sábado, junho 24, 2006

GNR cumpre

A prestação da GNR tem sido exemplar. Quer a garantir a segurança da área de Comoro onde actuam, ou de outras, como o Palácio do Governo ou o Parlamento quando foram chamados pelos militares australianos.

Temos ouvido da parte de populares elogios à forma como se relacionam com eles e como têm conseguido acalmar e restabelecer a ordem em situações mais complicadas.

Segundo fontes próximas do comando militar australiano há um reconhecimento de que os problemas iniciais de relacionamento foram ultrapassados, e que tal se deve principalmente pela postura e atitude profissional dos oficiais da GNR.

Há mais de uma semana que na área de responsabilidade da GNR, parte do bairro de Comoro, não se registam quaiquer incidentes, nem nenhuma casa foi queimada, ao contrário de outros bairros controlados pelas outras forças.

Continuem o bom trabalho, Bravos.

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Dos leitores

O Procurador-Geral Longuinhos foi nomeado conforme impõe a Constiuição pelo Presidente da República.

A Constituição diz que o Procurador-Geral é nomeado por um mandato de quatro anos.
O prazo do seu mandato já expirou há muito.

O Presidente da República recebeu várias queixas da população de abuso de poder e corrupção por parte do Procurador Geral.

O PM já pediu há muito ao PR a substituição do Procurador-Geral

O Procurador-Geral é e sempre foi, no mínimo, uma figura "controversa".

Xanana Gusmão mantém o Procurador-Geral no cargo não dando ouvidos às várias queixas dos cidadãos e contrariamente ao estabelecido na Constituição.

"Longuinhos Monteiro não é um procurador convencional. Ao contrário dos restantes magistrados, costuma andar armado de pistola à cintura, sendo considerado um homem duro e violento.

Longuinhos fez questão de afirmar que matou pessoalmente cinco militares durante o período mais caótico que se viveu na capital de Timor-Leste, entre 22 e 25 de Maio."

Como pode esta "personalidade" gerir investigações de forma séria e credivel?

Não deveria estar do outro lado, no banco dos réus?

Mais uma vez Xanana Gusmão "mata" de forma leviana a Constituição de Timor Leste quando mantém um Procurador-Geral para além do mandato que lhe é conferido por força da lei.

Xanana Gusmão sempre esteve acima da Constiuição de Timor Leste.

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Assim mesmo, Bravos!

GNR garante condições de segurança para reunião da FRETILIN


Díli, 24 Jun (Lusa) - A reunião do Comité Central da FRETILIN marcada para domingo em Díli vai voltar a ter as mesmas condições de segurança verificadas hoje, de modo a que possa realizar-se, disse à Lusa o comandante operacional do contingente militar português.

Segundo o capitão Gonçalo Carvalho, "serão utilizados os efectivos necessários para o cumprimento da missão", que hoje incluíram a utilização de viaturas blindadas e prolongamento das condições da segurança ao interior e perímetro exterior da sede do Comité Central do partido no poder em Timor-Leste.

A reunião, que chegou a estar agendada para as 09:00 horas de hoje (01:00 em Lisboa), foi adiada para as 10:00 horas de domingo (02:00 em Lisboa), devido à falta de quórum, justificada pelo presidente da FRETILIN, Francisco Guterres "Lu-Olo", "pela ausência de condições psicológicas e de segurança" sentidas por membros daquele órgão partidário.

Integram o comité central do maior partido timorense os 79 membros eleitos no congresso de Maio passado, o secretário-geral e o presidente do partido, Mari Alkatiri e Francisco Guterres "Lu-Olo", respectivamente.

A reunião foi convocada para debater a eventual demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri e encontrar um sucessor.

A presença de centenas de manifestantes, que chegaram cerca das 10:30 horas, gritando palavras de ordem contra Alkatiri e a eventual sucessora no cargo, Ana Pessoa, actual ministra de Estado e da Administração Estatal, terão condicionado a presença dos necessários membros do comité central, e a falta de quórum, a que se referiu o presidente do FRETILIN.

Os manifestantes, que se fizeram transportar em dezenas de viaturas e motociclos, foram colocados na via pública pelos efectivos da GNR encarregues da segurança da zona, de modo a não impedir a normal fluidez do trânsito.

Ao fim de cerca de três horas, os manifestantes abandonaram o local, não havendo registo de qualquer incidente, com a caravana automóvel a dirigir-se para o Palácio do Governo, onde se mantêm concentrados desde quinta-feira.

Os manifestantes têm-se, entretanto, dividido em pequenos grupos que percorrem toda a cidade, por vezes aproximando-se do bairro do Farol, onde reside o primeiro-ministro Mari Alkatiri, com bandeiras de Timor-Leste, da Austrália e de Portugal, mas não há registo de incidentes.

EL.

Dos leitores

Adelino Gomes diz tudo.
Nada mais a acrescentar a não ser de que é chocante o sorriso, a alegria da "vitória" de um dito Presidente da República.
Dili está destruição, as instituições do país paralisadas, populações deslocadas, risco de guerra civil e o Presidente da República festeja "vitória" e espalha sorrisos incontidos.
É chocante!

Dos leitores "amigos"

"Quero ver se és assim tão corajoso/a quando te formos buscar para prestares contas.E cuidado quem anda tão depressa pode ter acidentes."



Pfff...
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Dos leitores

O controverso procurador Longuinhos

A investigação internacional sobre os alegados crimes cometidos por Rogério Lobato, enquanto ministro do Interior de Timor-Leste, corre o risco de vir a ser prejudicada pelo próprio procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, de acordo com fontes ligadas ao processo.

O responsável máximo pelo Ministério Público timorense é visto como uma figura controversa em Dili. Em momentos anteriores à ordem de prisão domiciliária de Rogério Lobato, Longuinhos Monteiro terá demonstrado uma atitude de subserviência em relação ao antigo ministro – apesar de não depender dele formalmente – pondo em causa a sua independência enquanto magistrado.

A delicadeza da situação está a obrigar a que as relações entre a missão da ONU no país – incluindo o seu representante máximo, Sukehiro Hasegawa – e o Ministério Público sejam geridas de forma muito atenta e cuidadosa, sobretudo para evitar fugas de informação comprometedoras.

Longuinhos Monteiro não é um procurador convencional. Ao contrário dos restantes magistrados, costuma andar armado de pistola à cintura, sendo considerado um homem duro e violento. Várias pessoas com quem o Expresso contactou em Dili mencionam o seu desejo em ser o comandante-geral da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) , lugar ainda ocupado por Paulo Martins.

Um episódio recente agravou a apreensão que existe no meio judicial de Dili em torno da sua figura: nas últimas semanas e em duas ocasiões públicas, Longuinhos dez questão de afirmar que matou pessoalmente cinco militares durante o período mais caótico que se viveu na capital de Timor-Leste, entre 22 e 25 de Maio.

O procurador terá disparado contra os elementos das forças armadas depois de o seu carro ter sido atacado e de um dos seus seguranças ter sido morto a tiro.

Micael Pereira, Expresso, 24 Junho 2006

PS: Como já é habitual mais uma vez os compradores do Expresso saíram defraudados. A entrevista a Ana Pessoa não foi publicada na edição impressa, à semelhança da entrevista com o Mari Alkatiri...

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Dos leitores

O dirscurso de Xanana Gusmão de dia 22.6 está traduzido para português na integra no blog do Publico: http://blogs.publico.pt/timor/

Trata-se, como diz Adelino Gomes, de um documento cuja leitura nos dá "um murro no estomago". É um "discurso político inimaginável", onde perpassa "um lado exotérico" num "pisar e repisar do risco que se para o correcto do politicamente incorrecto, o democrático do antidemocrático, a doçura da brutalidade.

Sempre a oscilar entre o belo e o horrível. entre a pureza e a bestialidade" (Adelino Gomes, in Publico 24.6.2006).

Por mim subscrevo as palavras de Adelino Gomes: um discurso inimaginável em qualquer outra parte do Mundo. Constitui provavelmente um dos documentos fundamentais para - depois de assente a poeira da História - entender o que se está a passar em Timor Leste.

Esperemos com serenidade as 'cenas dos próximos capítulos'.

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No Blog Timor do Publico.pt

A responsabilidade de Portugal

Sou daqueles que acha que Portugal tem uma dívida a pagar pelo que se passa nas suas ex-colónias. Séculos de colonização incompetente (e encerrada tarde e más horas) não podiam ter gerado senão o que geraram: guerras civis, milhares de mortos, fome, corrupção em doses alucinantes, etc, etc, etc.

Isto aplica-se, evidentemente, a Timor-Leste. Ali, à incompetência juntou-se também uma enorme cobardia (na II Guerra e em 1975). Sempre que uma potência bem armada ameaçou a ilha a primeira coisa que os portugueses pensaram foi em fugir o mais rapidamente que podiam. E se bem o pensaram melhor o fizeram. A história da presença portuguesa em Timor-Leste é, no essencial, a história de uma grande indignidade.

Foi assim na colonização, foi em 1975 e foi nos anos seguintes. A situação só começou a mudar porque, no início da década de 90 (11 de Novembro de 1991), três jornalistas/activistas pró-Timor - Max Stahl, Alan Nairn e Amy Goodman - conseguiram pôr cá fora imagens do massacre de Santa Cruz. Aí, face à comoção global, o Governo português entendeu finalmente que não podia continuar a arrastar os pés na disputa diplomática que "mantinha" (na verdade não mantinha nada) com a Indonésia. Lisboa e o mundo inteiro perceberam então o que meia dúzia de lunáticos vinham a dizer há décadas, perante a indiferença geral: os timorenses não queriam mesmo ser indonésios.

Depois a situação evoluiu como toda a gente sabe que evoluiu. Vieram os prémios Nobel da Paz para Ramos Horta e D.Ximenes Belo. E, no primeiro mandato de António Guterres como primeiro-ministro (1995-1999), o Governo revelou-se capaz de explorar com grande sucesso a fragilidade diplomática internacional do regime ditatorial de Suharto (que caiu em 1998, num dia em que Portugal quase não deu por isso porque, provincianamente, estava muito mais ocupado com a abertura oficial da Expo).

Conseguiu-se – e aqui é devida uma palavra de homenagem à mestria diplomática de Jaime Gama - a realização do referendo de autodeterminação – sendo que também não nos podemos esquecer de várias dezenas de funcionários heróicos das Nações Unidas que levaram a cabo (desarmados, note-se) um acto eleitoral num ambiente tremendamente hostil.

Não direi que Portugal se redimiu de toda a incompetência (e, volto a dizer, cobardia) com que lidou com Timor durante séculos. Mas esteve seguramente pela primeira vez à altura das suas responsabilidades históricas.

Esteve – mas convém que continue a estar. Hoje a evolução política de Timor-Leste chegou onde se já se suspeitava que iria chegar: o Presidente Xanana exigiu a demissão do primeiro-ministro Alkatiri. Ora isto confirma o que o próprio Alkatiri tinha denunciado: está em curso um golpe de Estado contra o primeiro-ministro legitimamente eleito.

Sei que a atitude mais natural em Portugal será uma grande irritação com a total irresponsabilidade que o corpo político timorense tem revelado. É inevitável que pensemos: se os timorenses se quiserem suicidar enquanto país independente e até economicamente viável então que se suicidem – mas sozinhos, claro, que nós já cá temos, no nosso próprio país, problemas suficientes que nos apoquentem.

Isto é a reacção emocional normal nestas alturas. Só que é uma reacção directamente proporcional à irresponsabilidade dos próprios timorenses (dos seus dirigentes) – não estando portanto à altura da responsabilidades históricas reassumidas por Portugal em toda a acção política que levou ao referendo de 1999 (e respectivas consequências, claro).

Está portanto na altura de o Governo de Portugal se voltar a mostrar responsável. E mostrar-se responsável é, acima de tudo, fazer ver a Xanana Gusmão que o seu braço de ferro com Mari Alkatiri coloca Timor-Leste num clima de pré-guerra civil. Alguém esperará que Alkatiri leve a bem a sua demissão forçada? Alguém estará à espera que não se vingue? Alguém estará à espera que a poderosa Fretilin se deixe ficar sossegada? Alguém duvida que forçar o primeiro-ministro timorense a demitir-se é dar o passo em frente em direcção ao precipício?

João Pedro Henriques (jornalista do PÚBLICO, acompanhou a questão timorense desde 1991 até finais de 1999)

A diferença entre Cavaco e Socrates, e Howard

Cavaco Silva muito preocupado com a situação no país

Lisboa, 24 Jun (Lusa) - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, reafirmou hoje que está "imensamente preocupado" com a crise política em Timor-Leste, escusando-se, no entanto, a fazer mais comentários sobre a situação naquele país.

Segundo o chefe de Estado português, a situação que se vive em Timor-Leste é uma questão interna do país e há que esperar pelo desenvolvimento dos acontecimentos.

Questionado sobre as notícias que dão conta de que o primeiro- ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, quer o ex-chefe de Estado português Jorge Sampaio a mediar a crise, Cavaco Silva limitou-se a responder que Sampaio "conhece bem o país e que deve estar imensamente preocupado", tal como ele.

ACA.

Dos leitores

Esta história do "esquadrão" de "ataque" para uns e da "morte" para outros está cada vez mais mal contada e com a versão da Ana Gomes ainda fica mais embrulhada. Porque ela diz que isso à muito se sabia, que várias vezes conversou sobre isso com ministros e com o PM até já à algumas semanas, pela última vez.

Presumo que com o amigo Xanana até já à anos teria conversado… Como se compreende então o invocado “choque” do PR que o levou logo após a reportagem da “Four Corners” da ABC a mandar a cassete acompanhada da carta “ou sais tu ou saio eu?

É que não existem choques ao retardador! E assim, com a ajuda da Ana Gomes lá se vai o alibi do Xanana...

Sorry, mas não nos calam...

Comentário recebido de um anónimo:

"Hey Malai Azul, o ne'e para koalia arbiru laiha seluk, heheyyyy
O mai moris iha hau nia rain o hatene koalia maubere nia lian ka lae? Keta defende liu PM ok lae nia monu tiha o atu tabele loos ba se?
Kuidaaadu. Keta envolve liu iha politika timor nian lae ikus mai lei timor sei tuir o."


Tradução:

Hei Malai Azul, tu tens de parar de falar de qualquer maneira, hei hei.
Vens viver na minha terra e sabes tu falar a língua dos mauberes ou não? Não deves defender o PM, quando ele cair em quem te vais pendurar?
Cuidado. Não deves envolver-te demais na política timorense, senão a lei timorense vaoi atrás de ti.


Resposta:

Pois bem, sabemos falar tetum e não só. Também conseguimos distinguir que o anónimo que nos enviou esta mensagem fala um tetum mais evoluído que o tetum que se fala na rua...

Mas, meu caro, não há lei no mundo que possa ir contra o direito à livre expressão, como sabe.

E em relação a ameaças e insultos o nosso comentário é...

Pfff.....

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Situação de hoje

Encontram-se milhares de manifestantes em Díli, segundo as forças internacionais, cerca de 5.000.

Apesar de não se verificarem confrontos ou episódios violentos por causa dos manifestantes em Díli, hoje um grupo incendiou uma casa em Comorro e outro assaltou uma casa em Fatuhabe.

A esta hora existem espalhados pela cidade vários grupos de manifestantes.

Dos leitores

Bom,
Confesso ser visitante assíduo deste blogue e, apesar de discordar de algumas abordagens, vejo-o, designadamente, como bom fornecedor de informação.

Também confesso que, estando em Portugal, já não tenho efectivamente pachorra para aturar a Dr.ª Ana Gomes. Ainda há pouco estava a ver a SIC-Notícias e tive que mudar de canal por causa da aparição da mesma para comentar jornais.... E nós a pensarmos que ela andava por essa Europa...Já perceberam porque razão o PS a colocou como eurodeputada, não é?

Malai Azul, estás bem. Continua em força.

Não sei qual a tua figura, mas depois de ter estado aí uns bons meses tenho as minhas suspeitas...

Mais do mesmo. Da amiga do ABC.

Lobato implicates Alkatiri in hit squad claims
By Anne Barker in Dili and Reuters

East Timor's former interior minister, Rogerio Lobato, has directly implicated Prime Minister Mari Alkatiri in allegations that they recruited a civilian militia group.

Lobato faces four charges over allegations he supplied weapons to a civilian hit squad to eliminate opponents of Dr Alkatiri.

The group's leader, Colonel Railos, has alleged that Lobato was acting on the orders of the Prime Minister and that he and his men met Dr Alkatiri on May 7 when the matter was discussed.

The ABC has confirmed that Lobato's testimony in court corroborates Col Railos's story.

He told investigators that Dr Alkatiri had full knowledge of the plan, something the Prime Minister has consistently denied.

Dr Alkatiri is tonight resisting calls for his resignation, despite a threat from President Xanana Gusmao that he will resign instead, if the Prime Minister refuses.

The Foreign Minister, Alexander Downer, says the extent of President Gusmao's political power is unclear under East Timor's Constitution.

"In this Constitution, no-one has particular, overwhelming power," he said.

"So it's a balance of power Constitution, which does make in a situation like this, the whole matter, hard to resolve legally and constitutionally."

He says Australia has no control over whether or not Dr Alkatiri stands down during investigations into the allegations against him.

"What links there were between what he allegedly did and the Prime Minister and how true some of these claims being made against the Prime Minister are, that's a matter the East Timorese are going to have to investigate," he said.

Thousands rally

Meanwhile, thousands of demonstrators have thronged East Timor's capital, Dili, to support President Gusmao in his confrontation with Dr Alkatiri.

In an impassioned speech late last night, President Gusmao said he would resign if the Prime Minister did not take responsibility for weeks of arson attacks and killings.

The threat has prompted several prominent East Timorese leaders to visit the President, urging him to stay in office.

By late afternoon, about 4,000 mostly young male supporters were demonstrating in front of Dili's main government building, demanding Dr Alkatiri's departure.

They blame Dr Alkatiri for weeks of violence marked by widespread looting and the deaths of least 20 people.

The crowds were peaceful and well-organised and had been brought into Dili by bus and truck from across East Timor.

A spokesman for the recently organised National Front for Justice and Peace, Augusto Junior, says the protesters' aim was to convince Dr Alkatiri to resign and President Gusmao to dissolve Parliament.

"We have mobilised across the country," he said.

"You can see we represent all groups - we are not [Dr Alkatiri's leading party] Fretilin or non-Fretilin."

The protesters displayed banners and posters of President Gusmao and others saying "Alkatiri must go".

One showed Dr Alkatiri's head superimposed on the body of a goat with a noose around its neck.

East Timor's recent violence began after the Prime Minister sacked 600 of the 1,400-strong army for mutiny when they protested about alleged discrimination against troops from the country's west.

Other issues include resentment by those who stayed in the territory to fight Indonesia's decades-long occupation against those who spent that time in exile, including Dr Alkatiri.

A degree of calm came to East Timor after an international peacekeeping force spearheaded by Australian troops arrived in late May.

- ABC/Reuters

Insultos da Ana Gomes às leituras do Malai Azul (ou /da como faz a Ana Gomes, para ser policamente correcta):

"mesquinha, xenófoba, preconceituada e claramente tendenciosa."

e arrota, perdão, remata com:

"Oh Malai Azul , dá lá a cara para vermos se és mesmo azul, verde, cor de burro quando arrota ou cor de bicho peçonhento!"



A verdade é que ninguem ouve a Ana Gomes, nem no seu país. Nem é levada a serio, nem ninguém está para a aturar.

É pena que o teu blog nao admita comentarios.

Está com ciumes das intimidades que o Malai Azul tem ou das informações que tem?

Os teus insultos são mesquinhos, ordinários e muito vulgares próprios de uma ressabiada.

Tristes as lições que dás ao povo de Timor com os teus insultos.

Não sei quem lê ou deixa de ler o blog Timor-Online em Portugal, mas se há pessoas com responsabilidades directas sobre Timor que o fazem, ESTOU MAIS DESCANSADO.

Obrigado por existires, Malai Azul.

Tens uma linda cor, Malai Azul.

Antes Azul que Roxo de inveja como a Ana Gomes!

Armas para aqui e para ali

A RTP mostrou no telejornal as armas que foram entregues aos procuradores dizendo que se tratavam das armas distribuidas por Rogério Lobato.

Só que as armas que foram filmadas são Styers e uma F2000 e não as alegadas armas entregues por Rogério Lobato como noticiado.

A quantas andamos, afinal? E quem é que lhes deu estas?

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Dos leitores

Já percebemos quem ajudou o Xanana a escrever o discurso. É o mesmo estilo!

Meu Deus, Presidente quem andas a ouvir.
Malai Azul, obrigado por existires.

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Obrigado, Margarida.

Tradução:

Vejam a noticia da ABC, abaixo reproduzida!

Um dos pontos mais significativos do discurso do PR ontem na manifestação foi:

"Falhámos em garantir a vossa estabilidade, mas com a vossa esperteza ganhámos esta guerra", afirmou Xanana Gusmão, perante o entusiasmo dos manifestantes, que exigem a demissão do primeiro- ministro, Mari Alkatiri. (Ref: 23-06-2006 12:10:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-8109131)

Vejam como um orgão oficial australiano OMITE tão convenientemente esta afirmação! Afirmação que está a deixar a restante comunidade internacional (em particular a ONU e a UE) preocupada por considerarem que o PR de Timor-Leste já foi longe de mais!

Sexta-feira, Junho 23, 2006. 9:13pm (AEST)

Gusmão promete servir Timor-Leste

O Presidente Xanana Gusmão de Timor-Leste, parece ter retirado a ameaça de resignar sob uma disputa com o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.

O Sr Gusmão prometeu a milhares de apoiantes num comício na capital, Dili, que sempre os servirá.

No fim da tarde, cerca de 4,000, a maioria rapazes, manifestaram-se em frente do edifício do governo, pedindo a partida do Dr Alkatiri.

"Como Presidente, como vosso irmão, honrarei a constituição," disse-lhes o Presidente. "Cumprirei as minhas obrigações com base nos vossos pedidos."

O Sr Gusmão referia-se aparentemente à sua ameaça na noite passada de resignar a não ser que o Dr Alkatiri saísse pata assumir a responsabilidade da crise.

O Dr Alkatiri está a resistir aos apelos para sair.

O Presidente tem pedido às pessoas para “terem paciência e não fazerem nada ". "Ainda acreditam em mim?" perguntou à multidão, que respondeu: "Viva Xanana!".

Ao Sr Gusmão reuniu-se no palco Vicente "Railos" da Conceição, que tem alegado que o Dr Alkatiri ordenou ao agora despedido ministro do interior, Rogério Lobato, para armar um esquadrão de ataque para eliminar os seus rivais políticos.

O Major Augusto de Araújo Tara, um dos líderes dos soldados rebeldes, cujo despedimento em Março primeiro desencadeou a crise, também se juntou a ele no palco.

"Eu sou o vosso irmão grande," disse o Presidente à multidão. "Porque choraram, eu cometi um erro."

O Sr Gusmão mais tarde entrou no palácio, onde estava o Dr Alkatiri.

Os manifestantes tinham bandeiras e cartazes do Presidente Gusmão e outros que diziam "Alkatiri deve ir ".

Um mostrava a cabeça do Dr Alkatiri num corpo de cabra com uma corda à volta do pescoço.

Lobato foi acusado de distribuir armas e enfrenta até 15 anos de prisão.

Implicou directamente o Dr Alkatiri no tribunal, corroborando queixas de que actuou sob ordens do Dr Alkatiri.

A recente violência em Timor-Leste começou depois do Primeiro-Ministro ter despedido 600 dos 1,400 militares por motim quando eles protestaram alegadamente por discriminação contra as tropas do oeste do país.

Outras questões incluem ressentimento dos que permaneceram no território para lutar a ocupação de décadas da Indonesia contra os que passaram esse tempo no exílio, incluindo o Dr Alkatiri.

Um grau de calma veio para Timor-Leste depois duma força internacional liderada por tropas Australianas terem chegado no final de Maio.

- AFP/Reuters

Dos leitores

Tradução:

Vejam a noticia da ABC, abaixo reproduzida!

Um dos pontos mais significativos do discurso do PR ontem na manifestação foi:

"Falhámos em garantir a vossa estabilidade, mas com a vossa esperteza ganhámos esta guerra", afirmou Xanana Gusmão, perante o entusiasmo dos manifestantes, que exigem a demissão do primeiro- ministro, Mari Alkatiri. (Ref: 23-06-2006 12:10:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-8109131)

Vejam como um orgão oficial australiano OMITE tão convenientemente esta afirmação! Afirmação que está a deixar a restante comunidade internacional (em particular a ONU e a UE) preocupada por considerarem que o PR de Timor-Leste já foi longe de mais!

Sexta-feira, Junho 23, 2006. 9:13pm (AEST)

Gusmão promete servir Timor-Leste

O Presidente Xanana Gusmão de Timor-Leste, parece ter retirado a ameaça de resignar sob uma disputa com o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.

O Sr Gusmão prometeu a milhares de apoiantes num comício na capital, Dili, que sempre os servirá.

No fim da tarde, cerca de 4,000, a maioria rapazes, manifestaram-se em frente do edifício do governo, pedindo a partida do Dr Alkatiri.

"Como Presidente, como vosso irmão, honrarei a constituição," disse-lhes o Presidente. "Cumprirei as minhas obrigações com base nos vossos pedidos."

O Sr Gusmão referia-se aparentemente à sua ameaça na noite passada de resignar a não ser que o Dr Alkatiri saísse pata assumir a responsabilidade da crise.

O Dr Alkatiri está a resistir aos apelos para sair.

O Presidente tem pedido às pessoas para “terem paciência e não fazerem nada ". "Ainda acreditam em mim?" perguntou à multidão, que respondeu: "Viva Xanana!".

Ao Sr Gusmão reuniu-se no palco Vicente "Railos" da Conceição, que tem alegado que o Dr Alkatiri ordenou ao agora despedido ministro do interior, Rogério Lobato, para armar um esquadrão de ataque para eliminar os seus rivais políticos.

O Major Augusto de Araújo Tara, um dos líderes dos soldados rebeldes, cujo despedimento em Março primeiro desencadeou a crise, também se juntou a ele no palco.

"Eu sou o vosso irmão grande," disse o Presidente à multidão. "Porque choraram, eu cometi um erro."

O Sr Gusmão mais tarde entrou no palácio, onde estava o Dr Alkatiri.

Os manifestantes tinham bandeiras e cartazes do Presidente Gusmão e outros que diziam "Alkatiri deve ir ".

Um mostrava a cabeça do Dr Alkatiri num corpo de cabra com uma corda à volta do pescoço.

Lobato foi acusado de distribuir armas e enfrenta até 15 anos de prisão.

Implicou directamente o Dr Alkatiri no tribunal, corroborando queixas de que actuou sob ordens do Dr Alkatiri.

A recente violência em Timor-Leste começou depois do Primeiro-Ministro ter despedido 600 dos 1,400 militares por motim quando eles protestaram alegadamente por discriminação contra as tropas do oeste do país.

Outras questões incluem ressentimento dos que permaneceram no território para lutar a ocupação de décadas da Indonesia contra os que passaram esse tempo no exílio, incluindo o Dr Alkatiri.

Um grau de calma veio para Timor-Leste depois duma força internacional liderada por tropas Australianas terem chegado no final de Maio.

- AFP/Reuters

Do Timor Verdade

Xanana Gusmão está preocupado, não quer a FRETILIN: quer o poder absoluto!

A FRETILIN não tem estado a facilitar as coisas a australianos e aos poucos* timorenses que se manifestam contra Mari Alkatiri.

Há, no entanto, aqui vários problemas.

Primeiro acharam que seria massacrando Mari Alkatiri que conseguiriam alterar as coisas. Agora perceberam que Mari Alkatiri não está agarrado ao Poder, mas sim agarrado à Constituição da República.

E perceberam também que a FRETILIN sabe continuar a respeitar a Constituição da República e que o fará sempre - contrariando a vontade de Xanana Gusmão e seus pares.

Surge o independente ministro José Ramos Horta, não surpreendentemente, a posicionar-se para reentrar na FRETILIN, para tomar o poder por dentro - quiçá para aceder a primeiro-ministro sem ser por iniciativa presidencial -, controlar o partido e mudar o rumo do mesmo mais para os interesses de Camberra e de Washington -, e até já "autorizou" o seu embaixador americano a regressar a Dili.

Xanana Gusmão cometeu outro erro estratégico no processo do assalto ao poder- e aqui não leva aspas pois é mesmo de assalto ao poder que se trata em Timor -, na sua provincial declaração deixou escapar da primeira à última linha que o que se pretende é a decapitação da FRETILIN e a sua anulação política e partidária.

Xanana Gusmão, que esteve e está, desde a primeira hora, numa política de enfraquecimento da FRETILIN - criando** partidos políticos e estímulando a sua acção -, tem agora o maior desafio da sua estratégia comum a José Ramos Horta e aos amigos americanos e australianos, que é o de provocar o declínio do maior partido timorense.

A execução do plano de aniquilação do partido político FRETILIN ainda está em marcha.

O passo seguinte é o que está a acontecer.

A FRETILIN percebeu desde o início a estratégia de Xanana Gusmão. Conduziu as coisas até a ponto em que estamos.

Xanana Gusmão, provinciano que é, mal preparado e mal aconselhado, perdeu as estribeiras e veio a público gritar brejeiramente, em tom e conteúdo bulhento, contra a FRETILIN e pessoas às quais o país deve muito, como é o caso do comandante Lu'olo.

O plano seguinte também já está em marcha.

Xanana Gusmão, ontem de forma burlesca, dirigiu-se aos seus homens - aqueles que ele tem controlado desde a primeira hora e protegido -, em pleno centro da cidade, protegidos pelos militares australianos***, para lhes agradecer a dedicação, usando as suas palavras, a "esta guerra".

Agora a hora é de passar à destruição da FRETILIN.
As tropas pseudo-políticas (a quem Xanana vai ter da pagar as promessas, pois caso contrário ...), de Xanana Gusmão, com Fernando de Araújo, Leandro Isaac, Manuel Tilman, Mário Carrascalão, Ângela Carrascalão, Lúcia Lobato, Joe Gonçalves, entre tantos outros pela primeira vez, nestes últimos anos podem andar a gritar vitória com os manifestantes pelas ruas de Díli.

Provocar a FRETILIN para uma reacção violenta ao circo montado em seu torno é o objectivo dos manifestantes, coordenados com a chefia máxima, de forma a provocar o governo de iniciativa presidencial. De outra forma, na forma actual, será a FRETILIN a decidir quem e como governa. A Constituição está viva e a FRETLIN, ao contrário do Presidente da República continua a ser o único pilar que sustém a Democracia, a Soberania ea Unidade Nacional.

Xanana Gusmão e José Ramos Horta sabem-no e estão a desesperar, estão emparedados.

A ofensiva seguinte está aí, os desertores passaram a Frente Nacional - com o sorriso de Xanana Gusmão - e já tomaram várias medidas, como a do encerrar o Parlamento Nacional e tomar conta dos movimentos na cidade de Dili.

* Poucos manifestantes, duas a três mil pessoas não têm "quórum" para a representação de um Povo Soberano e Democrata;

** sobre a consituição do PD e do PSD todos sabem dentro e fóra destes partidos como se processou o seu nascimento nos bastidores e o contributo que o "fotógrafo" deu ao surgir nos comícios como que por acaso;

***A entrada dos militares australianos era fundamental. De tal forma, que José Ramos Horta, com o "cc" de Xanana Gusmão, assinou o acordo, à revelia do governo ao qual pertence, dotando de poderes totais as tropas australianas - há sempre um preço a pagar nestas coisas.
Sem as tropas inoperantes, mas a comandar internamente, Xanana Gusmão e José Ramos Horta não tinham conseguido levar o processo até ao ponto em que está.

Reparem como os manifestantes foram introduzidos na cidade com o apoio das tropas e a sua segurança é assegurada pelos militares. reparem como Xanana Gusmão não respeita os seus pares e "deixa" promover provocações em caravana automóvel a casa do primeiro-ministro e em frente às instalações da FRETILIN.

Enquanto isso, nas estradas do país, as tropas australianas estão a bloquear os militantes da FRETILIN que organizados por si e em grupos pretendem dirigir-se a Dili.

Conclusão prévia:

Mesmo sem Mari a dirigir o Governo, vitimado por um golpe de Estado presidencial, a FRETILIN continuará a ser o partido que formou o governo em funções, com ou sem Mari Alkatiri.

Sabemos, todos nós ,que as coisas não ficam por aqui.

Xanana Gusmão, os amigos e a Austrália não estão satisfeitos - não esquecendo os USA, que já manifestaram todo o apoio à Austrália nas suas decisões para com Timor-Leste -, daí que se esperem mais ofensivas contra a pacificidade da FRETILIN, hoje, amanhã, mas não para sempre - desde que José Ramos Horta consiga entrar lá para dentro.

Dos leitores

Tradução:

Howard diz que Gusmão é "Uma força galvanizadora ". Howard não sabe.

O discurso de ontem do Presidente Gusmão fez do Presidente Gusmão uma força divisionista. Um Presidente fraco.

Ele não pode negociar deste modo através duma crise que ele aumentou e ameaçar resignar.

Timor-Leste já não está numa luta pela independência e assim o Presidente não pode esperar que as suas ordens sejam seguidas automaticamente.

Agora os Timorenses estão a tentar construir uma sociedade democrática e o Presidente precisa de respeitar a constituição e a regra da lei.

Ele também tem de reconhecer a autoridade do Governo eleito pelo povo.

Ele não pode simplesmente pedir a um PM para resignar. Ninguém deve alguma vez ter esse direito. Fazer isso é anti-democrático.

Dos leitores

Engana-se, meu caro! O que você ganhou (?) foi uma batalha. Porque a guerra, essa perdeu-a!
Espero que compreenda que se você não cumpre a lei--- e é evidente que não a cumpriu nem a fez cumprir --- perde qualquer legitimidade para exigir, a quem quer que seja, que a cumpra. Vão sempre "cobrar-lhe" isso. E quem perde nem é você; é Timor Leste!
De Presidente democrático de 1ª a liurai birrento de 2ª...
A ver vamos...

Obrigado, Margarida.

Tradução:

Caros Amigos de Timor-Leste
Recebemos de Timor-Leste, nos dois últimos dias, relatos muito perturbadores relacionados com o destacamento das nossas forças de defesa através de Timor-Leste pelo Governo Australiano.

Parece que o nosso governo decidiu sem dar explicação a nós nem aos Timorenses que as nossas tropas vão agora assumir papéis não contemplados no papel original de manutenção da paz.

É importante para todas as partes do conflito e para a reputação da ADF, como força de manutenção da paz que eles se mantenham neutrais e não sejam usados para propósitos políticos.

Parece que é preciso lembrar ao Ministro Nelson e ao Ministro Downer que nos opomos fortemente à politização da nossa ADF e pedimos respostas honestas a questões sobre o seu papel em Timor-Leste, por exemplo:

* Quantos membros da ADF estão correntemente em Timor-Lestee para que propósitos?

* Requereu o governo de Timor-Leste ao Governo Australiano para construir uma base em Timor para aquartelar 3000 das nossas forças para os próximos dois anos?

* Porque é que está a demorar tanto a desarmar os vários grupos rebeldes e qual é o relacionamento do ADF com esses rebeldes armados?

* Porque é que a coligação das tropas internacionais sob comando da ADF tem sido incapaz para parar a queima de casas e de edifícios governamentais em Dili?

* É verdade que a ADF está agora aquartelada no distrito de Los Palos? Se sim, porquê e quem é que autorizou? E porque é que os nossos soldados estão correntemente a patrulhar aldeias em Los Palos?

* É verdade que a ADF está a tentar influenciar politicos locais, por exemplo, questionando cidadãos Timorenses sobre o seu apoio à FRETILIN incluindo referências ao PM Alkatiri como o "ex-PM" e tratando cidadãos com modos duros e intimidatórios?

* Porque é que a bandeira Timorense foi substituída pela bandeira Australiana no complexo do Ministério da Educação em Vila Verde?

* É verdade que o governo Australiano não apoia o destacamento em Timor-Leste duma força multinacional de capacetes azuis da ONU que não esteja debaixo do comando da ADF?

Para sua informação junto uma carta enviada a políticos ontem sobre o papel da Austrália em Timor- Leste. Se quiser juntar a sua voz à crescente comunidade com preocupações, por favor contacte o seu deputado Federal e os Ministros:

Ministro Nelson: B.Nelson.MP@aph.gov.au
Ministro Downer: A.Downer.MP@aph.gov.au


Com agradecimentos

em solidariedade por um Timor-Leste independente, democrático e cheio de paz

Deborah Durnan
Email: djdurnan@bigpond.com
22 Junho 2006

Hon Dr Brendan Nelson MP
Ministro da Defesa
Parliament House
Canberra ACT

Caro Dr Nelson

Estou profundamente perturbada com o papel da Austrália na crise corrente em Timor-Leste.

A minha preocupação começou por surgir com a afirmação do Primeiro-Ministro que Timor-Leste estava a ser ‘pobremente governado’. Apesar dos muitos aplausos para o desempenho do Governo de Timor-Leste vindos do grupo de dadores e mesmo do Banco Mundial, entre outros.

A minha compreensão do seu desempenho inclue o estabelecimento do Fundo Petrolífero dum modo que minimiza o risco de desvios (coisa que eu pensava o Governo Australiano apoiaria), a negociação de acordos para assegurar a formação de um número significativo de médicos em Cuba às custas de Cuba, a prevenção da armadilha da dívida económica do terceiro mundo, etc. Onde está a pobre governação é um mistério para mim. Talvez me possa providenciar detalhes específicos que suportem o comentário do Primeiro-Ministro?

A minha segunda onda de preocupações foi ver pessoal militar Australiano observar pilhadores a roubar mercadorias dos armazéns governamentais – foi somente quando apareceu a polícia Portuguesa que a pilhagem foi parada – mas na maioria dos casos tarde demais.

Em terceiro lugar, tem sido o modo como os soldados rebeldes têm sido tratados pelos media Australianos, e algumas fontes bem informadas têm acusado que isto está a vir das informações que lhes chegam da Embaixada Australiana.

Agora foi alegado (por um observador em Dili) que os militares Australianos estão a jogar um papel activo encorajando as pessoas a oporem-se ao Primeiro-Ministro, Dr Mari Alkatiri, e mesmo a referirem-se a ele como ‘ex-Primeiro-Ministro’. Estes relatos são actuais, de ontem.

O que é que estavam dois helicópteros Australianos a fazer visitando Lospalos no dia 9 de Junho deste ano? Relatos dos locais dizem que eles tentaram dizer às pessoas lá para se oporem ao Primeiro-Ministro.

Que outros lugares visitaram o pessoal Australiano?

Porque é que fizeram as visitas?

É verdade que têm estado a tentar influenciar a política local de Timor-Leste?

Mais ainda, porque é que a Austrália (ao lado dos USA) se opôs ao prolongamento do papel da ONU em Timor Leste como foi requerido pelo Governo de Alkatiri poucos dias antes de ter enviado as tropas para Darwin no caso de serem necessárias em Dili?

Porque é que o Governo Australiano não disse aos soldados rebeldes para desarmarem e regressarem aos quartéis, e a todos os partidos para apoiarem o processo constitucional e democrático nesta democracia nascente? Se o Governo Australiano apoiar qualquer outra posição arrisca-se a criar um país que rebenta em violência sempre que alguém não gostar duma decisão política ou do Governo.

Será um dia muito triste para a Austrália e para a nossa região se acabarmos por nos comportar como o horrível rapaz briguento Australiano à imagem dos USA na América Central e do Sul ao longo dos anos.

Espero antecipadamente a sua resposta.

Sinceramente

Ben Bartlett

Cc
Hon Alexander Downer, Ministro dos Negócios Estrangeiros
Hon Kim Beazley, Líder da Oposição
Kevin Rudd, Shadow Ministro-sombra dos Negócios Estrangeiros
Robert McClelland, Ministro-sombra da Defesa
Warren Snowden MP Secretário-Parlamentar-sombra para Northern Territory & Indigenous Affairs
Senador Bob Brown, Líder dos Verdes Australianos
Senador Kerry Nettle, Verdes Australianos

Dos leitores

Morreram timorenses, os deslocados são timorenses, os adversários são timorenses.As guerras não são contra irmãos... Só mesmo um ditador é que festeja vitória perante a desgraça do povo. É triste!

Do Timor Verdade

Então?

Enquanto continua o golpe contra a FRETILIN, que apenas pode merecer a assinatura de Golpe de Estado - pela insistente tentativa de estabelecer um governo de iniciativa presidencial, em detrimento do em funções parlamentar -, os deslocados/refugiados - povo com medo, baralhado pelas informações -, continua a passar mal, a sujeitar-se a epidemias letais.

Xanana Gusmão não apela as essas gentes, o tal "povo sofredor", para que volte a suas casas? Qual será a razão? Será essa gente instrumento de pressão social, prova do caos provocado pelos "heróis" do golpe em curso?

Dos leitores

Será de somenos importância para a Ana Gomes que Mari Alkatiri é PM porque é o SG da Fretilin que teve mais de 57% nas eleições, pois nem sequer isso menciona… como aliás não menciona que nas eleições locais a Fretlin teve 80%...

Que eles (Mari Alkatiri, Rogério Lobato; Francisco Guterres e tantos outros) tenham toda a vida lutado na mesma trincheira, na Fretilin, pela libertação do seu povo isso também é para a Ana Gomes de somenos importância, porque para ela, importante é a luta da “Kirsty, desde meados dos anos 90” de quem fala com “rendida admiração e confiança indestrutível”.

Que a Ana Gomes se tenha aliado a Kirstys, Xananas e Railos na guerra contra a Fretilin era expectável. Mas que a quem não os acompanhe nessa cruzada lance anátemas (“mesquinha, xenófoba, preconceituada e claramente tendenciosa”), torna-se risível.

Mais a mais quando não se coíbe de apontar – não inocentemente - que o PM é um «muçulmano».

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Sobre as nossas convicções, de uma vez por todas.

Aquilo que ACREDITAMOS ser a melhor solução para Timor-Leste, passa pelo entendimento entre todos os orgãos de soberania democraticamente eleitos. Mesmo que esse entendimento tenha de passar por cima das desavenças pessoais dos seus responsáveis. E que a destituição de qualquer um dos seus reponsáveis deve ser feito no quadro constitucional.

Também acreditamos que existe da parte do governo australiano um interesse em agravar a crise, apoiando, financiando e organizando grupos que provocam incidentes, de forma a provocar uma situação de caos que lhes permita controlar politicamente Timor-Leste.

Assistimos diariamente a episódios, declarações e actos subversivos que pretendem aniquilar as instituições de Timor-Leste.

Vivemos em Timor-Leste há alguns anos. E, orgulhosamente, não reduzimos as nossas amizades, intimidades e solidariedariedades, à comunidade portuguesa, que tem sido uma peça fundamental para travar a démarche da "ocupação".

Estamos informados, e termos opinião não faz de nós tendenciosos.

Somos muitos e temos a mania de nos darmos com muitos e de andarmos sempre de um lado para o outro.

Estamos convictos do papel fundamental do Presidente Xanana Gusmão nos destinos de Timor-Leste e não temos sombra de dúvida da sua importância na História do país. Jamais pensaremos, apesar de criticarmos as suas últimas atitudes, que o faça consciente de estar a prejudicar o povo timorense.

Mas, também estamos convictos, de que Timor-Leste precisa de Mari Alkatiri como responsável do Executivo de Timor-Leste, de Francisco Lu'Olo como Presidente do Parlamento Nacional.

Não nos esquecemos também de salientar a importância de José Ramos-Horta, internamente e para o exterior.

Para nós, a raíz das crises internas entre os políticos timorenses, remonta ao tempo da luta pela indepêndencia, onde nunca ficou resolvido e reconhecido por todos a importância dos vários grupos e diásporas na resistência contra o invasor.





Em relação a insultos...

Pfff...


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Dos leitores

FRETILIN amordaçada?

A FRETILIN terá neste contexto o mesmo direito a manifestar-se nas ruas em apoio à Soberania e Independência do país? Claro que sim, mas...

Sabendo-se que as dificuldades de acesso à cidade de Dili são muitas, com os militares australianos a controlarem as coisas a seu bel'prazer... mas se os militantes e simpatizantes da FRETILIN insistirem em entrar o que vai acontecer? Os militares australianos vão usar da força contra civis desarmados?

Esperar para ver...

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Dos leitores

Nem a fulana da "Four Corners" da ABC disse melhor! E quem precisa de inimigos quem tem uma "amiga" como a Ana Gomes? Muito de facto sofre este povo...

Que estilo!

Ana Gomes, Eurodeputada do Partido Socialista, in BLOG Causa Nossa:

Malai Azul ou cor de bicho peçonhento ?

"Xanana Gusmão... o que dirá a história sobre ele?
Xanana Gusmão deu o pontapé de saída para toda esta crise, cabia-lhe a ele resolver os problemas militares e nunca o fez. Quando os outros o fizeram veio dizer que estava mal feito. Morreram pessoas, muitas pessoas.
Agora, Xanana vem com base num programa de televisão da ABC exigir a demissão do primeiro-ministro. É ridículo, é o desespero de quem até deixou a sua mulher - australiana - tecer comentários e acusações graves ao Governo de Timor-Leste. (...)"

Posted no blog Malai Azul, que escreve de Timor Leste.


O que dirá a história sobre Xanana Gusmão, pergunta o/a Malai Azul.


A História de Timor Leste já diz muito. É o Presidente eleito democraticamente pelos timorenses. É um heroi da resistência timorense. É o líder que resistiu nas montanhas e que conduziu um combate diplomático extraordinário a partir da cadeia indonésia pela independência de Timor Leste.

Foi ajudado ali em Jacarta, crucialmente, pela sua mulher Kirsty, desde meados dos anos 90.
E a partir de 1999 também pela extraordinária portuguesa Paula Pinto, mulher de Roque Rodrigues. Ambas fizeram então ali o que nenhum timorense poderia fazer ou saberia fazer. Correram riscos tremendos e a sua devoção e dedicação à causa da independência de Timor Leste é inquestionável. Eu estava lá em Jacarta. Eu vi. Trabalhei de perto, intensamente, com ambas. E o que vivi com elas, e o que vi e sei, especificamente, da Kirsty, merece-me a mais rendida admiração e confiança indestrutível.
Kirsty Sword Gusmão é australiana, sim, so what?
Será que ser-se australiano é sinal de se ser vendido aos interesses mais sinistros de Camberra? O que teria então sido dos timorenses se tantos dedicados amigos australianos não tivessem sido solidários e militassem durante anos contra os seus próprios governos para ajudar Timor Leste na luta pela indepêndencia? Mais do que muitos portugueses, que só em 1999 abriram os olhos para as nossas obrigações relativamente a Timor Leste.

Não é um/a malai qualquer que, sabe-se lá quando descobriu Timor Leste no mapa, vai impunemente continuar a destilar peçonha contra o Presidente Xanana e a sua combatente mulher.
É por causa de leituras parcialíssimas e maniqueístas como as que são veiculadas pelo/a Malai Azul, valendo-se das altas (ou baixas?...) intimidades que tem em Dili, que muitos em Portugal - e alguns com a responsabilidade de perceber ou se informar melhor sobre o que se está a passar em Timor Leste - reduzem a crise em Dili a uma luta entre personalidades ou entre líderes que são a favor de Portugal ou a favor da Austrália. Essas leituras são redutoras, estúpidas e sobretudo profundamente ignorantes da realidade timorense.

Como a do/a Malai Azul - que é, além disso, mesquinha, xenófoba, preconceituada e claramente tendenciosa.
Oh Malai Azul , dá lá a cara para vermos se és mesmo azul, verde, cor de burro quando arrota ou cor de bicho peçonhento!
[Publicado por AG] 22.6.06



Dos leitores

O Xanana é a esperança e isso é bom ...

mas meus senhores não se enganem ... tal como em 1999 uma etapa má terminou ou está prestes a terminar ... mas é a dureza que vos espera, a dureza da realidade... distruir e queimar anos de trabalho já vimos que são mestres ... mas para construir uma nação falta ainda a prova essa é que a grande PORRA ... não se sobe ao céu só com um salto... (alguns saltos são para baixo)

o Xanana é esperança e isso é bom ... mas não é suficiente...Xanana cria um espaço, é oportunidade, é motivação... mas não enche a barriga, não cria emprego etc... para isso é necessário: trabalho, técnica, saber, sacrifício, credibilidade, regulamentação, segurança, honestidade e transparência de processos...saber esperar, respeitar, acreditar - estar disposto a comer o pão que o diabo amassou - se construir uma Nação ou Estado fosse pôr tudo em causa e tudo a arder ... mas não é.
Ficamos assim ...

Dos leitores

Então?

Enquanto continua o golpe contra a FRETILIN, que apenas pode merecer a assinatura de Golpe de Estado - pela insistente tentativa de estabelecer um governo de iniciativa presidencial, em detrimento do em funções parlamentar -, os deslocados/refugiados - povo com medo, baralhado pelas informações -, continua a passar mal, a sujeitar-se a epidemias letais.

Xanana Gusmão não apela as essas gentes, o tal "povo sofredor", para que volte a suas casas? Qual será a razão? Será essa gente instrumento de pressão social, prova do caos provocado pelos "heróis" do golpe em curso?

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Dos leitores

Qual ofício? O de ser parlamentar do Parlamento Europeu e defender o desrespeito pelo Parlamento Nacional de Timor Leste?

Olha que grande ofício, sim senhor(a)!... Se isto é a "real politik", até a minha empregada doméstica, que não sabe ler nem escrever, a sabe fazer...

Que uma deputada o faça é que é mais esquisito!

E acho piada a estes visitantes que vão lá uma semana, falam com meia dúzia de pessoas e ficam especialistas em Timor Leste!

Eu estive lá 3 anos e, como dizia o outro, "só sei que nada sei"...

Esclarecimento a observadores menos atentos...

Os Posts com o título "Dos leitores" são uma cópia dos comentários ou emails que recebemos.

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Dos leitores

Xanana Gusmão está a mostrar ao mundo quem é

É impressionante o que se passa por aqui.

Desertores, pessoas que cometeram, à luz da Lei crimes graves contra o Estado, passearem-se impunemente pelas ruas da cidade, darem conferências de imprensa, "fecharem" o Parlamento, ameaçarem a segurança de pessoas em cargos institucionais, e o senhor presidente da República, apenas lhes dedicar protecção, sorrisos e festinhas corporais.

É uma vergonha ao que se assiste.

Xanana Gusmão mostrou em definitivo o seu atentado à Constituição da República ao afirmar ontem aos manifestantes apoiados por si que: "Falhámos em garantir a vossa estabilidade, mas com a vossa esperteza ganhámos esta guerra".

Meus senhores, mais palavras para quê? Mais análises para quê? Mais desculpas esfarrapadas para quê?

A verdade está aos olhos do mundo!

Dos leitores

Devido obviamente à crise que os próprios timorenses não resolviam - e quem a deveria ter resolvido atempadamente? Assim, quando os aussies chegaram não chegaram à toa. Em vez de terem feito a vontade a um Governo apressaram-se a colocar-se estrategicamente junto daqueles que afinal poderiam fazer descambar as coisas. Foram para Maubisse guardar os "rebeldes"? Ainda bem, assim ficou com mão nos mesmos e com a impossibilidade de outros fazerem o que quer que fosse.

Lamentavelmente Dili ardeu com todo o género de arruaceiros que queimavam dum lado ou outros arruaceiros queimavam do outro. Que se descubram e investiguem os crimes de sangue e todos os que por Lei possam ser sancionados. Mas entre isso e ter acontecido o inverso em que os meninos do continente viessem e se prostassem em Dili a defender as estruturas e o resto do país poder ficar ele também em caos. Talvez tenha sido melhor assim.

Agora sigam as investigações e unam-se, pois se não querem então que a teoria da manipulação que os estrangeiros sempre espreitam ainda para mais com o ouro negro, só têm é que estar alerta e vigilantes como dizia Mari Alkatiri.

É preciso é que o povo volte para os seus locais e uma vez mais que sejam ajudados em larga escala a reconstruir o destruído, que sejam ajudados a sarar as feridas e nunca, jamais levantarem-se uns contra os outros.

Impotentes ao longe muitos e muitas angustiados estiveram uma vez mais por vocês. A maioria uma vez mais silenciosa por não perceber PORQUÊ, mas não tenham dúvidas nenhumas COM VOCÊS fossem lá vocês cor-de-rosa, amarelos, azuis, brancos, pretos, cor de burro quando foge como aqui no blog apareceu alguém com esse "nome", MUITA gente esteve minuto a minuto com vocês! Imagino a quantidade de gente que nunca disse nada e ficou certamente a olhar perdidos para o monitor. Nada disto vos ajudava ou ajuda mas foi assim que também estive, com refresh refresh... muda de janela, manda mails, questiona, acorda um amigo, acorda uma amiga e sempre a pergunta: sabes de alguma coisa. O Zé está bem?

Sem lamechas mas isso acontece.

Abraço amigo a TODOS!

De ontem

MNE diz que PM vai resignar e admite regressar à FRETILIN


Lisboa, 23 Jun (Lusa) - José Ramos-Horta comunicou hoje aos diplomatas em Díli que Mari Alkatiri "decidiu resignar" ao cargo de primeiro-ministro, e que ele próprio admite regressar à FRETILIN para que o partido "reconquiste a confiança", segundo um documento oficial.

A informação foi dada pelo chefe da diplomacia de Timor-Leste durante um encontro hoje com o corpo diplomático acreditado em Díli, de acordo com um documento distribuído pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense a que Lusa teve acesso.

"O PM Mari Alkatiri decidiu resignar", lê-se no "briefing (escrito em inglês) do ministro de Estado J.Ramos-Horta ao corpo diplomático e a organizações internacionais sobre a actual situação" no país.

"A decisão foi comunicada ao PR Xanana pelo presidente do Parlamento Nacional, Lu'Olo. A resignação formal será submetida ao CCF [Comité Central da FRETILIN] amanhã [sábado]. Uma comunicação formal será então feita ao país, se a resignação for aceite pelo CCF", lê-se no primeiro ponto da nota.

No mesmo documento é referido que José Ramos-Horta, um dos fundadores da FRETILIN, mas que abandonou o partido mais tarde, se declara preparado para regressar à principal força partidária timorense.

"Com a mesma motivação com que aceitou a pasta de Ministro da Defesa, JRH considerará um regresso à FRETILIN se isso significar ajudar o partido a reconquistar confiança, reforçar a sua moral", diz o texto.

"A FRETILIN, disse o ministro Horta, é demasiado importante e não deve ser partida. Dentro da FRETILIN há alguns grandes desafios internos como negócios, nem sempre transparentes, problemas éticos, etc. Esses problemas têm que ser resolvidos", acrescenta a nota.

O documento, enviado por e-mail para embaixadas em Díli, embaixadas timorenses no exterior e organizações internacionais em Timor-Leste, é da autoria do "Gabinete do Secretário-Geral", Nelson Santos, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

Segundo a nota, o Comité Central da FRETILIN "vai propor um novo PM" ao chefe de Estado timorense e "o actual conselho [de ministros] continuará a funcionar até que o novo governo seja jurado e empossado" pelo presidente Xanana Gusmão.

"Assim, a trágica experiência dos últimos dois meses chegará a uma conclusão, de forma pacífica", diz ainda o documento, em que se refere que "não se registaram incidentes significativos fora de Díli" mas que "as notícias da resignação do PM podem causar hostilidades em algumas partes do país".

"Todos, o presidente Lu'Olo, Mari Alkatiri e outros membros da Fretilin prometeram trabalhar construtivamente para reforçar o partido", adianta ainda.

Segundo o documento do gabinete Ramos-Horta, Mari Alkatiri "permanecerá o [tempo] que for necessário para permitir uma transição calma para o novo governo" e o chefe da diplomacia "garantirá ao PM Alkatiri que fará tudo dentro da sua competência para que o PM Alkatiri e outros sejam tratados com dignidade".

"O PM deverá regressar ao Parlamento. O PM Mari continuará como Secretário-Geral do partido", lê-se igualmente na nota, explicando que a FRETILIN deverá escolher o novo primeiro-ministro e submeter o nome a Xanana Gusmão para "ser empossado, como exige a Constituição".

"O CCF decidirá também amanhã (sábado) quando ou se vai realizar um novo congresso do partido. O embaixador José Luis [Guterres] foi autorizado a regressar a Timor-Leste", diz o documento, numa referência ao representante timorense nas Nações Unidas que tentou liderar uma candidatura alternativa a Mari Alkatiri no último congresso da FRETILIN.

O último ponto da nota é uma referência à necessidade de garantir que Timor-Leste não se transforma num país que leve à "fadiga dos doadores", porque "as pessoas perderão interesse no país".

"Enquanto escrevo esta nota, milhares de pessoas estão a manifestar-se em frente do Palácio do Governo pedindo a resignação do PM Alkatiri", acrescenta a concluir o autor da missiva.

ASP.

Manifestantes fecharam simbolicamente Parlamento... (ACTUALIZADA)

Díli, 24 Jun (Lusa) - Centenas de manifestantes, encabeçados pela direcção da autodenominada Frente Nacional para a Justiça e Paz (FNJP), fecharam hoje simbolicamente o Parlamento Nacional, com o argumento de que "se o Parlamento representa o povo, então o povo decide fechá-lo".

O fecho simbólico foi feito com uma fita azul, a que foi dado um nó, e representa a "determinação dos manifestantes em apenas o abrirem quando houver um Parlamento novo", disse à Lusa o major Alves Augusto de Araújo "Tara", coordenador-geral da FNJP.

Os manifestantes exigem a demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, mas como este ainda não foi ao encontro da exigência, pedem agora que o presidente Xanana Gusmão "dissolva o Parlamento e forme um governo de transição, com a incumbência de organizar eleições antecipadas".

Antes do encerramento simbólico do Parlamento, a direcção da FNJP, organização apenas hoje referenciada embora a manifestação contra o governo de Mari Alkatiri e a favor do Presidente Xanana Gusmão esteja na rua desde a tarde de quinta-feira, deu uma conferência de imprensa em que disse ter sido ultrapassado o prazo de 48 horas para que o primeiro-ministro se demitisse.

Estrategicamente, a mesa da conferência de imprensa, onde estavam o major Alves Tara (coordenador-geral), Marito Reis (vice- coordenador geral), Vital dos Santos (secretário-geral) e Augusto Júnior Trindade (porta-voz), foi colocada tendo o Palácio do Governo por trás.

"Queremos que nos filmem com o Palácio do Governo por trás, porque já não é o Palácio do Alkatiri, mas sim do povo e nós representamos o povo", disse Augusto Trindade à Lusa.

O major Alves Tara garantiu aos jornalistas que os manifestantes exigem agora que Xanana Gusmão dissolva o Parlamento e adiantou que permanecerão na rua até isso acontecer.

"A única solução é entregar todo o poder ao chefe de Estado e Comandante Supremo das forças armadas. O Presidente Xanana tem que dissolver o Parlamento e formar um governo transitório para organizar eleições antecipadas", defendeu.

"A partir de hoje, e enquanto o Presidente não declarar que já dissolveu o Parlamento e demitiu o governo continuaremos aqui (na rua) com a manifestação", acrescentou.

Em seguida, os manifestantes dirigiram-se para o edifício do Parlamento, onde a direcção da FNJP encerrou simbolicamente os portões, passando uma fita azul a que foi dado um nó, perante os seis militares australianos que se encontravam no interior.

Durante a marcha do local da conferência de imprensa até ao Parlamento, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o primeiro-ministro ("Abaixo Alkatiri") e a favor da dissolução do Parlamento ("Dissolve Parlamento").

Não se registaram incidentes.

EL.

Timor Leste: à beira do abismo

A crise em Timor-Leste é grave, muito grave. Timor Leste pode estar à beira de ver a sua independência comprometida, e desta vez irreversivelmente, se o Presidente da República cumpre a ameaça de se demitir por o Primeiro Ministro teimar em agarrar-se ao cargo e não assumir pessoalmente as pesadas responsabilidades que lhe cabem nesta crise.
A FRETILIN, partido maioritário e vanguarda incontornável em Timor Leste, não pode mais tolerar este impasse: deve parar de acenar com compromissos que sabe insustentáveis e que só aumentarão os tremendos custos já impostos ao povo e mais fazem perigar a soberania e independência por que tantos timorenses pagaram com a vida. Os militantes de base da FRETILIN sabem, melhor que ninguém, que só o Presidente Xanana Gusmao, democraticamente eleito, mantem ainda autoridade e a confiança do povo. Só ele pode ser garante da salvação e unidade nacionais.
Não, não se trata de Timor Leste ser um Estado falhado, como sustentam certos sectores australianos, americanos e outros que sempre tentaram controlar Timor, por considerações estratégicas e outras relativas ao domínio dos seus importantes recursos de gás e petróleo. Sem dúvida, o acordo petrolífero que o Primeiro Ministro Mari Alkatiri negociou com a Austrália, com êxito, instigou esses sectores a retaliar, recorrendo a todos os expedientes e pretextos para fazer Timor Leste aparecer como condenado à falência. Assim como já tinham incentivado a Indonésia a invadir em 1975, estes sectores nunca deixaram de contar com as dissensões entre os timorenses e nunca deixaram, portanto, de as alimentar. Mas a triste verdade é que esta crise, decerto estimulada e aproveitada por actores externos, é sobretudo da responsabilidades dos governantes timorenses que cometeram sérios erros - e ao cometê-los fizeram o jogo de quem sempre souberam querer inviabilizar a independência do seu país.
Eu estou convencida de que Mari Alkatiri é sério. E de que em muitos e fundamentais aspectos foi um bom governante de Timor Leste (desenganem-se os que pensam que ele ainda governa ou poderá voltar a governar...). Mas noutros e também fundamentais aspectos Mari Alkatiri errou clamorosamente. Esses seus erros geraram a actual crise.
O maior dos erros do Primeiro Ministro Alkatiri foi ter incluído no seu governo Rogério Lobato, um homem perigoso, com conhecido passado criminal, que acirrou fricções, desconfianças e clivagens e tornou as relações com o Presidente e a Igreja ainda mais difíceis, sobretudo desde que em 2005 ordenou à Polícia que carregasse a tiro sobre homens, mulheres e crianças que aos milhares se concentravam junto à residência episcopal em Dili, em triste enfrentamento a pretexto das aulas de religião e moral (felizmente que o Comandante Paulo Martins se recusou a cumprir a ordem que teria resultado num banho de sangue). Há muito que se sabia que Rogério Lobato estava a aproveitar-se da supervisão da Polícia e dos contratos de equipamento da Polícia para armar milícias privadas e fomentar a divisão "lorosae -loromunu" (ele poderia tornar-se o braço armado dos loromunus, explicaram-me membros do Governo em Dili recentemente). Todos os Ministros o sabiam. E o Primeiro-Ministro também: conversamos várias vezes sobre aquele inquietante personagem, a última ainda há semanas, já a crise estava instalada.. Mari Alkatiri julgaria porventura que, tendo-o por perto, melhor o controlaria. Como eu repetidamente avisei, acabaria antes refém dele.
É isto que Mari Alkatiri, como verdadeiro patriota e homem de Estado, não pode deixar de reconhecer, demitindo-se sem tardar mais. Para viabilizar uma solução pacífica e política da crise, que a sua obstinação tem prolongado, pondo o país à beira do abismo. Para não ficar com a responsabilidade histórica de enterrar a independência de Timor Leste ou de, no mínimo expôr o seu sofredor povo a mais um doloroso e prolongado conflito.

Ana Gomes
Amiga do povo de Timor Leste

Dos leitores

Seja lá qual for a saída política para esta crise o preceito legal deverá ser obsevado. Caso contrário TL será sempre sacudido por Golpes de Estado, comprometendo sua credibilidade interna e externa. Os passos que darão hoje certamente reflitirá na qualidade de vida dos timorenses nos próximos 50 anos.
Bom senso e compromisso popular é o que desejo para a elite política timorense.
Obs: A História está repleta de péssimos exemplos na África e na América Latina. Por favor, não repitam estas tragédias.

Dos leitores

Não perfilho da diabolização da Ana Gomes, acho que tem um peculiar modo de intervir. No entanto, gostaria de saber a opinião da Ana Gomes sobre a resolução do conflito (conforme disse o Malai Azul, no blog dela não é possivel questionar).

Pelo que li, nutre grande simpatia por Xanana Gusmão e sua mulher e, embora não nutra simpatia por Mari Alkatiri tem-o como homem honesto e bom governante em muitos aspectos (negociação da partilha dos recursos naturais com a Austrália, governação reconhecida pelo Banco Mundial). Estando perante duas personalidades incompatibilizadas mas reconhecidamente honestas (e acredito, com amor pelo seu povo, apesar dos erros grosseiros), qual seria a melhor solução para a crise:
- forçar a demissão de Mari Alkatiri; Vantagens/Desvantagens;
- Tentar uma solução que respeite a constituição, sabendo que as próximas eleições estão próximas (maio de 2007), que clarificavam (e legitimavam); Vantagens/Desvantagens;

Fui cooperante da FUP por 2 vezes. Não entendo o problema Timor a fundo. Aprendi a respeitar Xanana e Mari. Doi ver esta situação. Tento ver as opiniões de ambas as partes mas continuo confuso.


Timor, sempre.

Governo envia missão a Díli e defende presença militar da ONU no país

Brasília, 24 Jun (Lusa) - O governo brasileiro defende uma presença significativa das Nações Unidas no actual processo de estabilização política e social em Timor-Leste, disse hoje à Agência Lusa o subsecretário geral para a África, Ásia, Oceania e Médio Oriente do Itamaraty.

O embaixador Pedro Motta, que vai liderar uma missão do governo brasileiro a Díli, a nível bilateral, de 30 de Junho a 04 de Julho, disse que "é fundamental a presença militar da ONU no país, com forte componente de natureza policial".

"Estamos muito preocupados. É urgente que a ONU assuma o seu papel de manutenção da paz e da estabilidade política e social de Timor-Leste", assinalou o diplomata brasileiro.

Para além de dialogar com as autoridades timorenses, a missão brasileira deverá trocar impressões com os representantes das Nações Unidas que estão no país, nomeadamente com Ian Martin, enviado do secretário-geral da ONU devido aos confrontos ocorridos em Díli.

"Reconhecemos o valor da presença das forças estrangeiras em carácter de emergência, mas é importante que o processo de manutenção da paz seja conduzido sob a égide da ONU", reiterou o embaixador.

Pedro Motta explicou à Agência Lusa que a missão brasileira, constituída a pedido do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, é totalmente desvinculada da missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Timor-Leste, na qual o Brasil também estará integrado.

Na missão da CPLP, o Brasil estará representado pelo embaixador Luiz Henrique Pereira da Fonseca, que será o novo director da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Itamaraty.

A decisão brasileira de enviar a Timor-Leste uma missão diplomática foi tomada antes da reunião do Conselho de Ministros da CPLP, em Lisboa, onde foi acertado o envio de uma missão técnico- política a Díli entre 03 e 06 de Julho.

Pedro Motta destacou que a missão brasileira quer compreender as razões subjacentes à actual crise e pretende trabalhar com as autoridades timorenses para a estabilidade política e retomada do crescimento do país, defendendo a solução de controvérsias por meio pacífico.

A delegação brasileira, que também tem o objectivo de reforçar a cooperação com o governo timorense, deverá ser integrada por diplomatas e representantes das áreas da educação, justiça e defesa.

"Queremos manter a cooperação com Timor-Leste e, eventualmente, ajustá-la às circunstâncias actuais, como na área eleitoral, por exemplo, com a proximidade das eleições, marcadas para Abril de 2007", referiu o subsecretário geral para a África, Ásia, Oceania e Médio Oriente do Itamaraty.

Segundo o embaixador brasileiro, o Brasil quer estar mais presente em Timor-Leste e acompanhar de uma forma mais directa a situação actual do país.

A actual crise em Timor-Leste começou com o despedimento de cerca de 600 militares que garantem ter sido alvo de discriminação ética por parte da hierarquia das forças armadas.

O protesto, em finais de Abril, terminou com uma intervenção do exército e houve mortes.

O governo diz que cinco timorenses foram mortos nos confrontos, mas os ex-militares afirmam que o número de mortos chegou a 60.

Os problemas de segurança amenizaram-se com a chegada de forças estrangeiras em Timor-Leste, nomeadamente de Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia, mas a crise política continua aguda.

O presidente Xanana Gusmão ameaçou demitir-se na sexta-feira, caso o primeiro-ministro Mari Alkatiri não deixe o cargo.

CMC.

Obrigado, Margarida.

Tradução:

Bloqueados pelos militares Australianos
Australia – guardadores da paz ou predadores de petróleo
Kalinga Seneviratne , Jun 23, 2006 @ 02:36 GMT


Em 2005, foi relatado que o governo de Alkatiri tinha iniciado negociações com a Petro China para construir uma refinaria de petróleo em Timor-Leste, o que minaria planos Australianos para construir uma refinaria na cidade de Darwin no norte Australiano para refinar todo o petróleo do Mar de Timor dos dois lados da fronteira. O presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão estava para visitar a China este mês para consolidar o negócio, mas isso foi bloqueado pelos militares Australianos.

SYDNEY, Jun 22 (IPS) – Uma rebelião de dois meses por soldados despedidos e oficiais da polícia desertores de Timor-Leste, um dos mais jovens e pobres países, resultou na chegada duma força de “guardadores da paz” liderada por Australianos na sua capital Dili, e um empurrão para “mudança de regime” suportado pelos media.

O Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, um muçulmano que lidera um país predominantemente Católico, é o líder do partido Fretilin que lutou pela independência da Indonésia durante mais de duas décadas, e que teve uma vitória em todo o país nas primeiras eleições legislativas em 2001.

Nas reportagens dos media Australianos sobre o assunto, que por sua vez influenciam as reportagens regionais e internacionais, a crise em Timor-Leste é pintada como uma luta interna pelo poder onde a um "impopular" Primeiro-Ministro se opõe um movimento popular. As palavras "petróleo" e "gás" raramente são mencionadas nessas reportagens, apesar disso estar no coração da intervenção Australiana.

A história da independência de Timor-Leste é também a história da política Australiana de flip-flops e tentativas para pôr as mãos nos largos depósitos de petróleo nos mares circundantes, agora valorizados em mais de 30 biliões de US dollars. Contudo, a Austrália pintou sempre o seu apoio à independência de Timor-Leste como uma missão de "direitos humanos " ou "humanitária". Mesmo hoje, os medias que relatam daqui reflectem isso.

Falando recentemente na ABC Radio, James Dunn um conselheiro da Missão da ONU em Timor-Leste (UNMET) em 1999, descreveu Alkatiri como um "politico que tinha relações próximas com o povo " e acrescentou que ele é também um trabalhador eficiente e um bom burocrata, mas não uma "pessoa fácil para negociar ".

A sua postura dura nas negociações com a Austrália sobre o direito às reservas de petróleo e gás nos últimos 5 anos, ganhou-lhe o ódio do governo Australiano – que tentou empurrar o seu pobre vizinho a submeter-se às ambições de Canberra de controlo da exploração e da exploração desses recursos naturais.

Rob Wesley-Smith, porta-voz de Free East Timor acredita que Alkatiri tem tendências ditatoriais e que a Fretilin se tornou corrupta, mas, acusa o governo Australiano do Primeiro-ministro John Howard por precipitar a crise ao "advogar desde 1999 todo o rendimento do petróleo de cerca de 1.5 bilão de dollars para a Austrália".

"Apesar desta área estar a ser disputada, quase de certeza sob as regra da UNCLOS (Comissão da ONU para a Lei do Mar) ela pertence a Timor-Leste" disse à IPS, acrescentando que as imagens de televisão de tropas Australianas a chegarem a Dili onde ficaram a observar enquanto continuavam as pilhagens e os incêndios fê-lo pensar, se isso não fazia parte duma maquinação de Canberra para declarar Timor-Leste um estado falhado "para que possam controlar o roubo do (petróleo) do Mar de Timor ".

Wesley-Smith apontou que enquanto a Austrália tirou quase 1.5 biliões em royalties dos disputados campos de petróleo no mar de Timor desde 1999, eles devolveram aproximadamente 300 milhões de dollars em ajuda no mesmo período de tempo, fazendo-os assim dependentes.

A académica Australiana Helen Hill, autora de “Espicaçando o Nacionalismo em Timor-Leste ", arguiu num recente artigo num jornal que a razão do ódio contra Alkatiri por instituições de Canberra é porque ao mesmo tempo que é o único líder de Timor-Leste que enfrenta as tácticas abusivas do governo Australiano, está também a construir ligações com países Asiáticos como a China e Malásia, Cuba, Brasil e antigas potências coloniais de Portugal para ajudar a diversificar os laços económicos de Timor-Leste.

"Ele é um nacionalista económico" anota Hill. "Ele tem esperança que uma companhia estatal petrolífera assistida pela China, Malásia e Brasil permitirá a Timor beneficiar do seu próprio petróleo e gás, em adição aos rendimentos que terá com as áreas partilhadas com a Austrália"..

Alkatiri também se pronunciou contra a privatização da electricidade e conseguiu negociar um armazém farmacêutico de "genéricos ", apesar da oposição do Banco Mundial. Também se recusou a pedir ajuda condicional do Banco Mundial e do FMI, convidou médicos Cubanos para trabalharem nos centros de saúde rurais e a instalar uma nova escola médica, aboliu as propinas nas escolas primárias e introduziu refeições gratuitas para as crianças. Tudo isto e o facto que foi educado e passou 24 anos no exílio no Marxista Moçambique têm sido citados por opositores na Austrália como marcas de um líder comunista.

Em contraste, o líder dos rebeldes Major Alfredo Reinado, um antigo exilado na Austrália acredita-se ter sido treinado na academia de defesa nacional em Canberra, e o candidato favorito da Austrália para o cargo de primeiro-ministro, o ministro dos Estrangeiros Ramos Horta instalou o programa de formação diplomática em Sydney durante os seus anos de exílio na Austrália.

Falando à ABC-TV esta semana, Horta arguía que Timor-Leste não pode "suportar esta crescente perda de credibilidade do governo e a imagem pobre do país ", por isso Alkatiri devia sair no interesse do seu próprio partido. Descartando alegações feitas no mesmo programa que ele tinha armado membros da Fretilin para eliminar os seus opositores, Alkatiri disse que estava sob pressão para se demitir e que não o faria.

A campanha actual contra Alkatiri tem origem nas políticas flip-flops de sucessivos governos Australianos sobre Timor-Leste desde 1975 atribuídas ao seu desejo de controlar os recursos de petróleo e gás do Timor Gap.

Depois de ter apoiado a anexação Indonésia de 1975, em 1989 a Austrália e a Indonésia assinaram o Timor Gap Treaty (TGT) para partilhar os recursos na área. A Autoridade Provisória da ONU em Timor-Leste declarou o TGT ilegal e em 2001, a Austrália assinou um MOU com a Autoridade da ONU UN para poder continuar a exploração do petróleo na região.

Mas, imediatamente antes de Timor-Leste se tornar um Estado independente em 2002, o governo de Howard anunciou que não mais se submeteria às regras das fronteiras marítimas do Tribunal Internacional um acto que Alkatiri descreveu na altura como “inamistoso” e para “atar as mãos” ao futuro governo.

Desde então, Alkatiri tem trocado uma série de argumentos quentes com o ministro dos estrangeiros da Austrália Alexander Downer sobre o assunto. Depois de azedas negociações, em Janeiro Alkatiri conseguiu que Canberra concordasse com uma partilha de 90-10 a favor de Timor-Leste, dos procedentes do campo Greater Sunrise field. Isso depois de concordar não seguir durante pelo menos 40 anos com a queixa de Timor-Leste sobre o mar disputado debaixo da convenção UNCLOS, altura em que a maioria do petróleo e do gás na área estão acabados.

Em 2005, foi relatado que o governo de Alkatiri tinha iniciado negociações com a Petro China para construir uma refinaria de petróleo em Timor-Leste, o que minaria planos Australianos para construir uma refinaria na cidade de Darwin no norte Australiano para refinar todo o petróleo do Mar de Timor dos dois lados da fronteira. O presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão estava para visitar a China este mês para consolidar o negócio, mas isso foi bloqueado pelos militares Australianos.


O cientista politico Tim Anderson da Universidade de Sydney acredita que o Governo de Howard planeia impor uma "junta' em Timor-Leste liderada por Horta e um enfraquecido Gusmão, que incluiria também nomeados dos bispos Católicos. "A presence de tropas ocupantes (Australianas) até às eleições do próximo ano poderia minar sériamente a posição dominante da Fretilin " anota.

(Fim/2006)

Dos leitores

5000 pessoas nao representam o povo de Timor-Leste , senhor Bispo de Dili.Serao estas as mesmas pessoas que apoiaram a manifestacao da Igreja em Abril 2005? Pelos vistos, as tacticas mudaram mas o objectivo e o mesmo: remover o governo constitucional.

Timor

Expresso
24-06-2006
Mais do que inimigos


O conflito político atingiu o seu auge. O vencedor, para já, é a Austrália

EM QUEM se deve acreditar, neste momento, em Timor-Leste? A escolha é um quebra-cabeças delicado, tendo em conta todo o fluxo de informação e contra-informação dos últimos dias. Em Díli, os líderes políticos parecem estar a usar em pleno o que aprenderam durante os 24 anos de ocupação indonésia sobre tácticas de subversão. O exemplo mais recente é de ontem à noite, quando o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros comunicou a diplomatas que Mari Alkatiri «decidiu resignar» do seu cargo de primeiro-ministro e que o próprio Ramos-Horta está a pensar regressar à Fretilin para ajudar a recuperar a credibilidade do partido.

Mas por que razão é que, conhecidas as divergências pessoais entre ambos, o chefe de Governo iria deixar que fosse o Prémio Nobel da Paz a anunciar essa decisão?

Já era demasiado tarde em Díli para Alkatiri poder contestar a informação, mas Abílio de Araújo, um dos fundadores da Fretilin, comentou ao EXPRESSO a partir de Lisboa: «Falei com o primeiro-ministro há pouco e isso é uma mentira completa. Ele não se vai demitir É uma manobra de Ramos-Horta, que gosta de inventar factos a seu favor».

A guerra, por enquanto, é apenas de palavras. Na capital e nos distritos remotos das montanhas, os timorenses estão a ser encostados à parede para decidirem se acreditam no primeiro-ministro ou se, pelo contrário, estão do lado de Ramos-Horta e do Presidente da República.

Ao exigir a demissão de Mari Alkatiri, o Presidente Xanana Gusmão não apelou apenas à consciência dos líderes da Fretilin para se retratarem por terem promovido a distribuição de armas a civis, depois de o ex-ministro do Interior Rogério Lobato ter ficado em prisão domiciliária, na sequência de factos revelados pelo EXPRESSO. Xanana apelou directamente ao povo, num discurso de três horas em que lavou publicamente a água suja dos últimos 30 anos de história da Fretilin. Falou em nomes, fez acusações pessoais graves e revelou conversas privadas com o primeiro-ministro e com Rogério Lobato. Com esse apelo, o conflito político em Timor passou claramente à fase da contagem de espingardas: ou estão comigo, ou contra mim.

A ruptura de Xanana com Alkatiri surpreendeu quase toda a gente, com a ameaça de se demitir caso o primeiro-ministro não o faça, aumentando o sentimento de instabilidade no país. Tentando pôr água na fervura, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e o presidente da Comissão Europeia telefonaram ontem ao Presidente timorense. Durão Barroso aconselhou Xanana a não abandonar o Palácio das Cinzas e a tentar uma solução constitucional. Não se sabe se a conversa foi decisiva, mas o Presidente acabou por desistir para já da sua intenção, apesar de ter terminado o prazo dado a Alkatiri.


A mão australiana.

Mas as surpresas esta semana não vieram só do gabinete da Presidência. Jon Howard, o primeiro-ministro australiano, fez uma declaração de apoio a Xanana, depois de, a 26 de Maio, mal as forças internacionais entraram em Timor, ter criticado a «má governação» de Alkatiri. «É difícil acreditar que Xanana Gusmão não continue a ser o centro dos acontecimentos políticos de Timor-Leste», disse desta vez Howard, dissipando as dúvidas que ainda pudessem haver sobre a posição da Austrália.

Contra a corrente, alguns analistas australianos têm denunciado aquilo que é a estratégia do Governo de Camberra para uma mudança de regime em Timor. Tim Anderson, analista político da Universidade de Sydney, acredita que Howard quer impor uma junta nacional em Díli liderada por Xanana e Ramos-Horta. E Rob Wesley-Smith, da Free East Timor, lembra um facto a que o EXPRESSO assistiu em Díli: «Os soldados australianos deixaram os incêndios e os saques acontecer mesmo à sua frente. Pergunto-me se isto não faz parte de um plano sinistro». Foram as imagens de caos na cidade que reforçaram a justificação para a presença australiana. Helen Hill, socióloga da Universidade de Victoria, fala do mais óbvio dos «leitmotivs»: petróleo.

Micael Pereira



Mari Alkatiri

O CHEFE do primeiro Governo independente de Timor-Leste, indigitado pelo partido vencedor (por maioria absoluta), em eleições democráticas, Mari Alkatiri diz que a consolidação das instituições é decisiva para garantir a independência, a soberania política e económica de Timor-Leste.

Por isso defende que a solução política da crise institucional deve ser encontrada pela negociação e respeitar a Constituição, os poderes de todos os órgãos de soberania e as prerrogativas do partido maioritário. Toda a mudança imposta pela rua ou por forças estrangeiras configuraria um «golpe de estado» e um retrocesso para a situação anterior à proclamação da independência, em 2002. Alkatiri nega todas as acusações lançadas contra si (corrupção, esquadrões da morte) e lembra que no Congresso da Fretilin se opôs à votação por braço no ar. Rejeitou o ultimato de Xanana Gusmão, recusando demitir-se e argumenta que um Governo não apoiado pela Fretilin poderia fazer aprovar o orçamento, o Código penal e a legislação para as eleições de 2007.

Por outro lado, acusa Camberra de «provocações» e de difundir a tese do «Estado falhado» para justificar a ocupação de Timor por uma coligação chefiada pela Austrália. Diz que os ataques contra si e o seu Governo obedecem a uma estratégia para mudar a política económica e externa de Timor sem esperar pelas eleições.

Xanana Gusmão

É EM nome do povo que o Presidente Xanana Gusmão acusa o Governo e a Fretilin, partido maioritário, de serem os únicos responsáveis da crise actual e de violar o artigo primeiro da Constituição, que diz que «a República Democrática de Timor Leste é um Estado de direito democrático (...) baseado no respeito pela dignidade da pessoa humana».

Eleito como independente, depois de ter abandonado as FALINTIL (a guerrilha da Fretilin) e dissolvido o Conselho Nacional da Resistência, anunciou, na quinta-feira, ao «querido povo martirizado» a sua decisão de retomar a chefia das Forças Armadas e de Segurança para libertar Timor-Leste da ditadura dos «esfomeados de poder».

Segundo Xanana, a actual liderança da Fretilin pôs o aparelho de Estado ao serviço da cúpula do Partido, e aproveita-se da pobreza e da falta de empregos para «comprar» votos, apoios e consciências.

De acordo com os seus argumentos, a direcção da Fretilin, eleita no Congresso de Maio, é «ilegítima» porque não foi eleita por sufrágio secreto, como estipula a lei de 2004 sobre os partidos políticos.

O Presidente timorense acusa ainda a cúpula de só pensar em manter-se no Governo porque o poder proporciona dinheiro e negócios; e de ser «arrogante e insensível», fomentando a divisão e a intolerância, o que ameaça provocar um banho de sangue.

Obrigado, Margarida.

Tradução:

Penso que deixei claro porque é que na minha opinião, no melhor interesse de Timor, o Primeiro-Ministro não se devia demitir ou mesmo ser forçado a demitir-se em tais circunstâncias.

Insiste que o PM se devia demitir para permitir que uma investigação tivesse lugar de forma normal e na altura devida, no caso de nada se ter apurado das alegações ele devia ser re-instalado. Isto é sem qualquer dúvida, impossível de realizar se não se fizer nenhuma investigação à crise. Esta investigação deve debruçar-se sobre alegações de um golpe, nos porquês de Alfredo ter instigado os confrontos entre os rebeldes e a FFDTL. Assim corria-se o risco de haver um grande atropelo da justiça se o PM se demitisse por causa duma investigação que até agora não tem base.

Se leu a minha declaração anterior, uma razão que eu dei para o PM não sair por causa duma investigação nesta altura, é que as alegações em Timor são bastante duvidosas por natureza, se se considerar que havia alegações de 60 corpos enterrados em Tasi Tolu para a qual não há evidência para sustentar esta acusação.

Se o PM tivesse saído por causa dessa alegação e depois re-instalado e agora teria que sair para mais tarde ser re-instalado se essas alegações provassem ser falsas.

O país enfrenta problemas sérios e precisa da cooperação de todos e se o Presidente insiste na resignação do PM, sem qualquer princípio de autoridade real, a democracia de Timor e a constituição seriam fúteis.

Lições de Timor

Expresso
24.06.2006

Jorge Sampaio (ex-Presidente de Portugal)

‘‘É tempo de Portugal assumir que tem uma relação especial com Timor-Leste com obrigações na construção do Estado ‘‘

A CRISE política e militar em Timor-Leste não foi uma surpresa. Em anos sucessivos, a diplomacia portuguesa, em conjunto com os responsáveis timorenses, empenhou-se em defender no Conselho de Segurança das Nações Unidas a permanência de uma missão militar e policial internacional em Timor-Leste durante um período de transição prolongado. Essa força de segurança, na qual Portugal sempre esteve preparado e disponível para participar, era penhor de um sucesso continuado na formação do Estado e na consolidação das instituições timorenses.

A redução gradual da missão das Nações Unidas em Timor-Leste, que acabou por dispensar a sua dimensão militar, tornou muito difícil evitar uma escalada de violência interna, mesmo a partir de uma crise menor. O aumento da conflitualidade manifestou-se logo no caso da crise nas relações entre a Igreja Católica e o Governo, e o cenário de escalada repetiu-se, com consequências dramáticas, na sequência da saída e da desmobilização de um número substancial de soldados, recrutados para as Forças de Defesa de Timor-Leste depois da independência. Quando as autoridades timorenses perderam o controlo da situação pediram à Austrália, a Portugal, à Malásia e à Nova Zelândia para enviarem as suas forças e restaurar a ordem pública em Díli. Na sequência dessa intervenção, o Conselho de Segurança veio reconhecer que a partida da sua missão militar tinha sido precipitada e está a avaliar a necessidade de enviar de novo uma força de segurança das Nações Unidas para Timor.

Portugal tem uma relação especial com Timor-Leste. Nesse sentido, o regresso da violência, que provocou entre nós sentimentos compreensíveis de tristeza e decepção, exige da nossa parte uma reflexão para tirar lições da crise timorense.

A primeira lição confirma a importância decisiva da dimensão de segurança nos processos de transição pós-conflito e, por maioria de razão, no processo de construção de um Estado com instituições democráticas depois de um longo período de guerra, de ocupação e de divisões políticas e sociais internas. Sem uma garantia efectiva de segurança, nenhum processo político tem condições mínimas de estabilidade. No caso de Timor, tal como nos casos da Bósnia-Herzegovina, do Kosovo ou do Afeganistão, essa garantia só pode ser assegurada por uma presença militar internacional.

Essa presença, por sua vez, significa a constituição de uma força multinacional, onde a participação das democracias ocidentais se tem revelado indispensável, não só pela qualidade profissional das suas forças armadas, como pela sua disponibilidade em estar presente nos teatros de conflito, mesmo quando os seus interesses imediatos não estão postos em causa. Em Timor, desde a formação da INTERFET, em Setembro de 1999, a Austrália tem tido uma intervenção insubstituível na constituição das forças internacionais. Desde esse momento, apesar de todos os obstáculos, Portugal tem procurado consolidar uma relação de cooperação política e militar com a Austrália, cujo beneficiário é, obviamente, Timor-Leste. As peripécias das últimas semanas mostram a necessidade de manter essa convergência, indispensável para a restauração da segurança no terreno. No mesmo sentido, as duas democracias devem poder conjugar os seus esforços no sentido de obter do Conselho de Segurança um compromisso firme para enviar uma nova missão militar das Nações Unidas para Timor-Leste.

A segunda lição sublinha a importância decisiva da unidade dos dirigentes timorenses para garantir a ordem constitucional e o respeito pelas instituições democráticas em Timor-Leste. Ninguém tem dúvidas acerca da intensidade da competição política e institucional, a qual só podia aumentar com a proximidade do próximo ciclo eleitoral. Porém, a credibilidade interna e externa do regime timorense depende da vinculação de todos os seus responsáveis ao cumprimento dos princípios constitucionais, que definem as regras e estabelecem os limites para lá dos quais os conflitos políticos excedem um quadro de legitimidade.

A crise, como seria de esperar, fortaleceu o lugar central da instituição presidencial, nomeadamente no domínio das responsabilidades do Presidente da República como garante da independência nacional e da ordem constitucional. Essa evolução, resultante da crise, vai pôr à prova a estabilidade constitucional em Timor-Leste, bem como as qualidades políticas dos seus principais dirigentes. Temos obrigação de os conhecer bem e de reconhecer a sua autoridade, não só como representantes eleitos, mas também como responsáveis pela resistência e pela fundação do Estado. As provas da democracia são menos heróicas do que as lutas do passado, mas são as mais importantes no presente. O critério essencial da avaliação dos responsáveis timorenses passou a ser a sua capacidade para consolidar o regime constitucional da democracia timorense.

A terceira lição obriga-nos a reconhecer a virtude da moderação, constantemente ausente dos debates portugueses acerca de Timor-Leste, antes e depois do referendo de autodeterminação, antes e depois da independência, antes e depois das últimas crises. Os militantes mais exaltados da causa timorense passaram a ser os defensores mais determinados de uma retirada portuguesa, os que queriam pôr a questão de Timor-Leste no centro da política externa portuguesa proclamam agora a completa ausência de interesses nacionais de Portugal na pequena meia-ilha nos confins da Ásia Oriental.

É tempo de Portugal assumir que tem uma relação especial com Timor-Leste, com obrigações correspondentes num processo lento de construção do Estado, incluindo responsabilidades no domínio da segurança. No entanto, deve reconhecer também que as suas responsabilidades são limitadas e circunscritas e, portanto, têm de ser partilhadas, nomeadamente com a Austrália e com as Nações Unidas. No mesmo sentido, Portugal aceitou assumir compromissos políticos específicos com as autoridades timorenses, designadamente no sentido de contribuir para tornar o português uma das línguas oficiais de Timor-Leste, o que exige um esforço considerável na preparação dos professores timorenses, bem como na formação superior das elites políticas e funcionais. Por último, Portugal deve assumir, sem complexos, a sua parte de interesses económicos e empresariais, que são relevantes para consolidar as relações bilaterais.

Essas orientações políticas têm tudo a ver com os interesses nacionais portugueses. Desde logo, servem para consolidar a relação de Portugal com Timor-Leste, que é anterior à crise de descolonização e tem de continuar para lá dos problemas da transição. A criação do Estado timorense foi e é um interesse português, para lá do respeito pelo direito de auto-determinação, tal como é relevante poder contar com um Estado da Ásia do Sudeste como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Por outro lado, a presença das forças militares e policiais portuguesas confirma a vontade de Portugal ser reconhecido como um produtor de segurança internacional, nomeadamente pela sua participação nas missões de paz na Bósnia-Herzegovina, no Afeganistão e em Timor. Por último, muito embora o argumento não tenha pertinência para os que desistiram de ter uma ambição nacional, a democracia portuguesa tem condições para desenvolver uma dimensão asiática da sua política externa e Timor-Leste é parte integrante desse desígnio, cuja relevância se tornou óbvia nos últimos anos.

O ex-Presidente da República realizou a última visita do seu mandato a Timor-Leste em Fevereiro de 2006.

Dos leitores

Vejam a noticia da ABC, abaixo reproduzida!

Um dos pontos mais significativos do discurso do PR ontem na manifestação foi:

"Falhámos em garantir a vossa estabilidade, mas com a vossa esperteza ganhámos esta guerra", afirmou Xanana Gusmão, perante o entusiasmo dos manifestantes, que exigem a demissão do primeiro- ministro, Mari Alkatiri. (Ref: 23-06-2006 12:10:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-8109131)

Vejam como um orgão oficial australiano OMITE tão convenientemente esta afirmação! Afirmação que está a deixar a restante comunidade internacional (em particular a ONU e a UE) preocupada por considerarem que o PR de Timor-Leste já foi longe de mais!

Friday, June 23, 2006. 9:13pm (AEST)

Gusmao vows to serve E Timor

East Timorese President Xanana Gusmao appears to have withdrawn a threat to resign over a dispute with Prime Minister Mari Alkatiri.

Mr Gusmao has promised thousands of supporters at a rally in the capital, Dili, that he will always serve them.

By late afternoon, about 4,000 mostly young male supporters were demonstrating in front of Dili's main government building, demanding Dr Alkatiri's departure.

"As President, as your brother, I will honour the constitution," the President told them. "I will fulfil my obligations based on your demands."

Mr Gusmao was apparently referring to his threat last night to resign unless Dr Alkatiri stood aside to accept responsibility for the crisis.

Dr Alkatiri is resisting calls to step down.

The President has urged the people to "be patient and not make any action". "Do you still believe in me?" he asked the crowd, which cheered back: "Viva Xanana!".

Mr Gusmao was joined on stage by Vicente "Railos" da Conceicao, who has alleged that Dr Alkatiri ordered his now-sacked interior minister, Rogerio Lobato, to arm a hit squad tasked with eliminating his political rivals.

Major Augosto de Araujo Tara, one of the leaders of rebel soldiers whose sacking by Dr Alkatiri in March first triggered the crisis, also joined him on stage.

"I am your big brother," the President told the crowd. "Because you cried, I made a mistake."

Mr Gusmao later entered the palace, where Dr Alkatiri was.

The protesters displayed banners and posters of President Gusmao and others saying "Alkatiri must go".

One showed Dr Alkatiri's head superimposed on the body of a goat with a noose around its neck.

Lobato has been charged with distributing weapons and faces up to 15 years' imprisonment.

He has directly implicated Dr Alkatiri in court, corroborating claims he was acting on Dr Alkatiri's orders.

East Timor's recent violence began after the Prime Minister sacked 600 of the 1,400-strong army for mutiny when they protested about alleged discrimination against troops from the country's west.

Other issues include resentment by those who stayed in the territory to fight Indonesia's decades-long occupation against those who spent that time in exile, including Dr Alkatiri.

A degree of calm came to East Timor after an international peacekeeping force spearheaded by Australian troops arrived in late May.

- AFP/Reuters

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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