quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Estado de saúde de Ramos-Horta evolui normalmente, sem complicações - Hospital

Darwin, Austrália, 14 Fev (Lusa) - O estado de saúde do Presidente da República de Timor-Leste está a evoluir como se esperava, sem que se tenham registado complicações, anunciou hoje o hospital de Darwin, Austrália, no último boletim clínico sobre José Ramos-Horta.

"Não houve complicações e estamos muito satisfeitos com o progresso registado até agora", sublinhou a directora da unidade de cuidados intensivos do Royal Hospital Darwin, Dianne Stephens.

A médica referiu que nos "próximas dias", Ramos-Horta deverá acordar do coma induzido em que tem estado e esperam-se progressos que permitam deixar de estar ligado a um ventilador.

O boletim divulgado pela médica acrescenta que os ferimentos continuam a ser tratados, numa rotina que se manterá até "estarem completamente sarados".


PNG.
Lusa/Fim

Timor-Leste: Fretilin processa quem distribuiu panfletos acusando-a de ter encomendado morte de Horta e Xanana - Alkatiri

Díli, 14 Fev (Lusa) - A Fretilin anunciou hoje que vai processar três cidadãos locais por alegadamente distribuírem panfletos em que o partido político é acusado de ter contratado a morte de Ramos Horta e Xanana Gusmão ao grupo de Alfredo Reinado.

"Sabemos e temos provas de que as senhoras Amélia Saldanha e Ana Lourenço Guterres distribuíram os panfletos através da Internet e que o senhor Ricardo Nheu distribuiu os mesmos panfletos à mão", disse Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, ao salientar também que "outros nomes irão surgir" e as pessoas processadas pelos advogados que já estão a trabalhar no caso.

"Primeiro nem tínhamos os 10 milhões de dólares (6,8 milhões de euros) para pagar (dos quais 20 por cento teriam sido pagos no acto de contrato) e depois até fomos a única força política a condenar os ataques de segunda-feira contra o Estado, contra duas figuras do Estado e estaremos sempre contra qualquer tentativa que tenha como objectivo ferir os órgãos de soberania", disse Mari Alkatiri.

O responsável salientou que a Fretilin "nunca resolveu problemas com recurso à violência", negou qualquer veracidade das acusações feitas e garantiu que tudo "não passa de mais um boato com objectivos obscuros que pretendem provocar mais instabilidade".

O secretário-geral da Fretilin salientou também que os ataques liderados por Alfredo Reinado na segunda-feira não podem ser vistos como tentativas de homicídio contra Ramos Horta ou Xanana Gusmão mas sim "contra o Presidente da República e contra o primeiro-ministro".

Francisco Guterres "Lu Olo", presidente da Fretilin, disse por sua vez que os boatos sobre o alegado pagamento a Alfredo Reinado, que segundo o partido surgem hoje referidos nas edições dos jornais Sydney Morning Herald, da Austrália, e Jawa Post, da Indonésia, visam "denegrir a imagem do partido e do seu secretário-geral e apenas merecem condenação e repúdio por serem uma mentira fabricada".

A agência Lusa tentou, sem êxito, contactar as pessoas visadas por Mari Alkatiri na conferência de imprensa.



JCS/PRM

Lusa/Fim

APELO

Aqueles do grupo de Alfredo Reinado que se quiserem entregar em segurança, interpelem na rua, um a um, desarmados, as patrulhas da GNR.
Um conselho que vos damos:
Entregue-se pelo menos um para poder contar a verdade.
Cuidado com aquele que falou com o Leandro Isaac. Não acreditem nas promessas de "segurança".

INVESTIGATE XANANA FIRST, HE IS MAYBE BEHIND THIS ASSASSINATION

Why?................ Why? …………and Why?

There are so many cases to be exposed, but if you are care about human life, please be carefully analyzing the following facts:

1. It was not a secret that Xanana Gusmão have threaten President Ramos Horta last year to take decision and let the AMP to form the government, where Xanana must be the PM. As Xanana said to Ramos Horta with very strong pressure : “If you and Alkatiri lead this country again, I will lead my guerilla-soldiers back to jungle and fighting against you. Never dream to have peace, because bloodshed will never end in this country. During our struggle, you and Alkatiri were traveling around and enjoyed luxury hotel Diaspora , while my self and my soldiers were suffering for long years”.

2. Ramos-Horta gave change to AMP government for solving the problems of Alfredo Reinado and the petitioners, which could encouraging the IDP’s for returning home. But it was a failure Xanana’ Government as stated by Alfredo on his film that Xanana have never approached him to discussed the problem, because Xanana is scare to speak out the truth on his involvement beyond the 2006 crisis. He stated that Xanana just can make plan to kill him (Alfredo), so that he can wash his hands as the first actor of the crisis.

3. As president and a Nobel-Peace Laureate, Ramos-Horta stated many times that he does not want to see any bloodshed in solving the future problems. Therefore Ramos-Horta tried to approach Maj. Alfredo and the Petitioners with his own initiatives. There were many things have been discussed between Ramos-Horta and Alfredo without the any knowledge of Xanana. It is seems to Xanana that Ramos-Horta has ignored his capacity as Prime Minister and as a charismatic leader of this country. Xanana was thinking that if Ramos-Horta brings Alfredo to an open dialogue, than Xanana will maybe not able to confront the fact with Alfredo. Xanana is more rancour against Ramos-Horta.

4. There are lots of irregularity and unacceptable reasons on the incident 11 February 2008:

a. At Ramos-Horta’s residence : After heard shootings at his house Ramos-Horta came to his house, and found Alfredo and one of his man were shot dead from the first shooting at almost 35 minutes before, but than suddenly Ramos-Horta was shot. Why should the president came to the dangerous site? What did his security guards do during a 35-minute to evacuate him? Who shot the President?

b. The standard of UN Security interventions in Dili is about 5 minutes, but it took more than half hour to respond to President Call.

c. It was reported that Alfredo and his group came and attacked, but as it was filmed after the intervention, there were no any weapon on Alfredo and his guard’s hands on the ground.

d. The FDTL said they lost two weapons and took two weapons from the attackers. It probably means nothing lost and nothing taken.

e. It is not a logic reason of where the attackers who were eighteen armed-man came and attack the security guards and non of the security guards were killed, but the leader of the attackers (Alfredo himself) being killed by the (about?) two person only of the security guards at president residence.

f. Xanana’s Convoy was attacked almost one hour later after the attack at President Residence. How was the security information circulated at that time? Xanana’s Security guards did not inform him about the attacking at president house? One hour for security respond from Dili not only reaching Balibar, but may reached Aileu. Where Xanana was at the time of his convoy was attacking?

g. A group of armed man, with military trained background ambuscaded to attack the convoy of Xanana, but none of people was killed at the attacking. Why?????

h. It is NOT ACCUSATION against anybody, but contributed for deeper QUESTIONES of International Investigation.


By : Leidar
Human Rights Activist
Bidau, Dili

Sem papas na língua

Será que isto foi uma forma "pacífica" de acabar com o Reinado sem que houvesse grande revolta dos seus seguidores, e a coisa correu mal em casa do Ramos-Horta? Quando chegou passada meia-hora do fim dos tiros, não sabia que ainda lá estavam alguns escondidos cá fora.

Terá sido o ataque a Xanana um teatrinho?... Não há testemunhas (a não ser do Xanana e dos da casa) que tenham visto o Salsinha. A GNR não o viu nem ouviu tiros perto de casa do Xanana.

A questão que se coloca, é se o próprio Ramos-Horta também não era uma peça a eliminar, principalmente depois do acordo com a FRETILIN, que incluia a marcação de eleições para Agosto de 2009.

E continuam... Agora até distribuem panfletos pela cidade a dizer que foi a FRETILIN que pagou a Reinado.. Há quanto tempo já estavam impressos e quem o faz?

Continua a golpaça. Os objectivos australianos continuam a ser atingidos.

Só falta uma guerra civil para declararem finalmente Timor-Leste um Estado falhado.

Atacantes pretenderiam raptar Horta e Xanana

JN, 14/02/08
Investigadores internacionais citados pela Imprensa australiana acreditam que os dois grupos liderados por Alfredo Reinado e Gastão Salsinha pretendiam sequestrar, não assassinar, Ramos-Horta e Xanana Gusmão. O "filme" dos acontecimentos revela que sete homens armados foram à casa de Xanana Gusmão dizendo aos seguranças que não queriam criar problemas mas apenas escoltar o primeiro-ministro.

A situação descontrolou-se porque Xanana estava fora da residência, levando os rebeldes a alterar o plano e a procurar bloquear o regresso do primeiro-ministro a Díli.
O facto de a barragem de fogo contra a coluna de Xanana não ter feito vítimas e ter atingido apenas os pneus da sua viatura é, segundo investigadores australianos, revelador de que o não quereriam matar.

Os investigators acreditam também que o major Alfredo Reinado foi à casa de Ramos-Horta para o raptar, o que não aconteceu porque o presidente estava distante da residência.
A razão para a morte de Alfredo Reinado uma hora antes de Ramos-Horta ter sido alvejado deve-se, segundo esta tese, ao facto de a ausência do presidente ter motivado uma reacção dos seus seguranças contra o grupo atacante. Reinado foi atingido mas os seus homens continuaram à procura de Horta e, perante a morte do seu comandante, resolveram alvejar o presidente fazendo cair o plano inicial de rapto.

NOTA DE RODAPÉ:

Pois, pois.

Kevin Rudd refuta críticas

Público, 14.02.2008

O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, refutou ontem no Parlamento as sugestões de que o país po-deria ter feito mais para evitar as aparentes tentativas de assassínio do Presidente e do primeiro-ministro de Timor-Leste, perseguindo o major rebelde Alfredo Reinado ou protegendo aqueles políticos.

"A Força Australiana de Defesa não é responsável pela protecção pessoal" do Presidente Ramos-Horta, acrescentou Rudd, que depois disse ao canal 9 da televisão que as tropas adicionais poderão ficar em Timor durante algum tempo. Camberra terá de ter muita cautela em não retirar um número substancial de militares sem ter a certeza de que a polícia e os soldados locais estarão à altura das circunstâncias.

Em Agosto de 2006, depois de a situação se ter precipitado nas ilhas Salomão e em Timor-Leste, a Austrália determinou que se deveria dotar de mais 2600 soldados, ao longo de 11 anos, para assim poder intervir em mais estados, numa região cada vez mais instável. Para atrair mais recrutas para as suas necessidades geoestratégicas, o Exército admitiu ser menos rigoroso quanto aos problemas de peso do mancebos, às suas tatuagens ou ao facto de já haverem consumido drogas.

O então primeiro-ministro conservador John Howard afirmou ser do
interesse claro dos australianos impedir o surgimento de estados falhados e estarem atentos a todos os problemas da região, fossem eles nas Fiji, no Vanuatu, na Papua-Nova Guiné, nas ilhas Salomão ou em Timor-Leste.

Robert McClelland, actual procurador-geral e nessa altura porta-voz da oposição para as questões da Defesa, declarou que os trabalhistas apoiavam o aumento dos efectivos militares, de modo a que a Austrália possa contribuir melhor para os desafios da segurança regional. Mas a senadora dos Verdes Kerry Nettle comentou que o Governo já estava a gastar mais com a Defesa do que com a Educação. J.H.

Os compromissos e Xanana

Comentário na sua mensagem "East Timor: Democracy under siege":
Reinado no YouTube

Público, 14.02.2008

O YouTube tem desde domingo o vídeo de uma entrevista em que Alfredo Reinado reivindicava ser uma força a favor da ordem e que sem ele "haveria problemas por toda a parte". Contava que as tropas australianas muitas vezes nem sequer o reconheciam e que não se considerava em fuga: "Estou em toda a parte". Também dizia que "se o Governo tivesse honrado os seus compromissos, as coisas estariam melhor" e que a liderança de Xanana "acabara de vez".

Aussies confessam

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "E Timor called off hunt for Reinado: Smith":

O ministro australiano confirma que a sua tropa só obedece a Ramos Horta e Xanana Gusmão - a "liderança" timorense, como ele lhes chama.

Conclui-se assim que essa força militar estrangeira é uma espécie de guarda pretoriana do PR e do PM, não se sujeitando à ordem jurídica de Timor-Leste.

Ainda por cima, nem esse papel sabem desempenhar, pois não conseguiram (ou não quiseram) evitar os reentes atentados.

Masoquismo timorense?

Palhaços...

Comentário na sua mensagem "Onze testemunhas ouvidas, emitidos quatro mandados...":

4 MANDATOS DE CAPTURA! SIM SENHOR PALHACO! NAO CONSEGUIRAM RESPEITAR NEM EXECUTAR AQUELE QUE O JUIZ IVO ROSA ASSINOU E AGORA VENS COM QUATRO!

PALHACO MESMO ESTE GAJO DO CIRCO!

Amigos ou inimigos?...

h correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Stand-off in East Timor after 'coup plotters' shoo...":

"the attack on Mr Gusmão was apparently led by Gastão Salsinha, the commander of soldiers who were discharged in 2006, prompting the violent upheaval"

Falta acrescentar que Salsinha foi usado por Xanana como instrumento subversivo para conseguir a queda de Alkatiri.

Não era ele que estava presente ao lado dos sorridentes Kirsty e Xanana, quando este gritou: "Ganhamos esta guerra!"?

Aussies não têm vergonha na cara...

h correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Atentado em Timor":

Depois deste grande auto-golo (ou gol contra) das forças australo-neozelandesas (ANZ), elas deviam sair de Timor, se é que têm algum vestígio de vergonha na cara.

Mandar ainda mais tropa é um grande erro. Primeiro, porque não é preciso. Segundo, porque é mais do mesmo (zero mais zero é igual a zero). Terceiro, porque só reforça a tese da ocupação australiana de Timor.

Com efeito, repete-se o que já tinha acontecido em 2006: a Austrália impõe a presença das suas forças às autoridades timorenses como facto consumado e estas só podem assinar de cruz, sem nenhuma outra alternativa e sem qualquer possibilidade de se opor a este convidado por conta própria. Até o episódio do navio que andava ali perto por acaso, a caçar gambozinos, se repetiu. É mesmo falta de imaginação.

Que bom seria esses senhores voltarem para a "Terra Nullis" e serem substituidos por um batalhão brasileiro e outro português, que poriam tudo na ordem, num ápice. Não era preciso mais.

Da crise de 2006 ao futuro da política timorense

Algumas questões sobre a actual crise timorense e as implicações do duplo ataque à liderança.
DN, 13/02/08Por: Luís Naves

Os antecedentes e o contexto são complexos. Uma tentativa de encontrar algumas pistas:

Até que ponto os incidentes de segunda-feira estão ligados à crise de 2006?

Aparentemente, estão ligados. Alfredo Reinado era desertor do exército e o tenente Gastão Salsinha um peticionário (expulso das forças armadas). à frente de um grupo de homens armados, que nunca foi grande, os dois mantiveram o país em constante instabilidade política. Por outro lado, pode haver um elemento de vingança no duplo ataque ao Presidente Ramos-Horta e primeiro-ministro Xanana Gusmão. Ainda na semana passada, Xanana admitia que Reinado não era “ameaça real à estabilidade” de Timor.

Porque razão o major Reinado actuou com impunidade durante ano e meio?

É um dos grandes mistérios da história recente do país. Segundo uma explicação dada por Xanana Gusmão, em recente entrevista à Lusa (anterior a esta crise), “discutimos todas as opções possíveis, mas sempre chegámos à opção moderada”, o que pode significar que as autoridades quiseram actuar com prudência. Nessa entrevista, Xanana afirmava que reinado tinha apoios de “uma geração velha da parte oeste” do país. O major foi guardado por australianos e cercado por forças internacionais, mas conseguiu fugir, angariando a admiração de muitos jovens. Preso pela GNR, evadiu-se da prisão protegida por australianos. Nos últimos meses, o Governo de Xanana tentou separar os peticionários dos desertores. Mas, no início da crise de 2006, quando Xanana era presidente, a rebelião levou à queda do executivo então liderado por Mari Alkatiri, da Fretilin. Este último chegou a acusar Xanana de envolvimento; e, pouco antes de morrer, Reinado fez a mesma acusação. Um mandato de captura do major, emitido por um juiz português, foi desautorizado por Ramos-Horta.

Qual é a situação de Timor-Leste no contexto regional?

Timor-Leste depende da ajuda internacional e é um pequeno país encravado entre duas potências regionais: Austrália e Indonésia. Esta última manteve uma ocupação violenta de 24 anos e, ao sair, deixou dois terços da infraestrutura em ruínas. Entretanto, houve uma mudança de regime e Timor tem boas relações com a nova democracia. Para se perceber a importância da Indonésia, basta lembrar que o primeiro-ministro Xanana Gusmão, ex-líder da resistência, esteve no funeral do ditador Indonésio que decidiu a invasão de Timor: o general Suharto. Na Austrália também houve mudança de Governo. O novo executivo trabalhista foi eleito com a promessa de mudar a política externa. A crise de 2006 que provocou a queda do Governo de Alkatiri surgiu pouco depois dos timorenses terem concluído com os australianos um acordo petrolífero que lhes era favorável. Por outro lado, a Austrália tem fornecido o grosso das forças militares que garantem a segurança de Timor-Leste.

Os problemas sociais foram importantes nesta crise?

O major rebelde tinha apoio entre sectores da população, nomeadamente jovens desenraizados. Há cem mil deslocados internos (num país com 1,5 milhões de habitantes) e a economia cresce devagar. Em resumo, não há empregos e metade da população mais jovem não tem nada para fazer. Alguns observadores também mencionam divisões de tipo quase tribal, entre habitantes do leste e do ocidente do território. Esta visão é controversa mas, no mínimo, há problemas entre diferentes comunidades e clãs.

Que cenários são possíveis?

Tudo depende da resposta que a elite timorense vai dar a esta crise. A aliança que sustenta o governo de Xanana Gusmão tem maioria no parlamento e o Presidente interino, durante o impedimento de Ramos-Horta, é Fernando Lasama, que chefia o Partido Democrático. Nas legislativas de Junho de 2007, o partido mais votado foi a Fretilin, com 29%. Um cenário de luta pelo poder pode levar à queda do Governo.

Timor-Leste é, afinal, viável?

DN, 13/02/08
António Perez Metelo, redactor principal

A pergunta, que muitos põem, tem desde logo uma linha de resposta: sim, é viável, já que sustenta uma população de um milhão de habitantes, em rápido crescimento demográfico (3% ao ano), três quartos dos quais vivem da agricultura tradicional de subsistência. Mas a incógnita mantém-se sobre a capacidade de os timorenses, agora independentes, conseguirem arrancar para um processo sustentado de crescimento económico, capaz de reduzir os níveis altíssimos de pobreza absoluta (41% da população) e relativa (o PIB por habitante, mesmo ajustado à paridade de poder de compra, não chega aos 800 dólares dos EUA por ano!).

A resposta é, de novo, afirmativa. O Fundo Petrolífero - considerado o terceiro mais bem gerido do mundo, à frente do norte-americano e do australiano...-, atingiu, em fins de 2007, os 2.086 milhões de dólares, o equivalente a seis anos de produto interno. E está a crescer a uma média de cem milhões de dólares ao mês. Capitais próprios para investir não faltam, pois.

Ideias, também não! Em Março de 2006 foi aprovada a versão actualizada do Plano de Desenvolvimento Nacional, um documento detalhado, que se propunha, então, duplicar o investimento público até atingir os 600 milhões de dólares entre 2006 e 2010. As infra-estruturas, estradas e pontes, electrificação, água potável, centros de saúde, escolas, agricultura, eram os sectores prioritários para 400 projectos já estabelecidos, espalhados por 17 sectores económicos. O investimento na indústria e nos serviços, hoje incipientes, viria do investimento estrangeiro directo, ao qual se dariam todas as devidas garantias.

O objectivo é fazer crescer a economia de Timor-Leste a 7-8% ao ano, para reduzir a pobreza a metade. O Plano é bom, disse-o o Banco Mundial e o FMI, em Abril de 2006. Só que...uma semana depois de tudo isto acordado, rebentou a sedição dos 600 peticionários das FFDTL. A partir de então, nada passou do papel à prática.

Conclusão: Timor-Leste é viável, sim, desde que encontre a estabilidade e pacificação internas, que permitam pôr mãos a uma imensa obra.

Timor-Leste: a versão da imprensa australiana

Ramos-Horta foi tentar salvar sobrinhaO jornal Sydney Morning Herald diz que o presidente timorense voltou a casa para salvar a sua sobrinha Lily do ataque de Reinado, acabando depois por ser baleado

Micael PereiraExpresso, 19:00 Terça-feira, 12 de Fev de 2008

De acordo com fontes da polícia das Nações Unidas que já iniciaram as investigações às circunstâncias do atentado ao presidente da República timorense, e que são citadas pelo jornal australiano Sydney Morning Herald, Ramos-Horta recebeu uma chamada de telemóvel da sua sobrinha Lily, que trabalha em sua casa, enquanto estava a fazer jogging na praia, antes das sete da manhã (hora local), tomando assim conhecimento do tiroteio entre os seus seguranças e o grupo rebelde do major Alfredo Reinado. O correspondente do jornal em Timor, Lindsay Murdoch, conta que o presidente ficou preocupado com a salvaguarda de Lily e resolveu voltar para trás na esperança de apelar à razão e ao bom senso do líder rebelde. Foi então que terá começado uma segunda vaga de tiros em casa de Ramos-Horta, com a chegada prematura, uma hora antes do previsto, dos seguranças que iam render o turno da noite. Terá sido nessa altura que Reinado foi atingido na cara, durante um tiroteio de 20 minutos.

O Sydney Morning Herald fala ainda de um diplomata estrangeiro, que prefere não ser identificado e que se terá cruzado com Horta por também estar a fazer jogging. O diplomata vira o tiroteio a caminho da praia e pensou tratar-se de um exercício, alertando o presidente para o facto e oferecendo-lhe boleia. Horta recusou a oferta e disse-lhe que estaria tudo "OK". Passado alguns minutos, no entanto, ao aproximar-se de casa a pé na companhia de dois seguranças, acabaria por ser baleado três vezes por homens do major.

Viva o General Matan Ruak!

Malai Muti deixou um novo comentário na sua mensagem "Conferencia de Imprensa do Brigadeiro General Taur...":

O Sr Brigadeiro General Taur Matan Ruak é uma pessoa integra, de elevada craveira moral, um lider nato, para mim o homem com mais sentido de Estado em todo o TIMOR, um grande pilar da jovem Democracia Timorense.

Pessoa muito sábia, pois soube dar um passo atrás para poder dar agora dois à frente. Quando foi a crise em 2006, os australianos bem que o provocaram, mas ele sobre manter o comando sobre os seus homens, mantendo-os unidos e perto de si, fazendo-lhes ver o que se passava realmente à sua volta.

O "golpe" de 2006 passou grandemente pela tentativa de destabilização das FDTL, primeiramente com a falsa questão dos lorosae/loromunu, peticionários... enfim, e outros incidentes planeados para destabilizar.

Conhece Timor e o seu povo como ninguêm. A ele, não enganam!! Podem pensar que sim, aliás, acredito até que muitas das vezes ele pode deixar que os outros assim o pensem, mas apenas com o intuito de o subestimarem. Pois é... quando subestimamos os adversários... é meio caminho para que eles nos vença e é isso, que um dia, se necessário, virá a acontecer!

O General é um homem que vive muito bem na democracia, sabe e compreende as regras da democracia e aceita o regime democrático/ parlamentar em vigor em Timor! Respeita os seus orgãos e sempre colaborou da forma mais correcta com os outros orgãos do Estado, sejam os seus orgãos políticos ou judiciais. Vou mais longe, é a unica pessoa que respeita as leis em vigor em Timor, maxime a sua constituição, ao contrário de outros...

Isto do Major Reinado, para mim, foi conversa dos australianos e ele, fraco de espirito ou não, foi na cantiga deles... devia pensar que com o Golpe em 2006 ia ser o Timorense escolhido para Chefiar as FDTL.. ou qualquer coisa como Ausaid/FDTL, pois a ideia era acabar com a FDTL, ponto!!

O General sabe bem o que se passa em Timor, seja Austrália, EUA ou outros... mas como guerreiro da resistência, caçador, sabe o momento em que deve avançar ou recuar! Até aqui tem estado discreto, talvez agora em diante, comece a "falar"!!

Tive o previlégio de falar com ele uma ou outra vez e digo-vos, é uma pessoa fascinante. Sábio e muito inteligente, culto e ao mesmo tempo com uma simplicidade que não se encontra!
Os meus parabêns e votos de uma vida longa!!!

Malai Muti

Portugal concorda com inquérito internacional e está disposto a participar - MNE Luís Amado

Lisboa, 13 Fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, apoiou hoje a criação de uma comissão de inquérito internacional para investigar os atentados em Timor-Leste e afirmou a disponibilidade de Portugal participar nessa investigação.

"A ideia de uma comissão de inquérito internacional parece-me muito importante, fundamental, pois o que se passou em Díli, do ponto de vista dos interesses de um pequeno Estado em formação, tem de ser avaliado até às últimas consequências e devidamente investigado", disse Luís Amado.

O chefe da diplomacia portuguesa falava aos jornalistas na Assembleia da República no final de uma audição na Comissão de Negócios Estrangeiros, centrada na questão do Kosovo.
O presidente interino de Timor-Leste, Fernando "La Sama" de Araújo, anunciou hoje que vai ordenar a constituição de uma comissão internacional para investigar os atentados de segunda-feira, em Díli, contra o chefe de Estado e o primeiro-ministro timorenses.

"Falei em Lisboa com o comandante-geral da GNR, força que possui uma unidade de investigação para estes casos, a quem pedi apoio", disse Fernando "La Sama" de Araújo à Agência Lusa no avião que o transportou de Bali para Díli.

Luís Amado disse não ter conhecimento da formalização de um pedido nesse sentido a Portugal, mas salientou que quando isso acontecer, o governo português o "apreciará e avaliará" à luz do princípio de apoio ao Estado timorense.

"Estamos sempre abertos à participação de qualquer sector ou instituição portuguesa para apoiar as instituições timorenses no esforço que fazem para dar estabilidade e viabilidade ao seu país", acrescentou.

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse hoje que Portugal está disposto a enviar uma unidade de investigação criminal da GNR para Timor-Leste, mas referiu que já tinha debatido essa questão com as autoridades timorenses durante a visita que efectuou a Díli em Janeiro, ou seja, antes dos atentados de segunda-feira contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.

José Ramos-Horta foi ferido a tiro segunda-feira na sua residência, nos arredores de Díli, num ataque em que morreu o major Alfredo Reinado, e menos de uma hora depois, Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada, quando se dirigia da sua residência para a capital timorense.

Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o parlamento timorense decretou na segunda-feira o estado de sítio, em todo o país, durante dois dias, que hoje foi prolongado por mais 10 dias, até 23 de Fevereiro.MDR/CMP-Lusa/Fim

Onze testemunhas ouvidas, emitidos quatro mandados de captura

Díli, 14 Fev (Lusa) - O comandante interino da Polícia da ONU (UNPol) em Timor-Leste afirmou hoje que duas equipas de investigação aos ataques de segunda-feira interrogaram 11 testemunhas e que foram emitidos quatro mandados de captura relacionados com o duplo atentado.

As duas equipas de investigação, que integram elementos da polícia das Nações Unidas e da Polícia Nacional de Timor-Leste, recolheram também "vários documentos e apreenderam vários cartões SIM", declarou o comandante interino da UNPol, Hermanprit Singh.

Atul Khare, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas em Timor-Leste, considerou, na mesma conferência de imprensa em Díli, que a chegada ao país de um contingente australiano que inclui elementos da polícia "vai contribuir decerto para o progresso da investigação".

Alfredo Reinado liderou segunda-feira um ataque contra a residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, em que o major fugitivo acabou por morrer, juntamente com um dos seus homens.

Logo depois, um grupo alegadamente liderado pelo lugar-tenente de Alfredo Reinado, Gastão Salsinha, atacou a coluna de viaturas em que seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
Ferido a tiro no ataque, Ramos-Horta foi ainda operado no hospital militar australiano em Díli, tendo sido depois transferido para o Royal Hospital de Darwin, Norte da Austrália, onde hoje foi submetido a outra intervenção cirúrgica, a terceira desde o atentado.

Phil Carson, chefe da equipa de cirurgiões, disse que o presidente timorense está a recuperar "bastante bem" e que apesar de permanecer em estado grave, mas estável, poderá recuperar "sem problemas funcionais" no prazo de seis meses.

"Se tudo correr bem, em duas semanas começará a poder movimentar-se e antecipamos seis semanas para se sentir melhor e seis meses para ter ultrapassado totalmente o seu ferimento", sublinhou.

Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o presidente interino, Vicente Guterres, decretou o estado de sítio por 48 horas, que hoje deverá ser prolongado por mais uma semana, a pedido do governo.

PRM/ASP-Lusa/Fim

Joint Press Conference with the Minister for Foreign Affairs and Cooperation of East Timor

The Hon Stephen Smith MP - MINISTER FOR FOREIGN AFFAIRS

12 February 2008, Darwin
Subject: East Timor

STEPHEN SMITH: Thanks very much for turning up. I've just come from having a meeting with Zacarias da Costa, the Foreign Minister for East Timor who joins me for this press conference.
Can I say I always enjoy meeting with Zacarias. We met in Dili late last year and we've had a couple of conversations over the phone. It's just a matter of regret that the circumstances of this meeting are following on from the tragic events we saw of yesterday.

Can I firstly say that one of the reasons I've travelled from Canberra today to have a meeting with Zacarias da Costa is to make the point at the first opportunity that the Australian Government strongly supports the duly elected government of East Timor. We strongly stand by our good friend and neighbour, East Timor with whom Australia has a special relationship and I also wanted to personally convey on behalf of the Prime Minister and the Australian Government and the Australian people our best wishes to President Ramos-Horta for what we hope is a good and speedy recovery.

You'll all of course be interested in the President's condition. I'm advised by hospital staff that today his condition remains very serious but stable. But after the Foreign Minister and I have finished this press conference you will get a medical update. But we're advised his condition remains very serious but stable. I've indicated personally to the Foreign Minister on behalf of the Australian Government the commitment that we announced yesterday, the contribution of additional troops and the contribution of additional police officers to ensure peace and stability and security in East Timor.

The Australian Government regards this as essential, just as we do the ongoing presence of the United Nations and a renewal of the United Nations mandate to see a continuing presence of the United Nations in East Timor. This is essential because in the end our ultimate ambition, our ultimate aspiration, just as it is the aspiration of the East Timorese Government, is to enable East Timor to grow as a nation state, to provide the jobs and training and education and healthcare that any nation state wants to provide to its citizens.

So we're much more interested in providing the nation building capacity that we can assist East Timor with, whether that's in governance areas, infrastructure, development assistance and the like. But that can only be done in a context of peace and security and stability.

As we said yesterday, we were deeply disturbed by the terrible and shocking events of yesterday. An attempt on the life of the President and the Prime Minister, fortunately the Prime Minster escaped almost completely unscathed and unfortunately the President was very seriously wounded and is here in the condition that I've outlined.

Can I just make this point before I hand over to Foreign Minister da Costa. All of the advice that we've received is that the medical care given to the President both in Dili and at this hospital, at the Royal Darwin Hospital, has been first class. And medical staff here have indicated to me what they regard as the excellent work done in difficult conditions in Dili yesterday.

So if I can just take this opportunity on behalf of the Government to express very much our gratitude to the medical staff, both in Dili, the medical evacuation team and the staff here, for their first class work in rendering assistance to the President. I'll hand over to Foreign Minister da Costa and then we will happily take your questions.

ZACARIAS DA COSTA: Thank you, Stephen. You know that it's always a pleasure to meet with you and I'm very glad to be able to be here and meet again with Minister Stephen Smith.

Unfortunately it's a very difficult circumstances that we meet again here. I have indicated to Minister Smith that the Timorese Government and the Timorese people are very grateful to the Australian Government, to the Australian people for the prompt response that Australia has given to us starting from the medical support that the military hospital has - and the doctors in Dili have rendered to President Ramos-Horta as well as Stephen has already mentioned, here at the Royal Hospital which has been great and in fact it's - I also have to agree that it's really first class assistance.

We are very grateful to the Australian Government for this support and also for the prompt response with the Australian troops and police to help us to face the difficult challenges that we are facing ahead of us. Alfredo Reinado is dead but of course a lot of fragility remains in the country and we are happy and we are grateful that we can count on the Australian support immediately. And we will also welcome other assistance that can be given in areas such as following the investigation of the circumstances of these attempts, for example forensic support which Australia we know that is very good. And I am sure that we will continue to receive all the support that Minister Stephen Smith has mentioned in order to have a stable and peaceful environment in Timor and conditions to continue in democracy, peace and stability.
I will [inaudible].

QUESTION: How would you deal with the situation in East Timor now that Reinado is dead but his followers, are they being actively pursued and the people who took part in those attacks on the Prime Minister and the President yesterday, are they also being actively pursued by military and police?

ZACARIAS DA COSTA: Yes, they are but of course following the 48 hours, how could I say, curfew or that has been imposed in Dili the situation has been calm. Police, UN police, the Timorese National Police and our different force together with international stabilisation forces and government and UN.
We have been coordinating so that all those who have perpetrated these horrendous acts would be definitely persecuted. We know that, especially now the situation in Timor is very difficult with the rainy season but we know where they are and I am sure that sooner or later we will get close to them.

STEPHEN SMITH: Can I just add to that, all of the advice we've had today is that the situation in Dili and Timor is calm, obviously that's being very closely monitored. Whilst they are operational matters in general terms, the troops and the police will arrive in the course of the next 24 hours and already stationed off Dili is the HMAS Perth, indicating a presence and flagging the forthcoming arrival of the troops and police.

In terms of your question, the detail of that, obviously, both operational and will depend upon discussions between - the detail of it -will depend upon discussions between the international stabilisation force and the East Timorese Government, and we're entirely happy with that. But as the Foreign Minister has indicated, obviously, the people and the Government of East Timor, will want to pursue those people responsible for these acts and, as I've indicted in the last 12 hours, the very sensible thing for those people to do is to essentially hand over their arms and present themselves.

QUESTION: Is it sort of a mistake to ask you to call off the hunt for [inaudible] Alfredo Reinado?

STEPHEN SMITH: Well, the Australian, or the International Stabilisation Force received a request from the East Timorese Government to desist from seeking to apprehend Reinado on the basis that the East Timorese Government and the president in particular, thought that they could effect a negotiate or agreed solutional compromise. And that was the desire of the President.

Now, I don't want to reflect on whether that was a good thing or a bad thing, but obviously in light of events that will be one of the things which the East Timorese Government will reflect on as the International Stabilisation Force and the Australian Government will reflect on.

QUESTION: And do you know yet, who actually shot Ramos-Horta, whether it was one of Reinado's men or whether it was one of his guards?

STEPHEN SMITH: Well, the working assumption is, or the working basis is that the President was shot by one of Reinado's men, but as I've said constantly, we are not jumping to final conclusions, we are very carefully, as is the East Timorese Government, working through the facts as they emerge. We don't want to leap to any conclusions but the operating basis on which we are operating and the East Timorese Government is operating on is that the President was shot by one of Reinado's men.

QUESTION: The Prime Minister said yesterday that Australia had a particular set of responsibilities with regards to East Timor security, does that imply, I suppose that Australian troops method is likely to be an ongoing thing, that this could be an indefinite commitment of troops.

STEPHEN SMITH: Well, we've made it clear, as I made it clear when I was recently in the United States, both to UN officials and to United States officials that we see a continuing presence in East Timor both from the International Stabilisation Force which includes Australians and New Zealanders and from the UN which includes a range of countries, is very important because we see the need for ongoing peace and security and stability in East Timor as being the essential pre-condition to East Timor as building itself as a robust parliamentary democracy, building its infrastructure, building its schools and hospitals, providing education and training and jobs for its people.

None of those things can be done in the absence of peace and security and stability. And we do see an ongoing need for that to continue. It can't last forever, which is one of the reasons why part of the development assistance goes to the training of East Timorese police and the training of East Timorese military. These are important capacity building things that we have to do. So, we're not putting a timetable on it. When I was in the United States, I made the point to United Nations officials that we thought it was very important that the UN mandate be renewed or rolled over for a further 12 month-period and that remains our very strong view and I think in light of recent events it would be most unwise to pursue any other call. But we see the ongoing need as being absolutely essential to providing the ingredients in East Timor for those nation building and capacity building things to occur.

QUESTION: Foreign Minister, what would you say pushed Reinado over the edge why, if they knew that, if he knew that the Government wanted dialogue what caused him to snap?

ZACARIAS DA COSTA: Well at this stage we could say that there could be two reasons. One that government has been talking to the petitioners, the so-called group of petitioners and they have a [inaudible] in Dili, a group of modern sovereignty and the second; government has also engaged in a serious dialogue promoted by President Ramos-Horta. And I think those two reasons could possibly disturb Alfredo and he could see that this act was really an act of, how could I say in English, foolish or…

QUESTION: Has it been determined who actually fired first, could that be a third reason?

ZACARIAS DA COSTA: I beg your pardon?

QUESTION: Could there be a third reason that the reason the gunfire broke out was because Reinado was fired on by one of Ramos-Horta's guards?

ZACARIAS DA COSTA: No, no, that's not true. The police, from the report that we have received they were the ones that started the firing.

QUESTION: Are you still regarding this as say an attempted coup?

ZACARIAS DA COSTA: Well we view as a coordinated attempt and there were two groups as you know one led by Alfredo that President Horta and the other few - 30 minutes or one hour later the convoy of Prime Minister Xanana Gusmao led by Gastão Salsinha, the leader of the petitionists (*).

QUESTION: Does the Government regard it as strange at all, if it was an attempt coup that there was that period of time just before the attack on Xanana Gusmao?

ZACARIAS DA COSTA: When you say attempted coup it means that it was very well organised in a way that other forces would be involved, we believe that Alfredo's group is well-organised but it's not - we don't view as supported by others. I think the two reasons that I have given are enough, at least for us, we don't - at this stage as Minister Smith has said it's too early for us to be jumping to conclusions we are still gathering all the information to be able to have a clear picture on what has really happened.

QUESTION: Do you think…

STEPHEN SMITH: Sorry could I just add there. I mean, what occurred yesterday was qualitatively different to what we've seen previously in East Timor. Yes in the past in East Timor there has been the unfortunate use of violence or the use of weapons, often against innocent East Timorese but for the first occasion yesterday we saw, on the same day, in the same morning literally in the same hour, attempts on the lives of the President and the Prime Minister of the duly elected government. And one of the reasons for the very strong show of support that the Australian Government gave yesterday in terms of our support to the President in his difficult and dire medical circumstances, our application of additional troops and police and the stationing of the HMAS Perth, is that we regarded this as an attack upon the fundamental, democratic fabric of East Timor.

This was an attack upon a duly elected democratic government. And that is something which we haven't seen in East Timor before, which we fortunately don't see all that often in our own backyard. But when we see it we have to respond quickly and firmly with a show of force and a show of strength that makes the point that we stand shoulder to shoulder, not just with President Horta in his hour of difficult circumstances, but with the East Timorese people and the East Timorese Government, as they try and build a parliamentary democracy which can provide all of those things that I've spoken about to its individual citizens. Education, training, healthcare, employment, all the sorts of things which we want the people of East Timor to not just aspire to, but to get.

QUESTION: So is it believed that Reinado was attempting to seize power here? Or was he just acting out on a personal grudge that he's had for a long time against Xanana Gusmao and Ramos-Horta?

ZACARIAS DA COSTA: Well I think what is more important is to stress that he attempted against Prime Minister and not against Xanana and not against the President of the Republic, and not against Jose Ramos-Horta and the response, as Stephen has mentioned, has to be a show of strength against the [inaudible], the various [inaudible] of the state.

QUESTION: The circumstances - it would seem the circumstances are that these blokes have been living up in the hills, unable to be caught, unable to pursued and then they've just drifted down into the town and place and shot your President and shot at your Prime Minister. They have now gone back up in the hills. Isn't the scenario, isn't the danger, or the fear that they will sit up there again for a period of time, come down and shoot your next Prime Minister or your next President? I mean is that - that's what we're looking at, without them - I mean unless they are actively pursued and then you've got the same problems that you've had for years haven't you? They can hide out there?

ZACARIAS DA COSTA: We believe that it was concerted attack a fact and if you know Dili it will - I think it's not possible for the group that has attacked President Horta how - then going up hill to attack Prime Minister's convoy and especially because Singa (*) was seen by Prime Minister's body guards and he was also with a group which surrounded the Prime Minister's house, before the attack.

QUESTION: Could you confirm that he did though attempted to kidnap both the Prime Minister and the President, or they went there to kill them? And the attempted kidnapping went wrong and a gun fight ensued?

ZACARIAS DA COSTA: Well I don't know, but I'm sure that if they have fired on the President Ramos-Horta they - I think the idea was not to kidnap him.

QUESTION: Can I then ask [Inaudible] of the Australian Minister, would you agree that these are desperate men now, given the circumstances, or the events of the last couple of days, who could quite possibly go and filter back up into the hills and probably have already. And will be just about impossible to root out of there.

STEPHEN SMITH: Well can I say we're not leaping - as I've indicated earlier and again today - we're not leaping to an assumption about a concluded view of facts. Nor any particular analysis. We are working our way very carefully through the facts and we will come to the conclusion and analysis in due course. We won't leap to conclusions. Do we know what the motivation was? Do we know what the object of the exercise was? No. What do we know? We know that in the space of an hour and a half, an attack was made upon the life of the President of East Timor, which was nearly successful and an attack was made upon the Prime Minister of East Timor.

We regard this as a fundamental attack upon East Timor and its duly elected government. Now the Foreign Minister has made it clear that the Government of East Timor regards what has occurred as effectively criminal acts, which he is proposing to pursue, as I've indicated previously, and today. Whether that is done by East Timor police, East Timor military or utilising the International Stabilisation Force or ADF for New Zealand police, or officers as the case, maybe, will be a matter operationally on the ground.

But I think the Government of East Timor has made it crystal clear that it is proposing to pursue the perpetrators of these crimes, and the advice I've given to them is the sensible thing to do is to hand over their arms and give themselves in.

QUESTIONS: But there's one other thing that you know, and that is that for 18 months they've tried to get Reinado…

STEPHEN SMITH: Well that's not, no, no, that's not…

QUESTION: …[inaudible] an attack on his village. I mean…

STEPHEN SMITH: …that's not, that's not right, because as I indicated earlier, sometime ago and I'm happy to stand corrected on the time, but I think it was almost nine months ago, the Government of East Timor requested the International Stabilisation Force to desist from seeking to apprehend Reinado on the basis of the view of the East Timorese Government, particularly the President, that a negotiated agreement or outcome could be effected.

That was reflected in most recent times, last week, when a chance meeting of an Australian Defence Force patrol with Reinado, where Reinado's men fired warning shots and the ADF contingent part of the International Stabilisation Force sensibly didn't engage and retreated, or withdrew. Part of that was knowing that for some considerable period of time the attitude of the East Timorese Government has been not to engage for the hope of brokering or negotiating effectively a political outcome.

In the event, we didn't see that. What we saw was, you know, a very tragic and terrible circumstance. Now as I said earlier I'm not proposing to reflect upon that decision, but there's obviously something which over time the East Timorese Government, the Australian Government and the Internationalisation - International Stabilisation Force and the United Nations will no doubt reflect upon.

QUESTION: Mr da Costa, the verdict in your opinion was it a mistake not to continue to pursue Reinado?

ZACARIAS DA COSTA: No. I think - and if you know President Ramos-Horta, you know that he's a man of dialogue and you also know that we are a young country, not yet five years old, do we have a lot of fragilities, a lot of challenges, a lot of problems and we need to face each of our problems with our own view of the reality that we are facing.

So President Horta, together with Prime Minister Xanana have decided that the best way is to engage in dialogue with all, not only with the Alfredo, with petitioners, with [inaudible]. We chose the most pressing issues that the Government of Timor has been facing at the moment. So I don't think it's a - it was a wrong decision. Unfortunately, the outcome was different than what we had imagined, but I think it was the right decision.

QUESTION: Last question please - the security rights to the Prime Minister and President, will that be taken over by Australian troops now?

STEPHEN SMITH: Well for some time and, again I think it's a longer period of time than a year or so, the East Timorese Government has proceeded on the basis of the personal security arrangements for the President and the Prime Minister being provided by East Timorese Government officials or police, or personal protection services. That's been the case for some time.

Now whether - if in light of what's occurred, the East Timorese Government want to review that, that's a matter for the East Timorese Government. If, at any stage, the Australian Government gets a request to provide protection services of that nature, then obviously we would respond positively and favourably to it. But in the first instance, that's a matter for East Timor, for the East Timorese Government.

And given what's occurred, you know, in the calm days and weeks ahead, not in the first 24 hours, I'm sure again that there will be a calm and sober consideration of that arrangement and whether there are better arrangements that can be put in place for the future. I think we've got one more. Sorry? Sorry? One more.

QUESTION: [Inaudible] what time the HMAS Perth actually was stationed off Dili, what time their arrival?

STEPHEN SMITH: I don't know the precise time, but it was sometime early this morning Australian east - sometime this morning Australian eastern time. I understand, again I'm happy to stand corrected, I understand that from this morning, Dili time, HMAS Perth has been visible on the horizon.

QUESTION: What are the rules of engagement, [inaudible]?

STEPHEN SMITH: Well the rules of engagement are operational. I'm not proposing to respond to that.

QUESTION: [Inaudible]

STEPHEN SMITH: I…

QUESTION: [Inaudible] must be fairly close to...

STEPHEN SMITH: I don't know where it was previously stationed yet, but obviously it was in the vicinity because it arrived quite quickly. Okay.

QUESTION: [Inaudible]

STEPHEN SMITH: I think it just happened to be in the vicinity. I'm sure if you direct your question to Defence, they will be able to give you an answer to that, that's not operational. But I have - my understanding is that fortunately it happened to be in the vicinity and it was able to be deployed in the manner in which I've outlined.

Okay. Thanks very much. Thank you. Thanks.
Ends

Media Inquiries: Foreign Minister's office (02) 6277 7500###



Tradução:

Conferência de imprensa conjunta com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor-Leste

The Hon Stephen Smith MP – MINISTRO DE NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

12 Fevereiro 2008, Darwin
Assunto: Timor-Leste

STEPHEN SMITH: Muito obrigaram por aparecerem. Acabei de vir dum encontro com Zacarias da Costa, o Ministro dos Estrangeiros de Timor-Leste que se junta a mim nesta conferência de imprensa.
Gosto sempre de me encontrar com o Zacarias. Encontrámo-nos em Dili no fim do ano passado e tivemos umas duas conversas por telefone. É apenas de lamentar que as circunstâncias deste encontro se sigam aos eventos trágicos que vimos ontem.

Em primeiro lugar quero dizer que uma das razões porque viajei hoje de Canberra para me encontrar com Zacarias da Costa é fazer o ponto na primeira oportunidade que o Governo Australiano apoia fortemente o governo eleito pontualmente de Timor-Leste. Estamos fortemente ao lado do nosso bom vizinho e amigo, Timor-Leste com quem a Austrália tem uma relação especial e quero também em nome do Primeiro-Ministro e Governo Australiano e do povo Australiano enviar os nossos melhores desejos ao Presidente Ramos-Horta duma boa e rápida recuperação.

Estarão todos obviamente interessados em saber a condição do Presidente. Foi avisado pelos empregados do hospital que hoje a sua condição se mantém muito séria mas estável. Mas depois do Ministro dos Estrangeiros e eu acabarmos esta conferência de imprensa obterão uma actualização médica. Mas fomos avisados que a sua condição se mantém muito séria mas estável. Indiquei pessoalmente ao Ministro dos Estrangeiros em nome do Governo Australiano o compromisso que anunciámos ontem, a contribuição de tropas adicionais e a contribuição adicional de oficiais da polícia para assegurarem paz e estabilidade e segurança em Timor-Leste.

O Governo Australiano encara isso como essencial, tal como a presença em curso das Nações Unidas e uma renovação do mandato das Nações Unidas para ver uma presença continuada das Nações Unidas em Timor-Leste. Isto é essencial porque no fim a nossa última ambição, a nossa última aspiração, tal como é a aspiração do Governo Timorense, é possibilitar que Timor-Leste cresça como uma nação Estado, para providenciar empregos e formação e educação e cuidados de saúde que qualquer nação Estado quer providenciar aos seus cidadãos.

Assim estamos muito mais interessados em providenciar a capacidade de construção de nação com que podemos assistir Timor-Leste, seja nas áreas de governação, infra-estruturas, assistência ao desenvolvimento e outras do tipo. Mas isso só pode ser feito num contexto de paz e segurança e estabilidade.

Como dissemos ontem, ficamos profundamente perturbados com os eventos terríveis e chocantes de ontem. Um atentado à vida do Presidente e Primeiro-Ministro, felizmente o Primeiro-Ministro escapou quase completamente ileso e infelizmente o Presidente foi ferido com muita gravidade e está aqui na condição que já sublinhei.

Posso fazer apenas este ponto antes de passar ao Ministro dos Estrangeiros da Costa. Todos os conselhos que recebemos é que o cuidado médico dado ao Presidente ambos em Dili e neste hospital, no Royal Darwin Hospital, tem sido de primeira classe. E o pessoal médico aqui indicou-me o que eles acharam ter sido o excelente trabalho feito em condições difíceis ontem em Dili.

Assim se puder aproveitar esta oportunidade em nome do Governo para expressar a minha muito grande gratidão ao pessoal médico, em Dili, à equipa de evacuação médica e ao pessoal aqui, pelo trabalho de primeira classe em dar assistência ao Presidente. Passo ao Ministro dos Estrangeiros da Costa e depois responderei com prazer às vossas questões.

ZACARIAS DA COSTA: Obrigado, Stephen. Sabe que é sempre um prazer encontrar-me consigo e estou muito contente pore star aqui e encontrar-me outra vez com o Ministro Stephen Smith.

Infelizmente são circunstâncias muito difíceis onde nos encontramos aqui. Indiquei ao Ministro Smith que o Governo Timorense e o povo Timorense está muito grato ao governo Australiano e ao povo Australiano pela resposta rápida que a Austrália nos tem dado a começar com o apoio médico que o hospital militar – e todos os médicos em Dili deram ao Presidente Ramos-Horta bem como o Stephen já mencionou, aqui no Royal Hospital que tem sido grande e de facto é – Tenho também de concordar que é realmente assistências de primeira classe.

Estamos muito gratos ao Governo Australiano por este apoio e também pela resposta rápida com as tropas e polícias Australianas para nos ajudar a enfrentar os desafios difíceis que temos à nossa frente. Alfredo Reinado está morto mas obviamente mantém-se muitas fragilidades no país e estamos contentes e estamos gratos por podermos contar com o apoio Australiano imediatamente. E também daremos as boas vindas à assistência que puder ser dada em áreas como as que se seguirem à investigação das circunstâncias destes atentados, por exemplo apoio forênsico que sabemos que na Austrália é muito bom. E tenho a certeza que vamos continuar a receber todo o apoio que o Ministro Stephen Smith mencionou de modo a termos um ambiente estável e pacífico em Timor e condições para continuar em democracia, paz e estabilidade.
Eu [inaudivel].

QUESTÂO: Como é que vão lidar com a situação em Timor-Leste agora que Reinado está morto mas os seus seguidores estão a ser perseguido activamente e as pessoas que participaram nos ataques ao Primeiro-Ministro e ao Presidente ontem, vão ser também perseguidos activamente pelos militares e polícias?

ZACARIAS DA COSTA: Sim, estão mas obviamente após 48 horas, como posso dizer, o recolher obrigatório e isso que foi imposto em Dili tem estado calma. A polícia, a polícia da ONU, a polícia Timorense e as nossas diferentes forças juntas com as forças internacionais de estabilização e o governo e a ONU.
Temos estado a coordenar por isso todos os que perpetraram esses actos horrendos serão definitivamente processados. Sabemos isso, especialmente agora a situação em Timor é muito difícil com a estação das chuvas mas sabemos onde eles estão e tenho a certeza que mais cedo ou mais tarde vamos chegar perto deles.

STEPHEN SMITH: Posso apenas acrescentar que, de todas as informações que recebemos hoje é que a situação em Dili e Timor está calma, obviamente isso está a ser monitorizado de muito perto. Conquanto haja matérias operacionais em termos gerais, as tropas e a polícia chegará no decurso das próximas 24 horas e já está atracado em Dili o HMAS Perth, indicando uma presença e avisando da próxima chegada de tropas e polícias.

Nos termos da sua questão, os detalhes, obviamente, ambos operacionais dependerão das discussões entre – o detalhe disso – dependerá de discussões entre a força internacional de estabilização e o Governo Timorense, e estamos inteiramente satisfeitos com isso. Mas como o Ministro dos Estrangeiros indicou, obviamente o povo e o Governo de Timor-Leste, quererão perseguir essas pessoas responsáveis por estes actos e, como indiquei nas últimas 12 horas, a coisa muito sensível para essas pessoas fazerem é essencialmente entregarem as suas armas e apresentarem-se eles próprios.

QUESTÃO: Foi uma espécie de erro pedir para cancelar a perseguição a [inaudivel] Alfredo Reinado?

STEPHEN SMITH: Bem, os Australianos, ou a Força Internacional de Estabilização recebeu um pedido do Governo Timorense para desistir de tentar prender Reinado na base que o Governo Timorense e o presidente em particular, pensaram que isso podia afectar uma solução de compromisso negociada ou acordada. E isso era o desejo do Presidente.

Agora, eu não quero reflector se isso foi uma coisa boa ou uma coisa má, mas obviamente à luz dos eventos essa será uma das coisas em que o Governo Timorense reflectirá como a Força Internacional de Estabilização e o Governo Australiano reflectirá.

QUESTÃO: E já sabe quem é que baleou Ramos-Horta, se foi um dos homens de Reinado ou se foi um dos seus guardas?

STEPHEN SMITH: Bem, a assumpção de trabalho é, ou a base de trabalho é que o Presidente foi baleado por um dos homens de Reinado, mas como tenho dito constantemente, não vamos saltar para conclusões finais, estamos a ser muito cuidadosos, bem como está a ser o Governo Timorense, a trabalhar através dos factos conforme eles emergem. Não queremos saltar para nenhumas conclusões mas a base para operar sob a qual estamos a operar e o Governo Timorense está a operar é que o Presidente foi baleado por um dos homens de Reinado.

QUESTÃO: O Primeiro-Ministro disse ontem que a Austrália tinha um conjunto particular de responsabilidades em relação à segurança de Timor-Leste, implica isso, suponho eu que os métodos das tropas Australianas vão provavelmente ser uma coisa em curso, isto é que isto pode ser um compromisso indefinido de tropas.

STEPHEN SMITH: Bem, deixámos isso claro, como deixei isso claro quando estive recentemente nos Estados Unidos, a ambos funcionários da ONU e entidades oficiais dos Estados Unidos que vemos a continuação da presença em Timor-Leste de ambas, da Força Internacional de Estabilização que inclui Australianos e Neo- Zelandezes e da ONU que inclui uma série de países; é muito importante porque vemos a necessidade para a paz e segurança e estabilidade em curso em Timor-Leste como a pré-condição essencial para Timor-Leste construir-se a si próprio como uma robusta democracia parlamentar, construir as suas infra-estruturas, construir as suas escolas e hospitais, providenciar educação e formação e empregos ao seu povo.

Nenhuma destas coisas pode ser feita na ausência da paz e segurança e estabilidade. E vemos uma necessidade em curso para isso continuar. Isso não pode durar para todo o sempre, o que é uma das razões porque parte da assistência ao desenvolvimento vai para a formação da polícia Timorense e para a formação dos militares Timorenses. Estas são coisas importantes de capacidade de construção que temos de fazer. Por isso, não estamos a pôr um calendário nisso. Quando estive nos Estados Unidos, fiz o ponto aos funcionários das Nações Unidas que pensávamos que era muito importante que o mandato da ONU fosse renovado ou prolongado mais um período de 12 meses e isso mantém-se a nossa forte opinião e penso que à luz dos eventos recentes será muito insensato seguir qualquer outra opinião. Mas nós vemos as necessidades em curso como sendo absolutamente essenciais para providenciar os ingrediente em Timor-Leste para ocorrerem essas coisas de construção de nação e de construção de capacidade.

QUESTÃO: Ministro dos Estrangeiros, o que é que empurrou Reinado para além da margem, porquê, se sabem isso, se ele sabia que o Governo queria dialogar o que é que o levou a precipitar-se?

ZACARIAS DA COSTA: Bem nesta altura podemos dizer que pode ter havido duas razões. Uma que o governo tem estado a falar com os peticionários, o chamado grupo de peticionários e eles têm um [inaudivel] em Dili, um grupo de soberania moderna e o segundo; o governo engajou-se também num diálogo sério promovido pelo Presidente Ramos-Horta. E penso que essas duas razões podem ter possivelmente perturbado Alfredo e ele pode ver que este acto era realmente um acto de, como posso dizer em Inglês, tonto ou…

QUESTÃO: Já foi determinado quem realmente disparou primeiro, pode isso ser uma terceira razão?

ZACARIAS DA COSTA: Desculpe?

QUESTÃO: Podia ser uma terceira razão que rebentou um tiroteio porque Reinado foi baleado por um dos guardas de Ramos-Horta?

ZACARIAS DA COSTA: Não, não, isso não é verdade. A polícia, pelo relatório que recebemos foram eles que começaram a disparar.

QUESTÂO: Está ainda a encarar isto como uma tentativa de golpe?

ZACARIAS DA COSTA: Bem vemos como uma tentativa coordenada e houve dois grupos como sabe um liderado por Alfredo que o Presidente Horta e o outro poucos – à volta de 30 minutos ou uma hora mais tarde à caravana do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão liderado por Gastão Salsinha, o líder dos peticionários (*).

QUESTÃO: Não acha o Governo estranho, se foi uma tentativa de golpe, que houvesse aquele período de tempo mesmo antes do ataque a Xanana Gusmão?

ZACARIAS DA COSTA: Quando se diz tentativa de golpe isso significa que foi muito bem organizado numa maneira que podia ter outras forças envolvidas, acreditamos que o grupo de Alfredo está bem organizado mas não é – não temos a visão que era apoiado por outros. Penso que as duas razões que dei são suficientes, pelo menos para nós, nós não – nesta altura como o Ministro Smith disse é demasiadamente cedo para nós saltarmos para conclusões estamos ainda a juntar toda a informação para podermos ter uma imagem clara sobre o que realmente aconteceu.

QUESTÃO: Pensa …

STEPHEN SMITH: Desculpe podia acrescentar aqui. Quero dizer, o que ocorreu ontem foi qualitativamente diferente do que tínhamos visto antes em Timor-Leste. Sim no passado em Timor-Leste houve o uso infeliz de violência ou o uso de armas, muitas vezes contra inocentes Timorenses mas ontem pela primeira vez vimos, no mesmo dia, na mesma manhã, literalmente na mesma hora, atentados às vidas do Presidente e do Primeiro-Ministro do governo eleito pontualmente. E uma das razões para a grande mostra de apoio que o Governo Australiano deu ontem em termos do nosso apoio ao Presidente nestas difíceis e medonhas circunstâncias médicas, o nosso envio de tropas e polícias adicionais e a atracagem do HMAS Perth, é que encaramos isto como um ataque ao tecido fundamental, democrático de Timor-Leste.

Isto foi um ataque a um governo democrático eleito a tempo. E isso foi uma coisa que não tínhamos visto antes em Timor-Leste, que felizmente não vemos tantas vezes no nosso próprio pátio das traseiras. Mas quando vemos isso temos de responder rapidamente e com firmeza com uma mostra de força e uma mostra da fortaleza que faça o ponto que estamos ombro a ombro, não apenas com o Presidente Horta nesta sua hora de circunstâncias difíceis, mas com o povo Timorense e o Governo Timorense, quando eles estão a tentar e a construir uma democracia parlamentar que pode providenciar todas as coisas de que falei para os seus cidadãos individuais. Educação, formação, cuidados de saúde, emprego, toda a espécie de coisas que nós queremos que o povo de Timor não apenas aspire mas a obter.

QUESTÂO: Então acredita-se que Reinado estava a tentar tomar o poder aqui? Ou estava ele apenas a actuar com base numa queixa pessoal que tinha há muito tempo contra Xanana Gusmão e Ramos-Horta?

ZACARIAS DA COSTA: Bem penso que o que é mais importante é sublinhar que ele atentou contra o Primeiro-Ministro e não contra Xanana e contra o Presidente da República, e não contra José Ramos-Horta e a resposta, como Stephen mencionou, tem de ser uma mostra de fortaleza contra [inaudivel], as várias [inaudivel] do Estado.

QUESTÃO: As circunstâncias mstances – parece que as circunstâncias é que esses sujeitos têm estado a viver nas montanhas, incapazes de serem apanhados, incapazes de serem perseguidos e depois limitaram-se a descer á cidade e ao local e balearam o seu Presidente e balearam o seu Primeiro-Ministro. Agora voltaram às montanhas. Não é o cenário, não é o perigo ou o medo que fiquem outra vez sentados lá em cima durante um período de tempo, descerem e balearem o vosso próximo Primeiro-Ministro ou o vosso próximo Presidente? Quero dizer é isto - o que estamos a olhar, sem eles – quero dizer a não ser que sejam perseguidos activamente e então têm os mesmos problemas que tiveram durante anos, não têm? Eles podem- se esconder lá?

ZACARIAS DA COSTA: Acreditamos que foi um ataque concertado de facto e se conhece Dili - penso que não é possível para o grupo que atacou o Presidente Horta como (atacou) – depois voltar a subir para atacar a caravana do Primeiro-Ministro e especialmente porque Singa (*) foi visto pelos guarda-costas do Primeiro-Ministro e ele estava com o grupo que rodeou a casa do Primeiro-Ministro antes do ataque.

QUESTÃO: Pode confirmar que ele tentou raptar o Primeiro-Ministro e o Presidente, ou foram lá para os matar? E que uma tentativa de rapro correu mal e que se seguiu um tiroteio?

ZACARIAS DA COSTA: Bem, não sei, mas tenho a certeza que se dispararam contra o Presidente Ramos-Horta eles – penso que a ideia não era raptá-lo.

QUESTÃO: Posso perguntar então [Inaudivel] do Ministro Australiano, concorda que agora esses são homens desesperados, dadas as circunstâncias, ou os eventos dos dois últimos dias, que possivelmente podem ir para os montes e lá se infiltrarem e provavelmente já o fizeram. E será quase impossível tirá-los de lá.

STEPHEN SMITH: Bem posso dizer que não estamos a saltar – como indiquei antes e outra vez hoje – não estamos a saltar para uma assumpção acerca duma visão concluída de factos. Nem de nenhuma análise particular. Estamos a fazer o nosso caminho muito cuidadosamente através dos factos e tiraremos as conclusões e as análises na devida altura. Não vamos saltar para conclusões. Sabemos quais foram as motivações? Sabemos qual foi o objecto do exercício? Não. O que é que sabemos? Sabemos que no espaço de uma hora e meia, foi realizado um ataque à vida do Presidente de Timor-Leste, que quase teve sucesso e que foi feito um ataque sobre o Primeiro-Ministro de Timor-Leste.

Encaramos isto como um ataque fundamental sobre Timor-Leste e o seu governo eleito pontualmente . Agora o Ministro dos Estrangeiros deixou claro que o Governo de Timor-Leste encara o que ocorreu como efectivamente actos criminosos, que se propõe perseguir, como eu indicara previamente, e hoje. Se isso é feito pela polícia de Timor-Leste, militares de Timor-Leste ou utilizando a Força Internacional de Estabilização ou a ADF ou a polícia da Nova Zelândia, ou oficiais como é o caso, talvez, isso será uma matéria operacional no terreno.

Mas penso que o Governo de Timor-Leste deixou claro como cristal que está a propor perseguir os perpetradores desses crimes, e o conselho que lhes dei é que a coisa sensível a fazer é eles entregarem as suas armas e entregarem-se.

QUESTÕES: Mas há uma outra coisa que sabe , e que é terem durante18 meses tentado apanhar Reinado…

STEPHEN SMITH: Bem isso não é, não, não, isso não é…

QUESTÂO: …[inaudivel] um ataque a esta aldeia. Quero dizer…

STEPHEN SMITH: …isso não é, isso não é certo, porque como indiquei antes, há algum tempo atrás, e estou contente por estar correcto na altura, mas penso que foi há quase nove meses atrás, (que) o Governo de Timor-Leste pediu à Força Internacional de Estabilização para desistir de tentar capturarReinado na base da opinião de que o Governo Timorense , particularmente o Presidente, que um acordo negociado ou resultado podia ser afectado.

Isso foi reflectido mais recentemente, na semana passada, quando um encontro casual duma patrulha da Força Australiana de Defesa com Reinado, onde os homens de Reinado dispararam tiros de aviso e o contingemnte da ADF, parte da Força Internacional de Estabilização sensatamente não se engajou e recuou ou retirou-se. Parte disso foi saber que durante um consideravel periodo de tempo a atitude do Governo Timorense foi de não se engajar na esperança de acordar ou negociar efectivamente um resultado político.

No evento, não vimos isso. O que vimos, sabe, foi uma circunstância muito trágica e terrível. Agora como disse antes não estou a propor uma reflexão sobre essa decisão, mas há obviamente alguma coisa sobre a qual o governo Timorense, o Governo Australiano e a Internacionalização – Força Internacional de Estabilização, e as Nações Unidas sem duvida reflectirão.

QUESTÃO: Sr da Costa, o veredicto na sua opinião é que foi um erro não continuarem a perseguir Reinado?

ZACARIAS DA COSTA: Não. Penso – e se conhece o Presidente Ramos-Horta, sabe que ele é um homem de diálogo e sabe também que somos um país jovem, que nem cinco anos tem, temos muitas fragilidades, muitos desafios, muitos problemas e precisamos de enfrentar cada um dos nossos problemas com a nossa própria visão da realidade que estamos a enfrentar.

Assim o Presidente Horta, juntamente com o Primeiro-Ministro Xanana decidiram que a melhor maneira de engajar no diálogo com todos, não apenas com o (grupo de) Alfredo, com os peticionários, com [inaudivel]. Escolhemos as questões mais prementes que o Governo de Timor tem enfrentado no momento. Assim não penso que é uma – que isso foi uma decisão errada. Infelizmente, o resultado foi diferente do que o que tinhamos imaginado, mas penso que isso foi a decisão certa.

QUESTÂO: Uma última questão por favor – os direitos do segurança para o Primeiro-Ministro e Presidente, serão tomados pelas tropas Australianas agora?

STEPHEN SMITH: Bem por algum tempo e, outra vez penso que por um periodo mais longo de tempo do que um anos ou assim, o Governo Timorense procedeu na base de arranjos de segurança pessoais para o Presidente e o Primeiro-Ministro serem providenciados por funcionários ou polícias do Governo Timorense, ou serviços de protecção pessoais. Tem sido esse o caso durante algum tempo.

Agora se – se à luz do que ocorreu, o Governo Timorense quer rever isso, essa é uma matéria para o Governo Timorense. Se, em qualquer altura, o Governo Australiano receber um pedido para providenciar serviços de protecção dessa natureza, então obviamente responderemos positivamente e favoravelmente a isso. Mas à primeira vista, isso é uma matéria para Timor-Leste, para o Governo Timorense.

E dado o que ocorreu, sabe, nos dias calmos e nas semanas à frente, não nas primeiras 24 horas, tenho a certeza outra vez que haverá uma consideração calma e sóbria a esses arranjos e se houver melhores arranjos que se poderão avançar para o futuro. Penso que há mais uma. Desculpe? Desculpe? Mais uma.

QUESTÃO: [Inaudivel] quanto tempo o HMAS Perth vai ficar atracado em Dili, quando é que chegam?

STEPHEN SMITH: Não sei a hora exacta, mas foi durante esta manhã hora do leste Australiano – algum tempo esta manhã hora do leste Australiano. Compreendo, outra vez estpo contente de ter estado correcto, compreendi isso desde esta manhã, hora de Dili, HMAS Perth tem estado à vista no horizonte.

QUESTÃO: Quais são as regras de engajamento, [inaudivel]?

STEPHEN SMITH: Bem as regras de engajamento são operacionais. Não me proponho responder a isso.

QUESTÃO: [Inaudivel]

STEPHEN SMITH: I…

QUESTÂO: [Inaudivel] deve ser bastante perto de...

STEPHEN SMITH: Não sei onde esteve estacionado antes contudo, mas obviamente estava na proximidade porque chegou bastante rapidamente. Okay.

QUESTÃO: [Inaudivel]

STEPHEN SMITH: Penso que apenas aconteceu estar na proximidade. Tenho a certeza que se perguntar isso à Defesa, que eles serão capazes de lhe dar uma resposta a isso, isso não é operacional. Mas eu tenho – o meu entendimento é que felizmente aconteceu estar na proximidade e foi capaz de se despachar da maneira que eu sublinhei.

Okay. Muito obrigado. Obrigado. Obrigado.
Fim

Media Inquiries: Foreign Minister's office (02) 6277 7500###

FRETILIN MPs call on Timor-Leste's Secretaries of State for Security and Defence to resign

FRETILIN
MEDIA RELEASE - Dili, 12.02.08

FRETILIN MPs call on Timor-Leste's Secretaries of State for Security and Defence to resign: Demand Independent International Commission of Inquiry

FRETILIN MPs Arsenio Bano and Estanislau da Silva, today called in parliament for the resignation from the AMP de facto government, of the Secretary of State for Security, Francisco Guterres and the Secretary of State for Defence, Julio Tomas Pinto, citing negligence and incapacity by them to properly manage their portfolios.

"We call on the Secretary of State for Security, Francisco Guterres and the Secretary of State for Defence, Julio Tomas Pinto to resign as a result of their demonstrated negligence and incapacity in coordinating and ensuring that both the President of the Republic and the Prime Minister of this country were adequately protected," Bano said.

"We have a large number of police that have now been reactivated. We have sufficient active F-FDTL soldiers. We have over 1,700 UN police and 900 International Military Forces in this country. It is not simply a matter for the police or the forces to be answerable. As the responsible members of government, it is they who ultimately have to account to the public and have been found wanting. As the responsible members of government they have the responsibility of ensuring that these resources available to us are coordinated to adequately protect the constitutional leaders of this country and the people. If they cannot guarantee the security of the President and the Prime Minister, how are they going to guarantee the security and defence of our people?" asked MP Arsenio Bano, who is also FRETILIN Party Vice President.

Another FRETILIN MP, and former Timor-Leste Prime Minister Estanislau da Silva, informed the parliament there had been a grave act of negligence with regard to the lack of timely response to the assistance needed by the President.

"In the case of the President there is the added unforgivable neglect of medical assistance not arriving for well over half an hour after there had been a call for assistance by him whilst he was lying bleeding on the ground. He telephoned his chief of staff who in turn called the ambulance, but it took over half an hour for them arrive, whilst there was an UNPOL roadblock less than a kilometer away."

"But this is not all. There were many serious questions that needed to be answered that have not been answered. Questions as to why despite over one hour having lapsed between the shooting of the President and the attempt on the Prime Minister, action had not been taken by either members of government responsible for security to immediately secure the security of the Prime Minister," Da Silva told the parliament.

Da Silva closed in saying that there were many questions of lapses of security and regarding the criminal attempts themselves that the people of Timor-Leste demand be answered. "We need an International Commission of Inquiry to fully and properly investigate this in an independent and transparent manner, so that justice can prevail and the perpetrators of these crimes can be punished by the law," he said.

For further information contact José Teixeira on +670 7287080 or Filomeno Aleixo on +670 734 0383


TRADUÇÃO:

Deputados da FRETILIN pedem a resignação dos Secretários de Estado da segurança e defesa de Timor-Leste

FRETILIN
COMUNICADO DE IMPRENSA - Dili, 12.02.08

Deputados da FRETILIN pediram a resignação dos Secretários de Estado da Segurança e da Defesa de Timor-Leste: Pedida uma Comissão de Inquérito Independente Internacional

Os deputados da FRETILIN Arsénio Bano e Estanislau da Silva, pediram hoje no parlamento a resignação do governo de facto da AMP do Secretário de Estado para a Segurança, Francisco Guterres e do Secretário de estado para a Defesa, Júlio Tomas Pinto, invocando a negligência e a incapacidade de ambos para gerirem com correcção as suas pastas.

"Pedimos que o Secretário de Estado da Segurança, Francisco Guterres e o Secretário de Estado da Defesa, Júlio Tomas Pinto resignem dado que o resultado da sua comprovada negligência e incapacidade em coordenar e assegurar a protecção adequada de ambos o Presidente da República e o Primeiro-Ministro," disse Bano.

"Temos um grande número de policies que já foram reactivados agora. Temos soldados das F-FDTL no activo em número suficiente. Temos mais de 1,700 polícias da ONU e 900 elementos das Forças Internacionais Militares neste país. Isto não é apenas uma material para ser respondida pelos polícias ou pelas forças. Como membros responsáveis do governo, são eles quem têm que prestar contas à população que têm estado à espera. Como membros responsáveis do governo eles têm a responsabilidade de assegurar que esses recursos disponibilizados para nós são coordenados para protegerem de modo adequado o povo e os líderes constitucionais deste país. Se não conseguem garantir a segurança do Presidente e do Primeiro-Ministro, como é que eles vão agora garantir a segurança e a defesa do nosso povo?" perguntou o deputado Arsénio Bano, que é também o Vice-Presidente da FRETILIN.

Um outro deputado da FRETILIN, e antigo Primeiro-Ministro de Timor-Leste Estanislau da Silva, informou o parlamento que houve um acto grave de negligência em relação à falta de resposta oportuna à assistência necessitada pelo Presidente.

"No caso do Presidente há a juntar a inesquecível negligência da assistência médica não ter chegado durante meia hora depois de ter havido um telefonema dele a pedir assistência enquanto estava a sangrar deitado no chão. Ele telefonou ao chefe de gabinete que por sua vez telefonou à ambulância, mas demorou mais de meia hora para chegar, enquanto havia um bloqueio de estrada da UNPOL a menos de um quilómetro de distância."

"Mas isto não é tudo. Houve muitas questões sérias que precisavam de ser respondidas e que não foram respondidas. Questões sobre o porquê de ter havido mais de uma hora de intervalo entre os tiros do Presidente e a tentativa ao Primeiro-Ministro, não ter sido tomada nenhuma acção pelos membros do governo responsáveis pela segurança para imediatamente acautelarem a segurança do Primeiro-Ministro," disse Da Silva no parlamento.

Da Silva encerrou dizendo que há muitas questões de faltas de segurança e em relação às próprias tentativas criminosas que o povo de Timor-Leste exige serem respondidas. "Precisamos duma Comissão Internacional de Inquérito para investigar totalmente e correctamente isto numa maneira independente e transparente, para que a justiça possa prevalecer e os perpetradores destes crimes possam ser punidos pela lei," disse.

Para mais informação contactar José Teixeira em +670 7287080 ou Filomeno Aleixo em +670 734 0383

IV Governo Constitucional - COMUNICADO À IMPRENSA

Dili, 13 de Fevereiro de 2008
Reunião do Conselho de Ministros de 13 de Fevereiro de 2008

O Conselho de Ministros reuniu-se estaQuarta-feira, 13 de Fevereiro, 2008, na Sala deReuniões do Conselho de Ministros, no Palácio do Governo, em Díli, e aprovou:

1- Decreto- Lei que Altera a Orgânica do GovernoO Conselho de Ministros, na reunião de hoje,aprovou um Decreto-Lei que equipara, a títulotransitório e enquanto não são regulamentados osrespectivos estatutos, os cargos superiores dasForças Armadas e da Polícia Nacional deTimor-Leste aos membros do Governo, para efeitos remuneratórios.
2- Decreto-Lei que aprova o Regime de Avaliaçãodos Trabalhadores da Administração Pública
O Conselho de Ministros aprovou também umDecreto-Lei do Governo que aprova o regime deavaliação dos trabalhadores da AdministraçãoPública, visando garantir mais justiça no acessoe progressão das carreiras dos funcionários.
A avaliação do desempenho é um importanteinstrumento para a introdução de uma nova culturade gestão pública, para uma correcta apreciaçãodos recursos alocados a cada um dos organismos efunções e para a criação de condições de maiormotivação profissional, qualificação e formaçãopermanente dos recursos humanos.
Secretaria de Estado do Conselho de MinistrosDíli, Palácio do Governo,13 de Fevereiro de 2008

Mais Ataques Em Preparação

Portugal Diário - 13.02.2008

Sara Marques
GNR tem informações de que o grupo de Reinado está armado e prepara-se para atacar Dili. Militares reforçaram patrulhas e protecção pessoal. Durante a noite, a capital esteve deserta. «As pessoas têm medo».

«Calma, muito calma», assim foi a noite em Dili após os ataques ao Presidente Ramos-Horta e o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, disse ao PortugalDiário o capitão Martinho, da GNR, que está em missão em Timor.

Mas toda esta calma pode ser apenas o anteceder de novos ataques. Segundo o responsável da GNR, «o grupo do major Reinado anda armado e há informações de que está a preparar-se para novos ataques em Dili».

Depois dos ataques deste domingo, o contingente português reforçou as patrulhas e as medidas de protecção. Agora, os militares da GNR deslocam-se em veículos blindados e com coletes à prova de bala reforçados.

«É uma questão táctica», explicou o responsável. «Temos que estar preparados para uma ameaça armada. Já não estamos a lidar com manifestações, jovens a atirar pedras e a manutenção da ordem pública», adiantou. Ainda assim, os homens de Reinado não causaram mais nenhum problema deste os ataques de domingo.

Para a GNR, «este é mais um momento da missão, nem sequer o mais importante», mas não escondem a satisfação de terem sido fundamentais para salvar a vida do presidente timorense.
Esta noite, Dili foi uma cidade deserta. «Foi anunciado um recolher obrigatório, mas ainda não está em vigor. Alguns não saíram por achar que não podiam, outros, por medo», afirmou o responsável.

O capitão Martinho diz que a população está dividida. «Uns estão felizes por o major Reinado ter morrido, mas os que o apoiavam, não estão claro». Esta manhã, a capital de Timor recuperou alguma normalidade.

As pessoas foram trabalhar, mas os atentados não foram esquecidos e o estado de saúde do presidente é tema de muitas conversas. Além disso, muitos responsáveis timorenses criticam o tempo que demorou até chegar ajuda para Ramos-Horta e recordam que este ataque era previsível.###

GNR impõe tolerância zero no funeral de Alfredo Reinado

Jornal de Noticias - Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008

Orlando Castro
Com Ramos-Horta a recuperar de forma satisfatória, embora se aponte para meio ano de inactividade, as atenções concentram- -se hoje no funeral do major Alfredo Reinado, morto durante o ataque contra a residência do presidente de Timor-Leste. O recolher obrigatório foi prolongado até ao dia 23, cabendo ao subagrupamento Bravo da GNR a segurança durante o funeral, tal como fez em relação aos transporte do corpo para o velório na residência de Vítor Alves, o pai adoptivo, no Bairro Marconi, em Díli, onde deverá ser enterrado.

Dezenas de pessoas aguardaram a chegada do corpo do major gritando "Viva Reinado", "Reinado está vivo" e "Vamos continuar a luta de Reinado". Apesar de ser natural de Maubisse (a 60 quilómetros a sul da capital), será enterrado em Díli por questões se segurança, nomeadamente por se temer que o corpo possa ser raptado.

Paralelamente ao forte dispositivo militar e policial que enquadra as cerimónias fúnebres, Vítor Alves e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, juntaram- -se para apelar à calma e ao respeito pelo luto da família.

As autoridades timorenses temem que os simpatizantes de Alfredo Reinado possam causar problemas, mas acreditam que isso só deverá acontecer dias depois do funeral. E é no sentido de retirar margem de manobra aos seguidores do major que, ontem, o procurador-geral de Timor- -Leste, Longuinhos Monteiro, ordenou a prisão de 18 suspeitos de envolvimento nos ataques contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão e que, segundo as autoridades, podem ser os principais impulsionadores de mais actos de violência.

Afirmando que as provas contra os suspeitos são 99% seguras, Longuinhos Monteiro acredita que as prisões ajudarão também a clarificar as motivações dos ataques e, ao mesmo tempo, a decapitar as tentativas de dar seguimento aos actos do major Alfredo Reinado.

A liderar a lista de suspeitos, e sobre os quais impendem mandados de captura com carácter de urgência, está o antigo tenente Gastão Salsinha, que segundo as autoridades timorenses chefia agora o grupo de revoltosos que fugiu para as montanhas, local onde durante muitos anos ajudou a combater as forças de ocupação indonésias.

Alguns seguidores de Alfredo Reinado presentes no velório, e mau grado a presença da Polícia e das forças militares, não se inibiram de dizer que vão continuar a luta do major rebelde, enaltecendo as suas qualidade de "defensor do povo". Defensor do povo porque, dizem alguns dos seus apoiantes mais politizados, "Reinado defendia as mesmas ideias de Ramos- -Horta no tempo em que este afirmava que enquanto houver miséria não haverá uma paz verdadeira".

As ameaças estão a ser levadas muito a sério pelas forças de segurança, e o próprio comandante da GNR em Timor-Leste, capitão Martinho, acredita que a aparente calma que se vive em Díli poderá ser quebrada a qualquer momento. ###

GNR receia novos ataques em Díli

2008-02-13 - 00:30:00

Correio da Manhã


Dois dias após os ataques, a situação mantém-se tensa. Ramos-Horta está em estado crítico e as forças de segurança temem tumultos.


As forças de segurança têm informações de que o grupo de Alfredo Reinado está disposto a vingar a morte do major. Para o capitão Martinho, comandante da GNR em Timor, a calma que se vive em Díli pode ser quebrada por mais ataques a qualquer momento.

Segundo apurou o CM, o atentado a Xanana Gusmão já terá sido um acto consequente aos tiroteios na casa de Ramos Horta, onde Alfredo Reinado foi abatido a tiro pela segurança do presidente. A hipótese mais consistente aponta para um ataque do grupo revoltoso à casa, com reacção da segurança do presidente. Daí que, Ramos Horta tenha sido baleado cerca de uma hora depois.

O funeral de Reinado é uma das grandes preocupações das autoridades timorenses. O enterro do ex-major ainda não está marcado mas o velório decorre já em casa do pai adoptivo, em Díli. De facto, teme-se que a cerimónia fúnebre possa gerar forte tensão. O major Reinado deverá ser enterrado em Maubisse, uma zona de montanha a acerca de 70 quilómetros da capital, onde montou o seu ‘quartel-general’, em Maio de 2006, quando abandonou as Forças de Defesa de Timor-Leste acompanhado de outros militares descontentes.

Até agora não há detenções dos presumíveis autores dos atentados ao presidente e ao primeiro-ministro mas a investigação a cargo das forças das Nações Unidas refere uma lista de suspeitos.

Segundo fonte contactada pelo CM, essa lista é constituída pelos homens mais próximos de Reinado e que estão há muito devidamente referenciado, O procurador-geral de Timor já despachou os respectivos mandados de captura e pode haver detenções nas próximas horas.

No topo da lista dos suspeitos está o antigo tenente Gastão Salsinha, o número dois do grupo de revoltosos e que terá assumido agora a liderança. Salsinha está a monte, algures nas montanhas que abrigaram a resistência timorense durante cerca de 30 anos, durante a administração indonésia.

ALKATIRI MUITO CRÍTICO

Entretanto, o antigo primeiro-ministro de Timor-Leste e secretário geral da Fretilin, Mari Alkatiri, afirmou à Lusa que o presidente Ramos-Horta “agiu mal na forma como lidou com Alfredo Reinado”, já que “continuou a apostar no diálogo e não da justiça”. Disse mesmo que foi Ramos-Horta quem se opôs a “decisões judiciais que incluíssem mandados de captura ao militar revoltoso”. O que poderá ter estado na origem do ataque agora verificado.

DISCURSO DIRECTO

"ATÉ PARECE QUE NÃO ACONTECEU NADA" Marta Queirós, portuguesa em Díli

Correio da Manhã – Qual é o ambiente em Díli?

Marta Quierós – É normal. As pessoas andam nas ruas, as lojas estão abertas. Eu trabalhei normalmente e até fui à praia. Só os bares da marginal estão fechados mas penso que é por causa do mar que está agitado.

– O que se comenta entre a população?

– Os timorenses não comentam muito, até parece que não aconteceu nada. Os portugueses falam mais mas não estamos assustados. A maioria já viveu os confrontos de 2006.

– Como é que soube dos atentados?

Curiosamente foi a minha família em Portugal que me telefonou a contar e estavam muito preocupados. Como era muito cedo, eu ainda estava a dormir e não sabia de nada.

– O que é que mudou nestes dois dias?

– Não podemos sair à noite. De resto não mudou muita coisa a não ser ver mais segurança nas ruas. Nada que me incomode.

PAI DE REINADO APELA À PAZ

Vítor Alves, pai adoptivo de Alfredo Reinado, diz que agora espera que esta morte traga a paz, adiantando que esse era também o sentimento do major, horas antes dos atentados. “O problema tem que ser resolvido para sempre”, foram, segundo Vitor Alves, as últimas palavras que Alfredo Reinado lhe disse. Vitor Alves ressalva não ter tido qualquer indício de que Alfredo preparava um ataque ao presidente Ramos-Horta. Vítor Alves, empresário e actual membro do Conselho de Estado do país falou com Reinado horas antes do ataque a José Ramos-Horta.

RAMOS-HORTA AINDA ESTÁ EM COMA INDUZIDO

O presidente timorense Ramos-Horta continua em coma induzido e poderá ter que ser novamente operado. Corre risco de contrair infecções graves e ainda tem estilhaços de balas nas costas. Segundo a médica do INEM Fátima Santos, que o tratou ainda em Díli, a perfuração do pulmão direito é uma lesão muito grave. Disse ainda que devido à grande perda de sangue que teve, pode sofrer também lesões neurológicas.

No hospital de Darwin, na Austrália, os médicos garantem que apesar de ainda correr risco de vida, o quadro clínico é favorável e que Ramos-Horta está a reagir bem.

XANANA COM PROTECÇÃO

O primeiro-ministro Xanana Gusmão está a ser protegido por elementos das operações especiais da GNR. Também a escolta pessoal e a família de Xanana será sempre acompanhada pelos militares portugueses. A GNR foi chamada a vigiar de perto o líder do Governo para evitar uma situação semelhante à ocorrida há dois dias quando saía de casa. Foi de resto a GNR que também socorreu a família de Xanana Gusmão quando estes foram surpreendidos por tiroteio.

SEGURANÇA MÁXIMA EM TIMOR

A situação na capital timorense, Díli, era de aparente normalidade, não se tendo registado incidentes desde os atentados da última segunda-feira. Uma calma tensa para o que muito terá contribuído o acentuado reforço da segurança, depois de ter sido decretado, pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão, o estado de sítio no país. Refira-se que o Subagrupamento Bravo da GNR garante a protecção ao primeiro-ministro Xanana Gusmão e voltou a fazer patrulhas nas ruas. Há atiradores das operações especiais posicionados nas zonas mais problemáticas. Algumas ruas foram cortadas. O dispositivo da polícia timorense está quase todo na rua a vistoriar as viaturas, a identificar todos os veículos que possam levantar suspeitas. Até os plásticos escuros colados nos vidros para proteger do sol são arrancados para que se possa ver o interior .

NOTAS

REFORÇOS CHEGRAM

Os 120 militares e 70 polícias enviados pela Austrália para reforçar a segurança já chegaram a Díli

NAVIO AO LARGO

O navio de guerra australiano ‘HMAS Perth’, com cerca de 150 homens, está ao largo de Díli.

COMISSÃO DE INQUÉRITO

As Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste criaram uma comissão de inquérito aos ataques.

AUSTRÁLIA EM PROFUNDO CHOQUE

A situação em Timor marcou a sessão inaugural do Parlamento australiano, com o primeiro-ministro a expressar “profundo choque”

TROPAS DE CAMBERRA "VÃO AJUDAR"

O comandante das Forças Armadas Timorenses, Taur Matan Ruak, afirmou que as tropas australianas contribuem para a solução

CALMA NO BAIRRO DO FAROL

A situação no Bairro do Farol em Díli estava calma, após o Centro Nacional de Operações ter sido chamado a intervir num tiroteio.

APONTAMENTOS

REFORÇO DA GNR VISTO COMO PREMATURO

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, considera prematuro um reforço do contingente da GNR em Timor

ONU IMPRESSIONADA COM REACÇÃO DE DÍLI

O chefe da missão da ONU em Timor, Atul Khare, ficou impressionado com a eficiência das autoridades de Timor

SEGURANÇA DE XANANA ADMITE FALHAS

O assessor de Xanana, tenente-coronel Pedro Ochoa, admitiu ter havido “brechas” na segurança dos dois estadistas

UNICEF VAI AJUDAR CRIANÇAS TIMORENSES

A UNICEF pretende investir este ano 2,3 milhões de euros em ajuda às crianças de Timor-Leste
Manuela Teixeira

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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