Metinaro, Timor-Leste, 13 Jul (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, reconheceu hoje que no âmbito da crise político-militar qu e afecta o país, a reconciliação vai ser difícil, sobretudo no seio da Polícia Nacional.
O chefe do governo, que falava no final das visitas que fez durante a manhã (hora local) ao Quartel-General da Polícia Nacional, em Díli, e ao Centro d e Instrução das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), em Metinaro, 40 quilómetros a leste da capital, reconheceu que "não vai ser fácil" fazer a reconciliação.
"As feridas são profundas, frescas. São feridas reabertas neste último conflito e dos conflitos passados. Nas F-FDTL não há um grande problema de cliva gem, mas dentro da Polícia Nacional os problemas são profundos", disse em Metinaro.
Para trabalhar na reconciliação, no seio das duas instituições, e entre estas e a sociedade timorense, "para recuperar a credibilidade e prestígio", Ramos-Horta avançou uma proposta que envolve a hierarquia da Igreja Católica.
"O Presidente [Xanana Gusmão] tem em mente a constituição de uma Comiss ão Nacional de Diálogo. Já abordámos esta ideia com os dois bispos [D. Alberto R icardo da Silva, de Díli, e D. Basílio dos Nascimento, de Baucau], que, aliás, vão ter um papel de liderança neste processo de diálogo", explicou.
O processo, que envolve ainda as autoridades tradicionais e a sociedade civil, visa "encontrar soluções".
"Algumas têm que ser concretas, algumas têm que passar pela justiça. Outras passam por compensação material e, sobretudo, tentar encontrar mecanismos e uma cultura de não-violência e de paz, que possa de uma vez para sempre acabar com a violência neste país", adiantou.
Quanto ao regresso dos oficiais das forças armadas que abandonaram no início de Maio a cadeia de comando, tendo alguns deles participado em combates com camaradas seus das F-FDTL, Ramos-Horta considerou que essa eventualidade assenta no diálogo.
"O regresso [à instituição] passa por um diálogo com os seus colegas das forças armadas. Passa pela comissão internacional de investigação, pelo que só daqui a dois ou três meses se verá qual o futuro" desses oficiais, referiu.
O primeiro-ministro referia-se à Comissão Especial Independente para Ti mor-Leste, nomeada pela ONU para investigar os actos de violência registados ao longo da crise, iniciada em finais de Abril passado, que provocaram três dezenas de mortos e 150 mil deslocados.
A comissão, que é presidida pelo brasileiro Sérgio Pinheiro e que integ ra ainda a sul-africana Zelda Holtsman e o britânico Ralph Zacklin, deverá chega r ainda este mês a Timor-Leste, devendo apresentar os primeiros resultados em Outubro.
José Ramos-Horta - que tomou posse como primeiro-ministro segunda-feira , depois de Mari Alkatiri se ter demitido da chefia do governo a 26 de Junho - considerou que os oficiais que abandonaram a cadeia de comando "foram também vítimas de todo este processo".
"Os membros das F-FDTL, da Polícia Nacional, foram vítimas das decisões políticas tomadas por nós, líderes políticos e que afectaram estas duas grandes instituições de ordem e segurança", acrescentou.
A desconfiança na política de reconciliação foi evidenciada durante o e ncontro que Ramos-Horta manteve em Metinaro, primeiro com militares e depois com polícias, que se mantêm naquele Centro de Instrução militar por recearem regres sar às suas zonas de residência.
Lino Saldanha, comandante adjunto da Polícia Nacional no distrito de Díli, disse ao primeiro-ministro que se essa política for levada a cabo pelos políticos redundará num desastre.
"A reconciliação é uma coisa muito bonita, mas também pode ser um desastre se for feita pelos políticos", disse.
Lino Saldanha salientou que as diferenças têm que ser ultrapassadas "não no sentido político, mas por via judicial".
A política de reconciliação tinha já sido abordada durante a visita ao princípio da manhã ao Quartel-General da Polícia Nacional, palco a 25 de Maio passado da morte de dez agentes, na sequência de um ataque dos militares àquela unidade.
"Temos que iniciar uma nova era e reconstruir esta nação a partir das cinzas", defendeu Ramos-Horta, considerando que a divisão no seio da instituição contribui para o seu enfraquecimento.
EL
quinta-feira, julho 13, 2006
Reconciliação vai ser difícil - PM José Ramos-Horta
Por Malai Azul 2 à(s) 22:39 17 comentários
Sem romantismos
Sendo certo que as dinâmicas políticas, as formas de governar e agregar politicamente uma comunidade são plurais e diversas;
Sendo certo que a democracia do tipo liberal e ocidental apresenta hoje gravíssimas crises pelo que deixou de funcionar como modelo credível;
Sendo certo que em Timor Leste as realidades e as meta-realidades se regem por outras lógicas, outras formas de conceber as rivalidades, os compromissos e a política;
Sendo certo que aqueles que se nos apresentam hoje como antogonistas políticos partilham relações familiares fortíssimas assim como passados de luta e resistência nacionalista inquestionáveis;
Sendo certo que é necessário ler e reler o presente de TL com uma atenção crescente e cuidadosa e saber manter-se tão longe e tão perto quanto todas e todos as/os timorenses o quiserem,
Há suspeitas que permanece no meu espírito:
- Será que Timor Leste e os seus dirigentes estão assim tão imunes a ambições pessoais que a última lógica que rege as suas acções seja o compromisso para com Timor Leste?
- Será que, em última instância, estar em cima de um dos estreitos marítimos mais geoestratégicos - no panorama político/militar contemporâneo - não perturba essa maneira tão 'própria' (?) de se ser Timor?
- Será que a possibilidade ou a impossibilidade de chegar, de alguma maneira, aos rendimentos que as jazidas do petróleo e gás não traz para as relações políticas em Timor Leste novos elementos de compreensão e avaliação do valor das coisas, das relações familiares e do poder?
- Será que os traumas provocados por séculos de colonialismo português e 24 anos de guerra de ocupação indonésia deixaram assim tão intactos os equilíbrios, as forças e as intenções?
-Será que o discurso de tomada de posse do Primeiro Ministro José Ramos Horta é assim tão isento de ideologia (tão ocidental!) que determina numa exacta medida quem são os amigos e os inimigos?
A mim parece-me que teria que ser uma Terra e um Povo tão excepcionais que de algum modo podem sobreviver neste planeta.
Aceitando a diversidade, a intangibilidade, a incomensurabilidade de uma sociedade tão ancestral e tão singular, parece-me um pouco demagógico dizer-se que de uma maneira ou de outra eles, os timorenses, sairão da crise como nela entraram: fazendo justiça a Timor Leste ao fim de uma tarde à volta de uma conversa. Parece-me fácil demais e uma tremenda injustiça para quem nos últimos meses teve as suas casas queimadas, pilhadas, parentes mortos ou fugidos, famílias separadas, vidas interrompidas, esperanças destroçadas e todo o rol de sofrimentos impostos pelos acontecimentos que conhecemos.
Para mim a tolerância à ambiguidade tem como limite qualquer acto deliberado de indignidade humana.
Albertina Soares
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Por Malai Azul 2 à(s) 20:28 13 comentários
Criticas devastadoras à actuação dos australianos
Durante uma reunião que ocorreu hoje no Ministério do Interior, onde estiveram presentes o Presidente Xanana, o Primeiro-Ministro Ramos-Horta, os Vice-Primeiros-Ministros Estanislau e Araújo, o Ministro do Interior Bário, Chefes de Suco e de Aldeia, chefes dos Grupos de Jovens, vários elementos da PNTL e o seu comandante interino Babo e representantes das forças militares, a actuação dos militares e dos polícias australianos foi duramente criticada durante mais de três horas.
As intervenções dos elementos da comunidade foram todos no sentido de criticar a actuação australiana quer a nível de segurança das áreas onde actuam, quer a nível dos abusos cometidos contra a dignidade da PNTL e das FDTL.
Várias intervenções referiram também a diferença da actuação da GNR e dos Malaios. Foi transmitido pelos chefes da área da GNR que esta era uma área segura e da área dos malaios que gostavam da sua actuação.
Um elemento da PNTL fez uma intervenção a acusar polícias australianos de terem partido computadores e de terem afastado à força dos seus postos de trabalho elementos da PNTL.
A reacção do Primeiro-Ministro Ramos-Horta foi bem clara dizendo que exigia que se acabe imediatamente com estas faltas de respeito para com a PNTL, e que o iria transmitir ao comando australiano.
O Primeiro-Ministro declarou também que a GNR, sendo uma força com capacidade de intervenção especial não pode estar confinada a uma área especifica da cidade e que passa a actuar em toda a cidade de Díli.
O Ministro do Interior falou no plano faseado de ocupação dos postos da PNTL com os internacionais e referiu que era necessário transmitir um sinal claro de segurança para que os deslocados começassem a regressar.
Muito bem, Senhor Primeiro-Ministro.
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Por Malai Azul 2 à(s) 20:00 11 comentários
O artigo de Kirsty Sword Gusmao - Tradução da Margarida
Tradução da Margarida:
O Artigo de Kirsty Sword Gusmao: Mulheres sofrendo em silêncio
The Australian
Kirsty Sword Gusmao: Mulheres sofrendo em silêncio
É preciso ouvir todas as vozes na reconstrução de Timor-Leste, escreve Kirsty Sword Gusmão
Julho 07, 2006
Mulher de Timor
Esmagada pela tua miséria
Mulher de Timor
O teu espírito amarrado em servidão
Assim escreveu o meu marido, o Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão, num poema acerca da experiência das mulheres da guerra de resistência de 24 anos contra o domínio Indonésio. Quando dezenas de milhares de mulheres Timorenses lutam para cuidar das suas famílias em campos de deslocados em Dili, estas palavras assumem uma nova e trágica actualidade. As mulheres de Timor, uma vez mais vítimas do excesso e das ambições dos homens; Mulheres de Timor, uma vez mais feitas viúvas por um conflito que não criaram.
Em discursos que proferi em várias conferências na Austrália no ano passado, fiz referências extensas aos ganhos significativos das mulheres ao nível da participação politica e do reconhecimento formal dos direitos das mulheres nestes últimos quatro anos desde a independência de Timor-Leste.
Um impressionante elevado número de deputadas no nosso parlamento nacional são mulheres. A Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e o seu protocolo opcional foi assinado pelo nosso governo poucos meses depois de ter conseguido a independência, uma proposta de legislação contra a violência doméstica está à beira de se tornar lei e concordou-se no ano passado numa quota para mulheres em conselhos ao nível dos sucos e aldeias.
E contudo, é triste e perturbador anotar que, num tempo de crise e de conflito como o que Timor-Leste experimenta presentemente, as plataformas que as mulheres tinham conseguido conquistar parecem terem-se partido, as suas vozes caladas pelo clamor dos líderes masculinos e pelo troar da maquinaria duma operação de manutenção da paz dirigida e conduzida por homens.
Conseguiram falar pela paz breve mas fortemente em 1 de Junho quando cerca de 100 mulheres e crianças encenaram uma iniciativa pela paz no pátio do Palácio do Governo, para pedir a restauração da lei e da ordem e para alertarem os seus líderes que não votariam nas próximas eleições em nenhum partido ou individuo que não responda às aspirações das mulheres e crianças.
À somente uma semana, com o primeiro-ministro à beira de anunciar a sua resignação e enfrentando alegações sérias de distribuição de armas, uma mão cheia de ministros masculinos do gabinete começaram a pesar se deviam apresentar as suaa resignações. Contudo, foi uma brava mulher Timorense, Maria Domingas Alves, a "Micato", antiga conselheira do primeiro-ministro nas questões de igualdade de género, quem deu o primeiro passo, citando razões de ser incapaz de servir as mulheres de Timor-Leste no seio de um governo "que já não funciona efectivamente ".
É revelador que nem uma única mulher Timorense pediu uma audiência com o meu marido nem deu a sua opinião sobre a solução da crise nas últimas semanas. Não foi um acto deliberado de exclusão, simplesmente não ocorreu a ninguém nesta sociedade intensamente patriarcal que as mulheres pudessem ter algo de importante e útil para contribuir para o processo delicado e vital do desarmamento, reconciliação e construção da paz.
Ao mesmo tempo um peso desproporcionado de responsabilidade na limpeza da confusão deixada pelo conflito cai nos ombros das mulheres: as mães lutando para dar às suas famílias abrigo, segurança, alimentação e outras necessidades básicas nos campos apinhados de deslocados, as incansáveis irmãs católicas de várias ordens religiosas, que sem segurança permanente das forças internacionais e com recursos limitados, abriram as portas dos seus conventos e colégios a muitos milhares de deslocados esfomeados e traumatizados.
As mulheres têm uma posição única na construção da paz e segurança, pois que valorizam a paz como a base para a sobrevivência das suas famílias e comunidades, como a pré-condição básica para a educação dos seus filhos e a prosperidade. Estão todas virtualmente ausentes das discussões sobre o futuro político de Timor-Leste, reforma do sector da segurança e a negociação do mandato duma nova missão da ONU no país o que realça o triste facto das mulheres de Timor-Leste terem um longo caminha a percorrer para conseguirem os seus direitos como cidadãs iguais e com valor da sua nova nação.
A Resolução do Conselho de Segurança 1325 mandata os Estados membros da ONU e as missões da ONU para reconhecerem as necessidades especiais das mulheres em tempos de guerra e conflito, e nos esforços para restaurar a paz e aprofundar a reconciliação. Os termos de referência para a missão da ONU de avaliação das necessidades que presentemente visita Timor-Leste inclui uma cláusula para um cluster sectorial de "dimensões de género " que reconhece a importância da quarta missão da ONU de ouvir o que querem as mulheres .
Mas porque está ao lado, não através dos outros clusters, incluindo a segurança, governação, reforma da Força de Defesa Timorense e a regra da lei, pergunto-me se as suas conclusões serão relegadas para uma nota de rodapé na altura em que a nova missão da ONU for mandatada. E mais importante se as aspirações e sonhos das mulheres e raparigas "comuns" de Timor-Leste estarão reflectidos neste documento e se serão traduzidos em medidas concretas e compromissos – pela ONU e o nosso novo Governo – para garantir que nunca mais o medo, a violência e a dor dos últimos meses seja visita das mulheres sofredoras há longo tempo de Timor-Leste.
Mulher de Timor, o meu coração sangra por ti, o meu respeito é grande por ti.
Kirsty Sword Gusmao é a primeira dama da República Democrática de Timor-Leste e directora da Fundação Alola em Dili.
Por Malai Azul 2 à(s) 19:19 23 comentários
Ex-ministra de Estado Ana Pessoa representa Timor-Leste
Díli, 13 Jul (Lusa) - A ex-ministra de Estado e da Administração Estata l de Timor-Leste Ana Pessoa vai representar Timor-Leste na VI Cimeira da Comunid ade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse hoje à Lusa o primeiro-ministr o José Ramos-Horta.
"Quem representa Timor-Leste é a doutora Ana Pessoa. Representa o Presi dente da República e o governo", disse Ramos-Horta, que falava à saída de um enc ontro com o chefe de Estado, Xanana Gusmão.
O acompanhamento da actual crise político-militar e a posse do restante elenco do II Governo Constitucional timorense, marcada para sexta-feira em Díli , impossibilitam quer a presença de Xanana Gusmão quer de Ramos-Horta na cimeira da CPLP, a realizar em Bissau na próxima segunda-feira.
Ana Pessoa tinha já representado Timor-Leste na reunião extraordinária do Conselho de Ministros da organização, realizada em Lisboa no passado dia 18 d e Junho, em que foi aprovado o envio de um missão ministerial a Díli para avalia r a situação no país.
Esta missão, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de São To mé e Príncipe, Caros Gustavo dos Anjos, terminou no passado dia 06 uma estada de três dias em Díli, onde manteve contactos com as autoridades timorenses e a soc iedade civil.
Desses contactos, Carlos Gustavo dos Anjos disse que iria ser feito um relatório para submeter na cimeira de chefes de Estado e de governo da CPLP.
A missão ministerial integrou representantes de todos os Estados membro s e foi chefiada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, por ser este país que preside actualmente à organização, criada em 1996 e de qu e fazem parte Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Sã o Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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EL.
Por Malai Azul 2 à(s) 19:16 6 comentários
O 'arsenal'...
Ruben de Carvalho, Jornalista, Diário de Notícias, 13/07/06
O noticiário sobre o golpe de Estado verificado em Timor trouxe uma série de elementos habituais neste tipo de operações, inteiramente recorrentes na máscara de desinformação que sempre se pretende montar.
Um dos mais típicos é o aparecimento de alegados "esquadrões da morte" ou entidades semelhantes, invariavelmente vocacionadas para assassínios em massa de opositores políticos. Há três dezenas de anos Portugal foi objecto de um caso que se tornou clássico, a mirífica "matança da Páscoa" que, segundo os golpistas do 11 de Março de 1975, os "comunistas" preparariam e que visava liquidar centenas de pessoas e para a qual jamais foi apresentada, já se vê, a mais pálida sustentação.
Com mais do que suspeita cobertura da imprensa da Austrália, igualmente se "descobriu" que o Governo chefiado por Mari Alkatiri teria constituído vários de tais "esquadrões", além de "distribuir armas a civis", outra atoarda que se pode encontrar na preparação de todos os golpes reaccionários, dos generais brasileiros de 1964 à Indonésia de Suharto ou ao Chile de Pinochet.
Um desses "esquadrões", chefiados por um tal Vicente da Conceição, "Railós", tornou-se peça central de toda esta encenação, ao ponto de passar a contar com guarda de corpo e outras mordomias providenciadas pelos militares australianos.
O último episódio envolvendo o tal mortífero "esquadrão" desenvolveu-se há poucos dias e brada aos céus.
Segundo os jornais, com pompa e circunstância aproveitada para anunciar a possível instauração de um processo ao ex-primeiro-ministro Alkatiri, o tal "Railós" fez entrega das armas que teria recebido do ex-ministro do Interior, Rafael Lobato, com vistas, já se vê, ao desencadear do nefando projecto de assassínio de adversários políticos da Fretilin.
Foram entregues - 11 armas! E talvez para disfarçar o ridículo, a comunicação social informa - sem se rir ” - que são 11 armas” automáticas! Fica assim esclarecido que não se tratava de trabucos de pederneira ou de bacamartes à João Brandão. E são 11. E, possivelmente, terá também sido entregue um canivete suíço.
Parece uma farsa, mas o que se passa em Timor está bem mais perto de parecer uma tragédia.
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Por Malai Azul 2 à(s) 15:25 1 comentários
Nota verbal
Durante toda esta crise, e tendo em consideração os recursos e a determinação de quem a provocou artificialmente, foi fundamental denunciar as manipulações de quem pretendia "arrumar" politicamente Mari Alkatiri ...
Falta de coragem, lucidez, lentidão, e a escola do "quanto menos trabalho tiver, melhor", provoca mais estragos diplomaticamente do que qualquer posição mais dura, como por exemplo as palavras de condenação do ex-MNE Diogo Freitas do Amaral para o PM Australiano quando este criticou o Governo de Mari Alkatiri.
O Governo australiano (e o resto do mundo) ouviu e respeitou as críticas do ex-MNE português e aqui no terreno fez a diferença.
A intervenção sensata e equilibrada do Governo Português, dando voz a todas as partes é respeitada. Porque é leal.
As relações entre os dois países não pioraram, por muito que alguns da escola do "quanto menos trabalho tiver, melhor" o defendam. Portugal e a Austrália tem uma visão diferente quanto ao futuro de Timor-Leste e isso nunca permitirá que as relações entre os dois países sejam muito melhores.
Os governantes de Timor-Leste admiraram estas palavras do MNE português, mesmo aqueles a quem (leitores menos atentos) as palavras de Camberra parecem ajudar.
Para entender melhor os líderes de Timor-Leste temos de pôr de lado a nossa lógica ocidental e esquecer o comportamento clássico entre rivais políticos.
A encruzilhada de relações familiares, cumplicidades e amizades, jamais permitirá desfazer os laços apertados entre os dirigentes timorenses.
Aquilo que para nós malais parecem traições fatais, resolvem-se mais tarde ou mais cedo, sem ódios, ao fim do dia à volta de uma conversa.
É por isso que os mesmos actores do poder em Timor-Leste se manterão ainda por muito tempo em cena. E partilharão a responsabilidade de dirigir os destinos do país em conjunto, como o fizeram durante décadas de luta contra o invasor indonésio.
Todos eles menosprezam, quem por fraqueza, opta por um dos lados; e todos eles admiram quem continua leal, sem agenda própria, aos seus rivais políticos.
A falta de mesquinez nos dirigentes de Timor-Leste é um exemplo a seguir em Portugal. Nos ataques são frontais, e não escondem as suas posições com palavras fáceis.
Colocando sempre o interesse de Timor-Leste acima de tudo, rivais combinam estratégias entre si, mesmo nos momentos mais duros de confronto político. Até para não ficarem eles próprios reféns dos seus apoios, de quem nem sempre nutrem simpatia.
Quantas vezes um dirigente avisou o seu maior rival de manobras dos seus apoios estrangeiros. O Governo australiano e Hasegawa sabem-no bem, por experiência própria.
Por muitas alianças que façam para atingirem os seus fins, a aliança verdadeira que se manterá sempre é entre os timorenses, e é aquela que luta pela soberania e independência nacional.
A convivência mais ou menos atribulada entre Xanana Gusmão, Mari Alkatiri e a Fretilin, Ramos-Horta e a Igreja, continuará após as eleições de 2007.
O que o resto do mundo pode fazer por Timor-Leste é ajudar a garantir um equilíbrio entre todos, apoiando o que cada um tem de melhor, e não permitindo um desiquilíbrio de forças que levará sempre a situações de grave instabilidade. A prová-lo, esta crise, provocada pelo governo australiano.
Se em Portugal não houver um claro entendimento de que acima de tudo é este equilíbrio que é fundamental manter, perderá mais uma vez o seu lugar na História entre os dois povos.
E o respeito de todos os dirigentes deste país.
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Por Malai Azul 2 à(s) 13:02 23 comentários
O Artigo de Kirsty Sword Gusmao: Women suffering in silence
The Australian
Kirsty Sword Gusmao: Women suffering in silence
All voices need to be heard in rebuilding East Timor, writes Kirsty Sword Gusmao
July 07, 2006
Timor woman
Manacled by your misery
Timor woman
Your spirit bound in servitude
SO wrote my husband, East Timor President Xanana Gusmao, in a poem about women's experience of the 24-year war of resistance to Indonesian rule. As tens of thousands of East Timorese women struggle to take care of their families in Internally Displaced Persons camps across Dili, these words assume a new and tragic poignancy. Timor woman, once again a victim of the excesses and ambitions of men; Timor woman, once again widowed by a conflict not of her own making.
In speeches delivered to various conferences in Australia over the past year, I have made extensive reference to the significant gains made for women at the level of political participation and formal recognition of women's rights over the past four years since East Timor's independence.
An impressively high number of MPs in our national parliament are women. The Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women and its optional protocol was acceded to by our government within months of achieving independence, a draft of domestic violence legislation is on the verge of becoming law and a quota for women in suco or village-level councils was agreed upon last year.
And yet, it is sad and disturbing to note that, in a time of crisis and conflict such as East Timor is presently experiencing, the platforms that women have managed to acquire seem to come crashing down, their voices drowned out by the din of the political clamourings of male leaders and the roar of the machinery of a peace-keeping operation directed and driven by men.
They did manage to speak out briefly but strongly for peace on June 1 when about 100 women and children staged an action for peace in the courtyard of the Palace of the Government, to demand the restoration of law and order and to warn their leaders that they would not vote in the next elections for any individual or party that is not responsive to the aspirations of women and children.
Just over a week ago, with the prime minister on the verge of announcing his resignation and facing serious allegations of weapons distribution, a handful of male cabinet ministers began weighing up whether to tender their resignations. However, it was a brave East Timorese woman, Maria Domingas Alves, alias "Micato", former adviser to the prime minister on gender equality, who took the step first, citing reasons of being unable to serve the women of East Timor within a government "which no longer functions effectively".
It is telling that not a single East Timorese woman has solicited an audience with my husband nor has had her views sought on solutions to the crisis over the past few weeks. It has not been a deliberate act of exclusion, it just hasn't occurred to anyone in this intensely patriarchal society that women may have something important and useful to contribute to the delicate and vital processes of disarmament, reconciliation and peace-building.
At the same time a disproportionate burden of responsibility for mopping up the mess left by the conflict falls on the shoulders of women: the mothers struggling to provide their families with shelter, security, food and other basic needs in crowded IDP camps, the tireless Catholic sisters of various religious orders who, with no permanent security provided by the international forces and with limited resources, have opened the doors of their convents and colleges to many thousands of hungry and traumatised displaced people.
Women are uniquely placed to build peace and security, after all they value peace as the foundation for the survival of their families and communities, as the basic precondition for their children's education and prosperity. That they are virtually absent from discussions relating to East Timor's political future, reform of the security sector and negotiation of the mandate of a new UN mission in the country highlights the sad fact that women of East Timor have a long way to go in achieving their rights as equal and valued citizens of their new nation.
Security Council Resolution 1325 mandates UN member states and UN missions to be cognisant of the rights and special needs of women at times of war and conflict, and in efforts to restore peace and foster reconciliation. The Terms of Reference for the UN Needs Assessment mission presently visiting East Timor includes provision for a "gender dimensions" sectoral cluster that acknowledges the importance of hearing what women want from the fourth UN mission.
But since it sits alongside, rather than across, the other clusters, including security, governance, reform of the Timorese Defence Force and rule of law, I wonder whether its findings will be relegated to a footnote by the time the new UN mission is mandated. And more importantly whether the hopes and dreams of the "ordinary" girls and women of East Timor are reflected in this document and translated into concrete measures and commitments - by the UN and our new Government - to ensure that never again is the fear, violence and pain of the past months visited on the long-suffering women of East Timor.
Timor woman, my heart bleeds for you, my respect abounds for you.
Kirsty Sword Gusmao is the first lady of the Democratic Republic of East Timor and chairwoman of the Alola Foundation in Dili.
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Por Malai Azul 2 à(s) 12:51 42 comentários
José Luis Guterres novo ministro dos Negócios Estrangeiros
Díli, 13 Jul (Lusa) - O actual embaixador de Timor-Leste em Washington e representante do país na ONU, José Luís Guterres, vai ser o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, disse hoje à Lusa o primeiro-ministro José Ramos-Horta.
Ramos-Horta é primeiro-ministro de Timor-Leste desde a passada segunda-fei ra, sucedendo no cargo a Mari Alkatiri, que se demitiu na sequência da crise pol ítico-militar que o país atravessou nos últimos três meses.
O primeiro-ministro falava à saída do seu primeiro encontro como detentor do cargo com o Presidente da República, Xanana Gusmão.
José Ramos-Horta acrescentou que o elenco do II governo constitucional de Timor-Leste é empossado sexta-feira e explicou que relativamente ao governo chef iado por Mari Alkatiri haverá algumas mudanças.
"As pastas da Educação e dos Transportes e Comunicações vão ter outros tit ulares", disse Ramos-Horta.
No anterior executivo, os titulares destas duas pastas, Armindo Maia (Educ ação) e Ovídeo Amaral (Transportes e Comunicações) pediram a demissão, no final de Junho, por não concordarem com a manutenção de Mari Alkatiri no cargo de prim eiro-ministro.
Relativamente ao novo executivo, Ramos-Horta acrescentou que outras alterações irão ainda verificar-se nas cinco Secretarias de Estado de Coordenação das cinco regiões administrativas, criadas expressamente na última remodelação que A lkatiri efectuou no governo, em Julho de 2005.
Ramos-Horta confirmou também que irá acumular o cargo de primeiro-ministro com o de ministro da Defesa.
EL/FP.
Por Malai Azul 2 à(s) 06:39 11 comentários
São seis e trinta e quatro e ouvem-se os galos...
Daqui a pouco é dia. Esperemos um bom dia.
Até já.
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Por Malai Azul 2 à(s) 06:35 2 comentários
De uma leitora
Eu conheço estas Timor feto sira!
Alguém tinha que dizer estas coisas e elas foram capazes de o dizer com a clareza com que sempre estiveram presentes nas lutas.
Há um livro preparado para sair com as palavras de Sete Mulheres de Timor que assim falam e não precisam de seja de quem for para lhes iluminar o caminho. Só esperamos todas para que esse livro saia e mostre a toda a gente que afinal a história de Timor também se conta e narra na força de coragem das suas mulheres.
Nas últimas semanas estive nas Américas e comigo esteve sempre uma salenda de Timor a lembrar-me sempre da Terra Amada.
E afinal para quê mais palavras se os factos aí estão para não nos desmentirem mais? Daqui para a frente continuamos vigilantemente a fazer caminho porque o sofrimento só ainda começou.
Mulheres e Homens de Timor Leste agora a luta pela independência continua!
Albertina Soares
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Por Malai Azul 2 à(s) 06:32 2 comentários
As mulheres da Fretilin respondem a Kirsty Sword Gusmão
Tradução da Margarida:
Resposta à opinião da Sra. Kirsty Gusmão no The Australian de 7 Julho 2006
ORGANIZAÇÃO POPULAR DA MULHER TIMOR (OPMT)
Caro editor,
Nós, as abaixo-assinadas mulheres da nossa nação orgulhosa e independente de Timor-Leste gostaríamos de responder à opinião da Sra. Kirsty Sword Gusmão no jornal the Australian de 7 de Julho de 2006.
Apesar de termos pontos de acordo com ela sobre o papel e o estatuto da mulher no nosso país, também divergimos em muitos pontos com o que consideramos ser nessa peça uma descrição simplista do que tem sido e continuará a ser um processo muito complexo e envolvente para todas nós mulheres.
Somos mulheres que temos estado envolvidas há décadas na nossa luta nacional, somos também mulheres da Fretilin e temos orgulho nesse facto e no papel que desempenhámos nas nossas instituições no processo de construção da paz e de reconciliação na nossa nação.
Se a crise corrente é uma como a Sra. Sword diz de "As mulheres de Timor, uma vez mais como vítimas dos excessos e ambições dos homens " então dizemos que ainda está para ser provado de quem foram os excessos e de quem são as ambições, e que isso só se pode saber através do devido processo judicial, apesar da história poder também vir a contar como um juíz nesta questão.
O processo ainda não está concluído e a nossa justiça e as instituições democráticas e constitucionais devem continuar a mover-se para encontrar soluções para estes desafios da paz e reconciliação na nossa mente. Nós seremos sempre parte neste processo.
Nós representamos mulheres cujo sonho de independência começou há mais de três décadas, e como tal, não deixaremos partir com facilidade o nosso sonho de consolidar a nossa independência nacional, a nossa soberania nacional e de criar uma sociedade justa e igual para todos.
Estivemos no mato e nas montanhas e lutámos diariamente nas nossas vidas com um inimigo ocupante para no fim conquistarmos a nossa independência. Muitas como a Vice-Ministra da Administração do Estado, Ilda da Conceição, perderam os seus amados maridos, e o nosso querido irmão Kilik, nesta luta. Estávamos aqui quando o sangue foi derramado. Estávamos aqui quando os nossos camaradas deram o último suspiro. Nós pagámos o preço pessoal da guerra e não a queremos de regresso à nossa querida nação.
Mas principalmente temos estado aqui no processo da formulação da política e da legislação que asseguraram que a mulher esteja proporcionalmente representada no nosso parlamento e nos nossos órgãos públicos de consulta.
Sim, somos também mulheres da Fretilin e tem sido a Fretihin como um partido político através da sua representação substantiva maioritária quem garantiu que tenhamos o impressivamente alto número de deputadas no nosso parlamento nacional" como declara a Sra, Sword, e que garantiu a passagem de legislação vital à promoção e avanço do estatuto das mulheres.
Sim foi o governo de Alkatiri com duas mulheres ocupando duas em quatro das pastas de topo, incluindo a pasta vital do Ministério do Planeamento e das Finanças, no qual ambas a Ministra e a vice-Ministra são mulheres, as quais promoveram uma ampla consulta pública e aprovou e remeteu para o parlamento uma lei contra a violência doméstica que tem tido largo aplauso, bem como muitas outras medidas que asseguram acesso a serviços e a oportunidades.
Mas tem havido muitas mais mulheres envolvidas neste processo que nos orgulha, não somente da Fretilin, mas doutros partidos e organizações que trabalham juntas connosco assegurando que conquistemos mais direitos para as mulheres neste país.
O estatuto das mulheres no nosso país na verdade já fez um longo caminho nestes quatro curtos anos desde a restauração da nossa independência, mas muitos passos foram dados no período da luta, especialmente nas áreas libertadas durante a ocupação Indonésia.
Trazemos essas experiências e esses avanços connosco para lutarmos por mais justiça e mais igualdade. As forças de opressão das mulheres de Timor-Leste contudo são complexas e emanam de instituições da nossa sociedade e de muitas normas sociais e culturais com raízes fundas. Levarão tempo para serem erradicadas e melhoradas para que as mulheres possam tornar-se livres no nosso país.
O processo de lidar com essas instituições e normas sociais e culturais continua e continuará e os resultados estão nas políticas e nas leis aprovadas, em áreas como os cuidados de saúde e os direitos de saúde, violência doméstica, código criminal e acesso à educação.
Os desafios em lidar com essas questões têm também sido grandes e tem inflamado muitas e fortes sensibilidades politicas que afectaram o Primeiro-Ministro Alkatiri e o seu governo.
Nem todas as instituições Timorenses ou nacionais estão tão receptivas para promover o estatuto das mulheres como nós estamos comprometidas.
Todas nós as abaixo-assinadas não somos apenas mulheres com as nossas responsabilidades constitucionais e democráticas, também somos pessoas deslocadas.
Foram as nossas casas que foram queimadas ou pilhadas, fomos nós e as nossas famílias que foram ameaçadas por causa das posições que ocupamos e por causa da nossa filiação política, e são as nossas vidas que foram transtornadas, enquanto continuamos a engajarmo-nos no processo de apoiar as nossas instituições democráticas e constitucionais para garantir que elas “continuem a funcionar efectivamente”;
Mantendo o processo de desembolso público a funcionar efectivamente de modo a que os serviços de saúde e outros serviços sociais continuem sem problemas;
Assegurar que o nosso parlamento continue a dar voz às aspirações do nosso povo por uma resolução pacífica, democrática, constitucional e justa para a crise em que a nossa nação se encontra;
Continuar a cuidar das famílias e das nossas comunidades que dependem de nós; mas, mais importante de tudo, através do nosso processo democrático e das comunidades onde vivemos, com diálogo, todos os dias, nestes tempos muito difíceis, continuamos o processo para atingir um fim pacífico e justo que todas partilhamos;
Ao mesmo tempo continuaremos a lutar para melhorar o estatuto da mulher, luta que começámos há tantos anos com os nossos camaradas que já se foram.
A nossa força vem da nossa normalidade, da nossa vida de cada dia e da experiência nas nossas comunidades, de sermos ameaçadas e perseguidas bem como de sermos elevadas para servir as nossas comunidades nestes tempos de dificuldades, porque, no fim do dia temos de voltar, de comer e de dormir com eles..
Nós valorizamos as nossas comunidades e as nossas instituições democráticas e constitucionais, como essenciais para o processo de se estabelecer uma saída justa e equitativa para esta crise, não as abandonamos nem as calcamos.
Todas temos um papel a desempenhar, todas as mulheres, todos os cidadãos de Timor-Leste.
Não só estamos todas bem colocadas como temos a obrigação de participar no processo da construção da nação, de construção da paz e da reconciliação.
Apesar de não pensarmos que nem é revelador nem significativo que nem uma única mulher Timorense tenha solicitado uma audiência com o Presidente da República (apesar de acreditarmos que algumas pediram e obtiveram tal audiência), acreditamos que as mulheres o vêem como vêem o Primeiro-Ministro/outros Ministros, o poder Judicial e o Parlamento, as outras instituições democráticas que temos, para apoiar os valores do nosso Estado e da nossa constituição.
A nossa colega a Ministra da Administração do Estado Ana Pessoa, participou numa delegação da Fretilin que tentou encontrar-se com o Presidente da República há duas semanas atrás e só o conseguiu ontem.
O Presidente do Parlamento solicitou ao Presidente da República para vir e dirigir-se ao parlamento e isso realizou-se no dia 14 de Junho de 2006 numa audiência no parlamento onde estiveram muitas mulheres, para que avance o processo duma saída justa e pacífica para esta crise.
O Presidente da República e outros dignitários do Estado participaram na cerimónia de tomada de posse dos nossos Juízes, Procuradores e Defensores Públicos, que desempenham um papel importante neste processo no dia 3 de Junho de 2006 durante a qual a juiza Maria Natércia Guterres articulou as suas aspirações por uma resolução justa e equitativa da crise de acordo com a regra da lei, em nome dos seus colegas.
Nós valorizamos o papel que estas mulheres de Timor-Leste têm desempenhado neste processo e sempre lutaremos para promover o seu estatuto de modo que as mulheres desempenhem o papel que com justiça e equidade merecem em todos os aspectos e em todas as instituições da nossa sociedade, para além do que já obtivemos até hoje.
Acreditamos firmemente contudo que isso acontecerá por estarmos enraizadas no processo político e democrático e não por termos uma simples audiência com o Presidente República ou com o Primeiro-Ministro ou seja lá com quem for.
Muitas mulheres já demonstraram nas recentes e pacíficas manifestações de apoio à Fretilin e ao seu governo e que também entregaram uma carta ao Presidente expressando as suas opiniões para uma resolução justa e pacífica desta crise.
De igual modo, na semana passada, muitas mulheres deram as suas opiniões de forma muito clara e forte ao Presidente da República quando ele visitou o Centro de Treino das FFDTL em Metinaro onde muitas de nós estamos deslocadas.
Somente continuando a estar envolvidas nestes processos conseguiremos atingir o estatuto universalmente reconhecido e sagrado justo e equitativo das mulheres de Timor-Leste.
Estamos confiantes e acreditamos que as mulheres nos acompanharão em cada passo no caminho da nossa luta, como nos acompanham os espíritos das camaradas caídas na luta.
Dili, 08 Julho 2006
Assinaturas:
1. Lurdes Alves Araújo
2. Aurora Ximenes
3. Josefa A. Soares
4. Cristina Alves S.
5. Ilda Maria da C.
6. Florentina M. Smith
7. Aicha Bassarewan
8. Rosária Corte-Real
9. Amelia Pinto Soares
10. Mariquita Soares
11. Cidália Lopes N. M. G.
12. Maria Solana Fernandes
13. Maria Maia Réis
13 MULHERES TIMORENSES 13 DISTRITOS.
Por Malai Azul 2 à(s) 06:22 16 comentários
Bom senso.
Despacho de Freitas reverte decisão e mantém adido de segurança
Diogo Freitas do Amaral voltou atrás na decisão de extinguir o posto de adido de segurança na embaixada portuguesa em Timor-Leste e renomeou o tenente-coronel Matos de Sousa para o lugar, num despacho hoje publicado.
A extinção deste e de 38 outros postos foi anunciada em Fevereiro passado, no âmbito da remodelação da rede de conselheiros e técnicos especializados em missões diplomáticas no estrangeiro, motivada pela necessidade de cortar despesas no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Contudo, a partir do final de Abril, Timor-Leste mergulhou numa grave crise político-militar que levou nomeadamente as autoridades timorenses a pedirem a quatro países, entre os quais Portugal, o envio de forças policiais e militares para estabilizarem a situação.
Um contingente de 120 militares da GNR chegou a Díli no princípio de Junho mas, ainda antes disso, na fase mais intensa da insegurança, coube ao adido de segurança em Díli, Francisco Matos de Sousa, assegurar a coordenação e os contactos com os portugueses em Timor-Leste, designadamente os cerca de 100 professores no país.
Segundo um despacho conjunto dos Ministérios da Administração Interna e dos Negócios Estrangeiros publicado hoje no Diário da República, a presença de uma missão da GNR em Timor-Leste e "a intensificação da cooperação bilateral" na área da segurança justificam a manutenção do posto.
Nesse sentido, Matos de Sousa é nomeado pelo período correspondente ao que lhe faltava para terminar a comissão de serviço, com efeitos a partir de 01 de Julho e termo em Fevereiro de 2008.
O despacho foi assinado por Diogo Freitas do Amaral a 29 de Junho, um dia antes de anunciar a sua demissão do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.
...
O único posto de adido militar e de segurança então extinto - e agora recuperado - foi o de Díli.
...
Além do adido de segurança em Díli, o único posto cuja extinção foi anulada foi o de conselheiro cultural em Pequim, actualmente ocupado por João Barroso, depois de o embaixador português na capital chinesa, António Santana Carlos, ter informado o Ministério de que o conselheiro era a única pessoa da missão que fala mandarim e cantonês.
MDR.
Por Malai Azul 2 à(s) 06:13 1 comentários
Timor 0 – Austrália 1
No Con(tro)versas.
30 Junho 2006
Timor 0 – Austrália 1
Ainda não tinha escrito nada sobre a actual crise em Timor por falta de tempo e de informação.
Mas agora acho que já não podem restar dúvidas a ninguém que se esteve perante um golpe de estado apoiado pelo lobby Australiano, por Xanana Gusmão e Ramos Horta, contra um governo incómodo para os seus interesses económicos.
Estou a exagerar? Então alguém que me explique como é que os militares amotinados foram transformados em heróis, o governo democraticamente eleito desautorizado pelo Presidente da República e o 1º Ministro forçado a demitir-se com base num documentário Australiano. E alguém que me explique as palavras de Xanana aos manifestantes que o apoiavam e exigiam a demissão de Alkatiri: “Com a vossa inteligência ganhámos”!
Estou a ver coisas ou Xanana, sem querer, reconheceu que estava numa luta contra o governo e não contra os amotinados?
Para acabar com as dúvidas veja-se a histeria de Ana Gomes a defender os australianos e o seu amigo Xanana aqui e aqui (quem não tem argumentos racionais insulta, não é?) e esta entrevista com um técnico português sobre os planos de Mári Alkatiri para o futuro da exploração petrolífera, planos que não agradavam nada à Austrália. Ou foi mesmo golpe ou as galinhas passaram a ter dentes.
PS: Aqui, Ana Gomes cita partes de um Post de “Malai Azul” no Blog “Timor Online”, sem pôr o link e confundindo o nome do autor com o do Blog. E aqui afirma que Alkatiri está a mentir em relação aos manifestantes que aguardavam às portas de Dili para fazer a manifestação de hoje.
Depois disto digam-me: vocês eram capazes de lhe comprar (a Ana Gomes) um carro usado?
Eu Não!
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Por Malai Azul 2 à(s) 01:13 3 comentários
A pragmatic leader
Do leitor Timor2:
It is of my opinion that the most pragmatic leader in Timor Leste is Mari Alkatiri. He had a no nonsense approach to many policies that were adopted by the previous Government, it was also his pragmatic approach that won him no friends in the opposition. If you want pragmatic Politics if I was in FRETILIN I certainly would like to exercise my influence. Given the fact that the removal of Mari from the Prime Ministership and now FRETILIN itself is not what FRETILIN wants it was what other Political Parties, Ramos Horta and the President wanted. In regards to what the people wants it is something that only an election will reveal.
Although it is a strong argument that Mari is not the unifying in the Political landscape of Timor, I believe he never was. What is the unifying factor in the previous Government was essentially FRETILIN. The reason the Party chose Mari was not based on any idealistic perspectives but the competencies he has shown during 25 years working tirelessly for Timor, something many people don’t know. FRETILIN did not look at the fact that Mari was Muslim or the fact the he came from Mozambique, what it wanted in a Prime Minister was not a “symbol” but a pragmatic, no nonsense leader to get things done, to drive policies and able to a negotiator (It is widely acknowledged that he is a very good negotiator, during the struggle and the Oil negotiations).
Xanana on the other is always the idealistic, the charismatic, with a persona of being “loved” by the people and one which can unify the country, a role which is best suited for the Presidency not as a Prime Minister. Wether Xanana has been able to exert his influence positively during the crisis remains an issue which will reveal itself in the future and the upcoming elections. Should FRETILIN win the elections it will be a great shock to the President who in the 22 June speech, demonised FRETILIN to the extent where it will be difficult for him to gain confidence from FRETILIN.
As I continue to reiterate what will be decisive factor is the elections in 2007. I think it is prudent for FRETILIN to continue with its current leadership. It is clear in this crisis that removing Mari as I mentioned earlier is not what FRETILIN wants but what minority within FRETILIN, the Opposition, the President and Ramos Horta.
I think if you know Timorese Politics well, especially that of FRETILIN during the 25 years and now you will know that it is a Political Party that is well disciplined and knowing FRETILIN it will always choose a Prime Minister based on Principle, such is the controversies of the current crisis.
I sometimes look at John Howard and think back to 1980’s, then in 1991 followed by 1994 I would think if wether he ever was going to be Prime Minister, well history has of ten told us that in Politics always expect the unexpected.
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Por Malai Azul 2 à(s) 00:28 8 comentários
TIMOR-LESTE HUMANITARIAN UPDATE
Tuesday 11 July 2006
FOOD SECURITY
• From 7-10 July, WFP dispatched 60.55 of assorted food commodities (CSB, sugar) to Dili IDP camps:
Location Beneficiaries MT
Dili IDP camps: 2.2, 2.3, 2.4, 2.5, 2.6, 1.4, 3.1, 3.2, 3.4, 3.10, 3.11, 3.6, 3.12, 4.1, 4.6, 7.1, 3.9, 4.7, 10.4, 3.5 26,879 60.55
• WFP began the third cycle of food distribution to all IDP camps on 7 July. A total of 62,435 beneficiaries will receive 149.87 MT of assorted food commodities (CSB and Sugar). Distribution is planned to be completed by 14 July.
• Food has been dispatched to Metinaro and Liquica on 10 July.
• To date, WFP has dispatched 676.26 MT of assorted food commodities (rice, CSB, oil, sugar, BP5) to all IDPs in camps in Dili and to Atauro, Baucau, Ermera, Manatutu, Metinaro, Hera and Liquica for a total of 116,870 beneficiaries.
• WFP monitoring has taken place in the following IDP camps in Metinaro and Dili: 1.4, 4.3, 2.4, 2.5, 2.6, 2.2, 2.3, 4.6, 10.4, 4.7, 3.9, 3.5, 7.1.
• IOM trucks continue the third distribution cycle of government rice that commenced July 6 and will last for two weeks.
Date Quantity of rice Location/ no. of camps Number of IDPs reached
July 7, 2006 87.92 MT Dili area, 20 camps (1.5, 2.1, 2.3, 2.4, 2.6, 2.7, 3.9, 3.13, 4.2, 4.3, 4.6, 4.7, 4.8, 7.1, 7.4, 7.5, 7.6, 7.7, 8.2, 10.8) , Liquisa (28.24 MT) 38,163 IDPs
July 8, 2006 63.346 MT Dili area, 11 camps (1.1, 2.1, 1.5, 2.1, 2.10, 3.8, 4.3, 4.7, 7.3, 10.5, 10.7) 23,764 IDPs
July 10, 2005 50.1 MT Dili area, 3 camps (2.5, 10.4, 7.1), Hera, 4 camps 12,526 IDPs
Total distribution (since May 29, 2006): 1095.896 MT
• On 11 July, IOM trucks are scheduled to distribute rice, oil, CSB and sugar to 12 schools in Liquisa and community health centers in Ainaro as part of the school feeding program with WFP.
• MTRC’s food distribution activities to communities from 28 June-5 July: Total of 1 071 sacks of rice (78 MT) distributed to:
o Baucau, 100 sacks
o Laulara, Aileu District, 24 sacks
o Suco Ulmera, Bazartete, 79 sacks
o Suco Sananain, Laclubar, 85 sacks
o Aldeia 20 de Setembro, Comoro, 59 sacks
o Aldeia Sao Jose, Bairo Pite, 32 sacks
o Suco Fahi Soi and 3 aldeias, Sub-district Lequidoe, District Aileu, 160 sacks
o Suco Mausiga, Sub-District Hatubuilico, Ainaro District, 50 sacks
o Other districts, sub-districts and sucos (together with IOM) 1 297 sacks (64.85MT)
• Total Beneficiaries: 22 987 persons
• Total families: 3 267 families
• MTRC’s food distribution activities to communities on 6 July: Total of 2 073 sacks of rice (93.61 MT) distributed to:
o MTRC Regional Centre baucau, 135 x 38 kg sacks of rice
o Externato Sao Jose Comoro
o Aldeia Avanca, Suco Bairo Pite
o Aldeia Metin, Lahane Oriental
o Aldeia Pantai Kelapa, Suco Fatuhada
o Suco Lisbutak, Dom Aleixo
o Aldeia Efaca, Suco Bairo Pite
o Suco Becora, Cristo Rei
o URP Police, Aileu District
o Atabae Paroquia
o Distribution with IOM
• Total beneficiaries: 13 513 persons
• Total families: 3 135 families
HEALTH AND NUTRITION
NTR
WATER AND SANITATION
Water
• Water trucking continues. The amounts trucked on the 6th, 7th, 8th and 9th of July were 147,000, 157,200, 153,500 and 144,500 litres respectively.
• Water trucking in Liquica commenced on 6th of July.
• Unicef are connecting camps to city water supplies in 9 camps.
• DNAS recommenced water quality testing this week with the re-opening of their laboratory.
• Distribution of jerry cans continues, there are still a number of 10L and 20L jerry cans in stock with Oxfam.
Sanitation and hygiene promotion
• Distribution of hygiene kits and toilet cleaning supplies continues in some camps. CRS have put distribution of hygiene kits on hold.
• Unicef are currently building latrines/bathrooms in 12 camps. There are considerable delays to installation of latrines due to delays of local contractors.
• Hygiene promotion activities continue in all camps.
• Unicef continue to undertake solid waste collection for 46 camps and septic tank emptying for 44 camps. Oxfam are doing septic tank emptying in 9 camps with additional ad hoc emptying as required.
• DNAS teams with six trucks recommenced solid waste collection around Dili last week with support from Unicef. Dili Waste recommenced solid waste collection in Dili this week. Worldvision are undertaking solid waste collection in 9 camps.
• UNHCR will provide support to camps for drainage.
• Unicef have carried out water and sanitation assessments in five districts, results should be available later this week.
• The Water, Sanitation and Hygiene Group (WASH) have completed terms of reference.
• Septic tank schedules for camps have been finalised by Oxfam and Unicef.
SHELTER/NFIs/SITE PLANNING
• UNHCR’s mobile technical team (comprising a plumber, carpenter and general-hand recruited from various IDP communities) is already at work in a number of sites carrying out urgent repairs and drainage improvement works. Work is already undertaken or in train at Seminario Minor Balide, Central Pharmacy, Bairro Pite Clinic, the Bishop’s Office and Has Laran Canossian Sisters School. The mobile team’s work is being coordinated with the WATSAN Working Group, chaired by UNICEF.
• UNHCR site planners have provided advice and assistance in the following sites:
o Hera Port, where an additional 35 tents were provided;
o Farol Primary school, where 15 tents were provided to allow people to move out of classrooms
o RTTL (radio and TV station), where staff require additional tents to house their families
o Has Laran Cannossian Sisters School, tents are required to allow families to move out of classrooms. A water supply pump needs repair and a fence installed.
o Central Pharmacy, where UNHCR is installing a washing facility
o Seminario Minor, Balide where UNHCR has carried out remedial works to drains and plumbing system.
• At Don Bosco, work in the ablution facilities continues, lighting equipment for the new tented areas has been delivered and will be installed by Don Bosco trainees, and six more trucks of gravel have been delivered.
• UNHCR is concluding an agreement with the ICRC regarding the distribution of blankets in districts where ICRC is providing assistance.
• UNHCR is currently concluding an agreement with Concern regarding the improvement of shelter, water and sanitation structures in Metiaut, Dominican Sisters, the Obrigado Parking Lot and CVTL compound benefiting some 11,000 IDPs.
• Over the past three days, UNHCR has delivered 54 tents, 78 plastic sheets, 175 blankets, 503 kitchen sets, and 235 jerry cans. A second tranche of NFIs (tents, blankets and plastic rolls) has now cleared customs.
• Since 5 June, UNHCR has distributed the following NFIs in Dili:
o 1,670 tents to 23 sites;
o 1,369 jerry cans to 7 sites
o 536 kitchen sites to 15 sites
o 199 stoves to 5 sites,
o 14,255 blankets to 26 sites
o 1,248 plastic sheets to 28 sites
• Since the arrival of the UNHCR emergency response team on 5 June, UNHCR has distributed the following NFIs outside of Dili:
o 523 tents to six sites
o 1,959 jerry cans to 6 sites;
o 873 kitchen sets to 4 sites;
o 2,680 blankets to 4 sites;
CAMP MANAGEMENT
Comoro Airport camp:
• IOM purchased cement blocks, wood and sand for the airport camp to elevate the water tank at the meteorological institute.
Hera
• IOM has finished rapid assessments of 5 IDP camps in Hera. Findings show that only one of the camps (Port Marina) has received rice and food. All are lacking in provision of non-food items and water and sanitation facilities. IOM will deliver rice to the other camps today and will also coordinate with relevant agencies to address current gaps in humanitarian assistance.
Support to other camps:
• Camp management trainers from the Norwegian Refugee Council have arrived and will spend this week visiting IDP camps to familiarize themselves with camp management issues in Dili. They will tailor next week’s training module to meet needs observed during this week’s assessment. Training will be held for local camp managers and representatives of the Site Liaison Support (SLS) network.
PROTECTION
• UNHCR is developing its strategy and involvement in the return process, and as chair of the Protection Working Group is participating in the newly constituted Return Working Group convened by the MTRC. It is also in discussions with the Provedore’s Office regarding return-related projects, including a returnee monitoring project through a network of local human rights institutions under the coordination of the Provedore’s Office.
• The issue of return and reconciliation was discussed at Monday’s Protection Working Group meeting. The need for an integrated approach was acknowledged by agencies and local human rights NGOs are very engaged in putting in place projects at enhancing dialogue and empowerment of the displaced population.
• UNHCR is monitoring the movement of IDPs between sites which is currently taking place due to a number of factors including the desire to move closer to home, to move to a safer location, and in response to requests by land owners that IDPs vacate occupied premises. There also appear to be some returns home within this broader movement, though further information is required on the exact circumstances of this movement.
• The report of the initial Rede Feto GBV assessment is available in English. Although GBV is has not been identified as a major emerging issue in the IDP camps, the potential for violence is still high, taking into consideration factors such as:
➢ Trauma amongst IDPs as a result of witnessing/suffering violence, burnings and lootings of homes;
➢ Many families have separated, with male members returning to take care of their homes or to the districts, thus leaving their wives and children in the camps;
➢ Uncertainty as to the length of time IDPs will remain in the camps;
➢ The nature of GBV in Timor-Leste is such that many people see it as a private matter and prefer not to report incidents to the police.
• Rede Feto, in conjunction with the GBV Working Group, have been considering an appropriate follow-up to this initial assessment and is currently planning what kind of information, awareness raising activities and training will take place in the camps.
• The GBV Working Group has met with representatives of the Office of the Provedor to discuss ways in which their relationship could be strengthened, especially with regard to information-sharing and monitoring the situation of women in the camps.
• The GBV Working Group has participated in a meeting with other Protection WG partners to discuss ways in which the situation of IDPs in the districts could be monitored. It was agreed that one GBV WG member, JSMP, act as the focal point for future discussions and liaise with Rede Feto in this regard.
• Further meetings with key stakeholders to discuss the consolidation of an existing referral network for victims of Domestic violence/sexual assault/child abuse in Timor-Leste have been held. It is anticipated that important contact nos. /information for this referral network will be distributed to IDP camps as soon as possible.
CHILD PROTECTION
NTR
EDUCATION
NTR
ASSESSMENT AND INFORMATION
• Between 28 June and 5 July, MTRC carried out assessments in 14 places: Kulau, Ailok Iaran, Aidele Hun, Lenuk Hun, Lahane Oriental, Metinaro, Hera, Balibar, Lahane Temporal, Dili District Administration and Aldeia Mate-Moris Vila-Verde. MTRC received 30 requests: two from individuals, 16 from groups that queued outside MTRC, 12 from sucos and aldeias. MTRC are planning to distribute to Ainaro, Same, Suai and Manatuto.
• On 6 July, MTRC identified 11 places and were carrying out assessments in Camea Lenuk Hun, Has-laran, Suco Balibar, Akanunu, Metinaro, Grupo Juventude Choque-Becora, Aldeia Frecat Bairo Pite, Terus Nanis Baya Leste, Loskabubu, Terra Santa Rai Kotu and Women’s group Camea. MTRC received six requests: two from groups and four from sucos and aldeias.
• UNDP Communications support to Humanitarian Assistance for IDPs project: Between 6 and 7 July 2006, the UNDP Communications Support to Humanitarian Assistance for IDPs Team carried out 32 visits to IDP camps.
• The team continued distributing information on fumigation procedures from the Ministry of Health, Ante & Post Natal Clinics by UNFPA, and added to its lists of notices a Press release on Thailand’s donation to relief effort.
• Five assessment reports regarding the situation in the camps were collected and passed on to the SLSs for further action.
Por Malai Azul 2 à(s) 00:15 1 comentários
Dos leitores
Tradução da Margarida:
Surpreendido quando vi que Lucas e Ricardo China faziam parte do grupo de Railos. São grandes opositores de Mari. É inacreditável que Mari tenha distribuído armas a esta gente!!!
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Por Malai Azul 2 à(s) 00:04 1 comentários
Posse restantes membros governo de novo adiada, agora é 6ª feira
Díli, 11 Jul (Lusa) - A posse dos restantes membros do II Governo Const itucional de Timor-Leste foi novamente adiada, agora para sexta-feira, depois de já ter estado agendada para hoje e para quinta-feira, anunciou o gabinete do pr imeiro-ministro, José Ramos-Horta.
Em comunicado enviado à Agência Lusa, o gabinete de José Ramos-Horta indicou que o novo adiamento da cerimónia de posse partiu do Presidente da Repúbli ca, Xanana Gusmão, mas sem adiantar qualquer explicação.
Contactada pela Lusa, a Presidência da República também não deu qualque r explicação para o novo adiamento da posse dos membros do governo, formado para já pelo primeiro-ministro e pelos vice-primeiros-ministros Estanislau da Silva (FRETILIN) e Rui Araújo (independente), empossados segunda-feira passada.
No comunicado, o gabinete de José Ramos-Horta refere que o adiamento da posse dos restantes membros do executivo obrigou igualmente a adiar para sexta- feira à tarde (hora local) o primeiro Conselho de Ministros do II Governo, com o Orçamento de Estado para o ano fiscal iniciado a 01 de Julho na agenda de traba lhos.
Entretanto, Xanana Gusmão viu hoje frustrados os encontros que tinha ma rcado com os partidos políticos da oposição com representação parlamentar.
Quatro dos partidos, por razões diferentes, não estiveram presentes no encontro colectivo com o chefe de Estado.
Os três maiores, Partido Democrático (PD), Partido Social Democrata (PS D) e a Associação Social Democrata Timorense (ASDT), elegeram em conjunto 19 dos 88 deputados que fazem parte do Parlamento Nacional, em que a FRETILIN tem maio ria (55 deputados).
Em declarações à Lusa, Mário Carrascalão, presidente do PSD, disse que os três partidos "apenas aceitam falar com o Presidente depois da formação do no vo governo".
"O Presidente Xanana Gusmão deve assumir as suas responsabilidades. Dep ois de formado o novo governo, e de ser empossado, podemos falar com ele. Agora não", disse Carrascalão.
"Entendemos que agora não há nada para falar, porque o processo de form ação deste governo passou ao lado dos partidos da oposição. [O novo executivo] V ai integrar ministros que provêm de um governo que falhou e é responsável pela c rise em Timor-Leste", acrescentou.
Mário Carrascalão contestou, por outro lado, a metodologia utilizada pe lo Presidente da República para os encontros com os partidos com representação p arlamentar.
"Que é que há para dizer aos partidos da oposição que não pode ser dito à frente da FRETILIN?", questionou.
O quarto partido que também não participou no encontro, a União Democrá tica Timorense (UDT, 2 deputados), justificou a ausência com o facto de ter renu nciado aos mandatos por defender a dissolução do parlamento, segundo disse à Lus a o seu presidente, João Viegas Carrascalão.
A formação do novo governo, na sequência da demissão de Mari Alkatiri d o cargo de primeiro-ministro, a 26 de Junho, suscitou críticas dos maiores parti dos da oposição, que defendem a dissolução do Parlamento Nacional e a convocação de eleições antecipadas.
Contactado pela Lusa, o porta-voz de Xanana Gusmão desvalorizou a ausên cia dos principais partidos da oposição do encontro com o Presidente da Repúblic a.
Agio Pereira confirmou, por outro lado, que o primeiro encontro ordinár io de Xanana Gusmão com José Ramos-Horta se realiza quinta-feira, retomando os h abituais encontros semanais entre o Presidente da República e o chefe do governo .
Mari Alkatiri, líder da FRETILIN, demitiu-se do cargo de primeiro-minis tro por exigência de Xanana Gusmão, no âmbito da crise político-militar em que T imor-leste mergulhou desde finais de Abril.
EL.
Por Malai Azul 2 à(s) 00:01 1 comentários
Traduções
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "