domingo, junho 25, 2006

No PUXAPALAVRA

TIMOR-LESTE ou a difícil criação de um Estado

A longa mensagem dirigida por Xanana Gusmão ao “ao Povo Amado e Sofredor e aos Líderes e Membros da FRETILIN” em 22 do corrente mês, disponível aqui, é um documento que acentua a imagem de completa inadequação do herói da resistência timorense às suas funções de PR. Só lido. É um longo repositório de quezílias antigas que vêm desde a resistência, passa pelas emigrações, por conversas pessoais, palpites, ajustes de contas, frustrações, arrogância, acusações tremendas, e total desprezo pelo Estado de direito.
Apela a que os
“Espíritos e Antepassados, levantem-se para olhar por este povo! Ossos que estão espalhados por todos os cantos, ponham-se de pé, Sangue que foi vertido por todos os cantos, juntem-se de novo para ver aqueles que querem estragar o povo, que querem ver o povo sempre a sofrer, que querem ver o povo sempre a morrer.
Mostrem-se, mostrem a vossa força! O vosso filho está aqui, que vos implora, para olharem por este Povo, para libertar este Povo do jugo dos sedentos de sangue."

Segundo opinião de alguns Xanana Gusmão tendo sido o heróico chefe de guerrilha e objecto de todos os carinhos nunca conseguiu aceitar a situação de não ser o centro do poder e das atenções no novo regime democrático, que deixa poucos poderes ao PR. O despeito e a falta de estatura política estarão na base dos actuais desenvolvimentos num pano de fundo da grande fragilidade das estruturas de um Estado nascente e de poderosos interesses ligados ao petróleo e gás natural que esbarram na falta de "colaboração" do Governo.

A mensagem referida não é apenas uma mensagem “inadequada”de alguém que perdeu o sentido de Estado. Parece ser o acto culminante de um processo golpista para o derrubamento do poder legalmente constituído.

Não é possível, apenas com os dados que são públicos, conhecer os complexos meandros da crise. Nem avaliar os erros e imprudências do Governo. No entanto o que parece é que Xanana não tem capacidade para ser sequer o promotor e estratego do golpe. Parece antes alguém manipulado que aproveita a situação.

Xanana não presta apoio institucional ao Governo que expulsa 600 militares insubordinados (erro de avaliação de forças por parte do Governo) e que comandados pelo major “australiano” exigem a demissão de Mari Alkatiri com ostensivo aplauso dos media australianos. Xanana pelo contrário junta-se a estes e a alguns opositores do Governo no apoio aos revoltosos. Simultaneamente surge o tiroteio e terror que lança a população da capital em fuga para a montanha, incendeia e destrói edifícios governamentais, ataca ou ameaça residências de membros do Governo incluindo a do Primeiro Ministro. Não se sabe quem nem a mando de quem. Xanana que faz? Dá apoio institucional ao Governo? Não, acusa-o de responsável pelo caos e recebe uma delegação duma manifestação que pede a cabeça do 1ºM e entre abraços e tiradas populistas pede-lhes para não incendiarem mais casas.
A sua Mulher australiana repete semana após semana para os media do seu país que o 1ºM ou se demite ou é demitido.
Depois fala-se de um esquadrão da morte armado pelo ex-ministro Rogério Lobato para matar os dirigentes desafectos ao 1ºM. Xanana confirma mas o chefe do dito esquadrão da morte não só não mata ninguém (felizmente) e a única coisa que faz é aparecer junto de Xanana a denunciar a verdadeira ou inventada tramóia, a receber os seus abraços e ficar na fotografia da exotérica e populista mensagem de Xanana.

A cada atitude destemperada e golpista de Xanana assistimos, em entrevistas à Lusa e à comunicação social internacional, a um 1ºM calmo, a denunciar o golpe, a procurar entendimentos com o PR e a manter o respeito pela legalidade.

O Governo pode ter muitas culpas no cartório, mas foi elogiado pelos países doadores e até, pasme-se pelo Banco Mundial, pela gestão honesta dos recursos doados e de, com a Noruega, ser o exemplo internacional da transparência nas negociações do petróleo.

A demissão de Mari Alkatiri desbloqueia a actual situação, felizmente, mas não resolve a crise timorense. Quanto a isso não haja ilusões.

O epílogo -- ou talvez não... -- terá lugar nas próximas eleições legislativas, que ocorrerão em 2007 se se mantiver o actual calendário eleitoral.

Nessa altura, Xanana Gusmão terá de se empenhar pessoalmente na campanha eleitoral para as eleições legislativas, apoiando de forma clara, um partido, um programa e um candidato a Primeiro-Ministro.

Pura e simplesmente, Xanana Gusmão não pode deixar ganhar a FRETILIN.

Dito isto, os perigos são óbvios: Xanana Gusmão corre o risco de a FRETILIN voltar a ganhar, o que tornaria a sua situação pessoal e política muito complicada.

A procissão ainda vai no adro.»

.

Dos leitores

Xanana está uma vez mais numa encruzilhada...

Fernando de Araújo, o cobrador

O líder do PD já cmeçou a cobrança a Xanana Gusmão. As promessas de novo governo, mesmo violando a Constituição da República, são para e segundo Fernando Araújo, para pagar. Nada se fica a dever em Timor-Leste, só ao banco...

A decisão da FRETILIN não está de acordo com o desejo dos golpistas, mas é a única que continua a fazer valer a Constituição da República. Mudar só por força do voto popular.

Fernando Araújo sabe que nunca será governo de forma constitucional, logo esta é a mais apetecida caminhada de assalto ao poder com o apoio de Xanana Gusmão.

Xanana Gusmão até pode pedir a dissolução do Parlamento, mas nunca esquecerá que o fez sem base constitucional. Se o parlamento não funciona e as instituições estão de novo a paralisar só se deve a uma estratégia concertada de manifestações dos amigos do presidente e dos australianos para que assim aconteça.

Obviamente que toda esta estratégia só resulta pelo grande apoio das tropas australianas aos manifestantes no terreno. Recordemos que a paralisia parcial aconteceu com a entrada das tropas australianas - está nos registos mundiais, os media internacionais testemunharam e deram a conhecer ao mundo.

Vamos ver o que vai acontecer, depois de Fernando do PD outros virão como Mário Carrascalão do PSD.

No meio de tudo isto fica o presidente Xanana, está numa encruzilhada da tal" guerra da esperteza" ganha que afirmou perante os seus manifestantes.

Obrigado, Margarida.

Tradução:

Isto é inqualificável. É claro que o Ramos-Horta não precisa de se explicar quando o próprio Agio Pereira (chefe de gabinete do Presidente) já o fez por ele:

Alkatiri mantém-se como PM
Junho 25, 2006 - 7:54

O partido dominante do PM de Timor-Leste, a Fretilin, concordou no domingo em manter Mari Alkatiri como o primeiro-ministro do país, ignorando o pedido do Presidente Xanana Gusmão e de milhares de manifestantes de que ele devia resignar, disse um porta-voz presidencial.

A decisão desencadeou a imediata resignação do popular Ministro da Defesa e dos Estrangeiros José Ramos-Horta, disse o porta-voz Agio Pereira.

"Foi dito a Ramos-Horta que a reunião de hoje do Comité Central da Fretilin decidiu manter Alkatiri como primeiro-ministro," disse Pereira.

Ramos-Horta resignou de ambas as pastas "porque o governo não está a funcionar apropriadamente," disse o porta-voz. Não se conseguiu contactar ninguém da Fretilin para comentar, mas é esperada uma conferência de imprensa mais tarde, hoje.
AP

Alguém tem dúvidas de quem é que está a concertar tudo isto?

.

Dos leitores

Este Blog tem sido muito útil no acompanhamento da situação em Timor-Leste.Parece-me que o Governo português tomou uma posição muito sensata: cabe aos timorenses resolverem o problema político dentro do quadro institucional, tendo mesmo os mais responsáveis governantes abstido de realizarem 'comentários'.

Este processo revelou que os interesses de Timor-Leste, do povo e do país, são incorporados pela FRETILIM e pela sua direcção. Depois temos ambições, muitas ambições, interesses políticos de facção, interesses religiosos, sede de petróleo, ambições hegemónicas de potencias imperialistas regionais.

Do que conheço da decisão do CC da FRETILIN parece-me a correcta. Com confiança, amigos!

Ex-Presidente indonésio Habibie espera solução democrática da crise

Lisboa, 25 Jun (Lusa) - O ex-Presidente indonésio Bacharuddin Jusuf Habibie disse hoje esperar que a crise em Timor-Leste se resolva "democraticamente" e de acordo com a Constituição, salientando que existem maneiras de tornar a Lei Fundamental "mais perfeita".

"Desejo que não se matem, não façam uma guerra. Têm de se sentar, conversar, fazer uma negociação com base na Constituição. Se entenderem que esta não é perfeita, existem formas de a alterar", afirmou o ex-presidente da Indonésia, antes de um almoço com o chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva.

Habibie, que aceitou a realização do referendo que conduziu à independência de Timor-Leste, em 2002, lembrou que os timorenses "tomaram as suas decisões e escolheram ser independentes com base nos valores da democracia".

"Temos de honrar essa escolha e tenho a certeza que vão resolver os problemas democraticamente", sublinhou.

O ex-presidente da Indonésia, que está em Lisboa no âmbito de uma visita privada por vários países europeus, garantiu ainda que o seu país será sempre "um bom vizinho" de Timor-Leste, reiterando o desejo que os timorenses "resolvam os seus problemas constitucionalmente".

"Se acham que a Constituição não é perfeita, façam-na mais perfeita. Na própria Constituição há maneiras de a tornar mais perfeita", salientou, lembrando que "existem pessoas a sofrer" devido à grave crise política que Timor-Leste atravessa.

Para o almoço no Palácio de Belém foram convidadas várias personalidades, incluindo os embaixadores da Indonésia e de Timor- Leste em Lisboa, Francisco Lopes da Cruz e Pascoela Barreto, respectivamente, o ex-embaixador de Portugal em Jacarta António Pinto da França, actual presidente da Associação Luso-indonésia de Amizade e Cooperação, e o actual embaixador em Portugal em Jacarta, José Santos Braga.

A actual crise em Timor-Leste começou com o despedimento de cerca de 600 militares que se queixaram de alegada discriminação étnica por parte da hierarquia das forças armadas e cujo protesto, em finais de Abril, em Díli, terminou com uma intervenção do exército.

Na repressão da manifestação foram mortas cinco pessoas, segundo o governo, mas os ex-militares e outros elementos das forças armadas que entretanto abandonaram a instituição afirmam que morreram cerca de 60 timorenses.

Desde então, mais de duas dezenas de pessoas foram mortas em confrontos entre grupos rivais, incluindo 10 polícias timorenses abatidos por soldados, a 25 de Maio, durante um ataque ao seu quartel, em Díli.

Para restabelecer a segurança no país, as autoridades timorenses pediram a intervenção de uma força militar e policial a Portugal (que enviou 120 efectivos da GNR), Austrália, Nova Zelândia e Malásia.

Na quinta-feira, a crise em Timor-Leste intensificou-se com a ameaça do Presidente, Xanana Gusmão, de se demitir, caso o primeiro- ministro, Mari Alkatiri, não o faça.

Hoje, após uma reunião do comité central da FRETILN, foram anunciadas as demissões dos ministros José Ramos Horta (Negócios Estrangeiros e Cooperação e da Defesa) e Ovídeo Amaral (Transportes e das Comunicações).

No final dessa reunião, o partido no poder em Timor-Leste apelou ao Presidente da República e ao primeiro-ministro para não se demitirem, considerando que uma solução duradoura para a crise em Timor-Leste passa pelo "envolvimento de instituições e mediadores internacionais credíveis".

VAM.

Dos leitores

Amigos e companheiros:

Tomei a liberdade de colocar o blog Timor On-line na primeira página do nosso site http://www.radio-monsanto.com/ já visitado por mais de 32 000 pessoas. A melhor forma de homenagear o vosso trabalho é divulgá-lo. A nossa emissora é a segunda rádio portuguesa mais ouvida no mundo, via Internet. Queremos, com o nosso modesto contributo, alertar e avisar toda a gente para mais este drama do povo timorense. Um forte abraço, desde Monsanto, a Aldeia Mais Portuguesa de Portugal para a saudosa terra que foi a mais longínqua parcela portuguesa (e também a mais esquecida).

Sou o Joaquim Fonseca (ex-companheiro de Ramos Horta na antiga Emissora Oficial de Timor, em Dili e contemporâneo de Xanana na vida vida militar)

RÁDIO CLUBE DE MONSANTO

Amigos e companheiros:
Tomei a liberdade de colocar o blog Timor On-line na primeira página do nosso site www.radio-monsanto.com já visitado por mais de 32 000 pessoas. A melhor forma de homenagear o vosso trabalho é divulgá-lo. A nossa emissora é a segunda rádio portuguesa mais ouvida no mundo, via Internet. Queremos, com o nosso modesto contributo, alertar e avisar toda a gente para mais este drama do povo timorense. Um forte abraço, desde Monsanto, a Aldeia Mais Portuguesa de Portugal para a saudosa terra que foi a mais longínqua parcela portuguesa (e também a mais esquecida).

Sou o Joaquim Fonseca (ex-companheiro de Ramos Horta na antiga Emissora Oficial de Timor, em Dili e contemporâneo de Xanana na vida vida militar)

RÁDIO CLUBE DE MONSANTO

Dos leitores

Isto é inqualificável. É claro que o Ramos-Horta não precisa de se explicar quando o próprio Agio Pereira (chefe de gabinete do Presidente) já o fez por ele:

Alkatiri to remain as PMJune 25, 2006 - 7:54

PMEast Timor's ruling Fretilin party agreed on Sunday to keep MariAlkatiri as the country's prime minister, ignoring calls fromPresident Xanana Gusmao and thousands of protesters that he should resign, a presidential spokesman said.

The decision triggered the immediate resignation of popular Foreignand Defence Minister Jose Ramos-Horta, spokesman Agio Pereira said.

"Ramos-Horta has been told that the Fretilin central committee meeting today had decided to keep Alkatiri as prime minister," Pereira said.

Ramos-Horta had resigned from both his Cabinet posts "because the government is not functioning properly," the spokesman said. Fretilin officials could not immediately be reached for comment, butwere expected to hold a media conference later today.
AP

Alguém tem dúvidas de quem é que está a concertar tudo isto?

.

Secretário de Estado português vai oferecer apoio e solidariedade

Díli, 25 Jun (Lusa) - O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, chegou hoje a Díli para uma visita de trabalho em que vem "oferecer apoio e solidariedade do governo português", disse fonte do seu gabinete à Lusa.

Ao longo dos quatro dias da estada em Díli, o governante português "vai aferir o que se pode fazer no entendimento das instituições timorenses", no âmbito da situação que se vive em Timor- Leste.

A fonte salientou que João Gomes Cravinho "não vai prestar quaisquer declarações" acerca da crise política em Timor-Leste, marcada hoje pelos pedidos de demissão do governo dos ministros José Ramos Horta (Negócios Estrangeiros e da Defesa) e Ovídeo Amaral (Transportes e das Comunicações).

As demissões dos dois ministros foi feita no âmbito da reunião de sete horas do Comité Central da FRETILIN, partido no poder em Timor-Leste, que não endossou o pedido de demissão apresentado, entre outras opções, pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Em mensagem feita quinta-feira ao país, o Presidente Xanana Gusmão exigiu a demissão do primeiro-ministro sob pena de ele próprio se demitir, caso o chefe do governo não assumisse as suas responsabilidades pela crise que o país atravessa.

EL.

Lusa/Fim

Comunicado - Fretilin

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE

FRETILIN
REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO COMITÉ CENTRAL DA FRETILIN


RESOLUÇÃO

O Comité Central da FRETILIN, reunido em sessão extraordinária em Dili, no dia 25.06.06 tendo como ponto único da sua agenda, a análise da situação da crise no País e possíveis medidas para a resolução da mesma:

Considerando nomeadamente:
A necessidade de garantir o Estado de Direito Democrático com respeito pela Constituicao e pelas leis;
A exigência apresentada por S. Exa o Presidente da República para que S. Exa o Primeiro Ministro apresente a sua resignação;
A necessidade de se encontrarem mecanismos políticos e judiciais adequados para os conflitos ocorridos de 28 de Abril a 25 de Junho;
A urgência de se encetar o dialogo e as conversações com S.Exa o Presidente da República;
A urgência de se solicitar o envolvimento de instituições e mediadores internacionais credíveis, na busca de uma solução duradoura;

Decide:

Reafirmar que a FRETILIN tem total disponibilidade para tudo fazer no sentido de encontrar uma solução duradoura para a crise instalada;
A solução deve ser encontrada respeitando a Constituição e as leis;
A solução deve ser construída com base no diálogo e no consenso nacional;
Apelar a S.Exa o Presidente da República e S.Exa o Primeiro Ministro para não se demitirem das suas responsabilidades constitucionais de forma a contribuírem construtivamente para a resolução da presente crise politica.

A FRETILIN propõe-se, nesta ordem de ideias:

Iniciar contactos visando o diálogo com S.Exca o Presidente da República;
Solicitar apoio a Igreja Católica e outras confissões religiosas com vista a solução da crise;
Solicitar encontros com os partidos políticos e as organizações da sociedade civil para o mesmo fim;
Exigir às entidades competentes que actuem de forma a garantir a detenção e o rápido julgamento, dos cidadãos indiciados do cometimento de crimes durante este período;
Acompanhar de perto as investigações sobre o descaminho e distribuição ilegal de armas e verificar acerca da alegada responsabilidade e envolvimento de quadros e militantes da FRETILIN;
Exigir o desarmamento de todos os grupos irregulares e das pessoas armadas;
Iniciar os processos-crime por difamação de que tem sido vítima a FRETILIN;
Contribuir para repor o respeito pela lei e pela ordem pública, de modo a devolver à sociedade o clima de estabilidade, paz e normalidade política, social e económica;

Dili, 25 de Junho de 2006

Francisco G. Lu Olo Mari Alkatiri
Presidente Secretário Geral

MNE recusa falar aos jornalistas, porta-voz recusa contactos

Lisboa, 25 Jun (Lusa) - O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Ramos-Horta continua a recusar-se a prestar declarações aos jornalistas, e o seu porta-voz rejeita receber chamadas da imprensa, não havendo ainda explicações sobre os motivos da sua demissão.

Apesar de várias tentativas da agência Lusa não foi possível estabelecer qualquer diálogo quer com Ramos-Horta quer com o seu assessor de imprensa Cristóvão Santos que tem, de forma rude e abrupta, rejeitado chamadas da imprensa.

Cristóvão Santos tinha ele próprio informado a Lusa da decisão de José Ramos-Horta se demitir do cargo, não tendo na altura e desde aí prestado qualquer declaração que explique os motivos da demissão.

Vários jornalistas internacionais e timorenses têm sido travados nas tentativas de contactos com José Ramos-Horta queixando-se de "incompatibilização" com Cristóvão Santos que tem vindo a manter um relacionamento "bastante negativo" com a imprensa.

José Ramos-Horta tem estado em 'blackout', nos contactos com a imprensa, há vários dias, com o seu telefone pessoal a ser atendido sempre por Cristóvão Santos.

ASP/EL.

Líder PD confiante que PR vai dissolver parlamento, demitir governo

Lisboa, 25 Jun (Lusa) - O líder do maior partido da oposição timorense, o Partido Democrático (PD), Fernando Araújo, manifestou-se hoje convicto de que Xanana Gusmão irá respeitar os desejos do povo timorense, dissolvendo o Parlamento e demitindo o governo.

Fernando Araújo, um dos sete deputados do PD no Parlamento Nacional, reagia assim em declarações à Lusa à decisão de hoje do Comité Central da FRETILIN que deliberou apelar a Xanana Gusmão e a Mari Alkatiri para que se mantenham em funções.

"O PR já ouviu a reacção do povo e da Igreja que pediram para que não se demita. Penso que Xanana Gusmão é homem de palavra e respeitará o desejo do povo", afirmou, contactado telefonicamente em Díli.

"Espero que amanhã manifestantes continuem a mostrar a sua vontade e que o PR se pronuncie sobre a demissão do primeiro-ministro e dissolução do Parlamento Nacional. Não espero, nem admito que Xanana Gusmão resigne ao cargo", sublinhou.

Fernando Araújo referiu que as manifestações a favor de Xanana Gusmão e contra o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, deverão continuar na segunda-feira, reiterando que a sociedade timorense quer a queda do governo.

"A população vai reagir amanhã e a direcção da manifestação vai entregar o poder legislativo e executivo ao presidente e pressionar o presidente para que só faça compromissos com o povo", disse.

Relativamente à reunião de hoje do Comité Central da FRETILIN, o líder do PD afirmou que o apoio a Mari Alkatiri no seio do partido depende hoje de "pequenos grupos", nomeadamente "colaboradores" do próprio primeiro-ministro que "beneficiaram da sua governação".

"Mas alguns militantes da FRETILIN já começaram a diferenciar Mari Alkatiri do partido. O CCF pode apoiar o Alkatiri mas ele não é apoiado pelos militantes. Os apoiantes do partido já perceberam quem ele é", afirmou.

Na resolução aprovada na reunião extraordinária do comité central, o partido propõe-se "iniciar contactos visando o diálogo com o Presidente da República".

Reagindo à decisão, o chefe de gabinete de Xanana Gusmão, Agio Pereira, disse à Lusa que a resposta da presidência "está na mensagem que o Presidente dirigiu ao país sexta-feira passada".

Nessa mensagem o Presidente timorense exigia a demissão do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, sob pena de ele próprio se demitir, caso o chefe do governo não assumisse as responsabilidades na crise política e militar em Timor-Leste.

Já hoje dois membros do governo de Mari Alkatiri apresentaram a sua demissão, nomeadamente José Ramos-Horta, ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, e Ovídio Amaral, ministro dos Transportes.

Este último disse à Lusa que apresentou a sua demissão por não concordar "com o facto da FRETILIN não ter aceite a demissão de Alkatiri".

"Já morreram pessoas, há dezenas de milhares de timorenses deslocados nos campos de acolhimento e isto não pode continuar", disse o ministro demissionário, afirmando que "a única decisão acertada" era o partido ter aceite a demissão de Mari Alkatiri.

PNG/ASP/EL.

Ministro dos Transportes pediu a demissão

Díli, 15 Jun (Lusa) - O ministro dos Transportes timorense, Ovideo Amaral, apresentou hoje a demissão ao primeiro-ministro Mari Alkatiri, confirmou o próprio à Agência Lusa.

"Apresentei o meu pedido de demissão porque não concordo com o facto da FRETILIN não ter aceite a demissão de Alkatiri. Já morreram pessoas, há dezenas de milhares de timorenses deslocados nos campos de acolhimento e isto não pode continuar", disse o ministro demissionário.

Questionado sobre se a FRETILIN devia ter aceite o pedido de demissão de Mari Alkatiri, Ovídeo Amaral respondeu que "essa era a única decisão acertada".

A FRETILIN apelou hoje ao Presidente da República timorense, Xanana Gusmão e ao primeiro-ministro Mari Alkatiri para que se mantenham em funções, anunciou o presidente do partido, Francisco Guterres "Lu-Olo", em conferência de imprensa.

Francisco Guterres falava aos jornalistas após a reunião do comité central da FRETILIN, que decorreu na sua sede em Díli, e que demorou cerca de sete horas.

EL/CC.

PM ainda não recebeu notificação formal de demissão de Ramos-Horta

Lisboa, 25 Jun (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, disse hoje à Lusa que "até ao momento" ainda não recebeu qualquer notificação formal da demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos-Horta.

"Formalmente não recebi nada dele. Tive essa informação, nesse sentido, mas formalmente ainda não recebi nada", disse Mari Alkatiri, num curto contacto telefónico com a Lusa.
O primeiro-ministro timorense recusou-se a tecer qualquer comentário sobre a reunião do Comité Central da FRETILIN que já terminou.

Fonte oficial do gabinete do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, confirmou que José Ramos-Horta, pediu hoje a demissão ao primeiro-ministro Mari Alkatiri José Ramos Horta está efectivamente demissionário dos cargos de ministro de Estado, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Defesa desde as 17:00 locais (09:00 em Lisboa) ASP.
Lusa/Fim

FRETILIN apela para que Xanana Gusmão e Mari Alkatiri se mantenham

Díli, 25 Jun (Lusa) - A FRETILIN apelou hoje ao Presidente da República timorense, Xanana Gusmão e ao primeiro-ministro Mari Alkatiri para que se mantenham em funções, anunciou o presidente do partido, Francisco Guterres "Lu-Olo", em conferência de imprensa.

Francisco Guterres falava aos jornalistas após a reunião do comité central da FRETILIN, que decorreu na sua sede em Díli, e que demorou cerca de sete horas.

Entretanto, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Ramos Horta, pediu a demissão mas vai manter-se em funções até à formação do novo governo, disse à Lusa fonte do gabinete do ministro.

Ramos Horta, que acumula as pastas de ministro de Estado, Negócios Estrangeiros, Cooperação e Defesa apresentou pelas 17:00 (09:00 em Lisboa), a demissão ao primeiro-ministro Mari Alkatiri, disse fonte oficial.

Intervalo

Até já.

.

Comunicado - fretilin

Protestors undermining Timor-Leste democracy, say FRETILIN leaders

FRETILIN ’s leaders tonight voiced their concern that their Central Committee, the highest decision-making body of Timor Leste’s rulilng party between its Congresses, had been prevented from meeting earlier today by a group of 2000 protestors, who blocked access to the party’s headquarters in Comoro in Dili.

The Central Committee of eighty-one members requires a quorum of two-thirds plus one, ie fifty five delegates, but only forty five were able to get into the FRETILIN offices before the access was blocked. Many delegates, who had travelled in from outlying districts, were concerned for their safety. A large international force was present, but did not provide secure access to the meeting. Consequently, the business of the meeting, to consider the negotiated solution to the political crisis which would be put to the country’s President was unable to proceed.

“Democracy is being undermined in Timor-Leste”, said FRETILIN spokesman Jose Manuel Fernandes. “People have a right to protest under our Constitution, but that does not override the right of legitimate political parties to carry out their own democratic decision-making. In a crisis such as this one, all political parties, but especially our own as the leading party, has to provide an example. We intend to make our own decisions, according to our own democratic rules, which are approved under the parliament’s law on political parties.”

“While some elements of the overseas media and some people in the opposition want this to be seen as a personality conflict, this trivialises the issues, and makes a mockery of the Constitution for which we fought for twenty six years.

This crisis requires urgent action, that is our position. But no one is excused from following the Constitution and the country’s laws. The President, the Parliament and the Council of Ministers have all agreed on this. The leaders of the protest should reconsider their position, if they think they can force FRETILIN to operate other than according to its own rules.”

The FRETILIN CC will reconvene tomorrow morning at 10am. It is hoped that the security situation will be resolved, to allow the democratic process to proceed.
.

Continua a reunião do Comité Central da Fretilin

A reunião do Comité Central da Fretilin decorre em condições de segurança garantidas pela GNR.

A Ministra Ana Pessoa ainda não chegou.


Estão cerca de 70 camionetes de manifestantes emTacitolo.
.

Entrevista DN a Francisco Lu'Olo

DN
25.06.2006

Na véspera de uma reunião que pode revelar-se decisiva para o partido e para o Governo, o presidente da Fretilin falou ao DN, na sua casa em Díli. Lu-Olo considera que se está perante um movimento organizado, passo a passo, para provocar a demissão do Governo e que Xanana pretende virar os militantes do partido contra a sua direcção.

"Se for preciso, Díli fica cheia de gente da Fretilin"

Que soluções vão estar em cima da mesa na reunião da Fretilin?

A Fretilin é um partido grande, há muitas possibilidades. Tudo está em aberto, a discussão é aberta e livre, o Comité Central escolherá a melhor.

Alkatiri já disse que aceitará a demissão, se o comité central o decidir...

Mari Alkatiri não aceita nada. Mari foi eleito pelo partido, portanto respeitará a decisão do Comité Central. Não é uma questão de aceitar ou não. Ele tem de cumprir as decisões do partido.

Quer comentar a declaração do Presidente?

Foi, de facto, muito dura. Fala de toda a história, de toda a luta que foi feita pela Fretilin, e por ele também, de toda a luta que tivemos nas montanhas contra a Indonésia. Ele sobreviveu, e foi a Fretilin que o nomeou para liderar a luta. Fiquei triste com algumas coisas que ouvi.

Qual é a intenção do Presidente?

O que o Presidente quis fazer foi convencer os nossos militantes a virarem-se contra a liderança da Fretilin. Mas não vai conseguir, vai ser muito difícil.

Quando esteve com Xanana, falou da declaração?

Ele disse-me que tinha de ser assim, que tinha de dizer as coisas abertamente. Eu respondi-lhe que só queríamos uma solução sem violência e que respeite a Constituição. Depois, pedi-lhe tempo para reunir o Comité Central e tomarmos a nossa decisão.

Este movimento é organizado?

É sistematizado, passo a passo. Tudo está a ser feito para provocar a demissão do Governo. Não é de hoje.

E se a pressão aumentar?

Chega a um ponto que não toleraremos. A qualquer momento a Fretilin pode encher Díli com 50, 60 mil manifestantes. A qualquer momento, sem violência reivindicando a nossa vontade política.

Isso seria uma situação explosiva...

Não acredito. Estes que andam por aí são miúdos, certamente recebem dinheiro ao fim do dia, recebem gasolina para os carros e comida. Hoje estranhei que alguns desses jovens levam bandeiras da Austrália.

Vão convocar uma manifestação?

Não. Vamos ver o que vai acontecer. Não queremos confrontos, estamos a tentar uma solução no quadro da legalidade democrática. Mas se for preciso, a qualquer momento, Díli estará cheia de manifestantes da Fretilin.

Sente-se seguro em sua casa?

Eu tenho seguranças em minha casa, mas aqui no bairro do Farol, onde vivem muitos ministros, não há australianos, quase nenhuns. Vão passando blindados, mas quando passam os manifestantes, já não se vêem blindados.

E a questão da distribuição de armas?

O que posso dizer é que a Fretilin nunca distribuiu armas a ninguém, e eu nunca permitiria uma coisa dessas. Só não percebo como é que há uma acusação tão grave contra o ex-ministro, que fica preso, e os homens que receberam as armas discursam ao lado do Presidente.

JPF

DN

25.06.2006


João Pedro Fonseca Em Díli

Quando virá a solução para a crise? Será hoje? É a pergunta que todos se fazem em Díli, desde políticos, estrangeiros, fretilins, apoiantes de Xanana, jovens manifestantes. É fácil perceber o que cada um quer, mas ninguém se atreve a adivinhar o futuro. A bola está agora do lado do maior partido, a Fretilin, que ficou de reunir o seu Comité Central e apresentar uma proposta ao Presidente. Mas ontem não foi possível fazê-lo. O argumento oficial prende-se com a impossibilidade de acesso ao local e falta de condições psicológicas e de segurança.

A reunião devia ter início às 09.00, mas por volta das 10.00 ainda não havia quórum. Depois, e numa questão de minutos, dezenas de camiões estacionados junto ao Palácio do Governo deslocaram-se para a frente do edifício da Fretilin, onde os manifestantes gritaram contra Alkatiri. Lá dentro, elementos do Comité Central disseram ao DN sentir-se insultados: "Isto é que é democracia? O Presidente faz uma declaração na televisão carregada de insultos, provocando e mentindo sobre a Fretilin."

Lá fora os jovens alertavam: "Não vale a pena mais encontros. Não interessam ao povo. O povo quer a demissão do Governo." Insultaram e caracterizaram, muito negativamente, os elementos da Fretilin apontados como sucessores de Alkatiri, nomeadamente a ministra da Administração do Estado, Ana Pessoa, de quem disseram ser "ainda mais ditadora que Alkatiri." De vez em quando o discurso subia de tom: "Se for preciso vamos capturar Alkatiri para o levar a tribunal internacional." A solução, para os manifestantes, está nas mãos de Xanana.

A cada hora a pressão popular aumenta. Frente ao edifício do Comité Central, a GNR controlou a situação sem dificuldade, mantendo aberta a estrada para o aeroporto. Em teoria, Alkatiri e os membros do Comité Central poderiam deslocar-se, mas a pressão popular seria enorme.

O adiamento da reunião parece interessar aos dirigentes da Fretilin, que procuram soluções no quadro da legalidade constitucional. Daí os contactos para uma mediação internacional, a vinda de Ana Pessoa (chega hoje) e de Ian Martin, enviado de Kofi Annan, amanhã. Por outro lado, a facção dura da Fretilin, que pode levar o braço-de-ferro ao limite tentando provar que os manifestantes na capital (cerca de 6000) não representam a população, pode estar a reunir condições para trazer a Díli multidões de apoiantes do Governo. Um "disparate" dizem os opositores do Executivo. Ninguém sabe.

Em Timor-Leste é fácil manobrar a população: maioritariamente analfabeta, com grandes necessidades básicas e um historial de guerras sucessivas, muda facilmente de opinião. Na guerra das massas, tudo está em aberto, e o jogo também se faz neste tabuleiro. Em 1999, jovens aceitavam integrar as milícias indonésias por um saco de arroz ao fim do dia...

Depois, é estranho que, numa crise como esta, uma reunião considerada fundamental não se realize por razões de segurança quando há mais de mil militares australianos em Díli, umas centenas de malaios e centenas de polícias portugueses e australianos. Não seria difícil organizar um cordão de segurança, mas parece não haver muito interesse nisso.

Se se realizar hoje a reunião do Comité Central, há dois caminhos prováveis: a indicação de outro elemento da Fretilin para a chefia do Executivo ou a demissão em bloco do Governo e a entrega da batata quente a Xanana. Há uma terceira muito perigosa: o Comité Central dizer que não há lugar para demissões.

Hoje é mais um dia decisivo, que pode não decidir nada...

.

Portugal não comenta apelo de Alkatiri

Ana Sá Lopes
Helena Tecedeiro

As autoridades portuguesas recusaram ontem comentar o apelo lançado, na véspera, por Mari Alkatiri à mediação do ex-presidente Jorge Sampaio na crise timorense. Depois de Sampaio ter remetido a decisão para o actual chefe do Estado e para o Governo, Cavaco Silva limitou-se ontem a afirmar que o seu antecessor "conhece bem o país e deve estar imensamente preocupado".

Em declarações à Lusa, o Presidente sublinhou ainda que a situação em Timor-Leste é uma questão interna, recusando fazer mais comentários enquanto não forem conhecidos novos desenvolvimentos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros também recusou comentar o apelo de Alkatiri, tendo o porta-voz do ministro Freitas do Amaral, Carneiro Jacinto, afirmado ao DN preferir esperar que a situação se esclareça. Posição idêntica teve o gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates.

Na sexta-feira, Alkatiri, inquirido pelo DN, apontou Sampaio, o ex-presidente de Moçambique Joaquim Chissano e o enviado especial do secretário-geral da ONU, Ian Martin, como mediadores ideais, sublinhando o seu profundo conhecimento de Timor-Leste e o bom relacionamento que mantém com os principais protagonistas da crise.

Num artigo de opinião publicado na edição de ontem do Expresso, Sampaio garante ter chegado o momento de Portugal assumir as suas "obrigações num processo lento de construção do Estado" timorense. Não fazendo qualquer referência ao seu eventual papel de mediador, o ex-presidente lança críticas à ONU, afirmando que a redução gradual da sua missão em Timor-Leste "tornou muito difícil evitar uma escalada de violência interna". Sampaio aplaude ainda o papel da Austrália na constituição das forças internacionais e considera o Governo de Camberra como um parceiro fundamental para Portugal no seu esforço de consolidação do Estado timorense.

Dos leitores

Eu tenho certeza de que este blog é, de longe, um importante espaço democratico.
Quanto as perdas economicas nao restam dúvidas: sao imensas. Mais o pior mesmo é nao ter lei que seja respeitada. Os investimentos ainda podem voltar, os mortos e a credibilidade nao.
Compreendo a angustia do Sr Xanana diante de um quadro em que tropas rompem com a legalidade. Sua pressao em cima do PM diante deste fato é compreensível, mas tem limite. Espero que o Sr. Alkatiri tenha, por seu lado, a grandeza
de ceder em prol da estabilidade de TL. Seranado os animos, com diálogo, as coisas se acertam.
Seja Sr. PM mais modesto em suas pretençoes. Escute mais a oposiçao. Sejam razoáveis.
A cizania entre vocës é comemorada pelos inimigos de TL tais como os arrivistas, arruaceiros, corruptos, bandidos de toda sorte.

................................

Prezados militantes da Fretilin,

Nao confundam interesse do partido com os da naçao. Nela encontramos todo tipo de gente, inclusive aqueles que divergem daquilo que achamos correto, verdadeiro e popular. Orgulhem-se, portanto, de um governo que colaca 300 mil criaças na escola, que negocia com autoridade as questoes do petróleo, que convoca medicos cubanos, comunistas ou nao, para cuidar da saude da populaçao. Orgulhem-se, mas vcs nao sao donos da verdade por maior que tenham sido os acertos.
Amigos timorenses, sejam mais tolerantes uns com os outros.

................................

Timor: de exemplo para o mundo a sonho adiado?
Com tudo aquilo que se tem passado em Timor recentemente, passará aquela jovem nação de exemplo de sucesso no âmbito das acções de paz e desenvolvimento das Nações Unidas a um sonho frustrado? Não quero acreditar nisso, por razões que explicarei, das quais a primeira fica já explicitada: sou desde o início dos anos 90 um defensor da independência de Timor (antiga colónia portuguesa com uma história e identidades próprias), quando ainda muitos fechavam os olhos ao genocídio que, desde a invasão em 1975, a Indonésia perpetrava contra aquele pequeno e indefeso povo, apoiada sobretudo pelos Estados Unidos e pela Austrália. Em 1999, depois de um acordo entre Portugal e a Indonésia, sob a égide da ONU, que lhes dava a possibilidade de escolherem entre uma autonomia na Indonésia ou a independência, foram muitos os povos que estiveram ao seu lado (com os portugueses a mobilizarem-se de forma inédita), especialmente quando escolheram ser livres e foram massacrados numa estratégia maquiavélica dos militares indonésios com a conivência, até à última hora, de velhos comparsas.
Hoje, ao ver o que se passa na Ilha do Crocodilo, sou obrigado a recordar essas antigas contrariedades a que estiveram sujeitos. Porém, actualmente há muitos fazedores de opinião (inclusive portugueses) que defendem a tese de que o problema nada tem que ver com agentes externos e que a estratégia dos timorenses é sempre a mesma: não assumem a responsabilidade pelos seus problemas e disparam num qualquer inimigo externo. Nada mais ridículo!
Dir-me-ão que a actual situação é diferente porque o problema agora é entre timorenses apenas – de acordo. Mas é preciso ver que não falta quem se esteja a aproveitar dos problemas normais, tendo em conta as circunstâncias históricas, deste Estado jovem e incipiente, para tirar daí benefícios.
Timor passou por mais de 400 anos de colonização portuguesa e por 24 de opressão indonésia. Quer num quer noutro período não houve desenvolvimento estruturado, não houve formação de quadros técnicos, não houve educação, não se deu aos timorenses capacidade de decisão dos seus destinos! Agrava-se o cenário com toda a violência física e psicológica arquitectada para aniquilar a identidade e desejos independentistas dos timorenses. Após o referendo, com a colaboração das nações “amigas”, sob o chapéu internacional da ONU e dos seus profissionais da solidariedade, começou a difícil tarefa de construir um Estado a partir do zero, nomeadamente recrutando e formando os futuros quadros da administração pública, um exército, uma polícia, um governo transitório, e definindo as linhas orientadoras que traçariam a forma do futuro país. A tarefa, dados múltiplos condicionalismos, não era fácil. Terá havido bons exemplos da ajuda externa, com toda a certeza, mas houve bem mais ingerências excessivas, descontextualizadas e sem respeitar a vontade local, além de milhões e milhões de dólares (grande parte com sotaque português) deitados ao lixo em elevados vencimentos de funcionários que nada fizeram ou fizeram muito mal – nada de novo, diga-se de passagem. A frágil saúde do país recém formado, quando foi abandonado pelas Nações Unidas, contra a maioria das opiniões, incluindo a do Secretário Geral, sobretudo no que diz respeito à segurança interna, deu nisto. Não sendo esta a causa de todos os actuais problemas, certamente responsabilidade dos próprios timorenses, foi pelo menos uma boa “ajuda”.
Tendo vivido 3 anos em Timor, numa intensa relação com as pessoas (locais e estrangeiros), pude, além do que já sabia de leituras antigas, constatar as dificuldades inerentes à criação de um país livre, democrático e desenvolvido. Um dos países mais pobres do mundo, senão o mais pobre, procurando a sua identidade, com múltiplas divisões internas (mas não simplistas entre Lorosae e Loromonu, como agora se quer fazer crer; está criado um novo problema), que muita gente quer explorar para reinar.
Para a Austrália – e seus amigos –, que considera Timor o seu backyard, o problema de Timor é o seu primeiro-ministro Mari Alkatiri, que, nas palavras do seu homólogo, não sabe governar!
O governo – Mari já o admitiu – foi autista, deixou crescer um problema real dentro das forças de segurança, nem sempre ouviu o povo como devia, é um facto. Cometeu, entre outros, o erro grave de desvincular das FDTL cerca de um terço dos militares, abrindo, a par com o desemprego jovem e a pobreza generalizada, uma enorme brecha na sociedade timorense. A Fretilin, partido histórico no poder (ganhou as eleições com 54% dos votos em 2001), tem esquecido que na cultura timorense não funciona nada bem a máxima “the winner takes it all”. Os timorenses, e bem, não gostam que se ignore o perdedor, para não dizer que não gostam de modelos em que há perdedores, preferindo que todos saiam vencedores, contando com o contributo de todos para a construção dos seus ideais. Mas será isto suficiente para explicar o que se está a passar? Não!
Além disso, há eleições democráticas no próximo ano – porque não esperam os que querem opções diferentes? Porque há interferência externa – basta ver a campanha de intoxicação na imprensa australiana afecta ao governo – procurando usufruir da instabilidade ou instigando-a. O maior interessado é a Austrália e a sua política de polícia da região, assim como de domínio sobre os recursos naturais nela inscritos, caso do petróleo timorense – tudo isto com o apoio dos americanos! Não é despicienda para o caso a excelente negociação sobre a exploração do petróleo que Mari Alkatiri conduziu com sucesso, bem mais favorável aos interesses timorenses do que estava previsto, nem a sua clara opção pelo Português como língua oficial, criadora de identidade própria, nem ainda a sua não subserviência a interesses externos, venham de onde vierem. Curiosamente, o governo que acusam de não saber governar, ainda em Abril foi elogiado pelo Presidente do Banco Mundial: «Em poucos anos, o povo de Timor-Leste construiu das cinzas e destruição de 1999 uma economia funcional e uma vibrante democracia ». Do mesmo modo, a Comissão Europeia acabou de atribuir, a 19 de Maio, para o desenvolvimento das zonas rurais, 18 milhões de euros, tendo em conta que «desde a independência, em Maio de 2002, Timor-Leste tem feito progressos notáveis com vista à construção de um país forte e bem governado». Como diria um notável aveirense, e esta hein?
Para concluir, aquilo que mereceria uma abordagem bem mais completa, impossível pela escassez de espaço, pode dizer-se que o povo de Timor tem razões de queixa diversas (cabendo parte à governação), mas que só com a exploração externa das suas fragilidades e cobertura encapotada a revoltosos e bandidos comuns, somadas a silêncios e conivências internas, pode acontecer aquilo que nos é dado ver. É triste, porque como pude verificar no terreno – ninguém me disse -, os timorenses são um povo bom e não merecem isto!

No Pantalassa

Tradução do discurso do Presidente

O discurso do Presidente Xanana traduzido para português e que nos foi enviado por um leitor está aqui. Foi colocado online ontem.

Obrigado

Malay Azul:
Parabéns pela tua coragem.
Força.
Precisamos das tuas notícias.
Timor há-de reconhecer o teu relevante serviço de informar, nesta hora tão difícil.
Estive em Timor durante dois anos. Regressei depois de cumprir a minha Comissão em Timor. Sofri muito com a ocupação indonésia. Rejubilei com a Independência de Timor. Agora o meu coração volta a sangrar de dor pois ele diz-me que os timorenses vão ter dias muito muito dolorosos. Deus queira que eu me engane. Um abraço e felicidades.

JOAQUIM fONSECA
RÁDIO CLUBE DE MONSANTO

Reunião do Comité Central da Fretilin começou

Díli, 25 Jun (Lusa) - A reunião do Comité Central da Fretilin começou às 11:05 de hoje (03:05 em Lisboa) em Díli com uma intervenção do presidente do partido, Francisco Guterres "Lu-Olo", disse à Lusa fonte partidária.

Logo após a intervenção inicial na reunião, que decorre à porta fechada , foram abertas as inscrições para debater o tema do encontro, a eventual demissão do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e a escolha de um sucessor.

A reunião começou cerca de uma hora depois do previsto, devido a atrasos na chegada dos membros do Comité Central do partido no poder.

Para que houvesse quórum era necessária pelo menos a presença de 55 dos 81 membros do Comité Central.

No exterior não há nenhum manifestante, ao contrário do que aconteceu sábado, em que cerca de 2.000 pessoas gritaram palavras de ordem contra o primeiro-ministro Mari Alkatiri e exigiram a demissão do governo, levando ao adiamento da reunião.

A sede do Comité Central do partido no poder situa-se na zona de intervenção da GNR e os militares portugueses alargaram hoje o perímetro de segurança, com o apoio de veículos blindados, mas não há registo de qualquer movimentação de manifestantes em direcção ao local.

A reunião, marcada inicialmente para sábado e adiada para hoje, por não haver condições de segurança, segundo Francisco Guterres "Lu-Olo", foi convocada para debater a situação política em Timor-Leste, na sequência da exigência do presidente Xanana Gusmão de demissão do primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

Xanana Gusmão tinha anunciado em reunião do Conselho de Estado que se demitiria da Presidência da República timorense se Mari Alkatiri não abandonasse a chefia do governo.

Alkatiri afirmara sábado à Lusa estar disponível para se demitir mas que a decisão teria de ser tomada na reunião do Comité Central da Fretilin.

EL.

São seis e trinta e oito

Amanhã de manhã está prevista a reunião do Comité Central da Fretilin e Ana Pessoa chega de Bali.

Até já.

.

Dos leitores

Exemplos de projectos concretos em Timor-Leste e abortados pelo golpe de Estado

Essa é que é essa o investimento estava a bom ritmo, havia um interesse crescente dos investidores estrangeiros no país. estava à beira de instalação de fábricas várias - indústria conserveira de peixe, de marisco, componentes electrónicos para diversos fins, entre outras actividades. tudo isto junto traria milhares de postos de trabalho, imensa formação profissional e muita capacitação nacional.

As várzeas timorenses iriam começar em breve a dar três vezes mais arroz com técnica chinesa e vietnamita. os processos de cooperação estavam a andar a bom ritmo e isso assustava os que queriam o poder pelo poder.

os acordos para evitar a dupla tributação com países vários - portugal, malásia, china, entre outros - estavam em fase de discussão e iriam permitir o afirmar da economia timorense nas trocas comerciais.

querem mais? é que há muito para dizer a este nível, a economia do país estava a preparar-se para ajudar directamente o Povo através do emprego.

xanana gusmão não gostou, Adelino Gomes, jornalista conceituado em assuntos de timor-leste escreveu bem e disse a verdade de um presidente que já não é mito nunca terá a elevação e importãncia de um Nelson Mandela.

O desemprego e a miséria continuada em Timor-Leste para os próximos anos só a Xanana se pode atríbuir... parabéns senhor liurai alexandre gusmão.

o petróleo estava para já resolvido, indianos e italianos iriam explorar os blocos, seis dos onze. as refinarias iriam instalar-se como previsto e a barragem de Iralalara (los palos) também estava em fase avançada de arranque de consurso internacional - só esta valência seria um dos grandes contributos de Timor-Leste para toda a ilha, TL teria capacidade para exportar electricidade para o lado indonésio.

Carta aberta ao herói Xanana Gusmão.

Xanana, que tristeza.


Se soubesses como te admiramos, como te reconhecemos como herói, entenderias nossa tristeza, nosso grito de desespero.

Mas este discurso, este descontrolo, não é digno de ti. Nem o povo que te adora o merece.

Nos teus yes man não encontrarás decerto quem te admire mais e quem te admire mais sinceramente, sem qualquer interesse.

Reflecte. A coragem não está no caminho mais fácil como sabes.

Bastam uns meses. Mostra a tua confiança no povo timorense e na sua sabedoria.

Aceita as suas escolhas garantindo que o povo escolherá livremente. Aposta num processo eleitoral democrático controlado por quem quiseres.

Mas não deslumbres com quem te dá sempre razão. Lembra-te do nosso olhar sincero.

Um abraço fraterno,

Malai Azul.

.

Nota (isto é qaue é pachorra, hoje)

Quando fazemos um post (fazemos copy past) de um comentário e de outros não, não é porque estamos a censurar aqueles que não transcrevemos para a página principal.

É porque concordamos ou porque apesar de não concordarmos pensamos importante referi-los.

Se não gostam, não nos visitem ou façam o vosso blog, tá?

Se incomoda que nos visitem e que nos leiam, that's life baby.

E pelo menos reconheçam a pachorra que estamos a ter hoje...

.

Dos leitores


Estimado Malai Azul,

Recebi de uma pessoa amiga uma reflexao (em anexo e abaixo reproduzida) que lhe peco para publicar no Blog, caso aceite.

Um forte Abraco,
Paula
--------------------------

Sobre a Declaração Presidencial do dia 22 de Junho:

Adelino Gomes, do Jornal Público, afirma: "Discurso político inimaginável".

Sem dúvida que o é. Lamentavelmente para Timor-Leste, o Presidente Xanana Gusmão revela que é tão-somente um homem!

O mito, o herói, o semi-Deus que tantas pessoas 'viam' nele, afinal é apenas um homem ... que revela todas as fraquezas de qualquer outro homem ... que não é 'mito', não é 'herói' nem um 'semi-Deus'.

Lamentavelmente, muitos necessitam de um 'D. Sebastião', dizem-se democratas mas têm uma enorme necessidade de serem conduzidos por personalidades dirigentes com características e instintos ditatoriais. Xanana Gusmão, revela e surge perante todos, como um D. Sebastião com aquelas características e aqueles instintos e expõe publicamente o que tem de pior e de estrutural na sua personalidade:

a) a falta de respeito pelos outros - se não forem 'yes men', ou não se deixarem ‘cativar’ pelo/enrolar no seu charme;
b) o autismo - perante a realidade existente, aquela que existe para além do grupo que o envolve;
c) a incapacidade de lidar com o conflito pessoal - opta habitualmente por duas vias alternativas: fingir que o conflito não existe, deixando-o avolumar com a passagem do tempo ou, criando a dependência afectiva para 'agarrar' as pessoas, muito usado nos seus actos de reconciliação, através de um dom que possui: carisma!;

e, por último mas de importância equiparável aos traços anteriores,

d) a necessidade irrefreável de tudo dirigir, de tudo controlar.

Xanana Gusmão tentou genuinamente fazer a transição de Comandante da Luta de Libertação e de um grupo de guerrilha para Chefe de Estado ... não conseguiu.

Acima de tudo, porque não conseguiu viver/conviver/aceitar a divisão de poderes que qualquer Estado democrático de Direito define como elemento essencial/central de um sistema democrático.

Xanana Gusmão revela-nos que levou o seu 'autismo' político ao limite do inimaginável, porque

a) resume e reduz a Constituição ao seu artº 1º, nº 1: "A República Democrática de Timor-Leste é um Estado [...] baseado na vontade popular ..." - a parte que lhe interessa para, demagógica e populisticamente, exercer o poder, porque 'o Povo quer e eu oiço o Povo'- leia-se "L'Etat c'est moi!"

b) Despiu-se definitivamente do seu papel de Chefe de Estado para se deixar enrolar na teia da animosidade, do ressaibo, do rancor, da aversão, do ódio, e do ressentimento de que resultou uma Declaração 'Presidencial' à Nação em que o Chefe do Estado de Timor-Leste se 'abstrai' da existência do Estado, sai da esfera do Estado, para se concentrar e para limitar-se à esfera do pessoal e do mesquinho

c) Apela emocionalmente ao fim da violência ... para se dirigir ao ‘Povo’ afirmando com voz trémula que “ganhámos a guerra!”.

Por tudo isto, receio pelo futuro de Timor-Leste.

.

Até amanhã.

Hoje deitamo-nos cedo.

.

Nota

Pelos programas que usamos para fazermos a estatísticas deste blog, informamos que quase todas as pessoas que nos visitam e que leiem os comentários fazem-no a praticamente todos.

Assim não é preciso repetirem em todos os posts o mesmo comentário para terem a certeza de serem ouvidos.

Além de que isso aumenta o tamanho do blog, vos dá imenso trabalho escusadamente, e para nós é absolutamente indiferente que o façam ou não.

Lemos TODOS os comentários. Mas só lemos uma vez o mesmo.

.

Dos leitores

Uma questão de ética

Há um caso aberrante nesta história. Como é que os procuradores que têm o processo do Rogério Lobato, com o histórico de acusações que este lhes fez chamando-os de colonializadores, poe em risco a acusação e o julgamento, nao pedindo o seu afastamento do caso?

Tão atenta à justiça e a UN não vê que existe aqui um problema grave de ética?

E o os senhores dos direitos humanos calam-se por outro lado?

Será que ainda vamos assistir a que nao se faça justiça pela incompetencia destes senhores?

Ja vi tanta coisa acontecer em Timor...

Sobre a manifestação da Fretilin

Foi anunciado hoje que a Fretilin vai realizar uma manifestação, de apoio a Mari Alkatiri, indo de encontro de receios que a mesma pode provocar na situação que se vive em Díli.

Esperamos que as forças militares australianas cumpram os protocolos que assinaram e pelos quais se regem os seus objectivos em Timor-Leste, se bem que tudo indica o contrário.

Por exemplo, hoje, escoltaram os manifestantes até à porta da sede da Fretilin em vez de os fazerem ficar a dezenas de metros, o que teria sido suficiente para se realizar a reunião em condições. Vergonhoso.

Vamos assistir na prática quais são as ordens de Camberra. Porque politicamente, ao Governo australiano, esta manifestação é um passo mais na direcção de caos que apoiaram e que lhes convém.

Acreditamos que podem não ter escrúpulos nenhuns em evitar confrontos entre os manifestantes pró e contra Mari Alkatiri, mesmo que o preço seja um banho de sangue. E que até ajudem a provocar conflitos entre esses grupos para justificar a sua estratégia de fazer de Timor-Leste um estado falhado.

E não se pode continuar a pedir à Fretilin que não se manifeste, ou que não demonstre qual a sua base de apoio, pois é exactamente dessa forma, apenas com cinco, ou que fossem, dez mil manifestantes, que se exige a demissão do Primeiro-Ministro.

Na realidade não sabemos, qual o apoio popular que Mari Alkatiri tem, nem qual a capacidade de mobilização dos militantes da Fretilin para apoiar a continuação de Mari Alkatiri à frente do Governo. Da mesma forma que aguardamos a demonstração deste apoio e que tiraremos ilações depois de a testemunharmos, assim o deveriam fazer aqueles que acreditam que Mari Alkatiri se devia demitir. Serenos e sem golpes baixos.

Mas caso as forças de segurança não planeiem muito bem a criação de espaços próprios para cada um dos grupos, é muito fácil, mesmo que não sejam os próprios, surgirem incidentes graves, infiltrando de um lado e de outro pessoas armadas que comecem os distúrbios.

Manter a segurança, coabitando duas manifestações na mesma cidade, não é nada que os militares e polícias que cá estão não saibam e possam fazer.

Assim, não se esqueçam de que seremos testemunhas. O mundo e a história vão cobrar-vos.


WE ARE WATCHING YOU...


.


Dos leitores

O Presidente da República sempre se mostrou inflexivel quanto à substituição do PG apesar das várias solicitações do Governo, imprensa e muitas outras instituições. A resposta do PR sempre foi o "silêncio".

.

Dos leitores

Noticia da Lusa

"Xanana Gusmão discursou ao lado de Vicente da Conceição "Railos", veterano da luta de resistência e comandante do alegado "esquadrão da morte", supostamente criado pelo ex-ministro do Interior Rogério Lobato, e major Alves Tara, um dos oficiais das forças armadas timorenses que abandonou em Maio a cadeia de comando.

"Cada um pode interpretar as imagens para ver o que realmente aconteceu neste país. Aquilo é um pedaço do que têm sido os acontecimentos deste país", afirmou.

Questionado sobre se considerava que Railos e Tara estariam envolvidos numa tentativa de o depor do cargo, Mari Alkatiri respondeu: "sem dúvida".

Já confrontado com a pergunta sobre se Xanana Gusmão estaria implicado nessa tentativa de o depor do cargo, afirmou apenas:

"dispenso comentários".

Acho que até o "mundo" dispensa comentários e se mantém em silêncio, chocado perante a gravidade da postura do PR e quem escolhe para suas "companhias" numa aparição pública.

O Presidente da República de um País tem como primeira obrigação a defesa da unidade nacional não podendo nunca atacar uns e favorecer outros.
Xanana viola de forma grosseira este principio fundamental que deve gerir a actuação de qualquer Chefe de Estado.

.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.