Díli, 17 Jun (Lusa) - A distribuição de armas por parte de elementos ligados ao governo deve ser "exaustivamente investigada", defendeu hoje em Díli o ministro da Defesa, José Ramos Horta.
"A controversa questão da distribuição de armas por parte de certos elementos ligados ao governo deve ser exaustivamente investigada", frisou o ministro, que acumulou a pasta da Defesa com a dos Negócios Estrangeiros, e que falava à imprensa pouco antes de partir para Bali, para um encontro com o seu homólogo indonésio Hassan Wirajuda, integrado na comitiva do Presidente Xanana Gusmão.
Num comentário à entrega de armas por parte dos militares rebeldes, iniciada sexta-feira em Maubisse pelo major Alfredo Reinado, José Ramos Horta disse ter telefonado hoje àquele militar para o felicitar pelo gesto.
"Falei hoje ao telefone com o major Alfredo Reinado e felicitei-o pelo seu gesto de maturidade e sentido de responsabilidade em cumprir com o acordado, a entrega de armas ao exército australiano, conforme determinação do nosso presidente", disse.
Ramos Horta acrescentou ter falado igualmente com o major Alves Tara, que lhe reafirmou a sua vontade de também colaborar na entrega de armas.
"Estes gestos, dos majores Reinado e Tara, impõem uma responsabilidade maior ao Presidente da República, a mim próprio, e à comunidade internacional. A controversa questão da distribuição de armas por parte de certos elementos ligados ao governo deve ser exaustivamente investigada", vincou.
Ramos Horta defendeu que "a verdade tem que ser respeitada".
Relativamente aos militares rebeldes, acantonados em Maubisse e Gleno, Ramos Horta sustentou ser dever do Estado timorense e da comunidade internacional garantir-lhes total segurança.
"Devemos dar-lhes segurança, porque confiaram no nosso Presidente. Confiaram em mim e estão a colaborar para dar as armas. A segurança deles é agora uma preocupação fundamental do Estado", repetiu.
O major Alfredo Reinado e os 20 homens sob o seu comando, acantonados em Maubisse, distrito de Ainaro, entregaram sexta-feira 12 armas automáticas e três pistolas ao pelotão de militares australianos que os acompanham no local, no âmbito de um processo accionado pelo Presidente Xanana Gusmão.
Este processo foi espoletado a 30 de Maio passado, quando o chefe de Estado chamou a si o controlo das áreas de defesa e segurança, com a aplicação por 30 dias de medidas de emergência para ultrapassar a crise político-militar em Timor-Leste.
Entre as medidas de emergência figura a recolha de armas e o acantonamento de forças rebeldes.
EL.
sábado, junho 17, 2006
É preciso investigar exaustivamente distribuição armas" - MNE
Por Malai Azul 2 à(s) 17:17
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
O Governo a distribuir armas? Não quero acreditar em tamanha façanha! Mas isso foi para compensar ter dispensado 40% da sua força militar? Nem nisso sabem funcionar. Aproveitem a força estrangeira que sai mais em conta - são os de fora que pagam. Que vergonha!
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