quarta-feira, março 05, 2008

Comissão internacional de inquérito a ataques contra Horta e Xanana obtida com negociação e concessões

Díli, 05 Mar (Lusa) - A recomendação ao Governo para constituir uma comissão internacional de inquérito aos ataques de 11 de Fevereiro implicou negociação política e concessões, além de dividir a aliança no poder.

A resolução sobre a comissão de inquérito, aprovada segunda-feira pelo Parlamento timorense, implicou uma negociação política entre a Fretilin, o maior partido na oposição, e o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), o maior partido da aliança no poder.

O Projecto de Resolução no 9/II, sobre a "Constituição de Comissão Internacional de Investigação aos Factos Violentos Ocorridos em 11 de Fevereiro de 2008", foi aprovado no Parlamento com 33 votos a favor, 17 contra e quatro abstenções.

A proposta inicial de uma comissão internacional de inquérito foi apresentada pela bancada da Fretilin com algumas assinaturas da bancada do Partido Democrático (PD) e mais tarde com o apoio do líder do Partido Social Democrata (PSD), Mário Viegas Carrascalão.

É no detalhe da votação que se revela de forma óbvia a polémica levantada pela proposta inicial da Fretilin, que não contava com o favor dos partidos no Governo.

A Resolução acabou por ser aprovada com votos da Fretilin, do CNRT, do Partido do Povo de Timor (PPT) e da UNDERTIM.

Os votos contra vieram, sobretudo, dos outros partidos que constituem a Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) com o CNRT: o PD, o PSD e a Associação Social Democrata Timorense (ASDT).

No entanto, o presidente do PSD votou a favor da Resolução, assim como Fernanda Borges, líder do Partido de Unidade Nacional (PUN).

A primeira alteração ao texto inicial, sem a qual o CNRT não aceitaria viabilizar a Proposta de Resolução, teve a ver com o próprio âmbito da investigação.

No texto inicial referia-se apenas o ataque à residência do Presidente da República, tendo depois sido introduzida a alteração que inclui o ataque a "uma coluna de viaturas onde seguia o primeiro-ministro (que) foi igualmente alvo de ataque com armas de fogo".

Um parágrafo longo sobre as forças de segurança timorenses, cuja redacção inicial era crítica em relação à Polícia Nacional, foi também alterado.

"Os órgãos de polícia criminal estão presentemente em processo de reestruturação, de modo a poderem cumprir a sua missão com rigor, isenção e qualidade", afirma a Resolução final.

"Apesar de continuarem a beneficiar da colaboração de peritos e técnicos internacionais no quadro da assistência, bilateral e multilateral, a Timor-Leste, entende-se, ainda assim, que a sua colaboração na investigação em causa será de grande relevância e não deverá ser dispensada".

"No entanto, é importante sublinhar que uma investigação com tal especificidade não dispensa também a colaboração de peritos internacionais", afirma a versão final aprovada.

A Resolução acrescenta que "o melindre e a complexidade dos acontecimentos em questão reclamam, pois, a constituição de uma comissão de investigação internacional específica - multinacional, isenta e independente - só para tratar do caso vertente".

O texto aprovado deixa larga margem ao Governo timorense para negociar o tratado internacional que criar a comissão de inquérito, embora o resultado da negociação com as Nações Unidas tenha de ser "submetido a ratificação do Parlamento Nacional, sem a qual não poderá vigorar".

O Parlamento discutiu o Projecto de Resolução em duas sessões, sexta-feira e segunda-feira, nas quais foram discutidas e introduzidas alterações substanciais ao texto inicial.

Uma proposta de alteração para que a comissão internacional apenas entrasse em funcionamento quando a Procuradoria-geral da República desse por concluída a sua investigação ao duplo ataque não foi aprovada.

Entretanto, o ex-tenente Gastão Salsinha, líder do grupo que atacou o primeiro-ministro Xanana Gusmão, em 11 de Fevereiro, mantém-se em Letefoho, no distrito de Ermera, numa área de difícil acesso e vigiada por militares das ISF, forças de estabilização internacional. Não era visível na região nenhum dispositivo da "Operação Halibur", constituída por forças armadas e polícia timorenses.

Até ao fim do dia em Timor-Leste não foi dada a conhecer qualquer evolução no processo de rendição de Gastão Salsinha.


Lusa/fim

Porque não está Susar na prisão...

...e goza de previlégios relativamente a outros presos? Em vez de estar na prisão está numa casa em Becora guardada pelas FDTL?!

A Justiça em Timor-Leste não é igual para todos e é o próprio governo de Xanana Gusmão que o garante.

Que contrapartida negociou Xanana Gusmão com Susar? Que "cozinhado" a Ministra da Justiça fez sem avisar o Tribunal?

E saberá Susar que apenas cabe ao Presidente o perdão presidencial? Prometa Xanana Gusmão o que prometer...

A ONU assiste e cala-se. Mais uma vez.

Mas será que Ramos-Horta vai ficar calado?... Hummm.

Susar não está na prisão de Becora

Susar, um dos elementos do grupo de Alfredo Reinado que esteve envolvido nos ataques de 11 de Fevereiro em casa de Ramos-Horta, não está na prisão de Becora, apesar do Tribunal assim o ter decretado.

Em vez de se encontrar detido na prsão, Susar encontra-se numa casa em Colmera, por decisão do Governo.

Em troca de quê?! Qual a contrapartida?

Será que o facto de Susar ter afirmado que não foi ninguém do grupo de Reinado que disparou no Presidente e que Alfredo Reinado se deslocou nesse dia lá a casa para um encontro com Ramos-Horta, assustou assim tanto o governo?

O que está o governo a "negociar" com Susar? Uma versão "oficial"?

Gino Neves lançou um boato para servir alguém ou apenas para matar Salsinha?

Blog Alto Hama
Terça-feira, Março 04, 2008

Gino Neves lançou um boato para servir alguém ou apenas para matar Salsinha?

Tanto quanto sei, Gino Neves não é propriamente um pé descalço (sem ofensa para estes que em Timor-Leste são infelizmente mais do que as mães). É, mesmo que isso pouco significado tenha, comandante da Polícia Militar timorense.

E foi Gino Neves que, não à televisão e à agência de notícias do Burkina Faso, mas à RTP e à Lusa, disse que Gastão Salsinha, ex-tenente das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), se tinha rendido e apresentado ao pároco de Gleno, distrito de Ermera.

Ao que parece (em Timor o melhor é falar sempre sem certezas), Gino Neves limitou-se a propalar mais um boato, sem que ninguém com autoridade (se é que alguém, para além dos australianos, a tem) lhe puxasse as orelhas.

A quem interessou o lançamento deste boato? Se calhar apenas aos que não estão nada interessados em conhecer a verdade, ou o que dela for mais próximo, sobre os ataques a Ramos Horta e Xanana Gusmão.

Gino Neves deverá, contudo ser promovido. Não pode ficar sem valorização o frete feito a alguém, seja esse alguém timorense ou não. Um dia destes, se isso der jeito aos australianos, vamos saber as razões pelas quais o comandante de Polícia Militar meteu água.

Antes disso veremos o que vai acontecer a Gastão Salsinha.

Será perdoado pela dupla Horta/Xanana, como fez o primeiro em relação a Alfredo Reinado? É bem provável que sim. Como também me parece provável que o perdão seja dado a título… póstumo.

Publicada por Orlando Castro

No se despeja misterio de ataque a Ramos-Horta

Por Mario de Queiroz

LISBOA, 4 mar (IPS) - Al ordenar este martes la prisión preventiva del ex agente de la policía de Timor Oriental, Amaro da Costa, el juez internacional Ivo Rosa dio el primer paso concreto hacia el esclarecimiento del ataque que casi costó la vida al presidente de la república, José Ramos-Horta.

Amaro da Costa se entregó en la noche del sábado a las autoridades, convirtiéndose en el primer acusado por la agresión que hirió gravemente a Ramos-Horta el 11 de febrero, día en que también fue atacado el vehículo del primer ministro, José Alexandre Xanana Gusmão, que en cambio resultó ileso.

Las primeras noticias sostenían que el ataque había sido dirigido por el ex mayor Alfredo Reinado. Sin embargo, noticias posteriores indicaron que el oficial rebelde y el soldado Leopoldino Mendonça Exposto fueron muertos más de una hora antes de los disparos contra el presidente.

Para condimentar aun más la confusión, el comandante de la policía militar, Gino Neves, reveló el lunes a los periodistas portugueses destacados en Dili que se había entregado Gastão Salsinha, el número dos de Reinado que asumió el mando de unos 20 soldados todavía rebeldes.

Horas más tarde, el comando conjunto de las fuerzas internacionales estacionadas en Timor Oriental declinó confirmar la rendición de Salsinha, y las últimas informaciones recibidas este martes en Lisboa indican que el ex teniente se habría colocado bajo protección de un párroco de una aldea cercana a Dili.

Mientras Ramos-Horta continúa en convalecencia en un hospital australiano, los políticos y analistas portugueses han coincidido en que un atentado en su contra era imposible de prever, al tratarse de la figura pública de mayor consenso de la joven república asiática, que en mayo de este año celebrará su sexto aniversario de vida independiente.

Asimismo, su peso en la comunidad internacional fue solidificándose paso a paso durante su acción de un cuarto de siglo denunciando el genocidio de un tercio de la población de su país por las tropas de ocupación de Indonesia, lo que en 1996 lo llevó a compartir el premio Nobel de la Paz con el obispo de Dili, Carlos Filipe Ximenes Belo.

Adelino Gomes, analista del diario Público de Lisboa y especialista en asuntos timorenses, se manifestó sorprendido por el ataque, "una intentona de contornos mal definidos, que se une a un conjunto de tropezones, todos graves para la construcción de un Estado democrático en Timor".

"¿Fue un acto de locura de Reinado? ¿Una acción aislada de un grupo de rebeldes desesperados o, por el contrario, una acción de un ámbito más vasto y de participaciones más amplias?", se preguntó Gomes.

Pedro Bacelar de Vasconcelos, ex consejero de la Organización de las Naciones Unidas (ONU) ante la presidencia de Timor Oriental, suscribió esas dudas al afirmar que en este caso "hay muchos hechos que carecen de claridad".

Una de las interrogantes, "que al parecer nadie logra responder, es cómo fue posible que Reinado y Salsinha, que en su clandestinidad eran protegidos por las tropas australianas, el día del atentado atravesaron Dili de punta a punta, en carros blindados, sin que nadie se diese cuenta", comentó a IPS el analista internacional Augusto Videla.

Un caos total en Timor "abriría el camino a una intervención militar extranjera generalizada, evidentemente australiana, todas teorías difíciles de comprobar, porque Reinado ya no puede contar lo que sucedió, al ser acribillado a tiros una hora antes del atentado a Ramos-Horta", concluyó.

Las dudas sobre lo que realmente ocurrió en la mañana del 11 de febrero también fueron expresadas por el ex primer ministro Mari Alkatiri (2002-2006), líder del Frente Revolucionario de Timor Oriental Independiente (Fretilin, por sus siglas en portugués) en una entrevista publicada este martes por la agencia Portuguese News Network (PNN).

Alkatiri estimó que, de no aclararse las dudas, se puede poner en causa el proceso democrático, lo que convertiría la situación en "una bomba de tiempo".

El ataque sin consecuencias a Xanana Gusmão fue considerado por Alkatiri "una ficción barata" producto de un montaje, revelando que su partido envió rápidamente un representante al lugar de los hechos, quien fotografió dos impactos de armas de fuego en el vehículo, que horas más tarde fue presentado con 16 agujeros de bala.

"Xanana es un patriota y rechazo que se diga que vendió la patria a los australianos, pero él no logra pensar como Estado, piensa como guerrillero", sostuvo el ex primer ministro.

El secretario general del Fretilin, en su calidad de líder del partido mayoritario del amplio abanico político timorense, reclamó una comisión de investigación autónoma, independiente de los países con presencia e intereses en Timor.

"Países que aquí están en las áreas de justicia, o asesores en el sector de seguridad no pueden hacer parte de esta comisión", porque los atentados fueron posibles "con toda esta presencia, y si la investigación incrimina a la presencia internacional o a la ONU, la tendencia será, naturalmente, a encubrir", concluyó.

(FIN/2008)

Que salsada, Salsinha!...

Blog Olhó lafaek!...
Terça-feira, 4 de Março de 2008

Que salsada, Salsinha!...

Decide-te, homem! Não abuses da sorte ou, como dizia o outro, ainda arriscas a que te "suicidem"!...

Gastão Salsinha - de insurrecto a facilitador, em 24 horas

Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa, em Díli

Díli, 04 Mar (Lusa) - Ao final de segunda-feira, vários membros do Executivo e altas figuras do Estado timorense esperavam, em pé, à frente do Palácio do Governo, no relvado entre a jovem bandeira nacional e o velho padrão português.

Dizer que os dignitários esperavam supõe a certeza frágil, mas lógica, de que esperavam algo ou alguém. Díli, o país, os timorenses em geral, o Estado, a ONU, todos esperam há dias, "a qualquer momento", "nas próximas horas", a captura ou a rendição de Gastão Salsinha.

O ex-tenente é o líder do grupo que atacou José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, depois da morte do major Alfredo Reinado no ataque à residência do Presidente da República.

Em Timor-Leste, como vem recordando a operação "Halibur" de captura de Salsinha e seu grupo, espera-se longamente por aquilo que, sabe-se, acontecerá de súbito.

A imprensa, juntando-se à espera, parecia uma segunda guarda de honra, em torno da segurança apertada do primeiro-ministro, dos ministros, secretários de Estado e assessores, do procurador-geral da República, mais tarde do CEMGFA timorense e do presidente do Tribunal de Recurso.

O ambiente era solene mas descontraído em torno de Xanana Gusmão. Como é seu hábito, o primeiro-ministro fumava.

Era já escuro quando, depois das 19:30, passou frente ao Palácio um cortejo de camiões das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL). Buzinas, sirenes, ruído alegre: os soldados que enchiam os camiões festejavam algo. De algum canto, por telemóvel, surgiu a "notícia" de que a alegria era pela entrega de Salsinha.

"Vem a caminho", disse um jornalista.

"A operação acabou!", gritou outro.

"A operação não acabou. Não temos conhecimento de que Salsinha se tenha rendido. Se tivesse, o comando conjunto saberia de imediato", informou, minutos depois, uma fonte militar da operação "Halibur".

Já passava das 20:00 quando os VIP no relvado desmobilizaram com apertos de mão, em direcção aos jipes.

"Boas notícias", respondeu Xanana Gusmão, voltando-se para trás, quando a Lusa procurou uma explicação para o que tinha acontecido no relvado.

Quantas são as boas notícias?

"Seis, de momento", respondeu o primeiro-ministro, confirmando a entrega de elementos do grupo fugitivo.

Salsinha vem para Díli?

"Vem. Tu não acreditas no Salsinha?"

De que estiveram à espera estas duas horas?

"Um bocado a respirar ar fresco… O novo ambiente… Troca de impressões".

O Governo e o seu chefe abandonou o relvado. Ficaram os jornalistas, a braços com a "última", surgida também de telemóvel: Salsinha ter-se-ia rendido à igreja, em Gleno, que depois contactou a Polícia Militar (PM).

"É verdade. Está connosco. Foi ter com a família, em Gleno, pelas 16:00. Depois foram juntos à igreja. E o padre contactou-nos. Está tudo sob controlo agora", confirmou à Lusa e à RTP o comandante da PM, major Gino Neves.

"Desconhecimento", "altamente improvável", foram os comentários obtidos de fontes militares da operação "Halibur" e de fontes internacionais.

Ao longo de terça-feira, manteve-se o silêncio oficial em torno da entrega de Gastão Salsinha. Um dado novo, no entanto: tanto fontes timorenses como internacionais, em Díli e em Ermera, repetiram "o bom andamento" dos contactos.

Outro dado: "Graças à imprensa portuguesa e ao comandante da PM, a confusão é total em Gleno", dizia um assessor internacional que acompanha, nas colinas a sudoeste de Díli, as negociações para a rendição de Salsinha.

O "a qualquer momento" sobre a rendição passou, entretanto, a ser perspectivado "nas próximas 48 horas".

"Decorrem ainda negociações. Salsinha concordou em render-se mas está a tentar reunir o restante grupo, espalhado em Ermera", afirmaram à Lusa as mesmas fontes.

"Salsinha está na igreja de Ermera, rodeado pelas F-FDTL", afirmou em privado uma fonte oficial timorense, à hora a que muitos titulares e assessores almoçavam no Hotel Timor.

"Isso é verdade, mas é de ontem", respondeu uma fonte internacional junto de quem a Lusa tentou confirmar a informação.

Ao princípio da tarde, uma conferência de imprensa do Comando Conjunto das F-FDTL e Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) foi cancelada - e uma outra marcada para quarta-feira.

Quase à mesma hora, circulou também por Díli uma nova versão: Salsinha estaria rodeado em Ermera pelas Forças de Estabilização Internacionais (ISF), "que pretendem salvar a face trazendo o grupo para Díli, visto que ainda não capturaram ninguém".

"Estou a ouvir isso pela primeira vez. Deve ser mais um dos rumores. Estou no nosso centro de operações e por aqui não passou nada de um cerco a Salsinha", respondeu um porta-voz australiano das ISF à Lusa.

"De qualquer modo, posso dizer que, se estiver em curso algum processo de negociações, as ISF apoiam a solução pacífica e a via do diálogo", ressalvou o oficial australiano.

"As igrejas de Gleno e Ermera estão vazias", respondeu à Lusa, pouco depois, um oficial da operação "Halibur". "Salsinha não está lá".

"Salsinha não está aqui" foi, também, a resposta do padre Adriano, pároco de Ermera, contactado pela Lusa cerca das 17:00.

"Ninguém fala directamente com Salsinha. Ele está na estrada para Letefoho. Um elemento do grupo de Salsinha negociou ontem com o major Neves. Mas não há decisão ainda. É muito difícil".

E sobre a rendição, confirmada segunda-feira pelo comandante da PM?

"Não é verdade", resumiu o padre.

Horas depois, já noite, o Conselho de Ministros divulgou um comunicado em que o pároco é citado naquilo que não quis revelar ao telefone.

"Gastão Salsinha anunciou hoje, através do padre Adriano, pároco de Ermera, que está disposto a entregar-se às autoridades nas próximas horas, juntamente com os seus homens, que se encontravam dispersos e que neste momento tenta agrupar", lê-se no comunicado do governo.

O comunicado adianta também que Salsinha pediu a suspensão da operação "Halibur" em Ermera.

"Não é verdade. As operações continuam. Não íamos arriscar deixar fugir, depois de o termos localizado e cercado, alguém que não mostrou seriedade durante dois anos", afirmou uma fonte da "Halibur".

"A operação só acabará quando forem recuperadas as 38 armas que estão em poder do antigo grupo de Reinado", resumiu a mesma fonte.

"O assunto de Salsinha está resolvido. Ele ainda não veio para 'baixo' porque ele está a negociar, com conhecimento das F-FDTL e do Governo, a rendição do grupo", concluiu, hoje à noite, uma fonte internacional em Díli.

"Virá, decerto, antes do final da semana", disse ainda uma fonte militar.

A todos, como a Xanana Gusmão no relvado, resta esperar.

Lusa/fim


NOTA DE RODAPÉ:

Bravo, PRM. Hilariante.

Mas infelizmente é esta a realidade de hoje em Timor-Leste... Tudo parece uma anedota.

Rendição do tenente timorense Salsinha ainda por confirmar

Público
04.03.2008, Jorge Heitor

Presidente Ramos-Horta foi transferido para um hospital particular de Darwin, a fim de prosseguir durante longas semanas a recuperação dos ferimentos sofridos.


A maior das controvérsias envolvia a noite passada a eventual rendição do mais graduado dos ex-peticionários timorenses, o tenente Gastão Salsinha. O comandante da Polícia Militar, major Gino Neves, anunciou-a, mas ninguém mais aceitou confirmar, dizendo desconhecer que formalmente se tivesse rendido.

De acordo com a versão que durante a manhã foi dada ao PÚBLICO, à Lusa e à RTP, ele ter-se-ia juntado à família na cidade de Gleno, capital do distrito de Ermera, a sudoeste de Díli, a capital, e entregue depois a um sacerdote, em mais uma fase do longo processo negocial que já desde a véspera era conhecido.

Só que nem o primeiro-ministro Xanana Gusmão nem outras fontes oficiais aceitaram confirmar que já se pudesse ter a rendição como um facto consumado. Uma dessas fontes foi o capitão João Martinho, da GNR, em declarações à TSF. Admitiu, porém, que a entrega esteja a ser negociada, conforme o PÚBLICO ontem noticiava.

Nem a imprensa australiana, sempre muito bem informada sobre os assuntos timorenses, nem as grandes agências internacionais referiram, ao longo do dia de ontem, que Salsinha se houvesse juntado aos cerca de 600 antigos rebeldes que já se encontram acantonados. Não só ex-peticionários mas, também, alguns polícias que haviam abandonado os seus postos.

Na véspera, o comandante da operação conjunta das Forças de Defesa e da Polícia Nacional de Timor-Leste, Filomeno Paixão, anunciara que outro dos mais destacados amotinados, Amaro da Costa, "Susar", se entregara. E ontem o site da Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (Unmit) mostrava elementos da GNR a escoltarem-no até ao tribunal distrital de Díli.

Enquanto isto, o Presidente José Ramos-Horta, gravemente ferido a tiro no dia 11 de Fevereiro, foi transferido do Hospital Real de Darwin para um estabelecimento particular, onde prosseguirá a difícil recuperação durante todo o resto deste mês.

E, em Díli, o Parlamento Nacional aprovou por maioria que se constitua uma comissão de investigação internacional sobre os acontecimentos de há três semanas, nos quais morreram o major Alfredo Reinado e um seu companheiro de rebelião.

Na nova unidade hospitalar, o chefe de Estado timorense deverá dispor de um gabinete para trabalhar e receber visitas, incluindo a do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, há muito esperada.

East Timor calls for probe into Ramos-Horta assassination plot

ABC News
4.03.2008

Posted 1 hour 40 minutes ago

East Timor's parliament has agreed to recommend the government set up an international commission to investigate the assassination attempts on the country's leaders.

President Jose Ramos-Horta sustained multiple gunshot wounds in an assault on his residence on February 11, which saw rebel boss Alfredo Reinado killed. Prime Minister Xanana Gusmao escaped a separate ambush on the same day unharmed.

Members of Parliament came up with a "resolution project" demanding an independent international investigation be formed during a plenary on Monday (local time), a press release issued by the legislative body said.

"In accordance to article 92 of the constitution, the national parliament recommends to the government to conduct negotiations with the competent organs of the United Nations over the establishment of an international investigation commission, that will search and evaluate new findings and identify those involved in the incident of 11 February 2008," it said.

It said the decision on the resolution, which moved by the Fretilin Party and the Democratic Alliance, was passed by 33 votes to 17 against with four abstentions.

The release said an absolute majority showed a wish to entrust an independent international investigation commission with the task of conducting a probe into the February 11 incident.

It said the commission - which should be composed of experts from various fields and from various countries - could work with the judicial and political authorities "but cannot make any recommendation."

Fretilin, which had already made calls for an international probe, stressed that countries in the international peacekeeping force, deployed in East Timor since unrest flared in 2006, should not be part of the commission.

International troops are hunting at least 17 rebels accused of launching the attacks on President Ramos-Horta and Mr Gusmao.

Reinado originally came to prominence amid the deadly unrest on Dili's streets in 2006.

- AFP


Tradução:

Timor-Leste pede investigação à tentativa de assassínio de Ramos-Horta

ABC News
4.03.2008

Postado 1 hora e 40 minutos atrás

O parlamento de Timor-Leste concordou em recomendar que o governo monte uma comissão internacional para investigar as tentativas de assassínio aos líderes do país.

O Presidente José Ramos-Horta sofreu múltiplas feridas de bala no assalto à sua residência em 11 de Fevereiro, onde morreu o líder amotinado Alfredo Reinado. O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão escapou ileso duma emboscada separada no mesmo dia.

Membros do Parlamento vieram com um "projecto de resolução" exigindo que se formasse uma investigação independente internacional num plenário na Segunda-feira (local time), informou um comunicado de imprensa do órgão legislativo.

"De acordo com o artigo 92 da Constituição, o parlamento nacional recomenda que o governo conduza negociações com os competentes órgãos das Nações Unidas sobre o estabelecimento duma comissão internacional de investigação, que procure e avalie novas conclusões e identifique os envolvidos no incidente de 11 de Fevereiro 2008," diz.

Diz que a decisão na resolução, apresentada pela Fretilin e Aliança Democrática, foi aprovada com 33 votos a favor e 17 contra e 4 abstenções.

O comunicado diz que a maioria absoluta mostrou o defeso de confiar a uma comissão independente internacional de investigação a tarefa de conduzir a investigação ao incidente de 11 de Fevereiro.

Diz que a comissão – que deve ser composta por peritos de vários campos e de vários países – pode trabalhar com as autoridades judiciais e políticas "mas não pode fazer recomendações."

A Fretilin, que já tinha feito apelos a uma investigação internacional, sublinhou que países na força internacional de manutenção da paz, destacados em Timor-Leste desde o desassossego que irrompeu em 2006, não devem participar na comissão.

As tropas internacionais estão a perseguir pelo menos 17 amotinados acusados dos ataques ao Presidente Ramos-Horta e Sr Gusmão.

Reinado subiu originalmente à notariedade no desassossego mortal nas ruas de Dili em 2006.

- AFP

Susar na prisão, primeiro acusado do 11 de Fevereiro

Díli, 04 Mar (Lusa) - O tribunal de Díli ordenou hoje a prisão preventiva do ex-agente da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) Amaro da Costa, ou Kaer Susar, envolvido no ataque de 11 de Fevereiro contra o presidente timorense, José Ramos-Horta.

Susar, que se entregou sábado à noite às autoridades e foi levado domingo de manhã para Díli, é o primeiro acusado pelo ataque em que José Ramos-Horta foi gravemente ferido a tiro.

A medida de prisão preventiva foi decidida pelo juiz internacional Ivo Rosa, depois de um interrogatório realizado segunda-feira à tarde e hoje de manhã, nas instalações do Tribunal de Recurso, em Díli.

No conjunto, o juiz português em serviço em Timor-Leste ouviu Kaer Susar durante cerca de seis horas, em audiência fechada.

O magistrado afirmou no final do interrogatório que existem fortes indícios de que Kaer Susar praticou os crimes de que foi hoje acusado: seis crimes de homicídio, dois crimes de homicídio na forma tentada, atentado contra a segurança do Estado e posse de arma para perturbação da ordem pública.

Dos crimes de homicídio de que é acusado Kaer Susar, dois referem-se ao ataque a militares das Forças Armadas por elementos do grupo do major Alfredo Reinado, em Fatuahi, em Maio de 2006, e quatro ao cerco e ataque à vila de Same (sudoeste) por tropas australianas, em Março de 2007.

A acusação de homicídio na forma tentada refere-se ao ataque de 11 de Fevereiro, em que morreram o major Alfredo Reinado, líder do grupo, e o soldado Leopoldino Mendonça Exposto da Polícia Militar.

A medida de prisão preventiva ordenada pelo juiz Ivo Rosa não pôde ser concretizada de imediato porque o Estabelecimento Prisional de Becora recusou de início aceitar Kaer Susar, afirmou à agência Lusa uma fonte judicial.

Kaer Susar foi transportado a Becora pela Polícia das Nações Unidas (UNPol) ao princípio da tarde, mas a prisão não aceitou o detido.

O primeiro acusado dos ataques de 11 de Fevereiro foi, posteriormente, aceite na prisão de onde fugiram Alfredo Reinado e cerca de 50 detidos, em 30 de Agosto de 2006.

Kaer Susar, apresentado no domingo pelo Comando Conjunto da operação "Halibur" (que envolve as forças armadas e a polícia timorenses), confessou aos jornalistas que participou no ataque à casa de José Ramos-Horta e que "estava ao portão".

PRM
Lusa/Fim


NOTA DE RODAPÉ:

Hilariante. A "prisão de Becora" recusa presos....

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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