terça-feira, abril 08, 2008

Caro Zé...

Compreende-se que todos os doentes precisam de mimos, sossego e tolerância. Mas chegou a altura de levantar a cabeça, deixar os traumas para trás, e ir trabalhar.

O seu sentido de Estado tem de estar acima de todas esses pequenas fraquezas humanas e é hora de voltar a Timor-Leste, com força e determinação.

Chega de lamúrias, lamechices e dúvidas existenciais.

Upa, upa! Toca a levantar o rabo da cama, enfrentar os medos e seguir em frente.

Coragem.

(Pelo menos perdeu essa barriga que insistia em não desaparecer com tanto exercício matinal)

"Não disse nem vou resignar", esclarece Ramos-Horta

Díli, 08 Abr (Lusa) - José Ramos-Horta esclareceu hoje através da televisão timorense que não tenciona demitir-se do cargo de Presidente da República de Timor-Leste.

"Não disse que vou, nem vou resignar" ao cargo, declarou o chefe de Estado no noticiário da noite da TVTL, que colocou em emissão o Presidente falando por telefone a partir de Darwin, Austrália.

"Vou voltar a Timor-Leste e assumir de novo as responsabilidades como Presidente", afirmou José Ramos-Horta, primeiro no noticiário em língua tétum e mais tarde no noticiário em língua portuguesa.

"Se decidir resignar, em primeiro lugar vou falar com os senhores bispos e com o povo timorense", adiantou ainda José Ramos-Horta.

O esclarecimento na televisão timorense aconteceu no dia em que o jornal The Australian publicou uma entrevista com o Presidente timorense, com o título "Ramos Horta sugere demissão" e que começa com a frase "José Ramos Horta está farto".

"Vou dirigir-me ao Parlamento quando voltar e não vou prometer que completarei o mandato até ao fim", disse José Ramos-Horta ao jornal australiano.

"Pessoalmente, no entanto, eu gostaria de ser um simples cidadão e escrever o meu livro sem preocupações", declarou também o Presidente timorense.

Na televisão timorense, no final de um dia marcado pela "notícia" da eventual demissão do Presidente, José Ramos-Horta aludiu a "especulação" e referiu que o conteúdo da entrevista, embora exacto, foi "usado em segunda mão por algumas agências internacionais".

Também o porta-voz do Presidente timorense, Joel Pereira, corrigiu, em declarações à imprensa em Darwin, a interpretação das palavras de José Ramos-Horta.

No telejornal da TVTL, o Presidente defendeu também a "rendição imediata e sem condições" do ex-tenente Gastão Salsinha, procurado pelas autoridades na sequência dos ataques de 11 de Fevereiro.

"Salsinha não estava acusado de nada (antes de 11 de Fevereiro). Agora é acusado de ser cúmplice directo ou indirecto de dois atentados. Um atentado contra a minha pessoa e outro atentado contra o primeiro-ministro", referiu o Presidente da República.

"São acusações muito graves. Salsinha deve entregar-se de imediato para ter oportunidade de se defender em tribunal", sublinhou José Ramos-Horta.

O Presidente timorense disse também que espera de Gastão Salsinha que explique às autoridades quem esteve atrás do duplo ataque de Fevereiro e do major Alfredo Reinado.

"Ele tem o direito a dizer o que se passou. Houve muitos elementos que lhe deram apoio, dentro e fora de Timor-Leste", afirmou o Presidente.

José Ramos-Horta, atingido a tiro junto à sua residência em Díli, continua em Darwin, agora instalado numa casa privada.

"A minha recuperação continua bem e já consigo caminhar meia hora ou uma hora. Vou voltar ainda este mês", anunciou o Presidente.

O regresso de José Ramos-Horta a Díli não foi anunciado oficialmente mas "está marcado para 17 de Abril", afirmou hoje à agência Lusa fonte oficial da Presidência da República.

PRM
Lusa/Fim

Intensifica-se caça a Gastão Salsinha

Rádio Renascença
08-04-2008 12:05

As autoridades timorenses conhecem os locais onde o grupo rebelde se movimenta e esperam capturá-lo em breve. A rendição de Gastão Salsinha ainda é uma hipótese.

As Forças Armadas timorenses preparam-se para apertar o cerco ao rebelde fugitivo Gastão Salsinha. O Tenente-Coronel Filomeno Paixão, Chefe de Estado Maior do Comando Conjunto das Forças Armadas e Polícia Nacional de Timor Leste afirma que os seus homens estão preparados para qualquer eventualidade: “Vamos começar com uma operação bem musculada, uma operação militar em que a opção a utilizar meios mais severos. Vamos tentar cercá-lo e se ele tentar reagir aos nossos esforços, reagiremos da mesma forma.”

Filomeno Paixão adianta que é complicado saber a localização exacta do homem que é acusado de atentar contra a vida de Xanana Gusmão: “Exacto é difícil, toda a gente está em movimento. Mas relativamente aos três ou quatro locais onde o grupo costuma fazer as suas deslocações, já são locais clássicos que são do conhecimento de todos.”

Embora esteja confiante num desfecho rápido e positivo, o militar timorense utiliza alguma cautela quanto a prazos. “Não prometo qual é o tempo, mas não vai ser difícil.”

A esperança num desfecho pacífico para toda esta crise, que poderá passar pela rendição de Salsinha, mantém-se . “Ele tem dito sempre que não quer contactos de fogo connosco. Tenho esperança que há última hora ele ainda decida a entregar-se”, afirma Filomeno Paixão.

FA/Pedro Mesquita

Som: Tenente-Coronel Filomeno Paixão

Ramos Horta não pretende resignar

Rádio Renascença
08-04-2008 14:28

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, desmentiu hoje as notícias de que estaria a pensar na possibilidade de abandonar a chefia do Estado.

“Não tenho nenhum plano para deixar o cargo mais cedo”, esclareceu Ramos Horta, em declarações à rádio e televisão nacional de Timor.

Muitas pessoas no país, nomeadamente no Governo e na Igreja Católica, bem como políticos norte-americanos e australianos, apoiam a sua permanência na Presidência, sublinhou.

Ramos Horta, de 58 anos, está a recuperar na Austrália dos graves ferimentos sofridos no atentado de 11 de Fevereiro deste ano, levado a cabo por um grupo rebelde liderado pelo Major Reinado.

O mandato de Ramos Horte termina em Abril de 2012.

RV

UNMIT – MEDIA MONITORING - Tuesday, 08 April 2008

UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any consequence resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations.

National Media Reports

TVTL News Coverage

Alkatiri: Do not kill Salsinha or anybody else: Fretilin’s Secretary-General Mari Alkatiri has asked the Apprehension Operation to not kill Gestao Salsinha or his men and to not take advantage of the State of Siege to kill anybody else. (TVTL)

US Secretary of State meets Vice PM: The US Secretary of State for East Asia and the Pacific, Mr. Christopher R. Hill, met with Vice Prime Minister Jose Luis Guterres. Both of them discussed unresolved issues such as security and IDPs in Timor-Leste. “During the meeting, we discussed the situation in the country and how the Government will be able to resolve the problems in the country. It all depends on the Government,” said Mr Hill. (TVTL)

RTL News Coverage
No RTL news coverage.

Print Coverage

Joint Operation threatens to shoot MP: The Joint Operation Command force assigned in Bobonaro district, sub district Atabae, threatened to shoot an MP along with some judges on the way back to Dili at around 8pm yesterday evening. “Though we still had time to return to Dili, the forces did not allow us to continue our trip,” said MP Fernando Gusmao. (STL)

The group had been stopped by the Joint Operation after having attended a funeral ceremony in Bobonaro. They were on their way back to Dili when the Joint Operation Command forces stopped them and prevented them from continuing their trip as it was already 8 pm. The Joint Operation Command force threatened to shoot them if they continued their journey. (STL)

Joint Operation will collect all illegal guns: The Joint Operation Command up till now has collected 8 guns from the rebels. The Joint Operation forces will not tolerate any group who wants to destroy the nation. (STL)

Don’t discriminate against veterans: An MP has asked the government to not discriminate against veterans, particularly those who have served under five years. “This is discrimination, because they have also sacrificed their whole lives,” said Mr. Adriano Nascimento from PD. (STL)

Horta grateful to soldier who shot Alfredo: President Jose Ramos Horta has said that he really appreciated the actions of the F-FDTL soldier who killed Alfredo Reinado Alves at his house on 11 February 2008. “The soldier who shot Alfredo was doing his duty,” said Mr. Horta. (TP)

Petitioners wait for a just decision: Petitioners in Aitarak Laran are waiting for a just decision from the Government. “The Government has the competency to resolve the petitioners’ problems. The Government must make a balanced decision that will be accepted and satisfy all,” said the Coordinator of the petitioners, Mr. Tara. (TP)

Lasama: No Pardon for Salsinha: State tolerance towards the rebel group led by Gastao Salsinha has ended. The Government announced that from this Wednesday, there would be no chances to pardon them. Acting President Lasama said that the rebels would be ambushed and arrested. “We have decided. The State tolerated him [Salsinha] for almost two months.

Nevertheless, the Operation’s orders are to capture Salsinha alive- the state does not want him dead,” said Mr. Lasama. (TP and DN)

IDPs at National Hospital should be moved by next week: The Minister of Social Solidarity, Maria Domingas Fernandes Alves, said that the IDPs who are currently living in the National Hospital compound should be moved as the rehabilitation of the transitional houses in Becora has finished.

The Minister said that for health and security reasons, the IDPs have to move. She also said that the IDPs were impeding the rehabilitation of the National Hospital. (DN)

Police have set up 12 posts in Dili: The Commander of the Intervention Rapid Unit, Armando Monteiro, confirmed that the police have set up 12 posts in Dili to ensure the IDPs return home. “Up till now, the Intervention Rapid Unit is playing a role to ensure the implementation of the State of Siege and also to ensure the IDPs return home,” said Mr Monteiro. (DN)

National News Sources:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Nacional (DN)


Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Terça-feira, 08 Abril 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e do seus conteúdo não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Cobertura de Notícias

Alkatiri: Não matem Salsinha nem mais ninguém: O Secretário-Geral da Fretilin Mari Alkatiri pediu à Operação Apreensão para não matarem Gastão Salsinha ou os seus homens e para não tirarem vantagem do Estado de Sítio para matarem mais alguém. (TVTL)

Secretário de Estado dos USA encontra-se com Vice-PM: O Secretério de Estado dos USA para a Ásia do Leste e Pacífico, Sr. Christopher R. Hill, encontrou-se com o Vice-Primeiro-Ministro José Luis Guterres. Ambos discutiram questões não resolvidas tais como a segurança e os deslocados em Timor-Leste. “Durante o encontro, discutimos a situação no país e como vai o Governo ser capaz de resolver os problemas no país. Tudo isso depende do Governo,” disse o Sr Hill. (TVTL)

RTL Não Houve Cobertura de Notícias

Cobertura Impressa

Operação Conjunta ameaçou balear deputado: A força de Comando da Operação Conjunta nomeada para o distrito de Bobonaro, sub-distrito de Atabae, ameaçou disparar contra um deputado ao lado de alguns juízes no caminho de regresso a Dili, por volta das 8 pm ontem à noite. “Apesar de termos ainda tempo para voltar para Dili, as forças não nos deixaram continuar a viagem,” disse o deputado Fernando Gusmão. (STL)

O grupo tinha sido parado pela Operação Conjunta depois de ter atendido um funeral em Bobonaro. Vinham no regresso a Dili quando as forças do Comando da Operação Conjunta os pararam e impediram de continuar a viagem por já serem 8 pm. TA força do Comando da Operação Conjunta ameaçou baleá-los se continuassem a viagem. (STL)

Operação Conjunta recolherá todas as armas ilegais: Até agora o Comando da Operação Conjunta já recolheu 8 armas dos amotinados. As forças da Operação Conjunta não tolerarão nenhum grupo que quiser destruir a nação. (STL)

Não discriminem contra os veteranos: Um deputado pediu ao governo para não discriminar contra os veteranos, particularmente os que serviram menos de cinco anos. “Isto é discriminação, porque eles também sacrificaram todas as suas vidas,” disse o Sr. Adriano Nascimento do PD. (STL)

Horta grato ao soldado que baleou Alfredo: O Presidente José Ramos Horta disse que apreciou realmente as acções do soldado das F-FDTL que matou Alfredo Reinado Alves na casa em 11 de Fevereiro 2008. “O soldado que baleou Alfredo estava a cumprir a sua obrigação,” disse o Sr. Horta. (TP)

Peticionários esperam por uma decisão justa: Os peticionários em Aitarak Laran estão à espera duma decisão justa do Governo. “O Governo tem competência para resolver os problemas dos peticionários. O Governo deve tomar uma decisão equilibrada que seja aceite e satisfaça todos,” disse o Coordenador dos peticionários, Sr. Tara. (TP)

Lasama: Não há perdão para Salsinha: A tolerância do Estado para com o grupo de amotinados liderados por Gastão Salsinha acabou. O Governo anunciou que a partir de Quarta-feira, depois não haverá oportunidade de perdões para eles. O Presidente interino Lasama disse que os amotinados seriam emboscados e presos. “Já decidimos. O Estado tolerou-o [Salsinha] durante quase dois meses.

Contudo, as ordens da Operação é para o apanharem vivo - o Estado não o quer morto,” disse o Sr. Lasama. (TP e DN)

Deslocados do Hospital Nacional devem ser mudados na próxima semana: A Ministra da Solidariedade Social, Maria Domingas Fernandes Alves, disse que os deslocados que estão correntemente a viver no complexo do Hospital Nacional Hospital devem ser mudados visto que terminou a re-habilitação das casas provisórias em Becora.

A Ministra disse que por razões de saúde e segurança, os deslocados têm de se mudar. Disse qinda que os deslocados estavam a impedir a re-habilitação do Hospital Nacional. (DN)

Polícia montou 12 postos em Dili: O Comandante da Unidade de Intervenção Rápida, Armando Monteiro, confirmou que a polícia montou 12 postos em Dili para garantir o regresso dos deslocados a casa. “Até agora, a Unidade de Intervenção Rápida está a ter o papel de assegurar a implementação do Estado de Sítio e também a assegurar o regresso dos deslocados a casa,” disse o Sr Monteiro. (DN)

Fontes de Notícias Nacionais:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Nacional (DN)

Ramos Horta wants truth on 1999 violence

Karen Michelmore in Jakarta - April 07, 2008
The Australian

EAST Timor's President Jose Ramos Horta has taken aim at Indonesian military officers involved in the violence surrounding East Timor's historic 1999 vote for independence.
Ramos Horta has urged the officers to "come clean" and acknowledge their actions, as a controversial truth commission prepares to hand down its findings into the violence that wracked the country.

The Indonesia-East Timor Commission of Truth and Friendship (CTF) is due to hand its final report on the violence that claimed 1500 lives within weeks.

It comes as Indonesian authorities prepare to release the only Indonesian jailed over the 1999 violence.

Eurico Guterres, who led the notorious Aitarak militia gang that wreaked havoc in East Timor's capital Dili, could be released from his Jakarta prison within days after being acquitted following a final appeal of his case, his lawyer Mahendradatta said.

He had served less than two years of a 10-year jail term.

"Until now, he is still in prison," Mahendradatta said.

"The problem now is not in legal (institutions) but in bureaucracy.

"The (court's decision) document hasn't yet been delivered to Central Jakarta District Court from the Supreme Court."

Mahendradatta said the Supreme Court upheld the final appeal, known as a judicial review, because some of the evidence previously presented to court was "wrong".

Guterres was one of several alleged perpetrators who testified at public hearings of the CTF in Indonesia last year.

Few, if any, of the militia leaders or senior Indonesian military officers admitted contributing to the violence in 1999, some even denying human rights violations had occurred.

A recent report by the International Centre for Transitional Justice (ICTJ) found the truth body was "deeply flawed" and many alleged perpetrators at the public hearings had presented an "alarming version of events".

Ramos Horta today told Fairfax media that Indonesian officers had failed in their responsibilities to provide security in East Timor before, during and after the 1999 ballot.

"Although we don't want to revisit the past, although we don't want to point fingers, although we don't want anybody to go to jail, they should have at least had the courage and humility to tell their country and the Timorese people that they were wrong and apologise," he said.

"That would have been enough.

"They didn't - they kept blaming the United Nations - well, the UN was not responsible for security ... the UN was only responsible for organising the referendum."

Indonesia's military today said both countries should wait until the CTF report is released to comment.

Tradução:

Ramos Horta quer a verdade sobre a violência de 1999

Karen Michelmore em Jakarta - Abril 07, 2008
The Australian

O Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta tomou por alvo os oficiais das forças militares Indonésias envolvidos na violência que rodeou o histórico referendo para a independência de Timor-Leste em 1999.
Ramos Horta urgiu os oficiais a "limparem-se e a reconhecerem as suas acções, quando uma controversa comissão da verdade se prepara para entregar as suas conclusões sobre a violência que destruiu o país.

A Comissão Indonésia-Timor-Leste da Verdade e Amizade (CVA) tem previsto entregar o seu relatório final sobre a violência que que matou 1500 pessoas em poucas semanas.

Chega quando as autoridades Indonésias se prepara para libertar o único Indonésio encarcerado por causa da violência de 1999.

Eurico Guterres, que liderou o infame gangue da milícia Aitarak que lançou o caos na capital de Timor-Leste Dili, pode ser libertado da sua cadeia em Jacarta dentro de dias depois de ter sido inocentado no seguimento de um apelo final do seu caso, disse o seu advogado Mahendradatta.

Ele serviu menos de dois anos de uma pena de 10 anos de cadeia.

"Até agora, ele está ainda na prisão," disse Mahendradatta.

"O problema agora não está nas instituições legais mas na burocracia.

"O documento da decisão do tribunal não foi ainda enviado para o Tribunal do Distrito Central de Jacarta do Tribunal Supremo."

Mahendradatta disse que o Tribunal Supremo decidiu do apelo final, conhecido como revisão judicial, porque alguma da evidência anteriormente apresentada ao tribunal estava "errada".

Guterres dos vários alegados perpetradores que testemunhou numa audiência pública da CVA na Indonésia no ano passado.

Poucos, se algum, dos líderes de milícia ou dos oficiais de topo das forças militares Indonésias admitiu ter contribuido para a violência em 1999, alguns até negaram que tivessem ocorrido violações dos direitos humanos.

Um relatório recente do Centro Internacional de Justiça Transitória (ICTJ) concluiu que o órgão da verdade estava "profundamente defeituoso" e muitos alegados perpetradores das audiências públicas tinham apresentado uma "versão alarmante dos eventos".

Ramos Horta disse hoje à Fairfax media que os oficiais Indonésios tinham falhado nas suas responsabilidades para providenciar a segurança em Timor-este antes, durante e depois do referendo de 1999.

"Apesar de não querermos revisitar o passado, apesar de não querermos apontar dedos, apesar de não querermos que ninguém vá para a cadeia, eles deviam ter tido pelo menos a coragem e a humildade de dizer ao país deles e aos Timorenses que tinham errado e pedirem desculpa," disse ele.

"Isso teria sido o suficiente.

"Não o fizeram – continuaram a pôs as culpas na Nações Unidas – bem, a ONU não era responsável pela segurança ... a ONU foi apenas responsável por organizar o referendo."

A força militar da Indonésia disse hoje que ambos os países devem esperar até o relatório ser emitido para comentar.

Luís Cardoso na Feira do Livro em Díli

Díli, 08 Abr (Lusa) - O escritor timorense Luís Cardoso, residente em Portugal, é um dos autores convidados da Feira do Livro em Português que decorrerá em Díli, Timor-Leste, de 19 a 23 de Abril.

A participação de Luís Cardoso na Feira do Livro foi anunciada pela embaixada de Portugal em Díli à agência Lusa.

Luís Cardoso é autor dos romances "Crónica de Uma Travessia" (1997), "Olhos de Coruja Olhos de Gato Bravo" (2002), "A Última Morte do Coronel Santiago" (2003) e o recente "Requiem para o Navegador Solitário" (2007).

É também convidado da Feira do Livro em Português de 2008 o historiador António Monteiro Cardoso, que lançou no final de 2007 em Portugal o livro "Timor na 2ª Guerra Mundial - O Diário do Tenente Pires".

Estará também na Feira do Livro o especialista em assuntos timorenses António Barbedo de Magalhães, para apresentar a sua obra em três volumes "Timor Leste, Interesses Internacionais e Actores Locais".

A Feira do Livro em Português, organizada pela embaixada de Portugal e o Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões com o apoio de diversas entidades, coloca este ano à venda cerca de 50 mil títulos.

A feira realiza-se em instalações contíguas ao Ministério da Educação, no bairro de Vila Verde, porque o local habitual do certame, o centro de conferências no bairro do Farol, é desde há dois meses o quartel-general da operação de captura do ex-tenente Gastão Salsinha.

PRM
Lusa/fim

Timor not a failed state, says US

April 7, 2008
The Age

East Timor is not a failed state, but must hasten its development, US Assistant Secretary of State Christopher Hill said in Dili.

Hill said the international community wanted to help the nation develop, but East Timor must also strive to increase investment and create employment.

"I think a number of countries are really trying to do [these] things and I hope the people in East Timor appreciate that countries are really trying to help, but this is going to be a long process," Hill said in the capital.

East Timor's troubled past was recognised by the international community, and there were no signs of donor fatigue toward the fledgling nation, he said.

"I think there is a reservoir of good will and an appreciation for the fact that the history has been so difficult," Hill said.

"I wouldn't say there is a particular fatigue with East Timor. I think there is fatigue generally, but not for East Timor."

Hill said East Timor was not a failed state, despite an attempt to assassinate the country's top two leaders in February.

"That sort of assessment is for a country going in the wrong direction," he said.

"I think East Timor is going in the right direction and the issue we are concerned about is not the direction, but rather the pace - to see if we can go in that right direction a little faster."

He said he was impressed with the government's ability to continue after the February 11 attacks.

"What is important is that the government was able to continue and I think there is a continuing effort to get the perpetrators to hand down their arms and surrender and allow the country to move on."

President Jose Ramos-Horta was shot and wounded in the February attack by rebels. Prime Minister Xanana Gusmao escaped unhurt in a separate attack the same morning.

Tradução:

Timor não é um Estado falhado, diz USA

Abril 7, 2008
The Age

Timor-Leste não é um Estado falhado, mas deve apressar o seu desenvolvimento, disse o Secretário de Estado Assistente dos USA Christopher Hill em Dili.

Hill disse que a comunidade internacional queria ajudar a nação a desenvolver-se, mas que Timor-Leste deve lutar para aumentar o investimento e criar emprego.

"Penso que uma série de países estão realmente a tentar fazer [testas] coisas e espero que o povo em Timor-Leste aprecie que os países estejam realmente a tentar ajudar, mas este vai ser um longo processo," disse Hill na capital.

O passado problemático de Timor-Leste foi reconhecido pela comunidade internacional, e não há sinais de fadiga de dadores em relação à jovem nação, disse.

"Penso que há uma reserva de boa vontade e apreço para o facto da história ter sido tão difícil," disse Hill.

"Não diria que há uma fadiga particular com Timor-Leste. Penso que há no geral uma fadiga, mas não para Timor-Leste."

Hill disse que Timor-Leste não era um Estado falhado, apesar da tentativa de assassinar dois líderes de topo em Fevereiro.

"Esse tipo de avaliação é para um país que vá na direcção errada," disse.

"Penso que Timor-Leste está a ir na direcção certa e a questão que nos preocupa não é a direcção, mas antes o ritmo – ver se se pode ir nessa direcção certa um pouco mais depressa."

Disse que estava impressionado com a capacidade do governo em continuar depois dos ataques de 11 de Fevereiro.

"O que é importante é que o governo consiga continuar e penso que há um esforço continuado para chegar aos perpetradores, tirar-lhes as armas e renderem-se e permitir que o país avance."

O Presidente José Ramos-Horta foi baleado e ferido no ataque em Fevereiro por amotinados. O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão escapou ileso num ataque separado na mesma manhã.

East Timor president says no plans to step down

ABC News
8.04.2008
Posted 48 minutes ago
Updated 41 minutes ago

East Timor President Jose Ramos-Horta gave assurances on national television that he would return to lead his country, after an Australian newspaper quoted him as saying he may step down.

Dr Ramos-Horta, 58, was flown to Darwin for emergency treatment in February after he was wounded in an assassination attempt, and is recuperating there after being discharged from hospital.

In an interview published on Tuesday, The Australian newspaper quoted the Nobel Peace Prize laureate as saying he may quit before the end of his five-year term.

The comment generated widespread publicity. But later in the day, Dr Ramos-Horta appeared on television in East Timor to assure people he would "go back and continue my role as president."

"The (Australian) journalist asked me if I wanted to resign so I said I would talk to the bishops and listen to the people," he said in an interview broadcast from Darwin.

"At the moment I am not thinking of resigning because many people trust me and I cannot betray their trust.

"If one day I feel I want to resign, I will ask the opinion of the bishops and of the people. I will not make the decision alone."

Dr Ramos-Horta had told The Australian that he was physically well but was less sure about his emotional state, and hinted he may step down before his term finishes.

"I will know only when I get home to my own house, to the site where I was shot, whether I have recovered. I am generally a very sensitive person - but I can also be cold and strong," he told the newspaper.

"I will address the parliament when I return and I will not promise the country that I will serve the full term."

Dr Ramos-Horta was shot outside his residence in the capital of the tiny south-east Asian nation on February 11 by rebels who separately ambushed Prime Minister Xanana Gusmao, who survived unhurt.

Rebel leader Alfredo Reinado was killed during the attack on the president's home, but a number of other rebels remain at large.

International forces have been stationed in East Timor since 2006, after a mass desertion by members of the armed forces prompted fighting between military and police factions and street violence that killed at least 37.

- AFP

Ramos-Horta levanta hipótese de não terminar o mandato

Díli, 08 Abr (Lusa) - O Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, admitiu a hipótese de não completar o mandato, em declarações a um jornal australiano.

"Vou dirigir-me ao Parlamento quando voltar e não vou prometer que completarei o mandato até ao fim", afirmou José Ramos-Horta numa entrevista ao jornal "The Australian".

O chefe de Estado timorense ressalvou que seria "muito duro" tomar essa decisão.

"Pessoalmente, no entanto, eu gostaria de ser um simples cidadão e escrever o meu livro sem preocupações", declarou também o Presidente da República.

José Ramos-Horta, atingido a tiro no ataque à sua residência em Díli, a 11 de Fevereiro, continua em Darwin, Austrália, a sua recuperação.

A data do regresso do Presidente da República a Díli não foi anunciada oficialmente, mas os órgãos de Estado e as forças de segurança "trabalham com base na data indicativa de 17 de Abril", afirmaram à agência Lusa fontes oficiais.

José Ramos-Horta afirma na entrevista a "The Australian", no seguimento de muitas declarações nesse sentido, que "não precisa de ser Presidente" e que se candidatou contrariado.

O chefe de Estado sublinha também que a crise após o 11 de Fevereiro permitiu constatar que o Presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, "passou um teste crucial".

"Todos o aplaudem. Eu fico mais tranquilo porque agora sei que, se pedir a demissão, há um ou dois que podem ocupar o cargo", concluiu José Ramos-Horta.


PRM
Lusa/fim

Presidente regressa a Díli na próxima semana

Ramos-Horta admite renunciar à presidência de Timor-Leste

Público, 08.04.2008 - 10h01 Lusa

O Presidente timorense admitiu que poderá renunciar ao cargo de Presidente. Em entrevista ao jornal "The Australian", citado pela "Lusa", Ramos-Horta diz que só quando voltar a Timor saberá se está preparado para continuar.

Ramos-Horta indicou que o Presidente interino conseguiu passar um "teste crucial" e que só quando regressar a casa, ao local onde foi alvejado, perceberá se está completamente recuperado e preparado para continuar o mandato para o qual foi eleito em 2007. O Presidente acrescentou ainda que só quando regressar a casa, ao local onde foi alvejado, perceberá se está completamente recuperado e preparado para continuar o mandato para o qual foi eleito em 2007.

José Ramos Horta foi alvejado junto à sua residência no dia 11 de Fevereiro.

O Presidente, que tem mandato até Abril de 2012, continua em convalescença em Darwin, devendo regressar a Timor-Leste na próxima semana (17 de Abril).

Reinado was high on 'ice'

The Age
Lindsay Murdoch, Darwin
April 8, 2008

REBEL leader Alfredo Reinado was under the influence of a cocktail of alcohol and the drug known as "ice" when he led the February attacks in Dili, East Timor's President, Jose Ramos Horta, has revealed.

Mr Ramos Horta has also rejected speculation in Dili that a powerful Timorese politician was behind the attacks, saying Reinado did not take orders from anyone.

"I do not know of any political figure who was involved in any way whatsoever in supporting Alfredo Reinado," Mr Ramos Horta told The Age in Darwin, where he is recovering from gunshot wounds.

He said Reinado "came to my house on his own while under the influence of alcohol and drugs, although behind the scenes he was also manipulated by certain people.

"Whether his intent was to kidnap me to exert pressure on the Government — I don't know his intent," he said. "What is absolutely clear, though, is that he came to my house in a hostile manner and if I had been in the house, he probably would have shot me point blank."

Mr Ramos Horta earlier named Timorese-born Australian woman Angelita Pires as one of the people who influenced Reinado in the lead-up to the attacks. Ms Pires has admitted she was Reinado's lover but denied any wrongdoing.

Mr Ramos Horta said there was no information Reinado was supported by sources from either Indonesia or Australia. But he said there were indications that Timorese individuals in non-government organisations provided cash and other support for Reinado that were passed to him by Ms Pires.

The President told The Age he wanted East Timor's Prosecutor-General, Longuinhos Monterio, who is leading the investigation into the attacks, to report his findings as soon as possible to Parliament to prevent unfounded speculation that could further destabilise the country. Mr Monterio briefed Mr Ramos Horta on the investigation in Darwin yesterday.

Mr Ramos Horta said that while he was recovering well although still in pain, he was struggling to understand how the rebels could have shot him twice in the back with a high-powered rifle. "Aiming such a high-powered rifle at me — I was unarmed — and then shooting me in the back as I turned to run was a criminal act of absolute cowardice," he said

Mr Ramos Horta said he had known since 2006 that Reinado was abusing alcohol and methamphetamines, or "ice", although the rebel was sober on the occasions he met him in the country's mountains when trying to negotiate his surrender.

He praised the Timorese soldier who shot Reinado dead at his house shortly after dawn on February 11. "The soldier who shot Reinado did his duty," he said.

Speaking only days before he is expected to receive the report of a commission of inquiry set up in 2005 to uncover the truth behind violence that swept East Timor in 1999, Mr Ramos Horta criticised Indonesian military officers for refusing to admit responsibility and apologise.

He expects to return to Dili this month.

All clear?

The Jakarta Post
Editorial
April 08, 2008

No one is guilty for the 1999 mayhem in the then Indonesian province of East Timor. This is the conclusion of all the cases tried at Indonesia's ad hoc human rights court. And on Friday, the Supreme Court cleared former pro-Indonesia militia leader Eurico Guterres of rights violations.

In doing so, the court overturned its own earlier decision to uphold the 10-year prison sentence given Eurico by the rights court.

The Supreme Court has wisely decided, a jubilant Eurico said, "that I am not the one responsible" for all the violence before and after the referendum that led to East Timor's independence.

So who was responsible?

Eurico could be likened to a mere foot soldier if indeed he took part in the violence. If the generals were cleared of charges, how could he be responsible? Estimates of those killed during the spasm of violence in East Timor reach the thousands, with survivors fleeing from towns and villages to areas in Indonesia and abroad.

But Eurico and all the other defendants have been acquitted. These defendants include former East Timor governor Abilio Jose Soares and high-ranking military and police officers who served in former East Timor.

The answer as to who was responsible is unlikely to be clear from the soon-to-be released final report of the Indonesia-Timor Leste Commission on Truth and Friendship.

Commission leaders have reiterated their mandate is not to prosecute or declare anyone guilty; the commission will simply name an "institution" responsible for the violence.

The only parties who have owned up to their actions were bit players -- militias either supporting the cause of East Timor's independence or those who fought to stay with Indonesia. Among those tried in Timorese courts was the former leader of the Alfa militia group, Johny Marques, who is serving 33 years in jail for his role in the murder of priests and nuns in 1999 in the town of Los Palos.

At a commission hearing, he said, "For the sake of friendship between the two nations, why should it be only Alfa members like myself who are singled out for accountability?"

He testified how Indonesian police and military commanders recruited and trained him and his men, but he wondered aloud why they were not being questioned and tried.

Even though the big fish still bask in impunity, a degree of accountability has been shown -- yet only in Timorese fora. Marques and others were convicted in a Dili court. Public confessions have also been released by Timor Leste's own commission for truth and reconciliation.

Indonesia, Timor Leste's boastful big neighbor, has not managed to come up with a single verdict that shows that at least one institution, or one individual, was responsible for the widespread arson and destruction, the loss of life during the 1999 referendum.

The Supreme Court decision to free Eurico was not surprising; it merely marked the day Indonesia returned to square one regarding investigations into what happened in its former 27th province.

If no one in Indonesia is responsible, does popular reference to an international conspiracy have some truth?

Many found with relief that declassified documents from the United States revealed that at least the United States and Australia gave tacit support for Indonesia's 1975 invasion of East Timor.

Another conclusion that can be arrived at from the fact that everyone here is apparently innocent is that impunity reigns. This is a setback, past even square one, despite our years of "reform".

The Commission on Truth and Friendship emphasizes the "friendship" between Indonesia and Timor Leste, and is thus in no way a substitute for real court verdicts on the violence.

Commissioners have said their report could be used as a basis for both countries in the event that either decided to take up further investigations that could lead to prosecution.

Timor Leste has done its part in trying to heal wounds, both through reconciliation and also through legal means. The onus now is on Indonesia to act.

The world waits -- because this "pebble in our shoe", as our foreign minister used to say, just won't go away.

Tradução:

Todos limpos?

The Jakarta Post
Editorial
Abril 08, 2008

Ninguém é culpado da desordem de 1999 na então província Indonésia de Timor-Leste. É esta a conclusão de todos os casos julgados no tribunal ad hoc de direitos humanos da Indonésia. E na Sexta-feira, o Tribunal Supremo inocentou o antigo líder da milícia pró-Indonésia Eurico Guterres de violações de direitoso.

Ao proceder assim, o tribunal derrubou a sua anterior decisão de 10 anos de prisão dada a Eurico pelo tribunal de direitos.

O Tribunal Supremo decidiu sabiamente, disse um triunfante Eurico, "que não sou o responsável" por toda a violência antes e depois do referendo que levou à independência de Timor-Leste.

Então quem foi responsável?

Eurico pode ser considerado um mero soldado raso se na verdade tomou parte na violência. Se os generais foram inocentados de acusações, como podia ele ser responsabilizado? Estimativas dos que foram mortos durante o espasmo de violência em Timor-Leste chegam aos milhares, com sobreviventes a fugirem de cidades e aldeias para área na Indonésia e no estrangeiro.

Mas Eurico e todos os outros réus foram inocentados. Esses réus incluíam o antigo governador de Timor-Leste Abílio José Soares e militares de alta patente e oficiais de polícia que serviram em Timor-Leste.

A resposta sobrem quem foi responsável provavelmente não virá do relatório final a sair brevemente da Comissão da Indonésia-Timor-Leste da Verdade e Amizade.

Líderes da Comissão têm reiterado que os seus mandatos não é para processarem ou declararem alguém culpado; a comissão simplesmente indicará uma "instituição" responsável pela violência.

As únicas partes que foram responsabilizadas pelas suas acções foram jogadores pequenos – milícias a apoiarem quer a independência de Timor-Leste ou os que lutaram para ficar com a Indonésia. Entre os julgados em tribunais Timorenses estava o antigo líder do grupo de milícia Alfa, Johny Marques, que está a servir 33 anos de prisão pelo seu papel no homicídio de padres e freiras em 1999 na cidade de Los Palos.

Numa audiência da comissão, ele disse, "A bem da amizade entre as duas nações, porque é que apenas os membros da Alfa como eu próprio foram apontados para serem responsabilizados?"

Ele testemunhou como comandantes da polícia e dos militares Indonésios recrutaram e formarem ele e os seus homens, mas ele perguntou em voz alta porque é que eles não estavam a ser questionados e julgados.

Mesmo apesar do peixe graúdo continuar a gozar de impunidade, foi mostrado um certo grau de responsabilização – contudo apenas nos foruns Timorenses. Marques e outros foram condenados num tribunal de Dili. Confissões públicas foram libertadas pela própria comissão de verdade e reconciliação de Timor-Leste.

A Indonésia, o prepotente grande vizinho de Timor-Leste, não conseguiu sair ainda com um único veredicto que mostre que pelo menos uma instituição ou um indivíduo, foram responsáveis pelas espalhadas destruições e fogos-postos, as perdas de vida durante o referendo de 1999.

A decisão do Tribunal Supremo de libertar Eurico não foi surpreendente; marcou meramente o dia em que a Indonésia voltou ao ponto zero sobre as investigações ao que aconteceu na sua antiga 27ª província.

Se ninguém na Indonésia é responsável, tem a referência popular a uma conspiração internacional alguma verdade?

Muitos concluíram com alívio que documentos desclassificados dos Estados Unidos revelaram que pelo menos os Estados Unidos e a Austrália deram apoio tácito para a invasão da Indonésia de 1975 de Timor-Leste.

Uma outra conclusão a que se chegou do facto de toda a gente aqui estar aparentemente inocente é que reina a impunidade. Isto é um recuo, para além mesmo do ponto zero, apesar dos nossos anos de "reforma".

A Comissão da Verdade e Amizade enfatiza a "amizade" entre a Indonésia e Timor-Leste, e não é pois de nenhuma maneira um substituto para sentenças reais de tribunais sobre a violência.

Os comissionários disseram que o seu relatório podia ser usado como uma base para ambos os países no evento de um deles decidir avançar com mais investigações que podem levar a prossecuções.

Timor-Leste fez a sua parte em tentar sarar feridas, ambos através da reconciliação e também através de meios legais. O ónus agora está sob a Indonésia para agir.

O mundo espera – porque esta "pedra no nosso sapato", como costumava dizer o nosso ministro dos estrangeiros, simplesmente não desaparece.

Conselho de Segurança ONU vai analisar situação no país

Washington 08 Abr (Lusa) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se quinta-feira para analisar a situação em Timor-Leste, disseram hoje fontes da organização.

As fontes disseram que o encontro se destina a “consultas”, não se esperando qualquer resolução.

Em finais de Fevereiro o Conselho de Segurança reuniu-se por duas vezes para debater a crise em Timor, tendo acordado na altura em prolongar por mais um ano o mandato da missão da ONU no país, a UNMIT.

O Conselho de Segurança pediu na altura que o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, o informasse das conclusões de uma missão a ser enviada a Timor-Leste para fazer uma avaliação das “necessidades da polícia nacional, bem como possíveis ajustamentos” ao sector policial da UNMIT.

Nessa reunião o Conselho de Segurança condenou os atentados contra o primeiro-ministro Xanana Gusmão e contra o Presidente José Ramos Horta, pedindo que os responsáveis pelos ataques sejam levados à justiça.

JP
FIM

Ana Gomes lamenta absolvição de Eurico Guterres

2008-04-07 19:41:00
Público

Ana Gomes falava à Lusa na sequência da absolvição, sexta-feira, pelo Supremo Tribunal indonésio, do líder da milícia pró-indonésia Aitarak, Eurico Guterres, o último dos 18 acusados neste processo que se encontra detido, cuja libertação está prevista para os próximos dias.

"[A libertação de Eurico Guterres] Não me espanta rigorosamente nada. Nunca ninguém se empenhou na altura para que fosse feita justiça, nem a comunidade internacional, nem as próprias autoridades timorenses", disse a eurodeputada socialista.

Eurico Guterres foi condenado a dez anos de prisão em 2002 pelo envolvimento na violência contra os apoiantes da independência. A absolvição ocorre poucos dias antes da data prevista para a divulgação do relatório final da Comissão Verdade e Amizade, criada por Timor-Leste e pela Indonésia para investigar os acontecimentos de 1999.

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U.S. support, Guterres' release called 'face-saving'

April 08, 2008
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta

U.S. support for the final report of the Indonesia-Timor Leste Commission for Truth and Friendship (CTF) and the release of a former Timor Leste militia leader are face-saving efforts, says an expert.

University of Indonesia international relations expert Hariyadi Wirawan said Indonesia and the United States apparently wanted to say there were no gross human rights violations before and after the 1999 referendum in the then Indonesian province of East Timor, and all incidents from 1975 onward were not by design but by default.

"These are face-saving efforts of Indonesia and the United States. By saying the incidents were by default, they mean to say 'There's no one to blame, so let's just forget it and move on,'" he told The Jakarta Post on Monday.

U.S. Assistant Secretary of State Christopher Hill met last Friday with President Susilo Bambang Yudhoyono during his tour of Southeast Asia, which included stops in Indonesia and Timor Leste.

After the meeting, he said the United States would accept the findings of the commission probing killings by Indonesian troops during Timor Leste's break from Jakarta, despite a boycott of the process by the United Nations and criticism by rights groups.

"If it's good enough for East Timor and Indonesia, it should be good enough for us. What we want to see is reconciliation between Indonesia and East Timor. This is the way to go. If you look at East Timor's future, it needs a good relationship with Indonesia," Hill said.

After months of delay, the CTF is expected to present its final report to the presidents of both Indonesia and Timor Leste next week.

Presidential spokesman Dino Patti Djalal confirmed that Timor Leste was one of the topics, besides North Korea, Myanmar and the Middle East, discussed by the President and Hill. However, he stressed the independence of the CTF, saying the commission's work was an effort to seek truth so the two countries could work together in the future.

"The long delay of the commission to issue its final report shows there is genuine debate among its members. It shows they are independent," he said.

Hariyadi, however, questioned the coincidence of Hill's visit to Jakarta and Dili and the release of Eurico Guterres ahead of the release of the CTF's final report.

The Supreme Court cleared Guterres, the only person jailed over the violence surrounding East Timor's 1999 vote for independence, after it found he was not proven to have structural command to coordinate attacks.

"I think the events are all connected. If it is true, then the CTF's final credibility is under question as many will see there has been general pre-negotiation between the United States and Indonesia on the results," he said.

Hariyadi said the United States had an interest in speeding up the commission's work as many have accused it of pushing Soeharto to invade East Timor to stop the spread of communism in Southeast Asia after it couldn't prevent the fall of Vietnam to communism in 1975.

Many observers have suggested the United States would not allow the lack of justice over past rights abuses to hurt its growing ties with Indonesia, a nation seen as a counterbalance to China's growing clout in Asia.

"I am afraid the CTF final report will be designed to just make everybody happy," Hariyadi said.

International law expert at the University of Indonesia Hikmahanto Juwana said the CTF's final report would determine the fate of the human rights cases and future Indonesia-Timor Leste relations.

Tradução:

Apoio dos USA e libertação de Guterres chamados 'para salvar a face'

Abril 08, 2008
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta

Apoio dos USA ao relatório final da Comissão Indonésia-Timor- Leste para a Verdade e a Amizade (CVA) e a libertação dum antigo líder das milícias de Timor-Leste são esforços para salvar a face, diz um perito.

O perito de relações internacionais da Universidade da Indonésia Hariyadi Wirawan disse que a Indonésia e os Estados Unidos queriam aparentemente dizer que houve grandes violações de direitos humanos antes e depois do referendo de 1999 na então província Indonésia de Timor-Leste, e que todos os incidentes desde 1975 não foram determinados mas por defeito.

"Estes são esforços para salvar a face da Indonésia e dos Estados Unidos. Ao dizerem que os incidentes foram por defeito eles querem dizer 'Não há ninguém a culpar, então vamos esquecer simplesmente e andar para a frente,'" disse na Segunda-feira ao The Jakarta Post.

O Secretário de Estado Assistente dos USA Christopher Hill encontrou-se na passada Sexta-feira com o Presidente Susilo Bambang Yudhoyono durante a sua viagem pela Ásia do Sudeste, que incluiu paragens na Indonésia e Timor-Leste.

Depois do encontro, disse que os Estados Unidos aceitariam as conclusões da comissão à investigação dos assassínios por tropas Indonésias durante a separação de Timor-Leste de Jacarta, apesar do boicote ao processo pelas Nações Unidas e de críticas por grupos de direitos.

"Se é suficientemente bom para Timor-Leste e Indonésia, deve ser suficientemente bom para nós. O que queremos ver é a reconciliação entre a Indonésia e Timor-Leste. Este é o caminho a seguir. Se olhar ao futuro de Timor-Leste, ele precisa duma boa relação com a Indonésia," disse Hill.

Depois de meses de atrasos, a CVA espera apresentar o seu relatório final aos presidentes da Indonésia e de Timor-Leste na próxima semana.

O porta-voz presidencial Dino Patti Djalal confirmou que Timor-Leste foi um dos tópicos para além da Coreia do Norte, Myanmar e o Médio Oriente, discutidos pelo Presidente e Hill. Contudo, ele sublinhou a independência da CVA, dizendo que o trabalho da comissão foi um esforço para procurar a verdade para que os dois países possam trabalhar juntos no futuro.

"A longa demora da comissão para emitir o relatório final mostra que há um debate genuíno entre os seus membros. Isso mostra que são independentes," disse.

Hariyadi, contudo, questionou a coincidência da visita de Hill a Jacarta e Dili e a libertação de Eurico Guterres antes da emissão do relatório final da CVA.

O Tribunal Supremo inocentou Guterres, a única pessoa que esteve presa por causa da violência que rodeou o referendo de Timor-Leste em 1999 para a independência, depois de ter concluído que não ficou provado que ele tinha o comando estrutural para coordenar ataques.

"Penso que os eventos estão todos ligados. Se isso é verdade então a credibilidade final da CVA sob questão, como muitos podem ver houve uma pré-negociação geral entre os Estados unidos e a Indonésia sobre os resultados," disse.

Hariyadi disse que os Estados Unidos tinham interesse em apressar o trabalho da comissão dado que muitos o têm acusado de empurrar Soeharto para invadir Timor-Leste para travar o espalhar do comunismo no Sudeste Asiático depois de não ter conseguido impedir a queda do Vietname para o comunismo em 1975.

Muitos observadores têm sugerido que os Estados Unidos não iriam permitir que a falta de justiça aos abusos de direitos no passado prejudicasse os seus laços crescentes com a Indonésia,uma nação vista como um contra-peso à crescente influência da China na Ásia.

"Receio que o relatório final da CVA foi feito de modo a deixar toda a gente feliz," disse Hariyadi.

O perito de lei internacional na Universidade da Indonésia Hikmahanto Juwana disse que o relatório final da CVA determinará o destino dos casos de direitos humanos e o futuro das relações Indonésia-Timor-Leste.

East Timor president says he may step down: report

8.04.2008
7 hours ago

SYDNEY (AFP) — East Timor President Jose Ramos-Horta, wounded in an assassination attempt in February, said in remarks published Tuesday that he may quit before the end of his term.

"I will address the parliament when I return and I will not promise the country that I will serve the full term," Ramos-Horta told The Australian newspaper in an interview.

The Nobel Peace Prize laureate, who was elected president for a five-year term in May last year, was speaking in the north Australian city of Darwin where he is recuperating after being discharged from hospital.

He said he was physically well but was less sure about his emotional state.

"I will know only when I get home to my own house, to the site where I was shot, whether I have recovered. I am generally a very sensitive person -- but I can also be cold and strong."

Ramos-Horta, 58, was shot outside his residence in the capital of the tiny southeast Asian nation on February 11 by rebels who separately ambushed Prime Minister Xanana Gusmao, who survived unhurt.

Rebel leader Alfredo Reinado was killed during the attack on the president's home but a number of other rebels are still at large.

Ramos-Horta said stepping down from the presidency would be "very hard, although personally I would like to be a common citizen and casually write my book.

"I will have to be sensitive to what the bishops and the common Timorese say."

The president said the success of his stand-in, national parliament president Fernando Lasama de Araujo, made it easier for him to consider stepping down.

"I'm more at ease because I know that if I step down, there is one or two who can do the job."

But he said the shooting had changed how he would be able to live in Dili.

"Before the assassination attempt I would go everywhere. I would go in a little public bus with the common people, go in local restaurants and pay one dollar a meal, and invite all the customers and pay for their meal.

"People really liked to see me in the back alleys of Dili. Well, now I would have to think twice," he said.

International forces have been stationed in East Timor since 2006, after a mass desertion by members of the armed forces prompted fighting between military and police factions and street violence that killed at least 37.

Tradução:

Reportagem: presidente de Timor-Leste diz que pode sair

8.04.2008
7 horas atrás

SYDNEY (AFP) — O Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta, ferido numa tentativa de assassínio em Fevereiro, disse em comentários publicados na Terça-feira que pode desistir antes do fim do sem mandato.

"Falarei ao parlamento quando regressar e não prometerei ao país que vou cumprir o mandato completo," disse Ramos-Horta ao jornal The Australian numa entrevista .

O laureado do Nobel da Paz que foi eleito presidente para um mandato de cinco anos em Maio do ano passado, estava a falar da cidade do norte da Austrália de Darwin onde está a recuperar depois de ter tido alta do hospital.

Disse que está bem fisicamente mas menos seguro quanto ao seu estado emocional.

"Apenas saberei quando chegar a casa, ao sítio onde fui baleado, se recuperei. Geralmente sou uma pessoa muito sensível – mas posso ser também frio e forte."

Ramos-Horta, 58 anos, foi baleado no exterior da sua residência na capital da pequena nação do Sudeste Asiático em 11 de Fevereiro por amotinados que separadamente emboscaram o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, que saiu ileso.

O líder amotinado Alfredo Reinado foi morto durante o ataque à casa do presidente mas uns tantos amotinados continuam em fuga.

Ramos-Horta disse que sair da presidência será "muito difícil, apesar de pessoalmente gostar de ser um homem comum e talvez escrever um livro.

"Terei que ser sensível ao que os bispos e as pessoas comuns disserem."

O presidente disse que o sucesso do seu substituto, o presidente do parlamento nacional Fernando Lasama de Araújo, torna mais fácil para ele sair.

"Estou mais confortável, sei que se sair, haverá um ou dois que podem desempenhar o cargo."

Mas disse que os tiros tinham mudado o modo como poderá viver em Dili.

"Antes da tentativa de assassínio ia a todo o lado. Andava nos mini-autocarros públicos com as pessoas vulgares, ia aos restaurantes locais e pagava um dólar por refeição, e convidava todos os clientes a pagava as suas refeições.

"As pessoas gostavam mesmo de me ver nas ruas traseiras de Dili. Bem, agora teria de pensar duas vezes," disse.

Forças internacionais têm estado estacionadas em Timor-Leste desde 2006, depois de deserção em massa de membros das forças armadas ter provocado lutas entre facções da polícia e dos militares e violência nas ruas que matou pelo menos 37 pessoas.

Ramos Horta pode não cumprir mandato

Rádio Renascença
08-04-2008 1:41

O Presidente de Timor-Leste admite não cumprir o seu mandato até ao fim.

Dois meses depois da tentativa de assassinato de que foi alvo em Díli, Ramos Horta deu a entender, numa entrevista a um diário australiano, que quando terminar o período de convalescença, irá dirigir-se ao Parlamento timorense e avaliar a situação.

O Nobel da Paz acrescenta ainda que só quando regressar a casa, ao local onde aconteceu a tentativa de assassinato em Fevereiro, é que vai perceber se está completamente recuperado.

De recordar que Ramos Horta foi atingido com dois tiros e operado cinco vezes.

Refere ainda o Presidente de Timor que não está preocupado com a sua eventual sucessão antes de tempo, porque, diz, existem duas ou três pessoas que podem ocupar o cargo.

CC

East Timor: Former PM Alkatiri claims alleged assassination attempt on Xanana Gusmao was faked

WSWS : News & Analysis : Asia : East Timor
By Patrick O’Connor
8 April 2008

Mari Alkatiri, former East Timorese prime minister and current general secretary of the Fretilin opposition party, has alleged that the reported assassination attempt on Prime Minister Xanana Gusmao on February 11 was a fake. In an interview with the Portuguese News Network, he claimed that Fretilin has photographs showing that the vehicle, which supposedly came under fire, initially only had two bullet holes but later appeared in public with 16. Alkatiri also raised a number of serious questions regarding the related shooting of President Jose Ramos-Horta and the killing of rebel major Alfredo Reinado.

The former prime minister’s statements cast further doubt over the official explanation of the events of February 11. According to Prime Minister Gusmao and the Australian and international media, Reinado was killed while he was leading an attempted coup or coordinated assassination against both Ramos-Horta and Gusmao. This, however, remains the most unlikely scenario.

Reinado, who with several of his men had mutinied in May 2006 and joined in armed attacks against government forces, had been wanted on murder and firearms charges. In mid-January, however, the former major reached an agreement with Ramos-Horta under which he would surrender to the police in return for a full presidential pardon. Around the same time, Reinado publicly released a DVD in which he bitterly denounced Gusmao, his former patron, accusing him of directly instigating the 2006 military split that led to the Australian military intervention and the ousting of Alkatiri’s Fretilin administration.

On February 7, 2008 Ramos-Horta convened a meeting at his residence involving Gusmao, Alkatiri, and other parliamentarians. The president told the participants that he agreed with Fretilin’s demand for fresh elections. Formed in August 2007, the Gusmao-led coalition government had been wracked by internal divisions and was becoming increasingly unpopular.

Taken together, these circumstances render the official “coup” explanation of the events of February 11 entirely implausible. Reinado supposedly attempted to assassinate a president who was preparing to both grant him a full pardon for his crimes and who had decided to support efforts to oust Gusmao’s administration through new elections. Attempts by the Australian media to explain these contradictions have rested on the claim that Reinado was simply insane.
An alternative and more coherent possibility is that Reinado, and perhaps Ramos-Horta also, was set up for assassination by Gusmao or forces close to Gusmao, with the likely support, or at least knowledge of, Australian personnel in Dili. Canberra and Gusmao have both benefited from the events of February 11. The Timorese government has enacted a series of authoritarian measures to prop up its rule, while the Labor government of Prime Minister Kevin Rudd has used the alleged coup attempt as a pretext for dispatching more troops to bolster its neo-colonial occupation of the oil-rich state.

In his interview with the Portuguese News Network (PNN), published March 4, Alkatiri described the alleged ambush on Gusmao as a “cheap fiction”. He claimed that a Fretilin representative took photographs of Gusmao’s vehicle with two bullet holes as it was parked on the street. Later, however, the same vehicle was shown in a ditch with 16 bullet holes.

The Fretilin leader also questioned the circumstances of Reinado’s killing. “How is it that Alfredo Reinado is going to attack the person [Ramos-Horta] who was trying to find an elegant solution for him?” he asked. “Who was attacked first, was it Reinado or the President of the Republic? If it was Reinado, according to the first facts, he would have been dead for an hour before. If he was dead before, why did Reinado’s men and those of the President of the Republic stay looking at each other until the President arrived?”

Alkatiri speaks with the World Socialist Web Site

The World Socialist Web Site contacted Alkatiri on April 2. He said that he had nothing to add to the PNN interview, but also made clear that he was not retracting his previous statements.

Referring to the agreement between Ramos-Horta and Reinado reached in January, Alkatiri stated, “This is why it is very strange, very ironic, that Reinado came down to attack exactly the person that was trying his best to work with Reinado”. The WSWS asked if Fretilin would publicly release its photographs of Gusmao’s vehicle. “I am still waiting for the investigators to ask me about it and then I will deliver them to them,” he replied.

In his interview with PNN, Alkatiri demanded an independent commission of inquiry, excluding personnel from Australia. “Countries that have a presence here, in the area of justice or advisors in the area of security, cannot have their elements make up a part of this commission,” he told the WSWS, adding that the February attacks occurred, “with all of this [military] presence, and if the investigation incriminates the international presence or that of the UN, the tendency naturally is to cover it up”. Asked about the FBI investigators currently working on the case, Alkatiri replied: “In the final analysis, they are being used. Even if they want to be serious, they can’t be.”

Alkatiri declined to tell the WSWS whether he believed that Australian forces were involved in the February 11 violence, and instead repeated his demand for an international investigation. “Everything has to be investigated, that’s why we made it clear that an international commission for investigation can never include people from countries that are already operating in Timor-Leste.”

In the PNN interview, Alkatiri clearly implied that forces within the government may have instigated the double attack. “The President of the Republic [Ramos-Horta] had clearly said that there would be early elections in 2009,” he said. “It is clear that those who govern did not like this. These doubts need to be clarified for the good of the persons who are involved. If I were in Xanana’s place, I would be the first to say that I wanted this investigation to be conducted in an independent form.”

When we asked if he was suggesting Gusmao was personally responsible for the February 11 attacks, Alkatiri replied “No, I didn’t suggest any name [but] I think the investigation will really make it clear.” He refused to be drawn on why the Gusmao government has blocked the formation of an international investigation.

He denounced the “state of siege”, under which a strict curfew is in place and meetings and demonstrations banned, as “bullshit”. “It’s really a way for the government to dictate its rule, he told us. “This is not a rule of law, it is a rule by law; they are using their majority to dictate their own rules.”

Speaking to the PNN, he had earlier elaborated: “The emergency is being used to intimidate people. The population will get tired of these measures, particularly in the neighbourhoods of Dili. We are already returning to the time of Indonesia, with people not sleeping at home. In the neighbourhoods of Tunanara and Pité there are young people who are afraid that the police will come looking for them at night.... Those in power must believe that the best form of controlling this population is to put fear into them, [to deter] demonstrations or any other violent action. There is no right to demonstrate, there is no right to hold public meetings. I am accustomed to meeting in my house with many people, and now there are days when the police come by here to ask my security what it is that we are doing.”

Alkatiri told the WSWS that the ruling coalition “will pay their bill for this” at the next election, which he expects to be held in early 2009. The Fretilin leader said that when he last spoke with Ramos-Horta, three or four weeks ago, the president remained committed to bringing forward the date of the vote. Asked how he thought Gusmao would respond, he replied: “He has no options, he has no options. He has no authority to govern this country, he was not elected. We need a democratic country, not a country that is dictated by a former guerrilla.”

Canberra’s role

WSWS asked Alkatiri about the present role of the 1,000-troop Australian-led International Stabilisation Force. He replied, “The problem here, the main problem here, is who commands whom? Who is really commanding the force? United Nations, the government, the Australian brigadier, I still don’t know.... The only thing I can say is that the force came here in 2006 under my request, at that time signed by President Xanana [Gusmao] and the president of the parliament, Lu-Olo [Guterres], but since then things are developing in such a way that I think that we need to know clearly who is commanding the force.”

On the 2006 Australian intervention, which Alkatiri defended as a means of ending the police-military conflict, the following exchange occurred:

WSWS: If it is true that as Reinado alleged, Gusmao instigated that conflict as part of a coup attempt against your administration—

Alkatiri: If it is true, if it is true, it will explain a lot of things.

WSWS: And it would also explain a lot of things if it is true that Canberra was involved in that as well.

Alkatiri: It will explain a lot of things, everything, things that have developed domestically in Timor-Leste, with some kind of interference from outside.... I would like to also stress here that 2006, Prime Minister Howard was the only one that has made clear, very publicly clear, that he would prefer me to step down. It is already a way to interfere in the affairs of another country.

The former prime minister then said that with the election of the new Labor government: “I think we have a lot of space, political space, to work together. I am sure that a lot of changes will come. It is still too early to talk about but I am sure, yes.” Asked about what changes he anticipated, Alkatiri replied, “Mutual respect between Australia and Timor-Leste and other countries is one thing, and of course more cooperation, a bit more cooperation for the advantage of both countries.” And on Rudd’s response to the events of February 11, when the new Labor prime minister immediately deployed additional Australian troops, including elite SAS personnel? “He was in the government for less than 100 days and he had to respond as he did, but I am sure [that] sooner than later a lot of things change.”

In reality, the Rudd Labor government will maintain the same strategic orientation as the former Howard government. The Labor Party has a filthy record on East Timor, including the Whitlam government’s active encouragement of Indonesia’s invasion in 1975 and the Hawke-Keating government’s negotiation of the 1989 Timor Gap Treaty, under which Canberra and Jakarta carved up Timor’s oil and gas resources in violation of international law. The death of Indonesia’s former dictator Suharto earlier this year saw the squalid spectacle of past and present Labor ministers paying tribute to the mass murderer.

During Howard’s 11-year term in office, the Labor Party backed the government’s every move in Timor. The Labor opposition supported the Howard government’s crude strong-arm tactics during negotiations on the exploitation of the Timor Sea’s petroleum with the former Alkatiri administration, at one point even joining the government in ejecting Greens’ Senator Bob Brown from parliament after he issued some limited criticisms of Canberra’s stance. Labor endorsed both the 1999 and 2006 military interventions, which were driven by the Australian ruling elite’s determination to secure control over the lion’s share of Timor’s oil and gas and to shut out rival powers, above all Portugal and China. Rudd’s additional troop deployment in February was motivated by his determination to further advance this neo-colonial strategy.

Media blackout

Not a single media outlet in Australia has reported Alkatiri’s statements to the PNN. This extraordinary self-censorship is indicative of the critical role played by the establishment media as an active accomplice of Australian imperialism in East Timor and throughout the South Pacific. It continues to repeat the official “coup” and “assassination” version of the events of February 11—which virtually nobody in Dili believes—as good coin. Elementary questions have still not been raised, obvious avenues for potential investigation ignored, and important statements from leading public figures suppressed.

Alkatiri is not alone in raising serious questions regarding Reinado’s killing and the alleged ambush on Gusmao’s vehicle.

Mario Carrascalao—the former Indonesian-appointed Timorese governor and now leader of the Social Democrat Party that forms part of Gusmao’s coalition government—gave an interview with Portugal’s Lusa news that was published on February 19. Carrascalao said that “strange things” were happening in East Timor, and questioned how it was that Gusmao’s vehicle supposedly came under fire without anyone being hurt. “Whoever knows that road [where the alleged attack occurred], knows that nobody escapes an ambush,” he said. “[But] nobody was injured.”

Carrascalao also said he believed that Reinado did not attack Ramos-Horta and that someone had instead set a “trap” for the former major. He raised the possibility that either “the Australians”, the petitioners, or another section of the Timorese military was responsible. “Any of these three hypotheses is feasible,” he concluded.

As with Alkatiri’s allegations, no section of the Australian media reported Carrascalao’s remarks.
Carrascalao also provided a number of details on the meeting held at Ramos-Horta’s residence on February 7, where he was one of the participating parliamentarians. Along with government MPs, a dozen senior Fretilin representatives attended. Carrascalao told Lusa that after an hour of discussion, Ramos-Horta declared that he no longer believed that Gusmao’s government was capable of resolving Timor’s problems and that fresh elections ought to be held. Gusmao responded by insisting that his government would continue to govern alone. Ramos-Horta concluded by saying that further meetings should be held to try to reach an agreement.

These meetings, however, never eventuated. The so-called coup attempt occurred four days later, followed by Gusmao’s announcement of the “state of siege”.

Ramos-Horta questions Australian military response

Late last month President Ramos-Horta gave several interviews, providing his first account of what led up to his wounding on February 11. While Ramos-Horta, like Alkatiri, undoubtedly knows much more than he is publicly saying about the circumstances surrounding the alleged dual assassination attempt, his statements are significant.

Speaking with Fairfax’s Lindsay Murdoch, he explained that he was on a morning walk when he first heard two sets of gunshots. Murdoch reported: “Horta said he had initially looked at two Timorese army soldiers who were with him and said ‘yes, the shots are from the house’. But he then encountered the Dili manager of the ANZ bank, who was riding a bike.”

Ramos-Horta told Murdoch: “He [the manager] said in a casual and relaxed way that the ISF [Australian-led International Stabilisation Force] was doing an exercise near my house. Well, that being the case, I felt relaxed and decided to go home.” In another interview, with East Timor’s TVTL, Ramos-Horta said: “He [the ANZ manager] told me that the ISF were having an exercise near my residence. He asked whether I was informed about it or not, but I replied to him that I had never received any information that [sic] what the ISF were doing near my house. I became angry because if the ISF were doing exercises near my house without my knowledge, it is a bit [sic] mistake.”

According to the president, he then approached his house and saw a bullet-riddled Timorese army vehicle but did not see any Australian troops. By this time Reinado was already dead after being shot in the head, according to some accounts, up to an hour earlier. Ramos-Horta then encountered what he called “one of Alfredo’s men in full [military] uniform” who shot him in the back as he turned to flee. Ramos-Horta was hit with “dum-dum” bullets—which are banned under the Geneva Convention because they expand and fragment on impact—and later underwent six operations in an Australian hospital.

Ramos-Horta told ABC Radio that immediately after being shot, “I heard them [the soldiers with him] cursing the ANZ bank representative, blaming him for what happened because he misled us into going to the house. Because of that I was worried that they could take reprisals against him, so I told them, ‘no, don’t think that,’ because he also didn’t know, he thought it was a military exercise because it never occurred to him, or to me, that my house was under attack.”

Ramos-Horta raised further questions regarding the Australian military’s failure to capture those involved in the shoot-out. “I didn’t see any ISF elements or UNPOL [police] in the area ...
normally they are supposed to show up instantly, and in this case of extreme gravity they would normally seal off the entire area, blocking the exit route of the attackers. That didn’t happen. As far as I know, no hostile pursuit of the attackers was made for several days. How did Mr Alfredo Reinado happen to be totally undetected in Dili when the ISF was supposed to be keeping an eye on his movements?”

Ramos-Horta has declared his support for a commission of inquiry to investigate these questions.

Angelita Pires

Asked by ABC Radio why he thought the rebel soldiers would want to shoot him, Ramos-Horta replied: “Not the slightest idea. Because I was the only leader in the country they said they trusted. Mr Alfredo Reinado told me a month before, and he told all other individuals who talked with him, that I was the only leader he knew who was not involved in the crisis of 2006. I was the only one they trusted and I was the only one who spent months often travelling to the bush area, to the mountains, to the valleys, meeting with them to try to find a dignified solution for the country, that is acceptable to all.”

Ramos-Horta nevertheless insisted that the attack was an assassination attempt. Reinado, he told the Fairfax press, “was a very unstable person, never consistent with what he said ... he does something else the next day while under the influence of his intimate associate and lover Ms Angie Pires and others who were behind him. While I managed to create a certain climate of confidence among him and his men, there were some elements behind him who would manipulate and influence the situation.”

Angelita Pires, a dual East Timorese-Australian citizen, acted as Reinado’s lawyer and representative in Dili. Arrested on February 17, she is alleged to have known about preparations for the alleged attacks on Ramos-Horta and Gusmao, but has denied the charges. She has also released a public statement rejecting Ramos-Horta’s allegation that she had manipulated Reinado.

When the WSWS asked Alkatiri about Pires’s role, he replied: “I don’t want to really comment on a single person, because a lot of people, even the most important people, were always with Reinado.”

As with so many aspects of this affair, the closer one examines Pires and her connections, the murkier the situation appears.

Pires, who spent most of her life in Australia, appears to have had a very close working relationship with senior Australian officials in Dili. Until February 1—ten days before the shoot-out at Ramos-Horta’s residence—she was an employee of an AusAID contractor, Enterprise Challenge Fund (ECF). An article in the Australian on February 20 stated: “Local officials claimed she was dismissed from the ECF program because of her alleged links with rebel leader Alfredo Reinado. It is believed AusAID had raised concerns about Ms Pires late last month, but that a decision had already been made to sack the 42-year-old by the program’s manager, Coffey International, on the advice of their local officials. AusAID last night confirmed Ms Pires had a history of working for Australian-funded contractors in East Timor, but declined to comment on the circumstances surrounding her dismissal.”

Pires claims to have acted as a go-between, coordinating Reinado’s movements with the Timorese security agencies and the Australian military. The ISF confirmed this when it told the Australian that it had met her “in a public place in Dili” in January to ensure that Reinado’s men and the ISF knew each other’s general movements. The Australian military also said that she was “not a paid informant of the ISF and no money or gratuities were ever passed to Ms Pires”.

This statement appeared to be in response to rumours in Dili regarding the source of a large sum of cash reportedly found on Reinado’s dead body. “It was not $29,000. It was not $31,000. It was exactly $30,000, in $US100 notes,” the Australian quoted a senior East Timorese government source as saying in an article published March 18.

The same article revealed that Gusmao held Pires responsible for the break-down in negotiations between Reinado and the government that preceded the public release of the former major’s DVD accusing the prime minister of instigating the 2006 crisis. According to the Australian’s government source, a meeting between Gusmao and Reinado in Dili had been arranged in early December, but the former major never showed up. “Angelita Pires called and said, ‘He’s not coming,’” the source said. “The prime minister was very upset and very disturbed that a third party was throwing stones into this. Alfredo never called us to explain. She called.

She was saying the real plan was to arrest Reinado and then shoot him dead in front of the prime minister.”

Pires has reportedly indicated that she believes Reinado was subsequently set up on February 11. According to the Age: “After the attacks, Pires told friends Reinado was lured to Mr Ramos Horta’s house to be assassinated because he was about to reveal plots by powerful political figures.”

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Tradução:

Timor-Leste: Antigo PM Alkatiri afirma que foi fingida a tentativa de assassínio contra Xanana Gusmão

WSWS : Notícias & Análises : Ásia : Timor-Leste
Por Patrick O’Connor
8 Abril 2008

Mari Alkatiri, o antigo primeiro-ministro Timorense e o corrente Secretário-geral da Fretilin, o partido de oposição, alegou que a noticiada tentativa de assassínio do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão em 11 de Fevereiro foi falsa. Numa entrevista à Portuguese News Network, ele afirmou que a Fretilin tem fotos que mostras que o veículo, que supostamente esteve sob fogo, inicialmente tinha apenas dois buracos de balas mas que depois apareceu em público com 16. Alkatiri levantou também uma séria de questões sérias relacionadas com os disparos do Presidente José Ramos-Horta e a morte do amotinado major Alfredo Reinado.

As declarações do antigo primeiro-ministro lançam ainda mais dúvidas sobre a explicação oficial dos eventos de 11 de Fevereiro. De acordo com o Primeiro-Ministro Gusmão, os Australianos e os media internacionais, Reinado foi morto quando estava a liderar uma tentativa de golpe ou assassínios coordenados contra os dois Ramos-Horta e Gusmão. Este, contudo, continua a ser o cenários menos provável.

Reinado, que com vários dos seus homens se tinha amotinado em Maio de 2006 e se juntara a ataques armados contra forças do governo, era procurado por acusações de homicídio e de armas. Em meados de Janeiro, o antigo major chegou a um acordo com Ramos-Horta sob o qual ele render-se-ia à justiça em troca dum perdão presidencial total. Por volta dessa altura, Reinado emitiu para o público um DVD no qual amargamente denunciou Gusmão, o seu antigo patrão, acusando-o de ter instigado directamente a divisão militar de 2006 que levou à intervenção militar Australiana e à saída da administração da Fretilin de Alkatiri.

Em 7 de Fevereiro de 2008 Ramos-Horta tinha convocado um encontro na sua residência envolvendo Gusmão, Alkatiri, e outros parlamentares. O presidente disse aos participantes que tinha concordado com o pedido da Fretilin de eleições antecipadas. Formada em Agosto de 2007, o governo de coligação liderado por Gusmão estava partida por divisões internas e tornava-se cada vez mais impopular.

Postas juntas, estas circunstâncias tornam inteiramente implausivel a explicação oficial de “golpe” dos eventos de 11 de Fevereiro. Reinado supostamente tentou assassinar um presidente que se preparava duplamente para lhe dar um perdão total pelos seus crimes e que tinha decidido apoiar os esforços para derrubar a administração de Gusmão através de eleições antecipadas. Tentativas dos media Australianos para explicar estas contradições apoiaram-se apenas na afirmação de que Reinado era instável.
Uma possibilidade alternativa mais coerente é que Reinado, e talvez Ramos-Horta também foram alvos de assassínio por Gusmão ou por forças próximas de Gusmão, com o apoio provável ou pelo menos com o conhecimento do pessoal Australiano em Dili. Canberra e Gusmão beneficiaram ambos dos eventos de 11 de Fevereiro. O governo Timorense tomou uma série de medidas autoritárias para reforçar a sua governação, ao mesmo tempo que o governo Labor do Primeiro-Ministro Kevin Rudd usou a alegada tentativa de golpe como um pretexto para despachar mais tropas para reforçar a sua ocupação neo-colonial no Estado rico em petróleo.

Na sua entrevista com a Portuguese News Network (PNN), publicada em 4 de Março, Alkatiri descreveu a alegada emboscada sobre Gusmão como uma “ficção barata”. Ele afirmou que um representante da Fretilin tirou fotos ao veículo de Gusmão com dois buracos de balas quando estava estacionado na estrada. Mais tarde, contudo, o mesmo veículo foi mostrado caído com 16 buracos de balas.

O líder da Fretilin questionou também as circunstância da morte de Reinado. “Como é que Alfredo Reinado ia atacar a pessoa [Ramos-Horta] que estava a encontrar uma solução elegante para ele?” perguntou. “Quem é que foi atacado primeiro, foi Reinado ou o Presidente da República? Se foi Reinado, de acordo com os primeiros factos, ele teria estado morto uma hora antes. Se ele foi morto antes, porque é que os homens de Reinado e os do Presidente da República ficaram a olhar uns para os outros até o Presidente ter chegado?”

Alkatiri fala com o World Socialist Web Site

O World Socialist Web Site contactou Alkatiri em 2 de Abril. Ele disse que nada tinha a acrescentar ao que dissera ao PNN na entrevista, mas deixou também claro que não estava a recuar nas suas declarações anteriores.

Referindo-se ao acordo alcançado em Janeiro entre Ramos-Horta e Reinado, Alkatiri afirmou, “É por isso que tudo isto é muito estranho, muito irónico, que Reinado tenha vindo para atacar exactamente a pessoa que estava a tentar o seu melhor para trabalhar com Reinado”. O WSWS perguntou se a Fretilin iria emitir publicamente as fotos do veículo de Gusmão. “Continuo à espera que os investigadores me peçam isso e depois entregarei as fotos a eles,” respondeu.

Na sua entrevista à PNN, Alkatiri pediu uma comissão independente de inquérito, excluindo pessoal da Austrália. “Países que têm uma presença aqui, na área da justiça ou conselheiros na área da segurança, não podem ter elementos a fazerem part e desta comissão,” disse ao WSWS, acrescentando que os ataques de Fevereiro ocorreram, “com toda esta presença [militar],e se a investigação incriminar a presença internacional ou a da ONU, naturalmente que a tendência será tapá-los”. Perguntado acerca dos investigadores do FBI a trabalharem correntemente no caso, Alkatiri respondeu: “Numa análise final, estão a ser usados. Mesmo se quiserem ser sérios, não o podem ser.”

Alkatiri declinou dizer ao WSWS se acreditava que as forças Australianas estiveram envolvidas na violência de 11 de Fevereiro, e em vez disso repetiu a sua exigência por uma investigação internacional. “Tudo tem de ser investigado, é por isso que deixámos claro que uma comissão internacional para a investigação não pode nunca incluir pessoas de países que já estão a operar em Timor-Leste.”

Na entrevista ao PNN, Alkatiri deixou claramente implícito que forças de dentro do governo podem ter instigado o duplo ataque. “O Presidente da República [Ramos-Horta] tinha dito claramente que haverá eleições antecipadas em 2009,” disse. “É claro que os que governam não gostaram disso. Esta dúvida tem de ser clarificada para o bem das pessoas que estão envolvidas. Se eu estivesse no lugar do Xanana, eu seria o primeiro a dizer que queria que esta investigação fosse feita de forma independente.”

Quando perguntámos se estava a sugerir que Gusmão era pessoalmente responsável pelos ataques de 11 de Fevereiro, Alkatiri respondeu “Não, eu não sugeri nenhum nome [mas] penso que investigação deixará isso claro, realmente.” Ele recusou ser levado para as razões do governo de Gusmão ter bloqueado a formação duma investigação internacional.

Ele denunciou o “estado de sítio”, sob o qual há um recolher obrigatório rigoroso e que proíbe reuniões e manifestações, como um “disparate”. “É realmente uma maneira para o governo impor as suas regras, disse-nos. “Isto não é o primado da lei, é domínio pela lei; estão a usar a maioria deles para imporem as suas próprias leis.”

Falando ao PNN, ele tinha anteriormente explicado: “A emergência está a ser usada para intimidar o povo. A população vai cansar-se destas medidas, particularmente nos bairros de Dili. Já estamos a voltar aos tempos da Indonésia, com as pessoas a não dormirem em casa. Nos bairros de Tunanara e Pité há jovens com medo que a polícia venha buscá-los durante a noite.... Os que estão no poder devem acreditar que a melhor forma de controlar esta população é meter-lhes medo, [para deter] manifestações ou qualquer outra acção violenta. Não há nenhum direito de manifestar, não há nenhum direito de fazer ajuntamentos públicos. Eu estou habituado a encontrar-me na minha casa com muita gente, e agora há dias em que a polícia aparece aqui e pergunta à minha segurança o que é que nós andamos a fazer.”

Alkatiri disse ao WSWS que a coligação no poder “pagará a conta disto” nas próximas eleições, que ele espera se realizem no princípio de 2009. O líder da Fretilin disse que na última vez que falou com Ramos-Horta, há três ou quatro semanas atrás, que o presidente se mantém comprometido em avançar com a data das eleições. Perguntado como é que ele pensava que Gusmão iria respondes, disse ele: “Ele não tem opções, ele não tem nenhumas opções. Ele não tem nenhuma autoridade para governar este país, ele não foi eleito. Nós precisamos dum país democrático, não de um país que é dirigido por um antigo guerrilheiro.”

Papel de Canberra

O WSWS perguntou a Alkatiri acerca do presente papel das 1,000 tropas lideradas pelos Australianos na Força Internacional de Estabilização. Ele respondeu, “O problema aqui, o principal problema aqui, é quem comanda quem? Quem é que está realmente a comandar a força? Nações Unidas, o governo, o brigadeiro Australiano, eu ainda não sei.... A única coisa que posso dizer é que a força chegou aqui em 2006 a meu pedido, nessa altura assinado pelo Presidente Xanana [Gusmão] e pelo presidente do parlamento, Lu-Olo [Guterres], mas desde então as coisas estão a desenvolver-se numa tal maneiro que penso precisamos de saber claramente quem é que está a comandar a força.”

Sobre a intervenção Australiana de 2006, que Alkatiri defendeu como um meio de pôr fim ao conflito da polícia e militares, ocorreu a seguinte troca:

WSWS: Se é verdade que como Reinado alegou, Gusmão instigou esse conflito como parte de uma tentativa de golpe contra a sua administração—

Alkatiri: Se isso é verdade, se isso é verdade, isso explicará muita coisa.

WSWS: E também explicará muita coisa se é verdade que Canberra esteve envolvida nisso também.

Alkatiri: Isso explicará muita coisa, tudo, coisas que se desenvolveram internamente em Timor-Leste, com algum tipo de interferência do exterior.... quero aqui explicar que em 2006, o Primeiro-Ministro Howard foi o único que deixou claro, muito claro publicamente, que preferia que eu saísse. Isso já é uma maneira de interferir nos assuntos doutro país.

O antigo primeiro-ministro disse então que com a eleição do novo governo do Labor t: “Penso que temos muito espaço, espaço político, para trabalharmos juntos. Estou certo que virão muitas mudanças. Ainda é demasiadamente cedo para se falar disso, mas estou certo, sim.” Perguntado sobre as mudanças que antecipava, Alkatiri respondeu, “Respeito mútuo entre a Austrália e Timor-Leste e outros países é uma coisa, e obviamente mais cooperação, um pouco de mais cooperação para benefício dos dois países.” E sobre a resposta de Rudd aos eventos de 11 de Fevereiro quendo o novo primeiro-ministro do Labor despachou imediatamente mais tropas Australianas incluindo pessoal da elite SAS? “Ele estava no governo há menos de 100 dias e tinha de responder como fez, mas estou certo que mais cedo que tarde muita coisa mudará.”

Na realidade o governo Labor de Rudd manterá a mesma orientação estratégica do antigo governo Howard. O Labor tem um historial desgraçado sobre Timor-Leste, incluindo o encorajamento activo pelo governo de Whitlam da invasão da Indonésia em 1975 e a negociação do governo Hawke-Keating do Tratado do Timor Gap de 1989, sob o qual Canberra e Jacarta dividiram os recursos de gás e de petróleo de Timor em violação da lei internacional. A morte do antigo ditador da Indonésia Suharto no princípio do ano viu o espectáculo miserável de ministros do Labor do passado e do presente a prestarem honras ao assassino de massas.

Durante a estadia de 11 anos de Howard no governo, o Labor suportou todos os passos do governo em Timor. A oposição do Labor apoiou as tácticas rudes de medir forças do governo Howard durante as negociações sobre a exploração do petróleo do Mar de Timor com a antiga administração de Alkatiri, numa altura juntando-se mesmo ao governo para expulsar o Senador dos Verdes Bob Brown do parlamento depois dele ter feito críticas limitadas à postura de Canberra. O Labor endossou ambas as intervenções militares de 1999 e 2006, que foram guiadas pela determinação da elite governante Australiana para assegurar o controlo sobre a parte de leão do petróleo e do gás de Timor e afastar poderes rivais, acima de todos Portugal e China. O destacamento de mais tropas por Rudd em Fevereiro foi motivado pela sua determinação de avançar mais a esta estratégia neo-colonial.

Apagamento dos Media

Nem uma única publicação dos media na Austrália noticiou as declarações de Alkatiri ao PNN. Esta extraordinária auto-censura é indicadora do importante papel dos media institucionais como cúmplice activo do imperialismo Australiano em Timor-Leste e através do Pacífico Sul. Continuam a repetir as versões oficiais de “golpe” e “assassínio” dos eventos de 11 de Fevereiro—que virtualmente ninguém em Dili acredita—como moeda boa. Não levantaram ainda questões essenciais, ignoraram pistas óbvias para potenciais investigações e declarações importantes de figuras públicas de topo.

Alkatiri não está sozinho a levantar questões sérias em relação à morte de Reinado e à alegada emboscada ao veículo de Gusmão.

Mário Carrascalão — o antigo governador Timorense nomeado pela Indonésia e agora lider do PSD que faz parte da coligação do governo de Gusmão — deu uma entrevista à agência Lusa de Portugal que foi publicada em 19 de Fevereiro. Carrascalão disse que estavam a acontecer “coisas estranhas” em Timor-Leste, e questionado como é que o veículo de Gusmão esteve supostamente debaixo de fogo e ninguém ficou ferido, disse “Quem quer que conheça aquela estrada [onde o alegado ataque ocorreu], sabe que lá ninguém escapa duma emboscada”. “[Mas ninguém ficou ferido.”

Carrascalão também disse que acreditava que Reinado não atacou Ramos-Horta e que em vez disso talvez alguém tenha montado uma “armadilha” ao antigo major. Levantou a possibilidade de serem responsáveis ou “os Australianos”, peticionários ou outra secção dos militares Timorenses. “Qualquer uma destas três hipóteses é plausível,” concluíu.

Tal como aconteceu sobre as alegações de Alkatiri, nenhuma secção dos media Australianos noticiou os comentários de Carrascalão.
Carrascalão deu também uma série de detalhes do encontro realizado na residência de Ramos-Horta em 7 de Fevereiro, onde ele foi um dos parlamentares que participou. Ao lado de deputados do governo, estiveram presentes uma dúzia de representantes de topo da Fretilin. Carrascalão disse à Lusa que depois de uma hora de discussão, Ramos-Horta declarou que já não acreditava mais que o governo de Gusmão fosse capaz de resolver os problemas de Timor e que se deviam fazer eleições antecipadas. Gusmão respondeu insistindo que o seu governo continuaria a trabalhar sozinho. Ramos-Horta concluiu dizendo que haveria mais encontros para se tentar chegar a um acordo.

Esses encontros, contudo, nunca se fizeram. A chamada tentativa de golpe ocorreu quatro dias depois, seguido pelo anúncio de Gusmão do “estado de sítio”.

Ramos-Horta questiona a resposta militar Australiana

No final do mês passado o Presidente Ramos-Horta deu várias entrevistas, providenciando o seu primeiro relato do que levou aos seus ferimentos em 11 de Fevereiro. Conquanto Ramos-Horta, como Alkatiri, sem dúvida sabe muito mais do que diz publicamente acerca das circunstâncias que rodearam a alegada tentativa de duplo assassínio, os seus comentários são significativos.

Falando com Lindsay Murdoch da Fairfax, ele explicou que andava num passeio matinal quando ouviu pela primeira vez duas séries de tiros. Murdoch relatou: “Horta disse que inicialmente olhou aos dois soldados das forças armadas Timorenses que estavam com ele e que disse ‘sim, os tiros são na minha casa’. Mas depois ele encontrou o gerente em Dili do banci ANZ, que andava de bicicleta.”

Ramos-Horta disse a Murdoch: “Ele [o gerente] disse num modo casual e relaxado que a ISF [Força Internacional de Estabilização liderada pelos Australianos] andava a fazer um exercício perto da minha casa. Bem, sendo esse o caso, senti-me relaxado e decidi ir para casa.” Noutra entrevista com a TVTL de Timor-Leste, Ramos-Horta disse: “Ele [o gerente do ANZ] disse-me que a ISF estava a fazer um exercício perto da minha residência. Ele perguntou se eu estava ou não informado disso, mas eu respondi-lhe que nunca recebi nenhuma informação disso [sic] do que a ISF estava a fazer perto da minha casa. Fiquei muito zangado porque se a ISF estava a fazer exercícios perto da minha casa sem o meu conhecimento, isso é um pouco [sic] errado.”

De acordo com o presidente, depois ele aproximou-se da sua casa e viu um veículo das forças armadas Timorenses mas não viu nenhumas tropas Australianas. Por essa altura Reinado já estava morto depois de ter sido baleado na cabeça, de acordo com alguns relatos, cerca de uma hora mais cedo. Ramos-Horta encontrou depois o que ele chamou de “um dos homens de Alfredo em uniforme completo [militar]” que o baleou nas costas quando ele se virou para fugir. Ramos-Horta foi atingido com balas “avariadas” — que estão proibidas sob a Convenção de Geneva porque se expandem e fragmentam no impacto — e mais tarde sofreu seis operações num hospital Australiano.

Ramos-Horta contou à ABC Radio que imediatamente depois de ter sido baleado, “Ouvi-os [os soldados que estavam com ele] a praguejarem contra o gerente do banco ANZ, acusando-o pelo que tinha acontecido porque ele enganara-nos para irmos para casa. Por causa disso eu estava preocupado que ele pudessem fazer represálias contra ele, por isso disse-lhes, ‘não, não pensem isso,’ porque ele também não sabia, ele pensava que era um exercício militar porque nunca lhe ocorreu a ele, ou a mim, que a minha casa estava sob ataque.”

Ramos-Horta levantou mais questões relacionadas com o falhanço dos militares Australianos na captura dos envolvidos no tiroteio. “Eu não vi nenhum elemento da ISF ou da UNPOL [polícia] na área ... normalmente é suposto eles aparecerem instantaneamente, e neste caso de extrema gravidade normalmente eles fechariam toda a área, bloqueando qualquer estrada de saída dos atacantes. Isso não aconteceu. Tanto quanto sei, durante vários dias não houve qualquer perseguição hostil aos atacantes. Como é que aconteceu que o Sr Alfredo Reinado estivesse em Dili totalmente sem ter sido detectado quando era suposto que a ISF estivesse a manter um olho nos seus movimentos?”

Ramos-Horta declarou o seu apoio a uma comissão de inquérito para investigar essas questões.

Angelita Pires

Perguntado pela ABC Radio porque é que pensava que os soldados amotinados o quisessem matar, Ramos-Horta respondeu: “Não tenho a mínima ideia. Porque eu era o único líder no país em quem eles diziam que confiavam. O Sr Alfredo Reinado disse-me um mês antes, e disse isso a todos os indivíduos que falavam com ele, que eu era o único líder que ele conhecia que não estivera envolvido na crise de 2006. Eu era o único em quem eles confiavam e eu fui o único que passou meses muitas vezes a viajar para a área do mato, para as montanhas, para os vales, para encontros com eles para tentar encontrar uma solução digna para o país, que seja aceitável por todos.”

Ramos-Horta apesar disto insistiu que o ataque foi uma tentativa de assassínio. Reinado, disse ele à imprensa da Fairfax, “era uma pessoa muito instável, nunca consistente com o que dizia ... ele fazia uma coisa diferente no dia a seguir quando estava sob a influência da sua associada íntima e amante Srª Angie Pires e outros que estavam por detrás dele. Enquanto eu conseguia criar um certo clima de confiança entre ele e os seus homens, havia alguns elementos por detrás dele que manipulariam e influenciariam a situação.”

Angelita Pires, uma cidadã com dupla nacionalidade Timorense-Australiana, actuou como advogada e representante de Reinado em Dili. Detida em 17 de Fevereiro, alegaram que ela tinha sabido dos preparativos para os alegados ataques a Ramos-Horta e Gusmão, mas tem negado as acusações. Também ela emitiu uma declaração pública rejeitando a alegação de Ramos-Horta de que ela tinha manipulado Reinado.

Quando o WSWS perguntou a Alkatiri sobre o papel de Pires, ele respondeu: “Não quero realmente comentar sobre uma pessoa individual, porque muita gente, mesmo as pessoas mais importantes, estiveram sempre com Reinado.”

Tal como acontece com muitos aspectos desta caso, quanto mais de perto se examina Pires e as suas conexões, mais lamacenta parece a situação.

Pires, que passou a maior parte da sua vida na Austrália, parece ter tido uma relação de trabalho muito estreita com oficiais de topo Australianos em Dili. Até 1 de Fevereiro — dez dias antes dos tiros na residência de Ramos-Horta — ela estava empregada num contratante da AusAID, Enterprise Challenge Fund (ECF). Um artigo do The Australian de 20 de Fevereiro afirmava: “Autoridades locais afirmaram que ela foi despedida dum programa da ECF por causa dos seus alegados laços com o líder amotinado Alfredo Reinado. Acredita-se que a AusAID tinha levantado preocupações sobre a Srª Pires no final do mês passado, mas que já tinha sido tomada a decisão de despedir a mulher de 42 anos pelos gestor do programa, Coffey International, a conselho dos seus funcionários locais. A AusAID confirmou ontem à noite que a Srª Pires tinha um historial de trabalhar para contratantes financiados pelos Australianos em Timor-Leste, mas declinou comentar as circunstâncias à volta do seu despedimento.”

Pires afirma ter actuado como uma intermediária, coordenando os movimentos de Reinado com as agências de segurança Timorenses e os militares Australianos. A ISF confirmou isto quando contou ao The Australian que a tinha encontrado “num local público em Dili” em Janeiro para assegurar que os homens de Reinado e a ISF sabiam os movimentos gerais de cada um. Os militares Australianos disseram também que ela “não era uma informadora paga pela ISF e que nenhum dinheiro ou subsídio foram alguma vez passadas para a Srª Pires”.

Esta declaração pareceu ser em resposta a rumores em Dili sobre a origem duma grande quantia em dinheiro encontrada no corpo de Reinado. “Não foram $29,000. Não foram $31,000. Foram exactamente $30,000, em notas de $US100 ,” disse o The Australian citando uma fonte de topo do governo Timorense, num artigo publicado em 18 de Março.

O mesmo artigo revelou que Gusmão considerava Pires responsável pela quebra das negociações entre Reinado e o governo que precederam a emissão pública do DVD do antigo major onde acusava o primeiro-ministro de instigar a crise de 2006. De acordo com a fonte do governo do The Australian, tinha sido arranjado um encontro entre Gusmão e Reinado em Dili no princípio de Dezembro, ma o antigo major nunca apareceu. “Angelita Pires telefonou e disse, ‘Ele não vem,’” disse a fonte. “O primeiro-ministro estava muito preocupado e muito perturbado por uma terceira parte estar a mandar pedras a isto. Alfredo nunca nos ligou a explicar. Ligou ela.

Ela estava a dizer que o plano real era prender Reinado e depois matá-lo a tiro em frente do primeiro-ministro.”

Pires segundo relatos indicou que acredita que Reinado fora alvo duma cilada em 11 de Fevereiro. De acordo com The Age: “Depois dos ataques, Pires disse a amigos que Reinado foi atraído a casa do Sr Ramos Horta para ser assassinado porque estava prestes a revelar conspirações por figuras políticas poderosa.”

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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