sábado, fevereiro 16, 2008

Reforços policiais australianos autónomos face a forças timorenses e da ONU

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - Os 70 agentes da Polícia Federal Australiana enviados para Díli após os atentados desta semana vão actuar de forma autónoma em relação às Nações Unidas e às forças de segurança timorenses, noticia a agência de informação australiana AAP.

Ao contrário dos agentes da polícia australiana que já estavam no terreno, os reforços não estão às ordens das Nações Unidas (ONU) em Timor-Leste, onde o primeiro-ministro e o presidente foram segunda-feira alvos de atentados. O chefe de Estado encontra-se em estado considerado "crítico" num hospital na cidade australiana de Darwin, de acordo com a AAP.

A ONU aceitou sem reservas a condição de actuação autónoma dos agentes australianos, segundo Finn Reske Nielsen, responsável da missão da ONU em Timor-Leste, citado pela rádio australiana ABC.

Paralelamente, segundo a agência australiana, Camberra enviou para Timor-Leste 200 militares, para auxiliar as operações de captura dos cerca de 30 rebeldes procurados depois dos atentados contra o presidente Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão.

"Estamos preocupados com estas cerca de 30 pessoas que estão a vaguear pelo interior, criando um problema para o governo de Timor-Leste", afirmou Angus Houston, comandante das Forças de Defesa Australianas.

"Vamos dar apoio às autoridades timorenses para colocar estas pessoas perante a Justiça", adiantou o mesmo responsável.

Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, desencadeou segunda-feira um ataque contra a residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, que ficou ferido no tiroteio, e um grupo comandado por Gastão Salsinha, que em 2006 liderou a deserção de 600 efectivos das forças armadas, atacou a coluna em que seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

No ataque foram mortos Alfredo Reinado e um dos elementos do seu grupo, Leopoldino Mendonça Exposto.

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Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

É preocupante, este estatuto dos polícias australianos, por não terem que obedecer à ONU.

É mais um passo para a ocupação australiana de Timor? Receio que sim.

Quanto à ONU, "aceitou sem reservas a condição de actuação autónoma dos agentes australianos". Claro. Outra coisa não seria de esperar.

O que vão fazer? "auxiliar as operações de captura dos cerca de 30 rebeldes".E eu a pensar que tinha ouvido o comandante de "brigada" australiano a dizer que o mandato das ISF não inclui a captura de foragidos à Justiça.

Grave é também a possibilidade de estes 70 polícias estarem já a "investigar" apressadamente algo em que podem estar implicadas as próprias forças australianas. É como pôr a raposa a guardar o galinheiro.

Timor-Leste e vários outros países concordaram com uma comissão de inquérito internacional para apurar os factos, mas os OZ já se anteciparam. Quando a dita comissão estiver formada, já os rebeldes estarão todos a fazer tijolo. Isto é que é eficiência...!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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