Díli, 10 Abr (Lusa) - O candidato presidencial apoiado pelo partido no poder em Timor-Leste, Francisco Guterres "Lu Olo", obteve 40 por cento dos votos nas eleições de segunda-feira, segundo a contagem paralela da FRETILIN.
José Manuel Fernandes, representante oficial da candidatura de "Lu Olo", membro do comité central e vice-secretário-geral da FRETILIN, anunciou hoje, em conferência de imprensa, que a FRETILIN "se congratula pelos resultados do seu candidato".
"O nosso candidato está numa posição vencedora (...) e não nos incomoda os resultados que tendencialmente têm estado a ser anunciados. Vamos continuar a trabalhar para que o processo de votação seja transparente", disse José Manuel Fernandes. Esta contagem paralela é relativa a 214 mil votos e a FRETILIN reconhece que não tem números de outros candidatos.
O vice-secretário geral da FRETILIN e os dois porta-vozes do partido presentes na conferência de imprensa afirmaram que a candidatura de Francisco Guterres "Lu Olo" vai "aceitar qualquer resultado", mas afirmaram que o partido tem de o "dever de informar" os eleitores da FRETILIN e que não está a reagir aos números provisórios que foram fornecidos pelo porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Fomos informados que o porta-voz da CNE deu uma conferência de imprensa com números e nomes, mas não sabemos se a CNE tem informações suficientes para suportar o que diz. Nós estamos a lidar com factos que conseguimos apurar porque temos um sistema que nos permite ter estes factos", declarou Filomeno Aleixo, porta-voz da FRETILIN.
O mesmo porta-voz do partido que apoia a candidatura de "Lu-Olo" disse ainda que vão ser apresentadas à CNE queixas e protestos respeitantes a alegadas irregularidades, que segundo a FRETILIN foram cometidas junto dos centros de voto.
Filomeno Aleixo exibiu um panfleto em que está escrito em tétum "Vota Contra Alkatiri" e que, segundo a FRETILIN, foi distribuído em alguns centros de votação.
"Lamentamos o facto de termos assistido a manipulações como este panfleto. Em vários centros de votação notámos campanhas políticas feitas à boca das urnas e notámos a mão de estranhos ao processo sem que alguém de direito se dignasse a pôr cobro a estas irregularidades. Temos também alguns panfletos que, violando as mais elementares regras de ética e civismo, foram espalhados por todo o país", acrescentou.
O responsável manifestou ainda "preocupação" com a falta de boletins de voto em lugares "tradicionalmente favoráveis" a "Lu-Olo".
"Terá esta ruptura alguma coisa a ver com questões logísticas ou desleixo para com o nosso candidato?, questionou Filomeno Aleixo.
De acordo com dados provisórios, depois de contados 26 por cento dos votos na capital, divulgados hoje pela Comissão Nacional de Eleições, o candidato independente José Ramos-Horta obteve cerca de 30 por cento em Díli, seguindo-se o candidato apoiado pelo Partido Democrático (PD), Fernando "Lasama" de Araújo.
Segundo a CNE, os resultados oficiais finais deverão ser conhecidos no próximo dia 20.
PSP/PRM-Lusa/Fim
terça-feira, abril 10, 2007
Timor-Leste: Contagem paralela da FRETILIN atribui 40% a "Lu Olo" (ACTUALIZADA)
Por Malai Azul 2 à(s) 21:06 5 comentários
Timor: Receios de violência após resultados
Correio da Manhã, 2007-04-10 - 00:00:00
GNR em alerta
O povo timorense acorreu em massa às urnas para escolher o sucessor de Xanana Gusmão na presidência. O acto eleitoral decorreu com civismo e sem incidentes graves, mas persiste o receio de que a violência regresse quando forem conhecidos os resultados provisórios entre amanhã e sexta-feira. Por isso, todas as forças de segurança nacionais e internacionais em Timor estão em alerta, preparadas para repor a ordem caso ressurja a violência.
As primeiras indicações da Comissão Nacional de Eleições apontavam ontem para uma segunda volta entre o candidato independente José Ramos-Horta e o candidato apoiado pelo Partido Democrático Fernando ‘Lasama’ de Araújo.
Apesar do acto aleitoral ter decorrido ontem quase sem incidentes – registaram-se problemas de funcionamento em algumas assembleias de voto –, a Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste mantém no terreno toda a operação de segurança até ao dia 20, data prevista para a divulgação oficial dos resultados eleitorais.
A missão de segurança, integrada por militares da GNR, é composta por 1645 polícias da ONU, 3000 timorenses e 1300 das forças de estabilização.
Se houver segunda volta, os dois candidatos mais votados disputarão a eleição 30 dias após o anúncio formal dos resultados.
Os oito candidatos à sucessão do presidente Xanana Gusmão votaram na capital timorense, Díli, onde a grande maioria das urnas abriu à hora marcada, 07h00 locais de segunda-feira (23h00 de domingo em Lisboa).
Todos os candidatos louvaram a grande afluência às urnas e o clima de paz em que decorreu o acto eleitoral. Todos salientaram a necessidade de acatar os resultados com responsabilidade e tranquilidade.
O candidato mais optimista foi Francisco Guterres ‘Lu Olo’, apoiado pela Fretilin, que disse acreditar na vitória logo na primeira volta. Já o candidato independente Ramos-Horta referiu que estas eleições “são mais uma demonstração de civismo e de responsabilidade do povo timorense”. Por seu lado, Fernando ‘Lasama’ de Araújo, candidato apoiado pelo Partido Democrático, afirmou-se realista e disse acreditar na realização de uma segunda volta. O presidente cessante, Xanana Gusmão, deixou simbolicamente o acto de votar nas mãos do filho justificando que o gesto foi “pelo futuro das crianças de Timor-Leste.”
PRÓS & CONTRAS
As primeiras indicações da Comissão Nacional de Eleições (CNE) apontam para uma segunda volta nas eleições presidenciais entre o candidato independente José Ramos Horta e Fernando ‘Lasama’ de Araújo. Eis as vantagens e desvantagens dos três candidatos considerados favoritos, que serão provavelmente os mais votados.
JOSÉ RAMOS-HORTA
PRÓS - José Ramos-Horta, candidato independente, tem a seu favor a larga experiência política. Goza de grande estima junto da maioria da população e é o candidato com maior prestígio internacional. É também aquele que é capaz de gerar maior consenso político.
CONTRAS - O facto de Ramos-Horta pertencer à velha guarda da luta pela independência e ser apoiado pelo presidente Xanana Gusmão faz com que a nova geração, ávida de mudança, não se reveja nele.
FRANCISCO GUTERRES 'LU OLO'
PRÓS - Tem o apoio do maior partido timorense, a Fretilin, e é respeitado pelo seu passado ligado à luta pela independência.
CONTRAS - Não é muito popular, falta-lhe carisma. A sua eleição poderia abrir caminho a uma vitória da Fretilin nas legislativas, o que deixaria os três principais órgãos de soberania (Presidência, Parlamento e Governo) sob controlo do mesmo partido. O facto de durante a campanha sempre ter recusado admitir a possibilidade de uma segunda volta gerou alguma inquietação.
FERNANDO 'LASAMA' DE ARAÚJO
PRÓS – Tem a seu favor o factor surpresa. A sua vitória poderá traduzir um desejo de mudança capaz de conquistar a geração mais jovem. É próximo de Xanana e lidera um partido com raízes na luta contra a ocupação indonésia mas mais virado para o futuro.
CONTRAS – Falta de experiência e reconhecimento internacional. A velha guarda política timorense poderia olhar com desconfiança para um presidente que não faz parte da lista dos ‘históricos’.
SOLTAS
AUSTRÁLIA
A força de paz que a Austrália mantém em Timor-Leste vai continuar no país pelo menos até à realização das eleições legislativas, previstas para Junho ou Julho próximo, afirmou o chefe da diplomacia australiana, Alexander Downer.
BOLETINS
Em quatro estações de voto do distrito de Viqueque, de duas aldeias, não foi possível concretizar a votação porque os boletins de voto não chegaram a tempo. Até ao próximo dia 20 serão realizadas eleições nestas estações, disse a CNE.
LEANDRO ISAAC
O deputado Leandro Isaac, escondido no interior do país desde Fevereiro, não votou porque os militares australianos lhe “roubaram” o direito de voto, mas disse que o país precisa de mudança.
Por Malai Azul 2 à(s) 21:04 1 comentários
Eleições: Ramos Horta lidera em Díli, contados 26% dos votos
Diário Digital / Lusa
10-04-2007 6:47:00
José Ramos Horta lidera de forma clara os resultados parciais para o distrito de Díli quando estão contados 26% dos votos na capital, afirmou esta terça-feira o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), padre Martinho Gusmão.
Os dados disponíveis às 11:00 horas locais (05:00 horas em Lisboa) indicam que o actual primeiro-ministro recolheu cerca de 30% dos votos apurados na capital, acrescentou Martinho Gusmão na primeira conferência de imprensa da CNE de hoje.
Outros três candidatos obtiveram até ao momento resultados entre os 20 e os 30% em Díli: Fernando «Lassama» de Araújo, Francisco Xavier do Amaral e Francisco Guterres «Lu Olo».
«A indicação que temos da contagem parcial é que José Ramos Horta e Fernando Lassama aparecem lado-a-lado em Baucau e também em Díli», adiantou à Lusa o porta-voz da CNE.
Os distritos de Díli e Baucau têm 159.812 de um total de 522.933 eleitores apurados no recenseamento para as presidenciais de 09 de Abril.
«Usamos Díli e Baucau como parâmetro» para uma projecção da votação, explicou Martinho Gusmão.
Questionado pela Lusa sobre se está surpreendido pelo bom resultado de Fernando «Lassama» de Araújo, o porta-voz da CNE, respondeu que a campanha eleitoral apontava para isso.
«Se seguir a campanha, vê que Ramos Horta e 'Lassama' aumentaram constantemente o seu apoio», acrescentou Martinho Gusmão.
«Por comparação, 'Lu Olo' estabilizou o seu apoio de distrito para distrito, porque trouxe os mesmos apoiantes de um lado para outro», analisou o porta-voz da CNE.
Na primeira reacção às eleições de 09 de Abril, o chefe da missão das Nações Unidas, Atul Khare, congratulou-se com o êxito do escrutínio e exortou todos os candidatos a aceitar os resultados.
«Aceitar os resultados inclui aceitar a derrota», declarou Atul Khare logo após a conferência de imprensa da CNE.
«A derrota é também uma oportunidade de constituir uma oposição forte», comentou.
O representante-especial do secretário-geral da ONU acrescentou que «o verdadeiro desafio para a nação timorense começa agora».
«O teste é a habilidade para um governo forte e uma oposição com força providenciarem uma boa governação para todos», disse Atul Khare.
Finn Reske-Nielsen, o número dois da missão internacional com a tutela dos assuntos humanitários e do apoio às eleições, declarou-se «impressionado» pelo trabalho da CNE e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).
Sem terem números oficiais, os responsáveis da UNMIT afirmaram que as impressões recolhidas em várias estações de voto apontam para «uma afluência muito grande» às urnas.
Também a situação de segurança mereceu o aplauso e a surpresa da UNMIT:
«Pela primeira vez em 93 países onde trabalhei ou visitei, tive um relatório de polícia com zero crimes, zero vítimas e zero detenções», sublinhou Atul Khare.
Por Malai Azul 2 à(s) 20:59 0 comentários
Crisis and Rice in East Timor
East Timor and Indonesia Action Network (ETAN) - April 9, 2007
by Douglas Kammen and S.W. Hayati
Ten months after rioting, the distribution of weapons to civilians and armed clashes between the military and police plunged East Timor into political crisis, the situation in Dili has taken on a dire new face. In mid-February, rice shortages triggered a new wave of violence. In search of rice, angry Dili residents attempted to break into government warehouses in one case looting 700 tons of rice. International peacekeeping forces sent to Timor in last May in response to the onset of the political crisis took to the streets to restore order. Over the course of three days, fifty UN vehicles were stoned, as too were countless more government vehicles. With no rice to be found for sale, anger grew. In late February the government initiated the sale of rice supplied by the World Food Program in Dili and announced that the program would be extended to the rest of the country.
Several days later, however, the already tense situation was exacerbated by a botched military operation ordered by President Gusmão to capture the former Commander of the Military Police, Alfredo Reinado. At the outset of the crisis in mid-2006 Reinado defected from the East Timor Defense Force and was involved in a shoot-out with the military. He was later arrested, then escaped from prison and for months has been at large in the mountains. Several days after the government rice program was initiated Reinado attacked a police station near the Indonesian border, stealing 25 automatic weapons. (He claims that the police gave him the weapons.) President Gusmão then issued a deadline for Reinado to surrender and ordered the international security force to surround Reinado’s hide-out in the town of Same, in the mountains south of Dili. When the deadline passed, the Australian-led force attacked, killing four of Reinado’s followers, but Reinado escaped unharmed.
The combination of rice shortages and the ill-timed military operation have triggered a new round of violence in Dili. While international attention is focused on Alfredo Reinado and youth burning tires on the streets of the capitol, the food crisis continues. Remarkably, there appear to be important links between the two that may affect the ability of East Timor to hold scheduled Presidential elections in April.
Food and Rumors
The rice crisis prompted a slew of rumors and accusations. Dili residents and members of opposition parties charge that the government is withholding rice from the market with plans to use rice distribution as a means of securing a Fretilin victory in the upcoming election. Former Prime Minister Mari Alkatiri, who was forced from office in June 2006, has stated that the rice crisis is a conspiracy intended to cripple the Fretilin-dominated government. Members of the business community have blamed the crisis on shortages in the international market, explaining that East Timor is a low priority for regional rice suppliers who are rushing to fill large orders from both Indonesia and the Philippines, where prices have soared over the past two months.
Timor is no stranger to food insecurity. The period leading up to the start of the rainy season is known as the “hungry season.” In the face of this, Timorese have relied on a combination of rice, corn, root-crops, and when necessary simple belt-tightening. The importance of tubers is best illustrated by the keladi plant: historically this word has been a designation for people who live in the mountains, although in more recent times “kaladi” has come to be applied to people from the western districts of East Timor, with those from the east called “firaku.”
Today, the government estimates that East Timor requires 83,000 metric tons of rice per annum, based on a calculation of only 90 kilograms per capita, as opposed to the figures of between 133 and 149 kilograms per capita used in Indonesia. Of the 83,000 metric tons needed, the Ministry of Agriculture calculates that domestic production is only 40,000 metric tons. This figure may in fact be exaggerated. In the early 1990s rice production in East Timor surpassed 55,000 metric tons for four years in a row, but then fell to an average of 41,000 metric tons per year. Since 1999, however, a combination of factors failure to maintain irrigation systems, migration from rural to urban areas, high costs for inputs, and higher wages suggest that the current estimate of 40,000 metric tons per year is not realistic.
Crisis and Humanitarian Aid
It was against a back-drop of simmering political tensions and accusations of regional discrimination within the new military force that violence erupted in late April 2006. In May armed clashes between the military and the police degenerated into communal rioting framed in terms of a conflict between “kaladi” from the western districts and “firaku” from the eastern districts. Tens of thousands of people in Dili were displaced from their places of residence, many flocking into make-shift camps scattered throughout the city, and even the military base in neighboring Metinaro. An already depressed economy was devastated by the violence. Looters raided shops throughout the city and emptied the rice reserve in the National Logistics Center warehouses in central Dili. One of Dili’s major traditional markets was burned and others stood abandoned. With the disruption of cross-border trade with Indonesia and the suspension of shipping links, vital food imports were temporarily cut-off.
Under the coordination of the Ministry of Labor and Community Reinsertion (MLCR), the United Nations World Food Program together with international NGOs given responsibility for individual camps initiated a massive program to supply rice and other basic foods to registered refugees. By August, MLCR announced that there were 168,000 internally displaced persons (IDPs), half in Dili and half having fled to their home areas. Charges soon surfaced that the number of IDPs was inflated, in part because IDPs were double and even triple registering, in part too because people who had not been displaced had managed to register. Additionally accusations emerged that humanitarian assistance was a major reason people refused to return to their homes.
Official responses to the IDP problem vacillated between encouragement and ultimatums. In August, Minister of Labor Arsenio Bano publicly urged IDPs to return to their homes. A week later, however, following a violent attack on the IDP camp located across the street from UN headquarters, Prime Minister José Ramos-Horta threatened that if refugees did not return home by the end of September he would discontinue the distribution of humanitarian aid. The following month, Ramos-Horta changed his position, declaring that it was not mandatory for IDPs to return home after all. With the onset of the rainy season imminent, the Deputy Head of the new UN mission renewed the call for refugees to vacate the camps. Following on this, President Gusmão and other national leaders set a deadline of 20 November for refugees to return home. Despite these ultimatums the number of IDPs receiving food assistance provided by humanitarian relief agencies remained largely unchanged.
Food Security and Imports
With attention riveted on the ongoing struggles within the national elite and idealistic calls for dialogue and reconciliation, a less noted story was being played out on the food front. In response to the May looting, a number of donor countries promised to provide rice to help restock the national reserve, but this would take time to arrive. In July, the Director for Planning and Emergencies in MLCR told the media that national rice stocks were dangerously low. Two months later a member of parliament suggested that the poor security situation had resulted in a decrease in food imports. The government was clearly concerned. In September, the Ministry of Agriculture announced an ambitious plan to allocate US$14 million for the purchase of domestically grown staple crops to establish a national reserve. (At US$250 per metric ton, if the entire amount was spent on rice this would mean the purchase of 56,000 metric tons far more than the total annual rice crop.) While plans were being formulated, rice supplies would depend on the private sector.
In early October a number of Dili businessmen made shocking public statements that commercial rice stocks in East Timor had been empty for the previous two weeks. Various reasons were cited. Violence in Dili discouraged shippers from agreeing to enter Dili, and fears increased after IDPs from the camp facing the port looted rice from the wharf. The reduction of working hours at the port, which had previously operated 24-hours a day, to a single 8-hour shift, meant that unloading could take three times as long, with fees to be paid for docking more than three days. Prior to the crisis East Timor was ranked very low by the World Bank in terms of time for imports to clear customs; by the second half of 2006 this had become far worse. By October rice prices had soared to US$18 for a 38 kilogram sack, compared to US$12 before the crisis.
Despite the problems faced by importers, rice imports were remarkably robust in late 2006. In October Timor Food TradingCompany imported shipments of 2,050 and 3,600 metric tons of rice from Vietnam, and between 1 November 2006 and 31 January 2007 three companies (Timor Global, Timor Food and Tropical) imported a total of 10,406 metric tons of rice. In addition, the World Food Program continued to import rice to meet humanitarian needs and East Timor received a gift of 1,200 metric tons of rice from Japan. And yet in early February rice became scarce.
Contracts
Meanwhile, the plans for a rice security program, first announced in September, had taken shape, although with significant modifications. The original plan to allocate US$14 million for the Ministry of Agriculture to purchase domestically grown rice was replaced by a program for the Ministry of Development to spend a more modest US$7,590,000 for the purchase of food, with only US$1,021,000 for the purchase of domestic crops and the remainder to be spent in three tranches on the purchase of imported food. Although the possibility of government-to-government agreements was explored, the final program was for contracts to be signed with Dili-based importers.
In separate interviews, two businessmen in Dili who prefer to remain anonymous complained that the first contract in the Ministry of Development’s food security program was granted without a tender. One of them explained: “The Ministry signed a large contract for the purchase of rice with a company in Dili that has not previously imported rice.” These sources claim that this company then turned to a Dili-based rice importer to fill the government contract. In February, Minister of Development Arcanjo da Silva told Timor Post that a company called Landmark had received a contract worth US$3,369,000 for the import of food, including rice. When asked, Landmark stated they it does not import rice. Moreover, Landmark is not one of the companies known to have imported rice between 1 November 2006 and 31 January 2007, and there is reason to believe that the original contract may have been and a new contract granted to Jaime dos Santos, a Timorese businessman with close links to Fretilin.
In early February rice had become scarce throughout East Timor and prices had soared to US$30 and higher for a 38 kilogram sack. On 7 February Prime Minister Ramos-Horta met with the Chinese Ambassador in East Timor to discuss the purchase of 5,000 metric tons of rice to provide for “the hungry population.” Government officials rushed to assure the public that rice imports were on their way. On 8 February, Minister da Silva told Timor Post that the order of rice would arrive in Dili in one week. Two days later the government conducted an audit and found that there was no rice in storage in the country (a mere 2 sacks were found in the Covalima District warehouse), but this was not reported publicly. The following week, a parliamentary commission summoned four local businessmen to ask for clarification about the rice crisis. In addition to the security situation, problems at the port and customs delays, the businessmen told the members of parliament that Indonesia and the Philippines, both of which are facing severe rice shortages, have signed government-to-government agreements with Thailand and Vietnam, which have not yet harvested this year, for the purchase of very large quantities of rice, putting pressure on rice markets and driving up prices. On 19 February, Ramos-Horta told Timor Post that rice imports would not arrive for another two weeks.
Curiously, two days after the Ramos-Horta’s announcement the Minister of Development Arcanjo da Silva told the press that the government anticipates the arrival of 11,000 metric tons of rice in March. On February 25 a ship carrying 3,600 tons of rice ordered by Timor Food, which is owned by Jaime dos Santos, arrived at Dili harbor. Dos Santos has stated that this is part of a total order of 10,000 (or 11,000, depending on sources) tons that he promised to import two weeks ago. Although dos Santos refused to comment, this appears to be the US$3,3 million first contract granted by the government, with the rice going directly into government warehouses.
Creating Crisis
There is concern that in implementing the food security program, the government has purchased rice that would normally have entered the market. Without proper planning or capacity for the immediate channeling of this rice, it has in effect taken rice out of circulation. This possibility has been invoked by no-less than the Minister of Agriculture, Estanislau da Silva (who currently also holds the position of First Vice-Prime Minister). On 9 February 2006 Minister Estanislau da Silva told the Suara Timor Lorosae daily that large amounts of rice had been imported over the previous few months, but that the government has been purchasing this rice for IDPs in Dili and some stores have withheld rice from the domestic market to sell in Indonesia, where prices are higher. There are two different arguments here. The latter that rice is being taken to from East Timor to Indonesia is certainly possible, but no one interviewed in Dili believes that this could be taking place on a large scale. That leaves the first argument: that despite good intentions, the government program, designed in cooperation with the World Food Program, has resulted in taking rice out of the market place, thus triggering the crisis.
While the people of East Timor wait for answers, if not rice, the Minister of Labor has initiated the first phase of a program to sell rice borrowed from WFP at US$0.40 per kilogram. There is concern that the lack of receipts may lead to corruption. Interviews in Dili have found that at least one Dili resident paid US$2.50 for 5 kilograms of rice, a 20% increase over the agreed price. Others queued for hours without making it to the front of the line to purchase rice. Violence is also a serious threat. On February 21 a group in the Villa Verde neighbourhood of Dili opposed to the government plan to sell rice attacked the village head, Andre Fernandes. “They threw a spear at me, though I was not injured, and then they destroyed my house. They said the rice belongs to the people.” He added: “They said that if [government] rice arrives in our neighborhood [to be sold], they will kill me or burn the village office.” Two days later, in East Timor’s second largest city, Baucau, people demonstrated at the Department of Agriculture against the government rice sales, arguing that it should distributed for free. Three UN Police vehicles were damaged and several protesters arrested. MLRC is now planning to extend the sale of subsidized rice from Dili to the districts, raising the specter of further trouble.
Without greater openness on the part of officials, it is not possible to determine with certainty why East Timor is experiencing a severe crisis. What is clear is that the rice shortage is neither a conspiracy intended to discredit the government nor a plan by the government to win the upcoming 2007 election. Instead, all indications are that the Ministry of Development’s food security program has involved a lack of transparency (if not outright corruption), that the state lacks the capacity to channel rice to the population in an equitable and efficient manner, and that by taking rice off the market government purchases may in fact be the primary cause of the crisis.
Reinado and Rice?
That the former Commander of the Military Police would attack a police station in Maliaan, near the Indonesian border, only days after the start of the government program to sale rice is an extraordinary coincidence. Or is it? There are clear links between Alfredo Reinado’s gang of fugitives and opposition groups, particularly the National Forum for Justice and Peace. In late February, individuals reported to be in regular contact with Reinado organized a demonstration about the shortage of rice and called for people from the western districts to come into Dili for a major rally. This was eventually called off and trucks carrying several hundred supporters of the demonstration were escorted out of Dili by the UN Police. Other questions remain: did Reinado go to Maliana with the intention of obtaining weapons, or was his primary purpose to obtain rice from Indonesia, with weapons an added bonus? Or was this simply a ruse to force the government’s hand and trigger a new outbreak of violence? While the government plan to sell rice, if implemented efficiently, threatens to defuse tensions, continuation of rice shortages plays into the hands of groups opposed to Fretilin and the current government.
More remarkable still is that at the height of the rice crisis President Gusmão would order a military operation against Reinado, who has become a surprisingly popular symbol of opposition to Fretilin, particularly in the western districts. When the deadline for surrender passed in the early hours of 5 March and the military operation against Reinado and his followers was initiated in Same, there was shooting in the Villa Verde neighborhood of Dili and several cars were burned. Since then angry youth have burned tires in the streets. Violence has hindered government attempts to continue the sale of rice. A trickle of rice is coming across the border from Indonesian West Timor, with prices are exorbitant. In Dili vendors are selling rice from Thailand as well as sacks from the World Food Program for $1 per kilogram. Meanwhile the government plan to sell rice at $0.40 per kilogram remains hamstrung by inadequate planning, marketing mechanisms that put village heads under tremendous pressure, and ongoing violence.
Desperation
In the countryside rice is extremely scarce and other food stocks running short. Judith Bovensiepen, an anthropologist conducting research in Funar village, in the mountains of Manatuto, explained that the late start to the rainy season this year means that the corn crop is not yet ready for harvest. Unable to purchase rice, hunger has driven villagers to take action. “Normally they do the harvest ritual when most of the corn is ripe. At the moment, however, they are doing the rituals despite the fact that the corn isn’t ripe. They’re doing it because they can’t eat the corn until they’ve done the harvest rituals, in which the ancestors eat first.”
In Dili the cries of hungry children are fuelling anger, even desperation. As a crowd of men gathered near the National Logistics Center, Australian soldiers toting automatic weapons approached a young man who lives nearby for information. He pointed toward a back alley and the soldiers moved along. When asked about the situation, the young father of three explained: “Someone might have been a hero during the struggle for independence, but today he can be a traitor.” Breaking into tears, he said that if he could leave East Timor it would be better to die elsewhere than to live like this in his own country.
Douglas Kammen is a political scientist who has worked in East Timor for more than three years. S.W. Hayati has worked for non-governmental organizations in East Timor since 2000.
Por Malai Azul 2 à(s) 20:57 0 comentários
Notícias - 10 de Abril de 2007
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL EM PORTUGUÊS:
Timor-Leste/Eleições: Ban Ki-Moon saúda o bom desenrolar das presidenciais
Nações Unidas, Nova Iorque, 09 Abr (Lusa) - O secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, congratulou-se hoje com o desenrolar, num ambiente de calma e ordem, da eleição presidencial em Timor-Leste, saudando as primeiras estimativas de uma forte participação.
"O secretário-geral congratula-se que a eleição tenha decorrido num ambiente geral de ordem e de calma, e saúda as primeiras indicações de uma forte participação", declarou o seu gabinete de imprensa, em comunicado.
Ban "espera que a contagem dos votos e o anúncio dos resultados se façam com calma", de acordo com o comunicado.
Qualificando a eleição em Timor-Leste de "etapa importante no caminho da paz e estabilidade", Ban Ki-moon apelou à comunidade internacional para prosseguir com a ajuda dada à antiga colónia portuguesa a braços com a pobreza e a violência.
"Timor-Leste aplica-se a tratar os problemas ligados à segurança, ao Estado de direito, ao bom governo e ao desenvolvimento", declarou.
A eleição, a primeira desde a independência de Timor-Leste em 2002, deverá permitir encontrar um sucessor para o presidente Xanana Gusmão, que não se recandidatou. O ex-guerrilheiro apelou à calma dos eleitores e exortou os responsáveis políticos a aceitarem os resultados da votação.
Duzentos e trinta e dois observadores estrangeiros fiscalizaram o escrutínio, enquanto 1.645 polícias das Nações Unidas, originários de 41 países, estavam no terreno para reforçar os cerca de 3.000 polícias timorenses, além dos 1.300 elementos das forças de estabilização, na sua maioria militares australianos.
TM-Lusa/Fim
Timor-Leste/Eleições: "Vantagem clara" de Ramos Horta em Díli - Porta-voz CNE
Dili, 10 Abr (Lusa) - A contagem provisória dos votos no distrito de Díli dá uma "vantagem clara" de José Ramos Horta na votação das presidenciais timorenses, revelou hoje o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o padre Martinho Gusmão.
De acordo com o porta-voz da CNE, os números apurados no distrito de Díli permitem ainda perceber que "há quatro candidatos com resultados provisórios entre os 20 e os 30 por cento", casos de José Ramos Horta, Fernando "Lasama" de Araújo, Francisco Xavier do Amaral e Francisco Guterres "Lu Olo".
Martinho Gusmão anunciou estes dados às 11:00 locais (03:00 em Lisboa) numa conferência de imprensa em que revelou que relativamente ao apuramento da votação nos outros distritos do país, "o processo está atrasado por dificuldades técnicas de tratamento dos dados".
Apenas quarta-feira deverão ser conhecidos os resultados parciais a nível de cada distrito e a primeira projecção nacional deverá acontecer apenas sexta-feira.
Os resultados finais oficiais das presidenciais timorenses serão anunciados a 20 de Abril, depois da recontagem dos votos e de apreciados os eventuais recursos e queixas, afirmou segunda-feira a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
PRM-Lusa/Fim
Timor-Leste/Eleições: Ramos Horta lidera em Díli, contados 25% dos votos
Díli, 10 Abr (Lusa) - José Ramos Horta lidera de forma clara os resultados parciais para o distrito de Díli quando estão contados 26 por cento dos votos na capital, afirmou hoje o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), padre Martinho Gusmão.
Os dados disponíveis às 11:00 locais (05:00 em Lisboa) indicam que o actual primeiro-ministro recolheu cerca de 30 por cento dos votos apurados na capital, acrescentou Martinho Gusmão na primeira conferência de imprensa da CNE de hoje.
Outros três candidatos obtiveram até ao momento resultados entre os 20 e os 30 por cento em Díli: Fernando "Lassama" de Araújo, Francisco Xavier do Amaral e Francisco Guterres "Lu Olo".
"A indicação que temos da contagem parcial é que José Ramos Horta e Fernando 'Lassama' aparecem lado-a-lado em Baucau e também em Díli", adiantou à Lusa o porta-voz da CNE.
Os distritos de Díli e Baucau têm 159.812 de um total de 522.933 eleitores apurados no recenseamento para as presidenciais de 09 de Abril.
"Usamos Díli e Baucau como parâmetro" para uma projecção da votação, explicou Martinho Gusmão.
Questionado pela Lusa sobre se está surpreendido pelo bom resultado de Fernando "Lassama" de Araújo, o porta-voz da CNE, respondeu que a campanha eleitoral apontava para isso.
"Se seguir a campanha, vê que Ramos Horta e 'Lassama' aumentaram constantemente o seu apoio", acrescentou Martinho Gusmão. "Por comparação, 'Lu Olo' estabilizou o seu apoio de distrito para distrito, porque trouxe os mesmos apoiantes de um lado para outro", analisou o porta-voz da CNE.
Na primeira reacção às eleições de 09 de Abril, o chefe da missão das Nações Unidas, Atul Khare, congratulou-se com o êxito do escrutínio e exortou todos os candidatos a aceitar os resultados.
"Aceitar os resultados inclui aceitar a derrota", declarou Atul Khare logo após a conferência de imprensa da CNE. "A derrota é também uma oportunidade de constituir uma oposição forte", comentou.
O representante-especial do secretário-geral da ONU acrescentou que "o verdadeiro desafio para a nação timorense começa agora". "O teste é a habilidade para um governo forte e uma oposição com força providenciarem uma boa governação para todos", disse Atul Khare.
Finn Reske-Nielsen, o número dois da missão internacional com a tutela dos assuntos humanitários e do apoio às eleições, declarou-se "impressionado" pelo trabalho da CNE e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).
Sem terem números oficiais, os responsáveis da UNMIT afirmaram que as impressões recolhidas em várias estações de voto apontam para "uma afluência muito grande" às urnas.
Também a situação de segurança mereceu o aplauso e a surpresa da UNMIT:
"Pela primeira vez em 93 países onde trabalhei ou visitei, tive um relatório de polícia com zero crimes, zero vítimas e zero detenções", sublinhou Atul Khare.
PRM-Lusa/Fim
Timor-Leste/Eleições: Escrutínio transparente, segundo observador australiano
Sydney, Austrália, 10 Abr (Lusa) - O responsável de uma equipa de observadores australianos saudou hoje a transparência e a serenidade que caracterizaram as primeiras eleições presidenciais em Timor-Leste, desde a independência em 2002.
O deputado australiano David Tollner afirmou não ter recebido qualquer sinal de violência ou de intimidação contra os eleitores, sublinhando ter ficado "extremamente impressionado" com o desenrolar global da votação.
"É seguramente difícil ter informações provenientes de todas as regiões do país, mas sem a menor dúvida tudo o que vimos foi conduzido com muita serenidade e regularidade", afirmou Tollner à rádio ABC, desde a capital timorense, Díli.
"As pessoas respeitaram o processo eleitoral. Nas assembleias de voto havia uma fila de espera de perto de 400 pessoas, apertadas como sardinhas, que esperaram ao calor durante três horas para votar, sem a menor tensão", afirmou David Tollner.
Numa altura em que a contagem dos votos tarda devido a problemas técnicos, o australiano destacou a "extraordinária transparência do sistema. Tão transparente que até se torna fastidioso".
Segundo os primeiros resultados ainda muito parciais e que se referem apenas à capital Díli, o actual primeiro-ministro José Ramos Horta lidera com cerca de 30 por cento, seguido de Fernando "Lasama" de Araújo, presidente do Partido Democrático (25 por cento) e do candidato da Fretilin, Francisco Guterres "Lu Olo".
Nenhum dos candidatos deve ultrapassar a barreira dos 50 por cento e uma segunda volta deverá ser necessária a 09 de Maio, segundo os observadores.
LMP-Lusa/Fim
Público – 10 de Abril de 2007
Em Timor-Leste "votar é a coisa mais séria do mundo"
Paulo Moura, em Díli
Os timorenses foram votar em massa e em ordem. Têm poucas razões para acreditar na democracia, mas acreditam
Manuel vive num campo de deslocados, em Díli. Há meses, a sua casa foi destruída por ser oriundo da parte oeste do país. Já tentou reconstruir a casa mas nem se consegue aproximar. "Loromono, vai-te embora, ou corto-te a cabeça", dizem-lhe os vizinhos. Manuel tem medo. De tudo. Não se queixa porque tem medo, não trabalha porque tem medo, não fala porque tem medo. De votar, não. Em quem? "Secreto."
Maria estudou na Austrália, o namorado na Indonésia. Não falam português. Estão os dois na fila, ao sol. Fernando "Lasama" de Araújo vale o sacrifício. "Ele compreende os problemas dos jovens", diz Maria. Muito magra e alta, nunca diz uma frase sem olhar primeiro o namorado, como pedindo permissão. Ela, 26 anos, trabalha na ONU, ele, 27, está desempregado.
"Gostaríamos de ter dinheiro para casar, comprar uma casa. Mas agora é impossível. Mas temos muita esperança neste país. Temos contactos lá fora, poderíamos emigrar. Mas não queremos.
Vamos trabalhar por este povo." Dois dos cinco irmãos de Maria foram mortos durante a ocupação indonésia.
A Simão doem-lhe os ossos. Passou os últimos três dias na caixa aberta de um camião de apoiantes da Fretilin. Às voltas pelas ruas, aos berros, a dar e levar pedrada. Foi duro. Mas o pior era o último método inventado pelos condutores do partido: pára-arranca com toda a força, ao som do slogan gritado ao megafone, com a horda de militantes aos trambolhões na caixa aberta. "Fre-ti-lin! Fre-ti-lin!" Finalmente, Simão vai votar. Que alívio. "Lu-Olo ganha à primeira volta", diz ele. "Se não ganhar, é porque houve fraude." E lá volta Simão ao carro, para protestar. "Fre-ti-lin! Fre-ti-lin!"
João apostou oito vacas. Lá no bairro, a parada foi alta. Oito vacas em "Lasama", depois de uma discussão muito acesa com os amigos. "Se não estivesse absolutamente seguro, não tinha apostado todas as vacas que tenho", justifica, acrescentando a sua teoria: "Na primeira volta, Horta ganha e "Lasama" fica em segundo. Na segunda volta são todos contra o Horta. É simples."
E se o Lu-Olo ganha? "Não. A Fretilin fez de tudo. Foi de aldeia em aldeia intimidar as pessoas.
Dizer que se não votassem em Lu-Olo seria um banho de sangue. Mas os timorenses já não se deixam levar por essas ameaças. Em 1999, os indonésios distribuíram dinheiro, espalharam homem armados pelas ruas. Não adiantou nada. O povo votou pela independência. A Fretilin pode fazer muito barulho. Mas o povo sabe que eles são responsáveis pelo estado em que estamos. E não vai votar no candidato deles."
Ao lado, na bicha para votar, os amigos de João aplaudem o discurso. Mas um deles aproxima-se e diz: "Não acredite. Ele nunca teve vaca nenhuma."
Margarida tem 12 filhos. Vive numa espécie de barraca coberta com chapas de zinco, o que, para os padrões de Díli, é uma casa. Poderia votar em Lúcia Lobato, que defende as mulheres e o planeamento familiar. Mas vota em Ramos-Horta. "Gosto muito da doutora. Mas o problema dela é que tem pouca experiência." Lúcia Lobato tem dois filhos.
"Tirar o chapéu"
Cristóvão quer que Timor se pareça com um país europeu, "onde as pessoas não mandem bocas". Está farto de viver aqui, mas não quer ir embora. É homossexual e gostaria de poder sentir-se em paz em Timor.
O pai expulsou-o de casa, mesmo tendo já perdido dois filhos na luta contra a Indonésia. Cristóvão foi viver com um namorado, que lhe batia. Agora vive com uma irmã. Vota em Ramos-Horta e gostaria de mudar de sexo.
Carlos é cozinheiro. Aprendeu o ofício em Bali, na Indonésia. Toda a sua vida votará no mesmo partido. É fácil, não é preciso pensar muito. Nem ler os programas ou ouvir os candidatos. A decisão vem de longe e é para sempre. O pai de Carlos morreu em 1975 na guerra civil, combatendo pela UDT. "Voto em João Carrascalão, presidente da UDT, porque o meu pai era da UDT". Diz isto com o rosto cheio de suor mas os olhos secos, imóveis. Como se votar fosse a coisa mais séria do mundo.
Para milhares de timorenses, votar é a coisa mais séria do mundo. Por todo o país, das ruas imundas de Díli às aldeias isoladas das montanhas, esperaram horas ao sol, em filas intermináveis.
Em cinco anos de independência, não vislumbraram uma única razão para acreditar na democracia. Os líderes que elegeram deixaram empobrecer ainda mais aquele que já era um dos países mais pobres do mundo. Depois, lançaram-no na violência.
Por fim, chamaram forças estrangeiras para evitar o massacre do país onde 200 mil pessoas morreram para o libertar de forças estrangeiras.
Depois disto, "se o candidato da Fretilin ganhar, é razão para tirar o chapéu", disse ao PÚBLICO José Ramos-Horta.
"Depois de toda a crise pela qual são responsáveis, seria prova de que têm uma máquina partidária como ninguém e que estão profundamente enraizados na população, apesar dos erros da liderança." Se Lu-Olo não ganhar, será também razão para tirar o chapéu.
Quando fecharam as urnas, em muitas assembleias os delegados vieram para a rua contar os votos, para que todos vissem como o faziam seriamente. "O voto é a coisa mais séria do mundo", disse ao PÚBLICO um homem descalço e desdentado vestindo uma camisa rota. E vota em quem? "Secreto."
Guerra de números
Grande afluência
O único dado oficial sobre as presidenciais em Timor-Leste consistia ontem num comunicado governamental afirmando que se registou "uma alta participação cívica" e que, "em geral," o processo operacional e logístico "foi um sucesso". Ainda as urnas não tinham encerrado e já se registava, porém, uma verdadeira guerra de declarações de vitória. Conforme as fontes, assim eram dados como estando à frente Lu-Olo - que poderia ganhar à primeira volta, tal a tendência de votos fora de Díli - ou Ramos-Horta e Fernando "Lasama". Um porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, em declarações à TSF, não hesitou em colocar estes dois últimos "acima de tudo", em sete dos 13 distritos. Fonte: informações que iam chegando de "reportagens e dos centros de votação"...
Jornal de Notícias – Terça-feira, 10 de Abril de 2007
Ramos-Horta e "Lu Olo" lideram
Orlando Castro
Ramos-Horta, "Lu Olo" e Fernando "Lasama" de Araújo são, segundo a Comissão Nacional de Eleições de Timor-Leste citada pela Rádio Renascença, os candidatos mais votados, terminada que foi a primeira contagem global dos votos. No entanto, a Lusa adianta que a CNE não revela resultados mas apenas informa que aqueles são os candidatos melhor colocados nas informações parcelares, "não confirmadas", que vão chegando das assembleias de voto.
De acordo com o calendário eleitoral da CNE, os resultados de todos os distritos serão conhecidos amanhã e, nas 72 horas seguintes, recontados em Díli, sendo afixados no 14 de Abril.
Eventuais queixas e irregularidades serão apreciadas no dia 15 pelo Tribunal de Recurso. Se não for alegada nenhuma irregularidade, a CNE apresenta dia 16 o seu relatório ao tribunal, e o presidente deste tem 72 horas para o apreciar, podendo o anúncio dos resultados definitivos ser feito a partir do dia 20.
Certa é a indicação de que os timorenses compareceram em massa às eleições presidenciais, tendo a afluência sido de tal forma que o incidente mais relevante envolveu a falta de boletins de voto suficientes para a procura em alguns dos 705 locais de votação. Tanto os observadores internacionais como o director do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, Tomás Cabral, qualificam a votação como "um sucesso".
Embora os resultados definitivos e oficiais ainda não sejam conhecidos, tudo indica que Ramos-Horta é o candidato mais votado, seguido de Francisco Guterres "Lu Olo", Fernando "Lasama" de Araújo e Francisco Xavier do Amaral.
O cenário de uma segunda volta foi já admitido por Horta, mas "Lu Olo" perspectiva uma vitória na primeira volta, "tendo por base as indicações da Fretilin". Segundo especialistas, "Lu Olo", candidato da Fretilin, terá sido prejudicado pela percepção popular de que foi o seu partido que mais contribuiu para a crise social que o país vive.
Milhares de refugiados ainda estão em campos de acolhimento, o desemprego atinge mais de metade da população, 60% das crianças com menos de cinco anos apresentam subnutrição e quase todos os timorenses vivem em extrema pobreza.
Círculo eleitoral único
Fazendo recordar o referendo de 1999 em que decidiram ser independentes, cerca de 500 mil timorenses (metade da população do país) esperaram horas para votar no sucessor de Xanana Gusmão, dizendo-se esperançados de que o próximo presidente ajude o país a sair da crise.
A escassez dos boletins de voto foi causada pela concentração de eleitores nalguns centros de votação, ao contrário da dispersão que as autoridades esperavam que resultasse de um fim-de-semana que envolveu actividades religiosas em torno da Páscoa. O sistema adoptado, um único círculo eleitoral, permitiu aos eleitores votarem em qualquer ponto do país.
"Se eu pudesse, teria ido votar por uma liderança mais nova. Já é altura de haver em Timor-Leste uma nova liderança. O que eu sei é que a 'velha guarda' parece que quer continuar a competir com as novas gerações de timorenses apesar de nunca ter tido um plano político para Timor-Leste", disse Leandro Isaac, o deputado rebelde que tem apoiado o major Alfredo Reinado, evadido da cadeia de Díli em Agosto de 2006 e que se encontra a monte depois de ter escapado ao cerco das forças australianas, em Same.
Estadão (Brasil) – Terça-Feira, 10 de Abril de 2007
Resultado de eleições em Timor
Dili, Timor Leste - Pesquisas realizadas antes da votação mostraram uma população dividida, o que revela uma grande possibilidade de segundo turno daqui a 30 dias. Após uma eleição presidencial relativamente tranquila, o governo do Timor Leste anunciou nesta segunda-feira, 9, que os resultados preliminares do pleito devem sair apenas a partir da quarta-feira, 11. No entanto, pesquisas realizadas antes da votação mostraram uma população dividida, o que revela uma grande possibilidade de segundo turno.
A Comissão Eleitoral Nacional deve anunciar o resultado oficial no final de semana, embora ainda não haja uma data estabelecida. Segundo analistas, o fato de oito candidatos terem se apresentado à Presidência indica que haverá um novo turno entre os dois mais votados dentro de 30 dias.
Depois de quase um ano de instabilidade política, os timorenses compareceram às urnas em um ambiente de tranquilidade para escolher novo presidente, o segundo desde que o país conquistou sua independência, em 2002.
O principal destaque da jornada eleitoral foi a ausência de incidentes violentos tanto em Díli, a capital, como no resto do país, segundo confirmou aos jornalistas a missão da Polícia da ONU (UNPOL), encarregada de garantir a segurança durante o processo.
As mesmas fontes asseguraram que houve um grande comparecimento de eleitores para decidir quem será o presidente da ex-colônia portuguesa durante os próximos cinco anos.
Candidatos Dos oito principais candidatos à chefia de Estado, o atual primeiro-ministro e Prêmio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, aparece como o favorito.
Ramos-Horta foi um dos candidatos que escolheu votar logo no começo da manhã, em uma escola do distrito de Meti Aut.
"Ganhará o povo, seja qual for o resultado, e ganhará a democracia se todo mundo respeitar os resultados", disse o prêmio Nobel da Paz de 1996, que se candidatou como independente.
Pouco depois aparecia para votar o seu rival, Francisco "Lu-Olo" Guterres, presidente da Frente Revolucionária do Timor-Leste (Fretilin) e candidato à Presidência por esse histórico partido que liderou a luta pela independência e ostenta a maioria no Parlamento.
Ramos Horta aproveitou para acusar alguns militantes do Fretilin de fazer uma campanha "porta a porta" para intimidar os eleitores e influir em seus votos.
As acusações foram rechaçadas pelo vice-secretário-geral do Fretilin, José Manuel Fernandes, que afirmou que esta era uma tentativa de Ramos Horta de diminuir os votos de Guterres.
Em Díli também votou o presidente do país, Xanana Gusmão, que após deixar a Presidência pretende se transformar no novo primeiro-ministro, caso vença as próximas eleições legislativas, previstas para junho ou julho.
As eleições presidenciais são encaradas como um duelo entre Ramos Horta e Guterres, embora exista a possibilidade de segundo turno, que acontecerá caso o mais votado não obtenha mais de 50% dos votos.
O pleito também serve como um teste político para os outros seis candidatos: Fernando de Araújo, do Partido Democrático; Francisco Xavier do Amaral, da Associação Social Democrática Timorense; Lúcia Lobato, do Partido Social Democrático; João Carrascalão, da União Democrática Timorense; Avelino Coelho da Silva, do Partido Socialista Timorense, e Manuel Tilman, da União dos Filhos Heróis das Montanhas de Timor.
Eleições Cerca de 700 colégios eleitorais encerraram seus trabalhos às 16h (04h, em Brasília), após nove horas abertos e depois de atender aos cerca de 500 mil eleitores convocados em todo o país.
Além da UNPOL, a ordem pública ficou sob responsabilidade das tropas de Austrália e Nova Zelândia postadas no país após a onda de violência ocorrida em Díli em meados de ano passado.
As eleições foram supervisionadas por 1.900 observadores nacionais e cerca de 200 internacionais, liderados por uma missão da União Européia.
História O vencedor destas eleições presidirá um dos países mais pobres do mundo, e que ainda não superou as feridas de 2006, quando a expulsão de cerca de 600 militares e policiais gerou uma espiral de violência que esteve a ponto de afundar o país em uma guerra civil.
A crise evidenciou também a falta de sintonia entre Gusmão e o então primeiro-ministro, Mari Alkatiri, que renunciou em consequência desses fatos e foi substituído por Ramos Horta.
O Timor Leste foi uma colônia portuguesa por mais de três séculos antes de ser invadida pela Indonésia em 1976. Isto iniciou um conflito que durou 24 anos no país - época em que Ramos-Horta estava no exílio.
Quando a população votou em favor da independência em 1999, tropas indonésias mais de mil pessoas em uma investida em Díli.
AGÊNCIA NOTICIOSAS ESTRANGEIRAS :
EFE - 10 de abril de 2007 - 03:54
[Publicado também no Estadão e Globo]
Ramos Horta e Guterres devem disputar 2º turno no Timor
Resultado preliminar deve ser divulgado na quarta-feira; O oficial apenas no dia 19
Díli - O primeiro-ministro do Timor-Leste, José Ramos Horta, e o líder do governamental Fretilin, Francisco Guterres, aparecem nesta terça-feira, 10, como os dois principais candidatos à Presidência do país. Ao que tudo indica a decisão ficará para o segundo turno, de acordo com a apuração de votos das eleições de segunda-feira, 9.
O padre Martinho Gusmão, porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional, disse em entrevista coletiva que os dois candidatos travam uma forte disputa em Díli, apesar de Ramos Horta liderar após a apuração de 80% desses votos.
Junto a eles, Gusmão citou Fernando de Araujo, do Partido Democrático, e Francisco Xavier do Amaral, da Associação Social Democrática Timorense, além de se aventurar a arriscar uma decisão apenas no segundo turno.
Caso nenhum candidato consiga mais de 50% dos votos válidos emitidos, será realizado o segundo turno entre os dois mais votados dentro de 30 dias.
No entanto, o ex-primeiro-ministro e secretário-geral do Fretilin, Mari Alkatiri, indicou por telefone à Efe que os resultados na capital não devem ser tomados como nacionais, e que Guterres obterá a vitória em todo o país.
"Lu-Olo (como Guterres é conhecido) não precisa de segundo turno, porque ele e o Fretilin ganharão de forma absoluta", disse Alkatiri.
Está previsto que os resultados preliminares sejam divulgados nesta quarta-feira, enquanto a Comissão Eleitoral Nacional planeja anunciar o resultado oficial em 19 de abril.
O pleito transcorreu sem incidentes violentos e foi supervisado por observadores nacionais e internacionais, e vigiados por forças militares da ONU, da Nova Zelândia e da Austrália.
AAP/TVNZ - Apr 10, 2007
Fretilin support down, says observer
Early counting in East Timor's presidential election suggests support for the ruling Fretilin party has dropped, an international election observer said.
Damien Kingsbury, who is helping monitor the poll in the troubled nation, said that while it was very early days, Fretilin seemed to be falling short of the party's predictions of a landslide victory.
Counting proceeded at an extremely slow pace on Tuesday. With eight candidates splitting the vote, political analysts say its highly unlikely any of them will win the required majority.
They say a second ballot next month, between the two top contenders, will almost certainly be needed to decide who will be the troubled nation's next president.
Kingsbury - from Deakin University's School of International and Political Studies - said Fretilin's Francisco Guterres "Lu Olo" appeared to be struggling.
"On the very early figures the Fretilin candidate 'Lu Olo' Guterres is struggling, but it would be too early to write him off at this stage," he cautioned on Tuesday. "The indications certainly are that Fretilin is struggling ... that the Fretilin candidate ... is not doing nearly as well as he expected or his party expected. "The indications are that he is almost certainly not going to get ... elected in the first round as president - that's almost completely off the cards. The real question will be whether he gets into the second round."
In the capital Dili - one of 13 voting districts - the National Electoral Commission (CNE) on Tuesday said preliminary estimates put Prime Minister Jose Ramos Horta slightly ahead in the presidential race.
However counting is in its very early stages, he cautioned, warning against reading too much into early trends.
Ramos Horta, an independent, along with Guterres and the Democratic Party's Fernando "La Sama" de Araujo are considered the favourites to replace independence fighter Xanana Gusmao as president.
The United Nations on Tuesday called on political parties to accept the election result when it finally comes, or to challenge it in the courts.
"In some ways the real challenge for the nation begins now - accepting results, includes accepting defeat and using the defeat as an opportunity to form a strong opposition," said the UN's special representative in East Timor Atul Khare said.
The UN congratulated the East Timorese for the absence of violence during yesterday's vote, and said the turnout had been "very high". "Voting in the presidential elections proceeded without major incidents of violence or intimidation, which is already a very good result for these elections of Timor Leste," Khare said. "From whatever I saw ... I sincerely believe that the attitude of the voters was positive, confident and excited."
Kingsbury said early indications showed 90% of registered voters had cast a ballot, with only minor technical issues and virtually no incidents of violence.
"The East Timorese themselves came out as they did in 1999, full of hope and expectation, they were early, they were there before the polling stations were opened wearing their best clothes - happy and committed and I think genuinely committed to having a say in the future of their own country," he said.
Kingsbury said it would be good for East Timor's stability if the Fretilin candidate made it to any run-off vote. "I think in terms of political stability in East Timor it would be good for Fretilin to make it into the second round because if they were not successful it would take some of the sting out of their defeat," he said. "But if they don't make it into the second round I think there is going to be a great deal of disappointment in the Fretilin camp."
Thousands of police, backed by Australian and New Zealand troops, remain on guard in Dili, working to prevent any outbreak of violence. However, the situation is expected to remain tense for months, with parliamentary elections across East Timor due to follow in June.
AAP - April 10, 2007
Observer praises Timor poll conduct
The head of an Australian delegation observing the East Timorese presidential election has praised the poll's peaceful and transparent conduct.
Federal Government MP David Tollner said today he had been "extremely impressed" with the way yesterday's election had been run, as he led an Australian team of observers.
He had not heard any reports of violence or intimidation of voters at polling booths.
"It's very difficult, of course, to get information from across Timor. Communications are bad, roads are poor, so it's difficult to sort of judge what's happening around the rest of the country," Mr Tollner told ABC radio from Dili.
"But certainly everything that we've seen has been very peaceful and orderly and well run.
"People treated the election process almost reverentially. At one place we were at, people were lined up - literally 400 people in a line, breast to back - like sardines in the hot sun for three hours to vote, and there was no tension there at all."
Mr Tollner acknowledged there had been complaints about the time it was taking to count the votes, but defended the process. "It is taking a long time, there's no doubt about that, but I have to say the system is extraordinarily transparent. It's transparent to the point where it's rather boring," he said.
"On one hand people complain it's taking too long but on the other hand there should be no doubt about the results when they come through."
Mr Tollner would not comment on speculation that tensions could flare later in the year when further elections are held, particularly if Fretilin supporters refuse to accept the outcome.
There was a heavy police presence in Dili yesterday but little sign of the military, he said.
AP – Apr. 10, 2007
No Clear Winner In East Timor Election
Officials Say No Clear Winner Has Emerged In East Timor Election; Run-Off Vote Likely
Dili, East Timor - East Timor waited on tenterhooks Tuesday as ballots were tallied in presidential elections that many hoped would end instability in the young nation a year after it was pushed to the brink of civil war.
Prime Minister Jose Ramos-Horta, who won the 1996 Nobel Peace Prize for championing East Timor's struggle to end decades of brutal Indonesian rule, initially had been considered a sure winner for the five-year role of president, now held by popular former resistance leader Xanana Gusmao. But Ramos-Horta acknowledged he may have lost support after taking over a transitional government dominated by rival politicians, and election officials said no clear winner among the eight candidates emerged in early counting Tuesday.
An outright majority is needed to avoid a runoff which _ together with more crucial parliamentary elections in June _ could prolong tensions for months.
East Timor was heralded as a success in nation-building when it formally declared independence in 2002, but descended into chaos last year after then-Prime Minister Mari Alkatiri fired a third of the tiny army, provoking gunbattles between rival security forces that spiraled into gang warfare and looting.
At least 37 people were killed and some 155,000 fled their homes before the government collapsed. Peace largely returned with the arrival of nearly 3,000 international peacekeepers, but there has been sporadic unrest. Tens of thousands of refugees have yet to return home, and the country remains desperately poor, with 50 percent unemployment.
Preliminary results were expected Wednesday and the final tally April 19. If a second round is needed, it would be held next month.
The presidential post is largely ceremonial in East Timor, but the vote is seen as a gauge of support for a plan by Ramos-Horta and his close ally, Gusmao - who will run for prime minister in June's general elections - to seize control of Parliament from the powerful left-wing Fretilin party.
Unofficial numbers started to trickle in from the capital, where 90,000 of the 522,000 eligible voters are registered. The scene of bloody street battles last April and May, it is not necessarily considered representative of the rest of the nation.
National Election Committee spokesman Martinho Gusmao said Tuesday that Ramos-Horta, an independent, had 30 percent of the vote in Dili, trailed by Fernando "Lasama" de Araujo of the Democratic Party at 25 percent.
Two others, Francisco Xavier do Amaral of the Timorese Social Democratic Association and Francisco "Lu-Olo" Guterres, a former guerrilla fighter and leader of the Fretilin party, were tied at 20 percent.
Gusmao earlier said Ramos-Horta was leading in an early nationwide count as well, but insisted Tuesday newspaper reports of a landslide win for the Nobel laureate were premature and based on inaccurate numbers.
Though Ramos-Horta is by far the best-known candidate, having also held the posts of foreign minister and defense minister, turnout at his recent election campaign rallies was lower than expected. Angry protests broke out last month when Australian troops tried to capture popular rebel leader Alfredo Reinado in a raid backed by Ramos-Horta. Reinado escaped, but four of his followers were killed. Ramos-Horta has also been criticized for failing to imprison former Interior Minister Rogerio Lobato, accused of helping arm civilian militias during last year's unrest. "If I win, I will bear a wooden cross almost as heavy as Christ's," said Ramos-Horta, who claimed he would prefer to retire, write books and travel. "If I lose, I will win my freedom."
East Timor was a Portuguese colony for more than three centuries before it was invaded by Indonesia in 1976. Insurgents spent the next 24 years fighting the occupation, a struggle Ramos-Horta championed from exile.
When its people voted for independence in 1999, Indonesian troops nd their militia allies went on a rampage, killing more than 1,000 people and razing Dili to the ground.
- Associated Press writers Zakki Hakim and Guido Goulart contributed to this report.
East Timor Vote Count Delayed
Dili, April 10 (AFP) - Technical problems held up vote counting across much of East Timor on Tuesday but the troubled nation's first presidential election since independence was praised as asuccess.
Voters cast their ballots Monday with hopes of a new era for the tiny nation, choosing a replacement for the charismatic guerrilla leader Xanana Gusmao, who has held the office since full independence in 2002.
Despite fears of violence, allegations by rival politicians of voter intimidation and some last-minute scrambles for ballot papers, the vote was orderly and fair and turnout was high, observers said.
"At one place we were at, people were lined up -- literally 400 people in a line, breast to back -- like sardines in the hot sun for three hours to vote, and there was no tension there at all," said Australian MP David Tollner.
Tollner, head of a group of Australian election observers, said he was "extremely impressed" with the overall conduct of the vote and downplayed concerns about delays in tallying the results.
"On one hand people complain it's taking too long, but on the other hand there should be no doubt about the results when they come through," he said.
Current Prime Minister Jose Ramos-Horta, who shared the Nobel Peace Prize in 1996 for his efforts to find a peaceful solution to the conflict that rocked the country, is among the favourites for the largely ceremonial job.
The election commission said counting was delayed due to "technical support like computers, printers and generators" everywhere except in the capital Dili, where Ramos-Horta had 30 percent of an almost complete provisional count.
Fernando "Lasama" de Araujo, a former political prisoner in Indonesia and the chairman of the opposition Democratic Party, was on 25 percent in Dili, the commission said.
The ruling Fretilin party's candidate, Francisco "Lu-Olo" Guterres, and Fransisco Xavier do Amaral, the chairman of the Timorese Social Democrat Association party, were behind Lasama.
If no candidate gets more than 50 percent nationwide, a run-off will be held.
But for a country that saw years of bloodshed under Indonesian rule after 1974, and an orgy of killing as it voted for independence in a UN-sponsored referendum in 1999, the peaceful vote was already seen as a success.
"Voting in the presidential election proceeded without major incidents of violence or intimidation, which is already a very good result for Timor-Leste," said Atul Khare, the head of the UN mission in East Timor, referring to country by its formal name.
The vote followed a turbulent year in East Timor. Foreign peacekeepers arrived in May to quell violence that left at least 37 people dead and forced over 150,000 people to flee their homes.
The violence erupted after then prime minister Mari Alkatiri dismissed hundreds of army deserters. Firefights subsequently broke out between factions of the military, and between the army and police, and degenerated into gang violence.
UN Secretary General Ban Ki-moon said he hoped calm would prevail as the votes were tallied.
"The Secretary General is heartened that the election was conducted in a general atmosphere of order and calm, and that the initial indications show high voter turnout," his office said in a statement.
Eight candidates stood to replace Gusmao, who won a pre-independence vote. Monday's contest has been seen as a three-way race between Ramos-Horta, Lu-Olo and Lasama.
Officials were forced to scramble 5,000 extra ballot papers to remote locations following the high turnout. More than half the population of about one million was registered to vote.
Ramos Horta Leads in Preliminary Count From East Timor Election
By Emma O'Brien
April 10 (Bloomberg) - Jose Ramos Horta, East Timor's prime minister, is leading in the country's first presidential election since independence from Indonesia, according to preliminary results issued by the electoral commission.
The Nobel Peace Prize winner has most votes in the capital, Dili, after results from 108 of the city's 130 polling stations, the National Electoral Committee said. Vote counting is scheduled to be completed tomorrow, it said.
“It looks like there may be a second round,'' Dionisio Babo, Ramos Horta's spokesman, said in a telephone interview from Dili today. “We have to wait and see. If he can claim 70 percent of the vote he can win outright.''
Eight candidates stood in yesterday's ballot in the Southeast Asian nation. East Timor, also known as Timor Leste, has been unstable since former Prime Minister Mari Alkatiri fired a third of the army last May, a move that provoked clashes between people from the eastern and western parts of the country, resulting in 37 deaths.
In the past year, fighting between factions of the security forces and gang violence drove 150,000 people from their homes. A peacekeeping contingent led by Australia has been stationed in Dili since shortly after the unrest began. The country lies about 500 kilometers (310 miles) north of Australia.
Ramos Horta “knows he's leading in almost all districts, but he also recognizes that the others could pick up their numbers,'' Babo said. “He doesn't want to claim any progress until the official results are released.''
Economy, Jobs
Whoever wins the presidency will face the challenge of sparking economic growth, which was negative in 2006, creating jobs when half the population of more than 1 million people is unemployed and improving conditions for the 42 percent of people living below the poverty line.
Democratic Party candidate, Fernando De Araujo, is currently placed second in Dili, the Timor Social Democratic Association's Francisco Xavier do Amaral is third, while the Fretilin party candidate, Franciso Guterres, known as `Lu'Olo', is fourth, the commission said.
The commission anticipates having ballots from all 13 districts counted by tomorrow afternoon.
Ramos Horta, an independent, vowed during his campaign to heal divisions in the nation that was occupied by Indonesia for 24 years.
Fretilin Party
Fretilin, formed out of the resistance movement to the Indonesian occupation, has dominated East Timorese politics since independence in 2002. It was founded by Ramos Horta and current President Xanana Gusmao was once a member.
“There's still a hope, it is too early to call Dili,'' Arsenio Bano, a Fretilin member and spokesman for Lu'Olo, a former freedom fighter, said by telephone from the capital. “We are now expecting the worse scenario of a second round, Ramos Horta against Lu'Olo perhaps.''
The winning candidate must receive more than 50 percent of the vote to claim the presidency. A second round will be held if no candidates reaches that mark.
More than 2,000 observers were monitoring the election, including teams from the European Union, Australia and Japan. United Nations police and members of the Australian-led force provided security at the 504 polling stations and for the candidates.
UN Secretary-General Ban Ki-moon is heartened the elections weren't marred by violence, his spokesman Michele Montas said in a statement yesterday.
“He hopes that calm will prevail wile the counting proceeds and when results are announced,'' she said.
The commission hadn't completed its figures on the voter turnout. It could be as high as 98 percent, Helen Hill, a professor at Australia's Victoria University, said in an April 2 interview from Melbourne. More than 98 percent of registered voters cast a ballot in the 1999 independence referendum.
Reuters – Tue Apr 10, 2007 1:37AM EDT
Early East Timor vote counting points to run-off
By Ahmad Pathoni
Dili - East Timor Prime Minister Jose Ramos-Horta was leading in the capital Dili in presidential elections, preliminary vote counting showed on Tuesday, but a run-off looked likely.
The polls in the young nation a day earlier passed peacefully with only fairly minor glitches reported.
Eight candidates contested the vote, including Ramos-Horta, a Nobel peace prize winner who spearheaded an overseas campaign for independence from Indonesia.
Monday's turnout appeared to be high and, although official results are not due until next week, an election commission spokesman said preliminary results could emerge on Tuesday.
Ramos-Horta, former guerrilla fighter and Fretilin Party candidate Francisco Guterres and the Democratic Party's Fernando de Araujo were ahead in the capital Dili, where a fifth of East Timor's 1 million people live, according to preliminary figures.
"Preliminary results we have in Dili show Ramos-Horta, La Sama and Lu'olo on top," election commission spokesman Martinho Gusmao told reporters. "La Sama" and "Lu'olo" are the respective rebel nicknames of De Araujo and Guterres during the guerrilla war against Indonesian forces.
The spokesman said Ramos-Horta was leading in Dili with about 30 percent of the vote, followed by De Araujo with around 25 percent and Guterres with about 20 percent.
No Failed State
The Suara Timor Leste newspaper also said Ramos-Horta was winning convincingly in Dili, while the preliminary standings of candidates appeared mixed in some regional areas outside the capital contacted by Reuters.
Over half a million people were eligible to vote in the election, which outgoing President Xanana Gusmao described as a chance to demonstrate his nation was not a failed state.
If no one wins more than half the vote, a run-off will be held, a scenario some analysts see as likely.
Supporters of rival candidates clashed during campaigning last week, injuring more than 30 people and prompting international troops to fire tear gas and warning shots.
But over the election itself, few acts of violence or intimidation were reported by poll observers.
Campaigns had focused on how to reunite East Timorese, split by a regional divide that erupted into bloodshed last May after the sacking of 600 mutinous troops from the western region
Gusmao, an ally of Ramos-Horta, is not running for re-election but plans to seek the more hands-on post of prime minister in a separate parliamentary election later this year.
Ramos-Horta, who has the highest international profile and is considered the front-runner, appeared upbeat in comments on the elections he made to Reuters at a Dili hotel on Monday. "So far, I think (it's) very positive; enormous participation of the people. The incidents are marginal," he said.
Xinhua - April 10, 2007 - 15:31
Timor Leste's president candidate to hold consolidation
Dili, Timor Leste - Timor Leste's presidential candidates Jose Ramos Horta ruled out on Tuesday the fears of security tension should the second round of the presidential election was held.
"No, I do not think that there will be a problem of instability in the second round," he said.
The prime minister said that the people had been able to control themselves, as it was on the Monday's election, which ends very peaceful. "So far people have shown great maturity. l have traveled around the country, 99 percent of the people are peaceful, only in Dili and around Dili (sometime not)," he said.
He appealed other presidential candidates to bring stability and consolidations among concerned parties in Timor Leste. "So the important thing is, whoever the winner, at the first round or the second round, has to be very consolatory, convincing, persuasive, eloquent, and really making people believe him, trust him, that he will work with every body, not just with one group of people," said Horta.
The Monday's presidential election will be continued to the second round on May 8 should no one of the eight candidates fail to get more than 50 percent of votes.
Xinhua - April 10, 2007 - 15:31
Timor Leste's president candidate to hold consolidation
Dili, Timor Leste - Timor Leste's presidential candidate Jose Ramos Horta said he would consolidate all concerned parties and create a favorable investment climate, in a bid to achieve stability and reducing poverty in the fledgling nation, should he win the election.
Interviewed by Chinese media here Tuesday, the Timor Leste's Prime Minister, who is the winner of Nobel price, said that he would hold an intensive dialogue with all parties and groups, as well as to speed up defense reform if he wins the election.
Horta said many Timor Leste people were divided because of the many years of conflict. "The new president has to urgently work on the reform of security sector, accelerate the reform of our defense forces, our police. He has to create national understanding through dialogue, healing the wounds of the nation," he said.
Street-gang fighting, rivalry among the political leaders, and rebellion of security forces are among the problems hit the nation, he said.
Timor Leste descended into chaos last May after the government sacked 600 rebellious soldiers.
Horta said that he would be ready to work with any winner of the new prime minister if he wins. "I have good relations with all the political leaders, with all the political parties, with the Fretelin," said.
The incumbent President Xanana Gusmao, an ally of Horta, is not running for re-election but plans to seek the more powerful post of prime minister in separate parliamentary elections later this year.
Horta is a founding member of the Fretelin. He and Dr Alkatiri and other, found the Fretelin more than 30 years ago. "So if Fretelin win in election in June. I know how to work with Fretelin," he said.
The country's parliamentarian election is to be held in June.
On economic sector, the prime minister said that the country had introduced some very radical fiscal reform each year that would make Timor Leste an entity like Hong Kong in term of tax policy.
"Most tax will be eliminated, income tax will be no more than one thousand a month. (They) will pay tax that is progressive. Company and other investors do not pay tax at all," he said.
The prime minister said that he would use the huge revenue from oil to build infrastructure to reduce poverty and serious unemployment in the country.
The country has already received about 100 million U.S. dollar income from oil since 2004. Should the new gas field begin production in the next three or six years, Timor Leste would get additional 200 million U.S. dollars, according to Horta.
Asian Development Bank predicted the country will face the highest economic growth rate of more than 30 percent this year, he said.
The growth will be driven by oil production, the government and public expenditures, as well as the international presence, said Horta.
"We will be spending a lot of money on poverty reduction, and on building infrastructures. Through a massive investment in infrastructure. When you build infrastructure, you have to employ thousands of people," he said.
He also planned to launch projects to plant trees in the country, which also need a lot of worker.
The prime minister said that he would build roads, hospitals, schools, bridges, upgrading the airport and the ports.
Besides, the government would also injected 40 million U.S. dollars per year to the poor people, said Horta.
Por Malai Azul 2 à(s) 20:43 1 comentários
Downer sobre as eleições em East Timor-Leste
(Tradução da Margarida)
ABC Transcrições
SHOW: AM 8:04 AM AEST ABC
Abril 9, 2007 Segunda-feira
REPÓRTER: Peter Cave
PETER CAVE: Bem, para discutir as eleições presidenciais de hoje em Timor-Leste junta-se a nós o Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer:
(para Alexander Downer) Sr Downer, bem-vindo ao AM
ALEXANDER DOWNER: Obrigado.
PETER CAVE: Que importância tem a condução com sucesso das eleições de hoje para a estabilidade a curto prazo de Timor-Leste e na corrida para as eleições parlamentares.
ALEXANDER DOWNER: Bem, é importante – a nossa expectativa é que será um dia razoavelmente quieto, essa é a história das eleições em Timor-Leste. Houve um período eleitoral razoavelmente calmo.
Houve alguma confusão, penso que foi em 4 de Abril e houve outros incidentes de vez em quando, mas não tem sido tão mau quanto receávamos. Por isso esperamos que será um dia de eleições bastante bom em termos de segurança, penso que provavelmente será o caso. Obviamente que há muita gente no terreno a providenciar essa segurança.
PETER CAVE: Há obviamente uma possibilidade de nenhum candidato ter votos suficientes hoje, o que significará uma outra eleição. Há também queixas de intimidação aos eleitores, o que é que pensa dessas queixas?
ALEXANDER DOWNER: Bem, temos de esperar e ver o que é que dizem os observadores das eleições. Temos lá uma equipa de observação, liderada por Dave Tollner, o membro para as Ilhas Salomão.
Dave fará um relatório para nós. Há muitas outras equipas de observação para a ONU, a unida ... a União Europeia, etc. Por isso, neste estágio não penso que a intimidação provavelmente tenha um efeito substancial em qualquer resultado mas realmente temos apenas de esperar e ver os relatórios quando forem feitos.
Mas como diz, esta é a primeira volta a não ser que um dos candidatos obtenha mais de 50 por cento da votação, haverá uma outra eleição em 9 de Maio. Por isso, penso que esse é provavelmente o próximo passo, que haja mais uma ... mais uma votação entre os dois candidatos mais votados.
PETER CAVE: Mencionou o envolvimento da ONU. Uma das suas equipas criticou os arranjos para as eleições, levantando a possibilidade suponho que possa não certificar o resultado.
ALEXANDER DOWNER: Bem, para ser franco não ouvi isso. Os relatórios que temos da nossa embaixada dizem que os processos estão a desenvolver-se bem, razoavelmente bem.
Repare, não tem sido perfeito e provavelmente não o seria naquele tipo de ambiente, não vai correr tão suavemente como se esperaria numas eleições Australianas em termos administrativos. Mas os relatórios que temos dizem que as coisas decorrem razoavelmente bem.
Mas como diz, temos de esperar até todas as análises estarem feitas pelos vários observadores, incluindo a ONU antes de termos uma imagem completa do que aconteceu em cada uma das áreas de voto.
PETER CAVE: José Ramos Horta disse que se ganhar estas eleições pedirá às tropas Australianas para ficarem pelo menos até ao fim do próximo ano. Na verdade, disse num comentário que queria que elas ficassem tantos anos quanto os possíveis, é isso realístico?
ALEXANDER DOWNER: Bem, repare, temos de esperar para ver. Quero dizer, neste estágio a nossa ideia é que vamos continuar a deixar esta força internacional em Timor-Leste. Mas o mais longe até às eleições parlamentares – a data das eleições parlamentares não foi marcada mas as nossas expectativas é que sejam em Junho ou Julho.
Provavelmente este período até a essas eleições parlamentares será razoavelmente instável e como a Anne Barker estava a dizer na vossa introdução, é de certo modo, uma eleição mais importante por isso haverá mais tensões por causa disso.
Depois das eleiçõe haverá uma outra paisagem. Há uma possibilidade. No tempo certo, que o lado militar da operação de manutenção da paz em Timor-Leste possa ficar sob controlo da ONU.
É algo que teremos de ver, a ONU fará uma análise com base no ano depois de se realizarem as eleições parlamentares. Mas neste estágio, não fazemos nenhuma previsão sobre quanto tempo é que as tropas ficarão.
PETER CAVE: Sr Downer, a Anne Barker também se referiu à possibilidade de problemas se a Fretilin não aceitar o resultado. Está a receber relatórios sobre poderem haver problemas se a Fretilin não ganhar?
ALEXANDER DOWNER: Repare, não ouvi as coisas serem postas com essa dureza, e penso que há um risco de algumas pessoas em partidos políticos diferentes ficarem infelizes com os resultados de tal maneira que possam sair para a rua. Receio que seja um risco real em Timor-Leste.
PETER CAVE: Sr Downer, obrigada por se juntar a nós esta manhã.
ALEXANDER DOWNER: Foi um prazer.
Por Malai Azul 2 à(s) 11:12 0 comentários
Resultados de Díli
(Fonte CNE/ Padre Martinho Gusmão)
Ramos-Horta (vitória)
Lasama
Xavier do Amaral
Lu-Olo
Por Malai Azul 2 à(s) 11:11 15 comentários
Downer on East Timor election
ABC Transcripts
SHOW: AM 8:04 AM AEST ABC
April 9, 2007 Monday
REPORTERS: Peter Cave
PETER CAVE: Well to discuss today's East Timor presidential election I'm joined by Foreign Minister Alexander Downer:
(to Alexander Downer) Mr Downer, welcome to AM
ALEXANDER DOWNER: Thank you.
PETER CAVE: How important is the successful conduct of today's election to the short-term stability of East Timor and in the lead up to the parliamentary elections.
ALEXANDER DOWNER: Well it is important - our expectations is that it's likely to be a reasonably quiet day, that's the history of elections in East Timor. There has been a reasonably quiet election period.
There was some rioting on, I think it was the 4th of April and there have been other incidents from time to time, but it hasn't been as bad as we'd feared. So we hope that today will be a pretty quite polling day in terms of security, I think that's likely to be the case. Of course there are a lot of people on the ground providing that security.
PETER CAVE: There is a possibility of course that no candidate will receive enough votes in their own right today, which will mean going on to another election. There are also claims of vote intimidation, what do you think about those claims?
ALEXANDER DOWNER: Well, we'll have to wait and see what the observers of the election say. We have an observer team led by Dave Tollner, the Member for Solomon.
Dave will provide a report for us. There are a whole lot of other observer teams from the UN, the united ... the European Union and so on. So, at this stage I don't think that intimidation is likely to have a substantial effect on any result but we really have to just and wait and see read the reports when they're produced.
But as you say, this is the first round unless one of the candidates gets more than 50 per cent of the vote, there will be another ballot on the 9th of May. So, I think that's a more likely next step, that there will be a further ... a further ballot between the leading two candidates.
PETER CAVE: You mentioned the United Nations' involvement. One of their teams has criticised the arrangements for the election, raising the possibility I suppose that it may not certify the result.
ALEXANDER DOWNER: Well, I haven't heard that to be frank. The reports we've had from our embassy are that the processes have moved ahead well, reasonably well.
Look, it hasn't been perfect and it's not likely to be in that sort of environment, it's not going to be as smooth running as you'd expect an Australian election to be in administrative terms. But the reports I've had are that it's been moving ahead reasonably well.
But as I say, we will have to wait until all of the analysis is done by the various observers, including the United Nations before we have a full picture of what's happened in every single polling area.
PETER CAVE: Jose Ramos Horta has said if he wins this election, he'll ask for Australian troops to stay on at least until the end of next year. Indeed, he said in one comment that he wanted them to stay on for as many years as is possible, is that realistic?
ALEXANDER DOWNER: Well look, we'll have to wait and see. I mean, at this stage our thinking is that we'll continue to leave this international force in East Timor. But beyond the parliamentary elections - the date for the parliamentary elections hasn't been set but our expectation is that it will be in June or July.
That's likely to be a reasonably unstable period leading up to those parliamentary elections and as Anne Barker was saying in your introduction, it's in a way, a more important election so there'll be more tension flowing from that.
After the election they'll have another look. There's a possibility in time that the military side of the peacekeeping operation in East Timor could come under the control of the United Nations.
That's something we'll have a look at, the United Nations will have a look at based on the year after the parliamentary elections have taken place. But at this stage, we're making no predictions about how long the troops will stay.
PETER CAVE: Mr Downer, Anne Barker also referred to the possibility of trouble if Fretilin didn't accept a result. Are you getting reports that there could be trouble if Fretilin does not win?
ALEXANDER DOWNER: Look, I haven't heard it put as starkly as that, and I think there is a risk that some people in different political parties will be unhappy with the result to the extent that they might go out on the street. I'm afraid that's a real risk in East Timor.
PETER CAVE: Mr Downer, thank you for joining us this morning.
ALEXANDER DOWNER: A pleasure.
Por Malai Azul 2 à(s) 11:07 1 comentários
Nobel laureate emerges in top 3 in East Timor presidential election
By Zakki Hakim
ASSOCIATED PRESS
5:39 a.m. April 9, 2007
DILI, East Timor – A Nobel laureate squared off with two rivals in presidential elections Monday that could test East Timor's fragile calm a year after one of the world's youngest and poorest nations reached the brink of civil war.
But with a run-off vote expected and crucial parliamentary elections scheduled for later this year, some fear the fledging democracy could suffer through several more months of instability.
Prime Minister Jose Ramos-Horta, who won the 1996 Peace Prize for championing East Timor's struggle to end decades of brutal Indonesian rule, initially had been expected to be the sure winner of the largely ceremonial five-year post.
But election observers now say it is unlikely any of the eight candidates running would receive an outright majority, largely because of public disillusionment with the government. A second round would be held in a month between the two leaders.
East Timor was heralded as a success in nation-building when it formally declared independence in 2002, but descended into chaos last year after then-Prime Minister Mari Alkatiri fired a third of the tiny army, triggering gunbattles between rival security forces that spiraled into gang warfare, looting and general lawlessness.
Dozens of people were killed and some 155,000 fled their homes before the young government collapsed.
Nearly 3,000 international peacekeepers deployed to restore order have remained in the country and helped oversee Monday's vote, with Australian and New Zealand soldiers patrolling hot spots in Dili by truck and foot.
Voting was virtually without incident and turnout high, officials said, although ballots failed to arrive at four remote polling booths.
National Election Committee spokesman Martinho Gusmao said Ramos-Horta, an independent, Francisco "Lu-olo" Guterres, a former guerrilla fighter and leader of the Fretilin party, and Fernando "Lasama" de Araujo of the Democratic Party, another resistance leader, were the top contenders.
"We have on top Mr. Ramos-Horta and Mr. Lu-olo, then Lasama," he said.
Preliminary results were not expected until Wednesday.
"I hope the new president will encourage the people to stop fighting so we can get on with our lives," said Francisca Freitas, a 38-year-old mother of four who lined up before dawn and was one of 522,000 eligible voters.
Rapid-reaction helicopters were sent to deliver 5,000 extra ballots to remote stations that had run out.
The current president is Xanana Gusmao, revered nationwide for helping lead the resistance against Indonesian occupation.
Analysts see the balloting as a trial run for crucial general elections in June that will determine the composition of a new government and parliament.
Gusmao, who will run for prime minister, waited in line with everyone else Monday to cast his ballot.
"I'm happy because we have the right to vote for people to choose the right president," he said, his son standing by his side.
Whoever wins will face tremendous challenges, from reconciling deep social divisions and restoring law and order to returning tens of thousands of refugees to their homes. The country also remains desperately poor, with unemployment hovering at 50 percent and an alarming 60 percent of children under 5 malnourished.
"If I win, I will bear a wooden cross almost as heavy as Christ's," said Ramos-Horta, 57, who said he would actually prefer to retire, write books and travel abroad to give lectures. "If I lose, I will win my freedom."
–
Associated Press writers Anthony Deutsch and Guido Goulart contributed to this report.
Por Malai Azul 2 à(s) 10:02 1 comentários
Contagem de votos
Últimas informações segundo votos apurados até hoje de manhã.
Lospalos
Vitória de Lu-Olo com grande vantagem sobre Ramos-Horta (o dobro dos votos)
Baucau
Vitória de Lu-Olo
Oecussi
Ganha Lasama com uma vantagem de mil votos a Lu-Olo
Aileu
Vitória de Ramos-Horta
Por Malai Azul 2 à(s) 08:43 6 comentários
Traduções
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "