Lusa - 18 de Outubro de 2007, 08:44
Díli, 18 Out (Lusa) - Os accionistas da Timor Telecom (TT) avaliam hoje um plano de investimento de 20 milhões de dólares (cerca de 14 milhões de euros) até 2010, afirmou à agência Lusa o administrador delegado da empresa, José Brandão de Sousa.
O conselho de administração da TT reuniu-se hoje de manhã em Díli (madrugada em Lisboa) e durante a tarde o plano de desenvolvimento estratégico para 2008/2010 é votado na assembleia-geral de accionistas.
As principais linhas para o próximo triénio foram abordadas por José Brandão de Sousa na cerimónia do quinto aniversário da TT, quarta-feira à noite, em Díli.
A empresa pretende expandir e modernizar os serviços de cobertura, com a introdução de ADSL, "com serviços básicos para uns clientes e serviços avançados para outros, incluindo o acesso à Internet em regime de mobilidade pelo país", explicou José Brandão de Sousa à Lusa.
Sobre as tarifas praticadas pela TT, motivo recorrente de críticas dos consumidores e alvo frequente da classe política, José Brandão de Sousa afirma que as queixas são fruto de "informação deficiente".
Ao discursar no jantar de aniversário da TT, o Presidente da República, José Ramos Horta, divertiu e embaraçou os presentes com a referência ao administrador da TT como "caro amigo" e "amigo caro".
José Ramos Horta agradeceu também o "ataque de generosidade" da empresa que, ao oferecer o dobro de impulsos nos cartões comprados no seu aniversário, originou uma corrida aos pré-pagos que sobrecarregou a rede ao longo do dia.
"Estive em Ataúro e tentei fazer alguns telefonemas mas não consegui, apesar de a rede dizer que estava disponível", contou o Presidente da República.
"Humor pessoal" à parte, José Brandão de Sousa refere, em primeiro lugar, que os preços praticados pela TT são os que constavam obrigatoriamente, até ao final do contrato de concessão, da proposta que venceu o concurso internacional em 2002 "e que era, portanto, a melhor".
Os preços da TT, acrescentou José Brandão de Sousa, são também influenciados pelas obrigações rigorosas de cobertura de todas as capitais de distrito e de manutenção de tarifas uniformes no território.
"O governo adoptou um sistema de equilíbrio e solidariedade", explicou o administrador-delegado da TT à Lusa, dando o exemplo de Suai, a sudoeste do país.
"Levar as comunicações a Suai custou-nos 1,2 milhões de dólares. Não se prevê que nos próximos cinco anos Suai gere rendimento para pagar este investimento. Alguém vai ter que pagar", disse.
"A alternativa era o Estado subsidiar as comunicações onde elas não fossem rentáveis, mas o Estado timorense adoptou a política de não investir em telecomunicações", explicou o responsável pela TT.
A opção pelo modelo de contrato BOT (das iniciais em inglês para "construir, operar e transferir") "deixou ao gestor da rede de telecomunicações a obrigação de arranjar recursos para levar as comunicações a todo o país", o que se traduz na prática por "um subsídio de zonas não rentáveis a zonas mais rentáveis".
"Numa situação de vários operadores em concorrência, as zonas não rentáveis não teriam nenhum serviço, porque os concorrentes iriam concentrar-se em zonas de melhor retorno", sublinhou José Brandão de Sousa.
O administrador refere ainda que a TT enfrenta "custos de mão-de-obra especializada que são três ou quatro vezes superiores aos da Indonésia".
Devido à soma destes factores, "não se pode comparar os preços da TT, por exemplo, com os praticados na Indonésia". "É uma comparação abusiva", comentou.
A população urbana é de muitos milhões, refere José Brandão de Sousa, "Jacarta sozinha tem 17 milhões de habitantes".
"A população timorense que vive em meio urbano é apenas de 300 mil pessoas".
José Brandão de Sousa criticou ainda a carga fiscal sobre as telecomunicações, um serviço que paga um imposto de 12 por cento. "É o mais elevado, igual ao que se paga se for a um restaurante ou alugar um avião", enquanto a construção civil paga 5 por cento, refere o administrador-delegado da TT.
A empresa "espera a concretização da reforma fiscal iniciada por José Ramos Horta quando era primeiro-ministro" e sobre isso há "sinais positivos" do Governo.
A TT, liderada pela Portugal Telecom, é a maior empresa do país e os 30 milhões de dólares que investiu em Timor-Leste correspondem a 33 por cento do total de investimento estrangeiro privado desde a independência em 2002.
PRM-Lusa/Fim
sábado, outubro 20, 2007
Timor-Leste: Telecom quer investir 20 milhões até 2010
Por Malai Azul 2 à(s) 04:29
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
"A empresa "espera a concretização da reforma fiscal iniciada por José Ramos Horta quando era primeiro-ministro""
Então vai esperando... sentada.
Finalmente, a administração da TT vem esclarecer as verdades sobre a demagogia que tem caracterizado o discurso de RH no que diz respeito à TT.
O que é facto indesmentível é que a proposta da TT foi a melhor, com os melhores preços. E só quem não conhece a orografia de Timor é que pode pensar que é moleza criar redes de telecomunicações móveis em todo o país, sem ter qualquer apoio do Estado ou retorno dos parcos clientes.
E se RH calasse a demagogia e começasse a pôr em prática as suas promessas eleitorais mirabolantes? Talvez criando uma nova "task force", desta vez para baixar os impostos?
Enviar um comentário