segunda-feira, junho 12, 2006

for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA)- 10 Jun 2006

Timor-Leste: Population Displacement OCHA Situation Report No. 7
Ref: OCHA/GVA - 2006/0106

OCHA Situation Report No. 7 Timor-Leste - Population Displacement

This report is based on information received from the United Nations Office in Timor-Leste (UNOTIL), UN Agencies and OCHA staff in Dili and media sources.

SITUATION

1. The overall security situation in Timor-Leste and Dili appears to be improving slowly. UNOTIL reports that law and order incidents in the Dili suburbs have reduced considerably.

2. International Armed Forces are maintaining a robust response to incidents in the capital. Check points have been established by the Joint Task Force (JTF) and Australian Police at various points throughout the city and the JTF conducts foot patrols on main streets.

3. Although electricity and water services are usually available, rubbish collection and water mains repairs remain unattended. Shops are beginning to open 'cautiously'. Traffic signs and laws are largely ignored.

4. Rumours continue to circulate in Dili of large numbers of people moving from the Baucau area and the Eastern Regions to demonstrate in Dili.

5. The number of international police in Timor-Leste is expected to increase to some 500 officers in approximately three weeks time. Another contingent of Australian Federal Police officers will bring their total number to 200. 250 Malaysian police officers and a small New Zealand police contingent are due to arrive next week.

6. According to data drawn from inter-agency assessments conducted between 29 May and 1 June, and compiled by IOM, 71,300 IDPs are living at 65 locations in Dili.

7. At least 60 further IDP camps are scattered throughout the country, particularly in the districts of Liquiça, Ermera, Aileu, Oecussi, Baucau, as well as in the sub-district of Atauro. Up-to-date figures are not currently available and OCHA is planning to coordinate an inter-agency assessment to the regions.

8. WHO is working with the Ministry of Health to improve the monitoring of health care services for IDPs. The Ministry will now receive weekly reports from all health care providers. Preliminary data gathered between 2 and 6 June by Cuban doctors working at a number of camps shows a high rate of upper respiratory infections (62%), as well as skin infections (12%) and acute diarrhoea (7%).

9. The Humanitarian Action Group, including UN agencies and national and international NGOs, continues to meet every other day under the chairmanship of the Ministry of Labour, Social Welfare and Reintegration.

ASSISTANCE REQUIRED

10. Priority areas determined by the Humanitarian Action Group as a result of ongoing assessments are: protection, food, water and sanitation, shelter and health. UN agencies have compiled a Flash Appeal, which has now been forwarded to Headquarters for final comments. The Appeal is expected to be launched by the ERC on 12 June
in New York.

RESPONSE

11. 109 MT of food (59 MT of rice, 40 MT of emergency food rations, 8 MT of oil and 2 MT of sugar) was distributed to IDP camps in Dili by the Ministry of Labour, Social Welfare and Reintegration and WFP on 8 June. Transport was provided by Plan International, CARE, WVI and IOM.

12. Oxfam delivered 151,000 litres of water to 19 IDP camps in Dili on 8 June. The NGO also delivered jerry cans (provided by AusAID), soap (provided by the Ministry of Labour, Social Welfare and Reintegration) and mosquito nets (provided by CRS/TAIS) to 806 families at Motael church.

13. UNICEF will begin measles vaccination, vitamin A supplementation and nutritional assessments in IDP camps on 12 June. The campaign will be conducted in conjunction with the Ministry of Health, international and national agencies.

14. UNICEF arranged garbage collection at seven camps and septic tank cleaning at two camps in Dili on 8 June. UNICEF and Concern provided 680 families with Water and Environmental Sanitation (WES) kits on the same day.

15. UNICEF is planning to begin classes at one of Diliâ's largest camps, Don Bosco in Comoro, home to more than 13,000 IDPs. Supplies including exercise books, pencils, pens and erasers have already been provided. UNICEF is also preparing a rapid educational assessment to survey schooling requirements in IDP camps.

16. The Working Group on Child Protection has started conducting orientation sessions for Child Protection focal points in 12 major IDP camps. Focal points are being trained to identify unaccompanied or separated children. The Working Group, which includes ICRC, PLAN International and UNICEF, will be able to conduct further
registration and attempts to trace children and their families based on this initial information. Plans for psycho-social support and safe space for children in camps are underway.

17. UNFPA is working with Health Alliance International, the East Timor Medical Association, the Ministry of Health and Dili District Health Services to establish maternity
services at IDP camps in Dili. A team of medical practitioners has been visiting camps since 6 June providing antenatal and postnatal care. UNFPA is now working with the Ministry of Health to establish 'maternity camps' in the national hospital to cater for urgent IDP maternity needs.

18. The Communication Working Group has set up 64 notice boards in 57 camps in Dili. Materials distributed to the camps include information about health and sanitation, human rights and child protection.

19. UNHCR convened the first meeting of the Protection Working Group to discuss their concerns with the humanitarian community. A number of key issues were raised, including security at IDP camps. The Protection Working Group will meet again on 12 June.

20. A meeting chaired by the Ministry of Labour subsequently took place to discuss security at IDP camps on 9 June. Participants included UNHCR, IOM, OCHA, the Australian-led Joint Task Force (JTF) and the Australian Federal Police Force (AFP).

21. OCHA is in close contact with the Office of the SRSG UNOTIL and UN Country Team in Dili and will revert with further information as it becomes available.

Aumentos salariais entre 15 e 25% e subsídios de 50 pc - Governo

Díli, 12 Jun (Lusa) - O Governo timorense vai aumentar, pela primeira vez em cinco anos, os cerca de 15 mil funcionários públicos entre 15 e 25 por cento, anunciou hoje, em Díli, o ministro de Estado timorense.
José Ramos Horta, que ocupa também as pastas dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e a da Defesa, acrescentou que os funcionários que trabalham nas zonas mais isoladas do país receberão adicionalmente mais 50 por cento.
O responsável timorense fez este anúncio no final da intervenção, hoje no Parlamento, sobre a situação no país, face à presença de forças militares e policiais internacionais chamadas pelas autoridades para fazer face à violência desencadeada desde finais de Abril.
O dinheiro, explicou, virá do Orçamento de Estado (OE) que será aprovado no Conselho de Ministros da próxima quarta-feira - e que entra em vigor no próximo dia 01 de Julho -, e do Fundo Petrolífero.
Uma primeira versão do OE, no valor de 240 milhões de dólares (cerca de 190 milhões de euros), chegou a ser aprovada no passado dia 12 de Maio, mas a instabilidade e a violência, que provocaram já mais de 100 mil deslocados e a destruição de casas e bens, públicos e privados, levou o Conselho de Ministros a debater um novo diploma, que fonte governamental disse à Agência Lusa ser do valor global de 330 milhões de dólares (cerca de 261 milhões de euros).
É este diploma que vai ser enviado ao Parlamento para debate e votação, em data ainda a determinar.
A rectificação orçamental foi justificada hoje por Ramos Horta como imprescindível para corresponder a anteriores anúncios do Governo quanto à necessidade de reconstruir bairros de Díli, como Bécora, Taci Tolo e Taibessi, fortemente afectados pelas destruições registadas na capital timorense desde finais de Abril.
"O que o Governo quer fazer é reconstruir os bairros, dotando- os de muito melhores condições de vida, com abastecimento de água e de electricidade e saneamento básico", precisou.
Além das receitas do Estado, o OE contará ainda com cerca de 100 milhões de dólares, provenientes dos parceiros de desenvolvimento de Timor-Leste.
Quanto à execução orçamental, Ramos Horta reconheceu que o Governo "não consegue sozinho" garantir o seu cumprimento, pelo que organizações não-governamentais e a Igreja Católica serão chamadas a realizar alguns dos projectos.
EL.

Freitas do Amaral convencido que ONU vai prolongar actual missão

Luxemburgo, 12 Jun (Lusa) - O chefe da diplomacia portuguesa afirmou hoje estar convencido de que o Conselho de Segurança da ONU prolongará terça-feira a missão em Timor-Leste, deixando para alguns dias depois a decisão de criar uma força multinacional para aquele país.
"Amanhã o objecto principal, para além de analisar a situação, é prorrogar por mais um ou dois meses a missão que existe em Timor- Leste", disse Diogo Freitas do Amaral no Luxemburgo antes de entrar para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 25.
Freitas do Amaral afirmou ainda ter informações que apontam para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas venha a tomar uma decisão sobre a "força multinacional" numa reunião que "deverá" realizar-se "oito a quinze dias a seguir".
"A análise que se fizer amanhã já, de alguma maneira, apontará nesse sentido", sublinhou o ministro, acrescentando estar convencido que se começa a criar "um consenso no sentido de que foi prematuro retirar a força das Nações Unidas e que será conveniente restaurá-la, pelo menos até às eleições de 2007".
Freitas do Amaral vai hoje informar os parceiros da União Europeia sobre a situação em Timor-Leste, uma prática corrente da parte dos Estados-membros com interesses em diferentes zonas do mundo.
"Vou também pedir a solidariedade da UE para os esforços de desenvolvimento de Timor-Leste", disse responsável português, lembrando que já há mecanismos de cooperação no quadro dos acordos com os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico).
O ministro mostrou a abertura de Portugal para o pedido de ajuda humanitária que as Nações Unidas se preparam para lançar para apoiar Timor-Leste.
"É óbvio que vamos ponderar e fazer o que podermos, mas provavelmente não poderemos ser nós sozinhos a" ajudar, disse o ministro.
As Nações Unidas vão lançar um apelo de ajuda de emergência para reunir cerca de 15 milhões de euros para cobrir três meses de operações humanitárias em Timor-Leste, anunciou hoje um responsável da organização em Díli.
O coordenador da ajuda humanitária da ONU Fien Riske-Nielson, que falava no final da visita ao Colégio Salesiano D.Bosco, no bairro de Comoro, ocidente de Díli - onde se aglomeram mais de 13 mil pessoas -, acrescentou que o apelo será lançado nos próximos dias em Nova Iorque.
Actualmente mais de 100 mil timorenses estão concentrados em dezenas de centros de acolhimento, sobretudo em instituições ligadas à Igreja Católica, na sequência da violência que irrompeu a partir do final de Abril na capital do país.
FPB.

Portugal informa parceiros sobre situação em Timor-Leste

Luxemburgo, 12 Jun (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Diogo Freitas do Amaral, vai informar os seus homólogos da União Europeia sobre a situação em Timor-Leste, numa reunião hoje, no Luxemburgo, dedicada à preparação da próxima Cimeira Europeia.

Portugal pretende, principalmente, que os países da União Europeia com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiem um maior envolvimento desta organização em Timor-Leste, segundo fontes diplomáticas, sexta-feira, em Bruxelas.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se terça- feira, em Nova Iorque, para analisar a situação em Timor-Leste e, segundo o semanário Expresso, o ministro dos Negócios Estrangeiros deste estado, José Ramos Horta, estará presente para explicar a situação no país.

Na reunião deverá ser analisado um relatório do Secretário- geral, Kofi Annan, sobre a futura presença da ONU no território para substituir a actual missão no território, a UNOTIL, cujo mandato termina no próximo dia 20.

Espera-se que Annan advogue agora a presença de um grande número de tropas e polícias da ONU em Timor-Leste para assegurar a paz e a estabilidade.

Todavia, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE irão dedicar a maior parte da reunião de hoje à preparação do encontro dos chefes de Estado e de Governo europeus que se realiza em Bruxelas no final da semana, quinta e sexta-feira.

Os 25 estão de acordo em prosseguir a "reflexão" sobre o que fazer com a Constituição Europeia colocada no "congelador" há um ano depois de a França e a Holanda terem decidido não ratificar o texto.

Segundo fontes diplomáticas, as questões mais delicadas de resolver ficarão para a Cimeira Europeia, nomeadamente sobre quem é que irá organizar a primeira tentativa, daqui a um ano, de resolução do problema.

FPB.

Dos leitores

Conheciamos Timor Leste
Conheciamos Xanana Gusmão
Conheciamos Kofi Annan
Conheciamos os cangurús

Passamos a conhecer
."interesses"
."diplomacias..."
.Hasegawa
.o PM australiano
.militares australianos "passivos"
.a imprensa australiana
.a Lusa em Timor
.carreiristas
.criminosos, figuras de destaque nacional
.a "casa portuguesa" /Pousada de Maubisse
.gangs
.violência
.destruição
.campos de refugiados
.a inexistência de uma classe política credível
. Mari Alkatiri

Só não conseguimos saber o que terá dito o velho que o Xanana abraçou quando se dirigiu à Nação.

.

Dos leitores

E o poder do silencio existe neste momento com os numerosos deputados da Fretilin quais casa foram queimadas e derrobadas. Os numerosos militantes que estao a ser victimizados em Ermera e Maliana e Aileu com rebeldes armados. A maioria dos que votaram para a Fretilin nas eleicoes para as autoridades locais, mais que 90%, sao estes a maioria poderosa silencia, que estao a sofrer com falta das casas queimadas e bairros inseguros aonde ladroes e violentes movem ainda a procura deles por ser do Lorosae ou por ser partidarios de um partido. Acredito neste pais e nos sonhos que tivemos e continuamos a ter...um Timor-Leste livre, democratico e justo, alias de outros quererem estragar isto agora. Força a maioria que vencera. Tolerancia a todos que respeitam as regras da democracia e a constituicao.

POVO SEM VOZ

Nosso grito é o silêncio

Na passagem do tempo

E o tempo é o sangue

No silêncio do mundo!



- Ouvi, mundos!

Ouvi , gentes da política!

Invadistes a nossa Pátria com o Suharto,

Isolastes Timor-Leste na guerra fria

e torturastes-nos com a indiferença

e matastes-nos com a cumplicidade.



- Ouvi, ouvi as vossas culpas!

Desengajastes a nossa causa com Jacarta,

Minimizastes o nosso direito na ONU

e prendestes-nos com iénes

e massacrastes-nos com dólares.



Nosso tempo é o silêncio

Nas mudanças do mundo

e o sangue é o preço

nos mundos do silêncio!



- Ouvi, mundos!

Ouvi, gentes do poder!

Abençoastes a mortandade com Catedrais,

Enterrastes a tragédia nos investimentos

e desafiastes a nossa consciência

e reprimistes os nossos anseios.



- Ouvi, ouvi as vossas culpas!

Atraiçoastes os vossos próprios princípios,

Manipulastes as vossas próprias normas

e encarcerastes-nos na real politik

e matastes-nos como os direitos humanos.



... Somos POVO SEM VOZ

alma sem fronteira com a dor

corpo na escravidão aberto ao tempo

Pátria - um cemitério de interesses!

A nossa luta...

é a história

do poder do silêncio!

Xanana Gusmão

Acredito nos homens que fazem poesia.
Acredito em Timor-Leste.

Dos leitores

Não me parece que quem saia derrotado seja Portugal. Quem sai derrotado são os Timorenses.Portugal acedeu a enviar para lá a GNR a pedido dos Timorenses. Portugal tenta na ONU defender uma solução que evite com que a Australia fique com o controle de Timor. Se não conseguir e pelos vistos os Timorenses como o Ramos Horta na fizerem nada... são eles que tem que acarretar com as consequências das suas decisões. Quem perde é Timor!

A diplomacia derrotada

Ana Sá Lopes
ana.s.lopes@dn..pt

Havia um mistério na crise timorense: porque é que os revoltosos prosseguiam armados? Porque é que o"comandante" Reinado descansava em sossego com a protecção australiana? Ontem, o brigadeiro Slater, número um da força australiana, veio esclarecer tudo: as tropas não desarmam os rebeldes porque Xanana não lhes pediu. Simples. Quando Xanana lhes pedir, estão prontos. Ou, nas palavras do brigadeiro, "quando chegar o tempo certo".

Aparentemente, segundo Slater, o Presidente timorense está a tentar a reconciliação entre as partes. Com 2000 homens sob o seu comando, Slater diz que não arrisca: "Se cada um actuar independentemente e fizer algo que não seja aceitável para todas as partes corremos o risco de provocar maior turbulência."

Enquanto isto, "os nossos rapazes" da GNR estão no epicentro de um turbilhão de consequências imprevisíveis. Comandados por António Costa (a sério, a sério), apresentaram-se em Díli sem qualquer garantia e foram tratados pelos australianos com a mesma simpatia com que os analistas de Camberra avaliam o papel de Portugal em Timor. Igual a zero. Foram, depois, acantonados pelos australianos em Comoro, bairro periférico que une Díli ao aeroporto. António Costa, comandante das tropas, já teve a primeira derrota no terreno.

Portugal prepara-se, agora, para uma derrota diplomática: pode ser que, com a alegria do Mundial e o aumento das exportações, a coisa passe despercebida. Na terça-feira, nas Nações Unidas, a Austrália apresentará o seu projecto de controlo do futuro de Timor que, aparentemente, tem a bênção do ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, José Ramos-Horta. De Xanana nada se sabe, nos últimos tempos: mas todos os seus passos (nomeadamente os da sua mulher, Kirtsy) não iludem que concorda com a aliança. Alkatiri é o monstro que, até agora, nem Xanana, nem Ramos-Horta (todos os dias esclarece estar pronto para ser primeiro-ministro), nem o Governo australiano conseguiram ainda erradicar. Mas, na ONU, o papel decisivo será dos EUA: duvida-se que a diplomacia americana fique ao lado de Alkatiri. Se for aprovado o plano australiano para o controlo de Timor, a imagem dos GNR a patrulhar Comoro é uma metáfora. Não é grande coisa, mas é uma metáfora.

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Dos leitores

Se alguma dúvida tinha de que o PM de Timor Leste, até agora um desconhecido, deveria ou não apresentar a demissão, actualmente não me resta qualquer dúvida.

Todas as declarações e comunicados públicos do PM, comparados com as "brilhantes" declarações prestadas pelos que se lhe opõem, fazem dele um génio.

Como é possivel tanta mediocridade, ignorância e desreipeito pelo próprio país?

E sinceramente foi surpreendente a revelação de que a Austrália, ao nivel dos seus responsáveis máximos e da imprensa estejam ainda num patamar de princípios tão primário, apetece-me dizer, terceiro mundista.

Em terra de cegos quem tem um olho é Rei e no seu País onde proliferam geniais "intelectuais" e responsáveis políticos até pode governar mesmo sem olhos.

Pena é que precise dos dois olhos e bem abertos para "observar" os seus vizinhos que embora de forma bastante distante do mundo civilizado não deixam nunca de se "movimentar".

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Dos leitores

Reparem só como estes quatro jornais relatam este "incidente:

1 - AFX News Limited, 06.11.2006, 08:25 AM
(...) Quando estavam a falar, uma série de tiros foram ouvidos perto do portão da cidade de Maubisse. Pelo menos seis tiros de pistola foram ouvidos de acordo com o repórter da AFP no local.
Polícias militares armados e homens de Reinado, correram do seu abarracamento quando se ouviram os tiros. Snipers Australianos também tomaram posições no perímetro do abarracamento.
Aparentemente os tiros foram disparados numa briga de rua entre dois grupos de homens, disseram testemunhas sem conseguirem dar mais detalhes.
Um homem, foi esfaqueado nas costas e foi levado para o hospital local, disseram.
(...)

2 - Jakarta Post (AP), 11.06.2006
(...) A proposta de Manuel Tilman (...), veio pouco antes da polícia disparar para o ar e ameaçar usar uma granada para acabar com uma disputa volátil envolvendo centenas de Timorenses.
O incidente mostrou que as tensões não se limitam à capital. (...) Tanto o confronto como a conferência de imprensa de Tilman ocorreram em Maubessa. (...) A razão da concentração não ficou imediatamemte clara, mas parece ter escalado depois de um homem ter sido esfaqueado no lado.
Polícia militar e civil interveio quando brigas rebentaram entre dois grupos. A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada, e outros disparos ouviram-se duma fonte desconhecida, pondo as pessoas em fuga em pânico.
Um grupo de soldados Australianos observou o desenvolvimento duma vivenda portuguesa no cimo do monte mas não interveio.
Pouco antes, Aflredo Reinado, (...) disse aos repórteres (...)

3 – The Advertiser, ANTHONY DEUTSCH, 12jun06
A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada para pôr termo a uma disputa volátil que envolveu centenas de Timorenses ontem.
O incidente ocorreu acerca de 75km de Dili em Maubesse, uma praça forte das forças de segurança rebeldes, pouco depois duma conferência de imprensa que levantou esperanças duma solução politica para a corrente crise política e de segurança.
A concentração mostra que as tensões não se limitam a Dili (…). Um grupo de soldados Australianos observou o desenvolvimento duma vivenda portuguesa no cimo do monte mas não interveio.
A razão para a concentração não foi imediatamente conhecida, mas parece que escalou depois de um homem ter sido esfaqueado.
Polícia civil e militar interveio quando rebentaram brigas entre dois grupos.
A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada, e outros disparos ouviram-se duma fonte desconhecida, pondo as pessoas em fuga em pânico. (…)

4 – EL. (Lusa), 11 Jun –
(…)O major Alfredo Reinado abordou ainda os incidentes registados hoje em Maubisse, que atribuiu a "grupos de jovens que se envolveram em confrontos depois de terem bebido". "Os meus homens não estiveram envolvidos", assegurou.

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Obrigado, Margarida.

Tradução:

The Advertiser

Troca de tiros quando acaba a concentração
ANTHONY DEUTSCH
12jun06

A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada para pôr termo a uma disputa volátil que envolveu centenas de Timorenses ontem.

O incidente ocorreu acerca de 75km de Dili em Maubesse, uma praça forte das forças de segurança rebeldes, pouco depois duma conferência de imprensa que levantou esperanças duma solução politica para a corrente crise política e de segurança.

A concentração mostra que as tensões não se limitam a Dili, onde cerca de 30 pessoas foram mortas no mês passado. Um grupo de soldados Australianos observou o desenvolvimento duma vivenda portuguesa no cimo do monte mas não interveio.

A razão para a concentração não foi imediatamente conhecida, mas parece que escalou depois de um homem ter sido esfaqueado.

Polícia civil e militar interveio quando rebentaram brigas entre dois grupos.

A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada, e outros disparos ouviram-se duma fonte desconhecida, pondo as pessoas em fuga em pânico.

...

Alfredo Reinado disse que está disposto a pôr-se de lado e deixar que políticos e intelectuais tentem trabalhar uma solução.

Manuel Tilman, um deputado que ajudou a elaborar a constituiç deste país inexperiente, disse na conferência de imprensa que estava a propor emendas para ajudar a acabar a crise.

Disse que o Parlamento devia ser dissolvido, com o presidente a nomear um governo transitório para governar até às eleições calendarizadas no próximo ano.

Para fazer isso, disse, o Presidente Xanana Gusmao teria de revogar secções da constituição com o argumento que a crise não pode ser resolvida pelo Governo.

A situação de segurança de Timor-Leste melhorou ao ponto de a polícia da Austrália e outras internacionais podem ultrapassar o número de soldados nas ruas da capital pelo fim do mês.

Este progresso pode estabelecer condições para a redução de tropas, que agora totalizam 1300, envoltas no patrulhamento de Dili e apoiando operações correntes.

Mas o comandante da Australia em Timor-Leste, Brigadeiro Mick Slater, disse ontem que não queria ser rígido nesse calendário.

The Camberra Times
Mike McEwenSunday, 11 June 2006
O muro fatal de fraqueza de Dili

A verdade é que, o escândalo da segurança que envolve Xanana Gusmao está a ser jogado todos os dias nas ruas voláteis de Dili – mas até agora não foi reportado.

As medidas de segurança com o objectivo de proteger Gusmao de alguma “ameaça não específica” têm a largura do papel e no local onde ele passa muito do seu tempo em Dili, o chamado Palácio das Cinzas, quase que são inexistentes.

Isto já seria suficientemente mau se fosse apenas um problema para o próprio Gusmao e para o Governo e o povo de Timor-Leste.

Mas não é. É um problema com repercussões potenciais massivas para a Australia porque soldados Australianos estão intimamente envolvidos na segurança que é providenciada – e é tão inadequada que só pode ser descrita como abandonada.

Então? Há contestação aos contestatários? Foi tal a esperança depois da conferência de imprensa...

The Advertiser
Gunfire as stand-off ends
ANTHONY DEUTSCH
12jun06

POLICE fired in the air and threatened to use a grenade to break up a volatile dispute involving hundreds of East Timorese yesterday.

The incident occurred about 75km from Dili in Maubesse, a stronghold for rebellious security forces, shortly after a news conference that raised hopes for a political solution to the country's ongoing political and security crisis.

The stand-off showed that tensions aren't limited to Dili, where about 30 people have been killed in the last month. A group of Australian peacekeepers watched the developments from a hilltop Portuguese villa, but didn't intervene.

The reason for the stand-off was not immediately clear, but it appeared to escalate after a man was stabbed.

Military and civilian police intervened as skirmishes broke out between two groups.

Police fired in the air and threatened to use a grenade, and other gunfire erupted from an unknown source, sending people fleeing in panic.

...

Alfred Reinado said he was willing to step aside and let politicians and intellectuals try to work out a solution.

Manuel Tilman, an MP who helped draft the fledgling country's constitution, told the news conference that he was proposing amendments to help end the crisis.

He said Parliament should be dissolved, with the president naming a transitional government that would rule until elections scheduled for next year.

To do this, he said, President Xanana Gusmao would have to revoke sections of the constitution on the grounds that the crisis can't be resolved by the Government.

East Timor's security situation has improved to the extent that Australian and other international police could outnumber soldiers on the capital's streets by the end of the month.

The progress could set the conditions for a drawdown of troop numbers, now totalling 1300, involved in both patrolling Dili and supporting current operations.

But Australia's commander in East Timor, Brigadier Mick Slater, yesterday said he did not want to be held rigidly to that timeline.

.

Suspender parte da Constituição? Deve ser uma brilhante ideia dos tais intelectuais...

Herald and Weekly Times
Rebels plan power summit
12jun06

REBEL leaders in East Timor are planning a conference to seek ways of giving President Xanana Gusmao greater power under the constitution, they said yesterday.

Maj Alfredo Reinado, who claims to be in command of the sacked soldiers at the root of the unrest, said he and his allies, as well as several unnamed intellectuals, would hold a conference within a week to discuss the constitutional issue.

"For national unity we will hold a dialogue, or conference of intellectuals," Maj Reinado said.

He said that so far there had not been much progress in efforts to solve the nation's problems and a conference might help find a solution.

"The solution is that you have to go back to the people," Maj Reinado said.

Manuel Tilman, another rebel, said that "our initiative is to find a way in this constitution that is able to solve our problems.

"We must suspend part of our constitution."

Maj Reinado and Mr Tilman said the suspension of part of the constitution was designed to allow for the President to assume more powers.

Prime Minister Mari Alkatiri, whom the rebels want to resign, "does not have the confidence of the people", Mr Tilman said.

Maj Reinado said the conference might begin in Dare, the site of a big Catholic seminary, and continue later in Dili.

A solution must be found very soon, Maj Reinado said.

"Time is the most dangerous weapon: that can kill people. We need that decision now."

Weeks of unrest have beset the East Timorese capital since the Government sacked 600 soldiers in March after they went on strike complaining about regional discrimination.

Twenty-one people died last month as sporadic battles between rival soldiers, and between soldiers and police, descended into gang violence and led the Government to appeal for foreign intervention.

More than 2000 foreign troops, chiefly from Australia, are deployed in Dili while rebel soldiers remain holed up in a mountain area outside the capital.

Mr Alkatiri has resolutely refused to step down.

Police yesterday fired in the air and threatened to use a grenade to break up a dispute involving hundreds of East Timorese.

The incident occurred in Maubesse, about 75km from Dili and a stronghold for the rebels.

– AFP, AP

Dos leitores

Se aí nevasse fazia-se aí ski. Aí não neva mas há tropas estrangeiras a protegerem bandidos armados, desertores e golpistas que abertamente advogam a dissolução do Parlamento Nacional e a demissão do Governo.

É preciso que as tropas estrangeiras regressem para a sua terra e que seja uma força da ONU a zelar para que a normalidade constitucional e a vontade dos cidadãos se mantenha e o povo possa com normalidade manifestar-se como previsto em 2007.

The Sydney Morning Herald.
Gusmao offered means to sack PM
Lindsay Murdoch in Dili and Cynthia Banham
June 12, 2006

"SUPPORTERS of East Timor's President, Xanana Gusmao, are frustrated by his inability to solve the country's political crisis and want a "conference of intellectuals" to consider constitutional amendments to increase his power over the Prime Minister, Mari Alkatiri.

Meanwhile, Mr Alkatiri denies having ordered the assassination of his political opponents and says he has nothing to hide from any United Nations investigation.

The Sun-Herald revealed yesterday that Fernando "Lasama" Araujo, the leader of East Timor's second-largest party, went into hiding after police told him they had been ordered to kill him by people at the highest level of government. Mr Araujo said he believed the order was given by Mr Alkatiri, a long-time political foe.

Francisco "Lu-Olo" Guterres, the president of Mr Alkatiri's ruling Fretilin party, last night lashed out at critics of the Prime Minister, saying Mr Alkatiri never ordered anybody killed.

"Fretilin will win the national elections next year, even though many people are trying to accuse us," Mr Guterres told Timorese journalists in Dili.

Australian Federal Police in Dili would not investigate Mr Araujo's claim, the Justice Minister, Chris Ellison, said yesterday. They were busy investigating killings in the capital, he told the Nine Network. "What we have to deal with, in the first instance, is restoring law and order and preserving the evidence from those crimes that have been committed and bringing to justice those who are guilty of those crimes no matter who they are."

Labor's foreign affairs spokesman, Kevin Rudd, said there was a role for the UN to "get to the bottom of this matter" and to independently investigate numerous accusations flying around East Timor at the moment.

Alfredo Reinado, the commander of a group of armed rebel soldiers, told journalists yesterday that "there has not been much progress" in solving the crisis that Mr Gusmao assumed responsibility for fixing two weeks ago.

In a church in Maubisse, a village in the mountainous west of East Timor, Major Reinado yesterday said he supported a "conference of intellectuals", saying that Mr Gusmao "needs help" in finding a solution to the crisis.

"Time is the most dangerous weapon. That can kill people," Major Reinado said. "We need decisions now."

The swaggering, Australian-trained soldier turned up at the church with a dozen men armed with automatic weapons. They were accompanied by two Australian SAS soldiers who also carried automatic weapons.

An opposition MP, Manuel Tilman, said the conference participants, mainly academics, would look at how Mr Gusmao could suspend a part of the constitution, opening the way for him to dissolve Mr Alkatiri's government and set-up a coalition of national unity.

"The President does not have the powers he needs at the moment," said Mr Tilman, one of the members of a committee that drafted the constitution.

A Timorese journalist in Ermera, the coffee growing region of the country's west, said yesterday that hundreds of protesters who went to Dili last week to present Mr Gusmao with a petition demanding he sack Mr Alkatiri are threatening to return to the city if they do not get a response from him soon.

The commander of Australia's peacekeeping force in East Timor, Mick Slater, said at the weekend that Mr Gusmao was "engaging" three rebel soldier groups, including the one led by Major Reinado."

Porque se dá importância a um deputado de um grupo parlamentar que tem 2 deputados e que exige uma revisão constitucional?
Porque é que todos os dias aparecem estes rebeldes holiwoodescos?
Porque é que não se desarmam estes senhores e se desarmam os seguranças do Chefe de Estado?
Porque é que o Reinado tem uma escolta de SAS australianos?
Porquê?
E já agora, que intelectuais?!
.

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Dos leitores

...
"Time is the most dangerous weapon, that can kill people. We need that decision now".

O rapaz está a ficar nervoso e farto do retiro em Maubisse. Anda abertamente há pelo menos mês e meio nestas fitas, cometendo crimes hediondos, inclusive contra os seus camaradas de armas, sente agora que o "time" lhe está a faltar...

Receia ele agora que o Conselho de Segurança da ONU pode retirar-lhe o tapete que os australianos lhe providenciam?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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