quinta-feira, maio 17, 2007

Ainda Balibo

The Australian - May 17, 2007

Indonesia had carte blanche for force: Balibo hearing
Dan Box


The Indonesian Government believed it had been given "carte blanche" by the then Australian prime minister Gough Whitlam to launch the 1975 invasion of East Timor that led to the killings of the Balibo five.

Giving evidence at the coronial inquest into the death of one of the five journalists, Brian Peters, the then head of the Department of Foreign Affairs, Alan Renouf, criticised the government's policy at the time as "chilling in its simplicity".

Mr Whitlam had initially encouraged Indonesia that it had a legitimate claim to Portuguese Timor, Mr Renouf said, forcing him to personally insist that Indonesia could only exercise this claim through a democratic vote not military force.

"I always thought that Indonesia would adopt the position that we have carte blanche, we can go ahead with force and I'm not sure they believed the Australian Government would oppose that,'' Mr Renouf said.

The former diplomat was also scathing in his description of the Indonesian attack on the Timorese village of Balibo, on October 16, 1975, which he said broke UN agreements and international law.

"I took strong objection to the killings of the five journalists. I thought it was bad enough for the breach of international law ... but I thought the killing of the five journalists therefore was revolting, quite unnecessary, cold blooded and really merciless, wanton , and infamous act.

"When I came to my conclusion about the responsibility and the fault lying with the Indonesian Government ... I found that feeling shared by nearly everybody who was in the Department of Foreign Affairs at the time.''


ABC – Thursday, May 17, 2007. 3:50pm (AEST)

Balibo Five killed in 'cold blood'

A former head of the Department of Foreign Affairs has told a Sydney coroners court that the 1975 killings of the Balibo Five journalists were "revolting" and "cold-blooded".

Allan Renouf was the department secretary when five Australian-based journalists were killed during the Indonesian army's attack on the village of Balibo in East Timor in 1975.

Speaking at the Glebe Coroners Court in the inquest into the death of cameraman Brian Peters, Mr Renouf said the department had been given advance warning of the Indonesian invasion of East Timor.

But he said he assumed the journalists had followed then-prime minister Gough Whitlam's advice not to travel to East Timor.

Mr Renouf said he and his colleagues firmly believed the men were deliberately killed. He described the killings as "revolting", "unnecessary", "cold-blooded" and "merciless". Mr Renouf said his feelings were shared by others in the department.

Earlier the inquest heard that a former officer at the Department of Foreign Affairs was told Indonesian troops deliberately killed the Balibo Five so they would not expose Indonesia's actions.

Jim Dunn said that a few months after the attack he met an East Timorese man, Jose Martins, who had fought with the Indonesian military.

Mr Martins told him Indonesian troops deliberately killed the journalists to stop them exposing Indonesia's covert operation.

Mr Dunn told the court he believed the soldiers would not have killed the men unless they had had orders from higher up in the Indonesian military.

Australia's ambassador to Indonesia at the time of the killings, Richard Woolcott, told the court he sent two reports about the impending invasion to Canberra in the days before it happened.

Mr Woolcott said he did not know the journalists were in Balibo, and if he had, he would have taken steps to protect them.

The court has heard it took almost a month for Indonesian authorities to confirm the men had died.

Mr Woolcott said he assumed that was because the Indonesians were deeply embarrassed by the deaths. He said the embassy pressed the Indonesians for information about how the men died, but never got a precise answer.

"Lassama" exclui aliança com a FRETILIN



Díli, 17 Mai (Lusa) - O presidente do Partido Demorático (PD), Fernando "Lassama" de Araújo, disse hoje manter "a porta aberta" a alianças parlamentares com o Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) e outros partidos mas exclui um acordo com a FRETILIN.

"A FRETILIN tem os seus problemas", comentou à Lusa o terceiro candidato mais votado na primeira volta das presidenciais de 09 de Abril.

"Penso que o corredor do Parlamento vai ser mais vivo" na próxima legislatura, acrescentou Fernando "Lassama" de Araújo, questionado sobre o que espera das legislativas de 30 de Junho.
Pelo contrário, "a porta está aberta a uma aliança com partidos que têm o mesmo ideário e a mesma intenção", afirmou o líder do PD, citando o CNRT e dando como exemplo a exigência de uma maioria de dois terços para aprovação do Orçamento Geral do Estado.

O PD assinou em Fevereiro um acordo com a Associação Social Democrata Timorense (ASDT) e o Partido Social Democrata (PSD) para depois das legislativas de 30 de Junho.

Segundo este acordo, os partidos vão fazer a sua própria campanha eleitoral mas vão formar Governo se os votos reunidos das três formações permitirem uma maioria no Parlamento.

ASDT e PSD concorrem às legislativas em coligação e apresentaram a semana passada uma lista conjunta na Comissão Nacional de Eleições.

Fernando "Lassama" de Araújo obteve 77.459 votos, ou 19,18 por cento, nas eleições de 09 de Abril, apenas menos dois por cento do que José Ramos Horta, que passou à segunda volta e ganhou as eleições de 09 de Maio.

"Depois das eleições, juntamos as cadeiras no Parlamento", explicou o líder do PD.
"Fizemos as contas e, com o resultado das presidenciais, teríamos 14 cadeiras no Parlamento", afirmou Fernando "Lassama" de Araújo, sublinhando que "os votos do PD não são apenas 77.000 votos".

"Tenho a certeza que os votos (do PD) vão aumentar na parte Leste do país, em Baucau, Lospalos e Viqueque, e também em Díli", acrescentou o presidente do Partido Democrático.

A soma dos votos obtidos na primeira volta pelos candidatos presidenciais do PD, ASDT e PSD equivale a 42,43 por cento.

"Acredito que a nossa aliança parlamentar vai ter mais que 50 por cento" nas legislativas.
"Os políticos timorenses têm consciência de que o povo já ofereceu uma política equilibrada para este próximo Parlamento e para o Governo também", analisou o líder do PD.

Sobre "a camada ou geração de 1975" que tem dirigido o país até agora, Fernando "Lassama" de Araújo comentou que "o povo já lhes concedeu a oportunidade de servir e a nação está como está. Todo o povo sabe disto e todo o mundo vê".

"A geração pós-75 tem as suas próprias ideias para resolver esta crise", acrescentou o presidente do PD, que nos anos 80 e 90 dirigiu a RENETIL, a estrutura juvenil da resistência timorense, até ser preso pela Indonésia.

Fernando "Lassama" de Araújo criticou a última alteração legislativa aprovada pela FRETILIN no Parlamento, dia 16, que estipula a contagem dos votos nas sedes de distrito e acaba com a contagem a nível local.

"O PD votou contra esta alteração. Respeitamos a vontade do povo e a contagem deve ser feita onde o povo vota, em cada estação e não no distrito", explicou.

"Assim é mais fácil manipular" os resultados, disse. "Todos sabem que os outros partidos políticos não têm facilidade de carro ou motorizada para acompanhar" as urnas de votos entre as aldeias e a sede de distrito, acrescentou.

"Se vai apenas o STAE (Secretariado Técnico de Administração Eleitoral) com um carro ou carrinha com os votos, serão os oficiais a ir aí. Quem é que vai controlar o transporte durante o longo caminho longo?", questionou.

"A FRETILIN não é consistente. Se eles é que decidiram que os partidos políticos se envolvem directamente nas eleições das aldeias, como pode agora duvidar neste processo da eleição geral?

A FRETILIN perdeu a razão", acusa Fernando "Lassama" de Araújo.

PRM-Lusa/Fim

Notícias - 15 de Maio 2007 - traduzidas pela Margarida

Agence France-Presse – Terça-feira, Maio 15, 2007

Ramos-Horta de Timor-Leste presta tributo a Gusmão

O presidente eleito de Timor-Leste José Ramos-Horta na Terça-feira elogiou o que está de saída Xanana Gusmão dizendo que é um diplomata habilidoso, e prometeu continuar o seu trabalho de reforçar laços internacionais quando assumir o posto.


"Seguir os passos do presidente e velho irmão Xanana Gusmão não é fácil," disse Ramos-Horta numa cerimónia de despedida em honra de Gusmão no palácio presidencial.

"Como presidente foi o número um neste país," disse.

Ramos-Horta, um vencedor do Nobel da Paz, venceu as presidenciais na semana passada, elevando esperanças entre os Timorenses que ajudará a resolver tensões e desassossegos no estado inquieto.

O popular Gusmão, que não se re-candidatou, tornou-se o primeiro presidente de Timor-Leste depois de ter ganho a independência em em 2002 após a separação sangrenta da ocupante Indonésia três anos antes.

Nas eleições parlamentares no próximo mês, Gusmão é o favorito para ganhar o posto poderoso de primeiro-ministro, num gesto visto como uma troca de lugares com o aliado próximo Ramos-Horta.

Ramos-Horta sairá do cargo de primeiro-ministro depois de serem anunciados oficialmente os resultados das presidenciais de Quarta-feira, e antes de tomar posse como presidente no Domingo.

Disse na Terça-feira que continuará o trabalho de Gusmão de estreitar relações com a comunidade internacional, de cuja assistência a pequena nação precisa quando tenta sair da pobreza cinco anos depois da independência.

"A sua visão deu força (ao povo) e a sua cooperação com o governo tem ajudado a assegurar que podem ser mantidas relações diplomáticas com a comunidade internacional," disse.


Tropas estrangeiras fora destacadas para a nação para restaurar a segurança depois do desassossego de Maio último ter deixado 37 pessoas mortas e forçado 150,000 a fugir das suas casas.


Ramos-Horta foi nomeado primeiro-ministro depois de o então primeiro-ministro Mari Alkatiri ser forçado a resignar pelo despedimento de 600 desertores das forças armadas que se queixavam de discriminação, um passo controverso que ajudou a despoletar o desassossego.

Radio Austrália – 15/05/2007, 09:48

Novo presidente diz que Timor-Leste deve subsidiar a agricultura

O Presidente acabado de eleger de Timor-Leste, José Ramos-Horta, diz que o seu Governo precisa de apoiar a sua própria agro-indústria se quer começar a competir no mercado internacional.

O Dr Ramos-Horta diz que Timor-Leste tem todos os recursos para ele próprio apoiar e que compete ao governo criar oportunidades de comércio, e ajudar os produtores locais a expandir os seus negócios.

Diz que é impossível os agricultores terem lucros quando sai mais barato importar produtos como o arroz do que produzi-los localmente.

"O país tem um potencial tremendo, temos recursos, o país pode alimentar-se a si próprio," disse o Dr Ramos-Horta. "O Estado, o governo, deve, pelo menos durante cinco ou dez anos, subsidiar a nossa agricultura. Vamos põr os nossos agricultores a produzir arroz ou milho e o Estado garante a sua compra a um preço justo."


ABC – Terça-feira, Maio 15, 2007. 5:00am (AEST)

Ramos Horta quer a TAFE Australiana a treinar Timorenses

O presidente eleito de Timor-Leste, José Ramos Horta, diz que quer que várias centenas de Timorenses vão para a Austrália estudar na TAFE, para ajudar a aumentar o número de trabalhadores habilitados neste país.

Falando ao programa Late Night Live na ABC Radio National, o antigo primeiro-ministro diz que a sua nação tem uma necessidade desesperada de trabalhadores habilitados, e que a TAFE pode dar oportunidades aos jovens não disponíveis no país.

Diz que falou sobre o plano com os Primeiro-Ministro e Ministro dos Estrangeiros Australianos e que obteve uma reacção positiva.

"Se a Austrália for suficientemente generosa para abrir a TAFE na Austrália a centenas de Timorenses, daqui a cinco ou dez anos, teremos milhares de pessoas a falar bem o Inglês e com bom treino vocacional," disse.

O Dr Ramos Horta diz que o seu Governo precisa de apoiar a sua própria agro-indústria se quer começar a competir no mercado internacional.

Diz que Timor-Leste tem todos os recursos para se apoiar e que agora compete ao governo criar oportunidades e ajudar produtores locais a expandir os negócios deles.

Diz que é impossível aos agricultores venderem produtos como arroz dado que é mais barato importá-lo do que produzi-los localmente.

"O país tem um potencial tremendo, temos recursos, o país pode auto-alimentar-se," disse.

"O Estado, o Governo, deve, pelo menos durante cinco ou dez anos, subsidiar a nossa agricultura.

"Pomos os nossos agricultores a produzirem arroz ou milho e o Estado garante a sua compra por um preço justo."

Entretanto, o foragido amotinado militar Alfredo Reinado diz que está pronto a entregar-se às autoridades de Timor-Leste.

O Dr Ramos Horta diz que se encontrou com os dois bispos para discutir a rendição pacífica do major Reinado – possivelmente esta semana.

O major Reinado tem estado em fuga desde que tropas lideradas pelos Australianos atacaram o seu esconderijo na montanha em Março.

Em Agosto passado, o major Reinado escapou juntamente com outros 50 presos da prisão onde estava com acusações de envolvimento numa vaga de violência que matou 37 pessoas e levou 150,000 a fugirem das suas casas.

Angola ausente da posse de PR Ramos-Horta por razões "técnicas"

Luanda, 16 Mai (Lusa) - Angola não estará representada na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, no próximo domingo, por "razões de ordem técnica", anunciou hoje fonte da presidência angolana.

Chefe da missão da ONU visita Portugal

Díli, 16 Mai (Lusa) - O representante-especial do secretário-geral das Nações Unidas em Timor-Leste, Atul Khare, visita Portugal de 22 a 25 de Maio, para encontros com autoridades portuguesas e com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Mais uma vez Obrigado Margarida!

Correcção

Konis Santana morreu de doença. Não foi morto pelos indonésios.

Declaração do Representante Especial do Secretário-Geral em Timor-Leste, Atul Khare

Tradução da Margarida:

O enviado de topo da ONU em Timor-Leste congratulou formalmente o Dr. José Ramos-Horta pela sua vitória nas eleições presidenciais do país.

O presidente eleito Ramos-Horta será empossado como segundo presidente do país numa cerimónia em Dili no Domingo.

“Estou confiante que o novo Presidente Dr. José Ramos-Horta enfrentará com energia os muitos problemas que o país enfrenta a bem de todos os Timorenses,” disse o Representante Especial do Secretário-Geral em Timor-Leste, Atul Khare.

“Gostaria de congratular o povo de Timor-Leste pelas duas eleições presidenciais pacíficas.

Apresento também o meu respeito a Francisco Lú-Olo Guterres que aceitou com dignidade os resultados.

Durante as duas voltas das presidenciais, todos os candidatos comportaram-se com dignidade e profissionalismo, e mostraram respeito pelos princípios democráticos.

Como novo Presidente, o Dr. Ramos-Horta estará bem colocado para guiar a nação a tomar o seu lugar ao lado dos outros Estados-nações no mundo globalizado ao mesmo tempo que retém a sua identidade política e cultural única definida pela sua história.

Na ONU, esperamos trabalhar com o Dr. Ramos-Horta e todos os cidadãos de Timor-Leste para assistir nesta altura emergente e excitante.” Disse o Sr Khare

Para mais informações por favor telefonea porta-voz da UNMIT Allison Cooper em +670 7230453

Konis Santana não ouviu Xanana Gusmão...

Os conselhos de Xanana Gusmão não foram seguidos. A FRETILIN não desistiu.

Timor-Leste foi independente. E com a ajuda de Portugal.

Para reflectir...


Continuação. Carta enviada por Xanana Gusmão ao líder da resistência, Comandante Konis Santana (que mais tarde viria a ser morto pelos indonésios).




















(página 2)

Para reflectir.


Carta enviada por Xanana Gusmão ao líder da resistência, Comandante Konis Santana (que mais tarde viria a ser morto pelos indonésios).
















(página 1)


Notícias - 16 de Maio 2007

UE saúda forma "calma" como decorreu 2ª volta das eleições

Bruxelas, 16 Mai (Lusa) - A presidência alemã da União Europeia saudou hoje o povo de Timor-Leste pela forma "calma" e "ordeira" em que decorreu, na quarta-feira passada, a segunda volta das eleições presidenciais, que deram a vitória a José Ramos Horta.
"O povo timorense demonstrou, mais uma vez, o seu compromisso com o processo democrático", lê-se no comunicado hoje divulgado pela presidência.

A União Europeia (UE) "vê esta eleição presidencial como um passo importante para o reforço das estruturas democráticas e de instituições democráticas confiáveis", refere ainda a nota.

A presidência da UE reafirma - tal como o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, o tinha feito a uma carta enviada a Ramos Horta - o seu "total compromisso em apoiar Timor-Leste" na consolidação da democracia e no desenvolvimento do país.

Uma equipa de observadores da União Europeia irá acompanhar o desenrolar das próximas eleições legislativas no país, marcadas para 30 de Junho.

O ainda primeiro-ministro timorense José Ramos-Horta venceu a segunda volta das presidenciais, a 09 de Maio, com 69,18 por cento dos votos.

IG-Lusa/Fim


Timor-Leste/Eleições: Parlamento altera lei eleitoral para as legislativas

Díli, 16 Mai (Lusa) - O Parlamento Nacional de Timor-Leste aprovou hoje uma alteração da lei eleitoral para as legislativas, introduzindo mudanças no local de contagem e no conteúdo do boletim de voto.
O projecto-de-lei de alteração da Lei 6/2006, de 28 de Dezembro, elimina a contagem em cada estação de voto, como aconteceu nas recentes eleições presidenciais, e estabelece a contagem "nas respectivas sedes dos distritos".

A contagem passa a ser feita "pela assembleia de apuramento distrital imediatamente à chegada das urnas", acrescenta o artigo 46º da alteração legislativa.

Outra alteração aprovada pelo Parlamento é relativa ao boletim de voto, onde não constará, depois de debatida essa hipótese, o retrato do cabeça-de-lista de cada partido ou coligação.

"Em cada boletim de voto é impressa a denominação, a sigla, a bandeira ou emblema do partido político ou coligação partidária, de acordo com modelo a aprovar pela CNE, sob proposta do STAE, devendo a bandeira e o emblema ser coloridos", diz o número 2 do artigo 3º.

Uma das polémicas da primeira volta das presidenciais, realizada a 09 de Abril, foi a aprovação no Parlamento, por proposta da FRETILIN, de uma alteração legislativa que permitia o uso dos símbolos nacionais e partidários além do retrato dos candidatos à chefia do Estado.

A justificação da última alteração legislativa refere "a correcção da redacção dos artigos que não traduziram de forma precisa a intenção legislativa quando da aprovação da Lei 6/2006" e segue algumas das modificações à Lei Eleitoral para Presidente da República feitas a 27 de Março pela Lei 7/2007.

Na alteração hoje aprovada "foram introduzidos 12 artigos contendo ilícitos eleitorais não contemplados até então na presente lei. Ao contrário do que possa parecer, o intuito não é criar um ambiente eleitoral de opressão à sociedade", lê-se na justificação da proposta.

"A alteração apenas reintroduziu os ilícitos eleitorais constantes da Lei 2/2004, de 18 de Fevereiro, que dispõe sobre a eleição dos chefes de suco e dos conselhos de suco".

"Naquela oportunidade, havia a expectativa da aprovação do Código Penal", mas uma vez que essa aprovação não aconteceu "opta-se agora por estabelecer os ilícitos".

"As demais modificações decorrem da experiência adquirida com as eleições para Presidente da República e reflectem ajustes no procedimento eleitoral sempre com o objectivo de torná-lo mais ágil, justo e transparente", conclui a justificação assinada por dois deputados da Fretilin.

A alteração foi aprovada por unanimidade.

PRM Lusa/Fim


Timor-Leste/Eleições: "Não se pode ignorar emergência do PD" - analista francês

Díli, 14 Mai (Lusa) - O dado político mais importante das eleições presidenciais de 2007 em Timor-Leste é a emergência do Partido Democrático (PD), dirigido por Fernando Fernando "Lassama" de Araújo, segundo um especialista francês em assuntos asiáticos entrevistado hoje pela Lusa.
"Há dois partidos emergentes, o PD e o CNRT", ou Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste, "mas quanto ao CNRT há uma interrogação", afirmou Jean Berlie, investigador do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade de Hong Kong.

"Do CNRT, não se sabe ainda a evolução da campanha e a maturidade dos representantes nos distritos", acrescentou o investigador, autor de um livro sobre a evolução política timorense entre 2000 e 2007, publicado em Março em Cantão, China.

"Posso comparar os dois partidos porque fui ao congresso do PD e ao do CNRT", explica Jean Berlie: "Em comparação, no PD são muito estruturados".

O CNRT, que surgiu há apenas dois meses em torno da figura de Xanana Gusmão, terá na campanha para as legislativas o teste de maturidade.

Admitindo que o CNRT surge "como uma ideia de Xanana Gusmão para permanecer no poder", Jean Berlie salienta que o novo partido apareceu na campanha das presidenciais contra o candidato da Fretilin "mas quem representa a mudança anti-Fretilin é o Partido Democrático".

Jean Berlie acrescenta também que a postura de Xanana Gusmão como líder do CNRT nas legislativas é outra incógnita.

"Será que ele quer mesmo trabalhar de facto como primeiro-ministro? Ou será que está disposto a aceitar a ideia do Partido Social-Democrata de ele ser o presidente do Parlamento?", questionou.

Arriscando uma projecção dos resultados das presidenciais para as legislativas, Jean Berlie pensa que "há quatro partidos que podem ter entre 13 a 16 cadeiras" no Parlamento (que, pela Constituição, pode ter entre 52 a 65 deputados).

"A Fretilin pode ter no máximo 16 cadeiras", diz o investigador francês, que acredita que o actual partido maioritário "não vai descer" do patamar dos 30 por cento obtidos por Francisco Guterres "Lu Olo" nas presidenciais.

"O problema é de psicologia dos votantes", afirma Jean Berlie:

"Agora os eleitores não estão a votar pela independência, como antes, quando o critério era esse".

Jean Berlie concorda que o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri fez escolhas estratégicas correctas para o país "mas o eleitorado não compreende bem essas coisas".

"É uma manifestação emocional. O eleitorado é emocional. Não é racional", diz Jean Berlie.

"Para Ramos-Horta, o eleitorado é emocional mas é organizado. No referendo de 1999 também: foi um voto emocional mas bem orquestrado", comentou.

"O problema de Alkatiri é o desconhecimento do exército e da polícia, que o Joaquim Chissano conhece muito bem", analisa Jean Berli referindo o ex-Presidente de Moçambique, onde o secretário-geral e outros dirigentes da Fretilin viveram o exílio.

"É um problema prever a crise. A crise chega e Mari Alkatiri não sabe reagir. É o caso da crise de 2006", acrescentou.

O ex-primeiro-ministro "é um homem inteligente mas a política não é problema de inteligência mas de mobilização".

Jean Berlie aplica, aliás, este mesmo comentário ao major fugitivo Alfredo Reinado, evadido desde 30 de Agosto de 2006.

"Reinado é capaz de mobilizar a juventude mas isso não é suficiente para ter importância política. Seria bom que ele entrasse na prisão", disse.

Sobre o triunfo presidencial de Ramos-Horta, Jean Berlie afirma que "não é como o de Xanana Gusmão em 2002".

"Resulta de uma união de partidos, pela primeira vez, de oposição à Fretilin. Ramos-Horta foi eleito não por carisma mas por esse apoio. Ele é uma pessoa de compromissos. A união teve sucesso.

Vamos a ver se continua para as legislativa, mas vai ser mais difícil", na análise de Jean Berlie.

Se esta união anti-Fretilin se concretizar numa plataforma para as legislativas e ganhar as eleições, analisa Jean Berlie, não é claro quem ficará na chefia do governo.

O presidente do PSD, Mário Carrascalão, ex-governador do território durante a ocupação indonésia, "é a pessoa mais capaz da oposição", na opinião do investigador francês.

"Mas ele não tem as mesmas condições que tinha em 2000. Pode ser primeiro-ministro agora, mas não daqui a cinco anos, porque não terá capacidade" devido à sua idade.

Fernando "Lassama" de Araújo tem o problema oposto: "É muito novo ainda" para a chefia de um governo.

Jean Berlie é investigador da Universidade de Hong Kong desde 1991. Durante uma década estudou o território de Macau, sobre o qual publicou vários títulos.

Sobre Timor, Berlie publicou uma bibliografia (séculos XVI a XXI, na Les Indes Savantes, Paris) e o recente "Politics and Elections in East Timor, 2001-2006.

PRM-Lusa/Fim


Timor-Leste: Confrontos em Bairro Pité, UNPol contraria alegações da FRETILIN

Díli, 16 Mai (Lusa) - Quatro casas e uma viatura foram destruídas em Bairro Pité, Díli, em incidentes que fazem recear o ressurgimento da violência na capital, enquanto a UNPol contraria alegações de uma "orgia de violência" contra apoiantes da Fretilin.
O ministro e membro da comissão política da Fretilin Arsénio Bano insistiu hoje que os seus apoiantes "estão a ser atacados e intimidados por todo o país" na sequência da vitória de José Ramos-Horta nas eleições presidenciais de 09 de Maio, falando mesmo de uma "orgia de violência" comemorativa.

Arsénio Bano declarou também, em comunicado emitido pelo partido, que as casas destruídas em Bairro Pité são de apoiantes da Fretilin e que "a Polícia das Nações Unidas confirmou que os incidentes foram politicamente motivados".

Fonte oficial da UNPol questionada pela Lusa declarou que "não há qualquer base para essa acusação".

"De facto, de todas as explicações dadas no local pela população, nenhuma tinha motivação política", vincou a mesma fonte.

Arsénio Bano apoia-se no facto de Bairro Pité "não ser uma área da Fretilin" e de nas eleições presidenciais "ter votado em força em José Ramos-Horta".

No entanto, a informação oficial das Nações Unidas disponível não refere qualquer ligação partidária de atacantes ou de vítimas.

Segundo um comunicado divulgado pela missão internacional (UNMIT), dois grupos, "com cerca de cem pessoas", envolveram-se num combate de rua entre as 18:30 e as 19:00 de ontem (10:30 e 11:00 em Lisboa) e, de novo, entre as 10:00 e as 11:00 de hoje (02:00 e 03:00 em Lisboa).

Os dois incidentes obrigaram à intervenção das forças autónomas de polícia da Malásia e de Portugal (com militares da GNR), apoiados por meios das Forças de Estabilização Internacionais.

"Ninguém ficou ferido e 17 pessoas foram detidas", afirmou a UNMIT.

O chefe da missão internacional, Atul Khare, visitou Bairro Pité, acompanhado pelo comissário da Polícia das Nações Unidas, Rodolfo Tor, para se inteirar da situação.

"As pessoas que cometem actos criminosos serão tratadas como criminosos pela polícia", declarou o representante-especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste.

"Não serão toleradas alegações de motivação política no seguimento das eleições da semana passada", acrescentou Atul Khare.

O chefe da UNMIT falou nas últimas 24 horas com o primeiro-ministro José Ramos-Horta, com o secretário- geral da Fretilin, Mari Alkatiri, e com o presidente do Partido Democrático, Fernando "Lassama" de Araújo, terceiro candidato mais votado na primeira volta.

"Disse a todos os líderes políticos neste país que violência com justificação política é inaceitável e tenho o seu acordo", disse Atul Khare.

Alegações anteriores de Mari Alkatiri de uma campanha contra apoiantes da Fertilin nos distritos de Viqueque, Baucau, Ermera e Liquiçá, hoje repetidas por Arsénio Bano, foram desmentidas pelos dados apurados pela UNPol e já antes divulgados pela imprensa.

Uma nota distribuída hoje pelo gabinete do primeiro-ministro salienta a distância entre as alegações da FRETILIN e os factos apurados pela UNPol.

"Pelo contrário, os elementos de que a polícia dispõe desmentem cabalmente as alegações da direcção da Fretilin", sublinha a nota oficial, rebatendo um por um os incidentes da alegada campanha de violência.

Sobre o caso mais repetido nos últimos dias pela Fretilin, ocorrido no dia 13 de Maio, em Ermera, o gabinete do primeiro-ministro cita o relatório público da UNPol: "quatro casas completamente ardidas na aldeia de Loblala, suspeitando-se ter sido causado por apoiantes da Fretilin liderados por (tenente) Salsinha. As vítimas são apoiantes do PD/PSD. A investigação da UNPOL prossegue".

Segundo o mesmo relatório, "apenas num caso, em Oécussi, se verifica ser alvo um elemento da Fretilin".

PRM-Lusa/Fim

Novo livro - Galiza: Berço da Lusofonia

As Edições ArcosOnline acabam de publicar o livro "Galiza: Berço da Lusofonia" de Helena e Chrys Chrystello. A obra reúne as actas do V Colóquio Anual da Lusofonia e é apresentada na data em que se comemora o Dia das Letras Galegas (17 de Maio).

...

A obra pode ser adquirida gratuitamente no nosso endereço habitual (www.arcosonline.com).
Desde já agradecemos toda a divulgação possível.

Os melhores cumprimentos,
Victor Domingos

Dos Leitores

Leitor Assíduo deixou um novo comentário na sua mensagem "Faz hoje um ano que começou o Timor-Online":

É já um gesto feito rotina. Sempre que ligo o computador abro a minha caixa de correio e actualizo-me com o Timor Online. Seguramente foram mais que 365 vezes. Desesperava quando o Malae Azul estava ausente e o blog sem notícias, por vezes por um, dois, ou por poucas vezes, ainda mais dias. Obrigado a todos os que quase diariamnete contribuem. Obrigado também à Margarida.

Estou certo que o Timor Online é também uma fonte de inspiração para a deficiente comunicação social que existe em Timor-Leste. Um dia saber-se-á quem são os Malaes Azuis deste blog, então será possível prestar-lhes a devida homenagem.

Obrigado ao Malae Azul, ou melhor aos Malae Azul Sira!

Acusações não substanciadas criam intranquilidade

Gabinete do primeiro-ministro

INFORMAÇÃO À COMUNICAÇÃO SOCIAL 16 DE MAIO DE 2007

Relatório de segurança da UNPOL desmente alegações da FRETILIN

O Governo de Timor-Leste teve conhecimento pelos Órgãos de Comunicação Social de acusações de dirigentes da Fretilin segundo as quais membros desse partido teriam sido alvo de intimidação, sofrendo prejuízos nas suas casas. As alegações invocam incidentes em Ermera, Liquisa, Baucau e Oe-cusse.

Ainda de acordo com essas notícias, haveria “militantes e apoiantes da Fretilin sob ataque em todo o país”. São citadas afirmações de dirigentes da Fretilin tentando associar apoiantes do Primeiro-Ministro e presidente eleito, José Ramos-Horta, aos referidos incidentes.

Assim, o Governo vem informar a opinião pública de que as lamentáveis insinuações não são corroboradas pelo relatório de segurança da UNPOL do período considerado.

Pelo contrário, os elementos de que a polícia dispõe desmentem cabalmente as alegações da direcção da Fretilin.

Sobre incidentes no dia 13 de Maio, em Ermera, lê-se no relatório da UNPOL:

“4 casas completamente ardidas na aldeia de Loblala, suspeitando-se ter sido causado por apoiantes da Fretilin liderados por Salsinha. As vítimas são apoiantes do PD/PSD. A investigação da UNPOL prossegue”.

Quanto a um incidente em Liquisa, ocorrido também a 13 de Maio, lê-se no relatório:

“Um homem foi esfaqueado após uma desavença familiar na aldeia de Kamalelara. A vítima está hospitalizada… O suspeito (da agressão) está preso”.

O relatório da UNPOL não regista incidentes de relevo em Baucau e apenas num caso, um incidente em Oe-cusse, se verifica ser alvo elemento da Fretilin.

Por outro lado, é relevante recordar que a Fretilin jamais denunciou, condenou ou, sequer, mencionou os graves incidentes de intimidação que obrigaram o povo assustado a refugiar-se na igreja local em Uatulari, Viqueque - uma zona conhecida por ter forte implantação de elementos radicais da Fretilin.

Perante os factos, o governo alerta o público para a necessidade de separar cuidadosamente o trigo do joio, a verdade da mentira, e assegura ao país que está tranquilamente determinado a manter a ordem e a segurança públicas.

Não existiu nem existe, felizmente, qualquer processo em curso, alvejando o partido Fretilin.

O governo está determinado em continuar a assegurar a paz e a tranquilidade públicas que têm sido a marca dos últimos meses, em nítido contraste com a situação que herdou quando tomou posse, no ano passado.

O governo continua a trabalhar para tornar Timor-Leste, cada vez mais, um lugar pacífico e aprazível e garantir condições para que os timorenses voltem a expressar livremente, numa atmosfera de paz e transparência, a sua vontade soberana, durante o acto eleitoral que se avizinha.

O governo apela a todos para que contribuam para construir uma atmosfera de paz e tolerância, evitando actos ou declarações irreflectidas e desnecessárias, susceptíveis de criar na opinião pública sentimentos de falsa insegurança e intranquilidade. - FIM.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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