National Media Reports
Military Observer Julio Pinto: “Presidential election is the solution for the crisis.”
The Military Analyst and Observer from Universidade da Paz, Julio Tomas Pinto said to DN on Wednesday (14/3) that the presidential election will give a solution for the crisis, since it will have a new president to run the country.
He also said that this election is the program of State that would be a solution for the crisis and need full support and commitment from all people to have a successful election.
Furthermore, he said that problem being faced at the present is the security problem. Many people will not vote without a security guarantee. (DN)
Mal Rerden: “Alfredo Used Australian Uniform”
The ISF Commander, Brig. Gen. Mal Rerden said that he is not preoccupied with the Australian Defense Force uniform worn by Alfredo.
He added that the plan of ISF will not change and the ISF will continue to track down Reinado. (DN)
Some Leaders Supporting Violence
Clementino dos Reis Amaral, the Vice President of Committee B for Foreign Affairs, Defense and Security Section of NNP said that violence in Dili is supported by some leaders. Information gathered in Bairopite indicated that the area remained calm when the ISF is on duty, yet when they leave young men ‘inflame’ the situation.
It is suspected that there are some people supporting the youth for their individual and political interests and blaming others.
Amaral said in some areas the youth have begun to behave peacefully and forgive each other through the oath in church. They promise that they will not contribute to the violence.
Difficult to Arrest Alfredo in the Base of Guerrilla
The ISF Commander, Brig. Gen. Mal Rerden said that it will be difficult to arrest Alfredo without cooperation of community.
Pedro da Costa, an NP member from PST noted the example of Xanana who for 24 lived among the enemies and was not arrested by the Indonesian Army because he base support. Furthermore, he said, the ISF has no idea about the terrain conditions and no cooperation from the local people which brings ISF to difficulties in arresting Alfredo.
Pedro Gomes, another NP member from ASDT said “I do not agree with them (ISF) saying that it is difficult for them to arrest Alfredo, because they have modern equipment, planes and helicopters, so they have access to arrest.” (STL)
Leandro Being Targeted by ISF, Involved in Alfredo’s Activities
The ISF raid is not targeted only at Alfredo and his members, but also towards Leandro Isaac, an NP member who is directly involved in the activities of Alfredo.
Leandro is suspected for his direct involvement before the raid in Same on Sunday (04/3) on Alfredo and his members.
“I do not know where I am now, people brought me here,” said Leandro. “I still have contact with Alfredo through my messengers,” added Leandro from his hidden place. (TP)
Brig. Mal Rerden does not support Dialogue with Alfredo,
The statement of ISF Commander, Brig. Gen. Mal Rerden who does not support the process of having dialogue with Alfredo’s group, provoked some NP members who said that Mal Rerden has no power in Timor-Leste, yet the ISF is invited by the Timor-Leste sovereign government to re-stabilize the country.
The ISF will not succeed in capturing Alfredo because he has many supporters since he (Alfredo) is the only one who fights for the truth and justice,” Fernando Dias Gusmão, an NP member from PSD side said. (TP)
The Church is Studying Government Proposal of Contacting Alfredo
The Catholic Church is still looking for ways of solving Alfredo’s problem before the presidential election.
The church realized that Alfredo’s problem is complicated, so it should have a different point of view and gather different opinions to help solve the problem.
Dom Alberto Ricardo da Silva, Bishop of Dili Diocese, said that the organs of sovereignty, the Church and all the people should try their best in the limited time to solve Alfredo’s problem before the presidential election. (TP)
quinta-feira, março 15, 2007
UNMIT – MEDIA MONITORING - Thursday, 15 March 2007
Por Malai Azul 2 à(s) 21:30 1 comentários
Notícias - 15 de Março de 2007
"Reinado é a imagem de um fugitivo" - ISF
Díli, 15 Mar (Lusa) - O brigadeiro-general Mal Rerden afirmou hoje que as últimas imagens do major Alfredo Reinado "são a imagem de um fugitivo" e que "as suas acções não são as de um herói nem de um líder".
O comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) considerou que as imagens mais recentes de Reinado "são o que se espera de um fugitivo, muito preocupado, mal alimentado e sob uma grande pressão".
A cadeia australiana ABC transmitiu terça-feira à noite uma entrevista com Alfredo Reinado no programa "Foreign Correspondent".
O repórter da ABC explicou que encontrou Alfredo Reinado nas montanhas "após dois dias de picada".
"Alfredo Reinado escolheu fugir e esconder-se, deixando os seus homens para trás", recordou o brigadeiro-general na conferência semanal da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT).
"As suas acções não são as de um herói nem de um líder", sublinhou o comandante australiano, que acrescentou que "Reinado já não coloca uma ameaça importante" à segurança pública.
"Reinado não merece apoio nem confiança, porque quebrou uma tentativa de solução pacífica" do problema, afirmou o comandante das ISF.
"Ele é um fugitivo à justiça e os que o apoiam directamente estão contra a lei".
As ISF lançaram um ataque na madrugada de 04 de Março de Março para capturar Alfredo Reinado em Same, no sul do país.
Com o major estavam "menos de trinta homens", segundo Mal Rerden, e cinco deles morreram "porque dispararam primeiro" contra soldados australianos.
Atul Khare, representante-especial do secretário-geral das Nações Unidas, informou que o pessoal das Nações Unidas de apoio ao processo eleitoral voltou hoje ao distrito de Same.
"Desde o início da semana", acrescentou o chefe da UNMIT, que a polícia timorense realiza operações conjuntas com a polícia das Nações Unidas na região de Same.
PRM-Lusa/Fim
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Diário de Notícias – 15 de Março de 2007
Reinado na televisão ABC acerta onde as tropas australianas falharam
Armando Rafael
A televisão australiana ABC conseguiu este fim-de-semana aquilo que as tropas especiais do seu país não foram capazes de fazer: localizar o major Alfredo Reinado, que continua a monte em Timor-Leste, três semanas depois de ter furado o cerco de Same.
O que altera, por completo, o panorama que se vivia em Timor-Leste. Quanto mais não seja por força das imagens que o Foreign Correspondent projecta, a menos de um mês das presidenciais de 9 de Abril. Até agora, o ex-comandante da Polícia Militar (PM) timorense limitava-se, com maior ou menor grau de fanfarronice, a fazer declarações aos jornais, às agências e às rádios, beneficiando da cumplicidade de um telemóvel. É certo que corria o risco de ser detectado. Mas, para todos os efeitos, tantos as autoridades timorenses, como os militares australianos, sabiam onde ele estava.
Depois de Same tudo mudou. Em especial porque o mais célebre foragido timorense conseguiu iludir o cerco que australianos e neozelandeses lhe tinham feito, escapulindo-se em direcção às montanhas e às florestas.
Terá sido de propósito? Não se sabe. O que se sabe é que a reconstrução feita pela edição asiática da revista Time revela que, a dado momento da operação, australianos e neozelandeses pararam de disparar. Foi precisamente aí, que Reinado desapareceu. Coincidência?
Desde então, o major desdobrou-se em entrevistas: à Lusa, à AFP, aos jornais autralianos e ao AdnKronos International (AKI), um portal de informação global. Até este fim-de-semana, quando se deixou filmar pela equipa da ABC. Basicamente para garantir que não pretende disparar sobre australianos. Um dia antes já se tinha deixado fotografar pela AFP, vestindo um camuflado das forças australianas, que estão a ser acusadas por timorenses de terem danificado várias casas em Same.
Como se isso não bastasse, soube-se, entretanto, que a ONU anda a negociar com Reinado, que se diz estar perto da capital. A avaliar pelas revelações do The Australian, a primeira ronda falhou. Em parte porque o ex-comandante da PM, que já fora afastado do comando da força naval do país por indisciplina, pediu uma casa na zona do Farol em Díli (o equivalente ao Restelo), segurança neozelandesa e que lhe retirassem algumas das acusações que a justiça lhe faz.
CNRT em versão partido
Xanana Gusmão bem pode dizer que está cansado de ser Presidente da República, mas não parece que queira abandonar a política. Prova disso é o facto de estar a criar um partido para concorrer às eleições legislativas que embora ainda não tenha data marcada deverão ocorrer em Julho. Recuperando, para o efeito, uma sigla histórica: CNRT. No passado, significava Conselho Nacional da Resistência Timorense e reagrupava à volta de Xanana todas as tendências políticas do país. Agora, é suposto querer dizer Conselho Nacional da Reconciliação (ou da Reconstrução) Timorense. Mas, por enquanto, o novo partido ainda está em fase de construção, à espera que Ramos-Horta suceda a Xanana na presidência.
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Timor-Leste: Alargado período de recenseamento eleitoral por razões de segurança
Díli, 14 Mar (Lusa) - A Comissão Nacional de Eleições de Timor-Leste alargou hoje o prazo, de sexta-feira para quarta-feira, 21 de Março, para os eleitores se poderem inscrever para as eleições presidenciais de 09 de Abril, por razões de segurança.
O presidente da Comissão Nacional de Eleições, Faustino Cardoso Gomes justificou esta medida com a insegurança que se vive em algumas zonas da capital, Díli, e pelo impacto desestabilizador e de revolta que o caso do major rebelde Alfredo Reinado, em fuga desde Agosto de 2006, está a causar junto da população.
Alfredo Reinado lidera uma rebelião armada, cujos confrontos com as autoridades já causaram a morte de pelo menos 37 pessoas e cerca de 155.000 refugiados.
Hoje, as forças de segurança indonésias anunciaram a prisão de prenderam dezenas de timorenses, que entraram no seu território, na sequência dos problemas de segurança.
O governo Indonésio já ordenou às tropas nacionais o reforço da fronteira com Timor-Leste.
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Timor-Leste: UE reafirma "apoio determinado" e sublinha importância das eleições
Bruxelas, 14 Mar (Lusa) - A União Europeia reafirmou hoje o seu "apoio determinado" a Timor-Leste, por ocasião do anúncio do envio de uma missão de observação às eleições presidenciais, apontadas como "um elemento fundamental para um futuro estável" no território.
"Esta missão vem confirmar o nosso apoio determinado a Timor-Leste nas primeiras eleições gerais realizadas depois da independência e as primeiras a serem organizadas pelas autoridades timorenses", afirmou a comissária europeia das Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, no dia em que a Comissão Europeia anunciou formalmente o envio de uma missão para acompanhar as eleições de 09 de Abril.
Sublinhando que "estas eleições constituem um elemento fundamental para um futuro estável em Timor-Leste", a comissária europeia reafirmou o firme empenho de Bruxelas "em apoiar um país que se defronta já com inúmeros desafios para reconquistar a sua estabilidade".
A Comissão recorda que a decisão de enviar uma missão de observação vem na sequência de um convite nesse sentido feito pelo governo timorense no ano passado e que a UE também acompanhará as eleições legislativas subsequentes, a realizar em data a anunciar imediatamente após as eleições presidenciais.
A equipa da missão de observação eleitoral da UE, da responsabilidade da Comissão Europeia, é chefiada pelo eurodeputado espanhol Javier Pomes e inclui uma equipa central de seis membros à qual se juntarão em breve outros 28 observadores a longo prazo, que acompanharão a campanha e a organização das eleições em todo o país.
Para Timor seguiu já o primeiro grupo, que integra um português, o jornalista da LUSA Paulo Nogueira, que foi correspondente da agência em Jacarta e em Díli, em 1999.
A esta missão juntar-se-á, já em vésperas das eleições, uma outra, do Parlamento Europeu, que integra quatro eurodeputados, entre os quais a socialista Ana Gomes, antiga embaixadora portuguesa em Jacarta.
ACC-Lusa/Fim
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The European Ombudsman - Brussels, 14 March 2007
Press Release: IP/07/323
European Union deploys Election Observation Mission to Timor Leste
The European Commission has begun to deploy an EU Election Observation Mission (EU EOM) to the Presidential elections in Timor Leste, scheduled for 9 April. The Mission will be led by Javier Pomés, Member of the European Parliament. The decision to deploy an EOM was prompted by an invitation to observe the elections received from the government of Timor Leste last year. The EU will also observe the subsequent Parliamentary elections in Timor Leste, whose date will be announced after the Presidential elections.
Benita Ferrero-Waldner, Commissioner for External Relations and European Neighbourhood Policy, said: "This mission confirms our strong support to Timor Leste in the first general elections after independence and the first to be organised under the administration of the Timorese authorities We are fully committed to support a country that is already facing many challenges to renew its stability. And these elections will be a key step in Timor Leste stable future.”
The EU EOM team, led by the Chief Observer, Member of the European Parliament Javier Pomés (Spain), comprises 6 core team members and will be joined shortly by 28 long-term observers, who will follow the campaign and the organisation of the elections throughout the country. A delegation of Members of the European Parliament will join the mission over election day.
The EU is also supporting the electoral process through a €1.5 million contribution to the United Nations Development Programme (UNDP). EU EOMs are an important instrument for building support for the democratic processes in a country and are deployed in line with the EU’s commitment to promote democracy, human rights and the respect for the rule of law. They are independent and professional, and for this reason their findings are widely seen as credible and trustworthy.
Por Malai Azul 2 à(s) 21:22 0 comentários
Dos leitores
Comentário sobre a sua postagem "Dos leitores":
From Dr. Damien Kingsbury RE Ramos-Horta's new tax policy:While I am sure that JRH is trying to do the right thing by the people of East Timor, he should be expected to know that it is inappropriate, in a democracy, for an existing politician to initiate or announce new policy after formally entering an election period. JRH would argue that he is leaving the PMship to run for president.
The point is that once he has declared that he will leave the PMship, and the electroal process has started, he is a care-taker - not an executive - prime minister only. This is compounded by the fact that the electoral period for the presidency has begun, for which he is a candidate. The electoral period is supposed to be 'neutral', in which no policy developments are initiated or announced.
The reason? The electoral contest is supposed to be 'level playing field', in which candidates do not use the advantage of office to promote their candidacy, regardless whether or not this is intentional.
Cheers,
Damien
Por Malai Azul 2 à(s) 21:19 3 comentários
Notícias - traduzidas pela Margarida
Embaixador escolhe Sydney
The Australian – Março 14, 2007
Por: Ray Gatt
Alfredo transportou com orgulho a bandeira da sua nação em vários e diversos campos de football do mundo, mas agora o Timor-Leste internacional tem esperança de fazer um nome próprio na Liga A.
O defesa tem sido uma figura interessante nos últimos dias desde que entrou no treino do Sydney FC à procura de uma oportunidade para provar a sua valia e ganhar talvez um contracto com o clube da moda.
Tendo sido um dos primeiros jogadores do seu país de adopção a ter uma carreira no exterior, Alfredo, 30 anos, tem esperança de se tornar no primeiro Timorense a jogar na competição nacional da Austrália.
"Era algo que gostaria muito de fazer," disse ontem Alfredo depois de acabar o treino no Estádio Parramatta.
Apesar de não haver promessas do lado de Sydney, Alfredo está grato pela oportunidade de mostrar o que pode fazer depois de ter perdido o lance de jogar pelo Heidelberg na primeira liga Victoriana.
"Convidaram-me para ir para o Heidelberg mas as coisas não me pareceram bem e no último minuto decidi o contrário," disse. "Sydney andava à procura de jogadores e pensei que teria uma boa oportunidade em tentar e impressionar."
Alfredo, que fala Português, Inglês, Italiano e Espanhol, tem tido uma carreira interessante, tendo jogado na segunda divisão em Portugal e na Série C (terceira divisão) na Itália.
Presentemente está contratado pelo Minnesota Thunder na Liga Principal do Football da segunda divisão, mas o clube concordou em libertá-lo se ele não se juntar a outra equipa nos USA.
Alfredo, que tem pai Português e mãe Timorense, jogou todo o seu football fora do seu país adoptivo, mas tem uma "muito, muito " próxima afinidade com Timor-Leste.
"O meu pai encontrou lá a minha mãe quando estava nas forças armadas, e casaram-se em Portugal, onde nasci," disse Alfredo.
"É o meu país. È a minha alma."
Disse que tinha agarrado a oportunidade de jogar por Timor-Leste em 2004 na Taça do Tigre, o campeonato de football da ASEAN.
"Esse foi um dos maiores momentos na minha carreira," disse."Cheguei mesmo a capitanear o lado num dos desafios. Sei que a minha mãe ficou muito orgulhosa."
Apesar da relutância de entrar em detalhes, Alfredo disse estar contente em ser considerado um embaixador de Timor-Leste dentro e fora do campo.
"Farei tudo para ajudar o meu país, dentro e fora do campo," disse Alfredo.
Apesar de não ter entrado no que chama a "Grande Liga ", Alfredo não tem qualquer hesitação em nomear o seu ponto alto no football.
"Em 2005, fui escolhido pela Fundação Figo para jogar num desafio de caridade em Espanha onde estavam alguns dos maiores jogadores do mundo," disse Alfredo. "Joguei 20 minutos ao lado do Figo contra uma equipa escolhida por Ronaldo. Foi um momento incrível. O estádio estava cheio e fazer parte dessa noite foi notável para mim e para Timor-Leste."
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ONU vai investigar mortes em Timor
AAP – Março 14, 2007
A polícia da ONU fará um inquérito à morte dos cinco Timorenses mortos por tropas Australianas em perseguição do do fugitivo amotinado major Alfredo Reinado.
Reinado escapou e mantém-se em fuga depois das tropas Australianas terem cercado a sua fortaleza em Same em 4 de Março e ter morto cinco dos seus apoiantes.
A investida e a morte dos apoiantes de Reinado levantaram sentimentos anti-Australianos em Timor-Leste. A representante da ONU para os media Allison Cooper disse que a polícia dfa ONU fará um inquérito ao ataque em Same, perto da costa sul de Timor-Leste.
É esperado que o inquérito veja as regras de engajamento das tropas Australianas no confronto.
Contudo, Cooper disse que tal inquérito era uma "prática normal ".
Disse que a polícia da ONU já estava a fazer um inquérito à morte de dois Timorenses mortos por soldados Australianos perto do aeroporto de Dili em 23 de Fevereiro.
A Austrália diz que os dois foram baleados em auto-defesa porque estavam a disparar setas metálicas contra as tropas. Entretanto advogados de Reinado apelaram ao governo de Timor-Leste para reconsiderar uma oferta de rendição através da mediação da igreja católica.
"Não queremos que ele seja morto em operações militares," disse Benevides Barros em nome do grupo de advogados que representam o homem perseguido. "O nosso cliente está 100 por cento disponível para se entregar à justiça. "O governo devia tomar em consideração a nossa proposta, o acordo de resolução pacífica. "A igreja disse estar pronta para mediar."
Barros disse que a proposta tinha sido assunto de conversas de alto nível na última Sexta e Segunda-feiras envolvendo o chefe da ONU Atul Khare, o Presidente Xanana Gusmão, o Primeiro-Ministro José Ramos Horta e outros funcionários de topo, mas que tinha sido rejeitada.
Disse que o Bispo de Dili Alberto da Silva desejava mediar durante uma reunião na Segunda-feira com Ramos Horta, mas que tinha pedido que o envolvimento da igreja fosse requerido numa carta formal.
O porta-voz da imprensa António André disse hoje que Ramos Horta ordenaria um “congelamento imediato" das operações militares Australianas se o soldado fugitivo dissesse quando e onde se renderia. Ramos Horta também garantirá "um tratamento humano e seguro, na captura e na prisão ".
Mas disse: "Não há qualquer mediação, porque não vemos nada sobre que mediar."
Barros disse que Reinado não se renderá ao governo ou às forças Australianas, apelando a um cessar-fogo com garantias para se entregar não à prisão mas a detenção no domicílio.
"O ministro do interior Rogério Lobato não passou um dia na prisão desde a sua detenção no ano passado," disse. "Nem o ex-primeiro-ministro (Mari) Alkatiri, durante as investigações sobre as armas. O major Alfredo devia ter também direito a detenção no domicílio."
Barros disse que o fugitivo queria soldados da Nova Zelândia ou Americanos, não Australianos, a guardá-lo enquanto esperasse pelo julgamento – uma proposta que já fez às respectivas embaixadas em Dili.
Finalmente, os advogados querem que as acusações contra Reinado sejam confinados às que levaram à sua prisão em 2006 – tentativa de homicídio, resultante de um confronto militar nos subúrbios de Dili em Maio do ano passado, e rebelião contra o Estado.
Querem que sejam retiradas as acusações de fuga da prisão e de ataque a postos de fronteira da polícia. Reinado escapou da prisão com cerca de outros 50 presos depois da sua detenção no ano passado e tem estado em fuga desde então.
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Reinado provoca com entrevistas nos media
SMH - Março 14, 2007
Lindsay Murdoch
O fugitivo amotinado Alfredo Reinado tornou a humilhar muitos soldados Australianos pesadamente armados que o procuram há mais de uma semana ao encontrar-se com jornalistas nas montanhas de Timor-Leste.
Reinado reuniu-se com um jornalista Timorense numa base a cerca de 20 quilómetros de distância de onde escapou a um ataque mal amanhado de soldados Australianos na cidade de Same. Encontrou-se ainda com uma equipa do Correspondente Estrangeiro da ABC.
O antigo responsável da polícia militar de Timor-Leste estava vestido com um uniforme das forças militares Australianas quando o jornalista do Timor Post Mariano Da Costa o entrevistou no Sábado passado.
A perseguição por soldados Australianos tem incluido o uso de vários helicópteros Black Hawk e bloqueios de estrada 24 horas por dia.
Reinado disse a Da Costa que os cinco dos seus homens mortos quando tropas Australianas invadiram a sua base em Same eram heróis que tinham morrido pela causa da justiça. Apelou à igreja católica para mediar um acordo para a sua rendição.
"Estou pronto a dialogar – o diálogo é melhor, assim podemos prevenir qualquer ameaça contra a nação que pode levar à guerra civil," disse.
Mas Reinado disse que estava preparado para lutar se os Australianos da Força de Segurança Internacional em Timor-Leste continuassem a persegui-lo.
Disse que se tinha aproximado mais da capital, Dili, conseguindo evitar os Australianos, porque não queria que os aldeãos fossem apanhados pela violência, como aconteceu em Same.
A Australian Associated Press ontem citou um padre da paróquia de Same, padre David Alves, que disse que os aldeãos estavam aterrorizados com a chegada de quatro Black Hawks e de um transporte de tropas.
"Casas foram assaltadas e ordenaram às pessoas para saírem a meio da noite para fazerem buscas," disse. "Agricultores pobres, gente idosa."
Reinado disse à ABC que não tencionava entregar-se às tropas Australianas. "Render-me-ei à justiça, não a ninguém, nem a nenhum comando nem a nenhuma força."
Reinado, uma figura heróica para muitos Timorenses, liderou uma fuga em massa da prisão principal de Dili em Agosto passado. O governo de Dili abandonou esforços para o levar à rendição depois dele ter feito assaltos a postos de polícia na fronteira, apanhando 25 armas de elevada potência.
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Fugitivo Reinado apela a mediação
The Age – Quarta-feira, Março 14, 2006
Brendan Nicholson, Canberra e Lindsay Murdoch
Amotinado de Timor humilha tropas
O amotinado fugitivo Alfredo Reinado humilhou muitas tropas Australianas pesadamente armadas que o têm perseguido ao reunir-se com jornalistas Australianos nas montanhas de Timor-Leste.
Reinado e os seus homens têm estado em fuga desde 4 de Março quando soldados das forças especiais Australianas tentaram prendê-lo na sua base na cidade de Same.
Cinco dos seus seguidores foram mortos, mas ele e os sobreviventes do seu grupo escaparam-se para o mato.
Prometeram nunca se render e Reinado avisou que se os Australianos o atacarem outra vez irá combatê-los.
No Domingo, quando helicópteros Black Hawk das forças armadas Australianas os sobrevoavam, o repórter Eric Campbell e o operador de câmara David Martin do programa Correspondente Estrangeiro contactaram apoiantes de Reinado e passearam-se com ele durante dois dias através de rios e da floresta.
Evadindo-se constantemente à vigilância Australiana, foram levados para um esconderijo no mato.
Finalmente um telefone codificado chamou-os para a parte de baixo da estrada da montanha e Reinado emergiu da escuridão, vestindo um uniforme das forças armadas Australianas.
Reinado disse que não queria disparar contra os Australianos e que só tinha feito fogo quando o seu acampamento foi atacado porque os Australianos dispararam primeiro.
Disse que se mantinha perto dos seus perseguidores Australianos mas que mudava de acampamento todas as noites para se manter à frente deles.
Reinado, uma figura de culto de herói entre muitos Timorenses, liderou uma fuga de massa da principal prisão de Dili em Agosto último.
Os negociadores militares Australianos passaram meses a tentar persuadi-lo a render-se, mas esses esforços ruíram quando os soldados amotinados roubaram armas automáticas e munições de um posto da fronteira no mês passado e o governo Timorense pediu à Austrália para ajudar a capturá-lo.
Reinado disse também a jornalistas locais que se reuniram com ele no Sábado que queria que a igreja católica mediasse a rendição. "Estou sempre pronto para dialogar – dialogar é melhor para podermos prevenir qualquer ameaça contra a nação que pode levar à guerra civil," disse Reinado.
Disse que tinha viajado para mais perto da capital, Dili, conseguindo evitar os Australianos, porque não queria que os aldeãos fossem apanhados na violência como foram em Same.
O comandante do contingente da Austrália de 800 elementos, Brigadeiro Mal Rerden, disse que as suas tropas não tinham desistido da perseguição. "Temos obviamente de o localizar e estamos a trabalhar muito para isso. E conhece a natureza do terreno, é muito rugoso."
Aldeãos disseram aos jornalistas da ABC que os soldados Australianos os amarraram e interrogaram. Disseram que na noite do ataque perto de Same, dois helicópteros aterrarem perto das 10pm, estourando telhados e paredes e destruindo as suas culturas no campo.
Disseram que abusaram e maltrataram-nos de maneira como nunca tinham experimentado com os militares Indonésios.
O Brigadeiro Rerden disse que as tropas estavam bem treinadas e que conduziram as operações numa maneira muito profissional. "Têm muita compreensão da necessidade de sensibilidade e respeito pelos civisquando fazem este tipo de operações," disse.
O produtor executivo da ABC, Greg Wildsmith, disse ontem à noite que a entrevista foi o resultado de muito trabalho e de persistente trabalho de campo dos jornalistas. "Passaram muito tempo a subir as montanhas, a atravessar ribeiras e a tirar sanguessugas," disse.
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Timor-Leste- Homem em fuga
ABC – Correspondente Estrangeiro - Emissão: 13/03/2007
[NOTA: O vídeo ainda não se encontra disponível online]
Repórter: Eric Campbell
Sinópse
Alfredo Reinado escapou à captura de forças Australianas nas montanhas de Timor-Leste há dez dias. Cinco Timorenses foram mortos no assalto.
Desde então tem havido uma intensa caça ao homem ao major Reinado, o antigo responsável da polícia militar de Timor-Leste.
Ao mesmo tempo que Reinado tem conseguido iludir as forças militares, incluindo a elite SAS da Austrália, foi localizado no mato pelo repórter Eric Campbell.
Reinado disse a Campbell que não tinha feito nada de errado. “Nunca quis disparar contra nenhum Australiano,” disse. “Defendo-me a mim próprio porque eles dispararam primeiro contra nós.” Diz que ele e os seus homens lutarão se forem cercados outra vez.
Reinado tem sido um fugitivo desde Agosto último quando escapou da prisão. Tinha sido acusado de tentativa de assassinato durante os motins que rebentaram em Dili em Maio passado.
Negociadores das forças militares Australianas passaram meses a tentar persuadir Reinado e os seus apoiantes armados a renderem-se.
Mas quando as forças de Reinado roubaram armas automáticas e munições de um posto da fronteira no mês passado o governo de Timor-Leste, apoiado pelo Presidente Xanana Gusmão, apediu às forças Australianas para capturarem o oficial desertor.
O Presidente Gusmão falou também com Eric Campbell sobre o caso Reinado, descartando as suas desculpas que a polícia de fronteira lhe tinha dado armas para proteger o povo de milícias apoiadas pelo governo. “Como pode um soldado a viver no exterior da instituição entrar num posto de polícia e pedir para lhe emprestarem armas?” disse. “Se fosse lá pedir emprestada alguma comida para eles, pedir emprestado um lápis para escrever um pedido, mas pedir armas emprestadas! Para quê? Isto é algo que não podemos aceitar.”
O Brigadeiro Australiano Mal Rerden diz que as suas forças não desistem da perseguição. “Temos obviamente de o localizar e estamos a trabalhar bastante para isso e conhece a natureza do terreno, é muito rugoso.”
Campbell disse a Rerden que tinha entrevistado gente na aldeia de Sasaneh que tinham acusado as forças Australianas de os amarrarem e interrogarem.
O Brigadeiro Rerden respondeu: “Os nossos soldados são altamente treinados. Têm estado a conduzir as operações numa maneira muito profissional. Têm muita comprensão da necessidade de sensibilidade e respeito para com os civis quando conduzem tais operações.”
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The Australian – Março 14, 2007
Reinado não se renderá aos Australianos
Mark Dodd, Dili
O amotinado Timorense Alfredo Reinado prometeu nunca se render às tropas Australianas e diz que se defenderá se dispararem contra ele.
"Nunca tive uma palavra de rendição. Render-me-ei à justiça, não a nenhum comando ou a nenhuma força," disse numa entrevista à ABC emitida ontem à noite.
Perguntado se atacaria soldados Australianos se fosse cercado, respondeu: "Nunca quis disparar contra um soldado Australiano."
Mas quando desafiado se tinha disparado contra Australianos no princípio do mês, Reinado disse: "Defendo-me a mim próprio porque dispararam primeiro contra nós."
O antigo comandante da polícia militar do país enfrenta acusações pelo seu envolvimento na violência política do ano passado, nomeadamente num tiroteio contra soldados do governo nos subúrbios de Dili que deixaram cinco mortos e 10 feridos. O Presidente Xanana Gusmão tinha pedido às tropas lideradas pelos Australianos para o prenderem.
As tensões têm subido desde 4 de Março, quando soldados Australianos atacaram a sua base na cidade de Same, matando cinco dos seus apoiantes.
O amotinado disse que estava a lutar contra o governo Timorense porque as forças de segurança tinham baleado e morto manifestantes anti-governo durante o caos que Dili sofreu no ano passado.
"Tive de sair e pará-los porque esta instituição pertence ao povo, levantar-me e defender o povo, não matar o povo," disse.
Reinado já foi visto como um aliado «da Austrália e a sua mulher e filhos vivem em Perth.
Disse que duvidava se o povo Australiano apoiava a tentativa das forças militares para o capturarem. "O Governo foi responsável, não acredito que o povo da Austrália ordenasse isto," disse.
A ONU ontem admitiu estar a ter conversações com os advogados de Reinado depois de por duas vezes ter negado que estava envolvida em negociações para garantir a sua rendição.
Perguntado no Domingo e na Segunda-feira se Atul Khare, o responsável da missão da ONU em Timor-Leste, tinha estado envolvido em conversas com advogados de Reinado sobre um possível negócio, a porta-voz da ONU Allison Cooper disse que não tinha estado.
Mas perante a evidência obtida pelo The Australian, a ONU admitiu ter tido conversas com Benevides Correia Barros, presidente da Associação de Advogados de Timor-Leste que está a representar Reinado.
A Srª Cooper disse que o Sr Barros, na qualidade de advogado de Reinado, reuniu com o Sr Khare a semana passada.
Sabe-se que a Força de Defesa Australiana se sente desconfortável sobre o papel da ONU que envolva Reinado.
A ADF encara a admissão da ONU que tem estado envolvida em conversações como uma quebra de uma responsabilidade que assumiu de se manter afastada de relacionamentos envolvendo o homem mais procurado do país.
"Uma percepção de que outras partes estão preparadas para negociar com Reinado poderá minar a operação em curso para garantir a sua detenção," disse uma fonte diplomática ocidental em Dili.
- Adicional reportagm; AAP
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A ONU admite conversações com advogados do major Reinado
The Australian – Março 14, 2007
Mark Dodd, Dili
A ONU admitiu ter tido conversações com os advogados do fugitivo das forças armadas de Timor-Leste Alfredo Reinado depois de por duas vezes ter negado estar envolvida nas negociações para garantir a rendição.
Perguntado no Domingo e na Segunda-feira se Atul Khare, o responsável da missão da ONU em Timor-Leste, tinha estado envolvido em conversações com os advogados do major Reinado sobre um possível acordo, a porta-voz da ONU Allison Cooper disse que não tinha estado.
Mas apresentada a evidência obtida pelo The Australian, a ONU admite agora ter tido conversações com Benevides Correia Barros, presidente da Associação dos Advogados de Timor-Leste, que está a representar Reinado.
Reinado, um oficial das forças armadas Timorenses treinado pelos Australianos, foi comandante da unidade de polícia militar do país, mas desertou em Maio passado. É procurado por alegado envolvimento na violência política.
Numa declaração emitida no fim da noite de Segunda-feira, a Srª Cooper disse que o Sr Barros, na qualidade de advogado do major Reinado, encontrou-se com o Sr Khare na semana passada. Durante as conversações, o chefe da ONU tdisse ao Sr Barros que o major Reinado tinha de enfrentar a justiça.
"Todas as acções tomadas pela UNMIT (a missão integrada da ONU em Timor-Leste) em relação a Alfredo Reinado têm sido consistentes com a tarefa mandatada para apoiar o Governo de Timor-Leste e todas as instituições relevantes para consolidar a estabilidade," disse a Srª Cooper.
Mas sabe-se que a Força de Defesa Australiana está desconfortável com o papel da ONU envolvendo o major Reinado.
A ADF encara a admissão da ONU de estar envolvida em negociações como uma quebra da responsabilidade que assumiu a semana passada de se manter afastada de relacionamentos que envolvam o homem mais procurado do país.
Canberra, que está desconfortável com a possibilidade de as tropas Australianas se atolarem nos problemas políticos de Timor-Leste, partilha a mesma preocupação da ADF sobre a acção da ONU.
"Uma percepção de que há outras partes preparadas para negociar com Reinado pode minar a operação em curso para garantir a sua detenção," disse uma fonte diplomática ocidental em Dili.
Em Maio último, o major Reinado e 20 polícias militares pesadamente armados fugiram para as montanhas em apoio de 590 soldados que estavam a protestar contra alegada discriminação no interior das fileiras das Forças de Defesa de Timor-Leste.
Enfrenta acusações de traição pelo seu envolvimento na violência política do ano passado, nomeadamente num tiroteio com soldados do governo nos subúrbios de Dili que deixaram cinco mortos e dez feridos.
Foi preso no ano passado mas no fim de Agosto liderou uma fuga da prisão Bécora em Dili com outros 56 presos e tem estado em fuga desde então.
No princípio deste mês, o major Reinado pilhou 25 armas automáticas, rádios e coletes à prova de bala de dois postos de polícia da fronteira antes de se retirar para a cidade do sul de Same.
Isso levou o Presidente Xanana Gusmão a pedir à força liderada pelas tropas Australianas em Dili para o renderem.
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Autoridades Indonésias prendem Timorenses que atravessaram a fronteira
The Jakarta Post – Quarta-feira, Março 14, 2007
Jacarta: oficiais de segurança Indonésios prenderam dúzias de Timorenses que atravesaram o território Indonésio depois dos problemas de segurança terem piorado no mais jovem país Asiático.
A estação de televisão MetroTV relatou na Quarta-feira que tropas Indonésias com a tarefa de guardar a fronteira entre os dois países escoltaram os Timorenses de regressonao seu país.
Timor-Leste rompeu com a Indonésia em 1999 depois de uma votação sobre a independência patrocinada pela ONU.
Cerca de 1,000 tropas Indonésias foram colocadas ao longo da fronteira entre os dois países, depois do piorar das condições de segurança do país.
Muitos receiam que as eleições presidenciais do próximo mês possam desencadear nova violência no país, que está tenso no meio de uma operação em curso pelas forças militares Australianas para capturar um soldado fugitivo ligado ao desassossego e à explosão de violência de gangs.
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Timor-Leste prolonga o recenseamento de eleitores no meio de receios de violência
Dili, Timor-Leste, Março 14 (AP): Violência de rua e preocupações com soldados desertores estão a perturbar as preparações para as eleições no próximo mês em Timor-Leste - eleições vistas como cruciais para o futuro da pequena nação – disse um funcionário na Quarta-feira.
A data-limite para o recenseamento eleitoral para as eleições foi alargado até Quarta-feira da próxima semana de Sexta-feira desta semana, disse Faustino Cardoso Gomes, presidente da Comissão Nacional Eleitoral.
Gomes disse que preocupações de segurança em partes da capital, Dili, e no sul foram a razão para o alargamento, ao lado de recenseamento maior que o esperado nalgumas áreas.
"Tem havido um problema em termos de segurança nalguns lugares," disse Gomes ao explicar o alargamento.
Funcionários eleitorais da ONU saíram recentemente da cidade sulista de Same por causa das tropas Australianas que estão lá a perseguir um bando de soldados amotinados liderados pelo desertor major Alfredo Reinado. Reinado foi um líder na luta faccional do ano passado entre as forças militares e a polícia, que transbordou para as ruas de Dili em violência que matou pelo menos 37 pessoas e pôs cerca de 155,000 a fugirem para campos de deslocados.
Soldados internacionais em grande parte restauraram a paz, mas lutas de gangs rebentam muitas vezes em Dili.
Funcionários das eleições esperam garantir que as eleições presidenciais em 9 de Abril e as eleições parlamentares mais tarde sejam justas, para que não desencadeiem mais violência nesta jovem democracia que sofreu uma separação sangrenta da Indonésia em 1999.
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Downer pede a Reinado para se render
ABC – Quarta-feira, Março 14, 2007. 8:18am (AEDT)
O Ministro dos Negócios Estrangeiros Alexander Downer diz que as tropas Australianas em Timor-Leste tentarão capturar vivo o amotinado Alfredo Reinado.
O major Reinado disse à equipa doi Correspondente Estrangeiro da ABC TV, que o encontrou numa parte remota de Timor-Leste, que não se renderá.
O Sr Downer diz que tem esperança que o major Reinado mude de ideias mas as tropas Australianas não o perseguirão de armas a disparar.
"Obviamente é mais difícil capturar alguém nesta base mas isso é obviamente o que estão a tentar fazer," disse. "Estão certos em agir assim – só abrem fogo contra pessoas em auto-defesa. "Não montarão assaltos do tipo de uma ofensiva com as armas a disparar."
O Sr Downer diz que seria melhor para toda a gente se o major Reinado se entregasse.
"Para ser honesto consigo, como observador de pessoas, penso que ele parecia perseguido e exausto vendo-o na televisão," disse. "Penso que estaria muito melhor se se entregasse em vez de tentar viver dia após dia como um um fugitivo no mato."
Por Malai Azul 2 à(s) 20:57 0 comentários
Dos leitores
Comentário sobre a sua postagem "Novas Medidas combatem milícias infiltradas":
Quando o governo anterior quis tomar a mesma decisao, foram acusados ir contra os direitos humanos e de ser ilegal...
e agora ninguem diz nada?
Por Malai Azul 2 à(s) 00:37 6 comentários
Dos leitores
H. Correia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Pior cenário Apoiante de Reinado ameaça matar Xana...":
Estas ameaças e algumas tentativas de as concretizar, que já foram feitas, são inaceitáveis.
Acho que não resta nenhuma dúvida (para aqueles que ainda não tinham percebido) que foi uma decisão erradíssima apoiar este louco do Reinado.
Agora alguém está comendo o pão que o diabo amassou.Espero que todos os verdadeiros patriotas sejam capazes de se unir para que as instituições e órgãos de soberania do Estado permaneçam intactas, para que as eleições se possam realizar conforme previsto e para que estas ameaças contra Xanana e sua família sejam repudiadas.
A hora é de cerrar fileiras para defender Timor-Leste. Quem está a favor do País deve estar do mesmo lado, contra aqueles que são contra o País, o Estado, a independência e a democracia.
Por Malai Azul 2 à(s) 00:33 3 comentários
Dos leitores
H. Correia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Notícias - 7 de Março de 2007":
Jill Joliffe refere que Rogério Lobato e Alkatiri foram acusados depois de ter saído o programa "Four Corners" da repórter australiana, mas "esquece-se" de dizer que Alkatiri foi injustamente acusado pela repórter, visto que nem sequer havia matéria suficiente para julgamento.
Rob Taylor, da Reuters, afirma que as companhias de moradores eram um instrumento de repressão durante o tempo português.
Trata-se de uma grande calúnia, mal-intencionada ou fruto da maior ignorância. Os moradores, também chamados "tropas de 2ª linha", tinham organização e treino militar para defesa das suas povoações. Não tinham qualquer intuito "repressivo", como o autor afirma. Aliás, esse treino militar foi decisivo para a resistência feroz e inesperada que os indonésios tiveram que enfrentar quando desembarcaram em Dili e tentaram progredir para além da capital: demoraram dois anos para consegui-lo.
Infelizmente, qualquer ignorante (ou mal-intencionado) consegue escrever nas principais agências internacionais de notícias e assim uma calúnia transforma-se rapidamente numa verdade insofismável, correndo mundo repetida mil vezes.
Por Malai Azul 2 à(s) 00:33 0 comentários
Comments about one article published by The Australian
In blog Living Timorously
An Irreverent Look at Goings-On in East Timor, Asia's Newest Country - A State Failed, But Not (Yet) A Failed State
http://livingtimorously.blogspot.com/index.html
13 March 2007
No escaping the burden of bad intentions
Yet another piece of 'Jakarta Lobby' propaganda in Rupert Murdoch's rag The Australian
No escaping the burden of good intentions
By Cavan Hogue
The 'liberation' of East Timor is coming back to haunt us, warns Cavan
Hogue
ANY foreign policy is a compromise between what you want and what you can get, and any analysis must consider the alternatives. Most of the public emotion expended in Australia about East Timor has shown little concern for facts, logic or alternatives.
As opposed to the mythology of denial put out by the 'Jakarta Lobby'.
Let's start at the beginning.
Although you would never guess it from reading Australian media reports, the history of East Timor did not begin with the Indonesian invasion in 1975. For 400 years, Portugal ran it as a penal colony and did nothing for the indigenous people.
Really? In that case, why aren't the East Timorese outnumbered by the descendants of Portuguese convicts, just as Australian Aborigines are by the descendants of British and Irish ones?
We hear much about how Australia should have done something about the Indonesian invasion because of our debt to the Timorese who supported Australian soldiers during World War II. Nobody, however, showed much concern for the Timorese when they were being oppressed by the brutal dictatorship of Antonio Salazar. Why not? Is European oppression more acceptable than Asian oppression?
Ah, yes, this is the politically correct argument used by the 'self-hating white men' that make up the 'Jakarta Lobby'. No, European oppression is not more acceptable than Asian oppression, but if it does not involve rape, torture, mass murder and sterilisation, it is likely to provoke less of a reaction from the kind that does.
Conspiracy theorists argue that Australia should have done something to stop the Indonesian invasion of East Timor because we were told in advance what would happen and-or because we let them believe we would not oppose it.
There isn no need for conspiracy theories, as there are a substantial number of declassified documents from the Department of Foreign Affairs and Trade in Canberra to show this. In 1974, Gough Whitlam openly stated that East Timor should become part of Indonesia. What business was its future of his, particularly when he refused to reopen the Australian consulate in Dili on the grounds that Australia didn't want to get involved.
Even if we were to accept this argument, it is not clear what it is Australia was supposed to do. Any suggested action must be put within the framework of the world as it was 30 years ago, not as it is today. Thirty years ago the Cold War was alive and well, and Australia was licking its wounds after the disaster that was Vietnam.
We could have sent troops to fight with Fretilin in repelling the Indonesians. In other words, we could have got into another war in Asia, only this time in support of the communists. In the unlikely event that the Australian public would have supported such action, the US would certainly have strongly opposed action by Australia to install a communist regime in Southeast Asia.
Not only does this assume that everyone in Fretilin was communist, but everyone advocating independence was as well. His article does not even mention the conservative UDT, with which Fretilin formed a coalition, which Indonesian military intelligence sought to destroy.
We could have been more active in the UN, but the world took the same interest in East Timor that we take in Africa.
If only! For years Australian prime ministers and foreign ministers made ending white minority rule in Southern Africa their personal moral crusade. And, lest we forget, Canberra recognised the unilateral declaration of independence in the Portuguese colony of Guinea Bissau, a place most Australians had never heard of.
Let's be clear about Fretilin: it was and remains a communist party based on Frelimo and other fraternal parties.
No, there were Marxists in Fretilin, but it was not communist in 1974-75. Gough Whitlam said as much in Parliament. Ironically, it only declared itself Marxist-Leninist after the Indonesian invasion, something that Xanana Gusmao, thankfully, disavowed.
Fretilin would have installed a communist dictatorship led by people such as Mari Alkatiri.
In August 1975, Fretilin was calling for the Portuguese to return and resume the decolonisation process, which would have led to multiparty elections, and the option of integration with Indonesia as well as independence.
Internal opponents would have been purged and there would have been massacres of those who supported APODETI or other non-communist parties. Private payback killings would have been widespread. Recent events have only confirmed the validity of this analysis.
Why does Hogue attach so much importance to APODETI, a pro-Indonesian party that had so little popular support, that even Indonesian military intelligence gave up on it and sought to enlist the far more popular UDT?
The reason the Indonesians invaded was to prevent the establishment of an unstable, communist state that would have been a base for subversion in Indonesia.
Even allowing for Indonesian paranoia about communists, this was not an unreasonable assumption.
The new government would have turned to China and the USSR for aid, technicians and political support. Would Australia really have been happy with an unstable, Soviet-backed communist state on its borders?
This would-be 'communist state' sent telegrams to the conservative Opposition in Canberra telling them how much it welcomed foreign investment from the private sector.
There was a significant [!] body of Timorese opinion that favoured integration with Indonesia because it would have made them members of a serious country with the capacity to develop them economically.
Many of these were former supporters of independence who were either co-opted by Indonesian military, or forced to sign petitions calling for integration under duress. Indonesa a serious country? Not when compared to China or India, which have successfully and peacfully absorbed Macau and Goa.
Portuguese cultural influence did not extend much outside Dili.
So why do most East Timorese have Portuguese names, and why is the most widely used language in East Timor one that derives much of its vocabulary from Portuguese?
Portuguese was spoken only by the elite, who are now using it as a tool to dominate the masses.
But they get their message across in Tetum.
The East Timorese also had close cultural, linguistic and racial ties with the West Timorese.
Only along the border - people in the eastern region of East Timor speak completely different languages. The form of Tetum used in West Timor is more influenced by Indonesian, while in East Timor it is influenced by Portuguese. In any event, what was being proposed was not the integration of the two halves of Timor, but the integration of East Timor with Javanese-dominated Indonesia.
The border was a classic colonial creation and the notion of a nation struggling for freedom is a myth. Recent events have highlighted the kinds of divisions that existed then and still exist.
Many countries in the world, including East Timor's neighbours, owe their existence to haphazard and abritarily drawn colonial boundaries. Still, even people from Oecusse, an enclave of East Timor in West Timor, look towards Dili more than Kupang, which is why it was always treated as part of East Timor, even under Indonesian rule.
The Indonesians, to their credit, put in schools and medical facilities and did more for ordinary Timorese in a few years than Portugal did in 400 years. It is these facilities that were destroyed 20 years later.
As Kamal Bamadhaj, who later died in the Santa Cruz massacre, said "Development in East Timor is by Indonesia, for Indonesia". The infrastructure was put in place for the benefit of Indonesian military, bureaucrats, and transmigrants.
It is these facilities that were destroyed 20 years later.
By a vindictive Indonesian military, not by the "ungrateful Timorese".
Unfortunately, the Indonesian armed forces were not as competent as their civilian counterparts.
How many Indonesian civilians were involved in the running of the '27th Province', and how many of those were not taking bribes?
Instead of winning hearts and minds they picked pockets and beat bodies. The incompetence, brutality and corruption of TNI, the Indonesian military, was the reason Timor did not become a province of Indonesia and why in the referendum Timorese voted against Indonesia.
You're a fast learner, aren't you, Mr Hogue?
Those who blame Australia for what happened in East Timor clearly suffer from a neocolonialist mentality
Unlike the architects of the Indonesian invasion.
combined with an unreal understanding of the power that Australia can exercise outside its borders. We now have a poor, backward and unstable entity on our doorstep, a state manifestly unable to look after itself.
Serves you right after all those years of toadying up to the Suharto regime. But hey, you've got acess to their oil and gas, so look on the bright side.
Political and tribal factionalism are rife. Ultimately, this is the fault and the problem of the Timorese; they voted for independence and they got it.
No, the fault of the Indonesians, who gave the East Timorese the choice between two evils. Not surprisingly, they voted for the lesser of them. East Timor's referendum in 1999 was not like Australia's - if they voted against independence, they would have never had a chance to vote for it again.
We are not their paternalistic keeper and we do not have a manifest
destiny to solve all the problems of the region.
Tell that to the editor-at-large of The Australian, Paul Kelly, who last year was advocating 'A weightier role in Dili'.
We should not forget Talleyrand's advice that what matters in politics is not the truth but what people perceive to be the truth.
Which is why you're writing in Rupert Murdoch's propaganda sheet.
Welcome to the quagmire.
Enjoy your stay, cobber.
Cavan Hogue, a former Australian ambassador with extensive diplomatic
experience in Asia, is adjunct professor in the department of
international communication at Macquarie University in Sydney.
As opposed to the Indonesian, sorry, Australian National University in Canberra.
Posted by Blog Na'in at 05:57
Por Malai Azul 2 à(s) 00:17 4 comentários
Timor-Leste: É mais difícil ser Presidente do que guerrilheiro (ACTUALIZADA)
Versão disponível também áudio em www.lusa.pt
Díli, 14 Mar (Lusa) - O presidente timorense, Xanana Gusmão, admitiu hoje em entrevista à Lusa e RTP que termina o seu mandato "triste" e que foi mais difícil exercer as funções de chefe de estado do que comandante da guerrilha.
"Presidente da República será, talvez, a função mais fácil daqui a 15, 20 anos, mas neste período inicial da construção do Estado, para mim... foi um bocado difícil. É mais difícil", admitiu Xanana Gusmão.
Na sua primeira entrevista de fundo à imprensa portuguesa desde a crise de Abril e Maio de 2006, o Presidente da República disse que "não estaria a falar verdade" se dissesse que não está "triste" com a situação do país e com o seu próprio desempenho na chefia do Estado.
As eleições presidenciais em Timor-Leste estão marcadas para 09 de Abril e o novo chefe de Estado tomará posse a 20 de Maio.
"Eu mentiria se dissesse que estou satisfeito no final do mandato", declarou Xanana Gusmão.
"Desde o início, tentava acorrer a todas as situações que produzissem um bocado de nódoa ou erosão na vida social, desde os eventos de 04 de Dezembro de 2002: eu fui lá, recebi o gás lacrimogéneo".
"Fui a todos os outros acontecimentos que tiveram ou podiam ter impacto na divisão dos timorenses", recordou Xanana Gusmão: "Ofereci a pele".
"Mesmo não se resolvendo os problemas, podíamos estar sossegados porque podíamos pensar que os timorenses não se desmembraram", explicou.
Xanana Gusmão exemplificou com "o último dos 19 dias da manifestação da igreja" em 2005: "Tivemos dores de cabeça mas no fim conseguiu-se" resolver a situação.
"Todo o esforço foi estar naquelas ocasiões para continuar a lembrar aos timorenses que estamos num processo democrático, que temos que consolidar, e que as diferenças não deviam dividir-nos tanto".
"No ano passado, não consegui que isso acontecesse", admitiu o Presidente da República:
"Não consegui influenciar num contínuo de estabilidade política e social".
Xanana Gusmão confessou também que, ao longo das várias crises políticas, usou tanto os seus poderes de Presidente como o seu carisma de antigo líder da Resistência.
"Não me despi da consciência de que podia usar pessoalmente de uma influência", afirmou Xanana Gusmão.
"Mas desta vez, em 2006, fracassei tanto num aspecto como noutro", reconheceu.
Xanana Gusmão acha "claro" que a crise política e militar de 2006 "foi o momento mais difícil" do seu mandato.
"Isto continua a ser uma pressão psicológica e política em termos não só pessoais mas de perda de desempenho como Presidente da República", referiu.
"Não esperava que as diferenças nos dividissem tanto", acrescentou Xanana Gusmão, que considera que "a crise ainda não acabou" e que "haverá outras crises no futuro, embora nunca tão graves como esta".
"É preciso que o povo rejeite de uma vez por todas a violência", adiantou o Presidente da
República, constantando que "as pessoas já não ouvem" nem mesmo um líder histórico, porque "já não têm receio da lei e da ordem".
"Alguns jovens decidiram que se podia brincar à violência", afirmou Xanana Gusmão.
"Se não há lei e ordem aqui em cima", nas lideranças, "não se consegue impor a lei e a ordem lá em baixo", nas gerações mais jovens, alertou.
"A lei e ordem tem que ser produto dos governantes, um exemplo que vem dos governantes", insistiu o Presidente da República.
"Parte da nossa sociedade perdeu a moral, repentinamente", disse ainda o chefe de Estado: "É uma anarquia de mentalidade. Não é uma questão de gerações".
"Quero vislumbrar um fim para a crise", afirmou Xanana Gusmão, "e estas eleições serão o fim, mas não um fim imediato".
Identificando os factores "económicos, políticos e sociais" da crise, Xanana Gusmão enumerou "o regionalismo, o descontentamento, o descontrolo moral, a criminalidade juvenil e o ressentimento".
"O factor político é o essencial", considerou o Presidente da República, "O Estado não esteve à altura dos problemas que foram surgindo".
Sobre o major Alfredo Reinado, Xanana Gusmão reiterou a posição de que "ele pisou o risco" e que "o Estado não muda de posição" em insistir que o militar fugitivo se entregue à justiça.
"Há segmentos dentro da sociedade que deixaram de acreditar na capacidade do Estado", explicou Xanana Gusmão.
"Esses segmentos estão confusos e usam a noção de direito democrático mais para sacudir a interpretação real da situação", disse.
Xanana Gusmão considerou, no entanto, que "a crise teve lados menos negativos que revelaram as lacunas" que não estavam visíveis.
"Foi uma experiência gratificante", acrescentou Xanana Gusmão, "em que todos adquiriram sentido de Estado.
O Presidente da República não quis, por enquanto, falar do seu futuro político.
Sobre o que fará no seu primeiro dia fora do Palácio das Cinzas, Xanana Gusmão foi conciso: "Até que enfim".
PRM-Lusa/Fim
Por Malai Azul 2 à(s) 00:17 4 comentários
Tropas australianas acusadas de destruírem casas - imprensa
Lisboa, 13 Mar (Lusa) - As tropas australianas estão a ser acusadas de destruírem casas em Same, sul de Timor-Leste, durante a operação de captura do major rebelde Alfredo Reinado, noticia hoje o jornal The Age. As forças australianas participaram no início deste mês na operação de captura de Alfredo Reinado, que, no entanto, conseguiu fugir.
O padre timorense David Alves Conceição disse ao jornal diário australiano que os aldeões ficaram aterrorizados com a chegada dos helicópteros e das tropas.
"As casas foram assaltadas e as pessoas obrigadas a sair no meio da noite para se efectuarem buscas", afirmou o padre, adiantando que os habitantes da região são fazendeiros pobres e idosos.
David Alves Conceição disse ainda que esta população é calma, não sendo necessário o uso da força para resolver o problema.
De acordo com o jornal, a igreja e os habitantes locais alegam que as casas foram destruídas durante a invasão das tropas australianas.
A televisão nacional de Timor-Leste divulgou imagens com 10 casas danificadas em Same e Riak Leman, deputado do PSD, segundo maior partido da oposição, levou esta questão ao parlamento timorense.
O padre David Alves Conceição adiantou que as operações militares no distrito de Same continuaram diariamente. "É como viver num campo de batalha", disse.
O comandante das forças australianas, o brigadeiro-general Mal Rerden, negou as acusações, referindo que as casas não foram destruídas.
"As operações em Same foram conduzidas para minimizar os danos à população civil e para protegê-la de Reinado e do seu grupo", disse, adiantando que se registaram apenas "danos menores em algumas casas" e que as tropas prontificaram-se para ajudar os aldeões.
A operação de captura de Alfredo Reinado e dos seus companheiros, na altura cerca de 150 homens "fortemente armados", provocou quatro mortos, dois feridos, várias detenções. A cidade de Same foi controlada pelas forças australianas, mas Reinado conseguiu fugir e continua a monte.
CMP-Lusa/Fim
Por Malai Azul 2 à(s) 00:15 0 comentários
Reinado continua a falar com a televisão australiana
Público – 14 de Março de 2007
As Nações Unidas têm mantido conversações secretas com advogados do fugitivo timorense Alfredo Reinado, apesar da promessa feita ao Governo de Díli de que se manteriam à margem do processo, escreveu ontem o jornal The Australian, de Sydney.
A ONU admitiu estar envolvida em negociações para a rendição de Reinado, depois de ter negado qualquer papel no diálogo sobre o fugitivo, frisou o site australiano de the news. Este deu ainda conta do desagrado de Camberra perante este papel das Nações Unidas.
Enquanto isto, Reinado - que há 10 meses contesta as autoridades - insistiu no canal público ABC que nunca se renderá a soldados australianos estacionados em Timor-Leste e que se defenderá se for atacado. “Em 24 anos de ocupação, os indonésios nunca fizeram à nossa aldeia” o que os australianos agora fizeram, tendo partido mobílias e dito a mulheres e homens que se colocassem de mãos no ar”, disse o major rebelde a jornalistas que uma vez mais o conseguiram entrevistar, apesar do malogro de todas as operações militares para o deter.
A última destas tentativas decorreu a 4 de Março, na vila de Same, onde Reinado se encontrava acompanhado de alguns companheiros da rebelião, cinco dos quais acabaram por ser mortos.
Por Malai Azul 2 à(s) 00:15 0 comentários
Ana Gomes integra missão de observação do PE às eleições
Bruxelas, 13 Mar (Lusa) - A eurodeputada socialista Ana Gomes vai integrar a missão de observação do Parlamento Europeu (PE) às eleições presidenciais em Timor-Leste, agendadas para 09 de Abril, disse à Agência Lusa fonte comunitária.
A missão do PE integra quatro deputados, em representação das quatro principais famílias políticas da assembleia - Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos), Socialistas Europeus, Democratas e Liberais e União para a Europa das Nações -, tendo Ana Gomes sido a "eleita" dos socialistas.
Em declarações hoje à Agência Lusa, a deputada e antiga embaixadora portuguesa em Jacarta revelou que "obviamente" se ofereceu para se deslocar a Timor-Leste nas missões de observação do PE aos actos eleitorais - após as presidenciais serão marcadas as eleições legislativas -, tendo sido então indicada pelo Grupo dos Socialistas Europeus.
Fonte parlamentar indicou à Lusa que os restantes grupos políticos ainda não forneceram os nomes dos deputados que integrarão a missão, que deverá partir para Díli a 03 de Abril.
Além desta missão, de curto prazo, segue já hoje para o território um primeiro grupo da missão de observação da UE, da responsabilidade da Comissão Europeia, que é chefiada pelo euro deputado espanhol José Javier Pomés (PPE).
Este primeiro grupo integra um português, o jornalista da LUSA Paulo Nogueira, que foi correspondente da agência em Jacarta e em Díli, em 1999.
ACC-Lusa/Fim
Por Malai Azul 2 à(s) 00:14 0 comentários
Advogado de Reinado propõe "negociações" em várias cartas
Díli, 13 Mar (Lusa) - O major rebelde timorense Alfredo Reinado tem procurado a reabertura de negociações com vários titulares políticos, judiciais, eclesiásticos e internacionais, através de entrevistas e de cartas enviadas pelo seu advogado em Díli a que a Lusa teve acesso.
Benevides Correia Barros, o advogado de Alfredo Reinado na capital de Timor-Leste, endereçou nos últimos dias várias cartas sobre a situação do militar fugitivo, a mais recente das quais ao primeiro-ministro, José Ramos-Horta, escrita em inglês e com cópia ao bispo de Díli e ao procurador-geral da República.
Contactado pela Lusa, um assessor do primeiro-ministro afirmou desconhecer, até ao momento, esta última missiva, admitindo estar a par de cartas do mesmo teor para outros órgãos de soberania.
"De qualquer modo, uma carta dessas não altera nada a posição que foi reiterada pelo primeiro-ministro", esclareceu a mesma fonte oficial.
"Se a intenção do senhor Alfredo Reinado for a de se entregar à justiça conforme manda a lei, o governo garante a sua segurança e o tratamento humano segundo a Constituição da República, devido a qualquer cidadão, será absolutamente garantido".
"Se o senhor Alfredo Reinado anunciar o dia, a hora e o local em que tenciona entregar-se às autoridades, a operação da sua captura será congelada, mantendo-se no terreno as forças internacionais, até se comprovar que ele respeita o seu compromisso", acrescentou a mesma fonte.
O advogado de Reinado encontrou-se na semana passada com o representante-especial do secretário-geral das Nações Unidas em Timor (SRSG), Atul Khare.
A porta-voz da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT), Allison Cooper, considerou sem qualquer fundamento a notícia, divulgada hoje num jornal australiano, de que "as Nações Unidas entraram em negociações com os advogados de Reinado".
"O senhor Benevides Correia, na sua qualidade de representante legal de Alfredo Reinado, telefonou ao SRSG na semana passada, pedindo um encontro, um direito que lhe assiste", disse à Lusa a porta-voz da UNMIT.
"O SRSG recebeu o advogado e comunicou-lhe a posição que sempre manteve nesta matéria: Alfredo Reinado tem de enfrentar a justiça", algo que Atul Khare tem repetido em todas as intervenções públicas nas últimas semanas.
"Alfredo Reinado pode submeter-se à justiça por ele próprio ou os órgãos competentes levá-lo-ão perante a justiça", acrescentou Allison Cooper, sobre o teor da posição transmitida na reunião de Atul Khare com o advogado do militar evadido desde 30 de Agosto de 2006 de uma prisão de Díli.
"Os esforços das Nações Unidas em Dezembro e Janeiro, quando a organização fazia parte de um grupo tripartido que manteve conversações com Alfredo Reinado, também foram orientados para convencê-lo a enfrentar a justiça", sublinhou Allison Cooper.
Alfredo Reinado, que enfrenta acusações de posse ilegal de material de guerra, escapou de uma prisão na capital em 30 de Agosto, com um grupo que incluía antigos militares e outros presos.
O ex-comandante da Polícia Militar, cercado em Same, no sul do país, por tropas australianas, escapou no dia 03 de Março a uma operação de captura, que ainda decorre.
A edição de hoje do jornal Timor Post faz manchete com uma entrevista a Reinado, numa peça datada de "Algures".
Reinado está "triste com os acontecimentos de Same", titula o jornal, que coloca em manchete a informação de que "Alfredo está perto de Díli pronto para o diálogo".
Também o programa Foreign Correspondent da cadeia australiana ABC efectuou uma entrevista a Alfredo Reinado, mas localiza-o num sítio "após dois dias de picada".
Reinado declarou à ABC que não pretende "disparar contra australianos", reafirmou que "nunca" terá "uma palavra de rendição" e que apenas se renderá "à justiça, não a alguém ou a uma ordem".
A Lusa tentou, sem sucesso, contactar durante a tarde o advogado Benevides Correia Barros.
PRM-Lusa/Fim
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Jacarta disposta a ajudar "país vizinho e amigo" - MNE indonésio
Berlim, 13 Mar (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Hassan Wirajuda, prometeu hoje ajuda económica e humanitária do seu país a Timor-Leste, e fez votos para que as partes em conflito se reconciliem antes das presidenciais de 09 de Abril.
"Como vizinhos e amigos, estamos atentos ao que se passa em Timor-Leste, e achamos que os conflitos nacionais afectam a segurança do nosso país", disse o chefe da diplomacia indonésia, em Berlim, após uma reunião com a 'troika' da União Europeia.
"Vamos concentrar-nos na ajuda económica a Timor-Leste e, apesar de termos meios limitados, também na ajuda humanitária", disse Hassan Wirajuda.
O responsável pela política externa indonésia destacou ainda a "excelente cooperação actual" entre os governos de Díli e de Jacarta, expressa, nomeadamente, na aceitação dos pedidos do executivo de Timor-Leste para fechar a fronteira comum, ou para a abrir, sempre que é necessário transportar bens e mercadorias.
Jacarta espera também, segundo Hassan Wirajuda, que as forças militares internacionais e a polícia sejam capazes de intervir e encontrar uma solução para a crise em Timor-Leste.
"É particularmente importante que haja uma reconciliação entre os diversos grupos nacionais, e espero que isso aconteça antes das eleições presidenciais", referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio.
A situação em Timor-Leste foi um dos temas da reunião da 'troika' da União Europeia com a Indonésia, na qual a UE esteve representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier e pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus de Portugal, Manuel Lobo Antunes.
Steinmeier sublinhou que tanto a UE como a Indonésia concluíram que "é preciso fortalecer as instituições políticas em Timor-Leste, frisando que a Europa no passado ajudou Timor-Leste, e assume o compromisso de ajudar também no futuro".
Em declarações à Lusa na capital alemã, Manuel Lobo Antunes, confirmou que da reunião entre a UE e a Indonésia "resultou claramente a vontade de ajudar Timor-Leste a superar as dificuldades que actualmente enfrenta e a conduzir o processo político com sucesso".
FA Lusa/Fim
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Preferência de Uma Solução Pacífica
Jornal Nacional Semanário – 11 de Marco de 2007 (online a 14 de Marco de 2007)
O Presidente da República, Kay Rala Xanana Gusmão afirma que a operação das Forças de Estabilização Internacional em Same não tem como objectivo aniquilar Alfredo Reinado e o seu grupo mas é para obrigá-los entregar-se e entregar as armas na posse às Forças Internacionais e responder perante o Tribunal, sobre o caso ainda pendente.
O decorrer da operação, no sábado à noite as Forças Internacionais entraram em tiroteios com o grupo do Major Alfredo que resultou quatro mortes por parte do grupo do Major Alfredo, não sabemos quem foram as vítimas mas é certo que são timorenses os nossos irmãos, portanto de lado as nossas diferenças de ideias e políticas.
O problema de tiroteios entre o grupo de Alfredo Reinado, o público não imaginava que isto iria acontecer, mas se não souber, não há outro meio para resolver esse problema, excepto com munições.
O problema aconteceu, não há necessidade de acusarmos uns aos outros, que a culpa é deste ou daquele, mas cada timorense deve estar consciente que é um problema de todos nós e temos que sugerir ao Estado, ao Alfredo e o seu grupo para se sentarem juntos e resolver os seus problemas através duma via pacífica sem o uso de munições.
Os causadores dos problemas não podem ser demasiado egoístas, não podem considerar-se superiores aos outros que podem fazer tudo enquanto que os outros não fazem nada, e no fim o nosso egoísmo poderá causar prejuízos a nós próprios.
Quando lutamos contra a Indonésia sentíamos orgulhosos com a morte por sentirmos ser heróis que defendiam a Pátria, mas agora o que é que sentimos, não sei só a lei é que pode definir o nosso estatuto, herói ou o que é que somos?
Os jovens nos tempos da resistência, toda a gente os conhecia, eram jovens sem capacidades intelectuais mas eram mais sábios do que os intelectuais, que ao praticarem qualquer acto, pensavam várias vezes, analizando as suas consequências positivas e negativas daquilo que iam praticar. Ao contrário dos jovens de hoje, caem facilmente nas manobras políticas, facilmente influenciados, lutam por interesses de indivíduos ou grupos e ignoram as consequências dos problemas que poderão surgir.
O acontecimento em Same resultou quatro mortos, não sabemos quem serão as próximas vítimas, condenamos fortemente este acontecimento mas é uma decisão do Estado que ninguém poderá impedir. Agora o que passou, passou, e agora é prevenir para que os mesmos problemas não tornam a suceder, temos que resolver os problemas com cabeça fria, não devemos provocar uns aos outros, seria melhor entregar-se para participar num processo legal. A verdade não se fala nas ruas, ou no mato ou nas montanhas, mas é colocada no seu lugar para falar, o seu lugar é no Tribunal.
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Avelino Coelho não quer a Língua Portuguesa
Jornal Nacional Semanário – 11 de Marco de 2007 (online a 14 de Marco de 2007)
Entrevista Especial Com o Candidato a presidente da República Avelino Coelho
“Não vamos utilizar a língua portuguesa porque essa língua causou discriminações e a perda de campos de trabalho para muita gente (…) Neste caso é necessário uma reforma radical no uso da língua. Estudamos o português como uma disciplina, como estudamos o inglês, francês, indonésio, etc.”
No dia 9 de Abril de 2007 (mais um mês) o povo de Timor-Leste participará nas eleições presidenciais. Cada partido fez preparações, em especial os grandes partidos, como a FRETILIN que deposita todo o seu apoio ao Presidente do Partido FRETILIN e Presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres “Lú-Olo” como candidato a Presidente da República, o Partido ASDT ao Proclamador Francisco Xavier do Amaral, o PSD à Dr.ª Lúcia Lobato, o PD avança com o seu Presidente do Partido, Fernando de Araújo “Lasama”, os Partidos UNDERTIM, PMD e PRDT avançam com o candidato independente, ex. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. José Ramos Horta, e o Partido Socialista Timor (PST) com o seu Secretário-Geral, Avelino Coelho.
São seis candidatos que vão entrar em competição no palco político e na campanha das próximas eleições presidenciais. Dos seis candidatos qual é que mais merece ser eleito pelo povo a Presidente da República Democrática de Timor-Leste para os próximos cinco anos, só o povo é que pode determinar.
Relativamente a figura do Secretário-Geral do PST, Avelino Coelho, surgem opiniões de alguns intelectuais e líderes políticos que a competição de Avelino Coelho no palco político não pode ser minimizado por outras figuras.
Portanto para saber o mais profundo porque é que o Secretário-Geral do PST, Avelino Coelho se candidatou para Presidente da República Democrática de Timor-Leste, a seguir acompanhamos uma entrevista conduzida pelo jornalista do Jornal Nacional Semanário, Adérito Santa, com o Secretário-Geral Avelino Coelho.
JNSemanário (JNS) : Quais os preparativos do PST para as eleições presidencial e parlamentar?
Avelino Coelho (AC) : Como Organização política, o PST está preparada em termos de programas, estruturas e mental para participar nas eleições. Falamos de preparação de mentalidade porque um partido político deve estar preparado para vencer e ser derrotado, significa que o partido tem que aceitar o resultado das eleições com a consciência aberta.
JNS : Preparações concretas do PST?
AC : O PST tem a sua estrutura na base, tem os seus quadros políticos-ideológicos preparados para implementar, executar o programa de desenvolvimento do Partido se o PST vencer a eleição parlamentar.
JNS : Quais as actividades do PST realizadas até a data e em que Distritos ?
AC : O PST tem a sua estrutura em todos os Distritos, nomeadamente, Viqueque, Maliana, Ainaro, Manatuto, Liquiça. O PST iniciou a implementação dos centros pilotos para modelo de cooperativas nas produções agrícolas. Em Díli, o PST iniciou há muito tempo a formação de sindicatos. Esta organização consideramos um plano piloto para o desenvolvimento da reforma económica. A política do PST e ver segundo as disposições legais na lei de investimento para possibilitar, dar o direito aos trabalhadores para comprar acções nas fábricas, lojas, restaurantes ou indústrias onde eles trabalham.
JNS : O PST está pronto para entrar em competição com os antigos partidos, essencialmente FRETILIN, ASDT, PSD e PD?
AC : Alguém que quiser participar num jogo político deve estar preparado para ganhar e perder. Portanto é este o princípio do PST.
JNS : Porque é que pensou em candidatar-se a Presidente da República?
AC : Candidatar-me a Presidente da República para dar contribuição ao processo democrático e convencer os jovens para terem coragem de concorrer, não ter apenas confiança na geração de 1975, a geração antiga.
A minha candidatura é para dar outra opção aos jovens e outros componentes que desejam ver reformas no nosso País.
JNS : Da opinião do Secretário-Geral do PST, o Presidente Xanana Gusmão ainda é uma figura para governar esta Nação?
AC : Uma figura para governar este país é visto no contexto do processo dinâmico, é visto no espaço de tempo quando esta figura governou e o resultado dos serviços aquando governou. O que é que o governante fez para desenvolver a vida do seu povo. Destes critérios é que podemos avaliar a aceitabilidade de um líder na sociedade.
JNS : Para além do Presidente Xanana Gusmão, qual é a figura mais aceitada, segundo a sua opinião para governar este País?
AC : Neste momento surgem vários candidatos e agora depende da escolha do povo. Mas para mim o critério básico é uma figura que ama o povo e se governar não pode apenas enriquecer a sua família ou os seus amigos. O Presidente deve ter coragem para pressionar o Governo ou o Parlamento na elaboração da política ou de uma legislação que possa servir o bem-estar do povo do que servir um pequeno grupo.
JNS : Na sua opinião, qual é a figura para Chefe do Governo ou Primeiro-Ministro?
AC : Todos os partidos políticos têm os seus quadros favoritos a Primeiro-Ministro. Se um Partido Político não tiver quadros a essa posição é melhor não participar nas eleições. Se não o povo vai votar nele e ele por sua vez vai escolher outra figura que não tem conhecimento em relação aos programas do partido que venceu as eleições. O partido torna-se uma “carroça” de outras figuras.
JNS : A sua observação relativamente a governação da FRETILIN liderada por Mari Alkatiri ao longo de quatro anos?
AC : O Governo do Dr. Mari Alkatiri fez bastante coisa, mas falhou tudo! A falhança na governação da Nação causou a crise que ainda não foi resolvida. A crise vivida neste momento teve como raiz ou como base a governação e o sistema económico errado implementado em Timor-Leste.
O sistema económico que o Dr. Mari Alkatiri e o seu grupo estabeleceu em Timor-Leste resultou a pobreza e a opressão, a desigualdade à oportunidades que viola a Constituição da RDTL que eles próprios escreveram. “Vocês podem ver que quem estiver mais próximo do Governo ou ter amigos no Governo podem obter tudo. Podem assegurar tudo. Outros não têm oportunidades para viver. Esta situação causou frustrações sociais e o excesso a violência em alguns bairros. Quem não tem possibilidades de viver, sente-se inferiorizado, vive na desconfiança social e praticamente são mais atraídos para cometer crimes como acto de manifestação das suas situações económicas onde eles não conseguem sair destas situações. Cometer a violência como acto de justificação. Atirar pedras às viaturas, danificar os bens alheios e eles sentem-se compensados, apesar de serem atitudes injustas. Agora a quem vamos atirar culpas? Pedimos responsabilidade ao Governo.
JNS: O seu comentário sobre a política do Dr. Mari Alkatiri durante a sua governação?
AC : A política do Dr. Mari Alkatiri é uma política com conteúdo e prática que não corresponde as aspirações do Povo de Timor-Leste. O resultado desta política causou a discriminação social, económica e cultural. A política do Dr. Mari Alkatiri fortaleceu o sistema de amigos, paternalismo vulgar, nepotismo real e corrupções nos Ministérios tanto no aspecto material como mentalidade.
Aspecto mental, significa que quando houver familiares que participam no concurso de qualquer projecto, os oficiais do Governo oferecem a essa família para ganhar o concurso. Em 1975 as pessoas pensavam numa revolução política para derrubar o poder político do colonialismo para uma revolução social, cultural e económica e estabelecer um alicerce para a libertação do povo. Na realidade a libertação política beneficia um pequeno grupo que utilizava esta situação para libertar a si próprios e os seus amigos.
JNS : O seu comentário sobre as relações políticas entre Timor-Leste e a Cuba e Timor-Leste com a China?
AC : Relação diplomática com qualquer país é normal e positivo. O PST não tem preferências de relações diplomáticas com alguns países mas com todos os Países no mundo, tanto a Europa, América, Ásia e o Pacífico.
JNS : Há alguma vantagem nas relações políticas entre Timor-Leste e a Cuba e Timor-Leste e a China, vendo pelo aspecto económico?
AC : Economicamente não vejo nenhuma vantagem porque Timor-Leste não exporta os seus produtos para estes Países. Precisamos de pensar como exportar os nossos produtos aos mercados destes Países. Enviar estudantes para Cuba é um passo positivo, mas o Estado tem que estar preparado quando os mesmos forem médicos e ao regressarem a Timor-Leste têm um local para trabalhar. Não é justo quando terminarem o curso e porque há muitos médicos estes regressam e tornam-se “vagabundos gravatados” na sua Nação.
JNS : A sua opinião relativamente a entrada de Timor-Leste como membro do ASEAN?
AC: É positivo. Timor-Leste precisa de reforçar ainda a sua cooperação com países membros da ASEAN para ter benefício com o progresso alcançado pelos países membros desta Organização.
JNS : No aspecto económico há alguma vantagem?
AC : Haverá vantagem se Timor-Leste tiver produtos para exportar aos países membros da ASEAN. Se não continuamos subordinados ao mercado regional.
JNS : O seu conhecimento relativamente aos Países da ASEAN?
AC : Bem, os meus conhecimentos gerais vendo pelos denominadores do progresso e desenvolvimento dos Países membros da ASEAN. Para desenvolver melhor os conhecimentos e para obter benefícios das nossas relações com a ASEAN na área de segurança, cooperação económica e colocar Timor-Leste como um dos membros no futuro para participar activamente na política regional, vejo que precisamos de trabalhar ainda mais na área diplomática e nos recursos humanos.
JNS : O PST tem esperança que pode obter pelo menos, alguma cadeira no Parlamento Nacional?
AC : Não é uma esperança, mas o resultado de um investimento político e organização que os quadros do PST tendo sido realizado. Em 2001, na eleição da Assembleia Constituinte, o PST ganhou apenas uma cadeira ou 6.483 votos. Nas eleições dos Sucos, apesar de nomear apenas 5 por cento dos candidatos, conseguiu vencer nos 6 sucos, 35 aldeias, com mais de doze mil votos. Vendo estes resultados e o número de cartões recolhidos para a candidatura a Presidente da República que atingiu o total mais de suficiente para formalizar a candidatura, estamos confiantes que nas próximas eleições o PST vai aumentar cadeiras no Parlamento Nacional e haverá uma boa perspectiva de acção parlamentar, forte e coerente para defender os interesses do povo.
JNS : Caso vencer as eleições, quais os programas prioritários do PST?
AC : Se for por determinação de um ciclo normal de processo político e se o PST vencer as eleições em 2007 desejamos uma reforma política, reforma social, reforma cultural, e reforma económica. Não é novidade dizermos que durante os cinco anos de governação do actual Governo, muita coisa foi feita mas ficou falhada e causou uma crise social, política, cultural e económica e em conjunto caracterizou a miséria e discriminação e o sofrimento do povo. Portanto se o PST vencer as eleições temos o plano de reformas a iniciar em todos os sectores. Por exemplo, o que é uma reforma cultural? Na reforma cultural o PST vai começar a utilizar a língua tétum como língua oficial e língua de trabalho.
“Não vamos utilizar a língua portuguesa porque essa língua causou discriminações e a perda de campos de trabalho para muita gente. Basta ver que temos vários formados que não foram utilizados pelo Estado por causa do problema da língua. Vários conselheiros provenientes de diversos países, ganham bom salário enquanto que os timorenses não podem trabalhar. Temos que ultrapassar ou exterminar esta situação. Neste caso é necessário uma reforma radical no uso da língua. Estudamos o português como uma disciplina, como estudamos o inglês, francês, indonésio, etc.
Na reforma económica, o PST vai destruir todas as leis ou políticas do actual Parlamento ou Governo. O PST vai iniciar a reforma económica colocada acima de duas fundações, a saber, a reforma de sistema de organização económica e reforma de sistema de política de investimento e prioridades de sectores.
O PST não vai falar do investimento estrangeiro em grandes escalas mas vai tomar medidas para investir receitas do Mar de Timor no sector agrícola.
Este investimento será assentada nas fases de mecanismo, modernização e industrialização do sector agrícola e orientado para extensificação e diversificação de produtos agrícolas com orientação à exportação. O PST vai aplicar taxas ou impostos para os produtos que produzimos e que os outros importam.
Não podemos continuar a importar arroz mas temos que exporta-lo. A exportação é que pode aumentar receitas e mudar a economia do povo. Na reforma económica, em essencial no sector agrícola, o PST vai formar brigadas agrícolas para mobilizar cooperativas no sector agrícola, abrir fábricas e estabelecer o mercado nacional e regional para ofertas.
JNS : Pensa em fazer alguma coligação com outros partidos?
AC : A Coligação pode ser feita mas com um princípio de que uma coligação não é apenas para obter cadeiras, mas para acertar as prioridades políticas de desenvolvimento. Se algum partido ganhar uma maioria e deseja estabelecer a coligação com o PST para formar o Governo, aceita-se desde que este partido concorda com o programa ou plataforma de desenvolvimento do PST. Se não aceitar, o PST também não vai aceitar a coligação. A coligação não é para governar mas para servir o povo e a coligação é feita com base na concordância do programa de desenvolvimento.
JNS : O seu comentário relativamente ao desenvolvimento económico durante a governação do Dr. Mari Alkatiri após a restauração da independência?
AC : Totalmente paralizado. A paralisação do desenvolvimento económico é a base da crise social política em Timor-Leste. O Dr. Mari Alkatiri não fez nada. A sua política e as prioridades de desenvolvimento resultaram a classe elite (classe social) privilegiada, cronismo, pequena burguesia e discriminações nas diversas áreas.
O pior, o Governo de Alkatiri não trouxe a libertação do povo mas a dependência em todas as áreas nos estrangeiros. A política administrativa e gestão de Alkatiri resultou corrupções em todos os sectores. O sistema político e social de Timor-Leste foi coroído totalmente. O povo ignora onde está depositado o fundo do Mar de Timor e a sua utilização.
JNS : O que é que acha com a figura do Dr. Mari Alkatiri?
AC : Bem, não quero falar sobre isto. A figura de alguém é relativa, depende do aspecto emocional, etc.
JNS : A crise política aconteceu na governação da FRETILIN até a data, os problemas no País não foram resolvidos mas vão sempre aumentando. Segundo a sua opinião será que a FRETILIN poderá vencer as eleições gerais de 2007?
AC : Voltamos ao povo. Se deseja a sua libertação vote por outros partidos. Se deseja viver na miséria, pobreza, vote pela história.
JNS : Se o PST não conseguir obter cadeiras no Parlamento Nacional, e se os partidos da oposição vencerem, qual é o contributo do PST para exterminar a crise?
AC : Se não estamos no Governo e no Parlamento não podemos resolver problemas. O que podemos e apresentar sugestões ou opiniões para ajudar quem está a governar. Isso é uma contribuição mínima. Portanto o povo se quiser sair da opressão tem que saber escolher os seus governantes. Vemos a lei de pensão. O que é isto? O povo vive na miséria enquanto os depurados elaboram uma lei para salvar os seus interesses. Se continuam a votar neles poderão votar.
JNS : Segundo a sua ideia, como pode exterminar essa crise?
AC : Já tinha dito que a raiz da crise é o fundamento económico. A política que o Dr. Mari Alkatiri implementou em Timor-Leste resultou um modelo de sociedade de “gentes dependentes”. Há quem não tem trabalho, não tem dinheiro e são facilmente manipulados e utilizados. Portanto para exterminar a crise temos que iniciar uma reforma económica, reformas nas áreas urbanas e desenvolver as áreas rurais e a execução de uma política de desenvolvimento que possa transformar as áreas rurais a cidades e possa possibilitar a circulação de dinheiro a todos os níveis. Acima de tudo dar serviços a toda a gente para que cada indivíduo possa começar a mudar o seu modelo de vida e pôr termo a dependência económica.
JNS : Apesar do PST ser um novo partido tem um bom programa, se o povo dar a sua confiança ao Secretário do PST através das eleições gerais para governar a Nação. Está pronto para ser Presidente da República ou ser o Primeiro-Ministro?
AC : Bem, neste momento os proponentes propõe-me como candidato a Presidente da República. Se vencermos a eleição presidencial e vencer a eleição parlamentar então será mais fácil para que o PST possa executar toda a sua política. Como já tinha dito que se o PST vencer vai fazer reformas a todas as políticas injustas, ou algumas leis justas mas que oprimem o povo para o início de uma política de desenvolvimento gradual para libertar todo o povo da miséria, opressão, dependência, discriminação e injustiça. O PST tem bons quadros a Primeiro-Ministro. Se o PST vencer vamos mudar as atitudes e mentalidade dos governantes. O PST não vai dar facilidades para serem utilizadas por membros do Governo. Os membros do Governo têm os seus salários. Neste caso se quiserem ter viaturas compram por si próprio. O Estado não pode comprar viaturas como comprar “cogumelos” aos membros do Governo enquanto o povo vive a miséria. Quem governar tem que assegurar este princípio durante toda a sua vida: VENHA PARA SERVIR E NÃO SER SERVIDO PELO POVO.
JNS : A relação do Secretário-Geral do PST com os líderes da Nação?
AC : Uma relação normal.
JNS : O que é que acha com a separação da Igreja Católica e o Governo?
AV : Se o PST vencer as eleições presidencial e parlamentar o PST tem a sua política de educação, baseada na experiência de anos e anos toda a gente deve aceitar que a Igreja desempenhou um papel importante, na área de educação. A educação assegurada pelas instituições católicas demonstram sempre uma boa qualidade. O papel social da Igreja é libertar a sociedade do analfabetismo e a nossa igreja desempenhou bem este papel apesar de diversas limitações.
Vendo esta realidade e a preocupação na formação integral dos nossos jovens, se o PST vencer as eleições, o PST vai estabelecer uma cooperação com a Igreja Católica e entregar o sector de educação para ser assegurada, orientada e desenvolvida pelas instituições católicas. O Governo vai assistir o orçamento e facilidades necessárias. O PST defende a realização deste conceito com princípio de que o Estado tem que subsidiar as instituições católicas para gerirem a área de educação.
O PST vai diminuir o número das escolas públicas a serem convertidas em escolas sob a gestão das instituições católicas que exercem funções na área da educação. O PST tem confiança que na área da educação o Estado vai iniciar uma formação com novos valores para serem implantados dentro da sociedade, estabelecer uma nova sociedade que implementa os seguintes princípios:
“Defender os bens comuns, solidariedade mútua, subsidiaridade e executar acto de reciprocidade mútua”. Uma nova sociedade proveniente de uma educação integral. O PST tem esperança que com uma educação de qualidade poderá estabelecer uma sociedade que desejamos como um novo modelo em comparação com o modelo de sociedade que o Governo de Alkatiri deseja estabelecer em Timor-Leste, uma sociedade de dependência, sociedade raquítica na mentalidade, uma sociedade onde as pessoas pensam apenas nos seus interesses e do grupo. Temos que combater estes valores antigos.
Por Malai Azul 2 à(s) 00:05 0 comentários
Traduções
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "