terça-feira, março 04, 2008

SALSINHA EXIGIU UMA “AMPLA AMNISTIA” PARA SE ENTREGAR

Blog Timor Lorosae Nação
Terça-feira, 4 de Março de 2008

SALSINHA EXIGIU UMA “AMPLA AMNISTIA” PARA SE ENTREGAR

Salsinha está na região de Ermera com alguns dos homens do seu grupo e reivindica uma “ampla amnistia para todos os envolvidos” na crise despoletada em 2006.

Há cerca de três dias que Gastão Salsinha se encontra próximo de Ermera a estabelecer negociações para a sua entrega e dos homens armados que o têm acompanhado. Por exigência de Salsinha o principal interlocutor e intermediário é o padre daquela paróquia que “conhece profundamente Gastão Salsinha”, segundo as fontes.

As negociações encontram-se mais demoradas pelo fato de não chegarem a acordo com algumas das exigências de Salsinha, principalmente no que se refere à proclamação de uma “amnistia para todos os envolvidos nesta crise desde 2006”.

“Salsinha considera que foram cometidos erros de parte a parte e que os actuais dirigentes não estão isentos, pelo que a amnistia será o processo mais justo de resolver o assunto a contento de todos e não só de alguns”, salientou a fonte.

Salsinha não se entregará “sem lhe darem algumas garantias”, sendo a principal a amnistia que deverá "entrar em vigor no mais curto prazo possivel".

UNMIT – MEDIA MONITORING - Tuesday, 04 March 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL News Coverage


Horta forgives Alfredo: The Acting President of the Republic, Fernando Lasama, visited PR José Ramos-Horta at the Darwin Royal Hospital, Australia. PR Ramos-Horta said that he has forgiven Alfredo Reinado and has asked that the Government look after his family.


RTL News Coverage

Alfredo’s man surrenders: A member of Alfredo Reinado’s group, Domingos Amaral, surrendered on Monday (3/3) in Maubisse, Ainaro District. He also surrendered one automatic weapon. Amaral said that the weapon was seized in Metiaut during the attack on PR Ramos-Horta’s residence.

The F-FDTL/PNTL Joint Operation has confirmed the numbers of the petitioners gathered in Aitarak Laran has increased to 624.

Print Coverage

Lasama: military operation continues: Acting President Fernando Lasama de Araújo confirmed that the military operation against Salsinha’s group will not cease as the rebels are still in hiding. Acting PR Lasama congratulated group members who had surrendered themselves and their weapons. “There is no other way, they must surrender themselves and their weapons,” said Acting PR Lasama on Monday (3/3). (STL)

Early election possible: Early elections may happen if President José Ramos-Horta’s health does not allow him to continue as President. “If the Court of Appeals states that there is a permanent impediment to the Presidency within 90 days, then early elections should be called to elect a new President,” said Vital dos Santos, Democratic Party (PD) member of NP on Monday (3/3). (STL)

Salsinha wants to surrender in Gleno: The Spokesperson of the Petitioners, Gastão Salsinha, wants to surrender himself to his family and Father Adrianus Olan in Gleno, Ermera. PM Xanana Gusmão said that Salsinha is currently making preparations to come to Dili. (DN)

IDPs want to return home: For two years now, people have been living as IDPs waiting for the problems of the petitioners to be solved. “We still have questions about the weapons they submitted. They ran away with many weapons and surrendered with only one or two. Where are the rest of the weapons? We are IDPs because we are afraid of the weapons, not the people,” said Domingos, an IDP in Farol Camp, Dili. (DN)

Maria Paixão: Salsinha surrenders, ‘State of Siege’ ends: The Vice President of the National Parliament, Maria Paixão, has said that they are waiting for Salsinha and his group to surrender in order to end the ‘State of Siege.’ Ms. Paixão has appealed for Salsinha to submit himself to justice. “I believe that in the short time Salsinha will surrender as a citizen who loves his country,” said Ms. Paixão on Monday (3/3) in the National Parliament. (DN)

National News Sources:

Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)


Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Terça-feira, 04 Março 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e dos seus conteúdos não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Cobertura de Notícias

Horta perdoa a Alfredo: O Presidente Interino, Fernando Lasama, visitou o PR José Ramos-Horta no Darwin Royal Hospital, Austrália. PR Ramos-Horta disse que perdoou a Alfredo Reinado e pediu ao Governo para cuidar da sua família.

RTL Cobertura de Notícias

Homem de Alfredo entrega-se: Um membro do grupo de Alfredo Reinado, Domingos Amaral, entregou-se na Segunda-feira (3/3) em Maubisse, Distrito de Ainaro. Ele entregou ainda uma arma automática. Amaral disse que a arma foi apanhada em Metiaut durante o ataque à residência do PR Ramos-Horta.

A Operação Conjunta F-FDTL/PNTL confirmou que o número dos peticionários reunidos em Aitarak Laran aumentou para 624.

Cobertura Impressa

Lasama: operação militar continua: O Presidente Interino Fernando Lasama de Araújo confirmou que a operação militar contra o grupo de Salsinha não cessa porque os amotinados andam ainda escondidos. O PR Interino Lasama congratulou os membros do grupo que se entregaram e que entregaram as armas. “Não há outro caminho, têm de se entregar e de entregar as armas,” disse o PR interino Lasama na Segunda-feira (3/3). (STL)

Possíveis eleições antecipadas: Pode haver eleições antecipadas se a saúde do Presidente José Ramos-Horta não permitir que continue nas funções de Presidente. “Se o Tribunal de Recurso declarar que há um impedimento permanente da Presidência dentro de 90 dias, haverá eleições para eleger um novo Presidente,” disse Vital dos Santos, do Partido Democrático (PD) do PN na Segunda-feira (3/3). (STL)

Salsinha quer entregar-se em Gleno: O porta-voz dos peticionários, Gastão Salsinha, quer-se entregar à sua família e ao padre Adriano Olan em Gleno, Ermera. disse o PM PM Xanana Gusmão que Salsinha está correntemente a fazer preparativos para vir paraDili. (DN)

Deslocados querem regressar a casa: desde há dois anos, gente tem vivido deslocada à espera que os problemas dos peticionários sejam resolvidos. “Temos ainda questões acerca das armas que entregaram. Eles fugiram com muitas armas e entregaram apenas uma ou duas. Onde é que está o resto das armas? Somos deslocados porque temos medo das armas, não das pessoas,” disse Domingos, um deslocado no Campo Farol , Dili. (DN)

Maria Paixão: Salsinha entrega-se, acaba o estado de sítio: A Vice Presidente do Parlamento Nacional, Maria Paixão, disse que estão à espera que Salsinha e o seu grupo se renda para acabar o estado de sítio. ASrª Paixão apelou a Salsinha para se entregar à justiça. “Acredito que dentro de pouco tempo Salsinha se vai entregar como cidadão que ama o seu país,” disse a Srª Paixão na Segunda-feira (3/3) no Parlamento Nacional. (DN)

Fontes Nacionais de Notícias:

Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)

Salsinha "pronto a entregar-se", diz padre de Ermera

Díli, 04 Mar (Lusa) - O ex-tenente Gastão Salsinha está "pronto a entregar-se às autoridades nas próximas horas", anunciou o padre de Ermera, citado num comunicado do Conselho de Ministros de Timor-Leste.

Gastão Salsinha "anunciou hoje, através do padre Adriano, pároco de Ermera, que está disposto a entregar-se às autoridades nas próximas horas, juntamente com os seus homens, que se encontravam dispersos e que neste momento tenta agrupar", lê-se no comunicado do governo.

"Nesse sentido, Salsinha solicitou ao Comando Conjunto, composto por elementos das F-FDTL (Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste) e da PNTL (Polícia Nacional), que suspenda as operações que decorrem na zona de Ermera", acrescenta o comunicado oficial.

Segunda-feira "entregou-se às forças de segurança Domingos Amaral 'Kede', um elemento que pertencia ao grupo do ex-major Alfredo Reinado e que terá participado no ataque à residência do Presidente da República", informa também o Conselho de Ministros.

O comunicado, assinado pelo secretário de Estado do Conselho de Ministros, Hermenegildo "Agio" Pereira, conclui com a actualização dos peticionários das Forças Armadas que chegaram ao acantonamento de Aitarak laran, Díli: 641.

O comandante da Polícia Militar timorense, major Gino Neves, afirmou segunda-feira à agência Lusa que Gastão Salsinha tinha decidido render-se, após um contacto com a igreja de Gleno, diistrito de Ermera.

O comunicado de hoje do Conselho de Ministros foi a única declaração oficial sobre a situação de Gastão Salsinha, depois de ter sido cancelada uma conferência de imprensa do Comando Conjunto da operação "Halibur" de captura dos homens que atacaram o Presidente da República e o primeiro-ministro a 11 de Fevereiro.

PRM
Lusa/Fim

Timor: «A democracia está em risco»

Considerou Mari Alkatiri

Jornal Digital
2008-03-04 07:03:15

Díli – O duplo atentado, 11 de Fevereiro, contra o chefe de Estado timorense, Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, reforçou a tensão inter partidária. Em entrevista à PNN, Mari Alkatiri insistiu que as duvidas sobre o duplo atentado estão a pôr em risco a democracia, para saída da crise apenas aceita que a Fretilin participe no Governo se «for para liderar o Governo.»

Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, considerou que se as interrogações do duplo atentado não ficarem esclarecidas podem por em causa o processo democrático em Timor e teme que o impasse da actual situação se torne numa «bomba retardatária».

O secretário-geral da Fretilin afirma que o relato relativo ao ataque contra Xanana Gusmão, «é uma ficção barata» e lembra que Mário Carrascalão, numa entrevista à Lusa, já considerara o mesmo ataque como uma «montagem».

Em entrevista à PNN, Mari Alkatiri realçou mistérios que envolvem o ataque ao primeiro-ministro, segundo fontes do secretário-geral da Fretilin, o veículo de Xanana Gusmão inicialmente apresentava impactos de duas balas, pouco depois foi apresentado com a marca de 16 tiros. «Enviámos imediatamente uma pessoa ao local que tirou fotografias», contou Alkatiri, «dizia-se que o carro tinha ido pela ribanceira abaixo, e depois estava parado na estrada. Só mais tarde é que foi pela ribanceira.»

O secretário-geral da Fretilin continua a afirmar que ainda existem fortes suspeitas relativamente ao atentado.

«Como é que o Alfredo Reinado vai atacar a pessoa (Ramos-Horta) que estava a procurar uma solução airosa para si mesmo? Quem foi atacado primeiro, foi o Reinado ou o Presidente da Republica? Se foi o Reinado, segundo os primeiros dados, este terá sido morto uma hora antes.

Se foi morto antes, porque que os homens do Reinado e os do Presidente da República ficaram a olhar uns para os outros até ao Presidente chegar?» questionou Alkatiri.

O mesmo responsável político defendeu a necessidade de uma comissão de inquérito independente. «Países que têm aqui presença, nas áreas da justiça ou assessores na área da segurança, não podem ter os seus elementos a fazer parte desta comissão», e sublinha que se os atentados ocorreram «com toda esta presença, e se a investigação incriminar a presença internacional, ou a ONU, a tendência é naturalmente encobrir» e lembrou que existem países que não estão presentes em Timor capazes de efectuar um inquérito independente.

Em relação à presença do FBI em Timor, com o objectivo de proceder às investigações sobre os atentados, Alkatiri é céptico: «Ao fim e ao cabo, são instrumentalizados. Mesmo que queiram ser sérios, não podem.» Receia, também, que as conclusões do FBI fiquem apenas nas mãos do Procurador-Geral da Republica e não sejam apresentadas ao público.

Os motivos que levaram ao duplo atentado são ainda um enigma, o secretário-geral da Fretilin sugere que existem indícios que assentam na intenção de Ramos Horta convocar eleições antecipadas. «Presidente da Republica tinha dito claramente que haveria eleições antecipadas em 2009. É claro que quem governa não gosta disso. Estas dúvidas precisam de ser esclarecidas para o bem das pessoas que estão envolvidas.

Eu no lugar do Xanana, seria o primeiro a dizer que queria esta investigação fosse feita de forma independente. Eu fui também vítima de tudo isto em 2006» e afirma: «Não vale a pena escudar-se na imunidade e tentarmos encontrar caminhos que não convencem.»

Para Mari Alkatiri a actual crise é a sequência da crise de 2006. «2006 aconteceu porque Xanana queria o poder e não tinha o poder. E agora, depois de estar como primeiro-ministro sentia que não tinha o poder» afirmou o mesmo responsável político. Questionado pela PNN se considera que Xanana Gusmão está a caminho de uma ditadura Alkatiri responde: «Xanana Gusmão gosta do poder. Democracia para Xanana é ter todos juntos mas sob o seu comando. Todos falam, mas ele é que manda.»

«Xanana é um patriota e rejeito que digam que vendeu a pátria aos australianos. Mas Xanana não consegue pensar como Estado, pensa como guerrilheiro. Para ele, a guerrilha é assim. Já quando era líder no tempo da resistência, foi ele que abriu as portas para os partidos todos mas o comando era dele. Ele pensa que tudo tem de continuar assim. Pensa que é o único que consegue ainda congregar todos» considerou Mari Alkatiri.

Para a saída da crise Mari Alkatiri defendeu como primeira medida o fim do Estado de Sitio: «Os cidadãos quando se sentem livres, perdem o medo e podem dizer as verdades.»

O mesmo responsável político considerou que o Estado de Sitio, e Emergência, «está a ser usado para intimidar as pessoas. A população vai-se cansar com todas essas medidas, particularmente nos bairros de Díli. Já estamos a regressar ao tempo da indonésia, as pessoas já não dormem em casa. Bairros de Tunanara, Pité, são jovens que têm medo que a polícia os vá buscar à noite”, e qualifica o risco da população se revoltar como “uma bomba retardatária.»

«O poder deve acreditar que a melhor forma de controlar esta população é meter-lhes medo, para não haver manifestações, qualquer outra acção violenta. Não há direito a manifestação, não há direito a reuniões públicas. Costumo reunir em minha casa com muita gente e há alguns dias passaram aqui os polícias a perguntar aos meus seguranças o que é que nós estávamos a fazer» testemunhou Alkatiri.

O secretário-geral da Fretilin, defende «mais do que nunca» eleições antecipadas, e exige a saída do actual Governo o qual «não tem capacidade para sozinho enfrentar as dificuldades» e considerou a AMP (Aliança Maioria Parlamentar, liderada por Xanana Gusmão) como uma «manta de retalhos». Evocando a necessidade de da criação de uma Junta de Salvação Nacional só aceita a participação do seu partido no Governo se «for para liderar o Governo.»

Rui Neumann e Tiago Farinha

(c) PNN Portuguese News Network

Fernanda Borges: Ramos-Horta achava que a justiça não era essencial em Timor

Jornal Digital

Líder do Partido de Unidade Nacional
2008-03-04 09:01:37

Díli - Fernanda Borges líder do Partido de Unidade Nacional (PUN), com três lugares na assembleia, afirma que em Timor Leste a Justiça ainda não é encarada como uma prioridade, mas após os atentados o presidente, Ramos-Horta, deve «reflectir, analisar bem as coisas e nunca mais pôr a justiça para trás.»

Fernanda Borges líder do PUN considerou, em entrevista à PNN, que a actual crise vivida em Timor-Leste é o resultado, desde 2006, de «muitos falhanços em termos de cumprimento da lei e houve gente que deve estar, se não na cadeia, pelo menos no tribunal para responder por algumas coisas» e cita o exemplo do Major Alfredo Reinado que ao lado de «outros nomes» deveriam ter respondido à Justiça. «O juiz emitiu três mandados de captura e pediu para ele, Reinado, estar presente em tribunal, mas isso nunca aconteceu», lamenta a líder do PUN.

«Queremos ser uma democracia, queremos ser um Estado de direito, mas quando é hora de aplicar o estado de direito alguns políticos são reticentes, é por causa disto que houve estes acontecimentos» afirmou Fernanda Borges.

«Não é um segredo que o nosso Presidente da República (Ramos-Horta) também acha que a justiça não é essencial aqui, e o primeiro-ministro acha também que a justiça não é essencial neste caso. Outros políticos estavam até a considerar a amnistia para aqueles casos todos. É aqui que nós temos problemas, porque nós somos uma nação que começou a ser independente, é preciso que as regras e as leis sejam cumpridas» disse.

Porém, Fernanda Borges considera que a atitude de Ramos-Horta estava assente no princípio de manter a «estabilidade da nação», mas a «boa intenção» do PR não era partilhada pela outra parte. Com os acontecimentos do 11 de Fevereiro «espero que dê para reflectir e analisar bem as coisas e nunca mais pôr a justiça para trás.»

«O 11 de Fevereiro é derivado dos acontecimentos de 2006, sem dúvida nenhuma» afirma a líder do PUN e considera que a saída da actual crise deve assentar na «implementação do inquérito sobre a crise de 2006 através dos tribunais, continuar as investigações, e processá-las no tribunal.»

Para a mesma dirigente, o risco de mergulhar a actual crise num problema especialmente étnico, Loro Sae e Loro Moro, está afastado dado que realidade hoje é diferente de 2006, e defende que o povo continua a privilegiar as vias da justiça.

Fernanda Borges defende a criação de uma comissão de inquérito independente sobre os acontecimentos do 11 de Fevereiro, e esta não tem necessariamente de excluir as forças internacionais ou da ONU.

«Foram os GNR chegaram lá na cena do crime, e sabem o que aconteceu, ouviram as primeiras testemunhas. Vale a pena envolvê-los porque eles têm informações para dar. Não é do interesse da comunidade internacional, nem da GNR, nem da Unpol, nem da FSI, encobrir nada aqui» considerou.

«A pergunta que se faz agora é como é que Alfredo Reinado conseguiu vir de Ermera até Díli sem as forças internacionais saberem?» O «press-release da Unmit diz que foram contactados às seis e tal, quase às sete horas. Levaram menos de meia hora a chegar ao local dos incidentes. Agora, existem outras informações que duvidam disto e afirmam que a ONU chegou e não fez nada. Por causa destas contradições de informação, é importante uma investigação independente, clara, e saber mais detalhes sobre o sucedido» afirma a mesma dirigente que se interroga sobre a motivações e a escolha do dia pelos grupos de Reinado e Salsinha, a fim de «acabar com rumores» e considera «que é muito importante que o Salsinha, o Susser, e outros envolvidos nos acontecimentos, fiquem vivos.»

«É difícil para mim aceitar que o Alfredo Reinado foi matar o Presidente da República, quando foi o próprio Presidente quem mais tentou ajudar o Reinado», disse Fernanda Borges.

Segundo a mesma dirigente os chefes da bancada parlamentar foram «brifados imediatamente» após os atentados, mas sem grandes detalhes. «Queremos agora ver a cronologia dos acontecimentos. O parlamento já pediu várias vezes, mas o Governo ainda não apresentou. É necessário para se entender quem fez o quê e quando é que aquelas pessoas chegam e porque é que não se fez mais» disse. A mesma dirigente lamenta apenas ter conhecimento das situações «através dos media e às vezes a gente não sabe se é verdade ou não, se é propaganda ou se é mesmo o que aconteceu.»

A dirigente do PUN encara também a actual crise como um teste ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, o qual avaliará se «quer a democracia ou a estabilidade». Para Fernanda Borges a «estabilidade sem democracia é o uso da força, muita força. É aí que nós nos podemos tornar o que as pessoas chamam ‘iliberal democracy’, não é uma democracia liberal, não é uma democracia, é uma semi-ditadura com o aspecto democrático das instituições mas onde as instituições não funcionam democraticamente.»

Tiago Farinha
(c) PNN Portuguese News Network

Responsável militar desconhece rendição de Salsinha

Rádio Renascença

O Chefe de Estado Maior do Exército, Coronel Lere Anan, desconhece oficialmente a notícia da alegada rendição de Gastão Salsinha.

Desde segunda-feira que circulam notícias, em Díli, de que o número dois do grupo de Alfredo Reinado se teria entregado à Polícia Militar, juntamente com seis elementos.

Tais informações não foram ainda confirmadas, mas, à Renascença, o comando conjunto admitiu que a rendição de Salsinha poderá estar para breve.

O homem que chefia o Exército timorense disse não ter sido ainda informado.

“Não tenho ainda confirmações oficiais de que se tenha entregado. Por isso, provavelmente, ainda não se entregou”, afirmou o Coronel Lere Anan à Renascença.

MG

Horta to speak about East Timor ordeal

The Age
March 4, 2008 - 6:09PM

East Timor's President Jose Ramos-Horta should be able to speak publicly in the next two
weeks about the attack by rebels that left him seriously wounded, his doctor says.

But first he needs to undergo his sixth surgery to redo part of a skin graft that failed to take.

Dr Ramos-Horta is now in Darwin Private Hospital, recovering from bullet wounds suffered when he was attacked by rebels at his home in Dili on February 11.

Dr Rui d Araujo said the president was walking, talking and taking an interest in the state of his troubled country on his second day out of intensive care.

"(He) is now quite independent in his daily activities, taking showers, walking around and we think that his recovery is on the right track," he told reporters outside Royal Darwin Hospital, from where Dr Ramos-Horta was moved on Monday.

"The medical doctors that are treating him are thinking that he might need to have a minor skin graft during this week or next week ... but it's a minor thing."

Dr d Araujo said he did not think UN officials or police had talked to the president and doctors had "avoided going into" the details of his ordeal.

"From a physiological perspective we have been making some arrangement for him to talk about his issues," he said.

"Obviously specialists in this area will try to talk to him about the details ...

"Having in mind the recovery process that he has had over these last 22 days I would say that in another one or two weeks he would be able to come out and talk to the media."

Dr d Araujo could not confirm how many times the president was shot, although doctors earlier said he had been struck by two bullets.

"That is something the justice system is still looking through and from a medical perspective we can only tell you there are some wounds," he said.

Earlier this week, Dr Ramos-Horta told visitors he had forgiven rebel leader Alfredo Reinado for his role in both the attack and the ambush the same day on Prime Minister Xanana Gusmao, who escaped unhurt.

Reinado was killed in the gun battle at Dr Ramos-Horta's home.

AAP


Tradução:

Horta vai falar sobre a situação em Timor-Leste

The Age
Março 4, 2008 - 6:09PM

O Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta deverá falar publicamente nas duas próximas semanas sobre o ataque dos amotinados que o deixaram seriamente ferido, disse o seu médico.

Mas primeiro precisa de passar pela sua sexta operação para refazer uma parte do enxerto de pele que fez.

O Dr Ramos-Horta está agora no Darwin Private Hospital, recuperando de ferimentos de bala que sofreu quando foi atacado por amotinados na sua casa em 11 de Fevereiro.

O Dr Rui d Araújo disse que o presidente andava, falava e seguia com interesse o estado do seu país inquieto no segundo dia fora de cuidados intensivos.

"(ele) está agora bastante independente nas suas actividades diárias, no chuveiro, a andar e pensamos que a recuperação vai no caminho certo," disse a repórteres no exterior do Royal Darwin Hospital, donde saiu o Dr Ramos-Horta na Segunda-feira.

"Os médicos que o estão a tratar pensam que pode vir a ter um pequeno enxerto de pele durante esta semana ou na próxima semana ... mas é uma coisa menor."

O Dr Araújo disse que não pensava que os funcionários da ONU ou da polícia tivessem falado com o presidente e os médicos tinham "evitado entrar" nos detalhes do seu problema.

"Duma perspectiva filiológica temos feito alguns arranjos para ele falar acerca destas questões," disse.

"Obviamente os especialistas desta área tentarão falar com ele acerca dos detalhes ...

"Tendo em mente o processo de recuperação que ele teve nestes últimos 22 dias direi que dentro duma semana ou duas poderá sair e falar aos media."

O Dr Araújo não pode confirmar quantas vezes o presidente foi baleado, apesar de antes os médicos terem dito que ele foi atingido por duas balas.

"Isso são coisas que o sistema de justiça está ainda a analisar e duma perspectiva médica apenas podemos referir que houve alguns ferimentos," disse.

No princípio desta semana, o Dr Ramos-Horta disse aos visitantes que tinha perdoado ao líder amotinado Alfredo Reinado pelo seu papel quer no ataque quer na emboscada no mesmo dia ao Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso.

Reinado foi morto no tiroteio em casa do Dr Ramos-Horta.

AAP

Salsinha reúne homens e diz-se pronto a entregar-se - 641 peticionários em Aitarak Laran

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
SECRETARIA DE ESTADO DO CONSELHO DE MINISTROS
_________________________________________________________________________

COMUNICADO À IMPRENSA

Díli, 04 de Março de 2008

Salsinha reúne homens e diz-se pronto a entregar-se - 641 peticionários em Aitarak Laran

O ex-tenente das F-FDTL Gastão Salsinha anunciou hoje, através do padre Adriano, pároco de Ermera, que está disposto a entregar-se às autoridades nas próximas horas, juntamente com os seus homens, que se encontravam dispersos e que neste momento tenta agrupar.

Nesse sentido, Salsinha solicitou ao Comando Conjunto, composto por elementos das F-FDTL e da PNTL, que suspenda as operações que decorrem na zona de Ermera.

Ontem entregou-se às forças de segurança Domingos Amaral “Kede”, um elemento que pertencia ao grupo do ex-major Alfredo Reinado e que terá participado no ataque à residência do Presidente da República. Consigo trazia uma arma alegadamente utilizada no referido atentado.
Paralelamente, chegaram hoje à zona de acantonamento de Aitarak Laran, em Díli, mais sete peticionários, provenientes de Ermera, elevando assim para 641 o número de homens acantonados.

O Secretário de Estado do Conselho de Ministros
Porta-voz do Governo

Salsinha afinal não se entregou...

Mas está a pensar em entregar-se?...

Rendição do tenente timorense Salsinha ainda por confirmar

Público, 04.03.2008
Jorge Heitor

Presidente Ramos-Horta foi transferido para um hospital particular de Darwin, a fim de prosseguir durante longas semanas a recuperação dos ferimentos sofridos

A maior das controvérsias envolvia a noite passada a eventual rendição do mais graduado dos ex-peticionários timorenses, o tenente Gastão Salsinha. O comandante da Polícia Militar, major Gino Neves, anunciou-a, mas ninguém mais aceitou confirmar, dizendo desconhecer que formalmente se tivesse rendido.

De acordo com a versão que durante a manhã foi dada ao PÚBLICO, à Lusa e à RTP, ele ter-se-ia juntado à família na cidade de Gleno, capital do distrito de Ermera, a sudoeste de Díli, a capital, e entregue depois a um sacerdote, em mais uma fase do longo processo negocial que já desde a véspera era conhecido.

Só que nem o primeiro-ministro Xanana Gusmão nem outras fontes oficiais aceitaram confirmar que já se pudesse ter a rendição como um facto consumado. Uma dessas fontes foi o capitão João Martinho, da GNR, em declarações à TSF. Admitiu, porém, que a entrega esteja a ser negociada, conforme o PÚBLICO ontem noticiava.

Nem a imprensa australiana, sempre muito bem informada sobre os assuntos timorenses, nem as grandes agências internacionais referiram, ao longo do dia de ontem, que Salsinha se houvesse juntado aos cerca de 600 antigos rebeldes que já se encontram acantonados. Não só ex-peticionários mas, também, alguns polícias que haviam abandonado os seus postos.

Na véspera, o comandante da operação conjunta das Forças de Defesa e da Polícia Nacional de Timor-Leste, Filomeno Paixão, anunciara que outro dos mais destacados amotinados, Amaro da Costa, "Susar", se entregara. E ontem o site da Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (Unmit) mostrava elementos da GNR a escoltarem-no até ao tribunal distrital de Díli.

Enquanto isto, o Presidente José Ramos-Horta, gravemente ferido a tiro no dia 11 de Fevereiro, foi transferido do Hospital Real de Darwin para um estabelecimento particular, onde prosseguirá a difícil recuperação durante todo o resto deste mês. E, em Díli, o Parlamento Nacional aprovou por maioria que se constitua uma comissão de investigação internacional sobre os acontecimentos de há três semanas, nos quais morreram o major Alfredo Reinado e um seu companheiro de rebelião.

Na nova unidade hospitalar, o chefe de Estado timorense deverá dispor de um gabinete para trabalhar e receber visitas, incluindo a do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, há muito esperada.

Primeiras imagens do Presidente timorense após o atentado

SIC Edição da Manhã 03-03-2008

Ramos-Horta a recuperar.

President Ramos-Horta transferred to the Darwin Private Hospital

Darwin, Tuesday, 4 March 2008
Office of President of RDTL
Press Release

The President of Timor-Leste Jose Ramos-Horta has been transferred to the Darwin Private Hospital.yesterday The medical staff are very pleased with his progress following the injuries he received on 11th of February in Dili.

The President has been visited by the Interim President Fernando Lasama de Araujo. In the meeting with the Interim President, President Ramos-Horta said that he forgives Alfredo Reinado Alves and asked the Timorese people to stay calm and avoid further violence.

On leaving the Royal Darwin Hospital, the President thanked Dr Len Notaris and hospital staff for the excellent intensive care he received during his three week stay.

E N D S

Media PR.: Joel Maria Pereira riko.joel@gmail.com
(+670 723 0160)


Tradução:

Presidente Ramos-Horta transferido para um Hospital particular em Darwin

Darwin, Terça-feira, 4 Março 2008
Gabinete do Presidente da RDTL
Comunicado de Imprensa

O Presidente de Timor-Leste José Ramos-Horta foi transferido ontem para o Darwin Private Hospital. O pessoal médico está muito satisfeito com a sua progressão depois dos ferimentos que recebeu em 11 de Fevereiro em Dili.

O Presidente recebeu a visita do Presidente Interino Fernando Lasama de Araujo. No encontro com o Presidente Interino, o Presidente Ramos-Horta disse que perdoa a Alfredo Reinado Alves e pediu ao povo Timorense para se manter calmo e evitar mais violência.

Ao deixar o Royal Darwin Hospital, o Presidente agradeceu ao Dr Len Notaris e ao pessoal do hospital pelo excelentes cuidados intensivos que recebeu durante a sua estadia de três semanas.

FIM

Media PR.: Joel Maria Pereira riko.joel@gmail.com
(+670 723 0160)

E agora, será que vamos saber mesmo tudo?

Blog Pululu
03 Março 2008

E agora, será que vamos saber mesmo tudo?

O homem mais procurado de Timor-Leste depois da morte – ou terá sido assassinato(?) – de Alfredo Reinado, Gastão Salsinha, rendeu-se(?), entregando-se às autoridades do País, através de um pároco local.

Dado que ele, numa recente entrevista deu entender – diriam mesmo, terá afirmado – que nada teve a ver, ou pelo menos, não terá sido como têm pintado, com o eventual ataque(?) a “Xanana” Gusmão, será que ele vai mesmo dizer tudo o que sabe ou em troca de um perdão total ter-se-á de calar e não colocar cá fora tudo o que realmente sabe e se passou no "putsch" de Fevereiro passado?

Fiquemos a aguardar pelos próximos capítulos, porque tenho a certeza que isto não ficará por aqui…

Publicada por ELCAlmeida

Quem disparou em Ramos-Horta?


O que diz Salsinha?


Quem disparou em Ramos-Horta?

O que diz Susar?

Salsinha entregou-se

Confirma-se que Salsinha se entregou.

Onde está Gastão Salsinha?

Em Gleno?

Ou já não vai a tempo do diálogo?...

Eu diria que Ramos-Horta está "sentido" com Xanana Gusmão...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Monday, 03 March 2008 - UNMIT – MEDIA MONITORING":

“alguns de vocês pensaram que eram mais poderosos que o Estado e obrigaram-nos a perder dois anos".

Até que enfim. Mais vale tarde do que nunca. Mas Xanana não pode atirar as culpas para cima dos peticionários, que ele próprio apoiou e incitou enquanto Alkatiri se manteve como PM.

Se perdemos dois anos, como Xanana diz, não foi por culpa dos peticionários. Estes limitaram-se a fazer o jogo deles e até andavam muito sossegados. A responsabilidade desta paragem de dois anos foi de Xanana e RH, que não tiveram coragem suficiente para tomar as decisões que se impunham e foram-nas sempre adiando, talvez na esperança de que com o tempo tudo se resolvesse.

Se os australianos contribuiram para esse chove-não-molha, não sei. Mas este impasse de dois anos foi certamente favorável às suas pretensões.

Uma pergunta fica no ar: porquê este súbito volte-face de Xanana em relação aos peticionários? É que dantes as suas convicções eram muito diferentes. Os seus admiradores escreveram quilómetros de prosa na internet defendendo a sua tese, segundo a qual o problema dos peticionários (e também de Reinado e Salsinha, que eram casos à parte) era político e não militar, devendo ser resolvido pelo famoso "diálogo" e não pela justiça.

Logo no dia em que TMR decidiu expulsar os peticionários, Xanana tornou pública esta sua tese, discursando naTV. E recordemos que o próprio RH, para justificar o não cumprimento dos mandados judiciais sobre Reinado & Cia., afirmou que não queria violência nem tiros para capturá-los, ao contrário do que supostamente pretendia o juiz Ivo Rosa.

Agora que, por metamorfose de Xanana, o “diálogo” está morto e enterrado, gostava de saber como esses seus admiradores - e o próprio RH - explicarão a negação de tudo quanto andaram a pregar durante dois anos.

Mais fácil e, sobretudo, honesto, seria Xanana fazer um acto de contrição e admitir que andou errado durante dois anos. Mas quem o conhece diz que isso nem em sonhos. É mais fácil atirar as culpas para cima dos outros, mesmo tendo tido o poder máximo nas mãos, como PR, Ministro da Defesa, Ministro do Interior e PM.

Ainda por cima com os célebres sermões à Xanana. Pobres peticionários...


NOTA DE RODAPÉ:

Xanana Gusmão foi muito claro e os peticionários entenderam bem. Acabou-se o diálogo. Começaram as execuções...

Algo nos diz que haverá eleições antecipadas...

...

Porque Xanana Gusmão não vai visitar Ramos-Horta a Darwin

Pode ter medo de ser mal recebido, não é?

Será que Ramos-Horta está "sentido" e "triste" com Xanana Gusmão por este ter feito uma emboscada a Alfredo Reinado em casa do Presidente, sem o avisar?...


Eu também ficaria. E não só "sentido" e "triste". Mas nada que não o tivéssemos avisado sobre essas amizades...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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