FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN
FRETILIN
O PM DEVE SER MAIS CAUTELOSO NAS SUAS DECLARAÇÕES , DIZ A FRETILIN
COMUNICADO À IMPRENSA
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2006
O partido no governo, FRETILIN, emitiu um comunicado à imprensa relembrando que apenas o partido com a maioria no Parlamento tem o direito de escolher o Primeiro-Ministro do país.
“Em termos constitucionais, o Primeiro-Ministro não é escolhido pelo Presidente”, disse o porta-voz da FRETILIN, Cipriana Pereira - deputada e membro da Comissão Política Nacional do partido.
“Queremos relembrar à todos que o Primeiro-Ministro é escolhido democraticamente pelo partido que ganha as eleições, obtendo a maioria de assentos no Parlamento ”.
A Sra Cipriana respondeu às declarações à imprensa do Primeiro-Ministro, Ramos Horta, em que este afirmou que as pessoas poderiam escrever ao Presidente da República se quisessem candidatar-se ao cargo de Primeiro-Ministro.
“O Primeiro-Ministro deveria ser mais cauteloso nas suas declarações”, disse Cipriana. “Na qualidade de Primeiro-Ministro, Ramos Horta deve ajudar as pessoas a compreender a Constituição da RDTL. Este tipo de declarações pode fazer com que as pessoas fiquem confusas.”.
A Sra Cipriana disse ainda: “O cargo de Primeiro-Ministro é um dos mais importantes no país. Este não é um cargo que pode ser assumido através de cartas dirigidas ao Presidente ou pelo Presidente. A FRETILIN, o partido com maioria no Parlamento Nacional deu o seu aval para que o Sr. Ramos assumisse o cargo de Primeiro-Ministro.
“É um desrespeito ao Parlamento e aos eleitores sugerir formas de escolha do Primeiro-Ministro que sejam contrárias à Constituição da RDTL”.
“Timor-Leste é actualmente um país independente e democrático”, disse a Sra. Cipriana. “No nosso país, os lideres não tomam decisões entre eles”. Esta seria uma política antiga – a política do colonialismo e de ditadura. Nós lutamos pela democracia para que o povo possa escolher os seus líderes. Os líderes não escolhem a si próprios, não escolhem um ao outro”.
“Nós compreendemos a frustração do Primeiro Ministro em relação aos seus opositores”. Muitas pessoas têm tempo para falar mas não para trabalhar. Trata-se de um trabalho difícil, o de construir um novo país, reconstruir um país. O destino deste país está nas mãos do povo, e todos aqueles que assumem cargos governamentais, têm de ajudar as pessoas a compreender e assumir o novo sistema - democracia”.
.