sábado, junho 17, 2006

Viva PORTUGAL!

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Portugal 2 - Irão 0

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O golpe de Rogério Lobato

SÃO cada vez mais fortes os indícios que apontam para Rogério Lobato como sendo o principal responsável pelo caos militar e humanitário que se vive em Timor-Leste desde o dia 28 de Abril, quando uma manifestação de desertores do exército acabou num confronto armado entre militares e civis, desencadeando nas semanas seguintes uma revolta incontrolável que contou com o apoio de polícias e de grupos paramilitares supostamente fiéis ao ex-ministro do Interior.

Numa tentativa de preservar provas, os procuradores internacionais mandatados pela ONU resolveram começar já esta semana a investigação criminal, antecipando assim a chegada de uma equipa de polícias designada pelo secretário-geral, Kofi Annan

Desde hoje que os procuradores internacionais têm segurança 24 horas por dia como medida de precaução.

Dada a incerteza sobre a quantidade e o paradeiro de muitas das armas compradas nos últimos anos para a polícia por Rogério Lobato, os magistrados acreditam ter razões para temer pela sua integridade física.


Além de um grupo em Liquiçá (33 homens armados com metralhadoras AK-33) que denunciou na semana passada ter trabalhado debaixo das ordens directas do ex-ministro do Interior (tendo elaborado, entretanto, um relatório com detalhes sobre todos os seus contactos e actividades), o EXPRESSO apurou que ainda sobram pelo menos dois grupos semelhantes em Maliana e em Kotalama, perto de Ermera.

Um deles tem 20 homens e é liderado por um ex-guerrilheiro chamado António Limalima, enquanto o outro é composto por uma equipa de 16 homens coordenada pelo comandante Joaquim Roque. Ambos estão armados com metralhadoras AK-33 e usam fardas da Unidade de Reserva da Polícia, criada em 2004 pelo Governo para combater milícias nas zonas rurais.

Os tiroteios que ainda se ouvem à noite nessas e noutras áreas do país fazem acreditar que continuam activos. Estes paramilitares, incluindo o grupo de Liquiçá, fazem parte de uma alegada estrutura de segurança secreta da Fretilin, o partido do Governo que ainda há duas semanas elegeu Lobato para a vice-presidência, já depois da sua demissão do cargo de ministro do Interior e de haver suspeitas sobre o seu comportamento menos claro à frente das polícias.

O relatório do grupo de Liquiçá, assinado pelo comandante Railos e remetido esta semana a Xanana Gusmão, inclui os nomes de todos os elementos da Fretilin com quem foram feitos encontros e transacções de armas e equipamentos, além de discriminar os nomes dos mortos e feridos em combate, apresentando também um conjunto de números de série das armas que ainda estão na sua posse, para que sejam comparados com os registos da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

Railos alega que a entrega das armas ao seu grupo foi feita pelo comandante da polícia de fronteira, António da Cruz, sendo que o primeiro lote de 10 metralhadoras AK-33 e 6000 balas lhe chegou às mãos no dia 10 de Maio, pelas 22 horas, num encontro realizado no cemitério de Rate Pahlawan, perto da praia de Liquiçá.

António da Cruz esteve incontactável durante esta semana, mas cruzando as versões de todas as partes acerca dos confrontos de 22 a 25 de Maio, a informação contida nas cinco páginas do relatório do comandante Railos é consistente. Durante vários dias, houve um ataque coordenado a várias posições militares das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL) em que participaram grupos rebeldes vindos das montanhas para Díli, liderados pelo major Alfredo Reinado e acompanhados por agentes da Unidade de Intervenção Rápida e da Unidade de Reserva da Polícia.

O tenente Gastão Salsinha, líder dos desertores do exército (conhecidos por peticionários), foi um dos participantes no ataque ao quartel-general das FDTL em Tasitolu nos dias 23 e 24 e admitiu ao EXPRESSO que o comandante Railos e os seus homens também estavam presentes no local, embora não tenha sido capaz de responder à pergunta sobre o que estariam a fazer ali peticionários armados, quando era suposto estarem desarmados e acantonados em Ermera, a 40 quilómetros da capital, tal como tinha afirmado antes em várias entrevistas.

Demasiadas coincidências. Foram precisamente os homens da polícia de fronteira comandada por António da Cruz que estiveram a fazer o controlo de entradas e saídas em Tassitolu no dia 28 de Abril, junto ao quartel-general das FDTL e ao local (Raikotu) onde houve o confronto armado entre o exército e os peticionários e seus apoiantes. A verdade é que os manifestantes não tinham armas de fogo quando saíram da frente do palácio do Governo, depois de terem incendiado dois carros com gasolina e atirado pedras ao edifício, mas ao fim de algumas horas, quando se envolveram no combate com os militares da FDTL em Tassitolu, já estavam na posse de metralhadoras, sendo que durante todo o trajecto foram acompanhados apenas pela polícia. Segundo Lino Saldanha, comandante-adjunto da PNTL para a área da administração, há um mês que um contingente de 80 polícias da fronteira se encontrava em Díli, vindo de Maliana.

Por outro lado, está por justificar o facto de se encontrarem mais de 500 polícias na cidade no dia 28 de Abril, mas terem sido destacados apenas 85 para a manifestação em frente ao palácio do Governo, não havendo qualquer reforço da segurança mesmo depois de os peticionários terem invadido o parque do edifício e incendiado dois carros. Esse pedido de auxílio foi feito diversas vezes por Mari Alkatiri ao ministro do Interior mas não teve qualquer efeito, obrigando o primeiro-ministro a requerer a intervenção das FDTL.

Ismael Babo, que esteve a coordenar as operações nesse dia, confessou ao EXPRESSO que recebeu ordens directas de Rogério Lobato não para reforçar a guarda ao palácio, mas antes para evacuar todos os membros do Governo e do parlamento para o quartel-general da polícia. Mais tarde, depois da viagem das centenas de manifestantes para Tasitolu ter sido acompanhada por apenas 12 polícias, o então ministro do Interior deu uma outra ordem: a retirada total dos agentes do local, mesmo constatando que os manifestantes precisariam de ser desarmados, deixando apenas um posto de controlo na rotunda do aeroporto, para ninguém passar na estrada além do exército.

Desde o dia 28 de Abril que em muitos bairros da cidade se espalharam os rumores sobre um massacre cometido pelos militares, dizendo-se que tinham sido mortos mais de 60 civis inocentes (apenas cinco estão confirmados pelo director do hospital de Díli) a mando de Mari Alkatiri. Foi isso que deu origem aos incêndios e às batalhas campais entre vizinhos, enchendo as imagens das televisões internacionais. A armadilha. As hierarquias das FDTL, contudo, acreditam terem sido empurradas para uma armadilha com o objectivo de diabolizar as forças armadas, alimentando o ódio no seio do povo ao núcleo duro de antigos guerrilheiros da resistência. Com isso o pilar do recém-criado e ainda frágil estado democrático de Timor-Leste cairia por terra, dando lugar a um reequilíbrio interno de poderes.

É unânime a opinião em Díli de que a situação política em Timor-Leste é, neste momento, muito complexa e de que existe uma teia intricada de cumplicidades e silêncios que poderá pôr em risco a investigação internacional, apesar de ela ter sido publicamente reclamada por todas as partes: presidente, primeiro-ministro, oposição, rebeldes, polícias e militares.

Parece haver uma notória vontade nos discursos e nas atitudes do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e do próprio Xanana Gusmão de fazer com que o princípio de reconciliação nacional passe por cima do princípio da justiça e da responsabilização criminal. Daí a tolerância do Presidente em relação ao major Reinado e aos outros rebeldes e a compensação dada por Alkatiri a Rogério Lobato, ao permitir a sua ascensão a vice-presidente da Fretilin.

O apelido Lobato tem um peso enorme no país, sendo um dos clãs históricos da luta pela independência desde 1975. O irmão de Rogério, Nicolau Lobato, foi o primeiro líder máximo das Falintil nas montanhas. A sua morte, ao fim de 12 horas de combate com os indonésios no último dia de 1978, fez dele o maior mártir de Timor. Embora exilado, Rogério sucedeu-lhe no lugar, mas acabaria por cair em desgraça quando nos anos 80 foi apanhado em Angola a fazer tráfico de diamantes, o que lhe valeu dois anos de prisão, sendo acusado por alguns colegas da própria Fretilin de o ter feito em benefício próprio.

Quando regressou a Timor ao fim de 25 anos no estrangeiro, um grupo de centenas de ex-combatentes liderados pelo guerrilheiro L7 viu nele o político capaz de representar o seu descontentamento por não terem sido integrados nas forças armadas do país recém-criado. Nos corredores do palácio do Governo asseguram que foi esse o apoio decisivo no convite que Mari Alkatiri lhe fez para ocupar o cargo de ministro da Administração Interna (mais tarde, ministro do Interior, já sem a área da administração estatal). L7 chegou a ser nomeado assessor de Lobato para a segurança, mas os dois acabariam por se desentender em 2003.

Ambicioso e temperamental. Rogério Lobato é descrito em Díli como um homem ambicioso e temperamental que gosta de controlar os seus homens e de impor respeito com uma autoridade musculada. Um episódio ocorrido no início deste ano perante jornalistas da televisão local e perante o próprio procurador-geral da República demonstra como é capaz de actuar. Ao acompanhar a detenção de um grupo de jovens arruaceiros, mandou-os encostar à parede e pediu para desligarem por momentos a câmara de televisão, aproveitando o intervalo para dizer aos detidos: «Ou me contam a verdade ou parto-vos as pernas». Uma personalidade forte que, juntamente com o seu apelido sonante, parecem fazer de Alkatiri apenas um seu refém.

Golpe em Timor-Leste liderado por ex-ministro

OS DADOS recolhidos pelos investigadores internacionais apontam para o ex-ministro do interior de Timor-Leste, Rogério Lobato, como responsável por um complexo golpe de Estado que visava eliminar a cúpula das Forças Armadas. Os procuradores internacionais já viram a sua segurança reforçada, 24 horas por dia, como medida de precaução, uma vez que está em parte incerta uma quantidade significativa de armas compradas para a polícia por Rogério Lobato.

Em Liquiçá, um grupo de 33 homens armados com metralhadoras admitiu ter trabalhado sob as ordens do ex-ministro do Interior. Um relatório desse grupo, assinado pelo comandante Railos e entregue esta semana ao Presidente Xanana, inclui os nomes de todos os elementos da Fretilin com quem houve encontros e com quem foram feitas transacções de armas e equipamentos, além de discriminar o nome dos mortos e feridos em combate. Dois grupos semelhantes estarão a operar no interior de Timor-Leste. Estes grupos de paramilitares fazem parte de uma alega
da estrutura de segurança secreta da Fretilin, estão armados com metralhadoras e usam fardas da Unidade de Reserva da Polícia.

Em entrevista ao EXPRESSO, o ex-ministro Rogério Lobato admite que «se a Fretilin se levantar, ninguém a controla».

«Conhecemos todos os buracos deste país»

O EX-MINISTRO do Interior resolveu abrir a porta da sua casa ao EXPRESSO, ontem à noite, para acusar o comandante-geral da polícia, o presidente Xanana Gusmão e padres da Igreja Católica de estarem por detrás da tentativa de golpe de Estado no país. Pelo meio, admite ter criado o grupo paramilitar do comandante Railos, pondo em xeque o próprio primeiro-ministro Mari Alkatiri.

E ainda deixa um recado: quando a Fretilin se levantar, será o povo todo a levantar-se.

Existem várias versões sobre o que aconteceu em Timor. Qual é a sua?

Na minha carta (de demissão) eu refiro claramente um comando bicéfalo.

O que quer dizer com bicéfalo?

Que a intervenção do Presidente sobre os peticionários afectou as relações com os militares.

Xanana Gusmão deveria ter tido outra atitude com os militares?

Deveria ter sido mais ponderado e não vir a público atacar e deitar abaixo. Isso caiu mal nas pessoas que andaram com ele no mato durante muitos anos. Mas este problema surgiu muito antes. A PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste) está sob a tutela exclusiva do Governo. A partir de uma dada altura, apercebi-me de que muitas vezes o senhor comandante da polícia ia reunir-se na Presidência da República sem o meu conhecimento. Sem, inclusivamente, o conhecimento do primeiro-ministro. Naturalmente que isso me preocupou (...). E depois há uma manifestação que deixa de o ser para passar a ser um acto de violência organizada. Isso o que é? É crime!

O senhor não estava a acompanhar as operações da Polícia para fazer frente a essa manifestação de 28 de Abril?

Estava. Só que as ordens que eu tinha dado era para que a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) se concentrasse toda no palácio do Governo.

Deu essas ordens a quem?

Dei-as ao comandante-geral.

E ele disse-lhe o quê?

Disse-me que sim, mas depois pura e simplesmente não as cumpriu.

Que tipo de relação tem o comandante-geral da polícia com Xanana Gusmão? Como é que essa relação poderá ter prejudicado a actuação da Polícia?

Essa relação acabou por tornar ineficaz a actuação da Polícia.

Parece-lhe que o comandante-geral da Polícia foi influenciado pelo Presidente?

Não quero fazer a acusação, mas sei que houve contactos de que não tivemos conhecimento.

E já questionou Xanana Gusmão?

Não.

Entre o dia 23 e o dia 24 houve um ataque ao quartel-general do Exército em Tassitolu por rebeldes e polícias em que estava presente o comandante Railos e os seus homens. O senhor é acusado de ter criado esse grupo paramilitar.

Essas acusações são descabidas e falsas. Nós constituímos um grupo de antigos combatentes que conhecem todos os esconderijos por onde entravam as milícias. Eles seriam pisteiros que ensinavam os homens da nossa Unidade de Reserva da Polícia (URP) para poderem actuar numa situação de guerrilha...

Incluindo o comandante Railos e os seus homens?

Esses homens foram recrutados mais tarde. Nós vimos que era necessário criar um grupo com experiência, só que depois descoordenou-se completamente. Fez o que quis.

Quantos homens fazem parte desses grupos paramilitares?

Penso que são 15.

O comandante Railos diz que tem 30.

É possível que tenham aumentado para 30.

E que é da segurança secreta da Fretilin.

Não.

O primeiro-ministro já admitiu que eles são da Fretilin...

Nós recrutámo-los para serem pisteiros...

Mas são militantes da Fretilin.

Bom, eles podem ser militantes da Fretilin ou não. São antigos combatentes.

O primeiro-ministro assumiu que recebeu o comandante Railos e dois dos seus adjuntos em sua casa no dia 8 de Maio.

Naturalmente, mas sempre dentro daquele quadro de integrá-los nessa força que nós temos.

O comandante Railos diz que recebeu uma ordem sua para travar os peticionários nos dias 23 e 24 de Maio em Tibar. É verdade?

As pessoas em Díli estavam muito preocupadas na altura. Houve os ataques em Tibar e estavam milhares de pessoas lá acantonadas. Foi por isso que eu pedi para fazerem tudo no sentido de impedirem que essas forças chegassem a Díli, para não semearem a morte. Até porque uns dias antes tinham sido assassinados familiares meus: a minha cunhada e cinco sobrinhas. Foi o esforço que nós fizemos. Não resultou.

Muitos padres acusam a Fretilin, Mari Alkatiri e o senhor de distribuírem armas.

Um desses padres tem contactos com o major Mustafá para introduzir armas em Timor.

Quem é o major Mustafá?

Eu acho que já falei de mais. Eles que não comecem a falar, porque nós conhecemos-lhes os rabos de palha. Nós não temos segredos. Até agora a Fretilin não se levantou. Quando pedi a minha demissão do Governo foi porque todas as baterias estavam apontadas para o senhor primeiro-ministro. Parece que ele é o grande demónio deste país e os outros são todos santos. Não são santos. O santo é mesmo ele.

Prevê a possibilidade de uma guerra civil?

Guerra civil contra quem? Quando a Fretilin se levantar, será o povo todo. Nós conhecemos os buracos todos deste país.

O senhor já fez uma longa lista de acusações - Presidente, polícias, Igreja....

Eu deixaria aos jornalistas a investigação.

Acha que se trata de uma aliança?

Não há dúvida nenhuma.

E inclui nesse lote o ministro Ramos-Horta?

O meu compadre Ramos-Horta... se um ministro critica o próprio primeiro-ministro... Não gostaria de responder da mesma forma.

Dos leitores

Não sei bem como será aí, mas na minha terra os procuradores só têm de tomar conta das provas que vão recebendo no sentido de as apresentar ao juíz.

Dos leitores

Esses "procuradores internacionais" são os mesmos que o senhor Rogério Lobato acusou de colonialistas e que a ONU ilibou? olhem lá que transparência terão essas investigações... é um e outro, não será melhor arranjar novos procuradores caso os que estão em "charge" sejam os tais do diferendo?

Este é um conselho só para uma investigação sem areia na engrenagem...É que bastas vozes ouviram de viva voz a "simpatia" que esses procuradores têm pelo ex-ministro do Interior...

Aconselhamos a um processo sem passado comum...

Dos leitores

"Os procuradores estão convictos"?????

Que eu saiba não têm de estar convictos de coisa nenhuma, terão somente de angariar provas para um processo que ainda não existe.

É inacreditável que possam emitir opiniões sobre um processo que estará a ser instruído.

Leiam o código de processo penal.

Dos leitores

Porque será que o Golpe do jornalista do "Expresso" se chama Rogério Lobato? - estará na hora de chamar a atenção para outros lados de forma a despalhaçar o embuste de tantos quantos até agora tiraram a máscara e mostraram a ambição pelo poder protegidos pelas forças australianas e por instituições de moral afectada, cujo plano "X - Destructed Mari & FRETILIN", já ultrapassou o prazo de execução?

Rogério Lobato é o grande derrotado de tudo isto. Sempre geriu as polícias como se fosse a força mais capaz e obediente ao Estado que se poderia imaginar... mas não, Rogério Lobato descobriu que a sua força policial estava controlada pelo Presidente da República e pelo integracionista comandante da PNTL, Paulo Fátima Martins - não é à toa que os polícias, depois de fugirem e participarem em confrontos armados se refugiavam em Balibar na casa do Presidente Xanana, no campo desportivo construído pelos militares portugueses...

Rogério deu uma ordem clara... polícias de intervenção na manifestação e Paulo Fátima Martins deu outra... foi deixar entrar, avançar e matar - parece que ninguém fala dos mortos e dos feridos que os desertores praticaram e sobre polícias...

Bastas vezes os "Homens do Presidente" desciam da montanha para ir a Dili buscar a malta da polícia e levá-los para cima".Mas é Rogério Lobato o acusado... mas na verdade Rogério sempre foi o acusado de ter poder suficiente para perpetrar Golpes e golpinhos no país...

Mas não foi a Rogério Lobato que se ouviu o estar disponível para suceder a Mari Alkatiri na chefia do Governo.Não foi a Rogério Lobato que se ouviu venham os internacionais, os militares australianos. A unica coisa que se lhe ouviu, a ele e a Mari Alkatiri foi venha a GNR.

Foi muito antes da entrada australiana que Mari Alkatiri pediu ao Governo português o envio de uma força da GNR (perguntem em Lisboa a Sócrates se há ou não duas cartas - uma de Mari a pedir e outra de Xanana a dizer que não é necessário ..., mas o presidente Xanana não queria - nem ele nem José Ramos Horta - que a GNR entrasse em Timor antes dos amigos australianos, daí a carta a Lisboa a desdizer Mari.

Isto aconteceu 3 semanas antes dos acontecimentos.Quanto ao Expresso, ao seu jornalista, parabéns pelo furo, pois não é mais do que isso mesmo um furo abaixo da linha de água, mais um furo na qualidade de investigação do "Expresso". Mais tarde ou mais cedo esse furo terá um brinde, o da verdade - à qual o jornalista do "Expresso" não entendeu chegar.

O "Expresso" habituou-nos ao melhor, mas nos ultimos tempos a coisa não tem estado fácil... furos furados. Dias melhores se esperam ao "Expresso" pois bem merece, com dias melhores só com melhores jornalistas.... onde andarão?

Mais uma teoria...

Ex-ministro responsável por tentativa golpe Estado - Expresso

Lisboa, 17 Jun (Lusa) - O ex-ministro do Interior de Timor- Leste Rogério Lobato estará na origem da recente tentativa de golpe de Estado em Timor-Leste, noticia hoje o Expresso, citando um relatório de investigadores internacionais em Díli e fontes no país.

"São cada vez mais fortes os indícios que apontam para Rogério Lobato (ex-ministro do Interior, recentemente demitido por Xanana Gusmão) como sendo o principal responsável pelo caos militar e humanitário que se vive em Timor-Leste desde o dia 28 de Abril", escreve o Expresso na sua edição de hoje.

O semanário cita um relatório de procuradores internacionais que estão há uma semana em Timor e têm agora segurança 24 horas por dia.

Segundo os investigadores, é desconhecido o paradeiro de "muitas das armas compradas nos últimos anos para a polícia por Rogério Lobato", adianta o semanário.

Os procuradores estarão convictos que os acontecimentos que se seguiram à manifestação de antigos militares no dia 28 de Abril foram desencadeados com o apoio de polícias e grupos paramilitares fiéis a Lobato.

O visado, em entrevista ao Expresso, nega todas as acusações, apontando, por seu lado, as responsabilidades da tentativa de golpe de Estado ao Presidente Xanana Gusmão, aos padres católicos e ao comandante-geral da polícia.

Rogério Lobato, demitiu-se do cargo de ministro do Interior de Timor-Leste no dia 01 de Junho e disse, na altura, à agência Lusa que assumia a responsabilidade pela situação no país e, em particular, pela "desagregação do comando-geral" da Polícia Nacional de Timor- Leste (PNTL).

"Eu era o responsável político. Como ministro do Interior, como responsável político, tenho de assumir a responsabilidadeÓ Foi por isso que apresentei a minha demissão", disse Rogério Lobato, contactado telefonicamente para Díli.

Segundo explicou, essa responsabilidade abrange toda a situação de instabilidade e violência no país, "mas sobretudo" o incidente final de Maio em que dez polícias morreram e quase 30 ficaram feridos quando foram alvejados por militares das Falintil- Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) junto ao quartel-general da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

"Esse incidente não teria acontecido se o comandante-geral (o superintendente Paulo Martins) estivesse aqui e estivesse em coordenação com o comando das forças de defesa. Esse incidente foi lamentável, foi um massacre, mas podia ter sido evitado", disse.

Rogério Lobato e o titular da Defesa, Roque Rodrigues, apresentaram a sua demissão, pedida pelo Presidente da República, Xanana Gusmão.

Alcino Baris é agora o titular da pasta do Interior.

A actual crise em Timor-Leste começou com o despedimento de cerca de 600 militares que se queixaram de alegada discriminação étnica por parte da hierarquia das forças armadas e cujo protesto, em finais de Abril, em Díli, terminou com uma intervenção do exército.

Na repressão da manifestação foram mortas cinco pessoas, segundo o governo, mas os ex-militares e outros elementos das forças armadas que entretanto abandonaram a instituição afirmam que morreram cerca de 60 timorenses.

Desde então, mais de duas dezenas de pessoas foram mortas em confrontos entre grupos rivais, incluindo 10 polícias timorenses abatidos por soldados, a 25 de Maio, durante um ataque ao seu quartel, em Díli.

Para restabelecer a segurança no país, as autoridades timorenses pediram a intervenção de uma força militar e policial a Portugal (que enviou 120 efectivos da GNR), Austrália, Nova Zelândia e Malásia.

A onda de violência nas últimas semanas provocou cerca de 130 mil deslocados que, segundo o governo timorense e as Nações Unidas, se encontram em diversos campos de acolhimento, sobretudo na zona de Díli.

IG/ASP.

É preciso investigar exaustivamente distribuição armas" - MNE

Díli, 17 Jun (Lusa) - A distribuição de armas por parte de elementos ligados ao governo deve ser "exaustivamente investigada", defendeu hoje em Díli o ministro da Defesa, José Ramos Horta.
"A controversa questão da distribuição de armas por parte de certos elementos ligados ao governo deve ser exaustivamente investigada", frisou o ministro, que acumulou a pasta da Defesa com a dos Negócios Estrangeiros, e que falava à imprensa pouco antes de partir para Bali, para um encontro com o seu homólogo indonésio Hassan Wirajuda, integrado na comitiva do Presidente Xanana Gusmão.
Num comentário à entrega de armas por parte dos militares rebeldes, iniciada sexta-feira em Maubisse pelo major Alfredo Reinado, José Ramos Horta disse ter telefonado hoje àquele militar para o felicitar pelo gesto.
"Falei hoje ao telefone com o major Alfredo Reinado e felicitei-o pelo seu gesto de maturidade e sentido de responsabilidade em cumprir com o acordado, a entrega de armas ao exército australiano, conforme determinação do nosso presidente", disse.
Ramos Horta acrescentou ter falado igualmente com o major Alves Tara, que lhe reafirmou a sua vontade de também colaborar na entrega de armas.
"Estes gestos, dos majores Reinado e Tara, impõem uma responsabilidade maior ao Presidente da República, a mim próprio, e à comunidade internacional. A controversa questão da distribuição de armas por parte de certos elementos ligados ao governo deve ser exaustivamente investigada", vincou.
Ramos Horta defendeu que "a verdade tem que ser respeitada".
Relativamente aos militares rebeldes, acantonados em Maubisse e Gleno, Ramos Horta sustentou ser dever do Estado timorense e da comunidade internacional garantir-lhes total segurança.
"Devemos dar-lhes segurança, porque confiaram no nosso Presidente. Confiaram em mim e estão a colaborar para dar as armas. A segurança deles é agora uma preocupação fundamental do Estado", repetiu.
O major Alfredo Reinado e os 20 homens sob o seu comando, acantonados em Maubisse, distrito de Ainaro, entregaram sexta-feira 12 armas automáticas e três pistolas ao pelotão de militares australianos que os acompanham no local, no âmbito de um processo accionado pelo Presidente Xanana Gusmão.
Este processo foi espoletado a 30 de Maio passado, quando o chefe de Estado chamou a si o controlo das áreas de defesa e segurança, com a aplicação por 30 dias de medidas de emergência para ultrapassar a crise político-militar em Timor-Leste.
Entre as medidas de emergência figura a recolha de armas e o acantonamento de forças rebeldes.
EL.

Timor-Leste: Primeiro-ministro em discurso directo

(01:16) O Chefe do Governo timorense diz que nunca lhe passou pela cabeça apresentar a demissão, apesar das várias pressões nesse sentido, e afiança que as relações com o Presidente Xanana Gusmão nunca foram conflituosas.

"O Presidente nunca, em nenhum momento, aludiu à hipótese de eu me demitir. E se o tivesse feito, eu teria dito que não", afirma.

Alkatiri avisa ainda que a "propaganda de grupos minoritários" e até de órgãos de comunicação social internacionais não o assusta.

A situação vivida em Timor-Leste nas últimas semanas foi uma tentativa de golpe para derrubar o Governo, considera o Primeiro-ministro, que prefere não apontar a dedo os responsáveis, mas admite que têm uma "componente interna e externa".

O governante timorense sabe quem está por trás da violência e recusa a ideia que tudo não passa de uma questão religiosa.

Rádio Renascença

Podem ouvir a noticia aqui:
http://www.rr.pt/noticiaAsx.asp?ID=168122

Timor-Leste: Forças australianas permanecem na capital

(19:47) As autoridades timorenses já manifestaram várias vezes a intenção de entregar à GNR a segurança da capital do país, mas esse apelo parece estar a ser ignorado pelo comandante das forças australianas, que foi ouvido esta tarde pela enviada da Renascença a Timor-Leste, Dora Pires.

O brigadeiro Mick Slater confirma a deslocação de unidades para alguns distritos mas não vê necessidade de retirar da capital.

"Vamos manter um número significativo de tropas na cidade de Díli, mas temos militares suficientes para, ao mesmo tempo, manter tropas lá fora", sublinha.

O responsável australiano diz que vão ser ensaiados procedimentos para que a GNR também possa operar em toda a cidade de Díli.

Rádio Renascença

Podem ouvir a noticia aqui:
http://www.rr.pt/noticiaAsx.asp?ID=168102

PM Alkatiri resignation would not solve crisis, experts say

Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta

Experts and activists agree that Timor Leste needs to remain on the path to democracy rather than bringing down Prime Minister Mari Alkatiri, and must first address its past before it can move forward into the future.

Timor Leste Journalists Association head Virgilio Guterres said most media had wrongly accused Alkatiri of being the source of the current problems in Timor Leste. He pointed out that it was not the prime minister who dismissed almost half of the country's armed forces.

"It was the defense minister who fired them because the soldiers simply did not show up for over two months. And of course, the prime minister and president agreed with the decision. However, all media outlets point to Alkatiri as the one who fired them," he said Thursday during a seminar here on Timor Leste.

The country plunged into chaos after around 600 soldiers were dismissed in March. The soldiers complained of discrimination because they came from the country's west.

Twenty-one people died in May as sporadic battles between rival soldiers and between soldiers and police descended into gang clashes. Late last month the government appealed for foreign help and now more than 2,000 combat-ready foreign peacekeepers, chiefly from Australia, are deployed in Dili.

Guterres said the initial problem was not acute, as less than 200 soldiers signed a petition complaining of east-west discrimination. The other 400 soldiers had left their squads for months.

"So they were separate cases. Unfortunately, the defense minister fired them all at the same time, creating a sense of unity among them. It would be very different if they were fired separately," he said.

Guterres, rights activist Johnson Panjaitan of the Indonesian Legal Aid Center and Haryadi Wiryawan, head of the Department of International Relations at the University of Indonesia, all agreed that bringing down Alkatiri would not bring peace to Timor Leste.

Many media outlets have reported that pressure has mounted on Alkatiri, whose Fretilin party won the last election, to step down before the upcoming general election. So far, President Xanana Gusmao and parliament have refused to bow to the pressure.

"Timor Leste must first resolve its past problems, including bringing to justice people responsible for gross human rights abuses and trying criminals. Unless they deal with those problems, they won't be able to move forward as conflicts and injustice will always reemerge," Johnson said.

Johnson proposed that the United Nations should help Timor Leste improve its capacity.

"They should help bring gross human right violators and criminals to justice, and help the country build its capacity for democracy and governance. If not, then the conflict will continue to reemerge," he said.

Haryadi said that although he had no hard evidence, he believed that the current Timor Leste conflict was not an isolated case.

"It should be remembered that Australia has political and economic interests in Timor Leste. They want to have influence in the country, and don't want Indonesia to have more leverage. Alkatiri's socialist outlook is seen as not in line with what they want Timor Leste to be," he said.

Haryadi said that Australia aimed also at preventing Timor Leste from becoming too close to China, which is very aggressive in widening its influence in the Pacific.

Johnson also said that it would be naive to think that the conflict in Timor Leste arose without a grand design.

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Obrigado, Margarida.

No site da UNOTIL nas notícias de terça-feira, 2 de Maio 2006, está a transcrição desta entrevista da ABC com o Ramos-Horta sobre os acontecimentos, nomeadamente os do dia 28 de Abril. Lendo-a percebe-se que de facto os Alfredos tinham por objectivo “esticar” as coisas até ao escândalo, que já estavam a perder o gás e que tiveram que deitar mãos aos hooligans para levar a agenda até ao fim. Deixei o link para quem quiser ler o original em inglês:

"Apresentador/Entrevistador: Sen. Lam
Entrevistado: O Ministro dos Assuntos Estrangeiros de Timor-Leste Jose Ramos-Horta

RAMOS-HORTA: Deixe-me pôr as coisas no contexto. Dos quase 600 Soldados despedidos, nunca mais do que 200 ou 300, participaram nas demonstrações. E o seu comportamento foi na maioria pacífico. O resto nunca participou nas demonstrações; já estavam nas suas aldeias há várias semanas. E é isto que tenho tentado dizer aos media há muitos, muitos dias – a maioria dos soldados estão pacificamente de volta nas suas aldeias.

Portanto, por outro lado, dos que ficaram, entre 200 ou 300, mais de 100 indicaram ontem, que querem entregar-se à polícia.

LAM: Então o governo está num modo conciliatório? Tivemos relatos que as tropas do governo podem estar a persegui-los nos montes?

RAMOS-HORTA: Absoluto disparate. As tropas do governo já saíram, já entregaram o controlo dos subúrbios da cidade à polícia e as forças armadas agora estão destacadas muito mais longe do distrito de Dili, somente para prevenir algum possível regresso dos hooligans que foram responsáveis pelos estragos na sexta-feira. Outra vez, eu enfatizo, os ex-militares, largamente, a maioria, com talvez algumas muito poucas excepções, estiveram envolvidos na pilhagem na capital.

LAM: E ministro, o governo no mês passado prometeu fazer alguma coisa sobre as queixas dos soldados mas falhou o ultimato das três pm na sexta-feira. Porque é que até agora não foi capaz de arranjar uma resolução?

RAMOS-HORTA: Isso outra vez, é um absoluto disparate. Fui eu o líder da parte do governo encarregue de falar com os soldados despedidos, durante alguns dias. E tive conversas muito produtivas com os soldados.

Contudo, nessa altura concluí que os soldados tinham perdido o controlo da demonstração. Eles tinham autorizado aquele grupo que liderou a violência, de tomar o controlo da agenda. No dia antes da violência, tínhamos chegado a um acordo, tínhamos escrito um comunicado, e o comunicado até já tinha sido emitido, anunciando o estabelecimento de uma comissão de investigação, que tinha sido acordada comigo pelos soldados demitidos. Contudo, na sexta-feira, de manhã, somente 200 soldiers permaneciam no local, a maioria já tinha partido. Os jovens, particularmente alguns hooligans, e os seus líderes, tinham tomado o controlo da demonstração, e foram eles os responsáveis pela violência. Portanto é um absoluto disparate dizer que o governo não tinha tomado nenhuma decisão sobre as suas queixas. Uma comissão de investigação é uma comissão para investigar as alegações, e não para tomar uma decisão antes de ouvir todos os lados. (ABC net.au)"

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/3d7f6956fa10ec31492571620034fee2?OpenDocument

Obrigado, Margarida.

No site da UNOTIL nas notícias de terça-feira, 2 de Maio 2006, está a transcrição desta entrevista da ABC com o Ramos-Horta sobre os acontecimentos, nomeadamente os do dia 28 de Abril. Lendo-a percebe-se que de facto os Alfredos tinham por objectivo “esticar” as coisas até ao escândalo, que já estavam a perder o gás e que tiveram que deitar mãos aos hooligans para levar a agenda até ao fim. Deixei o link para quem quiser ler o original em inglês:

"Apresentador/Entrevistador: Sen. Lam
Entrevistado: O Ministro dos Assuntos Estrangeiros de Timor-Leste Jose Ramos-Horta

RAMOS-HORTA: Deixe-me pôr as coisas no contexto. Dos quase 600 Soldados despedidos, nunca mais do que 200 ou 300, participaram nas demonstrações. E o seu comportamento foi na maioria pacífico. O resto nunca participou nas demonstrações; já estavam nas suas aldeias há várias semanas. E é isto que tenho tentado dizer aos media há muitos, muitos dias – a maioria dos soldados estão pacificamente de volta nas suas aldeias.

Portanto, por outro lado, dos que ficaram, entre 200 ou 300, mais de 100 indicaram ontem, que querem entregar-se à polícia.

LAM: Então o governo está num modo conciliatório? Tivemos relatos que as tropas do governo podem estar a persegui-los nos montes?

RAMOS-HORTA: Absoluto disparate. As tropas do governo já saíram, já entregaram o controlo dos subúrbios da cidade à polícia e as forças armadas agora estão destacadas muito mais longe do distrito de Dili, somente para prevenir algum possível regresso dos hooligans que foram responsáveis pelos estragos na sexta-feira. Outra vez, eu enfatizo, os ex-militares, largamente, a maioria, com talvez algumas muito poucas excepções, estiveram envolvidos na pilhagem na capital.

LAM: E ministro, o governo no mês passado prometeu fazer alguma coisa sobre as queixas dos soldados mas falhou o ultimato das três pm na sexta-feira. Porque é que até agora não foi capaz de arranjar uma resolução?

RAMOS-HORTA: Isso outra vez, é um absoluto disparate. Fui eu o líder da parte do governo encarregue de falar com os soldados despedidos, durante alguns dias. E tive conversas muito produtivas com os soldados.

Contudo, nessa altura concluí que os soldados tinham perdido o controlo da demonstração. Eles tinham autorizado aquele grupo que liderou a violência, de tomar o controlo da agenda. No dia antes da violência, tínhamos chegado a um acordo, tínhamos escrito um comunicado, e o comunicado até já tinha sido emitido, anunciando o estabelecimento de uma comissão de investigação, que tinha sido acordada comigo pelos soldados demitidos. Contudo, na sexta-feira, de manhã, somente 200 soldiers permaneciam no local, a maioria já tinha partido. Os jovens, particularmente alguns hooligans, e os seus líderes, tinham tomado o controlo da demonstração, e foram eles os responsáveis pela violência. Portanto é um absoluto disparate dizer que o governo não tinha tomado nenhuma decisão sobre as suas queixas. Uma comissão de investigação é uma comissão para investigar as alegações, e não para tomar uma decisão antes de ouvir todos os lados. (ABC net.au)"

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/3d7f6956fa10ec31492571620034fee2?OpenDocument

Obrigado, Margarida.

Tradução:

Discurso de H.E. Dr. José Ramos-Horta

No Conselho de Segurança, New York, Terça-feira, 13 Junho 2006

Sr. Presidente,

Apresento as minhas sinceras desculpas a si e aos membros do Conselho de Segurança pela minha ausência, mas os pedidos para a minha presença em Timor-Leste nesta altura são extensivos. H.E. Embaixador José Luís Guterres, o Representante Permanente de Timor-Leste nas Nações Unidas, pronunciará o meu discurso.

Enquanto se reúnem eu estou a visitar áreas rurais do país, cobrindo o Leste e o Oeste, continuando a levar o Estado ao povo. Estou também a ouvir as suas necessidades e a comunicá-las ao nosso Presidente e ao nosso Governo. Também me dirigi ao nosso Parlamento Nacional, respondendo ao convite do Presidente do Parlamento.

Agradeço-lhe Sr. Presidente e aos Membros pela sua continuada preocupação pelo povo Timor-Leste e pela vossa resolução, (SC/8728) de 24 Maio 2006, que deu legitimidade internacional ao destacamento das forças multi-nacionais da Austrália, Malásia, e Nova Zelândia

Em nome de todos os Timorenses, agradeço profusamente à força conjunta (Joint Task Force JFT 631), que foram capazes de responder prontamente e eficientemente para sufocar a violência. Contudo as forças não foram capazes de prevenir as pilhagens extensivas e as queimas e deslocamento de dezenas de milhares de Timorenses, quando a lei e a ordem caíram em certos quarteirões, com a desintegração anterior da Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL) em Dili.

Ofereço também profusos agradecimentos a Portugal, que duma grande distância, não mostrou hesitação em deslocar a sua força de polícia de elite, a GNR. A experiência dos Timorenses na GNR no tempo da UNTAET foi positiva e a presença da GNR tem sido solicitada por todos os sectores da sociedade Timorense. É nosso desejo que numa nova Missão da ONU, a GNR jogue um papel vital na lei e na ordem. Estamos igualmente gratos que a Malásia tenha tornado disponível uma Força de Polícia de Reacção Rápida similar.

A situação humanitária tem sido orientada muito bem pelo nosso Ministro do Trabalho e da Reinserção Comunitária, H.E. Arsenio Bano que coordena o Grupo de Trabalho de Coordenação Inter-Agencias Humanitárias que inclui outros Ministros do Governo e Agências, a Equipa de países da ONU IOM, INGOs, NGOs e líderes de grupos de trabalho de sectores específicos. Em muito pouco tempo, ao lado do Ministro Bano, foram capazes de mobilizar e providenciaram serviços a um grande número de deslocados (IDPs). Agradeço à OCHA pela sua assistência à coordenação e para o lançamento ontem em Dili, New York e Geneva do Flash Appeal. Faz-se uma especial referência aos impressivos esforços da nossa Igreja que tem providenciado abrigo e cuidados a dezenas de milhares de pessoas.

Médicos e enfermeiras Timorenses e estrangeiros, incluindo Cubanos e Chineses têm desenvolvido e continuam as suas tarefas admiráveis. Estamos gratos a todos.

Anotamos com profundo apreço a assistência dos nossos amigos, incluindo o nosso vizinho mais próximo a Indonésia, que no seu próprio tempo de sofrimento causado por desastres naturais, ajudaram Timor-Leste, com a entrega de muito necessária ajuda humanitária.

As forças internacionais no terreno continuam os seus esforços para juntar as armas dos indivíduos. Por via de entregas voluntárias ou por confisco forçado perto de 1,000 armas variadas já foram reunidas.

Seguindo uma decisão do Conselho Superior de Defesa e Segurança, na Sexta-feira 9 de Junho, as nossas próprias Forças de Defesa, as F-FDTL, participaram e assistiram no começo da ‘Operação de Inspecção e Inventário de Armamento’, empreendida com uma equipa de observação internacional que inclui Pessoal Militar da Austrália, Malásia, Nova Zelândia, Portugal, Estados Unidos e UNOTIL. O relatório preliminar que recebi indica o seu sucesso.

A segunda parte da operação abrange a PNTL e realizar-se-à esta semana. Membros da PNTL começaram a entregar as suas armas e concordaram voluntariamente ficarem acantonados em Dili e entregarem as suas armas às Forças de Defesa Australiana. Pelo final desta semana o novo Ministro do Interior submeterá a H.E. Presidente Kay Rala Xanana Gusmão, uma lista completa de todas as armas do inventário oficial da PNTL. Este lista será comparada com as armas usadas pelos oficiais da PNTL ou que estão no armário.

Este nível de cooperação não teria sido possível sem o meu Presidente. A sua postura moral e influência entre todos os sectores da sociedade Timorense é alta. Ele foi pivotal em prevenir que irregulares das forças armadas, os “reservistas”, saíssem de Baucau para Dili na última semana de Maio para se juntarem aos distúrbios violentos. A liderança do meu Presidente tem sido fundamental no processo de estabilização.

A gravidade da nossa corrente crise causa-me grande tristeza; contudo, aproveito esta oportunidade para assegurar aos Membros que a situação é resgatável. O bom trabalho que as Nações Unidas e a comunidade internacional, com a liderança Timorense e o povo Timorense têm feito, criou raízes na forma de instituições estatais que têm tido a capacidade para continuar a operar, mesmo durante o pico da corrente crise.

Ministérios e agências associadas têm continuado a funcionar, ao contrário do que dizem alguns relatos dos media que nos consideram um Estado falhado. Estes incluem mas não estão limitados aos seguintes: a Presidência, Saúde, Trabalho e Reinserção Comunitária, Administração do Estado, Agricultura, Educação, Justiça (que está a trabalhar ao lado da JTF na área da detecção, investigação e acusação), Telecomunicações incluindo EDTL e Timor Telecom que mantém a electricidade, telefones e serviços de internet a funcionar, RTTL a televisão e rádio Nacional, Alfândegas, a Autoridade Portuária onde está o Quartel General Militar, serviços aéreos e os meus próprios Ministérios dos Assuntos Estrangeiros e Defesa.

O leilão inaugural da exploração de petróleo de Timor-Leste ficou completo em 22 de Maio de 2006, quando o Primeiro Ministro anunciou os vencedores do leilão com a publicação do relatório final da Comissão de Avaliação.

Muitas lojas e restaurantes estão abertos, muitos permaneceram abertos, e alguns taxis and microlets continuam a operar. O facto de o sector privado continuar ao lado do sector público é indicativo dos nossos ganhos.

O Governo continua com o processo do Orçamento para 2006-2007 e quero apresentar aos Membros alguns detalhes específicos pois isso demonstra a competência Governo nesta questão e também a sua resposta às necessidades do povo e particularmente ao desenvolvimento rural.

O Conselho de Ministros reúne amanhã para considerar uma revisão do Orçamento do Estado de 2006-07, que se espera exceda $US315m e de acordo com o nível de rendimentos sustentado do Estado. Isto é a adicionar à doação de assistência para o desenvolvimento de $US140m. $U110m serão atribuídos para Capital e Desenvolvimento e $US50 milhões para Trabalhos Públicos.

Os Projectos e as iniciativas incluem alguns dos seguintes:- Construção de torres de Transmissão –Abastecimento de Água –Novo quarrtel da polícia de Dili –Postos da Polícia de Fronteiras – Cinco Centros Juvenis – Centros de Desportos - Fundos para hospitais em Baucau, Maliana, Oe-Cusse e Suai-Reabilitação de Centros de Saúde distritais – Habitações para Veteranos – Novos Postos de Alfândega em Batugade, Atauro, Com, Bobometo, Tunu Bibi-Fundos para o novo serviço de Ferry e serviços portuários entre Dili, Atauro e Oe-Cusse- Extenção da rede eléctrica em várias áreas nos Distritos
-$3m de capital para estabelecer uma agência de crédito rural
-$US11 milhões para trabalhos de reabilitação e equipamento das escolas
-Donativos para Igrejas e NGO’s para assistência humanitária
-$US2 milhões para fundo de pensão para veteranos -50% aumentos para funcionários em áreas isoladas -$US8 milhões para o fundo de segurança alimentar -$5 milhões para subsidiar a electricidade, etc.

Devo fazer a distinção para os Membros acerca das áreas de Timor-Leste afectadas pela crise. Está primariamente limitada à capital Dili, enquanto os outros doze distritos têm continuado a funcionar com todos os serviços a operar incluindo a PNTL serviços de polícia cujas infra-estruturas básicas permanecem intactas nos distritos. Não há obviamente garantia que não possa acontecer um surto de violência nas regiões enquanto o país está num estado precário politicamente.

A zona de fronteira que Timor -Leste partilha com a Indonésia tem permanecido calma. Visitei a fronteira em três ocasiões no mês passado, a última visita teve a duração de três dias e fui acompanhado pelo H.E. Mr. Ahmed Bey Sofwan o Embaixador Indonésio em Timor-Leste. Agradeço as autoridades Indonésias por nos assistirem mantendo a nossa área de fronteira comum segura e estável.

Regressei inspirado pelo profissionalismo da Unidade de Patrulha da Fronteira da PNTL Border Patrol Unit’s (PBU), bem como pelas forças militares que operam no lado Indonésio. Estou contudo preocupado com as pobres condições de vida da nossa polícia, uma negligência incompreensível do nosso governo.

Sr. Presidente, desejo informar os Membros das nossas iniciativas em relação ao diálogo político, pois a paz política é tão necessária para a saúde democrática como é a segurança física. Estive em contacto com todas as pessoas-chave e grupos em conflito, em mais do que uma ocasião. O meu Presidente começou por se encontrar com cada um dos indivíduos e grupos directamente envolvidos no conflito, como o primeiro passo para atingir um diálogo político inclusivo de todos, com o qual todos concordaram. O diálogo inclusivo de todos começará dentro de duas semanas, com os preparativos no lugar pelo fim de semana. Será presidido pelo meu Presidente e pelos nossos dois Bispos, de Dili e Baucau.

O Presidente Xanana providenciou liderança em assegurar o acordo de todos os indivíduos-chaves e grupos, que um diálogo inclusivo de todos era a via necessária para resolver problemas políticos e também que todos os problemas políticos precisam de serem resolvidos no seio do nosso quadro constitucional. Este reconhecimento demonstra um compromisso com a cultura democrática que começou a criar raízes em Timor-Leste.

Paralelo ao diálogo inclusivo de todos, será a Comissão Especial de Inquérito que Timor-Leste solicitou, como esbocei na minha carta de 9 de Junho de 2006 para o Secretário-Geral. O Presidente, o Primeiro Ministro, o Governo, a F-FDTL, a PNTL, líderes religiosos e sociedade civil todos dão as boas vindas a um inquérito imparcial e independente, como um passo importante para chegar a um acordo suportado na regra da lei. É nosso desejo ardente que a Comissão Especial de Inquérito comece imediatamente. No intervalo, o lado Australiano através do seu Serviço Federal de Polícia e com o Gabinete do Procurador Geral tomou a seu cargo o trabalho preliminar para segurar alguns cenários de crime e preservar evidência.

Os Membros devem tomar conhecimento que eu assumi a pasta sensível da Defesa. A minha motivação em aceitar, e não posso mas digo que como um laureado do Prémio Nobel da Paz, sou um muito relutante Ministro da Defesa, é elevar a posição da F-FDTL e ajudar a curar as feridas entre a F-FDTL e a PNTL e entre ambas as forças e a comunidade.

Enquanto que a paz foi restaurada em todo o lado, a situação da segurança, da lei e da ordem permanecem precárias. É conhecido de todos que as nossas instituições do Estado e a nossa cultura democrática é frágil. É contudo, a nossa opinião, que apoio internacional sustentado sob a forma de uma Força Policial da ONU, sob comando da ONU e com a PNTL a trabalhar sob o seu auspício, como esboçado na carta para o Secretário-Geral de 11 de Junho de 2006, e nesta matéria, assinada pelo meu Presidente, Presidente do Parlamento e o meu Primeiro Ministro, precisa de ser destacada sem demora.

Sr. Presidente, antes de me voltar para as necessidades duma nova Missão da ONU, quero reiterar que nós os Timorenses estamos profundamente endividados aos países que fizeram os destacamentos, mas como a situação de emergência se aproxima do fim, é importante que viremos a nossa atenção para o assunto da transição para uma força de capacetes azuis sob o chapéu da ONU, como foi o caso da InterFET em 1999.

Acreditamos que é essencial ter uma presença internacional sob a bandeira da ONU para reduzir tensões políticas e diplomáticas; por conseguinte é nossa opinião que as forças actualmente em Timor-Leste devem na altura apropriada ser substituídas por uma força de capacetes azuis com o mandato da ONU.

É também nossa opinião que a força actualmente em Timor-Leste e a sua sucessora, bem como outras componentes duma nova Missão da ONU, devem também incluir um maior número de países da região, incluindo, eu tenho esperanças, os nossos amigos das Fiji, Singapura, Tailândia, Filipinas, e a República da Coreia e outros países que estão prontos para contribuir para tal força. Estamos muito orgulhosos que um país da ASEAN, nomeadamente a Malásia, tenho vindo até nós quando precisámos e que fosse capaz de responder tão rapidamente e com tanto profissionalismo. Estamos muito gratos à Malásia e aos outros países da ASEAN que nos informaram da sua vontade de responder

Quero aprofundar que o que digo acerca de uma nova Missão da ONU, com a realidade de que não temos sido capazes de empreender uma avaliação compreensiva das necessidades de tal missão. É nossa intenção entrarmos numa discussão detalhada com a ONU sobre esta matéria no futuro imediato. Posso adiantar alguns comentários preliminares para acrescentar ao nosso pedido duma Força Internacional de Polícia da ONU e duma Comissão Especial de Inquérito.

Primeiro, a moldura temporal tem que ser suficientemente longa para permitir que as nossas instituições estatais vão para além do período frágil, consistente com sermos um Estado criança. Em relação à UNTAET estávamos todos esperançados que o seu tempo de vida de dois anos era suficiente para ajudar a construir uma nação, e tenho que dizer que alguns no meu próprio Governo estavam desejosos que a ONU partisse, não por nenhuma outra razão de que estavam desejosos de ter independência tão cedo quanto possível.

Eu tinha favorecido uma Missão da ONU de cinco anos com um período de transição de cinco anos, o que não era uma posição popular então, mas requeiro que esta posição seja considerada no estabelecimento duma nova Missão da ONU. Como os Membros sabem, é uma tarefa hérculeana construir uma nação quase do nada e conquanto tenhamos tido sucesso, é uma nação criança que agora temos. Colectivamente fizemos um trabalho notável de construção de nação, inicialmente debaixo da direcção do falecido Sérgio Vieira De Mello..

O foco principal da nova Missão da ONU será a manutenção dum ambiente seguro, que envolva entre outros, uma presença multinacional militar, uma força de polícia da ONU, eleições presidenciais e parlamentares organizadas, administradas e conduzidas pela ONU e posições chaves de conselheiros civis com alguns imbebidos na administração do governo e ao lado de posições com capacidade de construção, para que as nossas instituições estatais possam ser fortalecidas ao lado da nossa sociedade civil.

Desejo deixar publicamente um agradecimento sincero ao SRSG H.E. Sukehiro Hasegawa, pelo seu bom trabalho na crise corrente. Mr. Hasegawa também serviu o povo de Timor-Leste de modo exemplar e desinteressado e tem um lugar especial nos nossos corações, como têm os nossos amigos do Japão, o país natal de Mr. Hasegawa, que deu um grande contributo ao nosso país.

Também quero agradecer à Polícia da ONU pelos seus esforços maravilhosos em tentarem mediar uma resolução pacífica numa situação muito crítica em 25 de Maio, e desejo enviar-lhes os nossos profundos agradecimentos. Temos uma grande empatia convosco, mas dizem que actuaram com profissionalismo e desinteressadamente e na melhor tradição dos funcionários civis da ONU. As nossas saudações.

A decisão está nas vossas mãos Sr. Presidente. Requeremos o seu engajamento sustentado e nós, o povo de Timor-Leste esperamos a sua consideração.

Que Deus os abençõe.

Ontem à noite

No bairro dos Grilos, um grupo de jovens apredrejou uma casa onde se encontrava outro grupo que supostamente os teria provocado. Alguém ligou para o número SOS das forças australianas.

Uma patrulha australiana passou 20 minutos depois a cerca de 200 metros.


Onde estão eles?!
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É meia-noite e dezassete e tudo parece bem.

Até amanhã.

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MNE Austrália vai discutir questão timorense em visita à Europa

Sydney, Austrália, 16 Jun (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Alexander Downer, vai visitar a França, Alemanha e Grã-Bretanha de 19 a 27 de Junho, para discutir a segurança em Timor-Leste e no Iraque, anunciou hoje o seu gabinete.

Alexander Downer disse que manterá encontros com os seus homólogos britânicos e francês, respectivamente Margaret Beckett e Philippe Douste-Blazy, junto de quem pretende defender um "empenho alargado das Nações Unidas em Timor-Leste".

A França e a Grã-Bretanha são ambos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Em Londres, Downer encontrar-se-á também com o secretário da Defesa britânico, Des Browne.
"Além de Timor-Leste, tenciono discutir outras questões relevantes na agenda da segurança internacional, incluindo o Irão e o Iraque", indicou Downer em comunicado.

Alexander Downer visitará também a Alemanha para promover as oportunidades mútuas de comércio e investimento e para assistir ao jogo do Mundial da FIFA entre a Austrália e a Croácia, dia 22, em Estugarda.

No dia 26, o ministro australiano participará na cimeira França-Oceânia, que terá como anfitrião o presidente francês, Jacques Chirac.

A Austrália mantém actualmente efectivos militares em Timor- Leste e no Iraque.
Na reunião do Conselho de Segurança da ONU de 13 de Maio, em que foi discutida a recente onda de violência em Díli, a Austrália não se mostrou favorável a que as Nações Unidas assumam de imediato o controlo das forças militares presentes em Timor-Leste.

"Não vemos necessidade de a força de estabilização ficar sob um mandato das Nações Unidas", disse na altura o embaixador da Austrália na ONU, Robert Hill.

"Queremos que a ONU se concentre e dedique os seus recursos nas necessidades de longo prazo de Timor-Leste através de uma nova missão com mandato do Conselho de Segurança", acrescentou.

O mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste (UNOTIL), que terminava a 20 de Maio, foi prorrogado por mais um mês, estando agendada uma nova reunião do Conselho de Segurança para a próxima semana, para decidir o futuro da presença das Nações Unidas em Díli.

Espera-se que o mandato da UNOTIL seja de novo prorrogado por um mês, período durante o qual a ONU avaliará o formato de uma nova missão, nomeadamente a possibilidade de integrar componentes militar e policial.

No final da reunião de terça-feira do Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse, no entanto, que o envio de uma força de paz das Nações Unidas para Timor-Leste não ocorrerá antes do final do ano.

Após o fim da ocupação indonésia (1975-1999), a ONU administrou Timor-Leste durante cerca de dois anos e meio, antes da independência do país, a 20 de Maio de 2002.

A pedido das autoridades timorenses, uma força de mais de dois mil efectivos militares e policiais da Austrália, Portugal (GNR), Nova Zelândia e Malásia encontra-se em Díli desde Maio, para restabelecer a segurança e a ordem no país, depois de uma onda de violência ter provocado mais de duas dezenas de mortos e 130 mil deslocados.

PNG.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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