RR
11-02-2009 9:43
O sistema de justiça timorense não é independente e só tem vindo a piorar, diz Ivo Rosa, o português mais polémico de Timor-Leste.
Ivo Rosa é juiz do Tribunal de Recurso e foi afastado pelo Conselho Superior de Magistratura de Timor-Leste – um exemplo, segundo diz, da interferência do poder político no poder judicial.
O afastamento, explica, deveu-se a uma “decisão, da qual fui relator e que não é minha, que considerou inconstitucional algumas normas do orçamento rectificativo”. A isto, junta-se o facto de dois membros daquele Conselho Superior exercerem funções ligadas ao poder político.
“Um deles é o secretário-geral do partido que suporta o CNRT e outro é assessor do gabinete do Primeiro-ministro. Estes dois factos indiciam que a decisão terá sido fundada em razões políticas, quando não existe qualquer aspecto técnico ou as minhas qualidades humanas tenham sido postas em causa”, acusa.
Ivo Rosa considera, por isso, que a decisão do Conselho de Magistratura é ilegal e diz que, em geral, o sistema de justiça timorense piorou.
“A justiça mudou para pior, no sentido daquilo que é a essência da justiça, [sobre a qual paira] essa questão da independência e da credibilidade”, afirma, dizendo que isso “fragiliza o próprio sistema judicial e o Estado”.
“O meu caso foi exemplo disso. É patente a intervenção do poder político no poder judicial”, sublinha.
O juiz português foi acusado pela Presidência timorense de atitudes coloniais e arrogantes – o magistrado quis, por exemplo, prender o rebelde Alfredo Reinado, contra a opinião de Ramos Horta. Reinado acabou por ser morto na sequência dos atentados de há um ano contra o Presidente e o Primeiro-ministro timorenses.
Ivo Rosa regressa a Portugal em Março, altura em que termina a sua comissão de serviço. À Renascença, confessou não estar interessado prolongar a sua missão em Timor-Leste: “Já estou há dois anos e meio em Timor-Leste e já é tempo de voltar à realidade”.
MG/Pedro Mesquita
sábado, fevereiro 14, 2009
Tribunais não são independentes, acusa juiz português
Por Malai Azul 2 à(s) 03:46 14 comentários
GNR prepara reforma da polícia timorense
RR
13-02-2009 7:41
Dois oficiais da GNR partem no sábado para Timor-Leste, com o objectivo de estudar a reforma da polícia nacional daquele país.
É a resposta do Governo português a um pedido expresso do Presidente timorense, Ramos Horta, que está convencido de que o modelo de polícia civil imaginado no pós-independência não é o mais indicado para Timor.
Ramos Horta pretende agora uma polícia organizada num modelo semelhante ao da GNR e foi isso que pediu ao Governo português.
Os dois oficiais têm seis meses para traçar um plano, que terá depois um prazo de execução de cinco anos.
O trabalho dos dois militares é autónomo face aos outros 140 se encontram em Timor-Leste – e, ao que tudo indica, lá vão continuar por mais um ano – integrados na missão das Nações Unidas.
MG/Celso Paiva
Por Malai Azul 2 à(s) 03:30 1 comentários
País está a entrar "numa fase nova" - Amado
Díli, 13 Fev (Lusa) - Timor-Leste “está a entrar numa fase nova”, afirmou hoje em Díli o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado.
O chefe da diplomacia portuguesa, que terminou hoje uma visita de três dias a Timor-Leste, partiu de Díli com “perspectivas bem mais optimistas quanto à viabilização do Estado timorense”.
Amado considerou também que a liderança timorense “tirou as ilações dos perigos e dos riscos que o país viveu nos acontecimentos de 2006 e nos atentados de 2008”.
“Timor-Leste está a entrar numa fase nova, ultrapassados os problemas de insegurança que o país viveu e alguns conflitos que marcaram a relação entre alguns elementos da elite timorense”, acrescentou Luís Amado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, acompanhado pelo seu homólogo timorense, Zacarias Albano da Costa, falava numa recepção com a comunidade portuguesa, no quartel do subagrupamento Bravo da GNR.
Os cerca de 140 militares da GNR em Timor-Leste integram, como força de polícia autónoma, a Polícia das Nações Unidas.
Luís Amado reafirmou que a GNR estará em Timor-Leste enquanto durar o mandato da Missão Integrada das Nações Unidas (UNMIT), que deverá ser renovado na próxima semana pelo Conselho de Segurança.
Tanto Luís Amado como Zacarias Albano da Costa manifestaram a certeza de que Nova Iorque aprovará uma extensão por mais um ano do mandato da UNMIT.
Na última manhã da sua visita oficial, Luís Amado encontrou-se com o bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, e visitou a Escola Portuguesa de Díli.
PRM.
Lusa/fim
NOTA:
Se é uma nova fase deve ser a da corrupção. E o MNE português demonstra que mais uma vez os governos "ocidentais" preferem uma corrupção alastrada no terceiro mundo e que acreditam que isso é factor de estabilização.
Mas é engraçado como Luís Amado repete o mesmo que outros governantes disseram, mas relativamente ao governo anterior da FRETILIN... Palavras de circunstância.
Pfff.
Por Malai Azul 2 à(s) 03:25 6 comentários
Traduções
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "