly Murdoch-owned capital-city press has published a relentlessly one-dimensional picture of Aboriginal degradation. No one denies that alcoholism and child abuse exist, as they do in white Australia, but no quarantine operates there.

The Northern Territory is where Aboriginal people have had comprehensive land rights longer than anywhere else, granted almost by accident 30 years ago. The Howard government set about clawing them back. The territory contains extraordinary mineral wealth, including huge deposits of uranium on Aboriginal land. The number of companies licensed to explore for uranium has doubled to 80. Kellogg Brown & Root, a subsidiary of the American giant Halli burton, built the railway from Adelaide to Darwin, which runs adjacent to Olympic Dam, the world's largest low-grade uranium mine. Last year, the Howard government appropriated Aboriginal land near Tennant Creek, where it intends to store the radioactive waste. "The land-grab of Aboriginal tribal land has nothing to do with child sexual abuse," says the internationally acclaimed Australian scientist Helen Caldi cott, "but all to do with open slather uranium mining and converting the Northern Territory to a glo bal nuclear dump."


Indonesian invasion

This "top end" of Australia borders the Arafura and Timor Seas, across from the Indo nesian archipelago. One of the world's great sub marine oil and gas deposits lies off East Timor. In 1975, Australia's then ambassador in Jakarta, Richard Woolcott, who had been tipped off about the coming Indonesian invasion of then Portuguese East Timor, secretly recommen ded to Canberra that Australia turn a blind eye to it, noting that the seabed riches "could be much more readily negotiated with Indo nesia . . . than with [an in dependent] Timor". Gar eth Evans, later foreign minister, described a prize worth "zillions of dollars". He ensured that Australia distinguish itself as one of the few countries to recognise General Suharto's bloody occupation, in which 200,000 East Timorese lost their lives.

When eventually, in 1999, East Timor won its independence, the Howard government set out to manoeuvre the East Timorese out of their proper share of the oil and gas revenue by unilaterally changing the maritime boundary and withdrawing from World Court jurisdiction in maritime disputes. This would have denied desperately needed revenue to the new country, stricken from its years of brutal occupation. However, East Timor's then prime minister, Mari Alkatiri, leader of the majority Fretilin party, proved more than a match for Canberra and especially its bullying foreign minister, Alexander Downer.

Alkatiri demonstrated that he was a genuine nationalist who believed East Timor's resource wealth should be the property of the state, so that the nation did not fall into debt to the World Bank. He also believed that women should have equal opportunity, and that health care and education should be universal. "I am against rich men feasting behind closed doors," he said. For this, he was caricatured as a communist by his opponents, notably the president, Xanana Gusmão, and the then foreign minister, José Ramos-Horta, both close to the Australian political Establishment. When a group of disgruntled soldiers rebelled against Alkatiri's government in 2006, Australia readily accepted an "invitation" to send troops to East Timor. "Australia," wrote Paul Kelly in Murdoch's Australian, "is operating as a regional power or a potential hegemon that shapes security and political outcomes. This language is unpalatable to many. Yet it is the reality. It is new, experimental territory for Australia."

A mendacious campaign against the "corrupt" Alkatiri was mounted in the Australian media, reminiscent of the coup by media that briefly toppled Hugo Chávez in Venezuela. Like the US soldiers who ignored looters on the streets of Baghdad, Australian soldiers stood by while armed rioters terrorised people, burned their homes and attacked churches. The rebel leader Alfredo Reinado, a murderous thug trained in Australia, was elevated to folk hero. Under this pressure, the democratically elected Alkatiri was forced from office and East Timor was declared a "failed state" by Australia's legion of security academics and journalistic parrots concerned with the "arc of instability" to the north, an instability they supported as long as the genocidal Suharto was in charge.

Paradoxically, on 11 February, Ramos-Horta and Gusmão came to grief as they tried to do a deal with Reinado in order to subdue him. His rebels turned on them both, leaving Ramos-Horta critically wounded and Reinado himself dead. From Canberra, Prime Minister Rudd announced the despatch of more Australian military "peacemakers". In the same week, the World Food Programme disclosed that the children of resource-rich East Timor were slowly starving, with more than 42 per cent of under-fives seriously underweight - a statistic which corresponds to that of Aboriginal children in "failed" communities that also occupy an abundant natural resource.


Blunt instrument

Australia is engaged in the Solomon Islands and Papua New Guinea, where its troops and federal police have dealt with "breakdowns in law and order" that are "depriving Australia of business and investment opportunities". A former senior Australian intelligence officer calls these "wild societies for which intervention represents a blunt, but necessary instrument". Australia is also entrenched in Afghanistan and Iraq. Rudd's electoral promise to withdraw from the "coalition of the willing" does not include almost half of Australia's troops in Iraq.

At last year's conference of the American-Australian Leadership Dialogue - an annual event designed to unite the foreign policies of the two countries, but in reality an opportunity for the Australian elite to express its historic servility to great power - Rudd was in unusually oratorical style. "It is time we sang from the world's rooftops," he said, "[that] despite Iraq, America is an overwhelming force for good in the world . . . I look forward to more than working with the great American democracy, the arsenal of freedom, in bringing about long-term changes to the planet." The new sheriff for Asia had spoken.


Tradução:

O império escondido da Austrália

New Statesman
John Pilger

Publicado 06 Março 2008

Que Canberra dirige uma rede imperial não é mencionável, contudo a cadeia de controlo estende-se desde os bairros de lata dos aborígenes de Sydney até ao Sul do Pacífico


Quando o mundo pensa na Austrália, geralmente anda à volta de clichés respeitáveis de inocência - cricket, marsupiais saltitantes, sol a brilhar sem fim, nenhumas preocupações. O governo Australiano encoraja isto. Testemunhei a recente campanha "Dia G USA", na qual Kylie Minogue e Nicole Kidman tentaram persuadir os Americanos que, ao contrário dos postos avançados problemáticos do império, uma saudação sem perigos esperava-os Lá em Baixo. No fim de contas, George W Bush tinha decretado que o anterior primeiro-ministro Australiano, John Howard, era o "sheriff da Ásia".

Que a Austrália dirige o seu próprio império não é mencionável ; contudo ele estende-se dos bairros de lata dos aborígenes de Sydney até às antigas terras do interior no continente e através do Mar Arafura e do Pacífico Sul. Quando o novo primeiro-ministro, Kevin Rudd, pediu desculpa ao povo aborígene em 13 de Fevereiro, estava a reconhecer isto. Quanto ao pedido de desculpa em si, o Sydney Morning Herald descreveu-o correctamente como uma "peça de extermínio político" que "o governo Rudd rapidamente se mexeu para limpar . . . dum modo que responde a algumas necessidades emocionais dos seus próprios apoiantes, contudo nada muda. É uma manobra perspicaz."

Tal como na conquista dos nativos Americanos, a fundação do império Australiano fez-se no extermínio dos aborígenes da Austrália. A terra foi tomada e muita da sua população foi removida e empobrecida ou exterminada. Para os seus descendentes, não tocados pelo tsunami de sentimentalidade que acompanhou o pedido de desculpa de Rudd, pouco mudou. Nos grandes espaços no Território do Norte conhecidos como Utopia, as pessoas vivem sem condições sanitárias, água corrente, habitações decentes ou cuidados de saúde decentes. Isto é típico. Na comunidade de Mulga Bore, as fontes de água na escola aborígene secaram e a única água disponível está contaminada.

Através da Austrália dos aborígenes, são comuns epidemias de gastroentrites e de febre reumática como eram nos bairros de lata da Inglaterra do século 19. A saúde dos aborígenes, diz a Organização Mundial de Saúde, atrasou-se quanto cem anos por detrás da Austrália dos brancos. Esta é a única nação desenvolvida que está numa “lista da vergonha” das Nações Unidas de países que não erradicaram o tracoma, uma doença totalmente evitável que cega as crianças aborígenes. O Sri Lanka derrotou a doença, mas não a rica Austrália. Em 25 Fevereiro, um inquérito judicial a mortes em 22 cidades remotas de gente aborígene, alguns dos quais se tinham enforcado, descobriu que eles estavam a escapar das suas "vidas pavorosas".

A maioria dos Australianos brancos raramente vê este terceiro mundo no seu próprio país. O que eles chamam aqui "intelectuais públicos" preferem argumentar sobre se o passado aconteceu, e culpar os seus horrores nas vítimas de hoje. As ladainhas deles de que os gastos de infraestruturas e de bem-estar providenciam "um buraco negro para o dinheiro público " são racistas, falsas e cobardes. Centenas de milhões de dólares que os governos Australianos afirmam que gastaram nunca foram gastos, ou acabaram em projectos para os brancos. Está estimado que apenas as acções legais montadas por interesses brancos, incluindo governos federais e estatais, contestando queixas de títulos dos nativos aborígenes cobrem vários biliões de dólares.


Alegações pavorosas

As calúnias geralmente são usadas para distrair. Em 2006, o programa de assuntos correntes líder da Australian Broadcasting Corporation, Lateline, emitiu alegações pavorosas de "escravatura sexual" entre o povo aborígene Mutitjulu. A fonte, descrita como um "jovem trabalhador anónimo", foi exposto como um funcionário do governo federal infiltrado, cuja "evidência" foi desacreditada pelo ministro chefe e polícia do Território do Norte. O Lateline nunca se retractou das suas alegações. Dentro de um ano, o Primeiro-Ministro John Howard declarou uma "emergência nacional" e enviou as forças armadas, polícia e "gestores de negócios" para as comunidades aborígenes no Território do Norte. Foi citado um livro encomendado sobre crianças aborígenes; e "proteger as crianças" passou a ser o grito dos media – tal como tinha acontecido mais de meio século atrás quando crianças foram raptadas por autoridades brancas de bem-estar. Um dos autores do estudo, Pat Anderson, queixou-se: "Não há nenhuma relação entre os poderes de emergência e o que está no nosso relatório." As suas ~pesquisas tinham-se concentrado nos efeitos de viver nos bairros de lata nas crianças. Agora poucos o ouviram. Kevin Rudd, quando era líder da oposição, apoiou a "intervenção" e mantém-na enquanto primeiro-ministro. Pagamentos de bem-estar "mantém as pessoas em quarentena", controladas e patrocinadas ao estilo colonial. Para justificar isto a maioria da imprensa de propriedade de Murdoch da cidade capital tem publicado sem descanso a imagem de uma dimensão da degradação dos aborígenes. Ninguém nega que existe alcoolismo e abuso infantil, como existe na Austrália dos brancos mas lá não opera nenhuma quarentena.

O Território do Norte é onde o povo aborígene têm tido direitos de terra inclusivos há mais tempo do que em qualquer outro lado, doados quase por acidente há 30 anos atrás. O governo Howard predispôs-se a retirá-los. O território contém extraordinárias riquezas minerais, incluindo enormes depósitos de urânio em terra dos aborígenes. O número de companhias licenciadas para exploração do urânio duplicou para 80. Kellogg Brown & Root, uma subsidiária do gigante Americano Halliburton, construíu a auto-estrada de Adelaide para Darwin, que corre ao lado de Olympic Dam, a maior mina do mundo de urânio de baixo-grau. No ano passado, o governo Howard apropriou-se de terra de aborígenes perto de Tennant Creek, onte tem a intenção de armazenar o lixo radioactivo. "O roubo de terra da terra tribal dos aborígenes não tinha nada a ver com abuso sexual infantil," diz a cientista Australiana com reputação internacional Helen Caldicott, "mas tem tudo a ver com mineração aberta em grande quantidade de urânio e na conversão do Território do Norte numa lixeira nuclear global."


Invasão Indonésia

Estas "pontas " das fronteiras da Austrália, os Mares de Arafura e de Timor, através do arquipélago Indonésio. Um dos maiores depósitos submarinos de petróleo e gás do mundo fica no exterior de Timor-Leste. Em 1975,o então embaixador da Austrália em Jacarta, Richard Woolcott, que tinha sido informado acerca da próxima invasão pela Indonésia do então Português Timor-Leste, recomendou secretamente Canberra para a Austrália virar os olhos a isso sublinhando que as riquezas dos leito do mar "podiam ser muito mais prontamente negociadas com a Indonésia . . . do que com um Timor [independente]". Gareth Evans, mais tarde ministro dos estrangeiros, descreveu como um prémio no valor de "ziliões de dólares". Ele assegurou que a Austrália se distinguisse como um dos poucos países que reconheceu a ocupação sangrenta do General, na qual 200,000 Timorenses perderam a vida.

Quando eventualmente, em 1999, Timor-Leste ganhou a sua independência, o governo Howard preparou manobras para expulsar os Timorenses da sua parte correcta do rendimento do petróleo e gás ao mudar unilateralmente a fronteira marítima e ao retirar-se da jurisdição do Tribunal Mundial de disputas marítimas. Isto teria negado ao novo país rendimentos de que desesperadamente precisava, golpeado por anos de ocupação brutal. Contudo, o então primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, lider do partido maioritário, a Fretilin, mostrou ser mais do que um adversário para Canberra e especialmente do seu ameaçador ministro dos estrangeiros, Alexander Downer.

Alkatiri demonstrou que era um nacionalista genuíno que acreditava que as riquezas de recursos de Timor-Leste deviam ser propriedade do Estado, para que a nação não se endividasse com o Banco Mundial. Ele acreditava também que as mulheres devem ter oportunidades iguais, e que os cuidados de saúde e a educação devem ser universais. "Estou contra os homens ricos a banquetearem-se por detrás de portas fechadas," disse. Por causa disto ele foi caricaturizado como comunista pelos seus opositores, nomeadamente pelo presidente, Xanana Gusmão, e pelo então ministro dos estrangeiros , José Ramos-Horta, ambos próximos da elite política Australiana. Quando um grupo de soldados indisciplinados se rebelaram contra o governo de Alkatiri em 2006, a Austrália aceitou rapidamente um "convite" para mandar tropas para Timor-Leste. A "Austrália," escreveu Paul Kelly no The Australian de Murdoch, "está a operar como um poder regional ou como um poder hegemónico potencial que molda a segurança e resultados políticos. Esta linguagem é desagradável para muitos. Contudo é a realidade. É um território novo, experimental para a Austrália."

Foi montada uma campanha mentirosa contra o "corrupto" Alkatiri nos media Australianos, reminiscente do golpe dos media que derrubou por pouco tempo Hugo Chávez na Venezuela. Tal como os soldados dos USA que ignoraram as pilhagens nas ruas de Bagdade, os soldados Australianos ficavam ao lado dos desordeiros armados que aterrorizavam as pessoas, queimavam as suas casas e atacavam igrejas. O líder amotinado Alfredo Reinado, um brutamontes assassino formado na Austrália, foi elevado a herói folclórico. Sob esta pressão, o democraticamente eleito Alkatiri foi forçado a sair do cargo e Timor-Leste foi declarado um "Estado falhado" pela legião de académicos de segurança e jornalistas papagaios da Austrália preocupados com o "arco de instabilidade" a norte, uma instabilidade que eles apoiaram enquanto foi o genocida Suharto que mandou.

De forma contraditória, sem lógica em 11 de Fevereiro, Ramos-Horta e Gusmão acabaram por sofrer quando tentaram fazer um acordo com Reinado para o suavizarem. Os seus amotinados viraram-se contra eles os dois, deixando Ramos-Horta seriamente ferido e o próprio Reinado morto. De Canberra, o Primeiro-Ministro anunciou o envio de mais tropas Australianas. Na mesma semana, o Programa de Alimentação Mundial revelou que as crianças de Timor-Leste rico em recursos estavam a passar fome, havendo mais de 42 por cento das crianças com menos de cinco anos bastante abaixo do peso normal – uma estatística que corresponde à das crianças aborígenes nas comunidades "falhadas" que também ocupam abundantes recursos naturais.


Instrumento Embotado

A Austrália está engajada nas Ilhas Salomão e na Papua Nova Guiné, onde as suas tropas e a polícia federal lidaram com "colapsos na lei e ordem" que estão a "privar a Austrália de negócios e de oportunidades de investimento". Um antigo oficial de topo dos serviços de informações Australiano chama a estas "sociedades selvagens para as quais a intervenção representa um instrumento embotado, mas necessário". A Austrália está também entrincheirada no Afeganistão e no Iraque. A promessa eleitoral de Rudd de se retirar da "coligação dos voluntários" não inclui quase metade das tropas da Austrália no Iraque.

Na conferência do ano passado do Diálogo da Liderança Americana-Australiana – um eventual anual que tem o propósito de unir as políticas estrangeiras dos dois países, mas que na realidade é uma oportunidade para a elite Australiana expressar o seu servilismo histórico à grande potência - Rudd esteve invulgarmente em estilo de sermão. "É tempo de cantarmos do cimo dos telhados do mundo," disse, "[porque] apesar do Iraque, a América é uma força impressionante para o bem no mundo . . . eu espero mais do que trabalhar com a grande democracia Americana, o arsenal da liberdade, em trazermos mudanças de longo prazo para o planeta." Tinha falado o novo sheriff para a Ásia.

http://www.johnpilger.com/

UNMIT – MEDIA MONITORING - Thursday, 06 March 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL News Coverage

TMR happy over court decision: The Commander of the F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak, said that he is content with the decision made by the court regarding the four F-FDTL members involved in the shooting case against PNTL members. “We are ready to let our members submit to justice.” said Commander TMR.

IDPs start returning home: Fifty one families at some of the IDP camps in Dili have received a Government incentive to return home. The subsidies range from USD 1,500 for partially destroyed homes, to USD 4,000 for totally destroyed homes. The Minister of Social Solidarity, Maria Domingas Alves, said that the subsidies will only be provided once the recipient has undergone a survey, verification and re-verification process. "I am really happy to have this subsidy. I think it is only fair given that we have lost so much" said Marcal, an IDP whose house was destroyed during the 2006 crisis. The Minister also said that the registration process would continue until all IDPs returned homes.

RTL News Coverage

Commander of F-FDTL/PNTL, asks Salsinha to surrender: The Commander of the F-FDTL, Brigadier General Taur Matan Ruak, has said that the Joint Operation has identified the movement of Salsinha and his group along with the people who are providing them with support and food assistance. Salsinha has said that he is ready to submit himself if the military operation in Ermera is suspended.

Separately, Acting President Fernando Lasama and PM Xanana said that the Joint F-FDTL/PNTL Operation will continue until all weapons are handed in.

Print Coverage

Carrascalão: Government must explain Susar’s imprisonment: The President of the Social Democratic Party (PSD), Mario Viegas Carrascalão, said that the Government should explain the reasons why Susar has been imprisoned. “The Government should explain this … if they don’t, it will create a very negative perception to the public,” said Mr. Carrascalão.

Separately, former the Minister of Justice, Domingos Sarmento, said that the judicial process for Susar is a normal judicial process which all criminal suspects are exposed to. (TP)

Conditions prepared for Salsinha’s surrender: The F-FDTL and PNTL are preparing good conditions for Salsinha and his group to surrender. “We have prepared conditions for him to come. He is really cooperative. We expect him to come,” said Brigadier General Taur Matan Ruak. (TP)

National News Sources:

Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)


Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Quinta-feira, 06 Março 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e dos seus conteúdos não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Cobertura de Notícias


TMR satisfeito com a decisão do tribunal: O Comandante das F-FDTL, Brigadeiro General Taur Matan Ruak, disse que está contente com a decisão tomada pelo tribunal em relação aos quatro membros das F-FDTL envolvidos no caso dos disparos contra membros da PNTL. “Estamos prontos para que os nossos membros se submetam à justiça.” disse o Comandante TMR.

Deslocados começam a regressar a casa: Cinquenta e uma famílias de alguns dos campos de deslocados em Dili receberam um incentivo do Governo para regressarem a casa. Os subsídios vão de USD 1,500 para casas parcialmente destruídas a USD 4,000 para casas totalmente destruídas. A Ministra da Solidariedade Social, Maria Domingas Alves, disse que os subsídios apenas serão dados a quem se submeta a um processo de escrutínio, verificação e re-verificação. "estou contente com este subsídio. Penso que é justo visto termos perdido tanta coisa" disse Marçal, um deslocado cuja casa foi destruída durante a crise de 2006 . A Ministra disse ainda que o processo de registo continuará até todos os deslocados regressarem a casa.

RTL Cobertura de Notícias

Comandante da F-FDTL/PNTL, pede a Salsinha para se entregar: O Comandante das F-FDTL, Brigadeiro General Taur Matan Ruak, disse que a Operação Conjunta identificou os movimentos de Salsinha e do seu grupo juntamente com pessoas que lhes dão apoios e assistência alimentar. Salsinha tem dito que está pronto a entregar-se se for suspensa a operação militar em Ermera.

Em separado, o Presidente Interino Fernando Lasama e o PM Xanana disseram que a Operação Conjunta F-FDTL/PNTL continuará até todas as armas serem entregues.

Cobertura Impressa

Carrascalão: Governo tem de explicar a prisão de Susar: O Presidente do PSD, Mário Viegas Carrascalão, disse que o Governo deve explicar as razões de Susar ter sido preso. “O Governo tem de explicar isto … se não o fizerem isso criará uma percepção muito negativa na população,” disse o Sr. Carrascalão.

Em separado, o antigo Ministro da Justiça, Domingos Sarmento, disse que o processo judicial para Susar é um processo judicial normal a que todos os suspeitos de crimes estão expostos. (TP)

Condições preparadas para a entrega de Salsinha: As F-FDTL e PNTL estão a preparar boas condições para a rendição de Salsinha e do seu grupo. “Prepará-mos condições para a vinda dele. Ele está realmente a cooperar. Esperamos a vinda dele,” disse o Brigadeiro General Taur Matan Ruak. (TP)

Fontes de Notícias Nacionais:

Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)

East Timor forfeits its newest hero

Carole Reckinger and Sara Gonzalez Devant- 6 March 2008
Red Pepper

Following the attack on East Timor president Jose Ramos Horta, Carole Reckinger and Sara Gonzalez Devant report on the complexities surrounding the current crisis

Two weeks ago, the United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA) news and analysis service reported that Timor-Leste’s quiescent security environment ‘breached only occasionally, as with two recent small explosions in Dili … and the rare provocation by Alfredo Reinado … is conducive for Timor-Leste to carry out its much needed reforms.’

The report was published only hours before Timor-Leste’s president Jose Ramos-Horta was shot and Prime Minister Xanana Gusmao ambushed on the morning of 11 February 2008. The president is recovering in a hospital in Australia, having regained consciousness after a ten day induced coma.

On the day of the attack a state of emergency was instated and arrest warrants issued against 17 people. Among them, Gastao Salsinha, reportedly in command of the defectors after their leader Alfredo Reinado, a former military police major, was killed during the attack on Ramos-Horta.
Incredulity and anger prevails in Dili. International forces dispatched to Timor-Leste to keep the peace have met with harsh criticism for their failure to prevent the attack. The incident has also triggered anger and distrust among the population. However, the significance of the attack does not lie in the security forces failings.

The assault on the supreme constitutional symbols – prime minister and president- the very heroes of the liberation struggle, lays bare Timor’s national identity crisis. Not only because the country was so close to losing its icons but because it lost its newest icon in Alfredo Reinado. He was given a hero’s burial in Dili, his coffin draped in the Timorese flag and, as BBC article reports, ‘his bearded face looked down defiantly from banners in a revolutionary pose that deliberately aped the portraits they used to host of Xanana Gusmao.’

Military and police under a single command

In an attempt to catch Reinado’s men East Timor‘s authorities have merged police and army under a single command.

The underlying rationale is that necessary to guarantee the adequate mobilization of security and defence forces during the state of exception. But the decision has sparked criticism. The lack of a clear separation between internal and external security may be fatal for the nascent security institutions and lead to tension as it did in 2006. Then, after the sacking of mutinous soldiers, rioting resulted in at least 37 deaths and the displacement of over 150,000 people.

The 2006 crisis and the breakdown of security forces

In April 2006 Dili went up in flames after 600 soldiers protested against discrimination within the ranks of the newly formed Timorese army. The protesters, ‘or petitioners’, were summarily dismissed. Clashes between elements of the national police force (PNTL) and the military (F-FDTL) led to a power vacuum and the breakdown of law and order across the country.

Neither the PNTL nor the F-FDTL had the trust of the population or the capacity to provide adequate security and order. Repeated allegations of sexual harassment, human rights violations, illegal weapons distribution and engagement in illicit trade weakened the public’s confidence in the PNTL in particular. As the 2006 crisis demonstrated neither police nor military were politically neutral, both institutions fragmented due to mixed regional and political loyalties in the ranks, although ethnic and regional divisions had not previously been prominent in Timor-Leste.

With the collapse of the security sector and law and order in general, a multinational peacekeeping force was requested to restore order in late May 2006. Since then efforts have been made to resolve the multiple issues affecting both institutions, but reversing the breakdown is not a simple task.

Reinado, the symbol of a disillusioned Timor-Leste

Reinado, one of the leaders of the mutineers, emerged from the 2006 crisis as a key player. His popularity is remarkable, even after apparently leading an attack on the two most prominent (living) heroes of the liberation struggle. A BBC report cautioned that ‘there is something worrying about the readiness of East Timor‘s young to pass the hero’s mantle on to a man like Reinado, who took up arms against the government in the chaos of May 2006 and refused to lay them down. Reinado had nothing to offer East Timor except the continued idealization of armed struggle as an alternative to the unglamorous task of building a country from very little.’

But analysis such as the BBC’s cites overemphasizes the institutional failings of the Timorese state and pays little attention to the role of popular perception in articulating the country’s predicament. The crisis exists as much on the streets of Dili as it does at the state level. It is not quite as simple as glamour versus nation building. Nation building is a highly political moment, particularly after a major political crisis, and politics are key to Reinado’s popularity. But to understand his popular appeal focus must shift away from the institutional context and to a major societal crisis that has been ongoing since 2006- internal displacement.

Internal displacement

The vast majority of the persons displaced during the 2006 crisis have not returned to their homes. About 100,000 refugees remain in camps. Of these, 30,000 are in the capital Dili. To reduce camp populations and fearing some camps would become permanent, authorities decided to cut food rations in February 2008 with food aid ending completely by March 2008. But with the state of emergency this decision could not have come at a worse time.

Atul Khare, UN Special Representative for the Secretary General in Timor-Leste, has explained that resettlement is extremely complex, because it involves addressing land and property issues and community hostility. The UN humanitarian coordinator also said that ‘for many IDPs [internally Displaced People] it is simply not an option for them to return to their neighborhoods as the people there don’t want them back... Six thousand of their houses have been burned and only 450 transitional shelters have been built to date. There is nowhere to go back to.’

The rise and fall of Alfredo Reinado

Reinado became a symbol of the disenfranchised – youths, the poor, veterans –and key to balancing peace in East Timor. Shortly after his arrest in 2006, he escaped from Becora prison along with 56 other inmates, later boasting that he waved at New Zealand soldiers as he left. In March 2007 the president at this time, Xanana Gusmao, sanctioned an Australian operation to capture Reinado after his men raided weapons from a police post. The operation resulted in several deaths but Reinado eluded capture, his popularity growing among Dili youths. He was able to represent the projected hopes of many of those for whom independence brought more disappointment and poverty.

Reinado was a liability but also bold and charismatic. His defiant messages to the authorities and vanishing acts made him a romantic figure that resonated with a generation that had lost its heroes. Journalist Max Stahl has likened him to Che Guevara, ‘a poster figure on laptops, and graffiti sketches around Dili.’

While most media reports have been quick to qualify the attacks as a coup or assassination attempt, others are more cautious. The emerging theory is Reinado was losing his support base among the petitioners. It is likely the attack, increasingly rumored to have been an attempted kidnapping rather than an assassination attempt or coup, was a pre-emptive move to prevent the impending defection of his support base.

There is a thin line between rumour, misinformation and premature conclusions as reported in the media. Observers have increasingly focused on the fact very little is known about what actually happened on the morning of the 11 February. As one blogger has observed, even of what little is known there are conflicting reports:

’I have heard/read "Alfredo shot in a bedroom/shot at the front gate", "shooting started at 6:50am versus Alfredo shot 30 minutes before the President", "kidnap not assassination", "PM Xanana knew nothing about what happened 40 minutes before / made fully aware", my cyclist friend [who warned the President of gun-shots when he was returning home from his morning exercise, moments before he was shot] has been elevated to diplomat but downgraded to jogger.’
Reinado’s popularity even after his death attests to a social reality that is quite different from what appears in the international media-the hero of the disenfranchised, rather than the outlandish renegade. Timor-Leste may have lost its most recent hero in Reinado but the nature of his achievements is perhaps more emblematic of Timor-Leste’s youths’ frustrations and loss of purpose.

Sara Gonzalez Devant and Carole Reckinger are freelance writers who worked in Timor-Leste in 2005-2006.


Tradução:

Timor-Leste perde o seu herói mais novo

Carole Reckinger e Sara Gonzalez Devant- 6 Março 2008
Red Pepper

Após o ataque ao presidente de Timor-Leste José Ramos Horta, Carole Reckinger e Sara Gonzalez Devant relatam sobre as complexidades que rodeiam a crise corrente

Há duas semanas, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) notícias e análises de serviço relatavam que o ambiente de segurança tranquilo em Timor-Leste ‘quebrado apenas ocasionalmente, como quando das recentes pequenas explosões em Dili … e as raras provocações por Alfredo Reinado … é apropriado para Timor-Leste desenvolver as suas muito necessárias reformas.’

O relatório foi publicado poucas horas antes do presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta ser baleado e do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão emboscado na manhã de 11 Fevereiro de 2008. O presidente está a recuperar num hospital na Austrália, tendo reganho a consciência dez dias depois dum coma induzido.

No dia do ataque foi declarado o estado de emergência e emitidos mandatos de captura contra 17 pessoas. Entre elas, Gastão Salsinha, segundo se disse no comando dos desertores depois do líder deles Alfredo Reinado, um antigo major da polícia militar, ser morto no ataque a Ramos-Horta.
Prevalecem em Díli a incredibilidade e a raiva. As forças internacionais despachadas para Timor-Leste para manterem a paz foram confrontadas com críticas duras pelo falhanço em prevenirem o ataque. O incidente desencadeou ainda raiva e desconfiança no seio da população. Contudo, o significado do ataque não está nos falhanços das forças de segurança.

O assalto aos símbolos constitucionais supremos – primeiro-ministro e presidente – os heróis da luta da libertação, deixam a nú a crise de identidade nacional de Timor. Não apenas porque o país esteve tão perto de perder os ícones mas porque perdeu o seu ícone mais novo em Alfredo Reinado. Foi-lhe dado um funeral de herói em Dili, o seu caixão embrulhado na bandeira Timorense e, como relatam artigos da BBC, ‘a sua face barbuda a olhar em desafio de cartazes numa postura revolucionária a imitarem deliberadamente a imagem que Xanana Gusmão costumava ter.’

Militares e polícias sob um comando único

Numa tentativa para apanhar os homens de Reinado as autoridades de Timor-Leste juntaram a polícia e as forças armadas num único comando.

As razões que sub-jazem é que é necessário garantir uma mobilização adequada das forças de segurança e defesa durante o estado de excepção. Mas a decisão desencadeou críticas. A falta duma separação clara entre a segurança interna e externa pode ser fatal para as instituições de segurança nascentes e levarem a tensões como ocorreram em 2006. Então, depois do despedimento dos soldados amotinados, os distúrbios resultaram em pelo menos 37 mortes e à deslocação de mais de 150,000 pessoas.

A crise de 2006 e o colapso das forças de segurança

Em Abril 2006 Dili rebentou em chamas depois de 600 soldados protestarem contra a discriminação dentro das fileiras das recentemente formadas forças armadas Timorenses. Os manifestantes, ‘ou peticionários’, foram sumariamente demitidos. Confrontos entre elementos da força da polícia nacional (PNTL) e as forças militares (F-FDTL) levaram a um vácuo de poder e ao colapso da lei e da ordem através do país.

Nem a PNTL nem as F-FDTL tinham a confiança da população ou a capacidade para providenciar a adequada segurança e ordem. Alegações repetidas de assédio sexual, violações de direitos humanos, distribuição ilegal de armas e de engajamento em negócios ilícitos enfraqueceram a confiança pública na PNTL em particular. Como demonstrou a crise de 2006 nem a polícia nem as forças militares eram politicamente neutras, ambas as instituições fragmentaram-se devido a um misto de lealdades regionais e políticas nas fileiras, apesar de anteriormente não terem sido proeminentes as divisões regionais em Timor-Leste.

Com o colapso do sector da segurança e da lei e ordem em geral, foi pedida uma força multinacional de manutenção da paz para restaurar a ordem no fim de Maio de 2006. Desde então têm-se feito esforços para resolver as questões múltiplas que afectam ambas as instituições, mas reverter o colapso não tem sido uma tarefa simples.

Reinado, o símbolo dum Timor-Leste desiludido

Reinado, um dos líderes dos amotinados, emergiu da crise de 2006 como um jogador chave. A sua popularidade é notável, mesmo depois de ter aparentemente liderado um ataque aos dois mais proeminentes heróis (vivos) da luta da libertação. Um relato da BBC avisava que ‘há algo de preocupante acerca da prontidão da juventude de Timor-Leste a fazer de herói um homem como Reinado, que pegou em armas contra o governo no caos de Maio de 2006 e recusou-se a entregá-las. Reinado não tinha nada a oferecer a Timor-Leste excepto a continuação duma luta armada idealizada como uma alternativa à tarefa sem glamour de construção duma nação a partir de muito pouco.’

Mas análises como as que a BBC cita exageram na ênfase dos falhanços institucionais do Estado Timorense e prestam pouca atenção ao papel da percepção popular em articular os predicamentos do país. A crise existe tanto nas ruas de Dili como ao nível do Estado. Não é tão simples como glamour versus construção de nação. A construção de nação é um momento altamente político, particularmente depois duma crise política maior, e as políticas são a chave da popularidade de Reinado. Mas para se perceber a atracção popular por ele tem que se mudar o foco do contexto institucional para uma crise societal maior em curso desde as deslocações internas de 2006.

Deslocações

A vasta maioria das pessoas deslocadas durante a crise de 2006 não regressaram para as suas casas. Mantém-se nos campos cerca de 100,000 deslocados. Destes, 30,000 estão na capital Dili. Para reduzir as populações nos campos e receando que alguns dos campos se tornassem permanentes, as autoridades decidiram cortar as rações de ajuda em Fevereiro de 2008 e a acabar totalmente com a ajuda alimentar em Março de 2008. Mas com o estado de emergência a decisão não podia ter vindo em pior altura.

Atul Khare, o Representante Especial do Secretário-Geral em Timor-Leste, explicou que o reestabelecimento é extremamente complexo, porque envolve resolver questões de terras e propriedades e hostilidade comunitária. O coordenador humanitário da ONU disse também que ‘para muitos deslocados não é opção regressarem aos seus bairros porque as pessoas de lá não os querem de volta... Seis mil das suas casas foram queimadas e apenas 450 abrigos transitórios foram construídos até à data. Não há local para onde regressarem.’

A subida e queda de Alfredo Reinado

Reinado tornou-se um símbolo dos destituídos – jovens, pobres, veteranos – e chave para equilibrar a paz em Timor-Leste. Pouco depois da sua prisão em 2006, escapou-se da prisão de Becora juntamente com outros 56 presos, gabando-se mais tarde de ter acenado aos soldados da Nova Zelândia quando saiu. Em Março de 2007 o então presidente, Xanana Gusmão, autorizou uma operação Australiana para capturar Reinado depois dos seus homens terem assaltado um posto de polícia e roubado as armas. A operação resultou em várias mortes mas Reinado escapou, aumentando a sua popularidade entre os jovens de Dili. Ele conseguiu representar as esperanças projectadas de muitos daqueles a quem a independência trouxe mais desilusão e pobreza.

Reinado era imprevisível mas também descarado e carismático. As suas mensagens desafiantes para com as autoridades e actos de desaparecer tornaram-no uma figura romântica que condizia com uma geração que tinha perdido os seus heróis. O jornalista Max Stahl comparou-o a Che Guevara, ‘uma figura de cartaz em computadores e desenhos graffiti à volta de Dili.’

Enquanto a maioria dos relatos dos media foram rápidos a qualificar os ataques como um golpe ou uma tentativa de assassínio, outros foram mais cautelosos. A teoria que está a emergir é que Reinado estava a perder a base de apoio entre os peticionários. É provável que o ataque, segundo rumores crescentes tenha sido uma tentativa de rapto em vez dum golpe ou tentativa de assassínio, e era um movimento pre-emptivo para evitar a deserção iminente da sua base de apoio.

Há uma linha ténue entre rumor, desinformação e conclusões prematuras conforme noticiados nos media. Os observadores estão crescentemente a focar no facto de se saber muito pouco sobre o que ocorreu realmente na manhã de 11 de Fevereiro. Como sublinhou um blogger, mesmo do muito pouco que se sabe há relatos que se contradizem:

’Houvi/li que "Alfredo foi baleado num quarto/no portão da frente", "que o tiroteio começou às 6:50 am versus Alfredo baleado 30 minutos antes do Presidente", "rapto não assassinato", "PM Xanana nada soube sobre o que aconteceu 40 minutos antes /foi totalmente informado", o meu amigo ciclista [que avisou o Presidente de disparos quando ele regressava a casa do seu exercício matinal, momentos antes de ser baleado] foi elevado a diplomata mas desclassificado como jogger.’
A popularidade de Reinado mesmo depois da sua morte atesta uma realidade social que é bastante diferente do que aparece nos media internacionais – o herói dos destituídos em vez do renegado estranho. Timor-Leste com Reinado pode ter perdido o seu herói mais recente mas a natureza das suas realizações e talvez mais emblemática das frustrações e perda de propósito dos jovens de Timor-Leste.

Sara Gonzalez Devant e Carole Reckinger são escritoras livres que trabalharam em Timor-Leste em 2005-2006.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Wednesday, 05 March 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL News Coverage

NP approves ICCI: The National Parliament approved on Monday (3/3) a resolution to establish an International Independent Commission of Inquiry (IICI). The resolution, proposed by Fretilin, KOTA, PPT and PD, will aim at uncovering the judicial and political responsibilities of the authors of February 11. Upon the agreement of MPs, IICI will work together with the judicial authorities. The National Parliament will recommend to the Government to work with the United Nations in establishing the IICI.

RTL News Coverage

Joint Operation of F-FDTL/PNTL: Related to rumours that the military operation has destroyed Christians statues in some houses, the Deputy Commander of F-FDTL/PNTL Joint Operation, Inspector Mateus Fernandes, said that the mission of the Joint Operation is only to seek the perpetrators of February 11, not to insult people’s beliefs. The Deputy Commander further appealed for people to not pay attention to such rumours.

Print Coverage

Mateus: Govt asks Salsinha to officially surrender: The Commander of the F-FDTL/PNTL Joint Operation has made it clear that the Government needs Salsinha to surrender formally to the Government. “Salsinha has already made contact, but the Government wants him to formally surrender so that the public can know that he has submitted himself,” said Commander Fernandes. (TP)

Rebel jailed before trial: The Dili District Court has ordered that Susar be remanded to Becora Prison while he awaits trial. This precaution was taken given the severity of the crimes he is charged with. (TP)

SRSG/Lasama: seeking ways to develop nation: The Special Representative of the Secretary-General (SRSG) for Timor-Leste, Atul Khare, said that his weekly meeting with the Acting President of the Republic, Fernando ‘Lasama’ de Araújo, was showing positive signs. “In our regular weekly meetings, we discuss many issues, including finding solutions to move this nation forward,” said SRSG Khare on Tuesday (4/3) in Dili. (TP)

Alfredo’s member surrenders. SRSG: good step for stability: The Special Representative of the Secretary-General (SRSG) for Timor-Leste, Atul Khare, considers the surrender of the Alfredo’s member to the F-FDTL/PNTL Joint Operation to be a positive step towards regaining stability. “I believe that the efforts of the state of Timor-Leste are moving forward to strengthen peace and stability,” said SRSG Khare after his regular weekly meeting with the Acting President Fernando ‘Lasama’ de Araújo on Tuesday (4/3) in Palacio das Cinzas Caicoli, Dili. (STL)

National News Sources:

Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)


Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Quarta-feira, 05 Março 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e dos seus conteúdos não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Cobertura de Notícias

PN aprova CIII: O Parlamento Nacional aprovou na Segunda-feira(3/3) uma resolução para se estabelecer uma Comissão Internacional Independente de Inquérito (CIII). A resolução, proposta pela Fretilin, KOTA, PPT e PD, visa descobrir as responsabilidades judiciais e políticas dos autores de 11 de Fevereiro. Com o acordo dos deputados a CIII trabalhará juntamente com as autoridades judiciais. O Parlamento Nacional recomenda que o Governo trabalhe com as Nações Unidas para estabelecer a CIII.

RTL Cobertura de Notícias

Operação Conjunta das F-FDTL/PNTL: Relacionado com rumores de a operação militar ter destruído estátuas cristãs nalgumas casas, o Vice-Comandante da Operação Conjunta das F-FDTL/PNTL, Inspector Mateus Fernandes, disse que a missão da Operação Conjunta apenas procura os perpetradores do 11 de Fevereiro, nunca insultar as crenças das pessoas. O Vice-Comandante apelou ainda às pessoas para não prestarem atenção a tais rumores.

Cobertura Impressa

Mateus: Governo pede oficialmemte a Salsinha para se entregar: O Comandante da Operação Conjunta das F-FDTL/PNTL deixou claro que o Governo precisa que Salsinha se entregue formalmente ao Governo. “Salsinha já fez contactos, mas o Governo quer que ele se entregue formalmente para que a população possa saber que ele se entregou,” disse o Comandante Fernandes. (TP)

Amotinado preso antes do julgamento: O Tribunal do Distrito de Díli ordenou que Susar seja mantido na Prisão de Becora enquanto aguarda julgamento. Foi tomada esta precaução dada a gravidade dos crimes de que é acusado. (TP)

SRSG/Lasama: procurando caminhos para desenvolver a nação: O Representante Especial do Secretário-Geral (SRSG) para Timor-Leste, Atul Khare, disse que o seu encontro semanal com o Presidente Interino Fernando ‘Lasama’ de Araújo, estava a mostrar sinais positivos. “Nos nossos encontros semanais regulares, discutimos muitas questões, incluindo encontrar soluções para fazer a nação avançar,” disse o SRSG Khare na Terça-feira (4/3) em Dili. (TP)

Membros do grupo de Alfredo entregam-se SRSG: bom passo para a estabilidade: O Representante Especial do Secretário-Geral (SRSG) para Timor-Leste, Atul Khare, considera que a entrega do membro do grupo de Alfredo à Operação Conjunta F-FDTL/PNTL foi um passo positivo para o reganhar da estabilidade. “Acredito que os esforços feitos pelo Estado de Timor-Leste estão a fazer avançar e a reforçar a paz e a estabilidade,” disse o SRSG Khare depois do seu encontro semanal regular com o Presidente Interino Fernando ‘Lasama’ de Araújo na Terça-feira (4/3) no Palácio das Cinzas Caicoli, Dili. (STL)

Fontes de Notícias Nacionais:

Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)

Salsinha poderá render-se nas próximas horas

Rádio Renascença
06-03-2008 1:28

O ex-tenente Gastão Salsinha deverá entregar-se, juntamente com um grupo de 30 homens, entre hoje e amanhã às autoridades de Timor-Leste, avança a agência Lusa.

Segundo fontes militares e internacionais em Díli, o acordo para a rendição terá sido conseguido esta quarta-feira.


Contactado pela Renascença, o tenente Carlos Correia, porta-voz do contingente da GNR em Timor-Leste, não confirma a informação.

Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas que em 2006 saíram dos quartéis e foram expulsos da instituição militar, esteve envolvido nos ataques de 11 de Fevereiro contra o Presidente Ramos Horta e o Primeiro-ministro Xanana Gusmão.

RV

Grande incerteza sobre rendição iminente de Gastão Salsinha

DN, 06/03/08
LUÍS NAVES

As autoridades timorenses esperaram anteontem, "a qualquer momento", a rendição do ex-tenente Gastão Salsinha, um dos líderes do grupo que atacou o Presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, a 11 de Fevereiro.

Segundo relato do correspondente da Lusa, em Dili, ao longo de segunda-feira chegou a circular a notícia de que a operação de rendição ou captura tinha sido concluída com êxito, mas a informação foi desmentida por uma fonte militar.

O mesmo correspondente, Pedro Rosa Mendes, descreve a cena vivida junto ao Palácio do Governo, em Dili, no final do dia: após as autoridades terem abandonado o local onde tinham esperado a chegada do rebelde, houve um novo rumor de que Gastão Salsinha se tinha entregue numa igreja, em Gleno. De novo, não houve confirmação. "O 'a qualquer momento' sobre a rendição passou, entretanto, a ser perspectivado 'nas próximas 48 horas'", escrevia a Lusa.

"Trabalhamos para reunir as condições para que ele desça [das montanhas]. Constato que ele se mostra cooperativo", dizia ontem o general Taur Matan Ruak, chefe do estado-maior timorense, citado pela AFP, e referindo-se ao antigo tenente, ainda a monte.

O próprio Salsinha confirmou a sua intenção, através de um SMS enviado ao correspondente da agência francesa. Mas a certeza transformou-se de novo numa espera inútil. De qualquer forma, a rendição poderá ocorrer em breve. Salsinha está numa zona de Ermera, de difícil acesso, cercado pelas forças de estabilização internacional.

Gastão Salsinha era o líder dos chamados peticionários, os militares afastados em 2006 do exército, após um motim. O grupo correspondia a um terço dos efectivos e continha elementos que tinham combatido na resistência aos indonésios, daí o seu forte sentimento de injustiça.

O problema dos peticionários nunca chegou a ser resolvido, provocando a desestabilização do país. A dificuldade em reintegrar estes elementos foi um factor decisivo na crise política timorense, ao longo de quase dois anos. Ao chefe do movimento dos peticionários juntou-se aquele que se transformaria no líder rebelde do país, o major Alfredo Reinado, que foi abatido no início dos incidentes de 11 de Fevereiro.

No caso de Salsinha se render em breve, as suas acções poderão ser analisadas por uma comissão internacional de inquérito, cuja formação foi aprovada pelo parlamento timorense, numa resolução aprovada na segunda-feira.

A votação revela um alinhamento partidário surpreendente. A resolução foi aprovada com votos do principal partido da oposição (Fretilin) e do principal partido da coligação do Governo, o CNRT de Xanana Gusmão. Mas votaram contra esta resolução formações que participam na aliança para a maioria governamental, nomeadamente o PD.

Gastão Salsinha deverá entregar homens e armas sexta-feira

Díli, 06 Mar (Lusa) - A entrega do grupo de Gastão Salsinha e das armas em seu poder deverá realizar-se sexta-feira, "talvez antecedida de uma pequena cerimónia fora de Díli", afirmaram hoje à agência Lusa fontes que acompanham as negociações com o ex-tenente.

Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas em Janeiro de 2006, concordou em entregar-se às autoridades timorenses, com o seu grupo, depois de uma reunião em Letefoho, distrito de Ermera, quarta-feira à noite (princípio da tarde em Lisboa).

Fontes judiciais afirmaram, entretanto, que mais cinco mandados de captura foram hoje emitidos para suspeitos de envolvimento no duplo ataque de 11 de Fevereiro contra o Presidente da República e a caravana do primeiro-ministro.

Passa assim para 13 o número de mandados de captura, dois dos quais já cumpridos com a rendição às autoridades de Amaro da Costa, conhecido por Kaer Susar, e de Domingos Amaral.

Fontes militares e internacionais em Díli afirmaram à Lusa que o acordo para a entrega de 32 homens e 18 armas foi atingido "em conversações directas" com Gastão Salsinha, que envolveram a Procuradoria-Geral da República.

Longuinhos Monteiro, o procurador-geral timorense, deslocou-se à frente de uma delegação para o distrito de Ermera (sudoeste de Díli), quarta-feira ao princípio da tarde, chegando ao fim do dia à área onde se encontra Gastão Salsinha.

A reunião directa das autoridades timorenses com Gastão Salsinha, quarta-feira à noite, concluiu três dias de negociações intensas, "através de vários canais e de mensagens trocadas por diferentes intermediários" com o ex-tenente e dele com o seu grupo, segundo as mesmas fontes.

Gastão Salsinha chefia o grupo de homens que acompanhavam antes o major Alfredo Reinado e que atacaram a residência de José Ramos Horta e a caravana de Xanana Gusmão.

O major Reinado morreu no ataque à residência de José Ramos Horta e os fugitivos estão a ser procurados numa operação conjunta das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional (PNTL).

O acordo para a entrega do grupo e das armas, cujos detalhes estavam hoje a ser finalizados, prevê a rendição de um grupo de 28 homens no distrito de Ermera, incluindo Gastão Salsinha, e de mais quatro elementos, que serão trazidos hoje do distrito de Suai (sudoeste do país).

A Polícia das Nações Unidas (UNPol) deverá proceder ao transporte do grupo de fugitivos para Díli, "uma vez que Gastão Salsinha não quer qualquer intervenção das F-FDTL nisso", segundo uma fonte militar.

Rodolfo Tor, comissário da UNPol, não comentou o envolvimento das Nações Unidas no cumprimento do acordo com Gastão Salsinha mas afirmou que as forças da missão internacional "estão prontas" se for necessário.

"Até agora a UNPol não esteve envolvida (na rendição de Gastão Salsinha) mas estamos prontos para assistir quando formos chamados", afirmou Rodolfo Tor na conferência de imprensa semanal da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).

Essa prontidão abrange "a escolta, a detenção ou a protecção" aos elementos procurados pelas autoridades, explicou o chefe da UNPol.

A situação continua calma, sem nenhum dispositivo militar especial visível, nas vilas de Ermera e de Gleno.

PRM
Lusa/Fim

Salsinha e 30 homens concordam entregar-se

Díli, 05 Mar (Lusa) - O ex-tenente Gastão Salsinha e um grupo de cerca de 30 homens entrega-se quinta ou sexta-feira às autoridades timorenses, afirmaram à agência Lusa fontes militares e internacionais em Díli.

O acordo para a rendição do grupo de Gastão Salsinha foi atingido hoje à tarde (hora de Lisboa) numa reunião na região de Letefoho, Distrito de Ermera.

"Hoje é 'Dia D'", confirmou à Lusa uma fonte que acompanhou as negociações para a rendição de todo o grupo.

O acordo abrange um total de 32 homens: 28 em Ermera e mais quatro que deverão ser recolhidos no Distrito de Suai (Sudoeste), que entregarão 18 armas, segundo as mesmas fontes.

A cerimónia de entrega das armas ao Presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, poderá acontecer só quinta-feira, numa cerimónia em Díli.

Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas que em 2006 saíram dos quartéis e foram expulsos da instituição militar, esteve envolvido nos ataques de 11 de Fevereiro contra o Presidente da República e o primeiro-ministro, aliado ao major Alfredo Reinado.

O ex-tenente passou a liderar o grupo de atacantes, com a morte do major Reinado no ataque à residência de José Ramos-Horta.


PRM.
Lusa/fim

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Susar não está na prisão de Becora":

Das duas uma: ou Susar está preso numa casa com guarda das FFDTL porque a prisão não oferecia garantias de o manter lá dentro, ou não há nada de errado com a prisão e isto é um "gesto de cortesia" oferecido por um conhecido político para que Susar não fale...

A confirmar-se esta segunda hipótese, a situação será muito grave e ficará provado que afinal nada mudou em TL. Susar está a ter precisamente o tratamento que Reinado reivindicava: uma espécie de "prisão domiciliária". Só falta agora o cozinhado da amnistia, que será o preço a pagar pelo silêncio dos amotinados do grupo de Reinado.

Mas... ainda tenho esperança de que seja confirmada a primeira hipótese e não a segunda.

Reunião do Conselho de Ministros de 05 de Março de 2008

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
IV Governo Constitucional

COMUNICADO À IMPRENSA

O Conselho de Ministros reuniu-se esta Quarta-feira, 05 de Março, 2008, na Sala de Reuniões do Conselho de Ministros, no Palácio do Governo, em Díli, e aprovou:

1- Resolução que Aprova a Política Nacional de Gestão de Riscos de Desastres
A gestão de riscos de desastres é fundamental para o desenvolvimento socio-económico do País. O IV Governo Constitucional encara esta responsabilidade com seriedade e estabelece neste documento que define a Política Nacional de Gestão de Riscos de Desastres os seus objectivos e as principais estratégias para o sector nos próximos cinco anos.

O Ministério da Solidariedade Social, através do Secretário de Estado da Assistência Social e Desastres Naturais, estabeleceu como tarefa principal desenvolver um sistema de prevenção de desastres integrado e flexível, capaz de responder à realidade de Timor-Leste, e procurando incluir todos os cidadãos nacionais e estrangeiros como intervenientes em caso de calamidades.

2- Decreto que Regulamenta a Prestação de Serviços de Telefone Móvel
O Governo tem dedicado uma grande atenção ao tema das telecomunicações, nomeadamente através do desenvolvimento de vários projectos, que já começaram a dar, de forma muito visível, os seus frutos.
De entre eles, destacam-se os serviços móveis de telecomunicações, que assumidamente são um caso de sucesso em Timor Leste.

Entende o Governo que o quadro regulamentar deve evoluir de modo a permitir uma melhor concretização de todos os objectivos, pelo que resolve introduzir novas regras às operadoras de telemóveis, de modo que sejam salvaguardados e reequilibrados os valores e interesses a proteger.
O presente diploma regulamenta os contratos de adesão, aceitação e utilização dos cartões SIM, do serviço de telefone móvel. O disposto no presente diploma aplica-se aos contratos de adesão para cartões SIM emitidos por qualquer entidade concessionária de serviços da rede móvel. Foi ouvida a Concessionária, nos termos do n.º 3 da cláusula 12.º do Contrato de Concessão do Serviço de Telecomunicações.

3- Decreto-Lei que Aprova o Regime de Monitorização de Embarcações de Pesca
O presente Decreto-Lei institui e regulamenta o sistema de monitorização contínua de embarcações de pesca, via satélite, designado SIMOCEP. Pretende-se monitorizar embarcações de pesca nacionais e estrangeiras licenciadas em Timor-Leste, para efeitos de vigilância e controlo do exercício da actividade da pesca.

O objectivo é melhorar a gestão dos recursos pesqueiros de Timor-Leste, através de uma monitorização, controlo e vigilância efectiva das embarcações de pesca; melhorar a aplicação da lei, especialmente no combate à pesca ilegal, não declarada e não regulada; recolher dados e informações sobre as actividades das embarcações, visando melhorar a gestão sustentável dos recursos marítimos nacionais; e respeitar as obrigações nacionais e internacionais do país relativas à prática responsável da pesca.

4- Decreto-Lei que Aprova a orgânica do Ministério do Turismo, Comércio e Indústria
O Programa do IV Governo Constitucional prevê uma política de desenvolvimento das actividades turística, comercial e industrial, como mecanismo de capital importância na redução da pobreza e no combate ao desemprego, contribuindo inequivocamente para a estabilidade social e política do país.

O Decreto-Lei N.º 7/2007 de 5 de Setembro de 2007, que estabelece a Estrutura Orgânica do IV Governo Constitucional da República Democrática de Timor-Leste, determina, no seu artigo 37.°, a elaboração ou alteração das respectivas leis orgânicas dos Ministérios.

O presente Decreto-Lei estabelece a estrutura dos órgãos e serviços que compõem o Ministério do Turismo, Comércio e Indústria, dotando-os das competências necessárias à prossecução das políticas do Governo para essas áreas, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 29º do citado diploma.

5- Apresentação das Regras e Processos para a Revisão do Orçamento Geral do Estado de 2008
O Conselho de Ministros, na sua reunião de hoje, aprovou ainda as Regras e Processos para a Revisão do Orçamento Geral do Estado de 2008, que foram pormenorizadamente apresentadas no plenário pela Ministra das Finanças.

6- Apresentação sobre Política e Regras de Uso de Veículos do Estado
Os técnicos do Ministério das Finanças apresentaram uma proposta visando estabelecer uma nova política de afectação de viaturas do Estado e, ao mesmo tempo, definir as novas regras de uso desses veículos. A proposta foi aprovada pelo Conselho de Ministros.

7- Apresentação das Prioridades Nacionais para 2008
O Conselho de Ministros ouviu uma apresentação efectuada pela Ministra das Finanças identificando as metas prioritárias e os resultados que o Governo se compromete a atingir até ao final de 2008. Serão posteriormente levadas a cabo consultas adicionais com os diversos ministérios, antes deste estudo ser apresentado no encontro com os parceiros para o desenvolvimento de Timor-Leste.

O documento apresentado em plenário identifica seis áreas: segurança pública; protecção social e solidariedade; juventude; emprego e geração de rendimentos; melhoria da eficácia dos serviços sociais; e governação transparente e eficaz.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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