terça-feira, janeiro 13, 2009

The tragedy of East Timor

The National
Jesse Wright, Foreign Correspondent

Last Updated: January 11. 2009 7:27PM UAE / January 11. 2009 3:27PM GMT
Men seek warmth from a fire on the beach on a chilly morning in Dili,
the capital of East Timor. Ed Wray / AP
DILI // In late 1999, following Indonesia's ousting, East Timor was
abuzz with optimism and hopes for a brighter future.

"After centuries of neglectful colonial rule under the Portuguese and
more than two decades of submission to Indonesia, East Timor's vote on
autonomy promised a new beginning," the BBC reported at the time.

But 10 years on, Timor is one of Asia's developmental nightmares. The
country's economy is moribund; its education, health and basic
infrastructure are still largely dependent on foreign aid workers and
the UN, while few Timorese enjoy so much as proper sanitation.

It is not a matter of money. Annually the UN mission in Timor spends
hundreds of millions of dollars, and the aid agencies USAID and AUSAID
spend hundreds of millions more. Timor itself has just under US$3
billion (Dh11bn) in the bank from oil reserves and expects millions
more in 2009.

Timorese leaders, who a decade ago were feted by the media as freedom
fighters coming home from years in prison, exile or jungle camps to
rule their newly independent country, have instilled doubt about their
ability to govern.

A few months ago, the prime minister and former guerrilla leader,
Xanana Gusmao, told local media he was ready to become a dictator as
he sought to ban a planned peace march supported by the opposition. Mr
Gusmao said he would unilaterally curtail the right of assembly and
speech to prevent the march, which was eventually cancelled.

And the president and Nobel laureate, Jose Ramos-Horta, signed off on
an unprecedented mid-year budget adjustment that Timor's highest court
found illegal in November because it used more money from gas revenue
than the constitution allowed. But rather than cancel the budget, Mr
Gusmao, Mr Ramos-Horta and the president of the parliament demanded
the ouster of the court's president; meanwhile, the illegal budget
continues to be spent.

And the Timorese are wondering what it is being spent on.

Most people complain of unemployment, lack of education, insufficient
access to health care and little hope for improvement. It has been a
long time since the media wrote about the hope of Timor.

Late last year, Lusa, the Portuguese news agency, wrote: "Timor is not
a failed state. It is worse."

So what happened to the new beginning?

Monica Byrd, who declined to be identified by her real name, has
worked in Timor since 2001, first as a foreign diplomat and now as a
Timorese government adviser. She said that from the outset
expectations for Timor were too high. "I think lots of people were
naive about how quickly this place could be developed."

Part of the problem is education. Under Portuguese rule there was very
little time or money spent on the sector and under Indonesian rule,
war and paranoia prevented most Timorese from getting a good education
or joining the top ranks of government. During the occupation, all
Timorese civil servants above the lowest levels were vetted to ensure
their loyalty to Indonesia – so that when the national government came
to power, the majority of the country's skilled public workers were
laid off.

From 1999 until the country gained full independence in 2002, the
United Nations managed the country as a transitional state and was
supposed to have trained future ministers and directors. But Ms Byrd
said many UN staff who were holding top positions did not train their
Timorese counterparts. When the UN handed over the country on May 20
2002, those counterparts had to lead – ready or not.

"I think it was naive to think that someone who had never been in
charge of anything before could suddenly be in charge of whole
departments and quite big budgets," Ms Byrd said.

Few are so naive now.

Jesse Shapiro, a US water and sanitation engineer who has worked in
Timor since 2005, said that despite the government's considerable
budget, most improvements in water and sanitation come from aid
agencies.

Mr Shapiro said the National Directorate of Water and Sanitation
Services (DNSAS), had a budget of more than $3 million in 2008, but by
November it had only spent only around three per cent of that. This
year's budget is likely to be sharply reduced because so little was
spent last year.

Mr Shapiro blames the country's lack of education.

"The average person in East Timor doesn't recognise the connection
between a clean latrine and diarrhoea," he said. "The directors and
all the ministers, they're all at the same level of understanding."

The UN declared 2008 to be the worldwide Year of Sanitation and Mr
Gusmao has declared 2009 to be the Year of Infrastructure in Timor.

"There were zero dollars spent [by DNSAS] on sanitation both this year
and for 2009," Mr Shapiro said. "There is zero sanitation staff in the
directorate of water and sanitation."

Meanwhile, the illegal 2008 budget devised by Mr Ramos-Horta and Mr
Gusmao includes a heavy oil power plant deal and subsidised imported
rice, as well as cars for parliamentarians and the introduction of
Christmas bonuses for employees of government ministries.

All this threatens to bankrupt Timor's oil fund – its greatest source
of revenue – and plunge the country into long-term poverty.



jwright@thenational.ae

2008: O Ano do Escangalhamento das Instituições do Estado (II Parte)

por
Mari Alkatiri

A Questão dos “Peticionários” e do Alfredo Reinado


Falavamos das questões de que o governo Xanana se vangloria e apresenta como sucessos da sua governação. Uma delas é a questão dos “peticionários”. Para quem não sabe, “peticionários” são um grupo de ex-soldados que abandonaram os quartéis em princípios de 2006, alegando serem vítimas de práticas de discriminação no seio das F-FDTL (Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste).


Tudo começou em Fevereiro de 2006, quando um grupo de cerca de cento e cincoenta soldados (oficiais, sargentos e praças) da chamada zona ocidental “Loro Monu” de Timor-Leste decidiram abandonar os quartéis com reivindicações de que vinham sendo alvos de práticas de discriminação levadas a cabo por alguns oficiais do Comando das F-FDTL originários dos Distritos mais a leste do país. Este grupo de soldados apresentou um abaixo assinado endereçado ao Presidente da República sob a forma de uma “petição”. Daí passaram a ser conhecidos pelo nome de “peticionários” .


Xanana, como Presidente da República, foi logo o primeiro a ser solicitado para tratar desta questão e fê-la prontamente, usando de todo o seu ascendente, exigindo o regresso aos quartéis dos mesmos soldados e aceitando a criação de uma Comissão das F-FDTL para investigar o caso. Mais disse que, se os mesmos não regressassem, seriam todos expulsos da Instituição (vide relatório da Comissão de Notáveis).


Na verdade, após a decisão feita pelo então Presidente da República, só parte dos “peticionários” regressou aos quartéis. Mesmo com estes não se chegou a acordo sobre a sua sujeição ao processo de investigação dirigida pela Comissão das F-FDTL. Poucos dias depois, voltaram a abandonar o quartel, trazendo consigo mais e mais colegas, totalizando um número de quinhentos e noventa e três (593), equivalente a quarenta por cento (40%) dos efectivos das F-FDTL.


No vai e vem sem fim de acusações e desmentidos, de exigência do Comando das F-FDTL para que os “peticionários” se apresentassem para investigação e da recusa destes de o fazer, o Primeiro-Ministro propôs a criação da Comissão de Notáveis com representantes indicados pelos diferentes órgãos de soberania , pela sociedade civil e pela Igreja Católica. A Comissão foi criada com o objectivo de apurar a verdade dos factos sobre as alegações de discriminação apresentadas pelos peticionários e de recomendar soluções.


No entanto, as recusas de serem sujeitos à investigação mantiveram-se, tornando o trabalho da Comissão muito difícil de se realizarem. A situação piorou ainda quando o Comando das F-FDTL decidiu expulsar todos os “peticionários” das F-FDTL. Posteriormente, a 23 de Março de 2006, o Presidente da República Xanana Gusmão, de regresso de uma visita a Portugal, endereçou uma mensagem à Nação onde critica, de uma forma acutilante, a decisão do Comando das F-FDTL. Critica, igualmente, o Ministro da Defesa. Usando do sarcasmo e do humor negro como armas, entendidos por cada um à sua maneira, uns à letra e outros fazendo a leitura nas entre-linhas, resgata as alegações de discriminação dos “peticionários”, incorpora-as num novo conceito de divisão do país onde o Leste passaria a ser constituido por três Distritos e o Oeste por dez, com inicio em Manatuto e fim em Oé-Cusse. Neste mesmo dia, rebenta efectivamente o conflito Leste/Oeste com o escalar da violência nos diferentes bairros de Dili.


Esta inesperada divisão do país rapidamente encontrou terreno fértil na PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste), com o Comando deliberadamente a discriminar os elementos dos três distritos mais a Leste do país o que conduziu posteriormente à implosão da instituição. Milhares de cidadãos viram-se forçados a abandonar as suas casas e bairros a procura de maior segurança. Apareceram, assim, os campos de deslocados internos.


Em relação a questão dos “peticionários”, nem sempre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro se mostraram de acordo relativamente ao sentido a dar para o encontro de uma saída, facto que tornou evidente a existência de conflitos institucionais entre o Presidente e o Primeiro-Ministro, as F-FDTL e a PNTL.


Ficaram, deste modo, as Forças de Defesa com menos quarenta por cento dos seus efectivos, a Polícia dividida, a Liderança política em conflito, as F-FDTL e a PNTL em choque, o País partido em dois, política e socialmente, os cidadãos sem qualquer garantia de segurança. E tudo começou com o aparecimento dos “peticionários” mas, tornou-se mais incontrolável após a declaração do Presidente da República de 23 de Março de 2006. Por isso, a solução desta questão era, e é, essencial para garantir o retorno à vida normal, à unidade nacional, à paz e à estabilidade, condições sine qua nom para a reconstrução e o desenvolvimento do país.


Mas a solução deve ter em consideração as raízes do problema raízes que são de natureza eminentemente política e institucional.


Vejamos então como o governo Xanana tratou e resolveu a questão.


Durante cerca de dois anos, fomos assistindo diálogos de toda a ordem e a todos os níveis em busca de uma solução para o fenómeno, sem qualquer sucesso. Na verdade, continuava o grupo dos “peticionários” a reivindicar a demissão dos principais Comandantes das F-FDTL e exigir o reingresso dos cerca de seiscentos elementos seus às Forças. Por outro lado, o Comando das Forças tornou sempre claro que nunca aceitaria o regresso dos “peticionários” às Forças, exigindo que justiça fosse feita, considerando os mesmos como desertores. Perante duas posições tão antagónicas, reconhecemos que, encontrar uma solução de compromisso era extremamente difícil, senão mesmo, impossível. A acrescentar a tudo isto apareceu o fenómeno Alfredo Reinado (verdadeiramente a reinar) e o seu grupo. Apresentava-se como um grupo que nada tinha a ver com os “peticionários”. Dizia o Alfredo no início, i é, quando a 3 de Maio de 2006 decidiu (ou foi ordenado ?) abandonar o Quartel da Polícia Militar rumo às montanhas, que a sua atitude tinha a ver com o facto das F-FDTL terem sido chamadas pelo Primeiro Ministro a intervir no dia 28 e 29 de Abril de 2006 e que desta intervenção teria havido “massacre” de sessenta “peticionários” na zona de Taci Tolo. (A ser verdade então houve ressureição em massa para posteriormente receberem dinheiro. Nenhum “peticionário” faltou). Coincidentemente, o Presidente da República Xanana Gusmão também parecia querer acreditar na versão do massacre. A Comissão Internacional de Investigação chamada para investigar a crise , no seu relatório, tornou claro que “não houve massacre”.


Na verdade, Alfredo gradualmente se foi afirmando como Líder visível e operacional, rosto mediático de todos os elementos que abandonaram os quartéis das F-FDTL, incluindo os “peticionários” e que tinham como principal objectivo a demissão e a prisão do Primeiro Ministro. Afirmava publicamente ainda continuar a pertencer às Forças e que só obedeceria ao comando do Comandante Supremo, a saber, o Presidente da República. Esta situação prolongou-se até (onze) 11 de Fevereiro de 2008.


Já com Dr. Ramos-Horta como Presidente da República e Xanana como PM de facto também a novela do Alfredo Reinado continuou com o Presidente da República a defender a continuação da via do diálogo e Xanana cada vez menos convencido da eficácia da via escolhida.


Quando Alfredo começou a sentir o tempo a avançar contra ele, em Novembro de 2007 decidiu fazer declarações, afirmando estar pronto a denunciar os seus verdadeiros mandantes. Garantiu que tudo fez, e tudo aquilo que fez, desde o abandono do quartel até a data da declaração, fê-lo sob as ordens de outros e que estaria pronto para publicamente apresentar os seus nomes. Verdade ou não, isto foi dito e amplamente divulgado. Alfredo teria arriscado demais?


A oportunidade de ouro surgiu precisamente em Fevereiro/Março de 2008 com a morte do Alfredo no ataque à residência do Presidente da República e com o atentado à vida do próprio PR. Um ataque misterioso e que surgiu precisamente no momento em o Presidente da Republica falava de uma Lei de amnestia e de um acordo global entre a FRETILIN e os Partidos da AMP.


O governo Xanana reagiu aos atentados de uma forma pronta, criando o Comando Conjunto F-FDTL-PNTL e colocando estas duas Forças no encalço do grupo que passara a ser liderado pelo Gastão Salsinha. Não obstante a grande mobilização de homens, mulheres, armas e um grande aparato logístico, na verdade, a operação teve mais carácter político do que militar. Nenhum tiro foi disparado. Prevaleceu o diálogo e a capacidade de persuasão. Foi uma operação limpa e muito bem sucedida.


Ironicamente, o único Partido que modo formal e público apoiou a constituição do Comando Conjunto, embora sempre com a ressalva de se evitarem mais mortes, foi a FRETILIN.


Mas qual a razão desta operação só ter surgido após o atentado ao Presidente da República e a morte do Alfredo? Se tivesse acontecido mais cedo talvez o Alfredo estaria aindo hoje vivo e assim poder contribuir a encontrar a raíz política de toda a crise e ajudar a encontrar uma solução mais global e mais duradoira.


Se razão outra não existia, queremos crer que a raiz de todo o problema não ter sido resolvido mais cedo – diria mesmo quando o problema apareceu em 2006 – foi simplesmente porque havia conflito de posições dos diferentes órgãos de soberania do país em torno da questão, particularmente entre o Primeiro Ministro e o Presidente da República. Quem governa no dia a dia sempre procura reafirmar a autoridade do Estado. Quem quer exercer o poder mas não governa, mas se opõe ao Governo, tudo procura encontrar para enfraquecer o Governo.


Deste modo, quando existe um Presidente que sistematicamente faz o papel de oposição ao Governo, em momentos decisivos de reafirmação da autoridade do Estado, normalmente surge o bloqueamento, abrindo caminhos para conflitos institucionais. E foi o que aconteceu em 2006. Em finais de 2007 e 2008, também se notavam diferenças de abordagem da questão entre o Presidente da República e o Primeiro Ministro de facto. E esta diferença crescia a olhos vistos. Mas de modo algum poderia chegar a abrir um conflito institucional. E o 11 de Fevereiro veio abrir caminhos para a diluição das diferenças de métodos na abordagem da questão.


O tempo de recuperação no Hospital de Darwin do PR permitiu ao Xanana assumir o Comando do país e avançar como se devia avançar na operação de encalço aos rebeldes. Este acto teria sido possível sem o trágico acontecimento de 11 de Fevereiro de 2008? Duvidamos. Só que o mistério de 11 de Fevereiro continua por se revelar. É possivel algum dia sabermos a verdade? Na realidade Alfredo morreu. Grupos armados a desafiarem a autoridade do Estado não mais existem, pelo menos no activo. O que virá a seguir?


Morto Alfredo só restava capturar o grupo liderado por Gastão Salsinha e desmantelar os “peticionários”. Não foi difícil a operação de captura (misturada embora com actos inéditos de grande recepção do grupo no Palácio do Governo e de concessão aos mesmos de um estatuto de reclusos muito especiais). Alguns até já receberam grandes somas de dinheiro. O que está por detrás destes pagamentos? Estamos perante uma verdadeira teia de aranha de mistérios e mais mistérios.


O Parlamento Nacional aprova uma Resolução exigindo a constituição de uma Comissão Internacional de Investigação. O governo Xanana discorda e faz tábua raza da Resolução, desautoriza o Parlamento Nacional.


Compete agora a Justiça assumir a sua quota parte do trabalho de encontrar a verdade material dos factos, julgar e decidir. Se o governo depois irá respeitar a decisão ou não, tudo dependerá. Se vier de encontro às suas expectativas, certamente que baterá palmas. Caso contrário, o mais certo é ignorar a decisão.


Em relação aos “peticionários” a realidade é bem diferente. A maior parte do grupo que, repentinamente, cresceu de quinhentos e noventa e três (593) para mais de setecentos, ainda mantinha no inicio, quando foram todos agrupados durante semanas em Ai-Tarak Laran, a exigência do retorno às F-FDTL. Colocados num campo guardado fortemente pelas Forças de Defesa e Segurança, limitados na sua movimentação para fora do campo, foram sendo influenciados no sentido de aceitar outras soluções e que abandonassem a sua exigência de regresso às Forças.


No fim, a solução foi, mais uma vez, pagar, compensar o trabalho por eles desenvolvido em 2006/07, trabalho que abriu caminho para a alternância governativa.


Para quem acha que em democracia tudo deve ser feito para se provocar a alternância governativa (se necessário usar da violência como arma política) e, mais ainda, para quem esteve a incentivar toda a crise em 2006/07 para mudar o Governo, deve(m) hoje estar convencido(s) que contribuiram de uma forma decisiva para a consolidação da democracia em Timor-Leste. Não me admirava nada que haja aqueles que assim pensam. Mas o que é feito do país? Democracia em Timor-Leste é hoje um conceito vazio de conteúdo e de valores, uma aberração política. Vivemos de uma fachada. O facto de ainda poder publicar artigos desta natureza pertence a esta fachada.


Mas voltemos a questão dos “peticionários”. Aqui ainda podemos levantar várias questões. Será que a solução encontrada é sólida? Os ”peticionários” abandonaram Aitarak Laran, cada um com mais de oito mil dólares nos bolsos. Durante um tempo limitado têem dinheiro para gastar. Mas, por quanto tempo mais?


Por outro lado, o que é feito do sentido de equidade e de justiça. Os que abandonaram os quartéis foram compensados. Que tipo de recompensa é dispensado aos soldados (praças, sargentos e oficiais) que se mantiveram nos quartéis? Esta forma de se resolver um problema tão grave não abrirá um precedente muito negativo para a disciplina nas Forças? Não digo que possamos voltar a assistir a um abandono dos quartéis por centenas de elementos das F-FDTL. Rezo para que isto nunca mais volte a acontecer. Mas refiro-me a questão de disciplina em geral. Em última análise soluções como aquelas que foram encontradas enfraquecem o Comando, debilitam o controle, ferem a coesão das Forças, reduzem a sua eficácia, etc.


E o que foi feito do sentido de justiça, valor mais sublime de um Estado de Direito Democrático? É sabido que elementos das Forças reponderam perante o Tribunal e alguns foram condenados e cumprem pena de prisão. Os principais comandantes das F-FDTL estão a responder perante à Justiça. Não existem aqui dois pesos e duas medidas no tratamento das questões relacionadas com a crise? A falta de equidade no tratamento desta questão em nada ajuda a garantir a consolidação da paz e da estabilidade. Tudo isso é grave demais para poder ser uma boa solução para um problema tão sensível. O país vive na incerteza, suspenso.


Mais específicamente em relação aos “peticionários” será que assumiram que a compensação financeira é a solução última e final para as suas reivindicações? Abandonaram todas as suas exigências? O que poderá acontecer quando o dinheiro acabar, as motos se avariarem, a família habituada a viver mais folgada a sentir de novo as exigências reais da vida no país real e a não poder resolver os seus problemas do dia a dia?


Esta é ainda a nossa maior preocupação. Não vemos na solução encontrada de compensação financeira algo de estruturante. Não vemos, nem política e nem programa que garantam aos “peticionários” uma reinserçao integral na sociedade e que permita a sua participação no desenvolvimento de uma actividade económica e social sustentada. Por isso, não acreditamos que a solução abra caminho para a estabilidade pessoal e familiar, condição essencial para os beneficiários participarem activamente no processo de desenvolvimento da sua respectiva comunidade, núcleo incontronável para o desenvolvimento local, regional, distrital e nacional. Se pessoal e familiarmente não há estabilidade, então que tipo de solução é esta?


Obs.: É verdade. Esqueci-me. A solução traz uma vantagem para o Xanana e o seu governo. Ajudou-os a executar o Orçamento, a combater o “carry over”. Talvez seja mais um acto de genialidade colectiva.


Fim da II parte.

FRETILIN seeks investigation of vehicle purchases and opposes pay rises for MPs

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE

FRETILIN

Media Release

Dili: January 14, 2009

FRETILIN has asked Timor Leste's ombudsman to investigate the Ministry
of Finance's purchase of vehicles for each of the country's 65 members
of parliament.

FRETILIN's letter of request to Ombudsman for Human Rights and Justice
Dr. Sebastiao Dias Ximenes says the purchasing contract worth more
than US$2 million was apparently awarded without any competitive
bidding process.

And while the contract specified purchase of Toyota Land Cruiser
Prados, the cheaper Pajero model was actually delivered.

FRETILIN's leader in parliament, Aniceto Guterres said today the
letter to the ombudsman on January 9 included copies of a contract
signed by the director of parliament and a letter from the Vice
President of parliament, Mr. Vicente Guterres, advising Minister for
Finance Ms. Emilia Pires that parliament had authorised a Dili-based
Korean-owned company Midori Motors Company Ltd to purchase 65 "Toyota,
type Land Cruiser Prado, LJ120 R/L GKMEE 3.0D, 4 cylinder, 5-door,
Manual Transmission" at a total price of US$2,171,000.

"This was a single source contract without a tender process or any
other competitive bidding process that we know of, as required by
law," Guterres said. "And why were Pajeros delivered rather than the
more expensive Prados, which were ordered?"

"Our suspicions are heightened by the fact that we chased the
president of the parliament, Mr. Fernando Araujo Lasama in the
parliament and in the media for copies of these contracts and were
repeatedly denied them – a blatant attempt to prevent us exercising
our constitutional duty as MPs to monitor and oversee expenditure of
public money. We got copies of the contracts in the end through other
means," said Guterres.

He said FRETILIN publicly opposed the purchase of the fully maintained
vehicles for every MP as an extravagant waste of public funds which
would be better spent on development projects.

"MPs already get a salary much higher than most of our people of
US$1,200 per month which includes travel allowance and other
allowances.

"Under the Gusmao administration, salaries and other benefits to
government members have risen to six or seven times those paid to
members of the previous FRETILIN government. Ministers have three cars
at their personal and official disposal. This sort of extravagance has
created similar expectations amongst the de facto government's
parliamentary allies.

"Now the government is in the process of stitching up a deal, so that
the budget proceeds smoothly through parliament without a revolt from
alliance parties. Alliance MPs are seeking during the current budget
debate to almost triple an MP's salary for MPs to as much as US$3,300
per month – about seven times the salary of MPs during the previous
parliament.

"We disagreed with buying the cars, and we strongly disagree with the
increase in salaries. This government is well and truly infected by
the oil curse we had been trying to avoid."

Guterres appealed to those MPs in the ruling alliance uneasy with this
blatant grab for more money and benefits to join FRETILIN and its
parliamentary allies in voting against further pay rises for MPs.

Guterres repeated FRETILIN's collective commitment to not accept the
cars, which other MPs have already started to receive and use. "We
will do the same with the same salaries," he said.

For information contact: Jose Teixeira MP on +670 728 7080

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.