segunda-feira, setembro 22, 2008

Tradução assegurada: Português vai ser falado na 63ª Assembleia-Geral da ONU

Expresso - Domingo, 21 de Set de 2008 - 17:51

Está garantida a tradução simultânea das intervenções dos Chefes das Delegações Nacionais dos países membros da CPLP para as línguas oficiais da organização: inglês, francês, espanhol, russo, árabe e chinês.

A língua portuguesa vai poder ser utilizada nas intervenções da abertura e debate geral da 63ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, depois de Portugal ter assegurado a tradução simultânea para as seis línguas oficias da organização.

De acordo com uma nota da Presidência da República, esta iniciativa decorre das decisões da Cimeira de Lisboa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu em Julho e onde foi acordado lançar um conjunto de acções com vista à promoção do Português como "língua global".

Nesse âmbito, explicita a nota de Belém, "a Presidência Portuguesa da CPLP decidiu assegurar a tradução do Português por ocasião da abertura e debate geral da 63ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, que se inicia no próximo dia 23 de Setembro".

"Desta forma, os Chefes das Delegações Nacionais dos países membros da CPLP vão poder exprimir-se em Português, estando garantida a tradução simultânea das suas intervenções para as línguas oficiais das Nações Unidas", é ainda referido.

As línguas oficiais das Nações Unidas são o inglês, francês, espanhol, russo, árabe e chinês.
O português é actualmente falado por mais de 200 milhões de pessoas, sendo a terceira língua europeia mais falada no mundo, depois do inglês e do espanhol.

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, será um dos chefes de Estado da CPLP que irá participar na abertura da 63ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre na próxima semana em Nova Iorque.
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PERGUNTAS E MAIS PERGUNTAS

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11 de Fevereiro: O QUE SABE RAMOS HORTA QUE NÃO DIZ?

Por TIBÉRIO LAHANE - Publicado em inglês no TLN news in english

José Ramos Horta, Presidente de Timor-Leste, declarou aos jornalistas, no final da tarde de ontem, quinta-feira, que não é verdade que na área da sua residência tenham ocorrido as execuções de Reinado e de Leopoldino em 11 de Fevereiro, falta saber em que se baseia para fazer tais declarações, que contrariam aquilo que publicamente é conhecido e que consta no relatório da autopsia.

O Presidente afirmou aos jornalistas que Reinado ia para matá-lo e que não tinha sido executado mas sim morto à distância em troca de tiros com os militares que lhe faziam a segurança na sua casa.
Para o Presidente Ramos Horta, segundo suas palavras “ninguém disparou para Reinado a um ou dois metros de distância, nem ele foi detido antes de ser abatido”.

É caso para perguntar o que faz o Presidente ter estas certezas, como sabe quais os propósitos de Alfredo Reinado, porque razão os militares que ele diz estarem no perímetro residencial a protegê-lo não o protegeram na realidade e que terá ele a dizer sobre Leopoldino Exposto, também foi abatido numa troca de tiros? À distância?
Como pode o Presidente ter tantas certezas sobre o que não viu? Serão certezas ou uma enorme labuta para consolidar em “verdade oficial” uma enorme mentira?
Se assim é, o que faz o Presidente Ramos Horta mentir tão empenhadamente? O que sabia sobre a ida de Reinado a sua casa? O que correu mal?

Em Dili corre uma versão, a que sempre resisti dar crédito, de que o PR Ramos Horta havia acordado através de emissários um encontro na sua residência com Alfredo Reinado, com o propósito de ser apresentada a rendição de Reinado e dos seus homens, mas que Reinado deixou na retaguarda Salsinha e uns quantos dos homens que o acompanhavam para lhe assegurarem escapatória no caso de concluir que era uma armadilha…

Se resistir a dar crédito a esta possibilidade dos “mistérios” de 11 de Fevereiro era para muitos lógico, está a deixar de o ser, ao comprovarmos o empenho de Ramos Horta em testemunhar e afirmar sobre acontecimentos em que estava ausente. Aliás, o PR tem sido propenso a encontrar erradamente culpados. Acusou Marcelo Caetano de ter disparado contra ele… mas dali por uns tempos desdisse-se e ilibou Marcelo, acusando um outro… que parece não saber quem é.

Também acusou Angelita Pires com bastante energia. Mas, entretanto, tudo indicia que a montanha pariu um rato e a energia do Presidente esmoreceu nesta acusação. Pifou. Na “vertente indonésia”, que empenhadamente publicitou, também tudo esmoreceu e foi energicamente desmentido pelos seus congéneres do lá de lá da fronteira. A “vertente indonésia” também pifou.

Assim sendo, aquilo que se tem constatado é que o PR Ramos Horta vem desde há muito fazendo afirmações extemporâneas que acabam por não ser comprovadas, antes pelo contrário. Vão sendo desmentidas. Porque as faz? O que pretende ao gerar estas confusões? Contribuir para esclarecer não será certamente.

São este tipo de incongruências que desbastam a credibilidade de José Ramos Horta, nestes e noutros aspectos, para além de aparentar saber mais sobre a vinda do grupo de Alfredo Reinado a Díli do que aquilo que declara. O que eventualmente Ramos Horta não entende são os motivos porque em 11 de Fevereiro acabou por ficar às portas da morte. Talvez que a sua displicência e à-vontade dos seus seguranças em avançar para o local do tiroteio naquele dia explique que algo sabia e que afinal o pior já tinha passado, não prevendo que houvesse quem contra ele disparasse. Não estava no seu “programa”.

Evidentemente que por agora tudo isto não passam de especulações, mas não restam dúvidas que acabam por explicar as razões por que o PR anda desde sempre a apontar para pistas irrealistas e a fazer declarações de fé apesar de não ter testemunhado as circunstâncias das ocorrências.
Afinal, o que sabe Ramos Horta, sobre a descida de Reinado a Díli, que não nos diz? E quem é que o tentou abater? Se não foi Marcelo Caetano quem terá sido? A que distância dispararam contra ele? Essas balas pertencem a que arma? Quem a usava? Quem ordenou que o abatessem?

Perguntas e mais perguntas. Perguntas a que as verdades oficiais que estão a tentar impingir-nos não dão respostas aceitáveis. E o relatório? O Presidente já dispõe do relatório sobre o que se passou? Certamente que os atrasos terão a ver com os mais de quatro mil casos de cadáveres desenterrados de vez em quando, fruto da animalesca sanha assassina das polícias e exército indonésio… que o PR declara não ter importância na actualidade.

Se o Nobel de Desculpabilizador de Criminosos fosse instituído por certo que o nosso PR era um forte candidato. Foram assassinados trezentos mil… mas isso não interessa nada. A sua retórica sobre o assunto todos nós conhecemos, o que não conhecemos é aquilo que poderá saber Ramos Horta sobre o 11 de Fevereiro… que não diz.

Indonesian ID card found on body of East Timor rebel leader

Dili, Sept 17 (DPA) - Slain East Timor rebel leader Alfredo
Reinado had an Indonesian citizenship card in his pocket when he
was shot on February 11 during an attack on the president, media
reports said Wednesday. Reinado, a former commander of the
military police in Dili until he left his post and took up arms
against the state in 2006, led a handful of rebels to the
president's home in Dili, where he was shot dead by presidential
guards.

However, his men continued the shootout and 30 minutes later
President Jose Ramos-Horta was shot twice as he walked toward
his home.

According to the autopsy report, the card was found during the
autopsy the afternoon of February 11, reported The Timor Post.

With a citizenship card, or KTP card as they are known in
Indonesian, Reinado could have fled Timor after the attack.

The Indonesian Embassy in Dili denied that the document was ever
officially given to Reinado, diplomats told Deutsche
Presse-Agentur dpa.

Victor Sambuaga, the Indonesian head of political affairs in
East Timor, said KTP cards are given only to citizens born in
Indonesia.

Sambuaga said he had no idea whether or not the card was real or
forged as Timorese authorities have yet to release the card to
his government for inspection.

He added that after seven months of investigation, the Timorese
government has yet to request any information about the document.

According to The Timor Post, Reinado's card bore the name
Simplisio de la Crus.

Sambuaga said newer cards are digital and solid plastic, but an
older card could have been tampered with quite easily. He
suggested Reinado got a real card and doctored it.

"The old type was only laminated so the photo could easily been
cut open and changed," Sambuaga said.

When President Ramos-Horta returned to East Timor in April after
two months of recovery in a Darwin, Australia, hospital, he
accused Indonesian television station Metro TV of giving Reinado
travel documents and smuggling the rebel over the border in 2007
to do a TV interview.

Metro TV has denied any illegal activity and Ramos-Horta has
since rescinded his accusations, though this latest revelation
could spark renewed speculation.

O CONTO SOBRE A SOMBRA

Carlos Correia Santos

Foi numa certa manhã que a história de Inácio se iniciou. O menino percebeu que, ao contrário do que sempre acontecia, a luz do sol matinal não estava entrando pela janela de seu quarto.

Sempre deixava aquela janela aberta para que a luz do dia banhasse seu aposento. Pois alguma coisa tinha mudado. No lugar da luminosidade amiga, havia uma estranha e perturbadora sombra. Inácio se angustiou. O que significaria aquilo? Um gelado medo subiu por sua espinha.

Sombras são sempre sinais de coisa ruim, acreditava o garoto. Deveria ir até a janela para ver do que se tratava? Deveria? Ah, não! Não tinha coragem... Sentou-se numa cadeira no fundo do quarto e começou a pensar e pensar. Será que alguma coisa de mal aconteceria com sua vida?

Lembrou-se de seus pais. Amava seus pais. E se eles adoecessem? Santo Deus... E se um deles partisse?!

A angústia aumentou e aumentou. Percebeu naquele instante que nunca tinha mostrado a seus pais o quanto os amava. Tomou uma decisão. Não deixaria mais passar nenhum dia sem dizer para eles: amo vocês. De repente, lembrou-se de sua irmã. Será que aquela sombra significava algum problema que aconteceria com ela? Estava brigado com sua irmã havia dois dias. Tudo por causa de uma bobagem. Ela tinha quebrado um brinquedo seu. Que bobagem, disse para si mesmo! Que grande bobagem. Terrível é quando o bem-querer se quebra. Não podia deixar que se quebrasse o bem-querer que sentia por ela. Não podia. Faria as pazes com sua irmã. Isso!

Faria as pazes o mais rápido possível. Olhou para a sombra e se inquietou ainda mais. O que ela significava? Recordou-se de seus amigos. De cada um deles.

Chegou à conclusão de que não os tratava como eles mereciam. Só procurava por eles quando precisava de algum favor. Não os procurava apenas para saber como eles estavam. E pior: sempre que um amigo mostrava estar agoniado com algo, dava um jeito de se afastar. Não tinha paciência para escutar seus problemas. Aquela sombra... Será que alguma coisa de muito sinistra estava para se passar com algum de seus amigos? Procuraria por eles. Por todos eles. Faria questão de mostrar que estava disposto a ajudá-los no que fosse preciso. Ai, ai, ai... aquela sombra. Estava muito, muito assustado com aquela sombra... O que ela significava, afinal? O que ela significava?

Depois de muito temer e tremer... Inácio atinou: só havia uma maneira de entender o que estava se passando. Precisava ir até a janela. Precisava enfrentar aquela sombra. Fosse o que fosse.

Puxou o ar pelas narinas, reuniu toda a coragem que era possível, levantou-se e caminhou até o parapeito de olhos fechados. Posicionado entre as persianas, foi abrindo o olhar devagar... Bem devagar... Quando por fim teve a visão do que estava diante de sua janela, Inácio entendeu uma das maiores lições da vida. Sempre que as sombras aparecem, elas trazem consigo um convite...

Um convite para pensarmos sobre as nossas dificuldades... Um convite para refletirmos sobre o que na vida fazemos de bom ou de mau. Nem sempre as sombras são sinais de perigo. Elas podem ser apenas um alerta para que passemos a dar conta das coisas que são realmente valiosas...

Quando Inácio abriu os olhos, ele viu que a sombra que cobria sua janela vinha de uma linda árvore que havia nascido em seu quintal. Uma protetora e majestosa árvore que ali estava apenas para lhe oferecer beleza, tranqüilidade e suculentos frutos.

*CARLOS CORREIA SANTOS é poeta, contista e dramaturgo brasileiro.
Contatos: carloscorreia.santos@gmail.com / contista@amazon.com.br

Incompreensão da "ideologia" timorense pelos vizinhos é ameaça à segurança do país

2008-09-19 05:51:31

Díli, 19 Set (Lusa) - A "percepção errada da política externa e da ideologia" de Timor-Leste pelos seus vizinhos está entre as ameaças à segurança do país, segundo um documento de reflexão do sector a que a Agência Lusa teve acesso.

O relatório final do Simpósio sobre o Sector Nacional de Segurança de Timor-Leste, realizado de 12 a 18 de Setembro no Havai, inclui uma análise das ameaças actuais ou potenciais às prioridades nacionais.

A falta de capacidade para integrar operações de manutenção de paz e o facto de Timor-Leste não pertencer à ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) nem a outras organizações regionais são indicados como obstáculos à contribuição timorense para a estabilidade regional.

O documento inicia-se com a identificação dos interesses nacionais de Timor-Leste, destacando "a defesa e garantia da soberania do território".

Outras prioridades nacionais são "garantir a paz, liberdade e prosperidade do povo timorense", "garantir o primado da lei", "promover o desenvolvimento sustentável" e "contribuir para a estabilidade e segurança regional e internacional".

Em relação às "capacidades e processos necessários para enfrentar causas e responder a desafios", o documento analisa com mais detalhe a defesa da soberania e da integridade territorial.

O relatório final do simpósio aponta para "uma forte componente marítima", "capacidade de diplomacia preventiva", "integração de organizações regionais", "autoridade marítima integrada", "doutrina de segurança integrada" e "processo de construção de consensos em matérias de segurança nacional".

Estes aspectos reflectem-se num outro capítulo do documento, dedicado às áreas de possível assistência internacional, com destaque para o "diálogo marítimo trilateral" entre Timor-Leste, Austrália e Indonésia.

O documento salienta a importância para Timor-Leste de instituições como a Organização Marítima Internacional (IMO) e a participação na Coral Triangle Initiative (CTI, lançada por seis países em Dezembro de 2007 por iniciativa da Indonésia).

A importância e as dificuldades colocadas em torno das línguas oficiais e de trabalho são abordadas em diferentes capítulos do relatório, por exemplo no contexto do sistema jurídico e no desenvolvimento de capacidade técnica e critérios de exigência.

Entre os "próximos passos para implementar as recomendações" do simpósio, o documento inclui "a resposta rápida aos problemas dos veteranos de forma mais detalhada".

O simpósio sobre o sector de segurança foi acolhido pelo Asia Pacific Center for Security Studies (APCSS), uma instituição de pesquisa ligada ao Comando do Pacífico (PACOM) das forças norte-americanas.

Deputados, antigos governantes e oficiais das forças de segurança, diplomatas e representantes das Nações Unidas participaram dos quatro dias de discussão.

Vários dos participantes, ouvidos pela Lusa no regresso a Díli, consideraram o simpósio "uma oportunidade de diálogo intratimorense".

PRM
Lusa/fim

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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