sábado, fevereiro 16, 2008

Xanana Gusmão recusa Comissão de Inquérito Internacional

Xanana e Lasama pediram uma equipa do FBI, ao qual o governo americano já terá dito que enviava para Timor-Leste.

Mas segundo fontes próximas o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão vai recusar fazer o pedido de uma Comissão de Inquérito internacional.

Amanhã a FRETILIN fará formalmente no Parlamento a proposta de uma Comissão de Inquérito Internacional.


Qual será a reacção da AMP liderada por Xanana Gusmão?...


Estaremos lá para ver.

Sobre a "emboscada" a Xanana Gusmão

Apenas um dos carros da comitiva de Xanana Gusmão tinha furos de bala, dois no capot.

Quem conhece a estrada onde supostamente Gastão Salsinha atacou os carros, "é impossível terem estava debaixo de fogo e não haver vítimas, nem furos de bala nos carros", segundo especialista militar.


Apenas os pneus foram atingidos.

Mari Alkatiri confirma que o acordo estava por dias

Em declarações à RTP, Maria Alkatiri confirma que o acordo estava por dias e que se isto não tivesse acontecido, já estaria tudo resolvido.

Paulo Dentinho, jornalista da RTP, finaliza a reportagem com a pergunta que todos fazem: A quem interessava neste momento a morte de Reinado?...

GNR não está envolvida em operações contra grupo de Gastão Salsinha - capitão Martinho

Díli, 16 Fev (Lusa) - O subagrupamento Bravo da GNR em Timor-Leste não está envolvido em qualquer operação contra os rebeldes que segunda-feira atacaram o presidente e o primeiro-ministro timorenses, afirmou hoje o respectivo comandante.

"Não, não é essa a nossa missão", disse o capitão João Martinho quando questionado pelos jornalistas se os 141 militares da GNR estavam envolvidos na operação de captura do grupo liderado até segunda-feira por Alfredo Reinado e que agora é comandado pelo ex-tenente Gastão Salsinha.

"A nossa missão é garantir a segurança e a tranquilidade pública aqui em Díli", disse o capitão João Martinho, salientando que não recebeu "nenhum tipo de informação sobre o paradeiro" do líder do grupo que emboscou a coluna do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, na estrada que liga Balíbar a Díli.

Gastão Salsinha, um ex-tenente das Falintil- Forças de Defesa de Timor-Leste, liderava o grupo de cerca de 600 peticionários que em 2006 foi afastado das forças de defesa e juntou-se mais tarde ao grupo de Alfredo Reinado, tornando-se no seu "número dois".

Na segunda-feira, enquanto Alfredo Reinado atacava a residência de José Ramos-Horta, Gastão Salsinha orientava a emboscada a Xanana Gusmão, em dois ataques que acabariam por provocar ferimentos graves no chefe de Estado mas deixariam ileso o primeiro-ministro.

No ataque à residência do presidente, Alfredo Reinado foi morto pela segurança, tal como o seu companheiro Leopoldino.

Em consequência do ataque, o juiz que lidera o processo "Reinado" emitiu mais cinco mandados de captura, todos dirigidos a indivíduos não civis e onde consta o nome de Gastão Salsinha.

O juiz enviou aos comandantes das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) e da Polícia das Nações Unidas (UNPOL) um despacho em que recordava a "urgência" do cumprimento dos mandados de captura.

Em vigor continuam, no entanto, outros 13 mandados dos 17 emitidos em meados de 2007 contra elementos do grupo de Alfredo Reinado, dos quais dois referente a elementos presos e outros dois a Reinado e a Leopoldino, mortos no ataque de segunda-feira.



JCS/PRM.

Lusa/fim

General Ruak confirma "Operação Limpeza" e lança apelo aos políticos

Díli, 16 Fev (Lusa) - O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior-general das Forças Armadas timorenses, confirmou hoje a realização de uma operação de "caça ao homem" perto de Díli e apelou aos políticos "para não se preocuparem com assuntos mesquinhos partidários".

Taur Matan Ruak anunciou que as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) efectuaram quinta-feira uma operação, denominada "Limpeza", de captura do grupo agora liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, tal como a Agência Lusa noticiou sexta-feira.

"Foi a primeira vez que o Estado timorense autorizou uma operação autónoma das F-FDTL", explicou o brigadeiro-general Ruak.

Um duplo ataque aconteceu segunda-feira à residência do presidente timorense, José Ramos-Horta, a leste de Díli, sob a liderança do major Alfredo Reinado, e, um pouco mais tarde, a sul da capital, à coluna onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, por um grupo chefiado pelo ex-tenente Gastão Salsinha.

No primeiro ataque, em que o chefe de Estado ficou gravemente ferido, foi morto Alfredo Reinado e um dos seus homens, mas o resto do grupo pôs-se em fuga "nessa mesma noite para Dare", nas montanhas a sul de Díli, afirmou o brigadeiro-general.

Segundo Taur Matan Ruak, as F-FDTL lançaram a operação de busca na área de Meti-hau e Becora mas não conseguiram capturar ninguém porque não tinham mandados de busca que permitissem aos militares entrar dentro das casas.

"Vamos pedir mandados para entrar dentro e em redor das casas", afirmou hoje o brigadeiro-general Ruak numa conferência de imprensa realizada na Base Naval de Hera, a leste de Díli.

"Alguma coisa não está bem", acrescentou o brigadeiro-general Ruak sobre o apoio da população ao grupo que é agora chefiado pelo líder dos peticionários das Forças Armadas, o ex-tenente Gastão Salsinha.

"Não prometo apanhar Salsinha, o que estamos a fazer é aplicar um mandado do Ministério Público", explicou o brigadeiro-general Ruak.

"Não lhes peço para se renderem, mas para encontrarem uma solução pacífica para esta situação", respondeu ainda o brigadeiro-general Taur Matan Ruak perante a insistência dos jornalistas sobre as regras operacionais das F-FDTL nas buscas dos suspeitos.

O CEMGFA timorense deixou três apelos, aos políticos, aos jovens e à população.

Aos políticos, pediu que "não se preocupassem com assuntos mesquinhos partidários" e "para se unirem em torno dos grandes interesses nacionais, a democracia e a liberdade" por que os timorenses lutaram "tanto tempo".

Aos jovens, "que podem comprometer o futuro do país", Taur matan Ruak pediu que não seguissem figuras que põem em causa a paz e a estabilidade do país.

À população, o CEMGFA avisou que a cobertura do grupo de gastão Salsinha "não conduzirá a nada e põe em risco a sua segurança".

"Não é bom fazerem isso. Só contribuem para o agravamento da situação", alertou o militar.

Taur Matan Ruak dirigiu-se também aos peticionários: "Não hesitem, decidam, o Estado está aberto a uma solução".

Ao grupo de Gastão Salsinha, o brigadeiro-general pediu que "reflicta sobre toda a situação e ganhe coragem" para se entregar.

PRM/JCS

Lusa/fim

Rectificação ao post anterior

Ainda não havia um acordo com a FRETILIN. E o acordo também incluia a AMP.

Ramos-Horta estava a negociar um acordo com a AMP e a FRETILIN, mas o último encontro na semana passada não foi conclusivo. Ainda não havia acordo.

O Presidente da República queria anunciar até dia 20 de Maio, uma amnistia e perdões presidenciais, que não eram apenas para Alfredo Reinado, mas PARA OS CRIMES COMETIDOS DURANTE O PERÍODO DA CRISE.

Com esta decisão, estavam abrangidas algumas pessoas já condenadas como Rogério Lobato, militares das FDTL, peticionários, o grupo do Reinado, e teria como consequência também que os oficiais das FDTL, como o General Matan Ruak e o Coronel Lere, nunca seriam alvo de processos.

Ramos-Horta disse a várias pessoas do seu circulo de confiança que se a FRETILIN e a AMP não aceitassem a amnistia que renunciava ao cargo de Presidente.

Cai por terra a teoria de João Carrascalão que pretende incriminar "alguns sectores das FDTL".

Mas Xanana Gusmão continua a ter todos os motivos para querer silenciar Reinado e Ramos-Horta.

Ramos-Horta fez mais um acordo nas últimas semanas

Não foi só com Alfredo Reinado, com quem Ramos-Horta fez um acordo. Esse acordo passou por outro com a FRETILIN.

Ramos-Horta anunciou a várias pessoas na semana passada ter feito um acordo com a FRETILIN, de forma a resolver a questão dos deslocados e a situação de Alfredo Reinado.

O Presidente disse que aceitava as condições da FRETILIN e que marcaria eleições, o mais tardar para Agosto de 2009.

As suas palavras foram "Já transmiti a Xanana Gusmão, que se este governo continuar como até aqui sem resolver os problemas do país, nem seria preciso a FRETILIN ter exigido eleições antecipadas."


Temos quase a certeza absoluta que João Carrascalão sabe deste acordo com a FRETILIN, só não sabemos porque não o transmitiu à imprensa australiana, como o fez em relação ao acordo com Reinado.


Aliás, os altos responsáveis das Nações Unidas também o sabem, os bispos também, o corpo diplomático também. Quase todos pensam que por detrás deste golpe está o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, com a ajuda do governo australiano, que de uma vez acabava com Reinado que o incriminava no golpe de 2006, e com Ramos-Horta que iria marcar eleições antecipadas.
Tendo uma amnistia do Presidente, com a aprovação da FRETILIN. Reinado iria falar à vontade sobre o golpe de 2006 e incriminar Xanana Gusmão e as forças australianas.
Xanana Gusmão seria demitido ainda em Maio deste ano, depois de 20 de Maio, data da Restauração da Independência, na qual o Presidente Ramos-Horta anunciaria que Alfredo Reinado já não tinha que prestar contas à Justiça.

Está dito.

Ramos Horta and Reinado had amnesty deal

The Age
Lindsay Murdoch
February 16, 2008





Jose Ramos Horta and Alfredo Reinado, a month before the attack on the President.
José Ramos Horta e Alfredo Reinado, um mês antes do ataque ao Presidente.

Photo: Glenn Campbell

THIS is the moment (right) when Jose Ramos Horta thought he had secured a peaceful future for East Timor. Standing on the steps of the ruins of an old Portuguese fort in East Timor's rugged mountains, the country's President smiles and shakes hands with rebel leader Alfredo Reinado on a secret deal that would see Reinado pardoned for murder and armed rebellion in an amnesty on May 20, the anniversary of East Timor gaining independence. The two men then sat down for a feast of goat, lamb and chicken, served with fine wines. They departed in high spirits.

"I'm off to a cockfight," Reinado said with a grin as he drove away.

Four weeks later Reinado, a cult hero figure to many young Timorese, is dead and Mr Ramos Horta is fighting for his life in Royal Darwin Hospital, suffering from gunshot wounds. Exclusive photographs of the men's meeting, obtained by The Age, show that Mr Ramos Horta went unarmed and unescorted to the fort.

Reinado, then East Timor's most wanted man, had secured it, his heavily armed men standing guard at strategic locations along the fort's crumbling walls.

The deal they struck included Reinado being put under house arrest, guarded by New Zealand troops as he faced court before the pardon that would also include his men.

But in the weeks after the meeting Reinado, who had been on the run for 17 months after leading a mass jail escape, became deeply paranoid and delusional and feared he was losing his authority.


Tradução:

Ramos Horta e Reinado tinham acordo para amnistia

The Age
LindsayMurdoch
Fevereiro 16, 2008

Este é o momento quando José Ramos Horta pensava que tinha garantido um futuro pacífico para Timor. Em pé nos degraus das ruinas dum velho forte Português nas montanhas de Timor-Leste o Presidente sorri e aperta a mão ao líder amotinado Alfredo Reinado num acordo secreto que levaria a que Reinado fosse perdoado por homicídio e motim armado numa amnistia em 20 de Maio, o aniversário da independência de Timor-Leste. Depois os dois homens sentaram-se para uma refeição de cabra, carneiro e galinhas, servidos com bons vinhos. Separaram-se muito animados.

"Vou par uma luta de galos," disse Reinado com um piscar de olhos quando partiu.

Quatro semanas depois Reinado, uma figura herói de culto para muitos jovens Timorenses, está morto e o Sr Ramos Horta está a lutar pela vida no Royal Darwin Hospital, sofrendo de ferimentos por balas. Fotografia exclusiva do encontro dos dois homens, obtida pelo The Age, mostra que o Sr Ramos Horta foi desarmado e sem escolta ao forte.

Reinado, então o homem mais procurado de Timor-Leste, tinha montado a segurança ao local, com os seus homens fortemente armados a faer guarda em locais estratégicos ao longo das paredes em ruínas do forte.

O acordo a que chegaram incluía Reinado ser posto sob prisão domiciliária, guardado por tropas da Nova Zelândia enquanto enfrentava o tribunal antes do perdão que também incluiria os seus homens.

Mas nas semanas depois do encontro Reinado, que andava em fuga há 17 meses depois de liderar uma fuga em massa da prisão, tornou-se profundamente paranóico e com manias de grandeza e receava estar a perder a sua autoridade.

A emboscada a Alfredo Reinado e a Ramos-Horta também - versão do João Carrascalão


Trust shot to pieces in Timor

The Australian
By Paul Toohey in Dili
February 16, 2008 01:00am

• Few believe rebel leader was the real culprit
• Speculation of other forces at work
• Reinado didn't seem a cold-blooded killer


EAST Timor is a changed land, with what remained of its simple innocence lost the moment gunmen opened fire on its most revered statesmen.

These leaders - particularly President Jose Ramos Horta - liked to move among the poor, touching them, talking to them, reassuring them that they would never be forgotten.
All that is gone. There is no one left to trust.

There are many different versions of what happened on Monday morning. Prime Minister Xanana Gusmao has gone for the simplest.

He yesterday said he could, under other circumstances, imagine that Major General Alfredo Reinado may not have intended to kill the President - except for the fact that on this occasion there was another group of men waiting to ambush him as he drove to his Dili office in a motorcade. "It was a well-coordinated attack," said Gusmao.

But the story has taken a deeply sinister turn, with Ramos Horta's brother-in-law, Joao Carrascalao, claiming that both the President and Reinado were set up and attacked by, it would seem, sections of the army, or F-FDTL.

The suggestion is that the Australian-led International Security Force, trying to track down two groups of Reinado's men, are looking for the wrong people.

Despite Gusmao's confidence that this was a double assassination attempt by Reinado's group - a view he is certainly entitled to, given his vehicle was shot up by renegades - virtually no one in East Timor believes it.

Not even Reinado, an accomplished bigmouth who liked to taunt the Government in media interviews and his own DVD propaganda releases, seemed capable of an act of such outright stupidity.

Semi-official version of events questioned

The semi-official version is that Ramos Horta was on his early morning run. Reinado and his offsider Leopoldino entered the presidential compound and were shot dead by the F-FDTL guard.

As Ramos Horta returned with his bodyguards, they came upon the remainder of Reinado's men - four or five of them - who were concealed in the deep open storm drain outside the front gate of the compound. The group turned their weapons on the President and started firing.

What does seem clear is that Reinado and Leopoldino were shot early in the raid - if it was a raid.

Most East Timorese, from senior government ministers to the ordinary but news-aware street people, are convinced it was a set-up.

Carrascalao, an MP, is married to Ramos Horta's sister, Rosa. Her brother, Arsenio, was in the compound when the shooting started.

"The sequence is this," Carrascalao says. "My bother-in-law Arsenio rang my wife from the compound saying there was shooting. My wife then immediately rang Jose Ramos Horta on his morning walk. Jose told her that he heard some shooting in the direction of the house and he was going back to investigate. He had one bodyguard with him."

Why this bodyguard did not prevent his President from walking into a gun battle is somewhat mysterious, but it may be as simple as the fact that Ramos Horta had relatives inside and could not be prevented from approaching.

Carrascalao continues: "Arsenio rang again a few minutes later saying, 'Jose is wounded'. My wife rang the hospital and they dispatched an ambulance. It did not come to him straight away.

"I have another niece that lives at Balide (about a 15-minute drive from Ramos Horta's compound). She tried to go to the house but outside the Hotel California (on the coast road near the Ramos Horta residence), the UN police tried to prevent her from proceeding. Someone - I don't know who - had rung the UN police. They stayed about 300-400m away. They didn't go in. They were even trying to prevent the ambulance from entering."

Carrascalao says the ambulance finally ignored the UN guard and proceeded through to the villa.
"Jose didn't know Reinado was coming,' Carrascalao says. "Not at all. He was very confident he was going to resolve the problem (of the renegade major taunting the Government after fleeing prison following the laying of murder charges). He would talk to Reinado any time but he would never invite Reinado to his house. I can go there unannounced, but he's my brother-in-law. It's a private house."

Ramos-Horta's brother doesn't believe Reinado meant to kill

Carrascalao does not believe Reinado went to kill the President. "I personally don't think someone who had military training would ever prepare something to kill Jose in that way. I'm not a military man but I don't think they would do it.

I think - I can speculate - I think they were both ambushed. I think both Jose and Reinado were tricked."

One of Horta's guards said, on the day of the attack, that Reinado's band disarmed the guards at the front gate. All the men were wearing balaclavas except for Reinado.

Reinado and Leopoldino prowled the compound, finding a house lady and demanding to know where Ramos Horta's bedroom was. They kicked in the door and were engaged by guards and shot dead.

One suggestion is that Reinado had been told Ramos Horta wanted to see him. When he arrived at the front gate and was told Ramos Horta was not there, the self-important Reinado stormed in and demanded his promised audience.

Carrascalao points to the fact that the President was shot in the back as he walked up the hill towards Reinado's men hiding in the storm drain. "Jose was shot in the back. He was not running away. The shots came from behind. The indications are that it was not Reinado's men who shot him - it was a set-up. There was another group laying in wait, across the road."

Carrascalao says there is no doubt Reinado and Leopoldino were shot inside the compound, by F-FDTL guards using machine-guns.

In short, he believes Reinado was summoned to the scene, by someone, to set him up for killing his brother-in-law, the President.

"I think someone had told Reinado to come down and meet Horta. That is my personal belief.

Knowing Jose, knowing how punctual he is, he would never leave the house without keeping an appointment." He also suggests it is possible that Reinado's own balaclava-clad colleagues may have led him into the trap.

As for the ambush on the Prime Minister, Carrascalao believes it was part of a co-ordinated attack but says: "By whom I don't know."

Carrascalao is a free-speaking man. If he thought Reinado's men had tried to kill the President, he would have little hesitation in saying so.

The ISF has for the past three days been prowling the hills above Dili looking for 18 men who it is believed are associated with Reinado's band. One of them is second-in-command, Lieutenant Gastao Salsinha, who is accused of leading the prime ministerial ambush. He insisted several days ago that he had nothing to do with it. Given he is being hunted, he might well say that.

But if you wind back to the start of this problem, in April 2006, when Timor was torn by rioting and mutiny within the armed forces, it was Reinado and Salsinha who abandoned their roles in a protest against the violent actions of the army they were serving in.

Even when Reinado came down from the hills in 2006 and was involved in a gun battle with the army, which saw him charged with murder, vision of the encounter showed him repeatedly warning the army soldiers approaching him that he didn't want to kill them.

Reinado may have seen himself as a freedom fighter, but he never seemed like a cold-blooded killer.


Tradução:

Confiança partida em bocados em Timor

The Australian
Por Paul Toohey em Dili
February 16, 2008 01:00am

• Poucos acreditam que o líder amotinado era o réu real
• Especulação do trabalho doutras forças
• Reinado não parecia um assassino de sangue-frio

Timor-Leste é uma terra mudada, com o que parecia a sua inocência simples perdida no momento em que pistoleiros abriram fogo contra os seus estadistas mais reverenciados.

Esses líderes - particularmente o Presidente José e Ramos Horta – gostavam de andar entre os pobres, tocando neles, reassegurando-os que nunca seriam esquecidos.
Tudo isso foi-se. Já não há ninguém em quem confiar.

Há muitas versões diferentes do que aconteceu na Segunda-feira de manhã. O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão foi pela mais simples.

Ontem, ele disse que podia, sob outras circunstâncias, imaginar que o Major General Alfredo Reinado podia não ter a intenção de matar o Presidente – excepto para o caso que nesta ocasião havia um outro grupo de homens à espera de o emboscar quando ia numa caravana para o seu escritório em Dil. "Foi um ataque bem coordenado," disse Gusmão.

Mas a história tomou uma volta profundamente sinistra, com o cunhado de Ramos Horta, João Carrascalão, a afirmar que ambos o President e Reinado tinham sido enganados e atacados pelo que pareceria ser secções das forças armadas ou F-FDTL.

A sugestão é que a Força Internacional de Segurança liderada pelos Australianos que estão a tentar encontrar os dois grupos dos homens de Reinado, andam à procura das pessoas erradas.

A pesar da confiança de Gusmão disto ter sido uma dupla tentativa de assassínio pelo grupo de Reinado – uma opinião a que ele tem o direito dado que o seu veículo foi baleado pelos desertores – virtualmente ninguém em Timor-Leste acredita nisto.

Nem mesmo Reinado, um completo desbocado que gostava de provocar o Governo em entrevistas nos media e em emissões de propaganda nos DVD do próprio, parecia capaz dum acto de tal estupidez.

Versão semi-oficial dos eventos questionada

A versão semi-oficial é que Ramos Horta andava no seu passeio matinal. Reinado e o seu guarda-costas Leopoldino entraram no complexo presidencial e foram ambos mortos a tiro pelos guardas das F-FDTL.

Quando Ramos Horta regressava com os guarda-costas, encontraram os restantes homens de Reinado – quatro ou cinco deles – que estavam escondidos no dreno no exterior do portão da frente do complexo. O grupo virou as armas contra o Presidente e começou a disparar.

O que parece claro é que Reinado e Leopoldino foram baleados no princípio do assalto -se isso foi um assalto.

A maioria dos Timorenses, desde ministros de topo do governo até ao homem de rua mas conhecedor das notícias, está convencido de que isto é uma montagem.

Carrascalão, um deputado, está casado com a irmã de Ramos Horta, Rosa. O irmão dela, Arsénio, estava no complexo quando começaram os tiros .

"A sequência é esta," diz Carrascalão. "O meu cunhado Arsénio telefonou do complexo à minha mulher dizendo que havia tiros. A minha mulher depois telefonou imediatamente ao José Ramos Horta que estava no passeio matinal. O José disse-lhe que tinha ouvido alguns tiros na direcção da casa e que ia voltar para investigar. Ele tinha com ele um guarda-costas."

Porque é que este guarda-costas não preveniu o seu Presidente de caminhar para uma batalha de pistolas é de certo modo misterioso, mas pode ser o simples facto de Ramos Horta ter familiares no interior e não poder ser impedido de se aproximar.

Carrascalão continua: "Arsénio telefonou outra vez uns minutos mais tarde a dizer, 'José está ferido'. A minha mulher ligou ao hospital e eles enviaram uma ambulância. Não veio ter com ele directamente.

"Tenho uma outra sobrinha que vive em Balide (a cerca de 15 minutos de carro do complexo de Ramos Horta). Ela tentou ir para a casa mas no exterior do Hotel California (um na estrada da costa perto da residência de Ramos Horta), a polícia da ONU tentou impedi-la de prosseguir. Alguém – não sei quem – tinha ligado para a polícia da ONU. Eles ficaram a 300-400 m de distância. Eles não foram lá. Eles estavam mesmo a impedir que uma ambulância entrasse."

Carrascalão sdiz que a ambulância acabou por ignorar o gi«uarda da ONU e prosseguiu para a residência.
"José não sabia que Reinado ia lá,' diz Carrascalão. "De modo algum. Ele estava muito confiante que ia resolver o problema (do major desertor gozar com o Governo depois de fugir da prisão após ter sido acusado de homicídio ). Ele falaria com Reinado em qualquer altura mas nunca convidaria Reinado para a sua casa. Posso lá ir sem ser convidade, mas ele é o meu cunhado. É uma casa particular."

Irmão de Ramos-Horta não acredita que Reinado queria matar

Carrascalão não acredita que Reinado lá fosse para matar o Presidente. "Pessoalmente não penso que alguém com formação militar alguma vez preparasse alguma coisa para matar o José naquela maneira. Não sou militar mas não penso que o fizessem.

Penso – posso especular – penso que foram ambos emboscados. Penso que ambos José e Reinado foram enganados."

Um dos guardas de Horta disse, no dia do ataque, que o bando de Reinado desarmou os guardas no portão da frente. Todos os homens usavam balaclavas excepto Reinado.

Reinado e Leopoldino vagabundearam pelo complexo encontrando uma senhora da casa e pediram-lhe para lhes indicar o quarto de Ramos Horta. Meteram a porta dentro ao pontapé, foram engajados por guardas e mortos a tiro.

Uma sugestão é que disseram a Reinado que Ramos Horta o queria ver. Quando ele chegou ao portão da frente e lhe foi dito que Ramos Horta não estava lá, o auto-importante Reinado invadiu por ali dentro e exigiu a prometida audiência.

Carrascalão aponta para o facto do Presidente ter sido baleado pelas costas quando subia o monte em direcção ao dreno onde se escondiam os homens de Reinado. "José foi baleado pelas costas. Ele não estava a fugir. Os tiros vieram detrás. As indicações é que não foram os homens de Reinado que o balearam – isso foi uma montagem. Havia lá outro grupo deitado à espera, do outro lado da estrada."

Carrascalão diz que não há dúvida que Reinado e Leopoldino foram baleados no interior do complexo, por guardas das F-FDTL com metralhadoras.

Em resumo, ele acredita que Reinado foi convocado ao local, por alguém, para montar a morte do seu cunhado, o Presidente.

"Penso que alguém disse ao Reinado para vir e encontrar-se com Horta. Esta é a minha ideia pessoal.

Conhecendo José, conhecendo como ele é pontual, ele nunca sairia de casa sem cumprir um compromisso." Ele sugere também que os próprios colegas de Reinado com balaclavas podiam tê-lo levado para uma armadilha.

Quanto à emboscada ao Primeiro-Ministro, Carrascalão acredita que foi parte dum ataque co-ordenado mas diz: "Por quem não sei."

Carrascalão é um homem que fala livremente. Se ele pensasse que os homens de Reinado tinham tentado matar o Presidente, não teria hesitado em dizê-lo.

Nos últimos três dias a ISF tem andado nas montanhas por cima de Dili à procura de 18 homens que acreditam estarem associados com o bando de Reinado. Um deles é o segundo em comando o tenente Gastão Salsinha, que é acusado de liderar a emboscado ao primeiro-ministro. Ele insistiu há vários dias atrás que nada teve a ver com isso. Dado que anda a ser caçado, tinha mesmo de dizer isso.

Mas se regressarem ao começo deste problema, em Abril de 2006, quando Timor sofreu motins e distúrbios no seio das forças armadas, foram Reinado e Salsinha wquem abandonaram as suas posições num protesto contra as acções violentas das forças armadas que serviam.

Mesmo quando Reinado desceu das montanhas em 2006 e esteve envolvido num tiroteio com as forças armadas, que o levaram a ser acusado por homicídio, o registo do encontro mostra-o a avisar repetidas vezes aos soldados que se aproximavam que não os queria matar.

Reinado pode ter-se visto a si próprio um lutados pela liberdade, mas nunca pareceu ser um assassino a sangue frio:.

Reforços policiais australianos autónomos face a forças timorenses e da ONU

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - Os 70 agentes da Polícia Federal Australiana enviados para Díli após os atentados desta semana vão actuar de forma autónoma em relação às Nações Unidas e às forças de segurança timorenses, noticia a agência de informação australiana AAP.

Ao contrário dos agentes da polícia australiana que já estavam no terreno, os reforços não estão às ordens das Nações Unidas (ONU) em Timor-Leste, onde o primeiro-ministro e o presidente foram segunda-feira alvos de atentados. O chefe de Estado encontra-se em estado considerado "crítico" num hospital na cidade australiana de Darwin, de acordo com a AAP.

A ONU aceitou sem reservas a condição de actuação autónoma dos agentes australianos, segundo Finn Reske Nielsen, responsável da missão da ONU em Timor-Leste, citado pela rádio australiana ABC.

Paralelamente, segundo a agência australiana, Camberra enviou para Timor-Leste 200 militares, para auxiliar as operações de captura dos cerca de 30 rebeldes procurados depois dos atentados contra o presidente Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão.

"Estamos preocupados com estas cerca de 30 pessoas que estão a vaguear pelo interior, criando um problema para o governo de Timor-Leste", afirmou Angus Houston, comandante das Forças de Defesa Australianas.

"Vamos dar apoio às autoridades timorenses para colocar estas pessoas perante a Justiça", adiantou o mesmo responsável.

Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, desencadeou segunda-feira um ataque contra a residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, que ficou ferido no tiroteio, e um grupo comandado por Gastão Salsinha, que em 2006 liderou a deserção de 600 efectivos das forças armadas, atacou a coluna em que seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

No ataque foram mortos Alfredo Reinado e um dos elementos do seu grupo, Leopoldino Mendonça Exposto.

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Lusa/Fim

Portugal apoia qualquer pedido relativo à crise timorense...(ACTUALIZADA)

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - Portugal apoia qualquer pedido para a resolução da crise timorense após consultas e em cooperação com a Austrália, revelou no Parlamento, em Camberra, o ministro dos Negócios Estrangeiros australiano.

A declaração do ministro Stephen Smith, dia 14, foi confirmada hoje à Agência Lusa por fonte do gabinete do chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado.

Stephen Smith disse, designadamente, ter ficado sensibilizado pela declaração do governo português, expressa num telefonema de Luís Amado.

"Sensibilizou-me a expressão de apoio e os votos de sucesso formulados pelo governo português", afirmou o ministro australiano, que destacou o facto de Portugal manter "uma longa relação histórica e afectiva com Timor-Leste".

"Hoje (quinta-feira) de manhã recebi um telefonema do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (...) o ministro disse-me que assim que uma avaliação da situação fosse feita, Portugal estará preparado para considerar quaisquer solicitações que possam surgir. Portugal fará isso em plena cooperação e consultas com o governo australiano", frisou.

Entretanto, hoje à tarde, no Porto, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, descartou a possibilidade de uma decisão "precipitada" de envio para Timor-Leste de mais militares da GNR.

"Qualquer decisão precipitada sobre essa matéria, do meu ponto de vista, é irresponsável", afirmou Luís Amado, à margem de uma conferência sobre o Tratado de Lisboa.

O MNE português referiu que trocou impressões, quinta-feira, com o seu homólogo australiano, tendo ambos concordado que devem ser prosseguidos novos esforços diplomáticos "antes de precipitar qualquer decisão".

Luís Amado disse que encara com "moderado optimismo" a "estabilidade política dos últimos dias" em Timor-Leste.

EL/FZ.
Lusa/fim


NOTA DE RODAPÉ:

Portugal lava as mãos...

COMENTÁRIOS DOS LEITORES:

"Luís Amado, descartou a possibilidade de uma decisão "precipitada" de envio para Timor-Leste de mais militares da GNR"

Pois é... mas entretanto a Austrália já enviou 300 militares e polícias, sem se importar com a "precipitação".

"Portugal fará isso em plena cooperação e consultas com o governo australiano"

É curioso: Portugal, apesar de ter já recebido um pedido directo do actual Presidente timorense no sentido de enviar mais GNR, diz que so fará alguma coisa depois de consultar o Governo australiano.

Quer dizer que o Governo australiano é que manda em Timor-Leste, mais do que o próprio Fernando Lasama.

Isto é ou não é o reconhecimento de Timor-Leste como colónia da Austrália?

H. Correia

***

Portugal concorda com a Austrália e aceita que o futuro de Timor é ser um protectorado australiano.Foi isto que Xanana Gusmão fez. Criar a ideia na comunidade internacional de que os timorenses não se entendem.

O golpe de 2006 está consumado.Com a benção de Portugal e das Nações Unidas.

Mesmo que Timor entre em guerra civil, se acontecer alguma coisa a Mari Alkatiri e as FDTL se revoltarem, melhor. A declaração de Estado Falhado é mais rápida e com tantas forças de segurança australianas não será por muito tempo.

Timor-Leste tem o futuro adiado.

Malai Cinzento

Republic's rebel with friends in high places

The Australian
Bob Boughton February 16, 2008

THE mayhem in Dili last Monday, in which rebel soldier Alfredo Reinado was shot dead and East Timor's President Jose Ramos Horta badly injured, raises a fundamental question: How was Reinado, a minor military figure, allowed to become andremain such a dangerous force in Timorese politics?

As a frequent visitor to East Timor since 2004 for periods ranging from a few weeks to three months, the more I learn about the internal politics of this fractured country, the more dismayed I become at the failure of many commentators, including UN observers and the International Crisis Group, to analyse the underlying politics behind the violence.

At the heart of the conflict is a political struggle. At stake is the kind of economy and society the country will become.

Reinado was an actor in this struggle, but he did not act alone. When he and his heavily armed group deserted from the army in May 2006, he was taking part in a co-ordinated movement whose aim was to overthrow the democratically elected Fretilin government of Mari Alkatiri, and set the country on a different development path from the one Fretilin had marked out.

Reinado's rebellion was supported by others who sought the same end, including the second largest political party at that time, Partido Democratico, former supporters of integration with Indonesia - some of whom had been members of the Indonesian-backed militias in 1999 - disaffected veterans of the anti-Indonesian resistance, and elements of the Catholic Church.

Despite two attacks by Reinado's group on the loyalist army in May 2006, in which 10 people died, he retained the support of PD. Others who were convinced of Fretilin's illegitimacy lent their weight to the myth that Reinado was some kind of misunderstood folk hero, articulating the aspirations of a people downtrodden by a cruel, Marxist government.

They included sections of the Australian media, the academic and international aid community, and Kirsty Sword-Gusmao, the Australian wife of then president Xanana Gusmao.

When Gusmao and Ramos Horta forced Alkatiri to resign in June 2006, Ramos Horta became prime minister and Fretilin lost control of the security and defence apparatus, though it continued to participate in government.

Despite the recommendation of UN investigators that Reinado be apprehended and charged with multiple counts of murder, Ramos Horta and Gusmao sought to block the arrest of Reinado, because they needed PD's votes in order to wrest power completely from Fretilin in the 2007 elections, and PD needed Reinado, since both drew support from the same population base west of Dili.

Reinado was not the only armed rebel who continued to enjoy impunity. Vicente Railos, whose allegations on the ABC's Four Corners helped bring down Alkatiri - allegations ultimately withdrawn by the Gusmao-appointed prosecutor for lack of evidence - had joined Reinado in attacking the army headquarters.

Railos became an organiser for CNRT, the party Gusmao formed to contest the elections. Paulo Martins, the disgraced police commander who also took part in the rebellion was given a place on the CNRT ticket.

Under the guise of engaging in "dialogue" with these dangerous anti-democratic forces, Gusmao and Ramos Horta refused to move against them, in order to cement the votes they needed - first for Horta to win the presidency, and then for Gusmao's party to form an alliance including PD to take government.

When Alkatiri's government was overthrown by an armed rebellion, much of the international community portrayed this as a successful people's power revolution. When the votes of PD, Reinado's closest political ally, helped secure Ramos Horta and Gusmao an electoral victory over Fretilin, many foreign commentators celebrated this as a victory for multi-party democracy.

The hollowness of that democracy was exposed for all to see last Monday, in a classic case of blowback.

In the days leading up to Reinado's final move, his old supporters and defenders, including PD's leader Fernando Lasama - now acting President in Ramos Horta's stead - Prime Minister Gusmao and President Horta were considering a proposal which Fretilin had helped draft to solve the army "petitioners" problem, the initial pretext for the 2006 rebellion.

This may well have brought an end to the insecurity that forces thousands to struggle to exist in refugee camps. But the deal required that Reinado would be brought to justice and early parliamentary elections held.

For almost two years, the Australian public has been told that Fretilin's removal was a victory for democracy, when really it was achieved through violence and a corrupt, unconstitutional and anti-democratic political movement. Reinado became a central player in that movement, but he only survived because of his powerful political backers.

Arrest warrants have been issued for those believed to have taken part in Monday's attacks. In fact, the net should be cast much wider. All who supported Reinado now have a case to answer.

Bob Boughton is a senior lecturer at the school of education, University of New England. He is an Australian Research Council fellow working with East Timor's Ministry of Education to develop an adult education system and a national literacy campaign.


Tradução:

Amotinado da República com amigos em altas posições

The Australian
Bob Boughton Fevereiro 16, 2008

A confusão em Dili na Segunda-feira passado, na qual o soldado amotinado Alfredo Reinado foi morto a tiro e o Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta gravemente ferido, levanta uma questão fundamental: Como é que Reinado, uma figura menos das forças militares, foi autorizado a tornar-se e a permanecer uma força tão perigosa na política Timorense?

Como visitante frequente para Timor-Leste desde 2004 por períodos que vão de poucas semanas a três meses, quanto mais aprendo acerca das políticas internas deste país dividido, mais espantado fico com o falhanço de muitos comentadores, incluindo observadores da ONU e o International Crisis Group, em analisar as polícias subjacentes por detrás da violência.

No centro do conflito está uma luta política. Em causa está o tipo de economia e de sociedade em que o país se tornará.

Reinado foi um actor nesta luta, mas não actuou sozinho. Quando ele e o seu grupo fortemente armado desertaram das forças armadas em Maio de 2006, ele participava num movimento co-ordenado cujo objectivo era derrubar o governo eleito democraticamente da Fretilin de Mari Alkatiri, e pôr o país num caminho diferente para o desenvolvimento daquele que a Fretilin tinha marcado.

O motim de Reinado foi apoiado por outros que procuravam o mesmo fim, incluindo o segundo maior partido político nessa altura, o Partido Democrático, antigos apoiantes da integração com a Indonésia – alguns dos quais tinham sido membros das milícias apoiadas pela Indonésia em 1999 – veteranos dissidentes da resistência anti-Indonésia e elementos da Igreja Católica.

Apesar dos dois ataques pelo grupo de Reinado às forças armadas leais em Maio de 2006, no qual morreram 10 pessoas, ele manteve o apoio do PD. Outros que foram convencidos pele ilegitimidade da Fretilin emprestaram o seu peso ao mito que Reinado era um tipo de herói folclórico incompreendido, articulando as aspirações dum povo subjugado por um governo cruel, Marxista.

Eles incluem secções dos media Australianos, a comunidade académica e da ajuda internacional, e Kirsty Sword-Gusmão, a mulher Australiana do então presidente Xanana Gusmão.

Quando Gusmão e Ramos Horta forçaram Alkatiri a resignar em Junho 2006, Ramos Horta tornou-se primeiro-ministro e a Fretilin perdeu o controlo do aparelho da segurança e da defesa, apesar de continuar a participar no governo.

Apesar das recomendações de investigadores da ONUque Reinado fosse capturado e acusado com múltiplos casos de homicídio, Ramos Horta e Gusmão tentaram bloquear a prisão de Reinado, porque precisavam dos votos do PD de modo a afastarem completamente do poder a Fretilin nas eleições de 2007 e o PD precisava de Reinado, dado que ambos recolhiam o apoio da mesma base da população a oeste de Dili.

Reinado não foi o único amotinado armado que continuou a gozar de impunidade. Vicente Railos, cujas alegações no Four Corners da ABC ajudaram a derrubar Alkatiri – alegações que acabaram por ser retiradas pelo procurador nomeado por Gusmão por falta de evidência – tinha-se juntado a Reinado no ataque ao quartel das forças armadas.

Railos tornou-se um organizador para o CNRT, o partido que Gusmão formou para concorrer às eleições. Paulo Martins, o comandante da polícia que caíu em desgraça também tomou parte no motim e foi-lhe dado um lugar (no parlamento) pelo CNRT.

Sob o disfarce de engajar em"diálogo" com estas forças perigosas anti-democráticas, Gusmão e Ramos Horta recusaram actuar contra eles, de modo a cimentarem os votos de que precisavam - primeiro para Horta ganhar a presidência e depois para o partido de Gusmão formar uma aliança incluindo o PD para assaltar o governo.

Quando o governo de Alkatiri foi derrubado por um motim armado, muita da comunidade internacional relatou isto como uma revolução de poder do povo com sucesso. Quando os votos do PD, o mais próximo aliado político de Reinado, ajudaram a a Ramos Horta e a Gusmão uma vitória eleitoral sobre a Fretilin, muitos comentadores estrangeiros celebraram isso como uma vitória para a democracia multi-partidária.

A vacuidade dessa democracia ficou exposta para todos verem na Segunda-feira passada num caso clássico de contra-golpe.

Nos dias antes do último movimento de Reinado, os seus antigos apoiantes e defensores, incluindo o líder do PD Fernando Lasama – agora Presidente em exercício no lugar de Ramos Horta - Primeiro-Ministro Gusmão e Presidente Horta estavam a considerar uma proposta que a Fretilin tinha ajudado a elaborar para resolver o problema dos “peticionários” das forças armadas, o pretexto inicial para o motim de 2006.

Isto podia acabar com a insegurança que força milhares a lutar pela existência em campos de deslocados. Mas o acordo exigiu que Reinado seria levado à justiça e a realização de eleições antecipadas.

Durante quase dois anos, tem sido contado à população Australiana que a remoção da Fretilin era uma vitória da democracia, quando realmente foi conseguida através da violência e dum movimento político corrupto, inconstitucional e anti-democrático. Reinado tornou-se um actor central nesse movimento, mas apenas sobreviveu por causa dos seus poderosos apoiantes políticos.

Mandatos de captura têm sido emitidos para os que se acreditam terem participado nos ataques de Segunda-feira. De facto, a rede devia ser lançada muito mais longe. Todos os que apoiaram Reinado têm agora um caso para responder .

Bob Boughton é um académico de topo na escola de educação, Universidade de New England. É membro do Conselho de Investigação Australiano trabalhando com o Ministério da Educação de Timor-Leste para desenvolver um sistema de educação para adultos e uma campanha nacional de alfabetização.

Smiling rebel and President

Brisbane Times
Lindsay Murdoch in Dili February 16, 2008

THE two leaders smile for the camera after a lunch of goat, lamb and chicken, washed down with wine, having struck a peace deal that should have heartened East Timor's frail democracy.

One is the rebel leader Alfredo Reinado, who only weeks later would be killed in an attack on the home of the other man, President Jose Ramos-Horta, who was shot and is fighting for his life.

Their clandestine meeting on January 13 held out the prospect of a new dawn of national unity. But that hope, captured in the smiles for the camera, evaporated as surely as the mountain mist in the four weeks that followed.

Ramos-Horta, displaying the mettle of his Nobel peace prize, went unarmed and without security to the mountain village of Maubisse to talk through differences with the heavily protected Reinado, and to forge a deal that would have seen the army renegade and his rebels forgiven for alleged multiple murders and armed rebellion.

According to East Timor's Economics Minister, Joao Goncalves, the rendezvous was relaxed and friendly. The plan, brokered with the help of the Centre for Humanitarian Dialogue in Geneva, went like this: Reinado and his men would surrender to house arrest by New Zealand troops, be tried on the charges but pardoned under an amnesty that Ramos-Horta would declare on May 20, the sixth anniversary of independence for the world's poorest country.

"I suggested to Reinado it would be better for him to surrender immediately and submit himself to the court process so when he was granted amnesty, it looked as though he had submitted to justice," Goncalves told the Herald this week. He agreed, and a deal was essentially done. After the lunch they parted with a handshake, agreeing to meet again within days.

It all went awry, of course. Goncalves attributes Reinado's change of heart to the influence of a third hand. He is not saying whose, but Fretilin, which lost government at elections last year, has been accused of involvement, which it denies. A fake document accuses Fretilin of paying Reinado $10 million to assassinate both leaders, and the Herald has learnt that perhaps $1 million was given to Reinado supporters by shadowy figures.

Reinado's loathing had targeted Mari Alkatiri, prime minister in the former Fretilin government, but this was redirected weeks ago to the regime of Xanana Gusmao, also attacked on Monday.

Piece by piece, the jigsaw of events that brought East Timor's democracy to the precipice is taking shape. Paranoia and delusion are said to have taken a firmer grip on Reinado in his final days. Sources say this complex mix of buccaneer soldier and dedicated father and husband to two wives - one in Perth, the other in East Timor - became agitated at his apparently receding authority.

The former army officer saw himself as the rebel soldiers' commander, yet Gusmao had arranged a meeting with 600 disaffected and sacked soldiers, some loyal to Reinado's ally, Gastao Salsinha. A compensation offer of three years' salary or a return to the army threatened Reinado's support base.

Hermanprit Singh, the acting commissioner of the United Nations police contingent in East Timor - which has been criticised for alleged tardiness in responding to the attack on Ramos-Horta - said on Thursday it was too early to say whether abduction or assassination was the rebels' motive.

The conduct of the two groups targeting Gusmao suggests they had no plan to shoot him, at least immediately.

As with the raid on Ramos-Horta's thatched-roof house overlooking Dili Harbour, the rebels misjudged when their target would be at his mountaintop home above Dili.

When the second group ambushed Gusmao's car, they fired at his tyres, presumably intending to halt his escape. Gusmao escaped into jungle unharmed.

Earlier, Reinado and his group arrived at Ramos-Horta's home, but the President was on his routine beach walk with two guards. The rebels surprised three guards at the gate, rushed in and demanded the location of the presidential bedroom.

Meanwhile a fresh shift of guards arrived, and Reinado and one of his squad, Leopoldinho, were shot dead in a gun battle.

Ramos-Horta, alerted to the fracas, dashed home. It nearly cost him his life. Only a few metres from the gate, Reinado's men shot him and a guard, apparently out of fury at their own leader's death.

Plenty more Timorese are just as angry. Reinado was a cult hero to the country's disheartened unemployed youth, and there is no shortage of them. It was a reputation he nurtured.

In Reinado's warped world, he was the saviour of East Timor, and he came to Dili on Monday to bring down the one man of power who seemed genuinely committed to his rehabilitation.

The President did more than anybody to try to help Reinado, Goncalves said.


Tradução:

Amotinado sorridente e Presidente

Brisbane Times

Lindsay Murdoch em Dili Fevereiro 16, 2008
Os dois líderes sorriem para as câmaras depois dum almoço de cabra, carneiro e galinha, empurrado por vinho, tendo feito um acordo de paz que devia encorajado a frágil democracia de Timor-Leste.
Um é o líder amotinado Alfredo Reinado, que apenas semanas depois seria morto no ataque à casa do outro homem, Presidente José Ramos-Horta, que foi baleado e corre perigo de vida.
O encontro clandestino em 13 de Janeiro abria a perspectiva duma nova madrugada de unidade nacional. Mas essa esperança, capturada nos sorrisos para a câmaras, evaporaram-se tão certamente como as névoas da montanha nas quatro semanas que se seguiram.
Ramos-Horta, exibindo o temperamento do seu Nobel da paz, foi desarmado e sem segurança à aldeia da montanha de Maubisse para acertas diferenças com o fortemente protegido Reinado, e para forjar um acordo pelo qual o desertor das forças armadas e os seus amotinados seriam perdoados por alegados multiplos homicídios e motim armado.
De acordo com o Ministro da Economia de Timor-Leste, João Gonçalves, o encontro foi relaxado e amigável. O plano, negociado com a ajuda do Centro para Diálogo Humanitário em Geneva, era assim: Reinado e os seus homens render-se-iam a tropas da Nova Zelândia para prisão domiciliária, seriam julgados pelas acusações mas perdoados por amnistia que Ramos-Horta declararia em 20 de Maio, no sexto aniversário da independência do país mais pobre do mundo.
"Sugeri a Reinado que seria melhor entregar-se imediatamente e submeter-se ele próprio ao processo judicial e assim quando lhe fosse dada amnistia, isso parecia como se ele se tinha submetido à justiça," disse Gonçalves ao Herald esta semana. Ele concordou, e um acordo ficou feito no essencial. Depois do almoço eles separaram-se com um aperto de mão, concordando em encontrarem-se outra vez dentro de dias.
Obviamente que tudo deu para o torto. Gonçalves atribue a mudança de Reinado à influência duma terceira parte. Não diz de quem, mas a Fretilin, que perdeu o governo nas eleições do ano passado tem sido acusada de envolvimento, o que nega. Um documento falso acusa a Fretilin de pagar a Reinado $10 milhões para assassinar os dois líderes e o Herald sabe que foi dado $1 milhão a apoiantes do Reinado por uma figura sombria.
O desprezo de Reinado tinha alvejado Mari Alkatiri, primeiro-ministro do antigo governo da Fretilin, mas esse desprezo foi redireccionado há semanas atrás contra o regime de Xanana Gusmão, também atacado na Segunda-feira.
Peça a peça o quebra-cabeça dos eventos que levou a democracia de Timor-Leste ao precipício está a tomar forma. Diz-se que nos seus últimos dias Reinado foi tomado por manias de grandeza e paranóia. Fontes dizem que esta mistura complexa de soldado pirata e pai e marido dedicado de duas mulheres - uma em Perth, a outra em Timor-Leste – se tornou agitada com a sua autoridade aparentemente a diminuir.
O antigo oficial das forças armadas via-se a si próprio como o comandante dos soldados amotinados, contudo Gusmão tinha arranjado um encontro com 600 soldados frustrados e despedidos, alguns leais do aliado de Reinado, Gastão Salsinha. Uma oferta de compensação de três anos de salário ou o regresso às forças armadas tinham ameaçado a base de apoio de Reinado.
Hermanprit Singh, o Comissário em exercício do contingente da polícia da ONU em Timor-Leste – que tem sido criticado pela alegada demora em responder ao ataque contra Ramos-Horta – disse na Quinta-feira que era demasiadamente cedo para dizer se o motivo de Reinado era rapto ou assassínio.
A conduta dos dois grupos que alvejaram Gusmão sugere que não tinham planos para o balear, pelo menos imediatamente.
Tal como o assalto à casa de Ramos-Horta de telhados de colmo e com vista para o Porto de Dili, os amotinados avaliaram mal quando estaria o seu alvo na sua casa no topo das montanhas acima de Dili.
Quando o segundo grupo emboscou o carro de Gusmão, atiraram aos pneus, presumidamente para tentarem parar a fuga. Gusmão escapou ileso para o mato.
Antes, Reinado e o seu grupo tinham chegado a casa de Ramos-Horta, mas o Presidente estava no seu habitual passeio matinal na praia com os dois guarda-costas. Os amotinados surpreenderam três guardas no portão, correram e perguntaram pela localização do quarto presidencial.
Entretanto chegou um turno novo de guardas, e Reinado e um do seu grupo, Leopoldinho, foram mortos a tiro num tiroteio.
Ramos-Horta, alertado pelo barulho, correu para casa. Isso quase lhe custou a vida. Apenas a alguns metros do portão, os homens de Reinado balearam-no e a um guarda, aparentemente cegos de fúria pela morte do seu próprio líder.
Bastantes mais Timorenses estão zangados. Reinado era um herói de culto para a juventude desempregada e desencantada e nhão há falta deles. Era uma reputação que ele alimentava.
No mundo distorcido de Reinado, ele era o salvador de Timor-Leste, e veio para Dili na Segunda-feira para derrubar o único homem no poder que parecia genuinamente comprometido com a sua re-habilitação.
O Presidente fez mais do que qualquer outra pessoa para ajudar Reinado, disse Gonçalves.

Parlamento condena "trágicos acontecimentos de Dili"

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - O Parlamento aprovou hoje, por unanimidade, um voto condenando os "trágicos acontecimentos de Dili, dos quais resultou ferido o Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos Horta, e que também visaram o primeiro-ministro, Xanana Gusmão".

"Foi com enorme consternação e choque que todos tomámos conhecimento dos trágicos acontecimentos do passado dia 11, em Dili", refere o voto de condenação aprovado pelos grupos parlamentares PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE e PEV.

"A Assembleia da República repudia todos os atentados às instituições democráticas e aos representantes legítimos do povo de Timor", refere o documento.

No voto, o Parlamento português "endereça, em nome de todos os grupos parlamentares os mais sentidos votos de pronta recuperação ao Presidente da República de Timor-Leste".

IEL.

Lusa/Fim

Operação para capturar os últimos rebeldes

DN
15.02.08
LUÍS NAVES

Soldados australianos lançaram uma operação militar que visa a captura dos rebeldes armados do grupo de Alfredo Reinado, o major que liderou a tentativa de assassinato do Presidente Ramos-Horta, na segunda-feira. Reinado foi ontem enterrado, em Dili, e no seu funeral participaram centenas de jovens.

Estima-se que haja 30 rebeldes escondidos, incluindo o tenente Gastão Salsinha. Alegadamente, o antigo porta-voz dos chamados peticionários comandou o grupo que atacou o primeiro-ministro Xanana Gusmão, também no dia 11. Desde o duplo ataque que Timor está sob estado de sítio, com recolher obrigatório.

Ontem, tropas australianas montaram postos de controlo em torno de Dili e procuraram os rebeldes nas florestas próximas. Enquanto isso, forças da GNR protegiam o cortejo fúnebre de Reinado, que decorreu várias horas depois do previsto, sem que se registassem incidentes.

O corpo de Reinado foi velado na casa do pai e depois levado para a casa do próprio major, a meio quilómetro de distância. O desfile foi silencioso e nele participaram muitos jovens, exibindo faixas que glorificavam o seu "herói". Junto com um companheiro que foi também abatido, Reinado foi sepultado no quintal da sua casa, segundo um costume praticado por muitos timorenses. No relato da Lusa, a despedida da multidão foi extremamente emotiva.

O funeral mostrou a popularidade de Alfredo Reinado e que, no fundo, o ataque contra a liderança do país esconde problemas mais fundos. Temendo a desestabilização, o Governo australiano reforçou no início da semana o contingente militar. A força de estabilização conta agora com mil soldados australianos e 140 neo-zelandeses, apoiados por uma fragata da marinha e cem polícias.

O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano já esteve em Dili e hoje está prevista a deslocação do primeiro-ministro Kevin Rudd. Em relação aos australianos, a maior incógnita é saber até que ponto o novo executivo trabalhista mudará de política em relação a Timor-Leste.

Do ponto de vista australiano, teme-se a "fragilidade do Estado" timorense e alguns peritos falam na existência de um "arco de instabilidade na Melanésia", que inclui as Fiji, Tonga e Papua, para justificar um envolvimento mais responsável.

Os trabalhistas, antes de chegarem ao poder, tinham uma perspectiva algo diferente dos conservadores em relação à acção externa da Austrália. Reconhecendo a existência de "interesses económicos" australianos, que influenciam a forma como os timorenses observam as políticas do vizinho, o novo Governo trabalhista admite repensar a dimensão do contingente militar e reforçar a polícia. O argumento é simples: como a força é quase só australiana, qualquer erro é atribuído a interesses nacionais. Daí a defesa de um comando da ONU e a participação de mais nações na força.

Luís Amado descarta, para já, reforço de contingente da GNR

Porto, 15 Fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, descartou hoje a possibilidade de uma decisão "precipitada" de envio para Timor-Leste de mais militares da GNR.

"Qualquer decisão precipitada sobre essa matéria, do meu ponto de vista, é irresponsável", afirmou Luís Amado no Porto, à margem de uma conferência sobre o Tratado de Lisboa.

O MNE português referiu que trocou impressões, quinta-feira, com o seu homólogo australiano, tendo ambos concordado que devem ser prosseguidos novos esforços diplomáticos "antes de precipitar qualquer decisão".

Luís Amado disse que encara com "moderado optimismo" a "estabilidade política dos últimos dias" em Timor-Leste.

FZ.
Lusa/Fim

E não estavam eles na área...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem ""O dia mais perigoso da minha vida", diz Kirsty Sw...":

Os "ISF" estavam na área, mas quem a desenrascou foi a GNR dos "portuguese"...

Confirma-se que os "ISF"não estão lá a fazer nada.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.