quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Para especialista, ataques no Timor Leste representam insatisfação de parcela da população

Diário da Manhã
Goiânia, 14/02/2008 - quinta-feira - 7405


Expectativas frustradas, após a conquista da independência do país, e as conseqüentes insatisfações por parte da população que vive no Timor-Leste podem ter contribuído para o atual cenário na região. A opinião é do professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Euti Sato. No último domingo (10), o presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, e o primeiro ministro, Xanana Gusmão, foram vítimas de atentados. Durante o ataque, Ramos-Horta foi baleado.

“Fala-se, por exemplo, em certas frustrações do ponto de vista da condição de vida, do bem-estar da população. Nós, no Brasil, depois de tanto tempo, com um estado bastante estável e antigo, temos problemas seríssimos de distribuição de renda, de parcelas da população que não se encontram satisfeitas. É possível que, nesse processo, também haja frustrações em determinados setores da população [timorense]”, afirmou o professor em entrevista à Rádio Nacional.

O professor destaca que, assim como o Timor Leste, outros países já alcançaram a independência há décadas, mas permanecem em situação de dificuldade. A maioria, segundo ele, é liderada por governos instáveis ou assolada por ditaduras.

“Seria difícil pensar que, no caso do Timor Leste, esse processo [de construção de um Estado] fosse tranqüilo apenas porque, na época, havia certo acordo político considerado bem-costurado. Esses elementos são importantes, mas não são suficientes”.

Quando questionado sobre a viabilidade econômica do Timor Leste, ele ressalta que o país deve enfrentar sérias dificuldades no quesito, inclusive por não contar com bens comerciais como o petróleo, que poderiam impulsionar a nação.

“Mesmo aqueles estados com alguma riqueza têm problema, como a Angola. Depois de décadas de guerra civil, ainda se sente que a questão não está resolvida. Há um clima de expectativa mais positiva, mas todo mundo sabe que não está resolvido”.

O Timor Leste só conquistou a independência em 2002, depois de quase duas décadas sob o domínio da Indonésia.

Fonte: Agência Brasil

1 comentário:

Anónimo disse...

Essa de chamar "especialista" a um indivíduo que afirma, nomeadamente, que "o país deve enfrentar sérias dificuldades no quesito [economia de Timor], inclusive por não contar com bens comerciais como o petróleo, que poderiam impulsionar a nação" faz-e rir à gargalhada!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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