sábado, outubro 20, 2007

Caso crise 25 de Maio de 2006: Taur : “Dei instruções de auto-defesa”

Jornal Nacional Semanário - 20 de Outubro de 2007

O Brigadeiro-General das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), Taur Matan Ruak afirma que no dia 25 de Maio de 2006 deu instruções ao Coronel Lere Anan Timor para enviar membros das F-FDTL para fazer auto-defesa do Quartel-General da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

Taur Matan Ruak respondeu a esta questão ao Procurador Bernardo Fernandes na audiência realizada no Tribunal de Recurso Caicoli, Díli.

Taur explicou que a ordem dada ao Coronel Lere para fazer a auto-defesa cercando o Quartel-General da PNTL porque os membros da PNTL dispararam em direcção ao Quartel-General das F-FDTL. E assim também durante a crise membros da PNTL sempre atacavam membros das F-FDTL, incluindo a sua residência.

«A auto-defesa com o objectivo de prevenir tiroteios provenientes da direcção do Quartel-General da PNTL, segundo a regra militar em qualquer lado. Quando alguém disparar contra as Forças do Estado as mesmas devem assegurar a auto-defesa. Na altura estava reunido com o Coronel Lere Anan, o então Ministro de Defesa, Roque Rodrigues, etc no Quartel-General das F-FDTL Caicoli», explicou Taur.

Questionado pelo Procurador Bernardo como é que os tiroteios pararam? Taur respondeu que os tiroteios pararam quando membros da Polícia das Nações Unidas, Coronel Fernando Reis, português, conselheiro das F-FDTL e membros das Nações Unidas da Austrália (não lembrou do seu nome) pediu para pararem os tiroteios porque membros da PNTL desejam render-se. Falaram em português.

«Os membros da UN não pediram ou não ordenaram as F-FDTL para se desarmarem e retirar do Ministério da Justiça e outros locais. Continuavam a dizer que a PNTL deseja render, sem explicar os pormenores da rendição. Os dois membros da ONU seguiram para o Quartel-General da PNTL, dei ordens aos membros para pararem os tiroteios e assim aconteceu», referiu Taur.

O Juiz Ivo Rosa como Presidente da audiência questionou se teve conhecimento da morte de membro das F-FDTL, Ricardo Buré, Taur respondeu que ouviu a informação antes do acontecimento em frente do Ministério da Justiça mas não viu a coluna da Polícia que saiu do Quartel-General da PNTL porque após os tiroteios provenientes do Quartel-General da PNTL, os escoltos levaram-no para o rés do chão do edifício, portanto não conseguiu observar a formação da coluna.

«O acontecimento em frente do Ministério da Justiça foi espontâneo, o que não significaria o desejo de matar, o que aconteceu é que na altura o Coronel Fernando não fez qualquer pedido em relação a formação da coluna a partir do Quartel-General da PNTL e a rendição dos membros da PNTL», explicou Taur.

Taur revelou que quando os membros da PNTL desejassem render, segundo um militar, não é formar seguindo a estrada e cantar o hino “Pátria Pátria” mas render significa levantar as mãos ao ar, e ficar sentado e ajoelhado.

«No dia 20 de Maio de 2006 recebi um telefonema do então Primeiro-Ministro, Mari Alkatiri que ordenou a operação conjunta das duas Instituições na segurança da situação. Naquela mesma altura contactei o ex-Chefe de Operações da PNTL, Afonso de Jesus e o Comandante Distrital de Díli, Eugénio Pereira. Estes responderam que para uma operação conjunta é positiva mas carecem a falta de transporte», referiu Taur.

Questionado pelo Juiz Ivo se existiram problemas entre as Instituições F-FDTL e PNTL, Taur respondeu que não. No entanto, foi dizendo que esteve numa situação deveras complicada, dado que no dia 23 de Maio alguns membros da PNTL juntamente com o Major Alfredo Reinado atacaram os seus soldados em Fatuahi, tendo causado a morte de um soldado bem como provocado alguns feridos. Já no dia 24 de Maio, quer a sua residência, quer o Quartel-General das F-FDTL em Tacitolo não foram poupados, tendo sido também alvos de ataques.

A audiência continuou a ser dirigida pelo Juiz Colectivo composto pelo Juiz Ivo Rosa (internacional), como Presidente, Victor Hugo Pardal (Internacional) e António Gonçalves (nacional) como adjunto. O Procurador que atendeu o caso coube ao Sr. Bernardo Fernandes (Internacional). Os 12 arguidos, a saber: RGS, PC, NFS, PC, JS, MX, FA, HA, AS, RM, VSG, JMNM continuam a receber assistência legal dos advogados Arlindo Dias Sanches, Tomé Jerónimo e José Guterres.

Segundo a observação do Jornal Nacional Diário, a 15ª audiência teve início às 09H30 prolongando-se até às 12 h00. Esta contou com a participação máxima não só da Associação de Advogados de Timor-Leste, como também de observadores internacionais, membros do FOKUPERS, ONG Internacionais, famílias dos arguidos e, por último, dos membros das F-FDTL e da PNTL. A questão da segurança máxima esteve a cargo quer da Polícia das Nações Unidas (UNPOL), quer da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Antes da entrada para o edifício do Tribunal de Recurso que dá acesso a sala de audiência, foi processada a respectiva identificação do pessoal.

Ramos Horta diz que tropas australianas ficarão no Timor até 2008

19/10 - 01:24 - EFE

Díli, 19 out (EFE).- O presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, disse hoje que as tropas da Austrália ficarão no país até 2008, apesar das denúncias do partido de oposição Fretilin, que exigiu uma retirada, devido uma suposta interferência dos militares australianos nos assuntos internos do país.

Em entrevista coletiva em Díli, Ramos Horta disse que as tropas da Nova Zelândia, enviadas junto com as australianas para conter a onda de violência de meados de 2006, também sairão do país no próximo ano.

"Não pediremos aos militares da Austrália e Nova Zelândia que saiam enquanto nossa democracia e estabilidade são tão frágeis.

Ainda precisamos de presença internacional, até 2008", disse o presidente.

Ramos Horta também disse que as forças da ONU permanecerão no Timor-Leste até 2012, como está estipulado. Ele criticou a proposta do Fretilin, que estava no poder quando o Governo solicitou a presença militar australiana.

"É uma reivindicação que me deixa confuso, porque o pedido de ajuda veio quando o Fretilin dominava o Governo e o Parlamento", lembrou.

Esta semana o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri exigiu a retirada australiana, após denunciar maus-tratos à população por parte dos soldados. Ele acusou as forças australianas de favorecer o atual primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e Ramos Horta.

EFE flg mf

Timor-Leste: Portugal retirando "por acaso"

Lusa - 18 de Outubro de 2007, 13:05

Pedro Rosa Mendes, da agência Lusa

Díli, 18 Out (Lusa) - Dois contingentes portugueses, da GNR e PSP, partiram hoje de Díli. São regressos de rotina à pátria mas, somados a saídas de lugares de destaque em Timor-Leste, "sabem a uma retirada de Portugal", resumiu um magistrado à agência Lusa.

Polícias (em voo comercial), militares (em voo fretado), assessores políticos e de defesa, juízes, investigadores, procuradores e oficiais portugueses estão a partir de Timor-Leste, deixando lugares por preencher, ou sendo substituídos por elementos de outros países.

Não são em grande número, mas ocupam posições-chave no quadro da missão internacional (UNMIT) e da ajuda ao desenvolvimento.

Os motivos de partida, indagados pela Lusa nas últimas semanas, são diversos: rotação de contingente, rescisão contratual, decisões estritamente pessoais, desistência de candidatos seleccionados.

"O resultado imediato, porém, vai ser uniforme: menos presença de Portugal em Timor-Leste", afirmou um juiz português à Lusa.

"Não se percebe qual a estratégia portuguesa em Timor nem que coerência têm os milhões dos nossos impostos que vêm para cá", constata outro magistrado.

Timor-Leste é o primeiro beneficiário da Cooperação Portuguesa.

O caso emblemático é o de cinco oficiais da PSP e GNR cuja missão chegou agora ao fim na Polícia das Nações Unidas (UNPol).

O comando da UNPol na capital (o mais importante em termos operacionais para a segurança no país), a chefia da Unidade Nacional de Trânsito ou a investigação criminal de processos resultantes da Comissão Especial Independente de Inquérito (CEIE) à crise de 2006, considerados sensíveis pela ONU, eram algumas das posições desse grupo.

A ONU, em Nova Iorque, pediu ao governo português que permitisse a extensão por seis meses da missão dos cinco portugueses.

"Gente boa aparece pouco", resumiu, em declarações à Lusa, o general Eric Tan, responsável máximo do sector de Segurança da UNMIT.

O Ministério da Administração Interna (MAI) português recusou o pedido de extensão, alegando não abrir mão de uma regra que, contudo, conhece, pelo menos, duas excepções.

O MAI recusou, mais tarde, um segundo pedido de Nova Iorque de uma extensão técnica de um mês que permitisse a substituição sem sobressaltos dos cinco oficiais.

"As recusas do MAI são um 'tiro-no-pé' em termos diplomáticos, não servem os interesses da UNMIT nem de Portugal e, pior, foram motivadas por razões puramente corporativas", afirmou à Lusa um oficial superior da PSP em Díli que pediu o anonimato.

O comandante distrital da UNPol na capital, que até há duas semanas era o subintendente António Leitão da Silva, foi já substituído por um oficial da Malásia.

"Além de objectivamente más para a influência portuguesa, as decisões são más para Timor", acrescentou um assessor português da Presidência da República timorense.

"A saída de uma dezena de pessoas em lugares críticos, que por acaso eram portugueses, afecta a máquina de segurança e de justiça", sublinhou a mesma fonte.

Três juízes portugueses, dos sete juízes lusófonos do Programa de Fortalecimento do Sistema de Justiça (PFSJ), e dois procuradores do Ministério Público confirmaram à Lusa a decisão de pôr fim ao trabalho em Timor-Leste, "por já não compensar o esforço e o desgaste".

Trata-se de magistrados que têm sido responsáveis pelo andamento de processos muito delicados e que têm estado "sozinhos" sob as críticas, entre outros, da nova ministra da Justiça, Lúcia Lobato.

A "retirada" portuguesa abrange também oficiais da UNPol nos distritos, na Unidade de Segurança Pessoal e na Unidade de Apoio aos Procuradores, além do fim de duas assessorias no Ministério do Interior, "importantes para o entrosamento com o aparelho de segurança e a máquina judiciária", segundo outra fonte.

Terminou também, no final de Setembro, a presença de agentes portugueses nas Alfândegas, cujo edifício-sede no centro de Díli, incendiado em Agosto, "é a imagem do trabalho que Portugal fez na instituição em seis anos: tudo queimado", resumiu um cooperante na hora da partida.

O embaixador de Portugal em Díli, João Ramos Pinto, considera o regresso de tantos portugueses "fruto do acaso" e sublinhou à Lusa que "as prioridades portuguesas estão mais concentradas na Língua e na Justiça".

João Ramos Pinto contrapôs com a criação de oito assessorias jurídicas desde o início deste ano e o acordo para três guardas prisionais e sete oficiais de justiça, além do apoio ao Centro de Formação Judiciária.

"A cooperação australiana tem contratado juristas e financeiros portugueses", acrescentou o embaixador português.

Entre 1999 e 2006, o total da ajuda portuguesa a Timor-Leste ascende a mais de 381 milhões de euros, cerca de 519 milhões de dólares americanos.

Lusa/fim

NOTA DE RODAPÉ:

Veja mais sobre o abandono de Portugal a Timor-Leste aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
E não é por acaso.

Horta quis dizer que a solução é a reciclagem

Blog Timor Lorosae Nação - Quinta-feira, 18 de Outubro de 2007

Nobel de Al Gore foi imerecido

António Veríssimo

O actual presidente timorense, Horta, suposto sucessor do anterior presidente, Xanana, que actualmente exerce o cargo de primeiro-ministro, Xanana, que anteriormente pertencia ao actual presidente, Horta, mostrou sérias reservas à atribuição do Nobel da Paz às questões do ambiente na pessoa de Al Gore.

O reciclado presidente - que trocou de cargo com Xanana, como alguns certamente já perceberam – não se mostrou favorável à entrega do prémio e distinção ao ex-vice-presidente estadunidense Al Gore, por considerar que ele é muito recente na luta por melhor ambiente, não o tendo feito quando exercia as suas importantes funções ao lado de Bill Clinton - também conhecido pelo “Havaninsky".

Há imenso tempo que não se vislumbrava pingo de decência declarativa em Ramos Horta.

Aquilo que quis dizer tem razão que baste. Al Gore é um novato trapaceiro nestas coisas do ambiente e outros indivíduos muito mais antigos se têm destacado na defesa do ambiente: Horta, por exemplo.

Ramos Horta possui uma casa construída com material reciclado. Ramos Horta recicla-se enquanto o diabo esfrega um cornicho ou coça o rabo bifurcado. Ramos Horta era ministro e reciclou-se para primeiro-ministro, para não poluir…

Meses volvidos, voltou a reciclar-se com a bênção de uma igreja aflitinha de dólares verdes e defensores do ambiente. Horta reciclou-se então de primeiro-ministro para presidente e teve a ousadia de ganhar mais um adepto para a defesa do ambiente, tendo convencido Xanana Gusmão de que a reciclagem pode ser a salvação.

Xanana, então presidente, novo militante da defesa do ambiente, reciclou-se primeiro-ministro.

A inovação destes novos conceitos, superiormente desenvolvidos por Ramos Horta, demonstrou a importância que os doutoramentos a ele confiados tiveram em elevados valores contributivos para a melhoria das esterqueiras políticas que poluem o planeta.

Aos políticos deve-se exigir reciclagens que nos poupem a formação de mais uns milhares dessa praga. Sem dúvida que a solução é a reciclagem.

Qualquer mau político deve ser bom para o ambiente e reciclar-se para que não venha outro. Deve ainda fazer-se acompanhar de outro mau político devidamente reciclado, fazendo com que assim se limite a poluição e só se estrague um país em vez de mais.

Se soubermos contemplar com isenção este esforço intelectual e inovador de José Ramos Horta facilmente compreenderemos que não devia ter sido Al Gore o galardoado Nobel.

A falta de sensibilidade do colégio que atribuiu os galardões foi indecente e não justifica que tenham ignorado os dois timorenses que se destacaram na defesa real dos valores que trarão melhor qualidade de vida à humanidade. A reciclagem dos políticos, quando atingir níveis superiores e constantes, contribuirá para que respiremos melhor e a poluição politica não nos afecte como ora acontece.

Com esta inovação, melhores dias virão.

Ramos Horta provou que é na reciclagem que está a solução.

* Também publicado em "Vox Populi"

Os donos de Timor e dos timorenses!

bLOG Timor Lorosae Nação - Quinta-feira, 18 de Outubro de 2007
“Tás ketinho ou levas no focinho”

Fruto da política de Horta e Xanana os resultados estão cada vez mais à vista e agora já ninguém consegue convencer a Austrália de que não é “dona de Timor-Leste”!

O racismo aussie vem à tona quando menos se espera querendo impor a sua vontade de “raça superior”.

Mais uma vez deparamos com timorenses a serem espancados por militares australianos que ocupam o país.

Desta vez calhou a um segurança privado que foi espancado por militares australianos que negam tê-lo feito.

O desmentido veio da parte do Departamento de Defesa australiano e está a ser veiculado pela comunicação social daquele país.

O Timor Online publica fotografias de Abílio Fátima, o timorense espancado no seu local de trabalho, a que recorremos para documentar a brutalidade dos agressores que continuam em Timor-Leste por imposição de Xanana e Horta, que detêm o Poder após o golpe de estado do ano passado.

No Timor Online poderá encontrar fotos mais pormenorizadas do selvático espancamento made in Austrália.

Photo exhibition on Dili: Creating Timor-Leste Updates

Rai Moris (Via ETAN) - October 18th, 2007

The conflicts in East Timor have calmed down and that’s great news for all the Timorese. This peaceful situation also means that TiLPA photographers who had to relocate to escape the violence are now back in their headquarters and creating what they love. They have an exhibition in Timor, 'Dalan Nabilan' which means 'A Bright Future'.

The dates are: 24th Oct - 30th Nov 2007.
Location: Memorial Hall, Dili.

Flyer below. If you happen to be in Timor pencil it in your diary to check out this fantastic collection of work.

http://www.raimoris.com/news/updates.html

Tradução da Margarida:

Tradução:Exibição Fotográfica em Dili: Criando Actualizações em Timor-Leste Rai Moris (Via ETAN) - Outubro 18, 2007

Os conflitos em Timor-Leste acalmaram e há grandes notícias para todos os Timorenses. Esta situação pacífica significa também que fotógrafos da TiLPA que se tiveram de mudar para escaparem à violência estão de regresso à sua sede e a criar o que gostam. Têm uma exposição em Timor, 'Dalan Nabilan' que significa 'Um Futuro Brilhante'.

As datas são: 24 Out - 30 Nov 2007.
Local: Memorial Hall, Dili.Informação abaixo.

Se estiver em Timor marque na sua agenda visitar esta fantástica colecção de trabalho.

http://www.raimoris.com/news/updates.html

Timor-Leste: Telecom quer investir 20 milhões até 2010

Lusa - 18 de Outubro de 2007, 08:44

Díli, 18 Out (Lusa) - Os accionistas da Timor Telecom (TT) avaliam hoje um plano de investimento de 20 milhões de dólares (cerca de 14 milhões de euros) até 2010, afirmou à agência Lusa o administrador delegado da empresa, José Brandão de Sousa.

O conselho de administração da TT reuniu-se hoje de manhã em Díli (madrugada em Lisboa) e durante a tarde o plano de desenvolvimento estratégico para 2008/2010 é votado na assembleia-geral de accionistas.

As principais linhas para o próximo triénio foram abordadas por José Brandão de Sousa na cerimónia do quinto aniversário da TT, quarta-feira à noite, em Díli.

A empresa pretende expandir e modernizar os serviços de cobertura, com a introdução de ADSL, "com serviços básicos para uns clientes e serviços avançados para outros, incluindo o acesso à Internet em regime de mobilidade pelo país", explicou José Brandão de Sousa à Lusa.
Sobre as tarifas praticadas pela TT, motivo recorrente de críticas dos consumidores e alvo frequente da classe política, José Brandão de Sousa afirma que as queixas são fruto de "informação deficiente".

Ao discursar no jantar de aniversário da TT, o Presidente da República, José Ramos Horta, divertiu e embaraçou os presentes com a referência ao administrador da TT como "caro amigo" e "amigo caro".

José Ramos Horta agradeceu também o "ataque de generosidade" da empresa que, ao oferecer o dobro de impulsos nos cartões comprados no seu aniversário, originou uma corrida aos pré-pagos que sobrecarregou a rede ao longo do dia.

"Estive em Ataúro e tentei fazer alguns telefonemas mas não consegui, apesar de a rede dizer que estava disponível", contou o Presidente da República.

"Humor pessoal" à parte, José Brandão de Sousa refere, em primeiro lugar, que os preços praticados pela TT são os que constavam obrigatoriamente, até ao final do contrato de concessão, da proposta que venceu o concurso internacional em 2002 "e que era, portanto, a melhor".

Os preços da TT, acrescentou José Brandão de Sousa, são também influenciados pelas obrigações rigorosas de cobertura de todas as capitais de distrito e de manutenção de tarifas uniformes no território.

"O governo adoptou um sistema de equilíbrio e solidariedade", explicou o administrador-delegado da TT à Lusa, dando o exemplo de Suai, a sudoeste do país.

"Levar as comunicações a Suai custou-nos 1,2 milhões de dólares. Não se prevê que nos próximos cinco anos Suai gere rendimento para pagar este investimento. Alguém vai ter que pagar", disse.

"A alternativa era o Estado subsidiar as comunicações onde elas não fossem rentáveis, mas o Estado timorense adoptou a política de não investir em telecomunicações", explicou o responsável pela TT.

A opção pelo modelo de contrato BOT (das iniciais em inglês para "construir, operar e transferir") "deixou ao gestor da rede de telecomunicações a obrigação de arranjar recursos para levar as comunicações a todo o país", o que se traduz na prática por "um subsídio de zonas não rentáveis a zonas mais rentáveis".

"Numa situação de vários operadores em concorrência, as zonas não rentáveis não teriam nenhum serviço, porque os concorrentes iriam concentrar-se em zonas de melhor retorno", sublinhou José Brandão de Sousa.

O administrador refere ainda que a TT enfrenta "custos de mão-de-obra especializada que são três ou quatro vezes superiores aos da Indonésia".

Devido à soma destes factores, "não se pode comparar os preços da TT, por exemplo, com os praticados na Indonésia". "É uma comparação abusiva", comentou.

A população urbana é de muitos milhões, refere José Brandão de Sousa, "Jacarta sozinha tem 17 milhões de habitantes".

"A população timorense que vive em meio urbano é apenas de 300 mil pessoas".

José Brandão de Sousa criticou ainda a carga fiscal sobre as telecomunicações, um serviço que paga um imposto de 12 por cento. "É o mais elevado, igual ao que se paga se for a um restaurante ou alugar um avião", enquanto a construção civil paga 5 por cento, refere o administrador-delegado da TT.

A empresa "espera a concretização da reforma fiscal iniciada por José Ramos Horta quando era primeiro-ministro" e sobre isso há "sinais positivos" do Governo.

A TT, liderada pela Portugal Telecom, é a maior empresa do país e os 30 milhões de dólares que investiu em Timor-Leste correspondem a 33 por cento do total de investimento estrangeiro privado desde a independência em 2002.

PRM-Lusa/Fim

Timor-Leste: Timor Telecom "não gravou chamada" entre Procurador-geral da República e ex-deputado

Lusa - 18 de Outubro de 2007, 07:55

Díli - A Timor Telecom (TT) negou hoje ter gravado qualquer chamada telefónica entre o Procurador-geral da República e um ex-deputado independente, afirmando não possuir equipamento para tal, ao contrário do que foi acusada na imprensa.

"Nós não nos pronunciamos sobre a gravação em si porque nem sequer a conhecemos", afirmou à agência Lusa o administrador delegado da TT, José Brandão de Sousa.

"A acusação é falsa", afirmou o administrador da TT, um dia depois de a imprensa ter publicado declarações do Presidente da República, José Ramos Horta, sobre a "gravidade" de um possível envolvimento da empresa de telecomunicações.

"A TT não tem equipamento para fazer gravação de chamadas e tecnicamente não é possível na TT fazer a gravação", explicou José Brandão de Sousa à Lusa.

"Caberá às autoridades judiciais, políticas ou ao Parlamento" apurar quem, como e quando efectuou a gravação de uma conversa telefónica entre o Procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e o ex-deputado Leandro Isaac.

A um determinado momento, intervém também na conversa Hermenegildo Pereira, ex-chefe de gabinete do anterior chefe de Estado, Xanana Gusmão, e actual secretário de Estado do Conselho de Ministros.

A Fretilin, partido mais votado e na oposição, exigiu a José Ramos Horta a demissão de Longuinhos Monteiro, alegando que a conversa gravada relaciona o Procurador-geral e o ex-Presidente da República com a "conspiração para derrubar o governo" liderado por Mari Alkatiri.

A conversa telefónica foi levada ao debate parlamentar, dia 15 de Outubro, está transcrita em vários sítios na Internet e tem sido divulgada em Díli entre telemóveis.

PRM-Lusa/Fim

Timor-Leste: Igreja pretende concordata com Vaticano - bispo de Baucau

Lusa - 18 de Outubro de 2007, 08:09

Díli - Timor-Leste e o Vaticano estão a negociar uma concordata entre os dois Estados, afirmou à agência Lusa o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento.

"Pensa-se numa concordata entre Timor e o Vaticano" para enquadrar a posição da Igreja no novo Estado, declarou o bispo de Baucau à Lusa numa entrevista realizada na residência episcopal.

"O governo português está a ajudar o governo e a igreja timorenses a encontrar caminhos de forma a que haja um entendimento com o Vaticano", acrescentou Basílio do Nascimento.
Educação, liberdade religiosa e liberdade de propriedade são as principais áreas que o bispo de Baucau gostaria de ver reflectidas no tratado com o Vaticano.

"Agora a Igreja (católica) já é proprietária mas não há uma lei que regule isso", explicou o bispo de Baucau.

Basílio do Nascimento adiantou que a Igreja ficaria numa situação difícil "se um dia tiver que pagar rendas de tudo aquilo que ela possui".

O bispo de Baucau mostrou-se "desfavorável" à isenção de taxas como a que existia na concordata entre o Estado português e o Vaticano.

"Algumas propriedades, porém, terão que ser isentas e outras não tanto", adiantou o bispo, exemplificando com o Santuário de Fátima e com a distinção entre imóveis de uso eclesiástico e outros que são usados como apoio a estruturas hoteleiras.

Basílio do Nascimento encara positivamente a anunciada contribuição orçamental do Orçamento Geral do Estado para a Igreja católica.

"A Igreja é complementar em muitas das coisas que competem ao Estado e que o Estado não pode fazer", afirmou o bispo de Baucau na entrevista.

"Seria bom que o Estado partilhasse isso com alguns parceiros. Contudo, a Igreja pode ter disponibilidade humana mas não ter disponibilidade financeira e económica".

"Mas não gostaria que isto fosse feito como espécie de ajuda que o Estado dá porque é este Estado", ressalvou Basílio do Nascimento.

"Gostaria que isto fosse regularizado com leis, com um acordo de entendimento, mas isto não será bastante porque hoje em dia o Governo tem simpatia (pela Igreja) mas amanhã pode vir outro com menos simpatia e corta o apoio", declarou o bispo.

Por esse motivo, a dotação orçamental prometida à Igreja tem, para Basílio do Nascimento, "a face e o reverso".

"A face é que a ajuda financeira facilitará a vida da Igreja em certas coisas. Estou a pensar sobretudo nas escolas".

A diocese de Baucau tem 117 escolas e serve mais de metade dos 60 mil alunos dos quatro distitos orientais do país. A de Díli "tem mais de 200" escolas, explicou Basílio do Nascimento.

"A ajuda do Estado facilita a actividade da Igreja mas se não houver áreas muito bem definidas o Estado começa a entrar pela (nossa) casa adentro em assuntos que não lhe dizem respeito", analisou também o bispo de Baucau.

"É necessário ir com muita cautela, respeito mútuo e inteligência das situações", concluiu Basílio do Nascimento.

PRM-Lusa/Fim

NOTA DE RODAPÉ:

"A ajuda do Estado facilita a actividade da Igreja mas se não houver áreas muito bem definidas o Estado começa a entrar pela (nossa) casa adentro em assuntos que não lhe dizem respeito", analisou também o bispo de Baucau. "

Esquece-se o senhor Bispo de dizer que o contrário é bem mais perigoso. Quando em Igreja se mete na política, como o tem feito escandalosamente em Timor-Leste.

Timor-Leste: Geração jovem "não teve berço", diz bispo de Baucau

Lusa - 18 de Outubro de 2007, 11:25

Díli - A formação da família e dos jovens é a prioridade da Igreja católica em Timor-Leste, onde "a actual geração não teve berço", afirmou o bispo de Baucau em entrevista à Agência Lusa.

"Se falarmos de coisas que o berço dá e só a tumba tira, aqui não houve berço", declarou Basílio do Nascimento à Lusa.

"As crianças foram crescendo por elas próprias e por isso, embora não concorde com as violências que acontecem, relativizo e dou um desconto porque ninguém dá o que não tem", explicou o bispo de Baucau.

"A geração intermédia para a transição entre os valores da educação portuguesa e os valores da educação indonésia não existiu", acrescentou o bispo.

"Essa geração, ou foi morta ou está fora. Houve um hiato que explica a desconexão na estrutura humana" timorense, segundo Basílio do Nascimento.

"Esta geração aprendeu a luta, a sacanice de tentar ser esperto e malandro para escapar à morte ou para se vingar do opressor", resumiu o responsável da segunda diocese do país.

Basílio do Nascimento referiu que a educação dos jovens é o campo de trabalho da Igreja como antes da independência "a pastoral era a colaboração com a resistência".

"A Igreja era uma força de oposição e como tal foi valorizada fundamentalmente neste aspecto político", recordou o bispo.

"Do ponto de vista da conversão, porém, as coisas foram coladas a cuspo", acrescentou.

"Hoje em dia, a realidade vai-nos mostrando que, daquele número extraordinário de 97 por cento que qualifica a catolicidade do Estado timorense, se calhar católicos e de prática católica não chegarão a metade", declarou o bispo de Baucau.

Basílio do Nascimento admitiu também que a Igreja timorense aceitou a perda de influência política após a independência.

"A Igreja julgava ter alguma influência sobre os políticos porque a maior parte deles foi formada à sombra de vários membros da igreja, mesmo os mais novos", recordou o bispo, dando o exemplo de dois dirigentes do Partido Democrático, Mariano Sabino, actual ministro da Agricultura, e Fernando "La Sama" de Araújo, presidente do Parlamento.

"Foram os padres mais jovens que os coordenaram durante a ocupação e na antiga legislatura estes padres continuaram a ter influência sobre estas ovelhas", analisou Basílio do Nascimento.

"Hoje, felizmente, estas ovelhas foram crescendo. Algumas estão a tresmalhar-se", comentou, rindo.

"Tomámos consciência de que tentar funcionar segundo os mesmos esquemas não resulta e interrogamo-nos sobre o caminho que devemos encontrar".

"Vamos estar atentos a tudo o que vai ser feito" pelo novo governo, afirmou Basílio do Nascimento sobre a análise do início da legislatura.

"Naquilo que de bom for feito, bateremos palmas com todas as energias. Naquilo que seja contra a doutrina e os princípios da Igreja, terá evidentemente a nossa discordância e oposição", sublinhou o bispo de Baucau.

PRM-Lusa/fim

Timor-Leste: Basílio do Nascimento: "Em Díli há medo de Baucau"

Lusa - 18 de Outubro de 2007, 09:15

Díli - O bispo D. Basílio do Nascimento admitiu que "em Díli há medo de Baucau" e criticou, em entrevista à agência Lusa, a ausência dos novos governantes timorenses na sua diocese depois da violência de Agosto.

"Estranho que nenhum membro do Governo nem o Presidente da República tenham vindo aqui, quanto mais não seja para visitar esta parte do país que é também parte de Timor-Leste", declarou o bispo de Baucau à Lusa.

"Hesito em dizê-lo mas é verdade que em Díli há medo de Baucau", afirmou D. Basílio do Nascimento.

O bispo de Baucau relaciona esse "medo" com a violência que acompanhou a indigitação de Xanana Gusmão para primeiro-ministro e a formação do IV Governo Constitucional, a 08 de Agosto.

A violência eclodiu nos distritos orientais do país, que correspondem à diocese de Baucau, tradicional base eleitoral do partido Fretilin, que venceu as legislativas de 30 de Junho.

"A Fretilin sentiu-se prejudicada no seu estatuto" ao não ser chamada a formar governo, insistindo que a Constituição oferecia apenas ao chefe de Estado a opção de convidar o partido mais votado.

"É uma interpretação sem razão e sem fundamento na Constituição, porque o artigo em causa tem uma dijuntiva: 'ou' e 'ou'", explicou o prelado.

"Os militantes de Baucau e Viqueque da Fretilin foram levados a crer que esta interpretação era a mais correcta", acrescentou D. Basílio do Nascimento.

A ausência do chefe de Estado e do primeiro-ministro "pode contribuir para uma imagem negativa que o Governo poderá apresentar para as gentes desta zona, em que os exagerados podem sentir-se ufanos em dizer que nós lhes metemos medo", declarou o bispo de Baucau.

D. Basílio do Nascimento nota também que "aqueles muitos que votaram noutros partidos que não a Fretilin têm estado sozinhos e mereciam outro carinho".

"A violência durou apenas dois dias e desde 08 de Agosto que as coisas estão calmas. Mas não sei quem nem porquê apresenta Baucau como sendo o inferno na terra ou o inferno em Timor", comentou o bispo.

"É em Viqueque e Uatulari que as coisas ainda não estão bem", referiu.

D. Basílio do Nascimento sublinha que "os incêndios (em Agosto) em Baucau atingiram instituições de solidariedade social, como organizações humanitárias, a Caritas, o CRS e o GTZ, o ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária".

Para o bispo de Baucau, a escolha dos alvos mostra que atrás da violência houve também "uma certa raiva da população em relação à acção em prol dos refugiados".

"Toda a população vive em necessidade mas a assistência é dirigida aos refugiados", acrescentou.

"Os refugiados também exageraram na confiança das pessoas porque iam vender ao mercado o que lhes era oferecido", disse.

Em Agosto, "houve gente que tentou resolver esses problemas pela raiz", declarou o bispo de Baucau.

"Está-se à espera de saber quem mandou fazer o quê, mas o que está na prisão é arraia miúda, porque houve peixes graúdos que deram ordens aqui", acusou D. Basílio do Nascimento.

PRM-Lusa/Fim

STATEMENT BY COMMUNITY AND VICITMS OF QUINTAL BOT

Case: Torture from Australian Forces
Date: Sunday, 14 October 2007, 1030 at night

Place: Quintal Bot

We would like to refer to the public statement from the Commander of the Australian Forces on TVTL on 17th of October 2007, at 830 in the evening that – they came to Quintal Bot to separate two people who were fighting and that they did not assault the victim Abilio Fatima.

On this, we as the victims of these actions wish to respond immediately to the Australian Force Commander’s public statements:

1. We greatly lament the statements by the Australian Force Commander because we have heard many times these false arguments and lies to cover up the criminal acts against we the little people of Timor-Leste.

2. If as he states there was in fact a fight between members of our community, we request that the Force Commander indicate who these criminal elements are because in reality it was the Australian Forces who brutally assaulted the victim Abilio Fatima in the nighttime.

3. Based on the facts which have been disclosed above, we ask the authorities (the National Parliament, The State, The Government and the Appeals Court) to investigate this crime quickly so that it can be taken to the courts quickly.

Quintal Bot, 18 October 2007

Victims:

1. Abilio Fatima
2. Januario
3. Fernando

Witnesses:
1. Antonio Barreto, alias Mauliar
2. Paulo Soares
3. Chiquito


(veja aqui as fotos que publicámos)


Tradução da Margarida:

DECLARAÇÃO DA COMUNIDADE E VÍTIMAS DE QUINTAL BOT

Caso: Tortura pelas Forças Australianas
Data: Domingo, 14 Outubro 2007, 1030 da noite

Local: Quintal Bot

Gostaríamos de comentar a declaração pública do Comandante das Forças Australianas na TVTL em 17 de Outubro 2007, às 830 da noite que – vieram a Quintal Bot para separar duas pessoas que estavam a lutar e que não agrediram a vítima Abílio Fátima.

Sobre isto, nós as vítimas destas acções queremos responder imediatamente às declarações públicas do Comandante da ForçaAustraliana:

1. Lamentamos grandemente a declaração do Comandante da Força Australiana porque temos ouvido muitas vezes estes argumentos falsos e mentiras para cobrirem actos criminosos contra as pessoas pequenas de Timor-Leste.

2. Se como ele afirma houve de facto uma luta entre membros da nosso comunidade, pedimos que o Comandante da Força indique quais foram os elementos criminosos porque na realidade foram as Forças Australianas quem atacaram brutalmente a vítima Abílio Fátima à noite.

3. Com base nos factos que foram divulgados acima, pedimos às autoridades (ao Parlamento Nacional, ao Estado, ao Governo e ao Tribunal de Recurso) para investigar este crime rapidamente para que rapidamente possa ser levado ao tribunal.

Quintal Bot, 18 Outubro 2007

Vítimas:

1. Abílio Fátima
2. Januário
3. Fernando

Testemunhas:
1. António Barreto, alias Mauliar
2. Paulo Soares
3. Chiquito

Timor-Leste: Jaco "redux": helicópteros ISF em santuário natural

Díli, Timor-Leste 17/10/2007 10:57 (LUSA)
Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa

Díli, 17 Out (Lusa) - Dois helicópteros das Forças de Defesa Neozelandesas (NZDF) aterraram e pernoitaram no Ilhéu de Jaco, na ponta leste de Timor, de 12 para 13 de Outubro, contrariando uma antiga tradição respeitada por todos os estranhos à comunidade local de Tutuala.

Jaco, na ponta leste de Timor, é um sítio único: um anel de coral escrevendo um ponto final no grande arquipélago malaio-indonésio, na convergência de dois mares e dois continentes.

Os aparelhos das NZDF, ao serviço das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), são dois "Iroquois", ou "HU-1" por nome de série (de onde derivou o seu nome de gíria, "Huey"), o modelo de helicóptero mais fabricado de sempre.

É também a mais cinematográfica das aeronaves. São helicópteros destes que dominam, por exemplo, a tela de "Apocalypse Now".

Sobre o meio-dia de sábado, 13 de Outubro, os dois "Iroquois" do contingente kiwi levantaram da vegetação onde tinham dormido e atravessaram o azul espesso do
Canal de Jaco.

Voaram sobre os pescadores de Tutuala e desapareceram a oeste, em direcção à cordilheira do Mundo Perdido e à estranha pradaria de Iralalaro (uma ilusão de Patagónia).

Vistos de uma canoa no canal, os "Iroquois" pertenciam a um fotograma da "Cavalgada das Valquírias" no filme de Francis Ford Coppola.

Duas diferenças substanciais entre o clássico de Coppola e a realidade de Timor-Leste: em Jaco não há guerra nem há Wagner.

Há uma paisagem e um ecossistema protegidos por regras costumeiras com uma frágil concretização legal.

O ilhéu e recifes envolventes (e tartarugas, e tubarões e raias…) constituem uma das "áreas agrestes" incluídas pela Administração Transitória das Nações Unidas nas áreas protegidas do território.

Jaco é também a jóia do Parque Natural Nino Konis Santana, o primeiro de uma futura rede nacional de parques, criado a 27 de Julho de 2007 pelo anterior governo.

O regulamento que concretiza a resolução do Conselho de Ministros está ainda em elaboração, confirmou a Lusa junto do ex-primeiro-ministro Estanislau da Silva e de técnicos da Direcção de Florestas do ministério da Agricultura.

"Os helicópteros e respectivas tripulações pernoitaram no ilhéu como parte de uma actividade de familiarização e treino de sobrevivência", declarou à Agência Lusa um porta-voz das ISF.

"As ISF não conhecem, nem foram informadas sobre a existência de quaisquer regras específicas para voar/aterrar em Jaco", acrescentou o mesmo porta-voz, numa resposta oficial detalhada às questões enviadas pela Lusa.

"Em conversa com habitantes no Ilhéu de Jaco, não houve referência a tais regras", acrescentou a mesma fonte, sublinhando a necessidade de as ISF "garantirem uma presença em todo o país" e de treinarem as tripulações a sobreviver nas áreas remotas que sobrevoam.

"Na sua missão, as ISF esforçam-se sempre por respeitar as tradições e costumes locais".

Na praia de Tutuala, em frente a Jaco, a Lusa ouviu dos pescadores a surpresa e indignação resumidas numa frase-lei: "Nunca ninguém dorme no ilhéu".

"O ilhéu é um local sagrado e mágico para as populações da ponta leste", explicou à Lusa o presidente do Partido Social Democrata, Mário Viegas Carrascalão, chefe do Serviço de Agricultura no final da colonização portuguesa e ex-governador sob a ocupação indonésia.

Mário Viegas Carrascalão, engenheiro agrónomo, recorda uma missão a Jaco há vinte anos que confirma a estranheza do ilhéu.

"Levei o meu altímetro para medir o ponto mais alto de Jaco, mas no centro do ilhéu o ponteiro indicava uma altitude negativa", contou o ex-governador.

Em 1971, Mário Viegas Carrascalão recebeu ordens do governador português, brigadeiro Valente Pires, para transportar água doce, em canoas, de Tutuala para Jaco.

"A ideia era evitar que os veados que se refugiam em Jaco na estação das chuvas tivessem de nadar de volta para Timor, na estação seca", explica.

"Os pescadores esperavam e chacinavam os veados do lado de Tutuala", recorda.

Além deste "Cervus timorensis", outras espécies raras habitam Jaco.

Fernando Santana, que trabalha no regulamento do Parque Konis Santana, refere a preciosa aitasi, "árvore do mar" ("Cordia subcordata"); o mêda, ou cuscus ("Phalanger orientalis"), um marsupial originário da Nova Guiné, e pelo menos seis espécies de aves que integram a zona de Wallacea.

A Wallacea é uma zona biogeográfica no Sudeste Asiático nomeada em honra de Alfred Russel Wallace, um naturalista britânico do século XIX (1823-1913) que elaborou, com Charles Darwin, a Teoria da Evolução.

A virgindade de Jaco faz do ilhéu um dos últimos locais que pouco mudaram desde a época em que Wallace contou as suas expedições no magnífico "The Malay Archipelago".

Wallace, que esteve em Timor, poderia explicar aos pescadores de Tutuala a verdade científica da mãe-natureza: o éden é um longo filme que evolui por soma de apocalipses.

Jaco é um ilhéu que reproduz à escala pequena a evolução natural de Timor-Leste: depois da era já longínqua de Konis Santana, comandante das Falintil, natural de Tutuala, vem o tempo moderno das ISF.

Sobre os pescadores de Tutuala, as duas "valquírias" kiwis participaram, por isso, de uma discreta expiação da História: os "Iroquois", como todos os helicópteros de guerra americanos, levam o nome de uma das tribos indígenas subjugadas à superioridade militar dos brancos.

Lusa/fim


Nota de Rodapé:

Mais um exemplo dos grandes "respeitadores" das tradições e costumes locais...

UNMIT – MEDIA MONITORING - Friday, 19 October 2007

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any consequence resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

Timor Telecom is defending itself

The recording of the phone call is false: Timor Telecom Company (TT) reacted strongly to the recording of the conversation between the Prosecutor General, former Parliament member Liandro Izack and former Chief of Cabinet, Mr. Hermengildo Pereira. They rejected the issue, saying that TT does not have the kind of equipment needed to record phone calls. They added that if anyone has the evidence to the contrary it should be presented to the court. (TP)

Massacre on 25 may 2006: the witnesses don’t know who fired first

Three F-FDTL members, named Joao da Silva, Olderico da Silva, and Sabino dos Santos, who are the witnesses to the killing of eight PNTL members in front of Ministry of Justice office, gave their statement during the trial yesterday, 18 October. They all stated that no-one knows who first fired shots.

Horta authorizes foreigners to visit Atauro with a travel permit

The President of Republic Ramos Horta has authorized fishermen and Indonesian businessmen who work near the border to be able to come and do their business in Atauro with only a travel permit (TP)

Mario tells Alkatiri not to talk too much

The MP from the PSD party Mario Viegas Carascalao asked Alkatiri not to talk too much, since the FRETILIN Government fell due to people not being happy with Fretilin. (STL)

National Parliament makes false accusation against Timor Telecom

The executive chief of Timor Telecom, Jose Berdao de Souza stated that MPs made false accusations against his company, because Timor Telecom doesn’t have the equipment to record clients’ conversations. (STL)

The Youth from Kintal Boot threatening to take the ISF to Court

Youth from Kintal Boot are threatening to take ISF to court if it does not present strong evidence in its defence regarding the alleged ‘torture’ of victim Abilio Fatima (STL)

Alkatiri: Horta is a dictator

MP Alkatiri said that since Ramos Horta has responded to the conversation recording issue by calling FRETILIN communist, the appropriate response is that he is a dictator. (STL)

The Government needs to fix the immigration framework.

Chief of Municipal Commerce Ir. Ricardo Nheu stated that the Government needs to fix the framework provided by the Immigration Department and used by the PNTL Immigration Unit. (DN)

Mario Carascalao: “If I were the Prime Minister, the IDP problem would have been solved”

In National Parliament, Carascalao said if he were the PM he would solve the IDP problem within three months. (DN)

The Victim from Kintal Boot rejects the statement of the ISF.

The community of Kintal Boot rejected the statement of the ISF in which they deny that they beat the two victims, Abilio and Januario. (DN)

The Rainy season is coming, and IDPs ask the Government to change the tents immediately

IDPs asked the fourth constitutional Government to fulfil the promises they made that they will change the tents before the rainy season.

International Media Reports

East Timor: Role of Australian troops should be reviewed, says Fretilin

Adkronos Interntional

Dili, 18 Oct. (AKI) – Recent allegations of Australian soldiers abusing East Timorese citizens have led to Fretilin, the country’s largest party, to ask Parliament to review the role of the foreign peacekeeping troops in the country.

"The time has come to re-evaluate the presence of the Australian Defence Forces (ADF), to determine how many, for what purpose and for how long they should remain in East Timor,” Fretilin MP Estanislau da Silva, said in a statement.

Da Silva also stressed that there was a sentiment of hostility building up in the country against the actions of the ADF.

“We have to act to prevent this from occurring, as we have had a history of this occurring with occupying armies in the past," he said.

The statement follows allegations that six Australian soldiers severely beaten Abilio Fatima, a local security guard, who had refused to go home when ordered to do so. The accident allegedly took place at 10.30 pm, last Saturday.

Fatima lodged an official complaint that Fretilin parliamentarian, Antoninho Bianco, presented to parliament on Wednesday.

ADF representatives have dismissed the accusations as “mere lies” and claimed that “soldiers intervened to break up a fight between East Timorese.”

But however, Jose Texeira, another Fretilin MP, told Adnkronos International (AKI) that “there have been several other cases of abuse by the Australian troops,” and that “Fretilin is determined to ask the local authorities to investigate.”

Fretilin has always had a conflicting relationship with Australia, the regional power.

Former prime minister, as well as current Fretilin secretary general, Mari Alkatiri has often accused Canberra of partiality and unduly interfering into East Timor’s politics.

Alkatiri was forced to resign in June 2006 after months of civil unrest. The unrest had led to the deployment of foreign troops into the tiny Southeast Asian country, in May 2006.

There are now about 850 ADF and 170 New Zealand Defense Force (NZDF) in East Timor. International police from over 20 nations provide security in Dili as part of the United Nations Police Force.

The UN's International Stabilisation Force (ISF) - which includes the ADF and NZDF - provides support to these police operations as required.

Although due to end in February 2008, the IFS mission is expected to be extended, as requested by East Timor president, Jose Ramos Horta.

NATIONAL NEWS SOURCES:
Timor Post (TP)
Radio Timor-Leste (RTL)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanario
Televisaun Timor-Leste (TVTL)

Timor Telcom denies accusations that it bugged a telephone conversation

(Via forum-loriku)

The question is not about who taped the telephone. The question is about the content of the conversation which is far more serious.

What is the relationship between the General Prosecutor and a suspect who has been recommended for criminal investigation by the Independent Investigation Commission in to the 2006 crisis?

It is even more serious when the conversation appears to suggest that the then president's chief of staff, Hermenegildo "Agio" Pereira, the General Prosecutor, Longuinhos Monteiro and the suspect, Leandro Isaac, a civilian and a member of parliament who was spotted carrying a weapon at the height of the crisis, are in fact collaborators.

The content of conversation reveals a major conflict of interest which compromises the independence of the judicial body tasked to investigate and prosecute those responsible for the violence that occurred in 2006; and clearly shows that justice has been perverted to protect some and condemn others.

Clearly no one should take this lightly and dismiss it as a private conversation which has been "bugged". And for the President of the Republic, Dr. Jose Ramos-Horta to come out smearing Timor Telecom (as much as we all think that Timor Telecom is awful) to the point of accusing it without any evidence is just shameful and not the most promissing signal emitted from any potential Secretary General of the United Nations.

Clearly Longuinhos Monteir has once and for all proved that he lacked integrity and is doing disservice to the nation and should be dismissed immediately.

Bere Anan



Timor Telcom denies accusations that it bugged a telephone conversation

*Timor Post, October 19, 2007 Translated from Tetun

Timor Telcom has strongly denied accusations that it bugged a telephone conversation between the General Prosecutor, Longinhos Monteiro, the former chief of presidential office, Hermenegildo Pereira, and former MP Leandro Izac.

A spokesman from Timor Telcom, Jose Brandao Sousa, said Timor Telcom didn't have the means to bug a telephone conversation.

"The accusations that were raised in parliament about Timor Telcom being involved in bugging telephone conversations are absolutely false," said Sousa.

"Timor Telcom doesn't have the equipment to enable us to bug telephone conversations," he said.

The accusations came after a recording of the conversation was presented to Parliament by the Fretilin bench.


Tradução da Margarida:

Timor Telcom nega acusações de gravado uma conversa telefónica
(Via forum-loriku)

A questão não é acerca de quem gravou a conversa. A questão é acerca do conteúdo da conversa o que é muito mais sério.

Qual é a relação entre o Procurador-Geral e um suspeito que a Comissão Independente de Investigação à crise de 2006 recomendou que fosse investigado criminalmente?

É ainda mais sério quando a conversa parece sugerir que o então Chefe do Gabinete do presidente, Hermenegildo "Agio" Pereira, o Procurador-Geral, Longuinhos Monteiro e o suspeito, Leandro Isaac, um civil e membro do parlamento que foi apanhado nas câmaras carregando uma arma no pico da crise, são de facto colaboradores.

O conteúdo da conversa revela um grave conflito de interesses que compromete a independência do órgão judicial que tem a tarefa de investigar e processar os responsáveis pela violência que ocorreu em 2006; e mostra claramente que a justiça foi pervertida para proteger uns e condenar outros.

Claramente ninguém deve tomar isto com ligeireza e descartá-la como tendo sido uma conversa privada que foi ilegalmente gravada. E ter vindo o Presidente da República, Dr. José Ramos-Horta a difamar a Timor Telecom (apesar de todos pensarmos que é horrorosa) chegando ao ponto de a acusar sem qualquer prova é simplesmente vergonhoso e não é um sinal promissor emitido por qualquer potencial Secretário-Geral das Nações Unidas.

Claramente Longuinhos Monteir provou de uma vez por todas que tem falta de integridade, que não está ao serviço da nação e que deve ser demitido imediatamente.

Bere Anan



Timor Telcom nega acusações que gravou uma conversa telefónica

*Timor Post, Outubro 19, 2007 Traduzido do Tétun

A Timor Telcom negou fortemente que gravou ilegalmente uma conversa telefónica entre o Procurador-Geral, Longinhos Monteiro, o antigo chefe do Gabinete Presidencial, Hermenegildo Pereira, e o antigo deputado Leandro Izac.

Um porta-voz da Timor Telcom, José Brandão Sousa, disse que a Timor Telcom não tem meios para gravar ilegalmente conversas telefónicas.

"As acusações que foram levantadas no parlamento acerca da Timor Telcom estar envolvida na gravação ilegal de conversas telefónicas são absolutamente falsas," disse Sousa.

"A Timor Telcom não tem os equipamentos que possibilita gravar ilegalmente conversas telefónicas," disse.

As acusações vieram depois da bancada da Fretilin ter apresentado ao Parlamento a gravação da conversa.

Futile neutrality

Nepali Times
Excessive timidity is eroding UNMIN’s credibility

ANALYSIS by SIDDHI SUBEDI
From Issue #371 (19 October 07 - 01 November 07)

Mais uma das Nações Unidas...

Dos Leitores

Comentário na sua mensagem "Dos Leitores":

AO TIMOR ONLINE E HENRIQUE CORREIANAO QUERO COM ESTE MEU COMENTARIO ATEAR MAIS FOGO NEM PRETENDO DEFENDER A AUSTRALIA OU OS SEUS SOLDADOS, MAS FRANCAMENTE EM TERMOS LEGAIS E EM QUALQUER PAIS DO MUNDO ESTAS FOTOS NAO PROVAM O QUE VOCES DIZEM.

APENAS VEJO UM HOMEM QUE FOI ESPANCADO.ATE PODIA TER SIDO PELO PROPRIO VIZINHO DO LADO.NOS FERIMENTOS NAO VEJO A MARCA KANGARU OU AUSSIE.P

OR FAVOR DEIXEM-SE DE PARLAPIE BARATO!

MAU JOE BERLEKY


Nota de Rodapé:

Tem toda a razão esquecemo-nos de referir, que a vítima apresentou uma queixa crime na esquadra e prestou depoimento juntamente com as testemunhas da agressão.

Chega-lhe?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.