sábado, junho 17, 2006

Obrigado, Margarida.

No site da UNOTIL nas notícias de terça-feira, 2 de Maio 2006, está a transcrição desta entrevista da ABC com o Ramos-Horta sobre os acontecimentos, nomeadamente os do dia 28 de Abril. Lendo-a percebe-se que de facto os Alfredos tinham por objectivo “esticar” as coisas até ao escândalo, que já estavam a perder o gás e que tiveram que deitar mãos aos hooligans para levar a agenda até ao fim. Deixei o link para quem quiser ler o original em inglês:

"Apresentador/Entrevistador: Sen. Lam
Entrevistado: O Ministro dos Assuntos Estrangeiros de Timor-Leste Jose Ramos-Horta

RAMOS-HORTA: Deixe-me pôr as coisas no contexto. Dos quase 600 Soldados despedidos, nunca mais do que 200 ou 300, participaram nas demonstrações. E o seu comportamento foi na maioria pacífico. O resto nunca participou nas demonstrações; já estavam nas suas aldeias há várias semanas. E é isto que tenho tentado dizer aos media há muitos, muitos dias – a maioria dos soldados estão pacificamente de volta nas suas aldeias.

Portanto, por outro lado, dos que ficaram, entre 200 ou 300, mais de 100 indicaram ontem, que querem entregar-se à polícia.

LAM: Então o governo está num modo conciliatório? Tivemos relatos que as tropas do governo podem estar a persegui-los nos montes?

RAMOS-HORTA: Absoluto disparate. As tropas do governo já saíram, já entregaram o controlo dos subúrbios da cidade à polícia e as forças armadas agora estão destacadas muito mais longe do distrito de Dili, somente para prevenir algum possível regresso dos hooligans que foram responsáveis pelos estragos na sexta-feira. Outra vez, eu enfatizo, os ex-militares, largamente, a maioria, com talvez algumas muito poucas excepções, estiveram envolvidos na pilhagem na capital.

LAM: E ministro, o governo no mês passado prometeu fazer alguma coisa sobre as queixas dos soldados mas falhou o ultimato das três pm na sexta-feira. Porque é que até agora não foi capaz de arranjar uma resolução?

RAMOS-HORTA: Isso outra vez, é um absoluto disparate. Fui eu o líder da parte do governo encarregue de falar com os soldados despedidos, durante alguns dias. E tive conversas muito produtivas com os soldados.

Contudo, nessa altura concluí que os soldados tinham perdido o controlo da demonstração. Eles tinham autorizado aquele grupo que liderou a violência, de tomar o controlo da agenda. No dia antes da violência, tínhamos chegado a um acordo, tínhamos escrito um comunicado, e o comunicado até já tinha sido emitido, anunciando o estabelecimento de uma comissão de investigação, que tinha sido acordada comigo pelos soldados demitidos. Contudo, na sexta-feira, de manhã, somente 200 soldiers permaneciam no local, a maioria já tinha partido. Os jovens, particularmente alguns hooligans, e os seus líderes, tinham tomado o controlo da demonstração, e foram eles os responsáveis pela violência. Portanto é um absoluto disparate dizer que o governo não tinha tomado nenhuma decisão sobre as suas queixas. Uma comissão de investigação é uma comissão para investigar as alegações, e não para tomar uma decisão antes de ouvir todos os lados. (ABC net.au)"

http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/3d7f6956fa10ec31492571620034fee2?OpenDocument

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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