Oct 6, 2008 8:53 PM
TVNZ
A Polícia de Timor Leste recebeu ordens para criar ‘postos de controlo’ e para intensificar as patrulhas oficiais, a fim de evitar que os funcionários policiais continuem a levar as armas para casa, depois dos crescentes sinais de tensão naquela força policial.
Foi ordenada uma operação policial que visa a busca de armas ilegais em automóveis, com o objectivo de fazer com que os agentes policiais deixem de levar as suas armas para casa, ilegalmente, quando não estão de serviço.
Esta ordem surge na sequência de um folheto inflamatório, posto a circular, apontando para um reacendimento das tensões regionais entre os funcionários policiais, semelhante à brecha que se abriu entre as forças armadas, há dois anos, e que culminou nas acções de violência e morte já conhecidas.
Timor-Leste foi dilacerado, em 2006, quando as tensões Leste-Oeste provocaram profundas divisões nas forças armadas, que desencadearam uma onda de violência da qual resultaram 37 mortes e cerca de 150.000 deslocados.
O folheto ameaça com acções "contra o governo" se alguém do Leste de Timor-Leste for nomeado como comandante da Polícia Nacional.
O Comandante interino da polícia, Afonso de Jesus, disse hoje que os polícias haviam sido expressamente avisados, para se certificarem de que os funcionários não estavam a levar as suas armas para casa.
"O regulamento em vigor ordena que, quando os polícias cessam as suas funções, as suas armas devem ser depositadas no arsenal", disse Afonso de Jesus. Contudo, alguns vão para casa e continuam a levar as armas consigo."
Foi dada uma ordem, aos polícias operacionais, exigindo a criação dum posto de verificação perto da residência do Secretário de Estado da Segurança, que foi incumbido da nomeação do novo comandante da polícia.
A Polícia da ONU dizia, na semana passada, que estavam a tomar muito a sério o aparecimento do folheto e que iriam tentar confirmar a sua fonte.
"Estamos atentos a qualquer informação, independentemente da sua classificação," afirmou o comandante da polícia da ONU Juan Carlos Arevalo.
O Grupo de Crise Internacional (ICG), afirmou na semana passada que o folheto era "profundamente preocupante".
"Como vimos antes, se deixamos avolumar esse sentimento de discriminação e ressentimento, podem advir daí sérios problemas", disse a analista do ICG, em Timor-Leste, Anna Powles.
Foram ainda detectados outros sinais da existência de problemas no seio da força policial.
Recentemente, membros da Unidade ‘Task Force’ ameaçaram com uma greve, baseada numa disputa salarial, originando um confronto acalorado na Sede da Policia.
E o Procurador-Geral Longuinhos Monteiro revelou, na semana passada, que Afonso de Jesus, o comandante interino da polícia, estava a ser interrogado relativamente a questões disciplinares.
Fonte: AAP
Tradução livre de: LenaLorosae
terça-feira, outubro 07, 2008
Polícias instados a deixarem as armas no quartel
Por Malai Azul 2 à(s) 08:27 0 comentários
AS TRÊS IRMÃS TRANCADAS
por Carlos Correia Santos
Essa é a história esquisita de três irmãs que viviam trancadas em casa. Altiva, Irana e Solita. Três criaturas realmente estranhas. O maior sonho que acalentavam? Chegar ao patamar de seres mais sábios do mundo. Por isso, viviam reclusas. Não queriam perder tempo com as bobagens da vida. Viviam cercadas por pesquisas e mais pesquisas. Pesquisas sobre como ficar mais e mais inteligentes. Pesquisas sobre como vencer seus concorrentes. Estudos sobre segredos para o sucesso.
Altiva passava o tempo inteiro com o queixo erguido. Só se interessava pelas informações que vinham do alto de suas estantes. Não olhava nunca para baixo. Não admitia nada que viesse de um nível inferior. Irana enchia-se de ira quando era interrompida em suas leituras. Gritava. Bradava. Não suportava ter de parar suas preciosas consultas para fazer qualquer outra coisa. Solita, por sua vez, pedia sempre para ficar só. Detestava ter que dividir suas descobertas. Odiava partilhar.
Três irmãs estranhas que só queriam uma coisa: sabedoria! Viviam tão mergulhadas em suas próprias idéias que não ouviam. Sim, não ouviam as batidas que se repetiam na porta trancada. Desde que se recolheram ali, alguém passava horas sem fim batendo à porta daquela assustadora casa. Alguém que queria entrar e se juntar a elas. Mas as três faziam questão de não ouvir. Havia tempo em que as batidas se tornavam nervosas. Havia tempo em que eram frágeis. Noutros, alegres. Em outros mais, tristes, muito tristes. Altiva, Irana e Solita ignoravam. Não davam a mínima. Não davam a menor importância. Tanto insistiu a quarta criatura, tanto bateu que, um dia, puiu a madeira e a porta desabou.
As irmãs apenas então resolveram perceber a situação. Tomaram um grande susto diante do incidente. Apenas então viram. Viram que quem passara estas épocas todas batendo e batendo era uma mulher com longuíssimos cabelos brancos. Cabelos que caiam pelos pés e faziam pelo chão rios de idéias, conceitos e noções. Uma mulher inteira vestida com fatos, circunstâncias e ideais. Uma mulher tão idosa quanto o universo e, ainda assim, aparentemente tão jovem quanto uma criança que ainda nem nascera. As irmãs olharam para aquela outra com fascínio e perguntaram num só tom de voz: “Quem és tu, belíssima?”. A outra sorriu inteligências e respondeu com luz: “Eu sou quem vocês tanto queriam encontrar. Sou a Sabedoria”.
Em meio a profundo espanto e emoção, o trio voltou a falar em uníssono: “Entre, portanto. Venha ser nossa companheira por todo o destino”. A Sabedoria de novo riu. Agora, no entanto, com mistério e poemas. Riu e disse: “Só fico com quem me abre a porta. A porta do coração. Não permaneço com quem se perde por si mesmo e não me ouve”. E foi-se a Sabedoria. Para nunca mais voltar.
*Carlos Correia Santos é poeta, contista e dramaturgo, autor selecionado no Edital Curta Criança do Ministério da Cultura e premiado pela Funarte na categoria teatro infanto-juvenil.
Contatos: carloscorreia.santos@gmail.com / contista@amazon.com.br
Por Malai Azul 2 à(s) 02:35 0 comentários
Relíquia de Santo Antônio é levada a franciscanos do Timor
Díli, 5 out (Lusa) - Um fragmento do osso do braço direito de Santo Antônio está desde sábado num convento franciscano na capital do Timor Leste, afirmou à Agência Lusa o padre Vítor Melícias.
Segundo o sacerdote português, o fragmento "foi retirado do osso do braço segundo todas as regras e é a maior relíquia que os franciscanos têm".
A relíquia permanece desde sábado no Convento de São Francisco de Fatuberliu, em Alas, Manufahi, no sudoeste do país, depois de uma cerimônia dirigida pelo bispo de Díli, Alberto Ricardo da Silva.
A oferta da relíquia teve como pretexto a instalação no Timor Leste da Fundação de Santo Antônio de Lisboa, explicou Vítor Melícias.
Há atualmente três frades franciscanos em Díli, no bairro de Becora, um deles timorense (que é o superior) e dois brasileiros.
Melícias ressaltou que a oferta tem especial significado porque a evangelização do Timor começou com um frade franciscano, frei António Taveira, que chegou a Oécussi em 1556 e batizou os primeiros timorenses com o sobrenome "da Cruz".
O sacerdote, que é o superior dos franciscanos portugueses desde abril de 2007, foi nomeado há um mês como delegado-geral da Ordem para a Fundação de Santo Antônio de Lisboa e é nessa qualidade que visita o Timor Leste.
O ex-comissário português para Apoio à Transição no Timor Leste se encontra na segunda-feira com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e visita um terreno para possível construção de um novo imóvel para os franciscanos no país.
Santo Antônio, com o nome de batismo de Fernon Martin di Bulhon y Tavera Azeyedo, nasceu em Lisboa em 1195 e morreu em Pádua, na Itália, em 1231.
Na cidade italiana, está a outra relíquia de Santo António, "a língua incorrupta", como lembrou o padre Vítor Melícias.
Por Malai Azul 2 à(s) 02:33 0 comentários
Traduções
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "