sexta-feira, maio 11, 2007

Dos Leitores

Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "Alocução do Brigadeiro General Taur Matan Ruak":

(…) “Afirmo que não somos, ou seremos, neutros perante o nosso Povo e País, pois defendemos e defenderemos os princípios e valores que pautaram a nossa luta de libertação e estão consagrados na nossa Constituição.

Estados haverá que sobrevivem sem Forças Armadas mas Timor-Leste não é um desses Estados, nem o será. (…)

Estamos convictos que o nosso irmão, o cidadão Xanana Gusmão, está inteiramente consciente de que a soberania e a independência são batalhas que se travam diariamente. (…)” (Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, 11/05/07)

É o que se chama uma bofetada com luva! E estou certa que se ele tornar a esquecer “que a soberania e a independência são batalhas que se travam diariamente “aí estará o Brigadeiro-General Taur Matan Ruak a lembrar-lhe as vezes que forem necessárias.

Actual primeiro-ministro vai suceder a Xanana

Cavaco Silva garante a Ramos-Horta continuação do apoio de Portugal a Timor-Leste
11.05.2007 - 13h20 Lusa

O Presidente da República, Cavaco Silva, enviou hoje uma mensagem de felicitações ao Presidente eleito de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e prometeu o apoio de Portugal "para ajudar a nação timorense a vencer os desafios".

O chefe de Estado realça a experiência de Ramos-Horta, desde os tempos da resistência à ocupação indonésia, e elogia "o apego aos valores da liberdade, democracia e tolerância" demonstrado pelos timorenses nas eleições presidenciais de quarta-feira.

José Ramos-Horta venceu as eleições com cerca de 70 por cento dos votos, sucedendo a Xanana Gusmão após derrotar o candidato da Fretilin, Francisco Guterres "Lu-Olo", que obteve 30,97 por cento.

"O povo timorense manifestou de forma expressiva o seu profundo apego aos valores da liberdade, democracia e tolerância", escreve o chefe do Estado português, considerando ainda que o resultado é uma prova de "inequívoca confiança" em Ramos-Horta "para prosseguir a edificação de uma nação soberana, próspera e solidária".

"A experiência e o conhecimento" que o até agora primeiro-ministro e antigo chefe da diplomacia timorense tem "da realidade do país muito contribuirão" para "o exercício da mais alta magistratura da nação".

Cavaco Silva lembra os tempos da resistência à ocupação indonésia de Timor-Leste, quando uma eleição presidencial como a de quarta-feira "pareceria a muitos uma realidade inalcançável".

O Presidente português recordou "o apoio com que sempre contou a causa da liberdade e da dignidade do povo timorense junto de Portugal e dos portugueses".

José Ramos-Horta toma posse no dia 20 deste mês.

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Quinta-feira, 10 Maio 2007

Tradução da Margarida:

Relatos dos Media Nacionais


KOMEG, Horta está à frente em Dili
O secretário-Geral do KOMEG João Travolta disse ontem à noite que nos 113 Centros de Votação no Distrito de Dili, o candidato presidencial José Ramos Horta lidera a contagem com 26.223 votos. A contagem está a ser monitorizada pela Coligação para Monitorizar as Eleições Gerais (KOMEG).

KOMEG disse que o outro candidate Presidencial Francisco Guterres Lu-Olo tem 5.284 votos.

Travolta disse que até ontem à noite a KOMEG não tinha recebido resultados das outras 12 regiões em Timor-Leste. (DN, TP e STL)

Julio: as pessoas estão apáticas na segunda volta das eleições

O observador military e politico Júlio Thomas Pinto declarou que a participação na segunda volta das eleições presidenciais está a ser diferente da primeira. Disse que as pessoas estavam a mostrar menos entusiasmo nas Estações de Votação em Dili.

“De acordo com a minha observação as pessoas não estão a mostrar o mesmo entusiasmo e não sabemos as razões. Talvez seja porque os candidatos delas tenham sido derrotados na primeira volta e pensem que ambos os candidatos são similares,” disse o Sr Pinto. (DN)

GNR e PNTL fizeram segurança no Centro de Votação do Farol

Oficiais da GNR e da PNTL contribuiram ambos para fazer a segurança nos Centros de Votação em Dili para assegurar que as eleições corressem suavemente e que o processo eleitoral se desenrolasse.

A observação foi relatada pelo Diario Nacional depois de observar a votação num Centro de Votação no Farol, Dili. (DN)

Horta: “Aceitarei os resultados das eleições”

O candidate presidencial José Ramos Horta disse aos jornalistas quando estava no Centro de Votaçãoda Escola do Nobel da Paz em Dili que aceitará o resultado da eleição depois de todos os recursos serem decididos pelo Tribunal de Recursos.

Acrescentou que caso tenha ou não tenha sucesso trabalhará para assegurar que a nação seja estabilizada. (DN and TP)

Lu-Olo: pronto para aceitar os resultados das eleições

O candidate presidencial Francisco Guterres Lu-Olo disse depois de ter votado na Quarta-feira no Centro de Votação do Farol em Dili que está pronto para aceitar os resultados das eleições como parte do processo democrático.

Disse que gostaria de ganhar ou de perder com dignidade. (DN e TP)

Xanana: “todos devem aceitar os resultados da segunda volta das eleições”

O Presidente da República Xanana Gusmão disse que independentemente de quem ganhar as eleições presidenciais, o resultado deve ser aceite calmamente.

“Apelo a todos para serem calmos hoje (Quarta-feira) porque as pessoas têm a grande decisão de eleger o presidente da República. Independentemente de quem ganhar ou perder é o processo democrático,” disse Xanana. (DN)

Thomas Cabral: participação eleitoral na segunda volta das eleições

Numa conferência de imprensa realizada pelo STAE na Quarta-feira em Caicoli Dili, o director do STAE Thomas do Rosário Cabral disse que houve uma boa participação eleitoral nas eleições presidenciais.

Disse que a percentagem podia ser similar à percentagem da primeira volta que foi de 81.67% Disse que espera fazer um anúncio nos próximos dias. (DN)

Rui: As pessoas têm suficiente maturidade para aceitarem os resultados das eleições

Depois de votar no Centro de Votação no Farol na Quarta-feira o vice-Primeiro-Ministro e também ministro da Saúde Rui Maria de Araújo disse que o povo de Timor~-Leste tem maturidade suficiente para aceitar o resultado da segunda volta da eleição presidencial.

Revelou que tal maturidade ficou demonstrada na primeira volta das eleições presidenciais no mês passado. (TP e DN)


Relatos dos Media Internacionais


Apoio a Ramos-Horta não garante uma vitória, dizem observadores
Abdul Khalik, the Jakarta Post, Dili

Apesar de ter o apoio da maioria dos candidates da corrida presidencial de Timor-Leste, há observadores que ainda não estão convencidos que o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta ganhe a segunda volta contra Francisco Guterres `Olo' da Fretilin.

São cuidadosos ao sugerir que o apoio dos líderes de cinco dos seis partidos politicos que disputaram a primeira volta da votação se traduza em apoio dos seus membros, dada a forte influência tradicional da Fretilin ao nível das aldeias e os diferentes interesses dos líderes ao nível dos distritos.

Júlio Tomas Pinto, um perito politico e militar na Universidade da Paz em Dili, disse que se tudo correr conforme calculado Ramos-Horta ganhará a eleição porque tem o apoio massivo das elites políticas de Timor-Leste.

"Se basearmos os nossos calculus na primeira volta das eleições então os votos de Ramos-Horta mais os votos dos outros candidatos que o apoiam atingem mais de 50 por cento. Mas isto é política, não é matemática. Assim, fica para ver se os apoiantes a nível das bases seguirão os líderes " disse ao The Jakarta Post na Terça-feira.

Guterres e Ramos-Horta enfrentar-se-ão na segunda volta na Quarta-feira. Obtiveram mais de 29 por cento e 22 por cento na primeira volta em Abril, onde concorreram oito candidatos.

Em terceiro e quarto lugar ficaram Fernando de Araujo do Partido Democrático e Francisco Xavier do Amaral da ASDT com mais de 18 por cento e 12 por cento respectivamente, enquanto a única candadata mulher, Lúcia Maria Lobato do Partido Social Democrata (PSD), acabou em quinto, com perto de 10 por cento dos votos. Três outros candidatos -- Manuel Tilman, Avelino Maria Coelho da Silva e João Viegas Carrascalão – tiveram menos de 5 por cento dos votos.
Depois de pressões intensas, Ramos-Horta conseguiu assegurar o apoio de Lasama, do Amaral, Lúcia Lobato, Maria Coelho da Silva e João Viegas Carrascalão enquanto Manuel Tilman anunciou que apoiava Guterres.

Do Amaral e Carrascalão, que estiveram ambos presentes no evento de fim de campanha de Ramos-Horta em Dili no Domingo, anunciaram frente a milhares de pessoas o seu apoio a Ramos-Horta, enquanto outros enviaram os seus representantes para exprimirem o apoio ao primeiro-ministro.

"Devemos lembrarmos de duas coisas aqui em Timor-Leste. Uma é que a informação ao mais alto nível tem dificuldades em chegar ao nível das bases nas aldeias porque o país tem falta de media de informação, sendo a maior parte das informações passadas oralmente, o que abre a possibilidade de distorções. Em cidades grandes como Dili, as pessoas tomam conhecimento de novas informações com rapidez mas não ao nível das aldeias," disse Tomás Pinto.

O segundo factor que pode prejudicar a eficácia dos conselhos dos líderes nacionais aos seus apoiantes, acrescentou, é o facto de líderes políticos a nível do distrito poderem ter interesses diferentes.

"Em vários distritos e concelhos, várias personalidades da ASDT de Amaral e do Partido Democrata de Lasama, por exemplo, prometeram apoiar Guterres. Não se esqueçam ainda a possibilidade de muita gente ter perdido a motivação para votar dado que os seus candidatos não passaram à segunda volta," disse Tomás Pinto.

Um outro perito sobre Timor-Leste Nugroho Katjasungkana concordou com Tomás Pinto que a corrida estava ainda demasiado apertada para se decidir, dizendo que os aopoiantes podiam ser diferentes dos seus líderes.

"Uma outra questão que separa Amaral e Lasama dos seus apoiantes é o sentimento racial. Muita gente em Timor-Leste quer ter um Timorense nativo como presidente, e expressaram preocupações por Ramos-Horta ser apenas meio Timorense" disse ao Post.

Argumentou que a Fretilin ainda tem apoiantes tradicionais e militantes a nível das aldeias e dos distritos, especialmente em três grandes distritos no leste de Timor-Leste -- Baucau, Viqueque e Los Palos. Dez outros distritos estão localizados na parte oeste de Timor-Leste.

"Não se esqueçam que a maior parte dos burocratas e chefes de aldeias são apoiantes da Fretilin," disse.

Conquanto outros peritos sobre Timor-Leste concordem que sera uma corrida apertada, a maioria disse que Ramos-Horta ganhará as eleições, considerando a sua habilidade para atrair votos dos jovens e dos seguidores do Partido Democrata depois da sua ordem para pararem a perseguição ao líder amotinado major Alfredo Reinado, um símbolo de resistência dos jovens Timorenses, especialmente nos 10 distritos da parte oeste do país.

"A sua posição sobre Reinado e a habilidade para ganhar a confiança de Lasama e de Amaral podem ser as chaves para ganhar a presidência," disse um observador com base em Dili que pediu para não ser nomeado.

“Se perder, posso ajudar os que votarem em mim para aceitarem a vitória do nosso irmão Lu-Olo”

Revista de Imprensa: Público, Portugal

Numa entrevista dada ao Público (Lisboa) perguntaram ao Primeiro-Ministro Ramos-Horta como é que pôde aceitar Vicente da Conceição como elemento proeminente na sua campanha presidencial depois de ele ter admitido que aceitou armas para perseguir militantes da Fretilin. De acordo com José Ramos-Horta, Vicente Railos é visto por muitos como um “herói” porque teve a coragem para denunciar toda a história sórdida da distribuição de armas a civis. Em Julho do ano passado ele e os seus homens entregaram todas as armas. Tornou-se ele um criminoso, perguntou, acrescentando que os aspectos legais da questão não são para ele comentar.

Depois de lhe lembrarem uma declaração que fez há dois meses atrás que tinha chegado a altura para capturar Alfredo Reinado visto que não há ninguém acima da lei em Timor e de agora recentemente ter afirmado que as forças internacionais devem suspender as suas operações no país, perguntaram a José Ramos-Horta se o seu interesse de candidato devia prevalecer acima do interesse da justiça Timorense. Explicou que a única razão porque pediu a suspensão das operações era para facilitar o diálogo para o Alfredo Reinado se render. “É assim tão difícil entender a minha posição,” perguntou.

Perguntado para comentar sobre a gestão dos rendimentos do petróleo pelo seu predecessor, que ele próprio tem criticado e também para comentar os comentários feitos pelos seus adversários que afirmam que ele protege interesses estrangeiros, e que mudanças pretende introduzir em relação ao fundo do petróleo, disse, “Não tenho a intenção de fazer qualquer mudança”. “É patético que a administração prévia fale de ‘preservar o dinheiro’ di petróleo para as gerações futuras e que invista em participações do governo em Nova Iorque”. Sublinhou que Timor não pode esperar e que tem de investor agora para resolver os problemas prementes de hoje e preparar o futuro.

Perguntado para avaliar a sua actuação como Primeiro-Ministro, tomando em consideração três das situações cruciais relacionadas com a crise do ano passado e que ainda persistem, i.e. os peticionários, ameaças do major Reinado e os deslocados, Ramos-Horta disse que foi positiva dado que alcançou a reconciliação entre a polícia e as forças armadas para restaurar a confiança do povo.

Perguntado quais as três acções concretas que planeia desenvolver se for eleito Presidente, Ramos-Horta afirmou que quer reformar o sector da Defesa e da Segurança e modernizá-los e profissionalizá-los. Nomeará também um Alto Comissário contra a corrupção. Na sua agenda está ainda a criação de um grupo de trabalho contra a pobreza, em colaboração com o Parlamento, Governo e a sociedade civil.

Perguntado se tem a intenção de promover uma revisão da Constituição de modo a aumentar os poderes do presidente, Ramos-Horta disse que era uma possibilidade. Na sua opinião a corrente Constituição tira todos os poderes ao Presidente e que isso foi a raiz do conflito entre Alkatiri e Xanana Gusmão, disse. O modo como Alkatiri era capaz de governar sem impedimentos mas que isso criou uma briga entre ele e Xanana. Foi um erro negar um papel central a Xanana nos cinco primeiros anos, no fim de contas sem ele não teríamos alcançado a vitória em 1999, acrescentou.

Perguntado o que fará se ganhar as eleições presidenciais e a Fretilin as Parlamentares, José Ramos-Horta disse que como qualquer chefe de Estado trabalhará com qualquer Parlamento e Governo eleito. “Sei que a Fretilin fará o mesmo”, acrescentou. Caso perca as eleições, em primeiro lugar ajudará o Governo a chegar ao fim do mandato” e ajudará os que votarem nele “a aceitar a vitória do nosso irmão Lu-Olo.”

Xanana tem um ódio obsessivo contra a Fretilin
Revista de Imprensa: Público, Portugal

Comentando ao Público (Lisboa) sobre o facto de apenas um dos seis candidatos perdedores da primeira volta lhe ter dado apoio público, Lu-Olo diz que “o que temos visto é a expressão pública da vontade dos líderes e candidatos desses partidos”. Acreditou ter confiança que todos e cada um dos eleitores Timorenses votarão de acordo com a sua consciência. “Estou também confiante que a mensagem que transmiti às pessoas através dos meus compromissos eleitorais, durante a campanha e durante o debate televisivo representa a visão da maioria dos Timorenses.”

O Público lembrou-lhe que no último comício politico em Dili, o secretário-geral da Fretilin e antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri disse que Ramos-Horta era uma “pessoa que não tinha ideias próprias” acrecentando que “hoje diz uma coisa e amanhã outra” e perguntou a Lu-Olo então porque é que o convidaram para ser Primeiro-Ministro há menos de um ano. A nação estava em crise e à beira duma guerra civil se a Fretilin não concordasse com a exigência do Presidente Xanana de nomear Ramos-Horta como Primeiro-Ministro, disse Lu-Olo ao jornal. Ramos-Horta foi na altura o candidate escolhido para evitar um confronto com o presidente; na mesma altura alguma gente pensava que era a melhor maneira para resolver a crise. Contudo, acrescentou, “Agora podemos ver que esse não foi o caso”. “Ramos-Horta não resolveu nada.”

Comentando a afirmação do corrente Presidente Xanana Gusmão que se a Fretilin ganhar isso significa que as pessoas verão “Timor controlado por uma única família”, Lu-Olo negou que isso seja verdade e lembrou que o Presidente de Timor tem um “ódio obsessivo” contra a Fretilin e que os seus discursos difamatórios foram a causa principal da crise no ano passado.

Perguntado sobre as medidas concretas que tomará para resolver a crise do ano passado que nem Xanana Gusmão nem Alkatiri foram capazes de resolver, Lu-Olo disse que trabalhará para re-estabelecer a solidariedade e cooperação institucional e que Mari Alkatiri não teve a oportunidade para resolver a crise criada por outros, acrescentou que os adversários da Fretilin usaram a crise para remover Alkatiri do poder pensando que podiam resolver o problema.
Contudo isso não aconteceu porque nem Xanana nem Ramos-Horta foram capazes de resolver as causas de raiz – lei e ordem, segurança.

Perguntado se está a favor de uma revisão da Constituição para aumentar os poderes do Presidente, Lu-Olo disse que não pensa haver necessidade de mudar a Constituição. Acrescentou que não quer ter mais poderes; apenas quer ser um presidente que sabe como cooperar e resolver os desafios no futuro.

Respondendo à questão de no caso de ganhar as próximas eleições se vai convidar Mari Alkatiri a formar governo, Lu-Olo disse ao Público que Mari Alkatiri já anunciou publicamente que não tem a intenção de ser Primeiro-Ministro acrescentando que “ a Fretilin tem uma nova geração” que emergiu nos últimos cinco anos e está pronta para liderar.

Para acabar a entrevista, Lu-Olo disse que se perder estas eleições continuará a cumprir as suas funções de Presidente do Parlamento e de Presidente da Fretilin. “Obviamente trabalharei no duro para a Fretilin obter uma maioria absoluta nas eleições legislativas”.

Ramos-Horta projecta ser o novo presidente de Timor-Leste
The Jakarta Post
10 Maio 2007

DILI (AP): O vencedor do Nobel da Paz José Ramos-Horta está a ir para a vitória nas eleições presidenciais de Timor-Leste, de acordo com projecções nos media locais na Quinta-feira, quando os oficiais eleitorais se apressavam a contar os votos.

Esperam-se até Sexta-feira os resultados oficiais da segunda volta de Quarta-feira.

A votação foi pacífica, disse a comissão eleitoral, aumentando as esperanças de que a eleição possa ser um ponto de viragem para o país, que tem lutado contra a violência e a pobreza desde que se libertou de décadas de governação Indonésia em 1999.

Ramos-Horta, que é correntemente o primeiro-ministro da pequena nação, concorre contra o antigo combatente da resistência Francisco "Lu-Olo" Guterres nas eleições para o cargo largamente cerimonial, mas ainda influente.

O principal jornal de Timor-Leste, Suara Timor Lorosae, projectou que Ramos-Horta ganhará 75 por cento dos votos com base na sua própria contagem nas Estações de Votação.

Essas projecções misturadas com previsões de analistas de uma vitória sólida de solid Ramos-Horta na corrida, que se seguiu a uma primeira volta no mês passado que falharam em produzir um vencedor com maioria absoluta.

O novo presidente terá de sarar profundas divisões políticas e regionais no mais novo país da Ásia.

O ano passado, o país caiu na violência que matou dúzias de pessoas, tirou 155,000 outras das suas casas, e derrubou o governo.

"Se Ramos-Horta ganhar não será uma vitória sobre Lu-Olo mas uma vitória para a democracia e valores Timorenses," disse Maria Fernandes, uma professora de 46 anos. "Espero que Horta tenha a capacidade de abraçar todos os Timorenses."

Apesar de volumosos depósitos offshore de petróleo e de gás, perto de metade da força de trabalho de Timor-Leste está desempregada, cerca de 60 por cento das crianças com menos de 5 anos estão subnutridas e dezenas de milhares de deslocados no ano passado continuam em campos de tendas. (**)

Ramos Horta em frente para a presidência de Timor-Leste
Por Anne Barker
Última Actualização: Quinta-feira, Maio 10, 2007. 3:41pm (AEST)
ABC News Online

A comissão eleitoral de Timor-Leste confirmou que José Ramos Horta tomou a liderança na contagem das eleições presidenciais no país.

A Comissão Eleitoral diz que menos de metade dos votos foram contados na maioria dos 13 distritos de Timor-Leste.

Mas a contagem inicial coloca o Dr Ramos Horta claramente à frente. Outras fonts têm resultados similares.

A organização que representa 2,000 monitores independentes eleitorais dá ao Dr Ramos Horta 76 por cento dos votos nacionais e 24 por cento ao candidato da Fretilin Francisco Guterres, ou Lo-Olo.

Jornais em Dili e os próprios funcionários do gabinete do Primeiro-Ministro dizem que parece que Lo-Olo pode apenas ter vencido num dos 13 distritos de Timor-Leste com mais de um terço contados.
Mas levará mais um ou dois dias para haver resultados oficiais e o Dr Ramos Horta ainda não declarou vitória.

Queda de avião

Entretanto os chefes militares Australianos em Timor-Leste fizeram aterrar uma frota de aviões de vigilância não tripulados depois de um se ter despenhado sobre uma casa em Dili.

O avião de controlo remoto despenhou-se depois de levantar voo e mergulhou sob uma casa. No interior estava uma família de quarto pessoas mas ninguém ficou ferido e os estragos na casa são menores.

Uma equipa de investigação da Força Aérea Australiana voou para Timor-Leste para investigar o acidente.

Timor-Leste/Eleições: "Lu Olo" felicita Ramos-Horta, Alkatiri admite congresso

Díli, 11 Mai (Lusa) - Francisco Guterres "Lu Olo", o candidato derrotado da segunda volta das presidenciais timorenses, deu hoje os "parabéns" a José Ramos-Horta pela vitória.

À margem do discurso de derrota do candidato da Fretilin, na qual esteve ao lado de "Lu Olo", o secretário-geral do partido, Mari Allkatiri, admite a realização de um congresso extraordinário.

O congresso da Fretilin "pode acontecer antes ou depois das legislativas, mas não como resultado das eleições" presidenciais, explicou Mari Alkatiri.

Na sua intervenção, "Lu Olo" agradeceu ao partido, aos quadros e militantes, ao eleitorado e à família pelo apoio demonstrado nestas eleições.

Do próximo chefe de Estado, adiantou o presidente do Parlamento, "Lu Olo" espera "que seja como a Constituição pede o garante da independência e da unidade" do país.

Sobre a gestão governativa até às legislativas de 30 de Junho, "Lu Olo" explicou que "este Governo cai" e o Presidente da República Xanana Gusmão nomeia um novo Executivo.

O III Governo Constitucional de Timor-Leste terá um primeiro-ministro "saído do actual", defendeu Mari Alkatiri, sem explicar qual o nome preferido da Fretilin para assegurar a gestão nas cerca de oito semanas que antecedem as legislativas.

"Não vamos escolher alguém por dois meses", explicou.

Nem "Lu Olo" nem Mari Alkatiri quiseram revelar detalhes sobre a estratégia ou os nomes da Fretilin para as legislativas.

"Lu Olo" considerou, porém, que "a Fretilin continua a ser o maior partido timorense".

O presidente do Parlamento, que é também presidente da Fretilin, reconheceu que a sua vitória foi marcada no mapa: ganhou nos três distritos do Leste, Lautém, Baucau e Viqueque.

"Lu Olo" lançou um apelo à unidade e salientou que teve votos em todo o país.

PRM-Lusa/fim

Timor-Leste/Eleições: Resultados nacionais confirmam vitória de Ramos Horta

Díli, 11 Mai (Lusa) - José Ramos Horta venceu com quase 70 por cento dos votos as eleições para a Presidência de Timor-Leste, depois de apurados os resultados nos 13 distritos do país, disse hoje à Lusa fonte da Comissão Nacional de Eleições timorense.

Segundo a fonte, os resultados nacionais provisórios da segunda volta das eleições presidenciais timorenses atribuem a Ramos Horta 283.398 votos, equivalentes a 69,13 por cento dos 409.923 votos válidos registados no acto eleitoral.

O candidato da Fretilin, Francisco Guterres "Lu Olo", obteve 126.525 votos, equivalentes a 30,87 por cento, tendo alcançado vitória em apenas três dos 13 distritos do país: Baucau, Viqueque e Lautem.

PRM/JCS Lusa/Fim

Francisco Guterres felicita Ramos-Horta

TSF - 11 de Maio 07 - 10:05

Francisco Guterres, o candidato derrotado da segunda volta das presidenciais timorenses, felicitou Ramos-Horta pela vitória e garantiu que não vai contestar os resultados da votação. A Fretilin promete agora empenhar-se nas eleições legislativas de Junho.

Francisco Guterres "Lu Olo", o candidato derrotado da segunda volta das presidenciais timorenses, felicitou esta sexta-feira a vitória de Ramos-Horta, de quem espera empenho na união do país e no garante da independência e que seja o presidente de todos os timorenses.


«A escolha caiu na pessoa certa. José Ramos Horta é o melhor filho de Timor», disse "Lu Olo", numa conferência de imprensa na capital do país, onde aproveitou para agradecer ao partido o empenho durante o processo eleitoral.

O presidente do Parlamento adiantou que não vai contestar os resultados da segunda volta das eleições, até porque não era possível vencer a coligação de apoios a Ramos-Horta, que contou com os votos do novo partido de Xanana Gusmão e dos principais partido de oposição à Fretilin.

O independente Ramos Horta venceu com quase 70 por cento dos votos, depois de apurados os resultados nos 13 distritos do país, segundo a Comissão Nacional de Eleições timorense.

Francisco Guterres e o secretário-geral do Fretilin, Mari Alkatiri, frisaram que, apesar da derrota, a guerra não está perdida, pelo que o partido vai já começar a trabalhar para vencer nas eleições legislativas de 30 de Junho.

Durante o discurso de derrota, Mari Alkatiri admitiu ainda a realização de um congresso extraordinário, «mas não como resultado das eleições».

A posse de Ramos-Horta como presidente de Timor-Leste está marcada para 20 de Maio.

Entrevista:

http://tsf.sapo.pt/online/common/include/streaming_audio.asp?audio=/2007/05/noticias/10/r_horta.asx

Timor: A escolha lógica

Primeiro de Janeiro – 11 de Maio de 2007

António José da Silva

O triunfo de Ramos-Horta nas eleições presidenciais timorenses deverá atingir uma expressão significativa, o que, a acontecer, é muito importante para garantir o clima de estabilidade de que o país necessita. Como acontece em muitos países recém-chegados à democracia, uma vitória, à tangente, poderia provocar algumas tensões. Assim, estas eleições vieram confirmar que Timor entrou, definitivamente, no caminho da normalidade política.

Os dois candidatos tinham ambos um passado exemplar de resistência nacionalista: Francisco Guterres, a nível interno, na área da guerrilha, e Ramos-Horta, a nível externo, na defesa internacional da causa timorense. Pesem embora os seus mérito e a sua popularidade, que lhe permitiram mesmo ganhar a primeira volta, Francisco Guterres teria sempre, como presidente, horizontes bem mais limitados do que os de Ramos-Horta. Num tempo em que Timor ainda precisa, e muito, da solidariedade internacional, a eleição presidencial de uma figura galardoada com o Nobel da Paz e, por isso mesmo, com grande prestígio no mundo, foi, certamente a melhor das opções do povo timorense.

Com a derrota do seu candidato, a FRETILIN perde, definitivamente, o seu papel de partido dominante na vida política de Timor, um papel justificado pela auréola da sua luta pela independência do país. Essa auréola sofreu o primeiro e grande abalo, quando Xanana Gusmão decidiu abandonar o partido e fazer de Mari Alkatiri o seu adversário de estimação. Continuando embora a ter um lugar importante, a FRETILIN passou a ser, simplesmente, e desde então, um partido, entre outros, mas já não “o partido”, no sentido da sua de identificação com o país e o estado.

O novo presidente da República vai ter de enfrentar desafios muito difíceis na luta pelo desenvolvimento económico e social de Timor. Por nós, e aceitando que a resposta a esses desafios passa, necessariamente, pelo apoio internacional, acreditamos que a eleição de Ramos-Horta não podia ser mais lógica.

Novo Presidente falou à Renascença

Rádio Renascença – 11-05-2007 2:16


Com a eleição praticamente garantida, Ramos Horta revela que pretende ser um Presidente “pró-activo”, com voz na governação de Timor-Leste.

Em entrevista à Renascença, o Prémio Nobel da Paz e Primeiro-ministro cessante diz que, apesar dos limites na Constituição, pretende fazer-se ouvir, por exemplo, já no próximo Orçamento.


“Na fase de estudo e debate sobre o Orçamento eu tenho toda a intenção de mandar ao Governo, ao Parlamento, as minhas próprias recomendações sobre que orçamentos quero ver destinados aos pobres, às viúvas, aos veteranos, que dinheiros quero ver destinados aos jovens, aos estudantes, que tipo de programas para criar empregos, infra-estruturas etc... Portanto, vou ser pró-activo”, referiu.


Ramos Horta sustenta que não é preciso alterar a Constituição para ser um chefe de Estado empenhado nas questões de governação.


Por outro lado, garante que não vai apoiar a campanha de Xanana Gusmão nas eleições legislativas deste ano e que vai ser um Presidente imparcial, prometendo total a cooperação e apoio ao novo Governo.

O próximo Presidente de Timor-Leste já lançou pontes à oposição e adianta que tomou a iniciativa de visitar o anterior líder da Fretilin e antigo Primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e que falou pelo telefone com o antigo ministro do Interior, Rogério Lobato, entretanto preso.


Entrevista na íntegra (subdividida em 4 partes):


Ramos Horta promete ser Presidente "pró-activo":

http://www.rr.pt/PopUpMedia.Aspx?&FileTypeId=1&FileId=319274&contentid=206769

Não é preciso mudar Constituição, diz Ramos Horta:

http://www.rr.pt/PopUpMedia.Aspx?&FileTypeId=1&FileId=319275&contentid=206769

Ramos Horta promete apoio ao próximo Governo:

http://www.rr.pt/PopUpMedia.aspx?fileid=319276&filetypeid=1&zoneid=&page=1&contentid=206769


Ramos Horta e a visita a Mari Alkatiri:

http://www.rr.pt/PopUpMedia.aspxfileid=319277&filetypeid=1&zoneid=&page=1&contentid=206769

Timor-Leste: Fretilin perde corrida à presidência para Nobel da Paz

Público – 11.05.2007

Ramos-Horta vence em Timor

Fernando Sousa

Candidato da Fretilin promete acatar o veredicto das urnas, mas os analistas temem que os militantes do partido reajam de maneira diferente.

O primeiro-ministro José Ramos-Horta era ontem o virtual vencedor das presidenciais de quarta-feira em Timor-Leste, com quase três quartos dos votos, o que praticamente previa conquistar. Portugal antecipou-se ao anúncio oficial dos resultados desta segunda volta, previsto para hoje, felicitando o ganhador.

Contados cerca de 90 por cento dos boletins, o homem que durante anos foi o rosto da resistência timorense no exterior somava 73 por cento, de acordo com a porta-voz do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, Angelina Sarmento. O próprio contara vencer com 70 a 80 por cento dos votos.

Em declarações aos jornalistas menos de 30 minutos depois de os números terem sido divulgados, Horta assumiu a vitória: "Estou feliz com os resultados. Vou cumprir as minhas obrigações de acordo com a Constituição e ouvir os conselhos de toda a gente para que possa dar a Timor-Leste um futuro melhor", disse.

Quase ao mesmo tempo, o adversário, Francisco "Lu-Olo", apoiado pela Fretilin, admitiu a derrota. "Qualquer que seja o resultado para a Fretilin, estamos dispostos a aceitá-lo", declarou, citado pela Reuters. "Quero ganhar com dignidade ou perder com dignidade."


O partido no poder foi acusado de pressionar os eleitores, na sua maior parte analfabetos, numa campanha de porta-a-porta, e de ter usado o aparelho de Estado para alterar os resultados eleitorais a seu favor na primeira volta, lembrava ontem a AFP. Alguns observadores receiam por isso que a antiga guerrilha aceite mal o veredicto das urnas.

"Existem sinais contraditórios sobre se a Fretilin aceitará bem um fracasso. Penso que o farão a nível nacional, mas talvez não na rua ou noutras regiões como Ermera e Viqueque", disse Damien Kingsbury, um perito da Universidade de Deakin, Austrália, à agência francesa. As duas cidades são fortes bastiões do partido.

Questões prioritárias

José Ramos-Horta, que deverá tomar posse no dia 20, quando substituirá no cargo o carismático Xanana Gusmão, está optimista: "Vou trabalhar seriamente com todos os partidos para estabilizar o país e resolver algumas questões prioritárias", como os peticionários e a segurança, prometeu. Objectivo de fundo: "Trabalhar para os pobres e pelos pobres."

Todas as agências sublinhavam ontem a forma como a eleição decorreu, apesar de numerosas acusações de acções de intimidação e de manipulação, denunciadas por observadores estrangeiros. "Timor-Leste amadurece como democracia", louvou o representante das Nações Unidas, Atul Khare, após a primeira eleição do género desde a independência do país, em 2002,
Em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, saudou a mais que provável vitória de José Ramos-Horta, considerando-a, disse, "um bom sinal para a normalização da vida política" do país.

"Se a vitória se confirmar, teremos em Timor-Leste uma figura gozando de grande prestígio internacional no momento em que este país tem necessidade da comunidade internacional para reforçar o seu desenvolvimento democrático", acrescentou.

Ramos-Horta ganhou o Prémio Nobel da Paz de 1996, ex-aequo com o então bispo de Díli, Carlos Ximenes Belo.

Em Portugal

11.05.2007


Ana Gomes

A vitória de José Ramos-Horta "era o desfecho previsível" da actual crise, cuja resolução "passaria sempre por eleições presidenciais e legislativas", disse ao PÚBLICO a antiga embaixadora de Portugal na Indonésia, Ana Gomes. "Com todas a suas qualidades e defeitos", acrescentou, "Ramos-Horta é sem dúvida alguma aquele que tem mais capacidade de diálogo com todos."


Todos os dirigentes políticos do país devem agora "saber entender-se, na formação de um governo de unidade nacional, que inclua a própria Fretilin", defende a eurodeputada socialista.

Pedro Bacelar de Vasconcelos

"Foi uma vitória luminosa", com a qual os timorenses deram "mais uma extraordinária lição de fé na liberdade", considera o antigo conselheiro da ONU em Timor-Leste, Pedro Bacelar de Vasconcelos. "Afinal, a democracia não se inventou para os ricos. Esta crença comovente nas virtudes do voto exprime uma combinação prodigiosa de ingenuidade e sabedoria!. (...) Exemplo admirável este, que nos chega aqui, da mais remota e desprezada das antigas parcelas do Império", acrescentou.

Carlos Gaspar

O voto dos timorenses é a única maneira de ultrapassar, "sem violência", a crise em que o país está mergulhado, sustenta o especialista em política internacional Carlos Gaspar. "Se projectarmos os resultados da 1.ª volta das presidenciais para as legislativas próximas, a configuração que nos aparece é a de um sistema de três partidos [a Fretilin, o PD de "Lasama" e o CNRT de Xanana Gusmão] com votações entre os 20 e os 30 por cento", deixando de haver"um bloco hegemónico" como até agora, observa este antigo conselheiro presidencial para a questão de Timor.

Rui Marques

O dinamizador da aventura do Lusitânia Expresso, em 1992, Rui Marques, vê na escolha "uma nova janela de esperança". Lembrando que a democracia se faz "com os vencedores e os vencidos", o hoje alto-comissário para as Minorias diz que "importa agora aprender com os erros cometidos e dar a Timor a paz e o desenvolvimento que este país merece".

Alocução do Brigadeiro General Taur Matan Ruak

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
Quartel General das FALINTIL-FDTL
Gabinete do Comandante

Por ocasião da
Cerimónia de apresentação de cumprimentos de despedida ao
Presidente Kay Rala Xanana Gusmão, Comandante Supremo das Forças Armadas
11 de Maio de 2007

Excelências
Presidente da República, Kay Rala Xanana Gusmão
Presidente do Parlamento Nacional, Francisco Lu-Olo Guterres
Primeiro-ministro José Ramos-Horta
Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes
Senhoras e Senhores Deputados
Senhoras e Senhores Membros do Governo
Representante Especial do Secretário-Geral da ONU, Atul Khare
Membros do Corpo Diplomático
Representantes dos Partidos Políticos
Membros da Comunicação Social
Senhoras e Senhores,
Oficiais, Sargentos e Praças das F-FDTL

A todos os presentes, calorosas saudações de boas vindas em nome das Falintil-Força de Defesa de Timor-Leste!
Permitam-me que as minhas primeiras palavras sejam dirigidas ao Presidente Xanana Gusmão.
Maun Boot!

Dentro de dias fechamos um ciclo que ficará registado na nossa História. De certa forma, sinto que esse ciclo foi iniciado no dia 1 de Fevereiro de 2001, em Aileu, data da criação da nova força de defesa.

Nesse dia prestámos homenagem ao heroísmo das Falintil. Mas também sublinhamos, Maun Boot, a sua participação, testemunho directo e conhecimento do papel decisivo que as Falintil desempenharam na vitória do Povo de Timor-Leste. Nesse sentido, reafirmámos a nossa convicção de que o juramento de lealdade e dedicação aos valores de servir a Pátria e o Povo e de rejeitar o envolvimento na luta pela ambição de almejar o poder, seria integralmente respeitado se aquele que nos liderou em quase duas décadas de luta pela libertação, pudesse assumir um novo papel de liderança no Estado que começávamos a construir.

Foi com a mesma lealdade e espírito de sacrifício pessoal que o nosso Maun Boot aceitou ser o Chefe de Estado de Timor-Leste e o Comandante Supremo das Forças Armadas.

Em muitos sentidos, as F-FDTL são a nobre herança das valorosas Falintil. São a herança das experiências que vivemos, da observação e partilha do sofrimento do nosso Povo, mas também dos homens e das mulheres que integraram as nossas fileiras e nos souberam liderar.

Maun Boot, os anos da luta de libertação fizeram-nos olhá-lo como nosso mestre e nosso Pai porque nos ensinou a servir melhor o país e o próximo. O seu exemplo e liderança são a nossa herança - são uma herança do nosso país.

Para as F-FDTL constitui honra especial prestar-lhe homenagem ao terminar o mandato de Chefe de Estado.

As F-FDTL não são, contudo, exclusivamente uma herança das Falintil. Desde aquela data em 2001, a nossa instituição progrediu, percorreu diversas fases e, evoluiu no sentido de uma estrutura de força convencional.

Hoje, as F-FDTL são parte integrante e estruturante do Estado soberano de Timor-Leste.
E enquanto Estado de Direito em construção, Timor-Leste rege-se por uma lei fundamental – a Constituição. O seu artigo 146º consagra e define a nossa missão, responsabilidades e deveres: responsabilidade pela defesa militar da República Democrática de Timor-Leste, garante da independência nacional, a integridade territorial e a liberdade e segurança das populações contra qualquer agressão ou ameaça externa, natureza apartidária da instituição e obediência das F-FDTL aos órgãos de soberania do Estado.

É lugar-comum afirmar a neutralidade das forças armadas. Afirmo que não somos, ou seremos, neutros perante o nosso Povo e País, pois defendemos e defenderemos os princípios e valores que pautaram a nossa luta de libertação e estão consagrados na nossa Constituição.
Estados haverá que sobrevivem sem Forças Armadas mas Timor-Leste não é um desses Estados, nem o será.

Da mesma forma que formos merecedores do apoio do nosso Estado e da comunidade internacional durante o percurso evolutivo que vivemos enquanto instituição até ao presente, contamos com o apoio continuado e acrescido do Estado de Timor-Leste no futuro - a curto, médio e longo prazos.

Após dois anos de trabalho, concluímos o estudo "Força 2020" que delineia o programa de modernização das Forças Armadas e define os objectivos a atingir pelas Forças Armadas timorenses no ano 2020.

Tal como no passado, o que se exige hoje dos membros da Força de Defesa de Timor-Leste é a mesma disciplina e o sentido de missão que nos caracterizou no passado. Mas a estrutura e os objectivos são distintos. Estamos perante uma nova missão, de novas responsabilidades, que estou convicto saberemos cumprir e respeitar.

Saudamos hoje respeitosamente o novo Presidente eleito que tomará posse dentro de poucos dias.

Estamos confiantes, enquanto instituição e enquanto comando das forças armadas, que o novo Presidente da República, enquanto Chefe do nosso Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, assegurará que as F-FDTL sejam objecto de apoio acrescido e contínuo por parte de todo o Estado.

Em Junho de 2001, por ocasião da cerimónia de graduação de oficiais e sargentos da Força de Defesa De Timor-Leste afirmei: “ Todos nós enfrentamos hoje uma situação nova ao fazermos parte desta instituição. Contudo, os ensinamentos do passado não devem ser esquecidos. O que é que a guerrilha nos ensinou? Ensinou-nos o sentido de missão e a noção de responsabilidade que alicerçam uma disciplina interiormente assumida e que tornam possível o cumprimento das tarefas que nos são confiadas. A guerrilha ensinou-nos a olhar para dentro de nós próprios e a conhecer melhor as nossas limitações para as superar e as nossas capacidades para as colocarmos ao serviço da Pátria e do nosso Povo.”

Maun Boot, foi mestre destes ensinamentos. Estes ensinamentos impedem-nos de alguma vez esquecer a luta de libertação. E, igualmente importante, ensinam-nos a caminhar para o futuro.
Contamos consigo, a partir do dia 21 de Maio de 2007. Contamos com o seu empenho no reforço das forças armadas de Timor-Leste! Estamos convictos que o nosso irmão, o cidadão Xanana Gusmão, está inteiramente consciente de que a soberania e a independência são batalhas que se travam diariamente. Tal como no passado lutou por as conquistarmos, sabemos que o continuará a fazer no futuro para as preservamos.

Em nome das Falintil-Força de Defesa de Timor-Leste, desejo-lhe as maiores felicidades pessoais bem como a toda a família Gusmão.

Obrigada.

Mensagem do Presidente Lu Olo

Mauberes e Buiberes,

Eu quero dar os parabéns a José Ramos-Horta pela sua vitória nas eleições para Presidente da República Democrática de Timor-Leste, saudá-lo como Chefe de Estado eleito que irá iniciar a sua função, de acordo com a Constituição da RDTL, garantindo a Unidade e a Independência Nacionais.

Eu dou os meus parabéns e saúdo todo o eleitorado de Timor-Leste, que escolheu o seu novo Presidente da República, pela escolha acertada de um bom timorense e conhecido por todos, uma pessoa competente para se tornar Presidente de Timor-Leste. Por essa razão, ele irá cumprir o seu dever e obrigação como chefe de Estado de Timor-Leste.

Em nome do partido FRETILIN, passo também a mensagem do desejo do povo de todos os cidadãos poderem viver em paz e segurança, afastando-se da violência e de todos os tipos de crimes.

A aceitação dos resultados significa que respeitamos os princípios democráticos. Significa também que todos nós temos que apoiar-nos para melhorarmos as nossas vidas, a vida do povo, assegurar a paz e a estabilidade no nosso país.

Para finalizar, eu quero agradecer a todos os meus apoiantes, e à minha família, por todo o forte apoio que me têm dado. É uma grande honra para ter sido candidato Presidencial para uma grande instituição política que é a FRETILIN, uma instituição que sempre defendeu e continuará a defender a independência de Timor-Leste, a defesa da Constituição e os estado de direito democrático, um estado que progride através de cada um do seus órgãos de soberania e das suas leis.

Equipe de Comunicacao Social para Campanha 2007
DEPIM, FRETILIN

Timor-Leste: «Lu Olo» felicita Ramos-Horta

Francisco Guterres «Lu Olo», o candidato derrotado da segunda volta das presidenciais timorenses, deu hoje os parabéns a José Ramos-Horta pela vitória.

À margem do discurso de derrota do candidato da Fretilin, na qual esteve ao lado de «Lu Olo», o secretário-geral do partido, Mari Allkatiri, admite a realização de um congresso extraordinário.
O congresso da Fretilin «pode acontecer antes ou depois das legislativas, mas não como resultado das eleições» presidenciais, explicou Mari Alkatiri.

Na sua intervenção, «Lu Olo» agradeceu ao partido, aos quadros e militantes, ao eleitorado e à família pelo apoio demonstrado nestas eleições.

Do próximo chefe de Estado, adiantou o presidente do Parlamento, «Lu Olo» espera «que seja como a Constituição pede o garante da independência e da unidade» do país.

Sobre a gestão governativa até às legislativas de 30 de Junho, «Lu Olo» explicou que «este Governo cai» e o Presidente da República Xanana Gusmão nomeia um novo Executivo.
Diário Digital / Lusa

Ramos-Horta eleito em Timor-Leste

Timor-Leste. Novo Presidente deve chegar a 64% dos votos, ficando Lu-Olo com 36%

Diário de Notícias, 11/05/07
Armando Rafael

Presidente eleito de Timor-Leste, Ramos-Horta estendeu ontem a sua vitória à Fretilin, partido que tem governado o país desde a sua independência, em 2002, e que apoiou Francisco Guterres (Lu-Olo), o candidato derrotado nestas eleições.

Apesar dos resultados oficiais ainda não terem sido anunciados, o DN apurou que Ramos-Horta deverá ser o eleito com quase 64% dos votos, contra 36% de Lu-Olo. Co-fundador da Fretilin, formação que abandonou em 1988, passando a assumir-se como independente, o ainda primeiro-ministro em exercício prometeu vir a trabalhar com todos os partidos para estabilizar o país, contribuindo para a resolução dos problemas de segurança e desemprego.

O sucessor de Xanana Gusmão fez estas declarações à saída de uma reunião do Conselho de Estado, quando estavam contadas 90% das mesas de voto. Nessa altura, Ramos-Horta estava com 73% dos votos contra 27% de Lu-Olo, faltando ainda apurar os distritos do Leste.

Ramos-Horta vence em Timor

Público, 11.05.2007
Fernando Sousa

Candidato da Fretilin promete acatar o veredicto das urnas, mas os analistas temem que os militantes do partido reajam de maneira diferente

O primeiro-ministro José Ramos-Horta era ontem o virtual vencedor das presidenciais de quarta-feira em Timor-Leste, com quase três quartos dos votos, o que praticamente previa conquistar. Portugal antecipou-se ao anúncio oficial dos resultados desta segunda volta, previsto para hoje, felicitando o ganhador.

Contados cerca de 90 por cento dos boletins, o homem que durante anos foi o rosto da resistência timorense no exterior somava 73 por cento, de acordo com a porta-voz do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, Angelina Sarmento. O próprio contara vencer com 70 a 80 por cento dos votos.

Em declarações aos jornalistas menos de 30 minutos depois de os números terem sido divulgados, Horta assumiu a vitória: "Estou feliz com os resultados. Vou cumprir as minhas obrigações de acordo com a Constituição e ouvir os conselhos de toda a gente para que possa dar a Timor-Leste um futuro melhor", disse.

Quase ao mesmo tempo, o adversário, Francisco "Lu-Olo", apoiado pela Fretilin, admitiu a derrota. "Qualquer que seja o resultado para a Fretilin, estamos dispostos a aceitá-lo", declarou, citado pela Reuters. "Quero ganhar com dignidade ou perder com dignidade."

O partido no poder foi acusado de pressionar os eleitores, na sua maior parte analfabetos, numa campanha de porta-a-porta, e de ter usado o aparelho de Estado para alterar os resultados eleitorais a seu favor na primeira volta, lembrava ontem a AFP. Alguns observadores receiam por isso que a antiga guerrilha aceite mal o veredicto das urnas.

"Existem sinais contraditórios sobre se a Fretilin aceitará bem um fracasso. Penso que o farão a nível nacional, mas talvez não na rua ou noutras regiões como Ermera e Viqueque", disse Damien Kingsbury, um perito da Universidade de Deakin, Austrália, à agência francesa. As duas cidades são fortes bastiões do partido.

Questões prioritárias

José Ramos-Horta, que deverá tomar posse no dia 20, quando substituirá no cargo o carismático Xanana Gusmão, está optimista: "Vou trabalhar seriamente com todos os partidos para estabilizar o país e resolver algumas questões prioritárias", como os peticionários e a segurança, prometeu. Objectivo de fundo: "Trabalhar para os pobres e pelos pobres."

Todas as agências sublinhavam ontem a forma como a eleição decorreu, apesar de numerosas acusações de acções de intimidação e de manipulação, denunciadas por observadores estrangeiros. "Timor-Leste amadurece como democracia", louvou o representante das Nações Unidas, Atul Khare, após a primeira eleição do género desde a independência do país, em 2002,
Em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, saudou a mais que provável vitória de José Ramos-Horta, considerando-a, disse, "um bom sinal para a normalização da vida política" do país.

"Se a vitória se confirmar, teremos em Timor-Leste uma figura gozando de grande prestígio internacional no momento em que este país tem necessidade da comunidade internacional para reforçar o seu desenvolvimento democrático", acrescentou.

Ramos-Horta ganhou o Prémio Nobel da Paz de 1996, ex aequo com o então bispo de Díli, Carlos Ximenes Belo.

Timor: Ramos-Horta vence presidenciais

Correio da Manhã, 2007-05-11 - 00:00:00

Vou sarar feridas e unir o povo

José Ramos-Horta já fala como presidente de Timor-Leste. Ontem, menos de meia hora depois de a Comissão Nacional de Eleições ter anunciado os resultados provisórios das eleições de quarta-feira – que lhe dão uma maioria esmagadora – o candidato vencedor prometeu unir o povo, sarar as feridas dos conflitos recentes e trabalhar em favor dos pobres. É uma nova etapa para os timorenses, que vêem renascer a esperança no futuro.

“Vou honrar os compromissos assumidos, sarar as feridas e unir o povo”, assegurou o ex-primeiro-ministro timorense, salientando que se tratou de uma vitória da democracia. O candidato vencedor agradeceu ao povo, aos partidos políticos e ao seu eleitorado. Depois de prestar homenagem ao seu opositor, Francisco Guterres ’Lu Olo’, e à Fretilin pelo que considerou ser “uma campanha bem conduzida”, Ramos-Horta deixou a promessa de “trabalhar seriamente com todos os partidos para estabilizar o país e resolver algumas questões prioritárias”. Nestas incluiu a segurança e o trabalho em favor dos pobres.

Refira-se que quando estavam contados cerca de 90% dos votos Ramos-Horta somava 73%, contra somente 27% do adversário. O novo presidente deverá assumir funções no próximo dia 20.

A ONU congratulou-se com o facto de a votação ter decorrido sem incidentes violentos.

AMADO SAÚDA VENCEDOR

Reagindo aos resultados provisórios, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, saudou a previsível vitória de Ramos-Horta, que considerou “um bom sinal de normalização da vida política no país”.

Entretanto, o Tribunal de Recurso de Timor-Leste confirmou a pena de sete anos e meio aplicada ao ex-ministro do Interior Rogério Lobato por quatro crimes de homicídio. Frente à casa de Lobato (em prisão domiciliária) estava uma equipa do subagrupamento Bravo da GNR e a polícia da ONU.

José Ramos-Horta: "Não fui candidato de nenhum país"

Novo Presidente de Timor-Leste

Público, 10.05.2007 - 23h00
Adelino Gomes

Quer fazer uma Presidência dos pobres. Não fará campanha pelo CNRT de Xanana. A Fretilin ainda tem "um papel importantíssimo" no país. Timor-Leste não estaria livre "se não fosse a acção diplomática portuguesa". Tanto lhe podem chamar o candidato dos australianos como dos americanos ou até "de Sua Santidade o Papa". Ideias-fortes de uma entrevista de José Ramos-Horta, a quem só Lu-Olo não tinha ainda felicitado, ontem à tarde, pela vitória anunciada nas eleições presidenciais em Timor-Leste.

José Ramos-Horta nem hesita, quando lhe perguntamos se o podemos entrevistar já como Presidente eleito, ainda que não proclamado oficialmente, de Timor-Leste. A última vez que soube dos resultados levava um avanço de cerca de 40 por cento sobre o seu adversário. Só mesmo Lu-Olo "tem estado sem contacto telefónico". A meio da tarde de ontem (noite em Timor-Leste) as outras figuras importantes da Fretilin já todas o haviam felicitado ? incluindo Alkatiri, a cuja casa tomou a iniciativa de se deslocar.

PÚBLICO: Como está a celebrar, pessoalmente, esta vitória?

José Ramos-Horta: Não celebro por causa, obviamente, da situação humanitária de milhares de deslocados em Díli e noutros pontos do país. Quando há [por outro lado] alguns que se sentem "derrotados", não celebro. Celebrar a vitória nestas circunstância seria, talvez, achincalhar outros.

P: Já falou com os seus adversários?

R: Tomei a iniciativa de me deslocar a casa do dr. Maria Alkatiri. Trocámos um grande abraço. Ele estava bastante combalido, por causa do caso do ex-ministro Rogério Lobato, que tinha recolhido à prisão de Becora.

P: É quase inevitável atribuir-se significado político à escolha deste dia para anunciar a decisão?

R: Estava reunido com o Presidente Xanana e com os membros do Conselho de Estado quando recebi um SMS sobre a iminente ida de Rogério Lobato para a prisão. Fomos completamente apanhados de surpresa. E ficámos preocupados com o timing da decisão. Quer o Presidente quer eu fizemos telefonemas para saber o que se passava. A decisão estava completamente fora das nossas mãos. O Tribunal de Recurso confirmou a sentença e mandou a decisão para o Tribunal Distrital de Díli, que imediatamente a mandou executar. Falei com Rogério Lobato ao telefone. Obviamente, não posso interferir no poder judicial.

P: Da conversa com Mari Alkatiri ficou com a ideia de que a Fretilin vai aceitar a derrota?

R: Sim. Recebi abraços de parabéns de Mari Alkatiri de José Reis, secretário-geral- adjunto da Fretilin; recebi um SMS de Ana Pessoa, influente no partido; e um telefonema de felicitações do vice-primeiro-ministro, Estanislau da Silva, outro membro influente no partido.

P: Falta a reacção do seu adversário.

R: Ele tem estado sem contacto telefónico. Anteontem fiz esforços para o visitar antes da votação mas ele não estava disponível. Logo que ele esteja disponível, irei visitá-lo, seja no Parlamento Nacional, seja na sua residência.

P: O que representa ser Presidente da República de Timor-Leste, no plano pessoal e no plano político?

R: No plano pessoal preferia não ser Presidente. Mas tive muita manifestação de confiança, apoio e carinho da população. Foi sobretudo no interior remoto, onde os jornalistas não me acompanhavam, que eu vi o povo verdadeiro de Timor-Leste. Sinto-me não só honrado mas responsabilizado para que esta venha a ser verdadeiramente uma Presidência dos pobres, lhes traga uma vida melhor, e traga a paz e a harmonia a este país.

P: Que interpretação política faz do "score" eleitoral do candidato da Fretilin?

R: A Fretilin tomou uma decisão eleitoral errada. Não devia ter investido tanto no seu próprio Presidente, quando o mais importante seriam as legislativas. A Fretilin queria conquistar a Presidência, o Parlamento e o executivo para poder governar nos próximos cinco anos sem quaisquer empecilhos.

P: Vai fazer campanha, agora, por Xanana e pelo CNRT?

R: Não. Rigorosamente não. Seria eu trair a Constituição. Uma das minhas tarefas será provar à Fretilin que não sou adversário e muito menos inimigo. Que a Fretilin ainda tem um papel importantíssimo na estabilização e desenvolvimento deste país. E que em ninguém se esgotam as verdades e as virtudes.

P: Qual vai ser a sua primeira medida, enquanto Presidente?

R: Já no sábado [amanhã] presido a uma reunião do Conselho de Ministros. Na agenda está a questão dos deslocados. Na segunda-feira, tenho uma reunião com o comando todo das Forças de Defesa, para conversarmos como timorenses, amigos e irmãos sobre a questão dos peticionários e sobre a reforma das Forças Armadas.

P: Quais as suas ideias quanto à cooperação portuguesa nas áreas da Justiça e da Educação? São para continuar, para aprofundar ou para ir diminuindo?

R: Diminuir nunca, embora isso dependa do compromisso e das possibilidades de Portugal. Pelo menos manter ao nível actual é vital para nós. A cooperação portuguesa tem sido das melhores. Não me parece que haja muito para corrigir ou mudar.

P: Que mensagem dirigiria àqueles ? e são bastantes que nesse sentido se têm manifestado, em Portugal ? que acham que a vitória de José Ramos-Horta nas eleições presidenciais foi a vitória do candidato australiano?

R: A Austrália portou-se com extrema correcção em todo este processo. Nunca lhes ouvi uma única palavra de crítica aos portugueses. Só têm palavras de elogio às forças portuguesas, em particular à GNR, cujo profissionalismo e eficácia admiram muito. Eu não fui candidato de nenhum país. Podia-se dizer que sou candidatos dos americanos, até de Sua Santidade o Papa.

Todos os países livres com quem tenho óptimas relações aqui na região foram sempre muito prudentes. Amigos portugueses às vezes têm informações parciais sobre a Austrália. Cada um de nós faz as suas especulações. Não é nada estranho. Quando Mário Soares se candidatou pela primeira vez à Presidência era muito visto como o amigo americano. Enfim, eu sou amigo de Portugal. Se alguma virtude tenho é a da memória e a da gratidão. Timor-Leste não estaria livre hoje se não fosse a acção diplomática portuguesa. Qualquer político inteligente timorense terá que saber privilegiar as relações com Portugal para que, via Portugal, continuemos a ter relações privilegiadas com esse enorme bloco chamado diplomático, político e económico que é a União Europeia.

P: Já pensou em quem é que vão convidar para a tomada de posse, no dia 20?

R: Infelizmente não me parece realista convidar seja quem for em tão pouco espaço de tempo. Não sou um Bill Clinton ou uma Jennifer Lopez para as pessoas correrem a visitar-me. O Presidente indonésio, Yudhoyono, de quem sou muito amigo, deu indicações de que gostaria de vir, mas estão aqui mesmo ao pé. Nem sequer me atrevo a convidar Presidente Cavaco, de Portugal. Seria até indelicadeza da minha parte estar a convidar alguém de tão longe com apenas dois ou três dias de antecedência. Mas qualquer representação portuguesa nos honrará e será sempre bem-vinda.

Dos Leitores

Dear timoronline,

Gostaria que publicassem o meu comentario sobre o resultado das eleicoes Presidenciais.


O senhor Ramos Horta ganhou as eleicoes mas nao deixa de ser sempre um grande manipulador sem limites. E um sem escrupulos e sem qualquer tipo de moral. Um homem desesperado pelo poder e com tendencias de ser um 'Ditador' como disse o Dr. Alkatiri. Quem nao conhece o Ramos Horta que o compre. Um homem desses so serve para engraxar os sapatos porque e tambem um 'engraxador de primeira'. Ele e pior do que os cursados de 'supermi ' que chamam a todos de "colega". Nao tem memoria nenhuma porque nao se lembra de que os dignatarios internacionais se aproximaram dele para saber do caso de Timor nao para serem amigos dele. Mas ele indica a todos que todos os dignatatrios sao amigos dele. Esses nao ajudam Timor porque sentem pelo povo mas porque sao amigos do Ramos Horta. Que Presuncoso!

Oxala, ele cumpra todas as promessas que fez porque se nao, tera o mesmo destino que o Dr. Alkatiri.

Viva Timor Leste do Povo. Abaixo os Ramos cortados sem raizes.

Parabens Asuain Luolo, lutador pela Patria. Largues o Dr. alkatiri e teras a tua vez um dia. Acredite-me, porque o Ramos nao e nem sera melhor do que tu.

Olivio Martins

Dos Leitores

H Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Dos Leitores":

O COBRADOR DO FRAQUE…

"[...] casos como o do major Alfredo Reinado, dos peticionários e mudanças na área da Justiça "estão dentro das prioridades já que fazem parte do acordo assinado aquando da decisão de apoio ao primeiro-ministro".

"Ficou acordado na altura que Ramos-Horta, como chefe de Estado, iria promover o congelamento das acções militares para tentar capturar o major Alfredo Reinado, bem como fazer um esforço no sentido de melhorar e reorganizar a Justiça no Ministério Público e Tribunal de Recurso porque não funcionam bem."


Chegou a hora de pagar a factura... e Lasama não perdeu tempo.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Wednesday, 10 May 2007

National Media Reports

Preliminary results of run-off election: KOMEG, Horta is top rank in Dili
The secretary general of KOMEG João Travolta last night said that from 113 polling centers in the Dili District, the presidential candidate Jose Ramos Horta is leading the count with 26.223 votes. The counting is being monitored by the Coalition for Monitoring the General Election (KOMEG).

KOMEG said the other Presidential candidate Francisco Guterres Lu-Olo has 5.284 votes.

Travolta said that until last night KOMEG had not received results from the other 12 regions in Timor Leste. (DN, TP and STL)

Julio: People are apathy in the run-off election

The military and political observer Julio Thomas Pinto has stated that participation in the second round of the presidential election is different to the first round. He said that people were showing less enthusiasm at polling stations in Dili.

“According to my observation people are not showing the same enthusiasm and we are not sure why. Perhaps it because their their candidate had been defeated in the first round and they think that both candidates are similar,” said Mr Pinto. (DN)

GNR and PNTL provided security in Farol polling center

The United Nations GNR police officers and the PNTL have both contributed to the provision of security at polling centres in Dili to ensure that the election ran smoothy and that the electoral process was not impeded.

The observation was reported by Diario Nacional after observing voting at a polling centre in Farol, Dili. (DN)

Horta: “I will accept the result of election”
The presidential candidate Jose Ramos Horta told journalists yesterday while at the plling centre of Noble da Paz School in Dili that he will accept the result of the election after any challenges are heard through the Court of Appeal.

He added that whether he is successful or not he will work to ensure that the nation is stabalised. (DN and TP)

Lu-Olo: ready to accept the results of the election
The presidential candidate Francisco Guterres Lu-Olo said after voting on Wednesday at the polling centre in Farol in Dili that he is ready to accept the result of the election as part of the democratic process.

He said that he would like to win or lose with dignity. (DN and TP)

Xanana: “all people should receive the result of run-off presidential election
The President of the Republic Xanana Gusmão said that regardless of who wins the presidential election, it should be accepted calmly.

“I call for all people to be calm for today (Wednesday) because people have the great decision to elect the president of republic. Regardless of whoever wins or loses, it is the democratic process,” said Xanana. (DN)

Thomas Cabral: voters turnout in the runoff election
At a press conference held by STAE on Wednesday in Caicoli Dili, the director of STAE Thomas do Rosario Cabral said that there has been a good voter turnout for the presidential election.

He said the percentage could be similar with the percentage of the previous vote which was 81.67% He said he expected an announcement within the next few days. (DN)

Rui: People have adequate maturity accepting the result of election
After voting in Farol polling center on Wednesday the vice prime minister and also minister of health Rui Maria de Araujo said that the people of Timor Leste have a sufficient maturity to accept the result of the second round of the presidential election.

He revealed that such maturity had been shown in the first round of presidential election last month. (TP and DN)


International Media Reports


Support for Ramos-Horta no guarantee of a win, say observers
Abdul Khalik, the Jakarta Post, Dili

Despite having the support of most of the original candidates in the Timor Leste presidential race, observers is still unconvinced that Prime Minister Jose Ramos-Horta will win the run-off election against Fretilin's Francisco Guterres `Olo'.

They are cautious about suggesting that support from the leaders of five of the six political parties that contested the first round of voting will translate into support from their members, given Fretilin's strong traditional influence at the village level and the different interests of leaders at the district level.

Julio Tomas Pinto, a political and military expert at the Peace University in Dili, said that if everything went as calculated, Ramos-Horta would win the election because of the massive support base of the Timor Leste political elites.

"If we base our calculations on the first-round election then Ramos-Horta's total votes plus the votes of the other candidates who support him reach over 50 percent. But this is politics, not mathematics. So, it remains to be seen whether supporters at the grassroots levels follow their leaders" he told The Jakarta Post on Tuesday.

Guterres and Ramos-Horta will face each other in the Wednesday run-off election. They garnered more than 29 percent and 22 percent of the vote in April's first round election, which eight candidates contested.

In third and fourth place were the Democratic Party's Fernando de Araujo and STDL's Francisco Xavier do Amaral with more than 18 percent and 12 percent respectively, while the only woman candidate, Lucia Maria Lobato of the Socialist Democrat Party (PSD), finished fifth, with close to 10 percent of the vote. Three other candidates -- Manuel Tilman, Avelino Maria Coelho da Silva and Joao Viegas Carrascalao -- managed to get less than 5 percent of the vote.
After intensive lobbying, Ramos-Horta managed to secure support from Lasama, do Amaral, Lucia Lobato, Maria Coelho da Silva and Joao Viegas Carrascalao while Manuel Tilman announced that he was throwing his support behind Guterres.

Do Amaral and Carrascalão, who both attended Ramos-Horta's final campaign event in Dili on Sunday, announced in front of thousands of people their support for Ramos-Horta, while others sent their representatives to express their support for the prime minister.

"We should remember two things here in Timor Leste. One is that information at the highest level finds it difficult to reach the grassroots at the village levels because the country lacks information media, with most information passed on orally, opening the possibility of distortion. In big cities like Dili, people know new information quickly but not at the village level," Tomas Pinto said.

The second factor that could hinder the effectiveness of national leaders' advice to their followers, he added, was the fact that political leaders at the district level could have different interests.

"At several district and regencies, several figures from do Amaral's STDL and Lasama's Democrat Party, for instance, have vowed to support Guterres. Don't forget also the possibility that many people lost their motivation to vote as their candidates did not advance to the run off," Tomas Pinto said.

Another expert on Timor Leste Nugroho Katjasungkana agreed with Tomas Pinto that the race was still too close to decide, saying that followers could be different from their leaders.

"Another issue that separates do Amaral and Lasama from their supporters is racial sentiment. Many Timor Leste people want to have a native Timorese as their president, and have expressed their concern that Ramos-Horta is only half Timorese" he told the Post.

He argued that Fretilin still had traditional and militant supporters at the district and village levels, especially in three large districts in the western part of Timor Leste -- Baucau, Viqueque and Los Palos. Ten other districts are located in the eastern part of Timor Leste.

"Don't forget that most of the bureaucrats and village chiefs are Fretilin supporters," he said.

While several other experts on Timor Leste agreed that it would be a close race, most of them said that Ramos-Horta would win the election, considering his ability to attract young voters and the Democrat Party's followers following his order to stop the hunt for rebel leader Maj. Alfredo Reinado, a symbol of resistance of young Timorese, especially in 10 districts in the western part of the country.

"His position on Reinado and the ability to gain Lasama's and do Amaral's trust could be keys to winning the presidency," said a Dili-based observer, who asked not to be named.

“If I lose, I will help those who voted for me accept the victory of our brother Lu-Olo”
Press Review: Público, Portugal

In an interview given to Público (Lisbon) Prime Minister Ramos-Horta was asked how he could accept Vicente da Conceição as a prominent element in his presidential campaign after he admitted that he accepted arms to pursue Fretilin militants According to Jose Ramos-Horta, Vicente Railos is seen by many as a “hero” because he had the courage to denounce the whole sordid story of the distribution of arms to civilians. In July last year he and his men handed over all the arms in their. Has he become a criminal, he asked adding that the legal aspect of this issue is not for him to comment on.

After being reminded of a statement made two months ago that the time to capture Alfredo Reinado had come since no one could be above the law in Timor and now recently stating that the international forces should suspend their operations in the country, Jose Ramos-Horta was asked if his interests as a candidate could prevail over the interests of the Timorese justice. He explained that the only reason why he asked for the suspension of the operations was to facilitate the dialogue for Alfredo Reinado to hand himself in. “Is it so difficult to understand my position,” he asked.

Asked to comment on the managing of the oil revenue by his predecessor, which he himself has criticized and also on the comments made by his adversaries who claim he is protecting foreign interests, and what changes he intends on making regarding the oil fund, he said, “I do not intend on making any changes”. “It is pathetic for the previous administration to speak of ‘preserving the money’ from the oil for future generations and investing it in government bonds in New York”. He stressed that Timor could not wait and had to invest now to solve the pressing problems of today and prepare for the future.

Asked to assess his performance as Prime Minister, taking into account that three of the crucial situations related to last year’s crisis still persist, i.e. the ex-petitioners, threats from Major Reinado and displaced persons, Ramos-Horta said that it has been positive since he managed to achieve reconciliation between the police and the armed forces and to restore people’s trust.

Asked what three concrete actions he plans on carrying out if elected President, Ramos-Horta stated that he wants to reform the Defense and Security sector to modernize and professionalize them. He will also appoint a High Commissioner against corruption. On his agenda is also the creation of a task-force against poverty, in collaboration with the parliament, Government and civil society.

Asked if he intended to promote a revision of the Constitution in order to increase the powers of the president, Ramos-Horta said it was a possibility. In his view the current Constitution takes all power away from the President and this was the root of the conflict between Alkatiri and Xanana Gusmão, he said. This way Alkatiri was able to govern without impediments but this created a rift between him and Xanana. It was a mistake to deny Xanana a central role in the first five years, after all without him we would not have reached the 1999 victory, he added.

Asked what he will do if he wins the presidential elections and Fretilin wins the Parliamentary elections, Jose Ramos-Horta said that like any head of State he will work with any parliament and elected government. “I know Fretilin will do the same”, he added. If he should lose the elections, he will firstly “help the Government reach the end of its mandate” and help those that voted for him “accept the victory of our brother Lu-Olo.”

Xanana has an obsessive hatred towards Fretilin
Press Review: Público, Portugal

Commenting to Publico (Lisbon) on the fact that only one out of the six candidates eliminated in the first round gave him public support, Lu-Olo says that what “we have seen is the public expression of the will of the leaders and candidates of those parties”. He adds that he is confident that each and every Timorese will vote according to their conscience. “I am also confident that the message I passed on to the people through my electoral commitments, during the campaign and during the televised debate, represent the vision of the majority of Timorese.”

Público recalled that, at the last political rally in Dili, the secretary-general of Fretilin and former Prime Minister Mari Alkatiri said that Ramos-Horta was a “person that does not have his own thoughts” adding that “today he says one thing and the next day another” and asked Lu-Olo why was he then invited to be Prime Minister less than a year ago. The nation was in a crisis and on the verge of a civil war if Fretilin didn’t agree with the demands of President Xanana in electing Ramos-Horta as Prime Minister, Lu-Olo told the newspaper. Ramos-Horta was at the time the candidate chosen to try to avoid a confrontation with the president; at the same time some people thought it was the best way to solve the crisis. However, he added, “Now we can see that this was not the case”. “Ramos-Horta didn’t solve anything.”

Commenting on the statement made by current President Xanana Gusmão that if Fretilin wins this means that the people will see “Timor controlled by only one family”, Lu-Olo denied that this was true and reminded that the President of Timor has an “obsessive hatred” for Fretilin and his defamatory speeches were the main cause of the crisis last year.

Asked what concrete measures he would take to solve last year’s crisis which neither Xanana Gusmão nor Alkatiri has been able to, Lu-Olo said he would work to reestablish institutional solidarity and cooperation. Mari Alkatiri did not have the opportunity to solve the crisis created by others, he added. Fretilin’s adversaries used the crisis to remove Alkatiri from power thinking they could solve the problem.
However, that did not happen because neither Xanana nor Ramos-Horta was able to solve its root cause-- law and order, security.

Asked if he is in favor of a revision of the Constitution to increase the powers of the President, Lu-Olo said that he doesn’t think there is a need to change the Constitution. He added that he doesn’t want to have additional powers; he just wants to be a president that knows how to cooperate and solve the challenges ahead.

Responding to the question that should he win the upcoming elections would he invite Mari Alkatiri to form government, Lu-Olo told Publico that Mari Alkatiri has already publicly announced that he does not intend to be Prime Minister adding that “ Fretilin has a new generation” that has emerged in the last five years and is ready to lead.

To end off the interview, Lu-Olo said that if he loses these elections he will continue to discharge his duties as Speaker of Parliament and as President of Fretilin. “I will of course work hard for Fretilin to win an absolute majority in the legislative elections”.

Ramos-Horta projected to be East Timor's new president
The Jakarta Post
10 May 2007

DILI (AP): Nobel Peace Prize winner Jose Ramos-Horta was heading for victory in East Timor's presidential elections, according to projections in local media Thursday, as poll workers hurried to tally the ballots.

Official results from Wednesday's run-off vote were not expected until Friday.

Voting in the elections was peaceful, the poll commission said, raising hopes the ballot may prove to be a turning point for the country, which has struggled with violence and poverty since breaking free from decades of Indonesian rule in 1999.

Ramos-Horta, who is currently the prime minister of the tiny nation, was running against former resistance fighter Francisco "Lu-Olo" Guterres in the elections for the largely ceremonial, but still influential, position.

East Timor's leading newspaper, Suara Timor Lorosae, projected Ramos-Horta would gain 75 percent of the vote, based on its own count at polling stations.

Those projections meshed with predictions by analysts of a solid Ramos-Horta victory in the race, which followed a first round of voting last month that failed to produce an outright winner among eight candidates.

The new president will have to heal deep political and regional divisions in Asia's newest country.

Last year, the country descended into violence that killed dozens of people, drove 155,000 others from their homes, and toppled the government.

"If Ramos-Horta wins it will not be a victory over Lu-Olo but a victory for East Timorese democracy and values," said Maria Fernandes, a 46-year-old school teacher. "I hope Horta will be able to embrace all Timorese."

Despite sizable offshore oil and gas deposits, nearly half of East Timor's work force is unemployed, about 60 percent of children under 5 are malnourished, and tens of thousands of people displaced last year remain in tent camps. (**)

Ramos Horta in front for E Timor presidency
By Anne Barker
Last Update: Thursday, May 10, 2007. 3:41pm (AEST)
ABC News Online

East Timor's electoral commission has confirmed that Jose Ramos Horta has taken a clear lead in the country's presidential election count.

The Electoral Commission says less than half the vote has been counted in most of East Timor's 13 districts.

But early counting puts Dr Ramos Horta clearly in the lead. Other sources have similar results.

The organisation representing 2,000 independent election monitors gives Dr Ramos Horta 76 per cent of the national vote and 24 per cent for his Fretilin Party opponent Francisco Guterres, or Lo-Olo.

Newspapers in Dili and the Prime Minister's own staff say it appears Lo-Olo may have won only one of East Timor's 13 districts with more than a third of votes counted overall.
But official results could take another day or two and Dr Ramos Horta is yet to declare victory.

Plane crash

Meanwhile, Australian military chiefs in East Timor have grounded a fleet of unmanned surveillance planes after one crashed into a house in Dili.

The remote control aircraft crashed after take-off and ploughed into a house. A family of four was inside at the time but no one was injured and damage to the house was minor.

An Australian Air Force investigation team has flown to East Timor to investigate the accident.

Notícias - 10 de Maio 2007

Ramos Horta destacado na frente - CNE

Díli, 10 Mai (Lusa) - O candidato José Ramos Horta está destacado na frente quando estão apurados cerca de metade dos votos da segunda volta das presidenciais em Timor-Leste, revelou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) em conferência de imprensa.

Como exemplo, a CNE apontou o caso do distrito onde o actual primeiro-ministro Ramos Horta conseguiu 15.000 votos e Francisco Guterres "Lu Olo" 1.065.

Segundo a CNE estes dados surgem numa altura em que está feito cerca de 50 por cento do apuramento dos votos das eleições de quarta- feira e às 12:00 locais (04:00 em Lisboa).
PRM-Lusa/Fim


Timor-Leste/Eleições: Vantagem "muito grande" de Ramos Horta com 80 pc doapuramento - CNE (ACTUALIZADA)

Díli, 10 Mai (Lusa) - José Ramos Horta leva "uma vantagem muito grande" na segunda volta das eleições presidenciais timorenses quando estão apurados cerca de 80 por cento dos boletins de voto, declarou hoje a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"A contagem provisória dos distritos indica que o voto no candidato Ramos Horta é 50 até 80 por cento mais quando comparada com o voto no candidato 'Lu Olo'", declarou à Lusa a porta-voz da CNE, Maria Angelina Sarmento, na primeira conferência de imprensa de balanço das eleições de 09 de Maio.

Francisco Guterres "Lu Olo", presidente do Parlamento e candidato da Fretilin, venceu José Ramos Horta, primeiro-ministro e candidato independente, na primeira volta das eleições, realizada a 09 de Abril.

Em Díli, "em geral, o voto no candidato José Ramos Horta é maior do que a votação em 'Lu Olo'", acrescentou a porta-voz da CNE, que de momento ainda não dispõe dos números exactos apurados.

Maria Angelina Sarmento deu o exemplo do distrito de Aileu, onde o apuramento terminou, dando 15.919 votos a José Ramos-Horta e 1.065 a "Lu Olo".

"Não está em questão, provisoriamente", a vitória de José Ramos Horta no apuramento distrital, admitiu a porta-voz da CNE, "mas é preciso ver o apuramento nacional", ressalvou.
Às 12:00 de hoje (04:00 em Lisboa), estão contados os votos em 80 por cento das 705 estações de voto de todo o país.

"Dos 13 distritos onde se encontram membros da CNE, não foi reportada nenhuma irregularidade ou incidente que pudesse comprometer a votação", anunciou também Maria Angelina Sarmento, sobre as eleições que decorreram "com ordem e tranquilidade".
O primeiro apuramento dos resultados é feito em cada assembleia de voto, com o preenchimento de uma acta que depois é enviada, com as urnas e o material da votação, para cada um dos 13 distritos.

O apuramento nacional é feito na sede da CNE em Díli.

O novo Presidente da República tomará posse a 20 de Maio.
PRM/JCS-Lusa/fim

Público – 10.05.2007
Timorenses votaram em tranquilidade e em massa

Em contraste com o que aconteceu na primeira volta da eleição presidencial, em Timor-Leste, as urnas encerram quase todas à hora prevista, ontem, em Timor-Leste, onde se registou uma taxa de participação "ligeiramente inferior aos impressionantes 81,67 por cento" de há um mês, anunciou o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) local, num comunicado emitido três horas após o termo da votação.

Poucas horas depois do encerramento das urnas, a contagem decorria lenta, segundo o testemunho de uma repórter da televisão australiana, mas os primeiros indícios apontavam para a ausência dos incidentes que pontuaram a primeira volta.

"Em duas estações de voto vi os agentes das duas candidaturas sentados, de braço por cima do ombro um do outro. É um sinal muito positivo", disse Atul Khare, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, no final de um vista de helicóptero ao interior do país e ao enclave de Oécussi.

Nos quatro pontos onde se deslocou "confirmou a tranquilidade da votação e o equilíbrio de afluência em relação à primeira volta", escrevia a meio da tarde o correspondente da agência Lusa em Timor-Leste, Pedro Rosa Mendes.

"Foi um processo de sucesso a todos os níveis, especialmente se atendermos ao facto de ter sido o primeiro acto eleitoral organizado pelo Estado de Timor-Leste independente", informou o STAE, no comunicado emitido após o encerramento das urnas, agradecendo o apoio técnico e logístico recebido quer da ONU e da União Europeia, quer dos países doadores - Austrália, Irlanda, Portugal, Japão, Nova Zelândia e Estados Unidos.

O bispo de Baucau, Basílio do Nascimento, disse à TSF e à Lusa que tinha vontade de mandar os dois candidatos, Horta e Lu-Olo, a pé a Fátima, "com um feijão no sapato", para expiarem as palavras azedas da campanha. Considerou natural, porém, que os últimos cinco anos tenham sido vividos com "sobressaltos", esperando que a "construção vá sendo feita de uma forma mais rápida". Enquanto isto, num contacto telefónico feito a partir de Alas, no Sul do país, o deputado em fuga Leandro Isaac, apoiante do ex-major Reinado, revelava que conseguira votar "graças à pessoa de Ramos-Horta, no seguimento de um contacto a 18 de Abril". Isaac, que chamou "Prémio Nobel da Guerra" a Horta, quando as forças australianas cercaram Reinado, em Same, "já fala em "grande alegria pela vitória da pessoa" que escolheu, considerando que Ramos-Horta já é o "Presidente eleito"", relata a Lusa.

Os ensinamentos da primeira volta poderão acelerar a contagem e proclamação dos resultados.

Ontem, cerca das 18 horas de Lisboa, o blogue Timor On line anunciou que, "segundo contagens paralelas", Ramos-Horta vencera as eleições. O blogue, apoiante expresso da candidatura de Lu-Olo, não dá pormenores sobre as contagens.

Primeiro de Janeiro – 10 de Maio de 2007

“Terra livre, povo livre”
Timor mede escolha da população sobre sucessor de Xanana Gusmão na Presidência da
República

A votação para a segunda volta das presidenciais timorenses correu de forma tranquila em todo o país. A avaliação é do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral. Agora segue-se um longo processo de duplo apuramento de resultados.

O Monte Matebian é a morada das almas, na crença de muitos timorenses, mas para Guilherme Santos, antigo guerrilheiro, a manhã foi um ritual de fé de um dois homens vivos: «Lu Olo» ou Ramos-Horta, candidatos à segunda volta das presidenciais. O desejo de Guilherme Santos: “Terra livre, povo livre, boa saúde”; “não queremos mais nada” – explicou o agricultor de Quelicai, depois de votar na sua escolha para a sucessão de Xanana Gusmão no Palácio das Cinzas, a sede da Presidência em Díli. “Para a aldeia, cada um pensa por si”, acrescentou o agricultor.

Quelicai, distrito de Baucau, é uma aldeia encavalitada num dos contrafortes rochosos que o imponente Matebian (2373 metros de altitude) vira a Norte. A sua circunscrição tem 16 estações de voto, com 11,355 eleitores recenseados. Na primeira volta, a nove de Abril, votaram aqui 8,393 pessoas, o que equivale a uma participação de 73,9 por cento.

Atul Khare, representante especial do secretário-geral da ONU, iniciou em Quelicai uma visita a quatro pontos do interior do país e ao enclave de Oécussi, onde confirmou a tranquilidade da votação e o equilíbrio de afluência em relação à primeira volta [ver coluna]. Quelicai é feita de uma fina sobreposição de terraços para a cultura de arroz. Num dia de Sol, como o de ontem, no ar límpido da cordilheira, o verde do arroz fica quase agressivo.

Arroz de Felicidade insuficiente

Guilherme Santos e o grupo de amigos à sua volta e muitos timorenses em todo o país, esperam talvez que o sucessor de Xanana, o Presidente que veio da guerrilha, saiba do que eles, e a maioria dos timorenses, sobrevive: “Arroz, milho, cavalos, búfalos, cabrito”. Alguém que saiba, por exemplo, que a colheita de arroz de Felicidade, uma senhora vestida em cetim e panos tradicionais, acrescenta outras necessidades que a independência de Timor-Leste não trouxe a Quelicai durante o mandato de Xanana Gusmão. “Quero uma estrada para chegar a minha casa, quero uma escola quando os meus filhos tiverem idade e quero que o Estado pague a educação”, diz Felicidade em tétum com a ajuda de um intérprete espontâneo, João Xímenes, também agricultor.

Ninguém revela o sentido de voto. O voto individual é matéria secreta – e de riso generalizado. A seriedade é reservada para as boas notícias: “Não houve problemas durante a campanha. Foi uma campanha boa”. Alguns homens foram, domingo passado, ver o candidato Ramos-Horta à sede do distrito, tão perto a 27 quilómetros, tão longe a hora e meia de carro. “Quem ganha?

Isso é que nós não sabemos”. Mais gargalhadas. “Deus pode saber. Nós ainda não”. Entre o voto de ontem e o resultado que Deus sabe está um processo moroso de duplo apuramento, que o STAE e a Comissão Nacional de Eleições prometem ser mais eficaz do que na primeira volta.

Por enquanto, a votação em si e a operação logística correram bem, como Atul Khare, membro representante da OINU, pôde constatar em Quelicai e, depois, em Ossú de Cima (Viqueque), Gleno (Ermera), Maubara (Liquiçá) e Oécussi. Em Ossú de Cima, com mais de quatro horas ainda de votação até ao fecho das urnas, 70 por cento dos eleitores já tinham votado.

“Tudo correu bem”

Em Ossú de Cima, o suco (freguesia) de onde é natural o candidato da Fretilin, «Lu Olo», havia uma longa fila em redor do campo de futebol, serpenteando do mercado até ao Colégio Padre Manuel Dinis. “Só vai acabar lá para as cinco da tarde”, dizia, o administrador do subdistrito, Cândido Henriques da Silva. “Tudo correu bem, mesmo na primeira ronda não houve nada”, contou o administrador do subdistrito, Cândido Henriques da Silva, referindo que os incidentes de intimidação em Uatulare, na primeira volta, ele “nunca viu”.

«Lu Olo» ganhou em Ossú de Cima “com mais de cinco mil votos e 50 por cento”. Há onze estações de voto no subdistrito de Ossú. “Tenham cuidado”, repetiu o chefe da missão da ONU nos vários locais de votação que visitou durante o dia. “E não assinem a acta até tudo estar acabado”, insistiu Atul Khare, recordando um erro recorrente do escrutínio da primeira volta.

“Ok?” Em Macadiqui, a delegação da ONU foi recebida por militantes pró-Fretilin que apenas admitem receber José Ramos-Horta se ele for eleito Presidente e que acusaram as Forças de Estabilização Internacionais de distribuir um panfleto que dizia “Horta good, «Lu Olo» bad”.

Equilíbrio - Vizinhos influenciam

O resultado da segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste deve ser conhecido apenas sábado, mas, seja quem for o vencedor, a evolução futura do país está, sobretudo, nas mãos dos vizinhos Indonésia e Austrália. Com a Indonésia ainda a atravessar um período de transição entre a ditadura de Suharto e a consolidação da democracia sob a actual presidência, resta à Austrália um papel mais activo no acompanhamento da evolução da situação em Timor-Leste. Com interesses nas riquíssimas reservas de petróleo e gás natural do Mar de Timor, Camberra não deixa de continuar a jogar um papel determinante, influenciando decisivamente as opções que vierem a ser tomadas pelo futuro inquilino da Presidência da República.

Votação foi um sucesso e participação foi elevada

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de Timor-Leste afirmou ontem que a segunda volta das presidenciais timorenses foi um “sucesso”, prevendo uma taxa de participação “ligeiramente inferior aos impressionantes 81,67%” registados na primeira volta. Em comunicado, o STAE sublinha que quase todos os centros de votação do país encerraram à hora prevista, havendo apenas dúvidas sobre os locais mais remotos, embora não existam indicações de que algo tenho corrido mal. “Todos os 504 centros de votação e as 705 estações de voto, reportaram terem aberto a tempo e de forma eficiente. Os eleitores formavam filas ainda antes do amanhecer e todos os eleitores que estivam na fila para votar exerceram o dever cívico”, lê-se no documento.

“Operação logística de sucesso”

Em geral, considera o STAE, a segunda volta “foi uma operação logística de sucesso” demonstrando que a entidade e o governo timorense “são capazes de organizar uma tão complexa organização eleitoral”, “apesar das limitações de infra-estruturas de comunicação” do país.

O STAE agradeceu o apoio de todos os envolvidos, desde a CNE à Missão da ONU em Timor-Leste, bem como à União Europeia (UE) e aos países doadores – Austrália, Irlanda, Portugal, Japão, Nova Zelândia e Estados Unidos. “Foi um processo de sucesso a todos os níveis, especialmente se atendermos ao facto de ter sido o primeiro acto eleitoral organizado pelo Estado de Timor-Leste independente. Esta é também uma demonstração de vontade e preparação do nosso Estado soberano para os novos desafios que se atravessam no nosso, ainda tão curto, caminho de independência”, refere o STAE.


Timor-Leste: Tribunal de Recurso confirma sentença de Rogério Lobato

Díli, 10 Mai (Lusa) - O tribunal de recurso de Timor-Leste confirmou hoje a pena de 7 anos e meio aplicada ao ex-ministro do Interior Rogério Lobato por quatro crimes de homicídio, disse à lusa fonte judicial.

Em frente da casa de Rogério Lobato, que se encontra em prisão domiciliária está já uma equipa do sub-agrupamento Bravo da GNR e a polícia das Nações Unidas, desconhecendo-se o destino do ex-ministro.

JCS/PRM-Lusa/Fim

EFE – 10.5.2007 - 04:04

Avião de espionagem australiano cai na capital do Timor-Leste

Sydney - O Governo do Timor-Leste não deu importância à queda de um avião de espionagem australiano sobre uma casa desocupada de Díli na semana passada.

O primeiro-ministro interino do país e prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta, disse hoje à imprensa na capital timorense que o acidente foi "algo muito normal, nada espetacular", segundo a agência de notícias australiana "AAP".

"Faz parte do acordo. Pedimos ajuda à ONU, Austrália e Nova Zelândia, para que nos proporcionassem segurança, e para isso devem usar algumas vezes certos equipamentos de vigilância aérea", explicou o governante.

As autoridades da Indonésia, que ocupa a parte leste da ilha, ainda não reagiram à notícia.
A Comissão Eleitoral Nacional informou hoje que, com mais de metade das urnas apuradas, José Ramos Horta tem 70% dos votos válidos no segundo turno das eleições presidenciais.

Notícias Lusófonas 10-05.2007
Vitória de Ramos-Horta é início da mudança, diz Xavier do Amaral

A vitória de Ramos-Horta nas presidenciais timorenses "é o início da mudança" porque o povo "não quer morrer pela segunda vez" com as políticas da Fretilin, afirmou hoje o primeiro Presidente de Timor-Leste, Francisco Xavier do Amaral.


"Esta derrota do candidato da Fretilin é o início da mudança do panorama político de Timor-Leste porque o povo não quer morrer pela segunda vez com as políticas da actual Fretilin que andou a comprar e a distribuir armas para matar os seus adversários, logo os timorenses", afirmou Xavier do Amaral.

Xavier do Amaral, que chefiou o Estado timorense de 28 de Novembro a 07 de Dezembro de 1975, apenas nove dias de mandato interrompidos pela invasão indonésia, questionou ainda: "se Mari Alkatiri não sabia da distribuição de armas quem mais saberia?".

O ex-chefe de Estado disse "não recear afirmar que os crimes cometidos pela Fretlin são lesa-Pátria que mereciam a forca no Cristo-Rei", um monumento na periferia leste da capital, junto ao mar, edificado ainda no tempo da administração indonésia.

"As opiniões têm de ser reveladas para que o povo saiba quem são estes senhores, estes bandidos" acrescentou Xavier do Amaral, um dos seis derrotados da primeira volta das presidenciais que também apoiou Ramos-Horta, candidato independente.

"Ele merece ganhar. É uma vitória mais do que merecida para um fundador da Associação Social-Democrata Timorense que daria origem à Fretilin", afirmou, ao manifestar-se disponível para trabalhar com o chefe de Estado eleito caso este entenda que a sua colaboração é útil e sempre com o "objectivo de trabalhar para o país".

De acordo com os resultados ainda provisórios já apurados e correspondentes a 90 por cento das 705 mesas, Ramos-Horta lidera a corrida presidencial com 73 por cento dos votos, contra 27 por cento de Francisco Guterres "Lu Olo", o candidato da Fretilin.

Notícias Lusófonas 10-05.2007
«Lasama» disponível (pois claro!) para ajudar a resolver problemas

O ex-candidato presidencial Fernando "Lasama" de Araújo disse hoje "estar pronto" para trabalhar com Ramos-Horta, a quem deu o seu apoio, na busca de soluções para os problemas que Timor-Leste enfrenta.

"Eu e o Partido Democrático estamos prontos para começar a trabalhar com Ramos-Horta na busca de soluções para os problemas que a Nação está a enfrentar", disse Fernando "Lasama", sublinhando que casos como o do major Alfredo Reinado, dos peticionários e mudanças na área da Justiça "estão dentro das prioridades já que fazem parte do acordo assinado aquando da decisão de apoio ao primeiro-ministro".

"Ficou acordado na altura que Ramos-Horta, como chefe de Estado, iria promover o congelamento das acções militares para tentar capturar o major Alfredo Reinado, bem como fazer um esforço no sentido de melhorar e reorganizar a Justiça no Ministério Público e Tribunal de Recurso porque não funcionam bem", afirmou, escusando-se, no entanto, a citar exemplos concretos.

"Há elementos que não contribuem para implementar a Justiça neste país, mas não posso citar nomes por agora", disse, salientando que "Ramos-Horta tem a mesma ideia", razão pela qual aceitou apoiá-lo. Hoje mesmo o primeiro-ministro voltou a declarar que a operação de captura de Alfredo Reinado foi interrompida e que "não há nenhuma actividade desde há duas semanas".
Pouco depois, em conferência de imprensa no quartel-general das Forças de Estabilização Internacional (ISF), o brigadeiro-general Mal Rerden insistiu que não houve nenhuma ordem para interromper a operação contra Alfredo Reinado.

"Qualquer decisão sobre Alfredo Reinado compete a Timor-Leste e as ISF não receberam nenhuma carta formal pedindo a interrupção da sua busca. As nossas operações continuam", declarou o comandante das tropas australianas e neozelandesas que integram as ISF.

Fernando "Lasama" disse à Lusa acreditar que os problemas que Ramos-Horta tem pela frente podem ser "solucionados em dois ou três meses" e manifestou-se satisfeito pela vitória, ainda que seja apenas com base em resultados provisórios, do candidato independente que derrotou Francisco Guterres "Lu Olo", apoiado pela Fretilin.

De acordo com os resultados ainda provisórios já apurados e correspondentes a 90 por cento das 705 mesas, Ramos-Horta lidera a corrida presidencial com 73 por cento dos votos, contra 27 por cento de Francisco Guterres "Lu Olo".

Notícias Lusófonas 10-05.2007
Timor Lorosae
Observadores da CPLP consideram votação livre e genuína

A missão de observação eleitoral da CPLP à segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste considerou hoje, numa "declaração preliminar", que a votação decorreu "em condições de livre expressão do voto universal".

No documento, enviado à Imprensa, os 12 observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) salientam que, numa primeira avaliação do acto eleitoral de quarta-feira, a votação para a escolha de um sucessor de Xanana Gusmão constituiu "um reflexo genuíno da vontade do povo timorense".

"A missão assinala, com agrado, a forma cívica e ordeira como decorreu a campanha eleitoral que antecedeu a votação, que constitui um claro sinal de maturidade e consolidação dos valores democráticos", refere-se no comunicado.

Os observadores de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe destacaram também a melhoria verificada nos procedimentos de votação e contagem dos votos, em comparação com os problemas registados na primeira volta, a 09 de Abril último.

Felicitando o Estado timorense pela organização das eleições, os observadores da CPLP apelam aos candidatos José Ramos-Horta e Francisco "Lu Olo" Guterres, os dois que disputaram a segunda volta, para que "reconheçam as bases de crescimento de uma sociedade democrática, plural e inclusiva".

Nesse sentido, exortam também os dois candidatos a contribuir "activamente" para a estabilidade e progresso em Timor-Leste e expressam "admiração" pela elevada participação no escrutínio e civismo demonstrados no processo eleitoral.

A missão, que chegou a Timor-Leste a 06 deste mês e que abandona o país sexta-feira, lembra que desenvolveu a sua acção nos distritos de Díli, Baucau, Liquiçá, Ermera e Manatuto, tendo sido verificado o decurso do processo em 77 secções de voto.

"A Missão concentrou os seus esforços, uma vez mais, na observação do acto eleitoral e na sua conformidade com os quadros legal e de procedimento definidos pelas autoridades constitucionais, e continua a acompanhar com interesse os termos do processo ainda em curso", lê-se no documento.

Relembrando os "três pilares" que norteiam a CPLP - promoção da Língua Portuguesa, concertação político-diplomática e cooperação entre os seus Estados-membros -, a missão lusófona expressa ainda a solidariedade ao povo de Timor-Leste e o seu inequívoco apoio ao processo de consolidação democrática no país.

Segundo os últimos dados oficiais da votação divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) timorense, contados que estão 90 por cento dos votos, o candidato independente José Ramos-Horta tem 73 por cento dos votos.

Numa declaração lida há momentos em Díli, a porta-voz da CNE, Maria Ermelinda Sarmento, referiu que o candidato da Fretilin, Francisco Guterres "Lu Olo", obteve até agora 27 por cento dos votos expressos nas eleições de quarta-feira.

Notícias Lusófonas 10-05.2007
Amado saúda eleição Ramos Horta e vê sinal de normalização

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, saudou hoje a previsível vitória de José Ramos- Horta nas presidenciais de Timor-Leste, que considerou "um bom sinal de normalização da vida política no país".

"Merece-me um comentário muito positivo. A confirmar-se a vitória [de Ramos-Horta] teremos uma figura de prestígio internacional, num momento em Timor-Leste precisa da comunidade internacional para afirmar o seu desenvolvimento democrático", disse Luís Amado à imprensa.

"A campanha eleitoral decorreu normalmente [e a vitória de Ramos-Horta] é um bom sinal de normalização da vida política em Timor- Leste", acrescentou o ministro, que falava aos jornalistas à saída de uma reunião com a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.

Segundo os últimos dados divulgados pela Comissão Nacional de eleições timorense, José Ramos-Horta foi o candidato mais votado na segunda volta das presidenciais, com 73 por cento dos votos, quando estão contados 90 por cento do total de votos expressos.
O candidato da Fretilin Francisco Guterres "Lu Olo" obteve até agora 27 por cento dos votos expressos nas eleições de quarta-feira.

Notícias Lusófonas 10-05.2007
Ramos Horta é «excelente escolha», diz Freitas do Amaral

José Ramos-Horta é uma "excelente escolha" para a presidência de Timor-Leste e a sua eleição pode representar "um virar de página" no processo de estabilização política do país, afirmou hoje Diogo Freitas do Amaral.

"É uma excelente escolha [Ó] Uma personalidade política e um resistente que dedicou toda a sua vida à causa da independência de Timor-Leste. É sem dúvida, um dos timorenses mais preparados para a presidência" do país, declarou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros português aos jornalistas.

Freitas do Amaral acrescentou já ter tido ocasião "de lhe mandar uma mensagem por e-mail de congratulações" pela sua previsível eleição e aludiu à "amizade pessoal" que mantém com o dirigente timorense e que se aprofundou no contacto diário que mantiveram durante a crise timorense do Verão de 2006.

O ex-ministro português manifestou ainda "grande esperança" de que a eleição de Ramos-Horta "represente um virar de página" no processo de estabilização política do país.

Segundo os últimos dados divulgados pela Comissão Nacional de eleições timorense, José Ramos-Horta foi o candidato mais votado na segunda volta das presidenciais, com 73 por cento dos votos, quando estão contados 90 por cento do total de votos expressos.

O candidato da Fretilin Francisco Guterres "Lu Olo" obteve até agora 27 por cento dos votos expressos nas eleições de quarta-feira.

Diogo Freitas do Amaral fez aquelas declarações à saída de uma audiência com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que convidou hoje formalmente para a cerimónia de apresentação das novas sete maravilhas do mundo, marcada para 07 de Julho em Lisboa.

A propósito de notícias recentes sobre a eventualidade de a cerimónia poder ser um alvo potencial para atentados terroristas, Freitas do Amaral disse não estar preocupado e assegurou "não haver qualquer informação" nesse sentido ou capaz de suscitar preocupação.

Notícias Lusófonas 10-05.2007
Posse do presidente dia 20 e governo gestão até às eleições

Se o apuramento nacional confirmar a contagem distrital, José Ramos-Horta tomará posse a 20 de Maio como sucessor de Xanana Gusmão na chefia do Estado e Timor-Leste poderá ter um governo de gestão até às legislativas.

"Numa leitura restritiva da Constituição, o primeiro-ministro teria que resignar", afirmou José Ramos- Horta à Lusa no final do seu último comício de campanha.

"Eu resignando, o Governo cai e o novo Presidente da República tem que formar um governo de gestão", explicou o primeiro-ministro, que suspendeu o mandato para concorrer às eleições presidenciais.

"Provavelmente, será a melhor alternativa", acrescentou José Ramos-Horta.

Não é a única, porém, como o próprio José Ramos- Horta frisou ao recordar à Lusa no dia das eleições, em Baucau, que tem dois vice-primeiro-ministros: Estanislau da Silva, ministro da Agricultura, e Rui Araújo.

Ainda antes da segunda volta das eleições presidenciais, José Ramos-Horta teve vários encontros com líderes da Fretilin, o partido com maioria no Parlamento, e titulares do actual Executivo, como Ana Pessoa, ministra da Administração Estatal, e Rui Araújo, ministro da Saúde, adiantou na altura o candidato independente.

O tema foi também abordado hoje na reunião do Conselho de Estado, que se realizou à hora a que a Comissão Nacional de Eleições divulgava uma actualização de contagem que consolida a vitória, ainda não oficial, de José Ramos-Horta.

O sucessor de Xanana Gusmão no Palácio das Cinzas toma posse a 20 de Maio, o que, como lembrava José Ramos- Horta no comício de dia 06 de Maio, deixa apenas uma semana para o vencedor das presidenciais se preparar para ocupar o cargo.

Ainda antes do anúncio do resultado final validado das presidenciais está em andamento o calendário para as legislativas de 30 de Junho.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) repetiu hoje o apelo aos partidos políticos para que apresentem as candidaturas às eleições legislativas.

"Uma vez mais, a CNE está preocupada com a situação, porque faltam apenas dois dias para o final do prazo de apresentação pelos partidos de coligações às legislativas", afirmou a porta-voz Maria Angelina Sarmento.

"A CNE tem apenas dez dias para verificar todas as listas de candidatos", recordou a comissária.

Até 31 de Maio, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral determina "o número e o local de funcionamento dos centros de votação e estações de voto e promove a divulgação", segundo o calendário de operações das legislativas.

A campanha eleitoral é de 30 dias. Tem início a 29 de Maio e termina a 27 de Junho, dois antes do dia da eleição.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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