sexta-feira, outubro 13, 2006

Fracassam negociações para regresso de Reinado à prisão

Díli, 13 Out (Lusa) - As negociações para o regresso à prisão do major Alfredo Reinado, líder dos militares rebeldes timorenses que fugiu da cadeia a 30 de Agosto, saldaram-se em fracasso, disse hoje à Lusa fonte judicial.

A fonte, que solicitou o anonimato, acrescentou que "esta foi a terceira vez que se negociou o regresso de Alfredo Reinado e dos seus homens a Díli".

Nesta terceira etapa negocial, iniciada há cerca de duas semanas, participaram o Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, e o brigadeiro Mick Slater, comandante do contingente militar australiano estacionado em Timor-Leste.

Quinta-feira, numa conferência de imprensa em Díli, o comissário Antero Lopes, comandante da Polícia da ONU, admitiu "estarem em curso medidas para o regresso dos fugitivos" à prisão.

A fonte contactada pela Lusa precisou que "o major Alfredo Reinado está fortemente armado e garantiu que resistirá a qualquer tentativa de o irem buscar pela força".

O acordo proposto a Alfredo Reinado, previa o seu regresso ao Centro de Detenção, em Caicoli, mas o major rebelde recusou a proposta, sublinhando que " primeiro quer limpar o nome" e só depois aceitará ser julgado, acrescentou a mesma fonte contactada pela Lusa.

Alfredo Reinado, um dos majores que abandonaram em Maio passado a cadeia de comando das forças armadas timorenses, foi detido a 25 de Julho pelas forças australianas por estar na posse ilegal de armas e outro equipamento militar, e fugiu da prisão de Bécora, em Díli, a 30 de Agosto, na companhia de mais 56 reclusos.

Um dia depois da fuga, numa mensagem vídeo entregue pelos seus colaboradores na delegação da Lusa em Díli, Reinado garantiu estar pronto para ser julgado por um tribunal "independente" e "sem influência política" e apelou para o fim da violência em Timor-Leste.

"Mesmo estando fugido da cadeia, não significa que esteja a fugir da justiça", afirmou então Alfredo Reinado, salientando que estava disponível para ser "julgado em qualquer dia e em qualquer tempo". "Apenas espero um tribunal independente, isento e imparcial e sem influência política", acrescentou na altura.

O major Alfredo Reinado, que comandava a Polícia Militar, abandonou a cadeia de comando das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) no início de Maio, para liderar militares rebeldes que contestavam o executivo do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, entretanto substituído no cargo por José Ramos-Horta.

Durante a crise, Reinado afirmou em várias ocasiões obedecer apenas às ordens do Presidente da República e comandante supremo das forças armadas timorenses, Xanana Gusmão, com quem se encontrou a 13 de Maio.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Luís Guterres, a onda de violência registada em Díli desde Abril provocou uma centena de mortos, alem de cerca de 180 mil deslocados internos.

A ONU nomeou uma comissão de inquérito liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro para apurar os responsáveis pela violência ocorrida em Timor-Leste em Abril e Maio, cujas conclusões serão divulgadas "dentro de dias", segundo anunciou quinta-feira, em Díli, a missão das Nações Unidas no país.

O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, admitiu quinta-feira, em Camberra, que o relatório poderá ser divulgado segunda-feira.

EL-Lusa/Fim


Que espanto...

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Xanana Gusmão tem de se candidatar a segundo mandato -Ramos-Horta

Díli, 13 Out (Lusa) - Xanana Gusmão tem de aceitar o desafio de se candidatar a um segundo mandato como Presidente da República, defendeu hoje em Díli, em declarações à Lusa, o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta.

"O Presidente Xanana deve assumir o peso, o fardo, de um segundo mandato", disse Ramos-Horta.

O chefe do governo timorense, que falava à chegada a Díli após uma visita de trabalho de cinco dias à Austrália, reagia assim ao divulgado terça-feira pelo International Crisis Group (ICG), uma organização não-governamental sedeada em Bruxelas, sobre a crise em Timor-Leste.

No relatório "Resolver a Crise em Timor-Leste", o ICG recomenda que Xanana Gusmão e o líder da FRETILIN e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, devem abster-se de participar nas eleições previstas para 2007 em Timor-Leste, caso contrário a situação pode voltar a degenerar em violência.

"Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem pensar no impensável - esquecer qualquer papel nas eleições para que novos líderes possam emergir", recomenda o ICG, numa posição que não foi subscrita por José Ramos-Horta.

"A opinião adversa, que eu sempre respeito, seja de quem for, mas sobretudo de gente situada em Bruxelas, não tem que ser Bíblia ou a verdade exclusiva ", salientou Ramos-Horta.

"Nos contactos diários com a população, gente de todas as camadas sociais e idades, não tenho ouvido uma única pessoa que sugira que o Presidente Xanana não deve recandidatar-se a um segundo mandato. Pelo contrário, há um ponto de vista unânime neste país de que o Presidente ainda tem um enorme leque de apoio, de respeito e confiança, da população. Por isso, essa opinião de uns tantos ditos especialistas não corresponde nada ao sentimento do povo", precisou.

Quanto a Mari Alkatiri, o primeiro-ministro considera não caber ao ICG opinar sobre se deve ou não o líder da FRETILIN manter-se na vida política activa.

"A FRETILIN sabe melhor que ninguém quais as figuras que melhor estando à cabeça da lista do partido podem garantir a vitória eleitoral", frisou.

"Salvo o devido respeito ao ICG, creio que os camaradas da FRETILIN sentem melhor o pulso do eleitorado, do povo timorense, do que uns camaradas 'experts', intelectuais de Bruxelas", vincou.

O International Crisis Group é uma organização independente, não governamental e sem fins lucrativos, que através da análise dos acontecimentos e do recurso a especialistas tem por objectivo prevenir e resolver conflitos.

Actualmente, o ICG é co-presidido pelo ex-comissário europeu para as Re lações Externas Chris Patten e pelo ex-embaixador norte-americano Thomas Pickeri ng, tendo o antigo chefe da diplomacia australiana Gareth Evans como presidente e o ex-chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano entre os membros do conselho de administração.

EL-Lusa/Fim

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A Propósito do Inglês e da Escusa a um Convite

Expresso das Ilhas (Cabo Verde) - 12 de Outubro de 2006

(o Autor deste artigo não é identificado no site deste jornal)

Há dias falando com um bom amigo sobre a minha escrita nos jornais manifestei-lhe o desejo de a abandonar e expliquei-lhe os meus motivos mais epidérmicos. Estava num dia em que havia experimentado directamente um dos efeitos desses motivos por mim invocados. Esse meu amigo, no seu jeito de irmão mais velho porque sempre o fora, mais em comportamento do que propriamente na idade, aconselhou-me a ponderar bem as minhas razões não sem me mostrar, na sua opinião, a desprezibilidade relativa de algumas delas terminando como sempre com: Mas a decisão é tua!

Reflecti muito e, vítima do enorme défice democrático de uma sociedade profundamente maniqueísta, se não é branco é preto, em que o afã de certos esbirros ávidos em mostrar serviço encontraram em mim um alvo que lhes dá satisfação, concluí que na verdade devia parar por um período indeterminado e longo.

Esta é a segunda vez que me sinto tentado a retomá-la (a escrita). A primeira foi quando ainda há bem pouco tempo a minha mulher me falou de um excelente artigo que um nosso comum amigo escrevera numa sua coluna num jornal digital. Abro aqui um parêntesis para dizer que de uma maneira geral não leio os jornais digitais nacionais. Friso, nacionais. Não para poupar a minha vista, já de si muito cansada (também pela idade) ou porque eles não me merecem igual respeito dos impressos, mas porque ainda gosto de sentir o manuseio do papel e o cheiro característico com os quais me familiarizei e me condicionei ao longo de tantas décadas de leitura assídua de jornais. Fecho aqui o parêntesis.

Pois bem, esse amigo dissera no seu artigo que Koffi Annan “acertara em cheio” na escolha do Dr. Mascarenhas Monteiro, para o seu representante no Timor-Leste. E o meu texto iria no sentido não só de me associar a ele, mas também de lhe fazer um pequeno ajustamento ou precisão semântica. Koffi Annan, na verdade, não «acertara», mas elegera ou nomeara aquele que pelas missões desempenhadas, ao longo destes últimos anos mais garantia lhe dava de sucesso de um trabalho sem sombra de dúvidas espinhoso num país em que se fala e se escreve o português, pelo menos, a nível da sua Administração. Não era pois uma questão probabilística de carácter aleatório, mas a leitura correcta de um perfil baseado em desempenho.

Não seria nem de perto de longe a primeira missão diplomática importante de Mascarenhas Monteiro depois de ter deixado de exercer as funções de Presidente da República, cargo em que se empenhara com toda a dignidade e total isenção e rigor. Senão vejamos:

Em Dezembro de 2001 Mascarenhas Monteiro, chefiou a delegação da OUA na missão de observação das eleições legislativas no Gabão; em Março de 2002 presidiu o Grupo de Contacto da OUA enviado a Madagáscar para mediar o conflito surgido na sequência das eleições presidenciais; em Abril de 2004 foi enviado especial da OIF (Francofonia) no Haiti chefiando uma grande delegação aquando da “renúncia” de Jean-Bertrand Aristide e da confusão gerada; em Fevereiro de 2005 chefiou uma outra Delegação de Alto Nível da OIF enviada ao Togo, a seguir à morte do presidente Eyadema e a tomada do poder pelos militares. Estas são apenas algumas das mais importantes missões político-diplomáticas que Mascarenhas Monteiro realizou depois de ter deixado a presidência e que culminaram com os convites, ainda em 2005, para presidir uma Comissão de Juristas da União Africana para estudar o caso de Darfur (aceitou e à última da hora problemas pessoais impediram-no de o concretizar) e, recentemente, para ser representante do secretário-geral das Nações Unidas em Timor-leste.

Mas a aceitação ou recusa do honroso convite era, na minha opinião, uma questão pessoal e, por isso, pensei que o caso estava arrumado não obstante se tratar de uma matéria de âmbito público; e que não se voltaria a falar dele. Rei morto rei posto, assunto encerrado como o próprio frisou.

Repescar o acontecimento como os media australianos o fizeram só pode ser por um profundo sentimento de culpa no recuo de Mascarenhas Monteiro e vergonha pela escabrosa e desastrosa intervenção que os seus compatriotas tiveram no processo da sua indigitação e nomeação. Queriam ter um representante amedrontado e condicionado – um homem de mão. Foram apanhados de surpresa. Saiu-lhes o tiro pela culatra.

As NU estão no Timor-Leste para resolver os problemas do país e não da Austrália ou Indonésia. Por muito importante que seja o domínio da língua inglesa não pode ser mais importante que o português ou o tétum. Foi por isso (obviamente não só!...) é que tão bem lá esteve o brasileiro Sérgio Vieira de Melo…

A puerilidade com que tentam agora justificar a recusa, ou melhor, o recuo de Mascarenhas Monteiro é deveras assustadora. Os argumentos políticos são apenas levianos. Não merecem qualquer comentário aprofundado quando toda a gente sabe que os negócios (latu sensu) do Timor-Leste, em termos de domínio, só podem ser discutidos e disputados entre a Indonésia que está estranhamente muito calada e a Austrália… A relação de Portugal com Timor-Leste é de ordem sentimental e tem tido, para o primeiro, enormes custos financeiros a fundo mais que perdido o que não vai acontecer com a Austrália como se verá no futuro. Quem não está lembrado da factura (não é uma metáfora, é real) apresentada pelos EUA ao Kuwait por o ter desembaraçado da ocupação iraquiana, obrigando-o a recorrer à banca?!...).

Mas quando é sabido que Xanana Gusmão é casado com uma australiana que anunciou em Sidney, Austrália, aquando da crise política que afastou Mari Alkatiri que o seu marido ia assumir (inconstitucionalmente, ele que é o garante da Constituição) as pastas da Defesa e da Segurança, na véspera dele o fazer (o anúncio) em Timor, está tudo dito quanto à posição da Austrália e do envolvimento de Xanana com esse país. Aí é que está o busílis – um homem rigoroso e íntegro como o Dr. Mascarenhas Monteiro no meio de uma trapalhada, podia perfeitamente “atrapalhar”...

Perguntem ao Koffi Annan porque é que não publicitou no prazo estipulado a nomeação de Mascarenhas Monteiro? É essa demora que permitiu a Mascarenhas Monteiro interrogar-se e em consequência recolher os dados subjacentes a essa demora e decidir pela recusa. Estes são os factos. Aliás, não se trata propriamente de uma recusa mas de um recuo perante novos dados uma vez que o convite tinha já sido aceite.

Afirmar que a língua estaria na base da desistência de um cargo tão honroso é considerar aligeirado e negligenciado o funcionamento das nomeações nas NU e também não conhecer Mascarenhas Monteiro que nunca teria aceite o lugar se não se soubesse capaz de o desempenhar bem.

É certo que Mascarenhas Monteiro não domina tão bem o inglês como o faz com o francês. Mas fala-o e entende-o. O grave é que também fala muito bem o português que é precisamente o que os australianos e os seus “amigos” (dos australianos) timorenses não querem.

Mas será que Koffi Annan e o seu “staff” não teriam analisado exaustivamente o curriculum de Mascarenhas Monteiro antes de lhe endereçar o convite? Não sejamos ingénuos!...

O ex-representante das Nações Unidas em Timor-Leste, o japonês Sukehiro Hasegawa, não diz uma palavra sequer de português ou de tétum, línguas de Timor. Ao que se sabe até tinha dois intérpretes angolanos para o português – a única maneira de dialogar com os timorenses, os directos interessados na representação da ONU. Thabo Mbeki, o presidente sul-africano, que se saiba não domina o francês, mas é o mediador para a paz em Côte D’Ivoire. Angola, no auge da guerra e das crises de reconciliação, teve Margaret Anstee, anglófona (britânica) e o malogrado Allioune Blondin Beye, francófono (maliano) e tinham ambos intérpretes em quem confiavam. Sir Ket Masire da Botswana esteve no Congo como representante das NU e não dominava o francês. Enfim, podia apresentar uma mancheia de representantes que não dominavam a língua do país ou das Nações Unidas para a região e alguns as duas coisas. O recurso a intérpretes e tradutores permanentes nas missões internacionais ad hoc tornou-se corriqueiro. Por isso, é bom que se avive a memória de que não se trata da nomeação de alguém para um departamento das estruturas convencionais das Nações Unidas no Timor-Leste mas sim da escolha de uma personalidade que represente o secretário-geral para uma missão específica, o que é coisa bem diferente no arranjo dos requisitos prioritários.

Não me sentiria bem se deixasse passar em claro aquilo que me pareceu não só uma infantilidade como uma ofensa, ao atribuir motivos tão ligeiros e levianos a um recuo que ninguém duvida tenha sido ponderado e sopesado com a menção expressa da defesa da dignidade pessoal e da do povo cabo-verdiano.

Há quem alvitre que, com o recuo de Mascarenhas Monteiro, Cabo Verde e a África perderam uma grande oportunidade de afirmação e de contribuição para a resolução dos problemas à escala global. Plenamente de acordo. Só que essa afirmação e contribuição não podem ser feitas à custa da nossa dignidade. E nisto, também e sobretudo, é-se juiz em causa própria!

A terminar este texto que já vai longo, muito mais que a princípio desejei, gostaria de citar o Primeiro-Ministro de Timor-Leste Dr. Ramos Horta: “Com a desistência de Mascarenhas Monteiro, quem sai a perder é Timor-leste!”.

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East Timor Catholic bishop calls for calm before inquiry commission findings release

UCANews/Catholic online - 12 October 2006

DILI, East Timor (UCAN) – The bishop of Dili Catholic Diocese has called for calm in anticipation of the release of the findings of a commission investigating the destabilizing violence that occurred in East Timor during April and May.

"We should place peace and calm in our hearts to see the outcome of the inquiry commission, because it will be a positive step toward truth and justice," Bishop Alberto Ricardo da Silva said when he spoke with the media on Oct. 6.

The Independent International Commission of Inquiry was set up June 8 at the request of then-foreign minister Jose Ramos-Horta, who subsequently became prime minister after Mari Alkatiri resigned as head of the government. The commission was given a mandate to establish the facts surrounding the April 28-29 protests by soldiers, the May 25 killings of 9 police officers and the resultant gang warfare, looting and arson that claimed at least 21 lives in all. It also was to recommend measures to bring those responsible to justice.

Army protesters and their sympathizers had taken to the streets of the capital April 28-29 with calls for the reinstatement of 591 soldiers who had been dismissed by Alkatiri in February after they protested against alleged discrimination. The findings were due for release on Oct. 8 but are still being translated into Indonesian, Portuguese and Tetum, the main languages used in Timor-Leste, or East Timor.

Bishop da Silva added that the results will probably be painful for some leaders, institutions and civil society, but must be welcomed as a way to rebuild human rights and justice in the country. "I would like to ask all people of Timor-Leste to accept it with no violence," he appealed.

The vicar general of Dili diocese, Father Apolinario Aparicio Guteres, also said people should fully accept the outcome and the recommendations of the commission. "I believe that the outcome will rebuild peace and justice, because justice must come from the truth, and this is what people are waiting for," Father Guteres told UCA News Oct. 9.

Jose Edmundo Caetano, a lawyer with the Commission for Peace and Justice of Dili Diocese, told UCA News Oct. 10 that he worries what will happen after the commission releases its reports. He urged the government to guarantee security, otherwise the situation could deteriorate. "There is a big possibility more violence could erupt. There could be some groups who are not content with the results and use violence to protest," he said. The lawyer reported more people taking refuge in their home districts outside the capital as rumors of violence spread in the streets. "You never know what will happen in the future. Sometimes rumors are true. So it's better to save lives," he said.

Father Jose Soares, who serves at Immaculate Conception Cathedral in Dili, says the big problem may be within the military.

"I think the number one potential for violence is the military. If some of the military officials are named responsible, I hope they can accept the responsibility. If not they may flee with their subordinates and launch a guerilla war which could endanger the nation," the priest told UCA News. Political parties too could be a source of conflict if political leaders are cited in the report, he added. But he said that he believes the leaders of the country have the political maturity to take responsibility for the crisis. "The leaders should be prepared if they are charged -- this is for the good of the nation," Father Soares stated.

A university student, Marcelo Dias, told UCA News Oct. 11 that he is awaiting the results of the report in order to see justice done. "Those involved in the chaos should be brought to court," he said. Dias doubts the judicial system will be able to bring the guilty to justice, but he called for it to act courageously. "I think people would like to see East Timor's judicial system implement justice, otherwise they will implement their own justice, which may lead to violence." Marcelo is optimistic about security, however, citing the presence of United Nations peacekeeping forces in the country.

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Former East Timor PM rejects findings of report into unrest

LISBON, October 12 (AFP) -- East Timor's deposed prime minsiter, Mari Alkatiri, rejected Thursday a report by a conflict-prevention group which recommended that he and President Xanana Gusmao sit out next year's general election to reduce tensions in Asia's newest nation.

The Brussels-based International Crisis Group blamed deadly clashes between rival armed factions which swept Dili in April and May partly on a longstanding rivalry between the two men in the report released Tuesday.

The report said internal divisions pose the greatest threat to the elections and that "the most important guarantor against violence might be for the more controversial figures in the capital to sit this election out voluntarily."

It advised Gusmao and Alkatiri "to think the unthinkable -- foregoing any role in the 2007 elections so new leaders can emerge."

But in an interview published in daily Portuguese newspaper Publico, Alkatiri said the report's findings were "a simplistic way to understand what happened in the past in East Timor."

"I don't want the conflict to be reduced to two people -- me and Xanana Gusmao. Or that today's situation be seen as the result of old conflicts," he added.

Alkatiri resigned as prime minister under pressure in June following a wave of unrest in which more than 30 people were killed and an estimated 100,000 people were displaced.

The violence erupted after Alkatiri sacked over a third of its armed forces and it led to the deployment to East Timor of more than 3,200 international peacekeepers from Australia, New Zealand, Malaysia and Portugal.

Alkatiri was replaced as prime minister by Jose Ramos-Horta, a Nobel Peace Prize winner and East Timor's representative abroad during its struggle to break free of an Indonesian occupation that lasted from 1975 to 1999.

A neglected Portuguese colony for hundreds of years before the Indonesian occupation, East Timor is one of the poorest countries in the world in terms of income terms but has considerable oil and natural gas resources that are just beginning to be explored.

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Timor bishop in bid to prevent new violence

Catholic Telecommunications (Australia) - 12 October, 2006 - 23:47 (GMT)



As East Timor braces for the release of an inquiry report into violence earlier this year that led to the resignation of former Prime Minister Mari Alkatiri, the Dili Bishop and other Church leaders have called for calm acceptance of the inquiry findings.


"We should place peace and calm in our hearts to see the outcome of the inquiry commission, because it will be a positive step toward truth and justice," Dili Bishop Alberto Ricardo da Silva told reporters this week, a UCA News report says.

The Independent International Commission of Inquiry was set up in June at the request of then-foreign minister Jose Ramos-Horta, who subsequently became prime minister after Mari Alkatiri resigned as head of the government.

The commission's mandate was to establish the facts surrounding the 28-29 April protests by soldiers, the 25 May killings of 9 police officers and the resultant gang warfare, looting and arson that claimed at least 21 lives in all. It also was to recommend measures to bring those responsible to justice.

Army protesters and their sympathisers had taken to the streets of the capital with calls for the reinstatement of 591 soldiers who had been dismissed by Dr Alkatiri in February after they protested against alleged discrimination.

The findings were due for release on 8 October but are still being translated into Indonesian, Portuguese and Tetum, the main languages used in Timor-Leste, or East Timor.

Bishop da Silva added that the results will probably be painful for some leaders, institutions and civil society, but must be welcomed as a way to rebuild human rights and justice in the country. "I would like to ask all people of Timor-Leste to accept it with no violence," he appealed.

The Vicar-General of Dili diocese, Fr Apolinario Aparicio Guteres, also said people should fully accept the outcome and the recommendations of the commission.

"I believe that the outcome will rebuild peace and justice, because justice must come from the truth, and this is what people are waiting for," Fr Guteres told UCA News earlier this week.

Jose Edmundo Caetano, a lawyer with the Commission for Peace and Justice of Dili diocese, also told UCA News that he worries what will happen after the commission releases its reports.

He urged the government to guarantee security, otherwise the situation could deteriorate. "There is a big possibility more violence could erupt. There could be some groups who are not content with the results and use violence to protest," he said.

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UNMIT Daily Media Review

Friday, 13 October 2006

National Media Reports
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

Recommendation of ICG Against Convention

MP Clementino Amaral (KOTA) said the report of the International Crisis Group, which recommends that among other leaders, former Prime Minister Mari Alkatiri and President Gusmão should not be involved in the 2007 elections, is against the Political and Civil Rights Convention. Amaral further said the recommendation is not appropriate because everybody is still waiting for the result of the COI and it would not be democratic if the group already has access to the report. The Chairman of ETPA, Cecilio Caminha said the recommendation is good but the government of Timor-Leste had already adopted and approved the convention, therefore its citizens have the right to vote and be politically active if they wish. Other political leaders are of the same opinion, saying no one can stop them from being active in politics. (STL)

UNPOL Would Stop Violence

Acting Police Commissioner, Antero Lopes reportedly said during Thursday’s press conference that the United Nations police will mount security in Dili, the districts and sub-districts in time for the release of the COI report. Lopes said at the moment there are 648 police from 13 nations and 200 more police are arriving from 20 nations next week and the police would not tolerate more violence. Lopez said UNPOL would take a firm stand on those people committing violence. On the issues of guns, Lopes said a total of around 232 guns, have not yet been handed in by the PNTL officers, noting 100 out of this number are pistols. During the press conference, Antero also said that President Gusmão has never interfered in the work of the international forces in detaining Major Alfredo who is currently in hiding. He said UNPOL has identified that the case of Colmera has affiliation with the stabbing of the STAE staff, saying soon police will detain those involved in the crime, adding it is not related to the recent crisis.

Acting Commander for the Joint Stabilisation Force, Lieutenant Colonel Rerden said the Australian and New Zealand forces continue to collaborate with UNPOL in providing security to the population. In a separate article, Commander Rerden said the International Forces have recaptured two prisoners who escaped with Major Alfredo’s group.

At the same press conference, Acting SRSG Finn Reske-Nielsen said the COI report will be released sometime in the next 8 days, adding many political parties have requested UNMIT for the quick release of the document but said it is not possible as the translations are not yet complete. Reske-Nielsen further said UNMIT has consulted with all Timorese leaders and civil society to receive the report with humility and serenity. The Acting SRSG said he welcomed the joint appeal by the President of the Republic, the Prime Minister and the Speaker of the National Parliament, to the population to be calm and to continue their daily activities. (STL, TP)

Dialogue Based On Political Proximity

Maria Domingas Fernandes Alves, coordinator of the Commission of the Dialogue and Community Reintegration said the scheduled dialogue would first analyse the political proximity in order to create an environment of understanding. Alves said the commission would only facilitate the return of the population to their homes and that the objective and focus of the dialogue is on the youth. She said it is a difficult and complex task to try to convince the youth to participate in the dialogue, adding it would need to begin from the grassroots level. In the meantime, a member of the same commission, Joao ‘Choque’ da Silva said despite the difficulties the commission is facing it is time for the Timorese youth to forgive each other. He said that the Timorese have forgiven the Indonesians and today many Indonesians are living in Timor-Leste, so why can’t the Timorese forgive each other? (STL)

RTTL News Monitoring Reporting
13 – 10 – 2006

Timor-Leste would receive the result of COI: A/SRSG

RTTL reported that A/SRSG Mr. Finn Reske-Nielsen said that the people of Timor-Leste would receive the result of the Commission of Inquiry report when it is released. He said that during this time UNMIT has consulted with all components and civil society in regard to the results of the COI. The UNPOL Commissioner Antero Lopes stated that UNPOL would guarantee security for the people in Timor-Leste. Regarding the prisoners that escaped from prison, Lopes stated that two people have been captured and are now back in the prison.

Discussion of electoral law in NP:

Vicente Guterres, President of Commission A stated that the discussion of the electoral law has ended but Commission A will elaborate on all ideas and submit them to the plenary for discussion. The Minister of Planning and Finance stated that the budget for the general elections in 2007 amounts to US $10,000,000. Minister of State Ana Pessoa stated that there is a need to have the law of National Electoral Commission and then they will work as an independent organ. At the same time Sebastião Dias Ximenes, the Ombudsmen of Human Rights and Justice, stated that as an independent institution they have no political tendency for the electoral law; they just submit opinions and recommendations to the National Parliament in relation to the two draft electoral laws that are still being debated by National Parliament.

Political Parties list:


Minister of Justice Domingos Sarmento stated that there are 15 political parties already on the list. He said that 8 political parties have been approved by the Court of Appeal. He said that just one political party has been rejected by the court of appeal which is the PDC party version Olandina party.

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Austrália vai ter comando próprio em Timor-Leste

Público - Sexta, 13 de Outubro de 2006


Adelino Gomes

Timor-Leste desistiu de defender a integração dos militares australianos na próxima missão da ONU no país. Num encontro com o seu homólogo John Howard, em Camberra, o primeiro-ministro José Ramos-Horta declarou-se convencido de que, dada a escassez de recursos, é preferível combinar forças de manutenção da paz, fornecidas por esta organização mundial, com actores regionais.

A oposição do Brasil, Malásia, Nova Zelândia e Portugal deverá assim ser insuficiente para evitar que a Austrália - como desde o início exigiu, apoiada pelos EUA, Grã-Bretanha e Japão - assuma uma posição de supremacia militar em Timor-Leste, subalternizando o papel das outras componentes da missão, cuja composição definitiva será aprovada no próximo dia 25, em Nova Iorque.

Horta anunciou, na mesma ocasião, que o Parlamento nacional ratificará, em Novembro, o tratado de exploração conjunta de petróleo e gás natural no mar de Timor. E revelou que o relatório da ONU sobre a violência de há meio ano, aguardado com grande expectativa e receio de novos confrontos, deverá ser tornado público na próxima segunda-feira.

O primeiro-ministro timorense manifesta-se favorável à emergência, já nas próximas eleições legislativas e presidenciais, de líderes da nova geração. Admite, contudo, que se assim não acontecer, pode ele próprio candidatar-se a qualquer dos dois lugares.

Um recente relatório do International Crisis Group (ICG) sugeriu que Xanana Gusmão e o ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, desistam de qualquer papel nas eleições de 2007 "para que novos líderes possam emergir".

O ICG é presidido pelo chefe da diplomacia australiana Gareth Evans e co-dirigido pelo ex-comissário europeu Chris Patten e pelo antigo embaixador dos EUA na ONU Thomas Pickering.

Evans protagonizou com Ali Alatas, seu homólogo indonésio, a assinatura de um tratado de partilha dos recursos petrolíferos do mar de Timor, em 1989. "Um momento nauseabundo da tragédia de Timor", segundo o cineasta John Pilger, que no seu filme Death of a Nation (1994) incluiu imagens dos dois ministros a festejarem a assinatura com champanhe, a bordo de um avião militar australiano que sobrevoava Timor.

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De um leitor

Importánsia ba ko'alia portugés iha Timor Lorosa'e

O papel do português no desenvolvimento cultural e linguístico de Timor-leste é indispensável. Mesmo os timorenses que conheço, que dizem que não falam nem compreendem português, usam um tétum muito lusificado.

Quanto à acusação que o português seja uma língua difícil, o nível do inglês falado deles é bastante fraco, e o inglês escrito deles é ainda pior. Eles mesmo fazem os mesmos erros como gente que fala português, por exemplo, dizem "recourses" em vez de "resources".

Os que propõem o indonésio como língua oficial dizem que a grande maioria de indonésios continuam de falar as línguas regionais. Sim falam aquelas línguas, mas não lêem, escrevem, publicam nem emitem naquelas. O estatuto destas línguas é muito inferior, e é por isso que alguns os chamam (erradamente) dialectos.

(Outra coisa: não é preciso de chamar o indonésio "bahasa" - é o equivalente de chamar o português "língua", ou o inglês "language". Na Malásia, Singapura e Brunei, fala-se malaio, do que o indonésio é uma variedade.

Sem dúvida, o indonésio e o inglês são línguas importantes para Timor-leste, mas representam uma ameaça à identidade separada do país. O papel do português é como contrapeso às línguas dos vizinhos gigantes.

O sistema multilingue de Luxemburgo seria o melhor modelo para Timor-leste, onde estudantes aprendem luxemburguês, alemão, francês, inglês, e uma outra língua moderna ou clássica. Em Timor-leste, os estudantes devem aprender o tétum, português, indonésio e inglês, e outras línguas asiáticas e europeias, com línguas timorenses em vez de línguas clássicas.

Viva o timortuguês!

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De um leitor

Realmente quando se quer criticar um governo e se tem a preguiça de ir aos documentos oficiais, aos discursos do próprio Alkatiri em varias sessões das reuniões de Timor-Leste com parceiros de desenvolvimento, entre outros, só mostra a ignorância ou a intenção maliciosa daqueles que criticam.

Ir ao passado e dizer que Alkatiri era um actor secundário e não se referir ao facto de o próprio Xanana o ter escolhido já em 1998 para gerir o dossier do petróleo do Mar de Timor, só prova, não só a ignorância, como também a intenção maliciosa e a pequenez dos que o criticam.

Ignorar que Alkatiri era uma presença sempre necessária durante os 20 e tal anos de resistência nas sessões da ONU, no encontro intra-timorense e nos outros forum, incluindo no encontro "Dare II", em Jakarta, etc, etc, etc..., e não ter também sido minimamente honesto para reconhecer que em 1975, a Delegação Externa da Fretilin já era chefiada por Alkatiri, e' desconhecer a historia ou querer distorcer a história.

Dizer que o sucesso não foi só do Alkatiri mas de uma equipe que com ele trabalhou e' certo. Mas se houvesse honestidade da parte dos críticos também o teriam dito que os insucessos também eram da equipe e não só do Alkatiri.

Dizer que as obras feitas foram resultado de vários apoios e também a continuidade das obras já iniciadas pela UNTAET também e' certo. Mas certo também que o apoio existia porque havia confiança no Governo e a continuidade se fazia porque havia planos, programas e trabalho.

Quanto a tudo o que foi feito na governação de Alkatiri, há bastantes documentos para serem consultados.

Quanto aos erros de que se baseiam os opositores de Alkatiri, sempre se reduzem aquilo que chamam de "sua arrogância" e do facto de não querer partilhar o poder com outros. Mais do que isso não tem sido apresentado de uma forma convincente.

Quando falam da "miséria do povo", os críticos deviam ter capacidade de analisar e compreender os vários relatórios feitos por instituições como a PNUD, Banco Mundial, etc. Se tivessem tido esta capacidade e uma mínima honestidade intelectual, se tivessem feito um estudo comparativo com outros países, teriam chegado a conclusão de que, em termos de desenvolvimento humano, Timor-Leste estava no rumo certo e andava a uma velocidade nunca vista em parte nenhuma do mundo.

Teriam compreendido também que o crescimento rápido da população funcionava em sentido contrário ao desenvolvimento.

Teriam compreendido também que o crescimento populacional urbano era um factor extremamente negativo para o desenvolvimento equilibrado do pais.

Os críticos teriam compreendido melhor toda a situação se tivessem procurado analisar o orçamento preparado pelo Governo de Alkatiri, colocando, como fundos especiais de transferências publicas, avultadas somas a serem investidos nas zonas rurais, de modo a criar condições de atracção a população jovem para o regresso as suas zonas de origem.

A estratégia do governo de Alkatiri mostrou-se bem sucedida e assente nos seguintes pontos:

1. Não endividar o país

2. Ganhar credibilidade na gestão macroeconómica e financeira

3.Investir no desenvolvimento humano

4. Investir em áreas de serviços que contribuam para a redução da pobreza (caso de fornecimento de agua potável, de energia, de meios de comunicação...)

5. Prioritizar a educação e saúde

6. Prioritizar a negociação sobre o Mar de Timor e a criação do Fundo de Petróleo

7. Reforçar as instituições do Estado, através de normas reguladoras e de capacitação de quadros

8. Criar uma independência em recursos financeiros

Porque se ganhou credibilidade na gestão macroeconómica e financeira e no respeito pelos direitos individuais na criacao de um clima propicio ao investimento estrangeiro, com Alkatiri como Chefe do Governo, Timor-Leste foi, em tempo record, admitido no Programa de Millenium Challenge Corporation - Programa de Ajuda do Governo americano - e, com base nisso, tinha-se iniciada a negociação com o Governo dos EUA para um apoio a Timor-Leste na ordem de 350 milhões de USD para 3 (três) anos.

Não vale a pena aqui citar outros apoios que este país tem vindo a receber de outros parceiros de desenvolvimento.

Se os comentaristas quiserem podem ir ao Ministério do Plano e Finanças de Timor-Leste (como fiz) para obter todos os dados.

Quanto a dita arrogância de Alkatiri, prefiro não comentar.

Na verdade, o que aconteceu em Timor-Leste não tem nada de novidade. Quando um Primeiro Ministro de um pais potencialmente rico opta por uma linha de defesa e soberania do pais como politica nacional, corre sempre o risco de ser alvo daqueles que nada mais querem senão colocar os seus interesses individuais acima dos interesses da nação ou colocar os interesses dos grandes grupos económicos em cima dos interesses dos povos. E quando isso acontece, duas medidas normalmente são tomadas:

1. Invasão e ocupação

2. Subversão interna, como dizem "people power", trazendo o poder para as ruas, definindo alianças contra o poder formal, legitimo, usando de tudo, incluindo a da violência e da destruição de vidas e de bens para derrubar o governo democraticamente eleito e colocar no seu lugar outro mais dócil, mais populista, mais aberto as influências externas, menos rigoroso na gestão dos interesses do Estado. Isto aconteceu em vários países nos anos 50, 60, 70...

Repetiu-se em Timor-Leste este ano, 2006.

Mas, neste caso, tudo indica que a operação não esta ainda concluída...

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Bispo Baucau teme reacção à divulgação do relatório da ONU

Lisboa, 12 Out (Lusa) - O Bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, ad mitiu hoje temer a reacção dos timorenses ao relatório da ONU sobre a violência registada em Abril e Maio em Timor-Leste, cuja divulgação poderá ocorrer segunda-feira.

"Estou preocupado. O que tem acontecido dá azo a que o meu temor seja fundamentado", declarou D. Basílio do Nascimento à agência Lusa, no final de um encontro de bispos dos países lusófonos com o Presidente da República, Cavaco Silva, em Lisboa.

A audiência ocorreu no âmbito do VII Encontro das Igrejas Lusófonas, que está a decorrer em Fátima até sábado.

O primeiro-ministro timorense, José Ramos Horta, afirmou hoje, em Camberra, que o relatório elaborado por uma comissão designada pela ONU poderá ser di vulgado segunda-feira, depois de a missão das Nações Unidas em Díli ter referido que o documento será tornado público "dentro de dias".

No relatório, a comissão liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro deverá identificar os responsáveis, a todos os níveis de actuação institucional , pela violência registada em Timor-Leste em Abril e Maio, marcada por confronto s entre polícias e militares e entre grupos civis rivais.

Segundo o chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres, a violência ocorrida desde o início da crise, em Abril, provocou uma centena de mortos e cerca de 180 mil deslocados internos, que vivem em campos de acolhimento.

Para D. Basílio do Nascimento, a divulgação do relatório "é um risco", tendo em conta que em Timor-Leste "as tradições democráticas não são grandes".

"As pessoas deixam-se dominar pelos sentimentos", lamentou.

O Bispo de Baucau disse temer o resultado do confronto entre as "convicções enraizadas" e os resultados do relatório que possam "não ir no sentido que se quer aceitar".

D. Basílio do Nascimento defendeu que o governo timorense tem de apelar à população para aceitar os resultados do relatório da comissão de inquérito da ONU, assim como a Igreja e a comunicação social.

"A Igreja também tem agido nesse sentido e vai continuar", disse.

Ramos Horta disse hoje que a situação na capital de Timor-Leste, Díli, melhorou significativamente no que respeita à violência e manifestou-se confiante que os timorenses "reagirão com serenidade, porquanto a vasta maioria da popul ação não quer mais violência e os líderes políticos, ao longo das últimas semanas, demonstraram responsabilidade e maturidade".

Por outro lado, a Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) deu hoje a conhecer, de forma genérica, planos de contingência para fazer face a uma eventual escalada de violência no país, tendo em conta a divulgação do relatório da comissão de inquérito da ONU.

Os planos de contingência avançados pela UNMIT traduzem-se na presença coordenada no país de cerca de 3.500 efectivos, entre polícias da ONU, agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste e efectivos militares australianos.

PAL/EL-Lusa/Fim

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Arcebispo Leopoldo Girelli é Núncio apostólico em Timor

Fátima Missionária - 11-10-2006 - 06:51

Timor Leste tem Núncio Apostólico. Leopoldo Girelli é também Núncio Apostólico para a Indonésia, desde Abril deste ano.

Leopoldo Girelli foi nomeado Núncio Apostólico de Timor Leste. O arcebispo que foi nomeado Núncio Apostólico para a Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, em Abril deste ano, acumulará as funções.

O italiano desempenhou, antes, funções de conselheiro na Nunciatura Apostólica nos EUA e entrou no serviço diplomático da Santa Sé em Julho de 1987.

"A vontade de Timor era que houvesse um Núncio somente para Timor mas o que importa é que haja um representante da Santa Sé ali. Julgo que o senhor Núncio saberá defender os interesses da Igreja em Timor e quando defender os interesses da Igreja em Jacarta", afirmou o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento.

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Irmãos na mesma língua

Agência Ecclesia - 12/10/2006 - 15:55

Encontro entre Cavaco Silva, D. Jorge Ortiga e o Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Inserido no VII Encontro das Igrejas Lusófonas, esta manhã D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) acompanhado do Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo de São Salvador da Baia e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e do Bispo D. Odilo Pedro Scherer, encontrou-se com Cavaco Silva.

Como parceiros “viemos manifestar a nossa vontade sincera de cooperação e promoção do desenvolvimento integral” afirmou D. Jorge Ortiga no final da reunião, afirmando que este momento de encontro com o Presidente da República “trouxe um empenho novo e um ardor particular para continuar este trabalho da Igreja”.

O Cardeal Geraldo Majella Agnelo mostrou-se bastante satisfeito com este encontro, afirmando que “não nos consideramos apenas amigos, mas unidos pela mesma língua somos irmãos”, apelando para a ajuda mútua em problemas comuns.

Sobre a situação de Timor, D. Jorge Ortiga deu conta do interesse de Cavaco Silva. O Presidente da CEP afirmou ainda que “não nos queremos intrometer nas questões políticas mas através do D. Basílio manifestámos o nosso compromisso e empenho para que o povo timorense possa viver em paz e prosseguir o caminho da dignidade a que tem direito”.

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UN to release report on East Timor crisis

ABC Radio - Thursday, 12 October , 2006 12:10:00
Transcript 'The World Today' Programme

Reporter: Anne Barker

PETER CAVE: The Brussels based International Crisis Group has warned that a United Nations report on the political and security crisis in East Timor will be explosive and may touch off another round of serious violence.

The UN report is due out within days, and is expected to name those responsible for the recent turmoil.

The Crisis Group, led by former Australian foreign Minister Gareth Evans, has also called on the President Xanana Gusmao to think the unthinkable and step aside from politics in the interests of his nation.

Anne Barker reports.

ANNE BARKER: It's six months since East Timor first descended into violence, with riots sparked by the sacking of nearly 600 soldiers.

In the months since then, around 30 people have been killed, a Prime Minister has resigned and tens of thousands of people still live in refugee camps in Dili.

And as the country still struggles to get back on its feet, the International Crisis Group has warned that the worst period in East Timor's short independent history is not over yet.

On Radio Australia, the group's South-East Asia Director Sidney Jones said East Timor would remain in limbo as it awaits the results of a United Nations inquiry into the recent turmoil.

SIDNEY JONES: Everyone is waiting to see who is going to be held responsible for different incidents and no one wants to take any moves to, for example, move towards restructuring the security services or look towards prosecuting anybody who was responsible for anything that happened from January until the present, until those findings come out.

ANNE BARKER: The ICG pinpoints numerous causes for East Timor's crisis, including years of unresolved infighting in the ruling Fretilin Party, the politicisation of the country's security forces and the rivalries between an authoritarian Fretilin and the largely powerless President, Xanana Gusmao.

It's widely expected the UN report will sheet home the blame to as many as 100 senior political and security figures, and recommend many face criminal charges.

Sidney Jones says the findings will be explosive.

SIDNEY JONES: If it suggests that a people in the Alkatiri camp, for example, were responsible for some incidents, they're going to be very unhappy.

If Mari Alkatiri himself is exonerated, people who believe that he or Fretilin more generally were involved in distributing arms to civilians, they're going to be very unhappy even though their own analysis of the situation may be flawed.

There's also the problem that people who are satisfied that the names that the Commission gives are in fact the correct ones, are going to expect that justice be done instantly.

And it's not at all clear how justice is going to be done when you've got a very, very problematic court system in Dili.

ANNE BARKER: Among its recommendations, the report calls on both Xanana Gusmao and Mari Alkatiri, who's still the Secretary-General of Fretilin, to leave politics altogether to allow new leaders to emerge.

Jose Ramos Horta is in Australia this week and says Xanana Gusmao said only recently that he didn't plan to stand again at next year's elections.

But he says what the report's authors think is best for East Timor doesn't necessarily match reality.

JOSE RAMOS HORTA: I have been travelling throughout the country since the crisis, every conceivable place you can think of, neighbourhoods, even talking with the gangs, with youth. I have not found one single individual in the country that says Xanana Gusmao should not run.

Quite the contrary. As recently as a few days ago people were telling me we must tell Xanana he has to stand for a second term, but he seems to be determined not to.

ANNE BARKER: It was Jose Ramos Horta who asked the United Nations in June to hold its inquiry into the recent crisis, but unlike many, the Prime Minister says he's confident the UN report won't lead to more violence.

JOSE RAMOS HORTA: I'm confident that we will react to it with serenity, because the vast majority of people don't want violence and the political leaders obviously in the last few weeks have shown responsibility and maturity, so I'm more confident than some observers who have expressed, and legitimately, rightly so, some concern about the possibility of violence.

PETER CAVE: East Timor's Prime Minister, Jose Ramos Horta in Canberra.

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PM admite prescindir militares ONU por força regional ser suficiente

Camberra, 12 Out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, admitiu hoje em Camberra que Timor-Leste poderá prescindir de uma força de manutenção de paz da ONU para lidar com perturbações da ordem, por considerar suficiente a força militar regional liderada pela Austrália.

"Tendo em conta que as Nações Unidas estão envolvidas em conflitos tão importantes como no Líbano ou Afeganistão, nós não devemos insistir muito numa força de manutenção da paz da ONU", afirmou Ramos-Horta durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro australiano, John Howard, com quem se reuniu em Camberra.

Ramos-Horta, que termina sexta-feira uma visita de cinco dias à Austrália, referiu que a força militar australiana e neozelandesa presente em Timor-Leste desde Maio, ao abrigo de acordos bilaterais, "tem trabalhado muito bem".

Na sequência da violência que ocorreu em Timor-Leste em Abril e Maio, as autoridades timorenses solicitaram a intervenção de uma força militar e policial à Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia, países com os quais assinaram acordos bilaterais nesse sentido.

As forças policiais foram entretanto integradas na Polícia das Nações Unidas (UNPOL), no âmbito da resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em Agosto, que criou uma nova missão da organização em Timor-Leste.

No entanto, a ONU ainda não tomou uma decisão sobre a componente militar da nova missão em Timor-Leste, porque a Austrália pretende continuar a liderar essa força, formada actualmente por 950 soldados australianos e cerca de 130 neozelandeses.

Ramos-Horta elogiou as forças policiais e militares da Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia, salientando que desenvolveram uma "missão extraordinária" que permitiu "acabar com a violência" em Timor-Leste, tal como era desejo das autoridades timorenses.

Na conferência de imprensa conjunta, John Howard assegurou que a Austrália vai manter uma força militar "adequada" em Timor-Leste para assegurar a estabilidade no país, pelo menos até às próximas eleições, previstas para 2007.

"Não temos qualquer intenção de diminuir" essa força, garantiu John Howard.

"De momento, temos cerca de 950 [efectivos em Timor-Leste]. O que é apropriado variará de tempos a tempos (...) mas obviamente manteremos uma presença substancial até às eleições e depois disso será feita uma avaliação e tomaremos uma decisão", acrescentou.

A violência ocorrida em Timor-Leste desde Abril, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Luís Guterres, provocou uma centena de mortos e cerca de 180 mil deslocados internos.

No âmbito da visita à Austrália, José Ramos-Horta presidiu, com John Howard, à assinatura de um memorando de acordo relativo à segurança na zona de exploração conjunta de petróleo no Mar de Timor.

O documento prevê a cooperação entre a Austrália e Timor-Leste face a ameaças de segurança ou acidentes na zona de exploração.

PNG-Lusa/fim

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PM promises E Timor 'adequate' troops

The Australian
By Sandra O'Malley
October 12, 2006

AUSTRALIA is promising to keep "adequate" troops in East Timor, which is planning to tell the UN that it doesn't need its peacekeepers.

Prime Minister John Howard today told East Timorese Prime Minister Jose Ramos-Horta Australian troops would remain in his country to ensure its peace and stability.

"I assured the Prime Minister of Australia's ongoing commitment to the stability of his country and our willingness to maintain an adequate force level in East Timor," he said.

"Obviously in the longer term the future of this country rests on the shoulders of his fellow countrymen and women and that is something we fully understand."

Australia sent troops into Dili in May to quell deadly violence between rebels and police, devastating the tiny nation.

They've been assisted by New Zealand, Malaysia and Portugal, as well as Australian Federal Police.

Mr Howard promised that the current troop level of around 950 would remain for the moment.

"We don't have any current intention of bringing that down," he said.

"That is not to say at some time in the future, it wouldn't, on proper military advice, be appropriate to bring it down."

With the Australian-led commitment, Dr Ramos-Horta believes a UN peacekeeping force being considered for the country may not be needed.

He thanked Australia for committing its troops until at least new elections in Timor next year.

And he has told the UN that the current arrangement with Australia was working well and the UN's forces might be better used elsewhere.

"(The) bilateral force led by Australia since May till today has worked very effectively and because the UN is overstretched in so many other important conflicts ... we on the Timorese side should not push too much for a UN peacekeeping for the sake of it," Dr Ramos-Horta said.

Labor foreign affairs spokesman Kevin Rudd urged Australia not to withdraw its troops too soon.

Mr Rudd warned strife had returned to Timor earlier this year because Australia had removed its soldiers too soon.

"There was a problem in the past and that problem in part arose because Australia pulled out its troops from East Timor too early," he said.

"We believe that we cannot allow a security vacuum to occur. We need in particular to make sure that security is underpinned right though to the next East Timorese elections."

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Timor-Leste: restoring public security is absolute necessity, UN officials say

UN News Centre

12 October 2006 – With over 50,000 internally displaced people still living in makeshift camps in and around Timor-Leste’s capital, continued low level fighting in the streets and elections due next year, United Nations officials today said that restoring public security was an absolute necessity.

“The United Nations Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT) believes very firmly that impunity must end, that crimes and acts of violence should not go unchecked,” Secretary-General Kofi Annan’s Acting Special Representative Finn Reske-Nielsen told a news conference in Dili, capital of the small South East Asian nation that was torn by fighting earlier this year.

“The need to restore public security in Timor-Leste is evident to all,” he added. “This is necessary so that people feel safe to return to their homes. It is necessary for rule of law and to prevent impunity. It is also necessary so that elections next year will be safe and fair.”

The Security Council created the expanded UNMIT in August to help restore order in the country that it shepherded to independence from Indonesia just four years ago, after a crisis attributed to differences between eastern and western regions erupted in April with the firing of 600 striking soldiers, a third of the armed forces.

Ensuing violence claimed at least 37 lives and drove 155,000 people, 15 per cent of the total population, from their homes.

“While the United Nations police has an interim responsibility for public security throughout Timor-Leste, the goal is to actually ensure that this country will possess an effective and trustworthy (national) police service in the future,” UNMIT Acting Police Commissioner Antero Lopes told the news conference.

The national police force disintegrated in May and its members are currently undergoing a rigorous screening process. Once cleared, they will be reactivated to work in tandem with UN Police (UNPol) officers. When the whole screening process is completed, the combined total of UNPol and national police will be 5,000, a ratio of five officers to every 1,000 citizens, which Mr. Lopes said is one of the highest in the world.

“In a matter of weeks, we should have the full establishment throughout greater Dili and we should start expanding to the districts throughout Timor-Leste,” he added, noting that the international Joint Task Force made of troops from Australia, Malaysia and New Zealand has been providing back up support to UNPol when necessary.

Colonel Malcolm Rerden from the Joint Task Force, referring to concerns over weapons handed out to civilians during the crisis, said an audit by the international police and military had confirmed the location and security of nearly 94 per cent of the missing arms. Of nearly 3,000 weapons, less than 230 remain unaccounted for, posing no significant threat, he said.

UNMIT’s mandate calls for a robust police presence consisting of up to 1,608 officers, 34 military liaison officers and a significant civilian staff.

Addressing Timor-Leste’s parliament yesterday, Mr. Reske-Nielsen called for speedy approval of vital electoral legislation. Supporting the poll is part of UNMIT’s mandate. Although it will not run the elections – that will be the job of the Timorese government – the UN will provide technical help and policy advice. More than 400 UN staff will be fielded across the country to help.

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De um leitor

Tradução da Margarida.

Vale a pena ver o que é esse "International Crisis Group" - ICG. Não é "independente" e muito menos "não-governamental" (fonte: http://www.sourcewatch.org/index.php?title=International_Crisis_Group):

FINANCIAMENTO
"ICG recebe financiamentos de GOVERNOS, fundações de caridade, COMPANHIAS e dadores individuais.

Os seguintes GOVERNOS dão correntemente FINANCIAMENTOS: AUSTRÁLIA, Áustria, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, JAPÃO, Luxembourgo, Holanda, NOVA ZELÂNDIA, Noruega, República da China (Taiwan), Suécia, Suiça, Turquia, REINO UNIDO e ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA."

ICG DIRECÇÃO

"[...] O seu Presidente e Chefe Executivo desde Janeiro de 2000 tem sido o antigo Ministro dos Estrangeiros da AUSTRÁLIA GARETH EVANS."

H. Correia.

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United Nations criticises Gusmao and leaders

News.com.au
By Mark Dodd and Sid Marris
October 13, 2006 01:00am


EAST Timor President Xanana Gusmao and his former prime minister Mari Alkatiri have been singled out for criticism in a report from the UN into the violence last April.

The wide-ranging report is understood to be a brutal assessment of the breakdown of control that culminated in an Australian-led peacekeeping force being deployed.

The UN report, expected to be released next week, says the leadership should have done more to solve its political differences and restrain rival supporters and dissident military.

The Brussels-based International Crisis Group believes the report will "name names" and is worried that its release could spark more violence.

Former UN representative in East Timor Sukehiro Hasegawa, before he finished his term there, warned there would be "tears" over the report.

In its evaluation of the situation in East Timor, the ICG has advised Mr Gusmao "to think the unthinkable - forgoing any role in the 2007 elections so new leaders can emerge".

But East Timor Prime Minister Jose Ramos Horta - who was in Australia yesterday and has talked about the need to encourage a younger generation to develop in politics - talked upMr Gusmao's popularity and the desire of people for him torun again in elections due next year.

"I have been travelling throughout the country since the crisis, every conceivable place you think of - neighbourhoods, even talking with the gangs, the youth - I have not found one single individual in the country that says Xanana Gusmao should not run; quite the contrary," Dr Ramos Horta said.

"As recent as a few days ago, people were telling me we must tell Xanana he has to stand for a second term, but he seems to be determined not to."

Dr Ramos Horta said he was confident that the release of the UN report would not lead to further unrest.

"Primarily, for us it is an important report so that we do some soul-searching and look at the weaknesses of the institutions, the responsibility of individuals, so that we learn and do not allow this type of situation to happen again," he said.

East Timor and Australia yesterday signed an agreement covering security in the lucrative joint petroleum development area between the two countries, which would allow co-operation in responding to threats in the area, where both nations share government revenues from petroleum developments.

Mr Ramos Horta said he hoped the East Timorese agreement on sharing revenue from the Greater Sunshine development would go before Parliament next year.

The violence in April grew out of simmering tensions between those from the east, known as Lorosae, and those from the west, Loromonu, which infected the military and police.

The situation was exacerbated by attempts by ambitious interior minister Rogerio Lobato to build up a rival security force under direct control of the Government, rather than the President.

A strike by some soldiers, followed by fighting between rivals, led to a breakdown of law and order that was seized on by street gangs. In May, 1300 Australian troops led soldiers from several countries to restore calm.

That deployment is now down to 950, with the Government planning to reduce it to about 600 by the time of East Timor's elections, next May.

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Notícias - em inglês traduzidas pela Margarida

UNIMIT – Revista dos Media Diários
Quinta-feira, 12 Outubro 2006

Reportagens dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

Fretilin rejeita atraso no relatório

O Comité Central da Fretilin pediu que o relatório do COI seja entregue ao Parlamento Nacional para evitar o crescimento da esperada incompreensão e a diminuição da credibilidade da Comissão. Falando durante uma conferência de imprensa em Dili na Quarta-feira, José Reis, Vice-Secretário-Geral do partido sublinhou que tinha enviado uma carta ao SRSG em exercício da ONU em Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen pedindo que a ONU apresente a versão em Inglês do Relatório ao Parlamento em 12 Outubro. Reis disse que a tradução do documento podia ser deixada para depois, acrescentando que o atrasar do relatório não contribuirá para diminuir a situação corrente. Também apelou a todos os membros da Fretilin para receber bem o relatório, independentemente dos resultados, acrescentando que a Fretilin rejeita a violência e quer contribuir para a paz e a estabilidade da nação. Disse que o resultado da investigação à recente crise será uma lição para a Fretilin, para a nação e para o povo, e se alguns líderes forem condenados, as pessoas têm que aceitar isso. José Reis disse ainda que as pesoas envolvidas na crise têm de ser julgadas, pois isso também será uma lição para a nova geração.

Entretanto o Director da Associação HAK José Luis Oliveira disse que o visionamento do filme documentário da SBS ‘a queda de um primeiro-ministro’ pode ser visto como uma maneira de excitar o povo e como uma maneira para aceitarem o filme como a verdade em vez dos resultados da investigação do COI. Oliveira disse que ver uma parte do documentário não é correcto porque pode confundir a população e sugere mostrar o documentário de David O’Shea de modo a equilibrar a história e deixar que cada um tire as suas próprias conclusões. José Reis respondeu que mostrar o documentário é para partilhar a informação com a população, e para parar muitos rumores e não para branquear os envolvidos em crimes.

Num artigo separado, o Major Alfredo Reinado disse que duvida que as pessoas envolvidas na crise obedeçam aos resultados e recomendações da COI, notando que o que tem sido antecipado é para actuar sobre os que ainda estão no governo e os que têm armas em seu poder. (STL, TP, DN)

Resultados da COI podem contradizer os do PDHJ

O Provedor dos Direitos Humanos e Justiça, Sebastião Ximenes disse que o seu Gabinete está ainda a investigar os incidentes de Abril e Maio portanto demorará ainda algum tempo para saírem os resultados da investigação. Ao contrário da COI, disse Ximenes, o seu Gabinete opera com recursos muito limitados e precisa de tempo para falar com os envolvidos incluindo testemunhas oculares realçando que algumas fugiram para os distritos. Tem esperança que o relatório da COI não contradiga o do PDHJ. (DN)

Guterres: a comunidade internacional preocupada com a situação em TL

O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Luis Guterres disse que a comunidade internacional está preocupada com a situação em Timor-Leste, por isso a nação deve responsável. Guterres disse que a apresentação da carta de credenciais do Embaixador Sueco mostra que a comunidade internacional continua a estar interessada no país e a seguir a situação. O Embaixador Sueco apresentou a carta de credenciais ao Presidente Gusmão na Quarta-feira. (STL, DN)

Dr. Murphy: os jovens devem parar com a violência e focar-se na independência

O Dr. Dan Murphy, Director da Clínica Lanud disse que os conflitos entre vizinhos tinham aumentado e apelou aos Timorenses para pararem com a violência e ódio entre eles e focarem-se na paz e no fortalecimento da independência. Disse que tem aumentado o número de pessoas que procuram assistência médica com os médicos a tratarem de pessoas feridas com facas e rama ambon (setas). O Dr. Murphy disse que duas pessoas estão sob tratamento médico depois de apedrejamentos em Comoro, e que uma foi atingida na garganta por uma rama ambon e precisa de ser tratada no hospital nacional mas que se recusa ir para lá devido à situação no hospital. (DN)

PNTL Activa

Cerca de 50 oficiais da PNTL estão no terreno a trabalhar com a Polícia Internacional, UNPOL, disse o Vice-Ministro do Interior, José Agostinho Sequeira. Sequeira disse que um total de 75 polícias era suposto estarem no activo nesta data mas que 25 ainda estão a treinar e juntar-se-ão à UNPOL na próxima semana e que farão parte das operações nos postos permanentes, logo que cheguem mais UNPOLs.

Disse que depois das alegações duma ameaça à mulher do Administrador de Maubara, sub-distrito de Liquiça, serão feitas investigações em relação ao comandante da PNTL de Liquiça para apurar a verdade e tomar medidas. Sequeira disse que os dois Administradores apresentaram as suas queixas e que o Ministério do Interior está à espera do relatório do comandante da PNTL. (DN)

RTTL Reportagens e Monitorização de Notícias 12 - 10 – 2006

PD encontra-se com o Bispo de Dili:

A RTTL relatou que Fernando La Sama, o presidente do PD e a sua equipa, se encontraram com o Bispo de Dili, Alberto Ricardo para apresentar a nova estrutura do partido depois do congresso nacional no mês passado. La Sama disse à RTTL que pediu ao bispo para convidar o Papa Benedict XVI para visitar Timor-Leste e abençoar o povo e o país. O Bispo Alberto Ricardo urgiu todos os órgãos e componentes, particularmente os actores da crise para serem responsáveis pela crise. O Bispo também urgiu o sector da justiça para ser forte

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Seja feita a vontade australiana...

Timor-Leste rejeita capacetes azuis da ONU
Agence France-Presse - Outubro 12, 2006

Timor-Leste rejeitou uma oferta duma força da ONU de capacetes azuis para lidar com o desassossego civil, disse aqui o Primeiro-Ministro em visita José Ramos-Horta.

A nação inquieta em vez disso contará com a força regional liderada pelos Australianos destacada depois de uma explosão de violência em Maio, disse Ramos-Horta numa visita à Austrália.

O líder Timorense disse que a força regional tinha trabalhado "muito efectivamente ".

"Porque a ONU está esticada demais em tantos outros conflitos importantes como o Líbano e o Afeganistão, nós, no lado Timorense não devemos empurrar demasiado por uma força de capacetes azuis da ONU, por empurrar," disse numa conferência de notícias conjunta com o Primeiro-Ministro Australiano John Howard depois de conversações na capital Canberra.

"Acredito que a própria UNU e os poderes que têm carregado muito do peso da manutenção de paz em todo o mundo lhe ficarão gratos por nos assistir, aliviando assim a ONU duma enorme carga," disse a Howard na conferência de imprensa.

Mais de 3,200 tropas internacionais da Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal foram destacadas para Timor-Leste depois de desassossego civil ter atingido a pequena e empobrecida nação em Maio.

Mais de 30 pessoas foram mortas quando a demissão pelo governo de mais de um terço das suas forças armadas desencadeou protestos que degeneraram em batalhas entre facções rivais dos militares e da polícia e gangs de rua rivais.

A polícia internacional despachada ao lado das tropas, no mês passado entregou a sua autoridade à ONU sob uma nova missão montada pelo Conselho de Segurança em Agosto.

Mas a componente militar da missão da ONU não ficou finalizada, com a Austrália a deixar claro que quer reter o controlo da força.

"As forças Australianas juntas com as da Nova Zelândia, Malásia e Portugal fizeram uma missão notável em executarem o que todos preparámos fazer, e que é acabar com a violência," disse Ramos-Horta.

"Disse ao primeiro-ministro que a situação já acalmou bastante."

Howard disse que a Austrália manterá as suas tropas em Timor-Leste pelo menos até às eleições previstas em Maio do próximo ano, apesar dos números poderem ser reduzidos.

"Temos cerca de 950 lá neste momento. O que for apropriado variará de tempo a tempo...mas obviamente vamos manter uma presença substancial através das eleições e depois aconselhar-nos-emos e tomaremos uma decisão," disse.

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O líder de Timor-Leste diz que o inquérito da ONU à violência em Dili pode sair na Segunda-feira
The Associated Press
Publicado: Outubro 11, 2006

CANBERRA, Australia – Um inquérito da ONU à recente violência que feriu a capital Timorense pode sair no início da próxima semana e não é razoável que reacenda o caos, disse na Quinta-feira o primeiro-ministro do país.

Facções armadas confrontaram-se nas ruas de Dili em Abril e Maio, matando mais de 30 pessoas e pondo outras 150,000 em fuga das suas casas.

Um relatório duma Comissão Especial Independente de Inquérito da ONU, que dará o nome de indivíduos que considera responsáveis, era suposto ter saído na semana passada, mas a publicação foi atrasada no meio de receios de que pudesse desencadear mais violência.

"O relatório pode sair na Segunda-feira," disse o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta a repórteres em Canberra, acrescentando que não tinha controlo sobre a data da saída e que não sabe do seu conteúdo.

Ramos-Horta disse que não concorda com observadores que predizem que o relatório levantará mais violência.

"Estou confiante que reagiremos com serenidade porque a vasta maioria do povo não quer violência e os líderes políticos nas últimas semanas mostraram responsabilidade e maturidade," disse o laureado do prémio Nobel da Paz.

"Portanto estou mais confiante do que alguns observadores que expressaram ... alguma preocupação com a possibilidade de violência," acrescentou.

A Fretilin, o partido no poder do removido Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, pediu Quarta-feira que o Relatório seja apresentado ao Parlamento dentro de 24 horas para que a verdade por detrás do recente desassossego seja conhecida.

A porta-voz da ONU Donna Cusumano disse na Quarta-feira em Dili que o relatório com traduções em Tétum, Português e Bahasa Indonesia, está previsto sair dentro de dias.

A recente violência em Timor-Leste foi desencadeada pela decisão de Alkatiri de despedir em Março 600 soldados, cerca de um terço das forças armadas, que tinham acusado a liderança militar de discriminação. Mas vai muito mais atrás para lealdades formadas quando Timor-Leste estava sob governação Indonésia.

A calma regressou pouco depois da chegada de tropas estrangeiras lideradas pela Austrália em Maio.

Ramos-Horta, que foi seleccionado o líder interino para quebrar um finca-pé político criado pela crise, disse ao Primeiro-Ministro Australiano John Howard que a capital estava agora livre de violência maior.

"Disse ao primeiro-ministro que a situação acalmou bastante," disse Ramos-Horta numa conferência de imprensa conjunta com Howard na Casa do Parlamento.

"As tensões políticas (estão) significativamente mais baixas nas duas últimas semanas com muito dialogo a realizar-se," acrescentou.

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Ramos Horta apoia assistência regional de segurança
ABC News Online
Quinta-feira, Outubro 12, 2006. 3:05pm (AEST)

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste apelou a mais ajuda regional em matérias de segurança em vez de confiança automática nas Nações Unidas.

José Ramos Horta diz que a ONU está esticada demais com conflitos no Líbano e no Afeganistão e que os países não devem pedir por forças de capacetes azuis da ONU por pedir.

O Dr Ramos Horta diz que a assistência dada pela Austrália e outros países depois do desassossego em Timor-Leste no princípio deste ano mostra quanto bem podem trabalhar programas de assistência regional.

"Talvez estabeleça um precedente positivo noutros lugares, quando há países regionais a desejarem individualmente trabalhar com a benção da ONU que assistirão a estabilizar um conflito particular, porque não?," disse o Dr Ramos Horta.

Um relatório da ONU à violência que se acendeu em Timor-Leste no princípio do ano vai sair na próxima semana.

Há especulação que o relatório indicará os nomes dos responsáveis pela violência que deixou milhares de pessoas sem casa.

O Dr Ramos Horta diz que está confiante que isso não levará a mais desassossego.

"Em primeiro lugar é um relatório importante para que façamos alguma reflexão e olhemos para as fraquezas das instituições, a responsabilidade dos indivíduos, de modo a aprendermos e a não permitir que este tipo de situação torne a acontecer."

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O PM de Timor-Leste desvaloriza ameaça de violência por causa do relatório
Quinta-feira 12 Out 2006 5:08:45 BST
Por Rob Taylor

CANBERRA, Out 12 (Reuters) – O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta na Quinta-feira desvalorizou a oportunidade de violência na próxima semana com a saída esperada de um relatório da ONU aos confrontos étnicos, mas urgiu as forças estrangeiras para ficarem até às eleições de 2007.

O relatório, que Ramos-Horta espera na Segunda-feira, pode recomendar processos para os responsáveis pela violência de Abril-Maio em Dili. Mais de 30 pessoas foram mortas e mais de 150,000 deslocadas das suas casas.

"Estou confiante que reagiremos com serenidade, porque a vasta maioria das pessoas não quer violência," disse Ramos-Horta aos repórteres depois de conversações em Canberra com o seu contraparte Australiano John Howard.

"Os líderes políticos (nas) últimas semanas mostraram responsabilidade e maturidade, assim estou mais confiante do que alguns observadores," disse.

Analistas de segurança esperam que o relatório, preparado por uma Comissão Especial Independente de Inquérito nomeada pela ONU, indique cerca de 100 nomes de oficiais de topo e de polícias, apesar de se esperar que o removido Primeiro-Ministro Mari Alkatiri seja absolvido.

"Toda a gente está à espera de ver quem é que vai ser considerado responsável," disse Sidney Jones da International Crisis Group's (ICG) à Australian Broadcasting Corp. radio.

O partido maioritário de Timor-Leste, a Fretilin pediu a saída imediata do relatório na Quinta-feira e avisou que o atraso estava a alimentar rumores de desassossego e violência.

"Os atrasos na saída do relatório final só põe em perigo os mais vulneráveis em Timor-Leste," disse o porta-voz Sahe da Silva numa declaração emitida na Austrália.

Ramos-Horta disse que o governo não interferirá se o relatório pedir processos judiciais porque "o país pede para conhecer a verdade ".

"Mas em primeiro lugar para nós é um relatório importante para fazermos alguma reflexão, olhar para as fraquezas das instituições, a responsabilidade dos indivíduos, para aprendermos e este tipo de situação não torne a acontecer outra vez," disse.

A Austrália em Maio liderou uma força de 3,200 tropas estrangeiras, para acabar com as lutas, que colocou gangs étnicos e as jovens forças polícias e militares de Timor-Leste uns contra outros.

Ramos-Horta disse que a situação de segurança acalmou, enquanto as tensões políticas foram significativamente mais baixas nas semanas recentes.

Mas Howard disse que cerca de 950 tropas Australianas permanecerão no país pelo menos até às eleições previstas para Maio de 2007 a pedido de Ramos-Horta.
O ICG com base em Bruxelas pediu para Alkatiri e o popular Presidente Xanana Gusmão não se candidatarem para ajudar a baixar as tensões, mas Ramos-Horta disse que nenhum Timorense quer que Gusmão desista da política.

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Timor-Leste pesa ratificar tratado de rendimento
Chron.com
Out. 12, 2006, 3:18AM
The Associated Press

CANBERRA, Australia — O parlamento de Timor-Leste considerará no próximo mês a ratificação de um tratado de partilha de rendimentos com a Austrália cobrindo os recursos de energia do Mar de Timor que removerão um dos blocos que impedem o desenvolvimento de um projecto maior de petróleo e de gás, disse o primeiro-ministro de Timor-Leste na Quinta-feira.

Sob um acordo assinado em Janeiro, a Austrália e Timor-Leste partilharão em igualdade os rendimentos do campo de petróleo e gás Greater Sunrise. A Austrália planeia ratificar o acordo depois dele ter sido endossado pelo parlamento de Timor-Leste.

"Agendei a discussão do tratado no Gabinete, talvez na próxima semana ou na outra, e definitivamente será levado ao parlamento numa data em Novembro para ratificação," disse o Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta a repórteres de pois de um encontro com o seu contraparte Australiano John Howard.

Ramos-Horta disse anteriormente que não antecipa qualquer dificuldade em o parlamento ratificar o tratado.

A companhia de energia Australiana Woodside Petroleum Ltd. Detém e opera 33.4 por cento da Sunrise, localizada a 93 milhas a sul de Timor-Leste. Os seus parceiros são ConocoPhillips com 30 por cento, Royal Dutch Shell PLC com 26.6 por cento e Osaka Gas Co. do Japão com 10 por cento.

Greater Sunrise – o maior conhecido recurso de petróleo no Mar de Timor - incluie os campos Sunrise e Troubadour, que juntos têm cerca de 8 triliões de pés cúbicos de gás e cerca de 300 milhões de barris de petróleo e pode ser avaliado em mais de $40 biliões.

Os parceiros da Sunrise têm ainda que decidir se o gás vai ser processado, com a Woodside favorecendo a cidade portuária Australiana de Darwin e o governo de Timor-Leste empurra para que o processamento no seu próprio país.

A Austrália e Timor-Leste também assinaram um acordo de segurança cobrindo os campos de petróleo e de gás no Mar de Timor na Quinta-feira.

O pacto de segurança permitirá a cada país conduzir operações de vigilância e responder - separadamente ou cooperativamente - a qualquer ameaças nas plataformas offshore de petróleo e instalações na área.

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De um leitor

Importância ba colia português Timor Leste nian

1. A par da língua tétum foi necessário adoptar uma outra língua oficial em Timor Leste que permitisse aos timorenses aceder ao conhecimento. Timor Leste é ainda um pequeno e pobre país e precisa pois de alfabetizar os seus jovens numa língua em que possam estudar medicina, direito, economia e gestão, etc.. Três alternativas se colocavam quanto à outra língua a par do tétum: o bahasa indonésio, o inglês e o português.

2. O bahasa indonésio é uma língua importante na região, falada na Indonésia, na Malásia e em Singapura. Era porém a língua do ocupante de que Timor-leste se livrou depois de 24 anos de uma terrível invasão e ocupação.

Colocava Timor na dependência de um vizinho muito maior e mais poderoso. A prazo diluiria, talvez as razões para a independência nacional, por assimilação cultural.

3. O inglês é uma língua importante na região: é língua oficial da Austrália, e da Nova Zelândia e funciona como língua franca na Ásia e um pouco por todo o mundo.

Mas da mesma forma colocava Timor na dependência de um vizinho muito maior e mais poderoso e demasiado próximo.

4. Aquelas duas línguas têm em todo o caso sempre de ser estudadas em Timor por razões geográficas e económicas.

5. O português é uma língua importante no mundo. É a língua oficial de Portugal, Brasil, Angola e Moçambique - todos países que têm laços históricos com Timor e partilham valores comuns. Em termos de dimensão o português a nível mundial está ao nível do bahasa indonésio, com a vantagem de permitir facilmente aprender espanhol que é a língua europeia mais falada no mundo. É uma língua importante ainda em Macau, com quem Timor-leste tem ligações histórias e culturais importantes. É a língua da evangelização de Timor-leste, da divulgação da palavra de Jesus Cristo em Timor. É a língua, a par do tetum, da resistência armada. É a língua do antigo colonizador que está tão distante geograficamente que não há perigo de assimilação, absorção, subjugação.

A língua portuguesa é a língua da liberdade.

A língua portuguesa é a língua da garantia do conhecimento no respeito pelas tradições e valores timorenses (como o demonstram 450 anos de convívio).

A língua portuguesa é a garantia do desenvolvimento do tétum.

A língua portuguesa em Timor é a garantia da independência nacional.

Não é uma língua fácil e está esquecida por muitos timorenses. Mas quem disse que a liberdade é fácil de alcançar? Quem disse que o desenvolvimento económico (que se faz no respeito pela identidade cultural do povo, como o demonstra por exemplo o Japão) se faz sem esforço e sem exigência?

O caminho escolhido por Timor-leste: o caminho da independência nacional, da liberdade, da dignidade e da soberania do Estado não é um caminho fácil. É uma opção exigente, que importa muito trabalho e esforço.

Colia português importante ba manutenção independência nacional!

Fernando Duarte

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Regresso de Reinado à prisão poderá acontecer em breve - ONU

Díli, 12 Out (Lusa) - O regresso à prisão do major Alfredo Reinado, líder dos militares rebeldes timorenses que fugiu da cadeia a 30 de Agosto, poderá acontecer em breve, admitiu hoje em Díli o comissário Antero Lopes, comandante da polícia da ONU.

Antero Lopes, que falava numa conferência de imprensa, não se compromet eu com mais pormenores, limitando-se a afirmar que "estão em curso medidas para o regresso dos fugitivos" à prisão.

Alfredo Reinado, um dos majores que abandonaram em Maio passado a cadeia de comando das forças armadas timorenses, foi detido a 25 de Julho pelas forças australianas por estar na posse ilegal de armas e outro equipamento militar, e fugiu da prisão de Bécora, em Díli, a 30 de Agosto, na companhia de mais 56 reclusos.

Um dia depois da fuga, numa mensagem vídeo entregue pelos seus colaboradores na delegação da Lusa em Díli, Reinado garantiu estar pronto para ser julgado por um tribunal "independente" e "sem influência política" e apelou para o fim da violência em Timor-Leste.

"Mesmo estando fugido da cadeia, não significa que esteja a fugir da justiça", afirmou então Alfredo Reinado, salientando que estava disponível para ser "julgado em qualquer dia e em qualquer tempo".

"Apenas espero um tribunal independente, isento e imparcial e sem influência política", acrescentou na altura.

O major Alfredo Reinado, que comandava a Polícia Militar, abandonou a c adeia de comando das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) no início de Maio, para liderar militares rebeldes que contestavam o executivo do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, entretanto substituído no cargo por José Ramos-Horta.

Durante a crise, Reinado afirmou em várias ocasiões obedecer apenas às ordens do Presidente da República e comandante supremo das forças armadas timorenses, Xanana Gusmão, com quem se encontrou a 13 de Maio.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Luís Guter res, a onda de violência registada em Díli desde Abril provocou uma centena de mortos, alem de cerca de 180 mil deslocados internos.

A ONU nomeou uma comissão de inquérito liderada pelo brasileiro Paulo S érgio Pinheiro para apurar os responsáveis pela violência ocorrida em Timor-Leste em Abril e Maio, cujas conclusões serão divulgadas "dentro de dias", segundo anunciou hoje, em Díli, a missão das Nações Unidas no país.

EL/JCS-Lusa/Fim

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More UN police expected in E Timor

ABC News Online
Thursday, October 12, 2006. 9:10pm (AEST)

More than 800 United Nations police are expected to be patrolling East Timor by next week to help maintain security, UN Police Commissioner Antero Lopes says.

"We already have 648 on the ground ... We hope that by the end of the next week almost 200 additional UN police officers from various countries would have arrived," Commissioner Lopes told a press conference in Dili.

He said the UN police contingent came from 13 countries. The additional officers fulfil a request to the world body by Dili.

Some 3,200 Australian-led international peacekeepers and police were deployed in East Timor in May, after street violence left more than 30 dead.

The international police contingent last month formally handed over its authority to the UN under a new mission set up by the Security Council in August.

The peacekeepers remain under Australia's authority.

The security forces - police and peacekeepers - have struggled to keep youth gangs from attacking each other on the streets, while tens of thousands of East Timorese remain in refugee camps in the capital, too frightened to return home.

East Timor's Prime Minister Jose Ramos Horta said separately in Australia on Thursday that Dili had rejected an offer of a UN-led military peacekeeping force to cope with civil unrest, relying on the Australian-led force instead.

The East Timorese leader said the regional peacekeeping force had worked "very effectively".

Observers have warned that a report from a UN-appointed Independent Special Commission of Inquiry into the violence, expected to be released soon, could unleash more unrest.

- AFP

Paula Pinto responde ao relatório do ICG

Tradução da Margarida.

No Asia Report N°120 emitido em 10 Outubro de 2006

Para Ms. Sydney Jones
ICG South East Asia Project Director
Jakarta, Indonesia
sjones@crisisgroup.org

CC: Robert Templer
ICG Director of Asia Program
New York NY, U.S.
rtempler@icg.org

Cara Ms Jones,

O meu nome é Paula Pinto e falámos algumas vezes ao telefone, em 1999, quando eu trabalhava para Xanana Gusmão em Jakarta e, mais tarde, em Darwin e Dili nos escritórios da CNRT. As nossas conversas então foram na sua maioria sobre alguns dos casos de membros da resistência desaparecidos que estava a investigar na altura, nomeadamente de Mau Hodu.

A razão porque lhe escrevo reside nas más interpretações e informação errónea que deu no relatório da ICG (Resolving Timor-Leste’s Crisis, Asia Report N°120, 10 Outubro 2006), nomeadamente em duas questões específicas relacionadas com a minha vida privada.

Acabei de ler o relatório e fiquei espantada ao ler alguns dos comentários que fez para argumentar a manipulação do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri e da Fretilin (citação) para fazer a sua influência sentir-se no seio das F-FDTL (fim de citação) nomeadamente, conforme é mencionado na nota de rodapé # 36, (citação) que Alkatiri estava a tentar inserir um associado próximo para trazer Matan Ruak para o seu lado (fim de citação) referindo o facto que (citação) Roque Rodrigues, viveu em casa de Taur durante dois anos (fim de citação).

Não tenho nenhuma ideia de quem podem ser as fontes das 'Crisis Group interviews in Dili, September 2006' (fonte citada na nota de rodapé #36). Contudo, visto que sou casada com Roque Rodrigues e também vivi em casa de Taur Matan Ruak, tenho o dever de clarificar, de revelar a verdade sobre uma coisa que está a ser usada como um argumento no Relatório, que é total e chocantemente falsa e requerer que isso seja corrigido.

Nos finais de 1999, a UNTAET decidiu distribuir uma casa em Dili para o então Presidente da CNRT Xanana Gusmão - na altura a viver numa casa em Lecidere, quase ao lado do Turismo Hotel. O Presidente decidiu entregar a casa a Taur Matan Ruak. Na altura, Taur Matan Ruak era solteiro e sentiu que a casa era demasiado grande para lá viver sozinho e que seria muito injusto tal casa ser ocupada por uma pessoa solteira.

Perguntou-me se Roque e eu gostaríamos de mudar e partilhar a casa com ele. Gostaria de chamar a sua atenção para o facto de, na altura desta conversa entre Taur Matan Ruak e eu própria, Roque Rodrigues, Mari Alkatiri e Ramos-Horta nem sequer ainda estavam no país!

Mudamo-nos para a casa em Novembro de 2000 (demorou algum tempo reconstruir as instalações destruídas) e ficámos lá até 24 de Maio deste ano, quando a casa foi atacada. Assim, não foi durante 2 anos como é mencionado no relatório (mas antes quase 6 anos!) numa tentativa para levantar a impressão de que a nossa mudança para partilhar a casa foi uma acção política planeada pelo antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.

Isto é um total disparate pois é o uso de uma relação puramente pessoal para argumentar manipulação política e um ataque a uma terceira parte, como a que faz neste caso, contra o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.

A segunda questão diz respeito a Isabel Ferreira (não 'Pereira' como mencionou no relatório) e, seguindo o acima mencionado raciocínio erróneo, (citação) Então Alkatiri fez uma jogada sem sucesso para ter a mulher de Matan Ruak, Isabel Pereira, nomeada como provedora (ombudsman) (fim de citação).

Sim, é verdade que o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri endossou totalmente e apoiou a nomeação de Isabel Ferreira e a eleição pelo Parlamento para ser a Provedora dos Direitos Humanos e Justiça.

Devo argumentar, contudo, que a competência da Senhora Ferreira e as suas capacidades para desenvolver o seu trabalho como activista de Direitos Humanos durante mais de uma década e como Conselheira dos Direitos Humanos do Primeiro-Ministro são alargadamente conhecidas por contrapartes através do mundo e pela comunidade internacional em Dili. Durante a Assembleia Constituinte, a Senhora Isabel Ferreira foi uma deputada eleita que focou o exercício do seu cargo na escrita dos artigos Constitucionais sobre os Direitos Humanos.

Se o ICG tivesse consultado o pessoal do antigo UNTAET e o pessoal da Unidade dos Direitos Humanos da UNMISET sobre quem foi a pessoa quem mais se focou em Timor-Leste e quem mais trabalhou para o país se tornar um Estado com leis humanitárias que Timor-Leste subscreveu em 10 de Dezembro de 2002, o nome que seria permanentemente citado seria o da Senhora Isabel Ferreira. A sua experiência cobre muitas outras áreas como bem sabe, nomeadamente o trabalho de reconciliação com a Indonésia.

O modo como o Relatório se refere a esta escolha como candidata ao posto de Provedor está a desvalorizar a sua capacidade, habilitações e competência num trabalho de tão longa permanência e constância durante a ocupação Indonésia, durante a transição, e depois em Timor-Leste independente.

A Senhora Isabel Ferreira tem uma longa experiência dela própria e de muito tempo antes de estar casada com Taur Matan Ruak.

Ela distingue-se pelo seu próprio mérito e capacidade, não porque está casada com A, B, ou C.

A ideia de lançar mão a um nome para provar seu ponto de vista para atacar o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri como foi intenção com o uso do nome da Senhora Isabel Ferreira no Relatório é uma forma desonesta de argumentar e é uma maneira desagradável de tentar dar credibilidade ao argumento no Relatório.

A Senhora Isabel Ferreira merece muito mais do que a referência mesquinha e pequenina feita neste Relatório.

Quando um argumento ou raciocínio é baseado em factos erróneos e distorcidos como são estes uma pessoa pergunta a si própria se outras teses e argumentações no Relatório são na verdade baseados em ‘factos’ confirmados e investigados adequada e metodicamente.

Detectam-se claramente outros erros no texto, nomeadamente em eventos específicos e em datas. Contudo como os eventos relatados não me dizem directamente respeito, privo-me de mais comentários.

Apesar do Relatório já ter sido emitido, o ICG como uma organização conhecida credível no mundo devia fazer uma correcção porque as duas referências acima apontadas são feitas com base em informação incorrecta e distorcida que visa exclusivamente desenvolver um raciocínio malicioso e desonesto.

Sinceramente,

Paula Pinto

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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