segunda-feira, novembro 19, 2007

Finalmente, 32 anos passados

Público - 17 de Novembro de 2007
Adelino Gomes

Foi preciso esperar 32 anos para que a verdade viesse ao de cima num país cujas autoridades governamentais a conheciam desde o primeiro minuto. Os cinco repórteres que se encontravam em Balibó, em 16 de Outubro, ao serviço de dois canais comerciais da televisão australiana, foram mortos pelos invasores, concluí de imediato quando recebi a notícia, três dias depois, em Díli.

Tínha-me cruzado com eles na tarde do dia 15, em Balibó, uma povoação fronteiriça no alto de uma colina sobranceira ao mar. Eu e os outros três enviados da RTP (operador de câmara, Herlander Mendes, operador de som, Jorge Teófilo, ajudante de operador, Manuel Patrício) fomos as últimas testemunhas independentes a verem-nos vivos. As imagens que correram mundo posteriormente, mostrando-os, de tronco nu, a pintarem a bandeira da Austrália na parede de uma casa, haviam sido filmadas por nós.

Estávamos a recolher o material para partirmos quando eles chegaram. Apresentámo-nos, trocámos impressões sobre a situação, explicando-lhes que já ali nos encontrávamos há dois dias, sem que alguma acção de fogo se tivesse registado.

- Se houver invasão é por aqui que começa ou não?, perguntou-me um deles.

Respondi-lhe que sim, apontando, ao fundo, três navios de guerra indonésios. Contei-lhe uma tentativa anterior da Fretilin para reconquistar Batugadé e os frequentes sobrevoos da zona por helicópteros indonésios.

- O meu chefe de redacção disse-me para vir a Timor filmar dois ou três minutos de guerra. Ainda não filmámos nenhum combate. Se é por aqui que começa a invasão, é aqui que vou ficar, disse-me Greg Shackleton.

Despedimo-nos cerca das três da tarde. A primeira parte da invasão começou pelas 23h30, estávamos nós já em Maliana, flagelada durante toda a noite por artilharia pesada (a segunda iniciar-se-ia a 7 de Dezembro, com o ataque por mar e ar a Díli).

A primeira das várias versões que a Indonésia pôs a circular alegava que os repórteres haviam sido mortos por estarem vestidos com uniformes da Fretilin.

Não só as imagens que recolhemos o desmentiam, como as declarações de Sheklaton me tinham demonstrado a determinação unicamente profissional do grupo em filmar o que ali acontecesse.

A correlação de dois dados, entre outros, contribuiu para que se consolidasse em mim a convicção profunda de que os repórteres haviam sido executados pelos invasores.

As emissões em português de Rádio Kupang propagandeavam, há dias, que uma equipa da televisão portuguesa se encontrava na zona de Maliana, apelando às populações para que matassem os seus elementos, pois estes eram "comunistas".

Logo após as mortes, o chefe da diplomacia indonésia, Adam Malik, reiterou a posição oficial do seu país sobre Timor: os confrontos desenrolavam-se apenas entre timorenses.

Ora, nós tínhamos testemunhado que as forças invasoras, além da artilharia pesada, dispunham de meios aéreos, algo a que não tinham acesso nem a Fretilin nem os seus adversários do MAC (Movimento Anti-Comunista, constituído pelos partidos UDT, Apodeti, Kota e Trabalhista).

Estas imagens poderiam ser sempre desacreditadas pela Indonésia, alegando que se tratava de uma montagem dos "comunistas" da televisão oficial de um país em revolução. O mesmo não poderiam fazer com as imagens recolhidas pelos repórteres australianos.

Shackleton e os outros quatro repórteres foram mortos porque filmaram aquilo que a Indonésia queria esconder do mundo.

Que governantes - da esquerda e da direita - tenham coberto estes crimes, até hoje, é uma vergonha que fere tão profundamente a democracia na Austrália quanto a honra a magistrada que assina as conclusões deste inquérito.

A fight with Indonesia neither Howard nor Rudd wants

The Age
Damien Kingsbury
November 20, 2007

THE finding by the NSW deputy state coroner that the five Australia-based newsmen killed at Balibo, East Timor, in 1975 were murdered by the Indonesian military has the potential to again derail Australia's often fraught relationship with Indonesia. It has also injected a foreign policy consideration into an election campaign that has been largely bereft of foreign policy debate.

Prime Minister John Howard's comment that he will seek the repatriation of the remains of the five newsmen looks, at best, like a minimal effort to placate their families, even if decades too late.

But neither he nor pro-Indonesia Opposition Leader Kevin Rudd will get tough with Indonesia. Neither wants the complication of dispute with Indonesia in their election campaigns, and neither wants it in government.

Yet if war crimes charges are formalised, whoever is in government will have to handle the flak generated from an Indonesia that regards the Balibo five case, like so much else of its brutal history, as closed.

Like the Indonesia-East Timor "truth and friendship commission" that was roundly rejected by the international community as a whitewash, with little truth and imposed "friendship", Indonesia now wants the claim that the newsmen were killed in a crossfire to remain the official "truth".

Should charges go ahead, there is little Australia can do to press the case. There is no extradition treaty between Australia and Indonesia so Australia's meaningful capacity to pursue this matter is limited.

The Indonesian Government will also not go outside its own judicial process to hand over alleged war criminals, regardless of international procedures.

Within Indonesia, accounting for the past is set against what was, and which to some extent remains, a culture of impunity. In short, there are so many individuals guilty of so many crimes that a full accounting is next to impossible, especially given Indonesia's still malleable judiciary. Further, while Indonesia's military is politically weakened, it still retains influence. Importantly, it can count on allies within Indonesia's fractious legislature who will oppose any war crimes trial on narrow political grounds.

From Australia's perspective, whoever forms the next government will have to watch more or less helplessly as the judicial process takes its course. It will then be left to explain to an angry Indonesia that the separation of powers means that there is no executive capacity to influence judicial processes. Indonesia should understand the separation of powers, given it has used the same claim in recent trials of Australian citizens. But some in Indonesia are unlikely to accept that position at face value, as they did not accept the legitimate acceptance as refugees of the 43 Papuan asylum seekers.

Australia's relationship with Indonesia has been characterised by regular diplomatic rows, and many observers believe that this is a sign of consistently poor relations. These rows have continued despite frequent claims that the relationship is strong. It is possible for Australia and Indonesia to have more secure and consistent relations.

Australia needs to say to both the Indonesian Government and people that it wants to have a positive and constructive relationship, and that it is there as a friend. It must explain that real friendships are based on honesty and transparency.

There is a claim that Australia and Indonesia clash over what amounts to cultural difference, and that frankness is not appreciated by Indonesian politicians. The lack of appreciation was certainly true, although it much less reflected culture than it did the untrammelled abuse of power. As Indonesia democratises, it is learning that transparency and accountability are a part of that process.

It may be that no Indonesians will ever stand trial in Australia, or Indonesia, or East Timor, or elsewhere, for war crimes. But it would be useful for the Indonesian Government to finally admit that those crimes were committed, against their own citizens as well as ours, and that they should never happen again.

Associate Professor Damien Kingsbury is associate head of the School of International and Political Studies at Deakin University.

This story was found at: http://www.theage.com.au/articles/2007/11/19/1195321692337.html

Tradução:

Uma briga com a Indonésia que nem Howard nem Rudd querem

The Age
Damien Kingsbury
Novembro 20, 2007

A conclusão pela vice-investigadora do Estado de NSW de que cinco jornalistas com base na Austrália mortos em Balibo, Timor-Leste, em 1975 foram assassinados por militares Indonésios tem o potencial para fazer descarrilar outra vez as relações muitas vezes tensas da Austrália com a Indonésia. Injectou também uma consideração de política externa na campanha eleitoral que tem estado largamente livre do debate da política estrangeira.

O comentário do Primeiro-Ministro John Howard de que procurará a repatriação dos restos dos cinco jornalistas parece, no melhor dos casos, um esforço mínimo para acalmar as famílias deles, mesmo se décadas demasiadamente tarde.

Mas nem ele, nem o líder pró-Indonésia da Oposição Kevin Rudd serão duros com a Indonésia. Nenhum deles quer a complicação da disputa com a Indonésia nas suas campanhas, e também nenhum a quer no governo.

Contudo se forem formalizadas acusações de crimes de guerra, seja quem for que esteja no governo terá que lidar com a artilharia da Indonésia que encara o caso dos cinco de Balibo, como tantos da sua história brutal, como encerrado.

Como a “comissão da verdade e amizade” Indonésia-Timor-Leste que foi totalmente rejeitada pela comunidade internacional como um branqueamento, com pouca verdade e a “amizade” imposta, a Indonésia quer agora que a afirmação dos jornalistas terem sido mortos num fogo-cruzado se mantenha a “verdade” oficial.

Caso avancem as queixas, há pouco que a Austrália possa fazer para pressionar o seu caso. Não há tratado de extradição entre a Austrália e a Indonésia por isso é limitada a capacidade significativa da Austrália em perseguir esta matéria.

O Governo Indonésio não ultrapassará também o seu próprio processo judicial entregando alegados criminosos de guerra, independentemente dos procedimentos internacionais.

Dentro da Indonésia, responsabilização pelo passado está montado contra o que era, e que permanece nalguma extensão, uma cultura de impunidade. Em resumo, há tantos indivíduos culpados de tantos crimes que uma responsabilização total é quase impossível, especialmente dado o ainda flexível sector judicial da Indonésia. Mais ainda, conquanto os militares da Indonésia ainda estejam políticamente enfraquecidos, mantém ainda influência. Mais importante, pode contar com aliados dentro de fracções da legislatura Indonésia que se oporão a qualquer julgamento por crimes de guerra em estreitas razões políticas.

Da perspectiva da Austrália, seja quem for que forme o próximo governo terá que observar com mais ou menos impotência quando o processo judicial seguir o seu curso. Depois terá que explicar a uma Indonésia zangada que a separação de poderes significa que nenhum executivo tem capacidade para influenciar processos judiciais. A Indonésia terá que entender a separação de poderes, dado que tem usado os mesmos argumentos em julgamentos recentes de cidadãos Australianos. Mas alguns na Indonésia é improvável que aceitem essa posição de caras, dado que não aceitaram a legitimidade da aceitação como refugiados dos 43 procuradores de asilo Papuanos.

As relações da Austrália com a Indonésia têm sido caracterizadas por brigas diplomáticas regulares, e muitos observadores acreditam que isto é um sinal de relações consistentemente pobres. Essas brigas têm continuado apesar das afirmações frequentes de que as relações são fortes. É possível que a Austrália e a Indonésia tenham relações mais seguras e consistentes.

A Austrália precisa de dizer a ambos ao Governo e ao povo Indonésio que quer ter uma relação positiva e construtiva, e que está lá como amiga. Deve explicar que as amizades verdadeiras são baseadas na honestidade e na transparência.

Há a afirmação de que a Austrália e a Indonésia se confrontam por diferenças culturais, e que a franqueza não é apreciada por políticos Indonésios. A falta de apreciação era de certeza verdadeira, apesar de reflectir muito mais o abuso de poder. Quando a Indonésia de democratiza, está a aprender que a transparência e a responsabilização fazem parte do processo.

Pode acontecer que nenhum Indonésio enfrente julgamento na Austrália, ou na Indonésia, ou em Timor-Leste, ou noutro sítio qualquer, por crimes de guerra. Mas seria útil para o Governo Indonésio finalmente admitir que esses crimes foram cometidos, contra os seus próprios cidadãos bem como contra os nossos, e que nunca mais devem tornar a acontecer.

Professor Associado Damien Kingsbury é responsável associado da Escola de Estudos Internacionais e Políticos na Universidade Deakin.

Esta história encontra-se em:
http://www.theage.com.au/articles/2007/11/19/1195321692337.html

UNMIT – MEDIA MONITORING - Monday, 19 November 2007

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any consequence resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL Summary News


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José Luis de Oliveira: government needs to be patient if it is to solve the petitioners’ case
The Director of the HAK Association and the facilitator of the first round of dialogue between the petitioners and government, José Luis de Oliveira, said that even though Gastão Salsinha was not present for the first round of the dialogue in Aileu, the government should be patient in solving this national problem.

However Mr. Salsinha, the spokesperson of the petitioners, said that the dialogue is illegal as they were not informed of it.

Another dialogue between the government and petitioners will be arranged when a setting to encourage maximum participation from the petitioners is identified. (DN)

For and against in the national parliament: returning the petitioners to the F-FDTL

The attempt of the petitioners to return to the barracks of F-FDTL resulted in arguments for and against between the members of the national parliament.

Jacob Xavier from PPT said that the petitioners could return to the barracks as long as they return to their previous status of F-FDTL members, excluding those who get benefits.

Francisco Miranda from Fretilin said that the petitioners’ problem is not a political problem, it is a state problem that should be viewed from its legal aspects, including the legal consequences of any action.

Pedro da Costa from CNRT said that if the petitioners are to reintegrate back into the F-FDTL, then the solution must be found through dialogue - but how can this be achieved if the petitioners do not participate the dialogue? (DN and TP)

Alfredo Reinado: “My problem and the problem of the petitioners are the same”

Alfredo Reinado said that his problem and the petitioners’ problem are the same and he should participate in any dialogue held by the government, including between F-FDTL and the petitioners.

Mr. Reinado said the problems are the same because he also walked out of the barracks of the F-FDTL to provide protection to the petitioners.

“I will be the first person to act as a witness for the petitioners, because I stepped out of the barracks to give them protection, so my problem is the same the petitioners’,” said Mr. Reinado on Friday (16/11) in Gleno, Ermera. (DN and TP)

November 26: Security Council to visit Timor-Leste

A Delegation from the United Nations Security Council will visit Timor-Leste on November 26th to evaluate to the United Nations Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT).

Allison Cooper, UNMIT Spokesperson, said that the delegation will also visit the districts over four days (26-30th November).

“The delegation will also visit the districts, although I do not know who exactly they will meet in the districts,” said Ms. Cooper in the weekly UNMIT press briefing on Thursday (15/11) in Obrigado Barracks-Caicoli, Dili. (DN)

Luis-Vicente: “Fretilin criticises constructively”

Vice Prime Minister José Luis Guterres and Vice President of the National Parliament Vicente da Silva Guterres said that the constructive criticisms from Fretilin against the Alliance government are well-considered and a direct contribution to the development of the country.

The vice president of the NP also said that Fretilin may advise the current government using their experience from when they were the previous government. (DN)

President Ramos-Horta: the GNR is a good model for PNTL

President José Ramos-Horta said that GNR from Portugal is better model for reforming the PNTL, and therefore he requests that President Portugal Cavaco Silva cooperate in this sector.

“The reform of PNTL is very crucial for the stability of this nation, and we would like to strengthen our cooperation with Portugal in this sector.

We believe that such a model as shown by the GNR is better for Timor Leste,” said the president. (TP and STL)

Mari Alkatiri: anti-terrorist conference necessary for Timor-Leste

The participation of East Timor’s parliament in the international parliamentary Union conference held in New York was necessary to discuss global anti-terrorism.

According to Marie Alkatiri, it is necessary for Timor Leste.

“I think it is necessary for Timor Leste to act upon the regulations in order to reinforce our country based on the law and democracy,” said the former prime minister.

He added that the anti-terrorist conference takes place every year, and that the meeting may provide positive input to each national parliament to help fight terrorism. (STL)

Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Segunda-feira, 19 Novembro 2007

"A UNMIT não assume nenhuma responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e do seu conteúdo não indicam apoio ou endosso pela UNMIT expresso ou implícito de qualquer modo. A UNMIT não sera responsável por quaisquer consequências resultantes da publicação ou do apoio de tais artigos ou traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Resumo das Notícias

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José Luis de Oliveira: governo precisa de ter paciência para resolver o caso dos peticionários
O Director da Associação HAK e facilitador da primeira volta do diálogo entre os peticionários e o governo, José Luis de Oliveira, disse que mesmo apesar de Gastão Salsinha não ter estado presente na primeira volta do diálogo em Aileu, o governo deve ser paciente para resolver este problema nacional.

Contudo o Sr. Salsinha, o porta-voz dos peticionários, disse que o diálogo é ilegal dado que não tinham sido informados disso.

Um outro diálogo entre o governo e os peticionários será arranjado quando for identificado um esquema para encorajar a participação máxima dos peticionários. (DN)

A favor e contra no parlamento nacional: regresso dos peticionários às F-FDTL

A tentativa dos peticionários para regressarem aos quartéis das F-FDTL resultou em argumentos dos deputados contra e a favor.

Jacob Xavier do PPT disse que os peticionários podem regressar aos quartéis desde que retomem o seu estatuto anterior de membros das F-FDTL, excluindo os que receberam subsídios.

Francisco Miranda da Fretilin disse que o problema dos peticionários não é um problema político, é um problema do Estado que deve ser analisado nos aspectos legais, incluindo as consequências legais de qualquer acção.

Pedro da Costa do CNRT disse que se os peticionários devem ser reintegrados nas F-FDTL, então a solução deve ser encontrada através do diálogo – mas como é que se pode alcançar isto se os peticionários não querem participar no diálogo? (DN e TP)

Alfredo Reinado: “O meu problema e o problema dos paticionários é o mesmo”

Alfredo Reinado disse que o seu problema e o problema dos peticionários é o mesmo e que ele deve participar em qualquer diálogo realizado pelo governo, incluindo entre as F-FDTL e os peticionários.

O Sr. Reinado disse que os problemas são os mesmos porque ele também desertou dos quartéis das F-FDTL para dar protecção aos peticionários.

“Serei a primeira pessoa a actuar como testemunha dos peticionários, porque desertei dos quartéis para lhes dar protecção, assim o meu problema é o mesmo que o dos peticionários’,” disse o Sr. Reinado na Sexta-feira (16/11) em Gleno, Ermera. (DN e TP)

Novembro 26: Conselho de Segurança visita Timor-Leste

Uma Delegação do Conselho de Segurança da ONU visitará Timor-Leste em 26 de Novembro para avaliar a UNMIT.

Allison Cooper, porta-voz da UNMIT, disse que a delegação visitará também os distritos durante quatro dias (26-30 Novembro).

“A delegação visitará também os distritos, apesar de não saber exactamente com quem se vão encontrar nos distritos,” disse a Srª. Cooper na informação seminal aos media na Quinta-feira (15/11) em Obrigado Barracks-Caicoli, Dili. (DN)

Luis-Vicente: “Fretilin critica construtivamente”

O Vice-Primeiro-Ministro José Luis Guterres e o Vice-Presidente do Parlamento Nacional Vicente da Silva Guterres disseram que as críticas construtivas da Fretilin contra o governo da aliança são bem consideradas e uma contribuição directa para o desenvolvimento do país.

O vice-presidente do PN disse ainda que a Fretilin pode aconselhar o governo corrente ao usar a experiência de quando estiveram no governo anterior. (DN)

Presidente Ramos-Horta: a GNR é um bom modelo para a PNTL

O Presidente José Ramos-Horta disse que a GNR de Portugal é um modelo melhor para reformar a PNTL, e que por isso pede ao Presidente Cavaco Silva para Portugal cooperar neste sector.

“A reforma da PNTL é muito crucial para a estabilidade desta nação, e gostaríamos de reforçar a nossa cooperação com Portugal neste sector.

Acreditamos que o modelo que a GNR mostrou é o melhor para Timor-Leste,” disse o presidente. (TP e STL)

Mari Alkatiri: conferência sobre anti-terrorismo é necessária para Timor-Leste

A participação do parlamento de Timor-Leste na conferência da União internacional parlamentar realizada em Nova Iorque era necessária para discutir o anti-terrorismo global.

De acordo com Mari Alkatiri, é necessária para Timor-Leste.

“Penso que é necessária para Timor-Leste actuar conforme as regulamentações de modo a reforçar o nosso país com base na aplicação da lei e da democracia,” disse o antigo primeiro-ministro.

Acrescentou que a conferência anti-terrorismo ocorre todos os anos e que a reunião pode dar conhecimentos positivos para cada parlamento nacional ajudar a lutar contra o terrorismo. (STL)

UNMIT - Security Situation - Monday 19 November 2007

This is a broadcast of the UN Police in Timor-Leste to provide you with information about the security situation around the country.

The security situation in Timor-Leste is generally calm.

Today in Dili, UNPol attended nine incidents, including an incident in Audian Road, where a crowd overpowered a police officer and took his pistol. The pistol was later recovered by a senior PNTL officer. The incident began when the police officer attempted to arrest a man he suspected of stealing a motorbike. A crowd gathered and attacked him, and he fired several warning shots in an attempt to disperse them. The National Investigation Department is investigating the incident.

Early this morning, eight gunshots were heard in the vicinity of Tiger Fuel in Comoro Road. The suspects ran away upon the arrival of the police.

Later this morning, a crowd of approximately 40 youths armed with steel darts and rocks threatened to attack the police, after officers arrested a 17-year-old boy for causing a disturbance in Bebora, Dili. Formed Police Units responded and dispersed the crowd.

This afternoon in Bairo Pite, a 15-year-old boy was arrested after being found in possession of a home-made gun. The discovery was made whilst police were breaking-up a fight in the area.

On Sunday in Dili, a 25-year-old man was found dead outside AAJ’s Bar after being attacked with a machete. UNPol are investigating, but a motive for the attack has yet to be established. Contrary to some reports in the national media, the victim was not beheaded.

The body of a 53-year-old man was also recovered in Hera on Sunday. Police examined the body and concluded that there was no evidence that he was murdered. The body has been released to the relatives for burial.

The police advise to avoid travelling during the night to the most affected areas. Please report any suspicious activities. You can call 112 if it’s an emergency or 7230365 for other matters.

Tradução:

UNMIT – Situação da Segurança – Segunda-feira 19 Novembro 2007

Esta é uma emissão da polícia da ONU em Timor-Leste para lhe dar informação sobre a situação da segurança no país.

No geral está calma a situação da segurança em Timor-Leste.

Hoje em Dili, a UNPol atendeu nove incidentes, incluindo um incidente na Estrada Audian, onde uma multidão subjugou um oficial da polícia e lhe tirou a pistola. A pistola foi mais tarde recuperada por um oficial de topo da PNTL. O incidente começou quando o oficial da polícia tentou prender um homem suspeito de ter roubado um motociclo. A multidão juntou-se e atacou-o, e ele disparou vários tiros de aviso numa tentativa de a dispersar. O Departamento Nacional de Investigação está a investigar o incidente.

Hoje de manhã cedo, ouviram-se oito tiros de armas na vizinhança de Tiger Fuel na Estrada de Comoro. Os suspeitos fugiram quando a polícia chegou.

Mais tarde, hoje de manhã, uma multidão de aproximadamente 40 jovens armadas com setas de metal e pedras ameaçaram atacar a polícia, depois de oficiais terem detido um rapaz de 17 anos por ter causado um distúrbio em Bebora, Dili. Unidades Formadas da Polícia responderam e dispersaram a multidão.

Esta tarde no Bairo Pite, foi preso um rapaz de 15 anos depois de se encontrar uma arma de fogo caseira na sua posse. Fez-se esta descoberta quando a polícia punha termo a uma luta na área.

No Domingo em Dili, foi encontrado morto um homem de 25 anos no exterior do AAJ’s Bar depois de ter sido atacado com uma catana. A UNPol está a investigar mas ainda são se estabeleceu o motivo para o ataque. Ao contrário dalguns relatos nos media nacionais ele não foi decapitado.

Também no Domingo foi recuperado o corpo de um homem de 53 anos em Hera. A polícia examinou o corpo e não encontrou evidência de homicídio. O corpo foi entregue à família para ser enterrado.

A polícia aconselha a evitarem viagens durante a noite para as áreas mais afectadas. Por favor relate quaisquer actividades suspeitas. Pode ligar o 112 se for uma emergência ou o 7230365 para outras questões.

EU Pledges Continued Support for Timor-Leste

Dili, 19 November, 2007 - The European Union has reaffirmed its support for Timor-Leste, and the role of the United Nations in its future, during meetings in Brussels last week.

The Special Representative of the Secretary-General for Timor-Leste, Dr. Atul Khare, concluded his five-day visit to the European institutions at the invitation of the Portuguese Presidency of the EU on Friday. During the meetings, he discussed ongoing European support for Timor-Leste and for the UN presence there.

“These meetings were very helpful,” the Special Representative said in Brussels prior to his departure Friday. “They confirmed the EU’s commitment to continued support both for Timor-Leste and for the UN’s work there. They also confirmed that we share a consensus on the main priorities to consolidate stability and democracy in Timor-Leste.”

During his meetings, the SRSG outlined four priority areas for the consolidation of democracy in Timor-Leste: Review and reform of the security sector; strengthening the rule of law, and the judiciary in particular; economic and social development, especially youth unemployment; and strengthening democratic governance, with particularly attention to enhancing a broad culture of democratic governance.

Dr. Khare met with President of the European Parliament Hans-Gert Pottering, President of the European Commission, Jose Manuel Barroso, Secretary–General of the Council of the European Union, Javier Solana, Commissioner for Development and Humanitarian Aid, Louis Michel, briefed the Asia Committee of European Council and the Development and Foreign Affairs Committees of the European Parliament, and held discussions with various European officials and diplomats engaged in the question. He welcomed the Portuguese Presidency’s initiative to prepare a European strategy document on Timor-Leste.

The United Nations Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT) was created by the Security Council in August 2006, and the current mandate is up for renewal in February 2008.


For more information please call UNMIT Spokesperson Allison Cooper on +670 723 0453

Tradução:

UE promete continuar a apoiar Timor-Leste

Dili, 19 Novembro, 2007 – A União Europeia reafirmou o seu apoio a Timor-Leste, e ao papel da ONU no seu futuro, durante encontros em Bruxelas na semana passada.

O Representante Especial do Secretário-Geral para Timor-Leste, Dr. Atul Khare, concluiu a sua visita de cinco dias às instituições europeias a convite da Presidência Portuguesa da EU na Sexta-feira. Durante os encontros, ele discutiu o apoio Europeu em curso a Timor-Leste e a presença da ONU lá.

“Estes encontros foram muito úteis,” disse o Representante Especial em Bruxelas antes da sua partida na Sexta-feira. “Confirmaram o compromisso da UE em continuar a apoiar ambos, Timor-Leste e o trabalho lá da ONU. Confirmaram ainda que partilhamos um consenso sobre as prioridades principais para consolidar a estabilidade e a democracia em Timor-Leste.”

Durante os seus encontros, o SRSG descreveu as áreas prioritárias para a consolidação da democracia em Timor-Leste: Revisão e reforma do sector da segurança; reforço da aplicação da lei, e do sistema judicial em particular; desenvolvimento económico e social, especialmente desemprego juvenil e reforço da governação democrática, com atenção particular para fortalecer uma cultura alargada de governação democrática.

O Dr. Khare encontrou-se com o Presidente do Parlamento Europeu Hans-Gert Pottering, Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, Secretário-Geral do Conselho da União Europeia, Javier Solana, Comissário para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, Louis Michel, informou o Comité da Ásia do Conselho Europeu e os Comités do Desenvolvimento e dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, e teve discussões com vários funcionários Europeus e diplomatas engajados na questão Saudou a iniciativa da Presidência Portuguesa de preparar um documento de estratégia Europeia sobre Timor-Leste.

A Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) foi criada pelo Conselho de Segurança em Agosto de 2006, e o mandato corrente está para renovação em Fevereiro de 2008.


Para mais informações por favor ligue à porta-voz da UNMIT Allison Cooper em +670 723 0453

FOTO DO DIA / FOTO DEL DIA

Domingo, 18 de Novembro de 2007
Blog MERCOSUL & CPLP

O militar desertor ameaça agora colocar no banco dos réus Gusmão e José Ramos Horta, que em 2006 organizaram um sangrento golpe de estado contra o governo nacionalista do então primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Reinado quer Gusmão e Ramos Horta no banco dos réus.

A respeitada publicação Timor Online divulgou, no passado dia 5 deste mês, o trecho que a emissora australiana ABC tinha cortado de uma entrevista feita com o major Alfredo Reinado. Na passagem censurada, ele afirma que somente aceita ser detido e comparecer em tribunal se no banco dos réus estiverem tambem José Ramos Horta, atual presidente, e José “Xanana” Gusmão, primeiro-ministro do governo ilegal instalado e protegido militarmente pela Austrália.

Em 2006, Alfredo Reinado participou ativamente no sangrento golpe de estado desencadeado por José Ramos Horta e José “Xanana” Gusmão contra o governo nacionalista do primeiro-ministro Mari Alkatiri. Naquela altura, Ramos era ministro das relações exteriores de Alkatiri e Gusmão ocupava a presidência da república.

No dia 25 de julho de 2006, Gusmão tentou impedir, mas não conseguiu, a prisão, por tropas portuguesas, do agora foragido major.

A imprensa internacional informou que as negociações com o então presidente se caracterizaram como “um processo que se prolongou por sete horas e foi marcado por inúmeras reuniões”. De acordo com um despacho do dia 26 do mesmo mê da agência Lusa, “o comandante operacional da GNR (Portugal), capitão Gonçalo Carvalho, apresentou à imprensa a totalidade do arsenal que estava ilegalmente na posse do major Reinado, e de que constam nove pistolas, quatro de calibre 0,45 Auto e cinco de calibre 9, mais de 4 mil munições para espingarda automática e pistola, granadas, cinco rádios de transmissões, dois bastões extensíveis, cinco punhais, três catanas (facões) e equipamento militar diverso, entre o qual coletes à prova de bala e cinturões”.

A mesma fonte revelava que “o arsenal foi encontrado em três casas, uma delas atribuída, segundo Alfredo Reinado, pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, e as restantes duas ocupadas pelo major rebelde, a cerca de 10 metros do Quarte-General das forças militares australianas”. Na mesma ocasião, o desertor afirmou que Gusmão lhe dissera, antes de ocuparem o local, para escolher residências perto do acantonamento dos militares australianos. Posteriormente, a mídia internacional informou que as embalagens da comida consumida pelos revoltosos indicavam que se destinavam às Forças Armadas da Austrália.

No dia 30 de Agosto de 2006, a agência Lusa anunciava que “o major Alfredo Reinado fugiu hoje da cadeia de Becora, em Díli, juntamente com outro 56 reclusos, incluindo 16 ex-membros das forças armadas timorenses e cinco condenados por homicídio”. Na realidade, não houve nenhuma fuga. O detido contou com o apoio da Austrália e da Nova Zelândia para sair prisão em plena luz do dia. Sem aviso prévio, as forças destes países tinham deixado de guarnecer a prisão.

Desde esta data José Ramos Horta e José “Xanana” Gusmão desautorizam sistematicamente os sucessivos mandatos de captura e detenção emitidos contra o major desertor pelo juiz internacional Ivo Rosa.

Na ultima ordem divulgada no passado dia 9 contra Alfredo Reinado e o seu grupo, o magistrado relembra que ele é acusado 1 crime de rebelião, 8 de homicídio na forma consumada e dez de homicídio na forma tentada.

Juiz defende a independência do poder judiciário

O recente despacho proferido pelo juiz Ivo Rosa aborda poque Alfredo Reinado se encontra em liberdade há mais de um ano da sua saida da prisão. O documento informa que “na sequência da decisão judicial que decretou e manteve a medida de coacção de prisão preventiva, foram emitidos mandados de detenção contra todos os arguidos em fuga e remetidos à UNPol e à Australian Defense Force para cumprimento, sem que, até ao momento, tenham sido cumpridos, não obstante, terem decorrido 14 meses desde a data em que se evadiram do Estabelecimento Prisional e não consta nos autos nenhuma informação, quer das autoridades militares australianas, quer da UNPOL, a relatar que diligências foram feitas para o cumprimento da decisão judicial e o motivo de, até ao momento, essa mesma decisão judicial ter sido cumprida”. E acrescenta que “de acordo com a informação, divulgada através meios de comunicação social, nomeadamente a junta aos autos a fls. 765 e ss, consta que a Presidência da República e o Governo teriam dado ordens no sentido de ser cancelada a ordem de detenção dos arguidos que se encontram em fuga”.

O juiz afirma tambem que “a decisão ilegal emanada do Senhor Presidente da República, a atitude revelada, quer pelas forças australianas, quer pela UNPOL, com a complacência da Nações Unidas, coloca em causa a independência do poder judicial, contribuem para o não regular funcionamento das instituições democráticas e comprometem a implementação de um Estado de Direito Democrático em Timor-Leste”.

Ele chama atenção para o fato de que “as ISF (Forças Internacionais de Segurança) são compostas por dois contingentes, sendo um australiano e outro neozelandês, num total de cerca de 1300 militares, exércitos bem treinados e com capacidade de enfrentar cenários de guerra, possuem veículos blindados, helicópteros de combate etc. Por sua vez, a UNPOL é composta por cerca de 2000 agentes de polícia, sendo quatro agrupamentos FPU (GNR de Portugal, Malásia, Paquistão e Bangladesh) com cerca de 140 elementos cada.

Tendo em conta estes números é manifesto que existem todas as condições para que a decisão judicial seja cumprida, na medida em que os arguidos são apenas 15 elementos, só não o tendo sido até ao momento devido às interferências externas no poder judicial”.

Finalmente, o juiz internacional Ivo Rosa determina que “em face de todo o exposto oficie-se à UNPOL e às ISF, notifique, pessoalmente, o Senhor Policie Commissioner e o Senhor Brigadeiro John Hutcheson, que: a) Devem respeitar, cumprir e fazer cumprir a leis vigentes em Timor-Leste; b) Apenas devem obediência à decisão judicial que decretou a prisão preventiva dos arguidos; c) Devem desenvolver, de imediato, todos os esforços no sentido de efectuar a detenção dos arguidos em fuga; d) Qualquer processo de negociação com vista a entrega voluntária dos arguidos apenas poderá ter como finalidade a detenção dos mesmos de forma incondicional”.

Mais cumplicidades

As manobras para evitar que Alfredo Reinado seja levado a julgamento contam tambem com a participação de Atul Khare, o representante das Nações Unidas em Timor-Leste desde setembro de 2006. Em consequência disto, a UNPol, polícia desta organização, não acata as sucessivas ordens do Tribunal de Díli.

O seu antecessor, o japonês Sukehiro Hasegawa, chegou ao país em maio de 2004 e até setembro de 2007 se notabilizou como um firme apoiante da política entreguista de José Ramos Horta e José “Xanana” Gusmão, que beneficia tanto a Austrália como o Japão. No presente ano, logo que Gusmão assumiu a chefia do seu governo ilegal, Hasegawa foi contratado por ele como consultor.

Por sua vez, o Brigadeiro John Hutcheson, o atual comando australiano das impropriamente chamadas Forças Internacionais de Segurança (ISF) em Timor-Leste, nega-se a deter o major desertor sob a alegação de que recebeu ordens diretas de Ramos Horta e Gusmão para ignorar as decisões da justiça.

Prêmio Nobel da Paz apoia a violência

Em 1989, José Ramos Horta dividiu o prêmio Nobel da Paz com o bispo Ximenes Belo em nome do povo timorense. O seu comportamento demonstra, no entanto, que ele não vê nesta distinção uma forma de contruibuir para eliminar todas as formas de injustiça, violência, opressão e militarismo. Em lugar de trabalhar para promover o ser humano e os seus direitos, empenhando-se na defesa de vidas e dignidades ameaçadas, ele preferiu aliar-se a poderosos e exploradores.

Por mais chocante que possa parecer, José Ramos Horta é um apoiante declarado da invasão do Iraque pela administração George W. Bush. No plano interno, em Timor-Leste ele aliou-se a José “Xanana” Gusmão na organização do golpe de estado que provocou 36 mortes diretas, em 2006. O clima de instabilidade levou, nos dias seguintes, ao assassinato de outras pessoas nas mãos de grupos ligados aos golpistas. A violência desencadeada em coordenação com o governo de John Howard, o truculento primeiro-ministro da Austrália, incluiu ainda o incêndio de dezenas de casas de opositores de Gusmão e Ramos Horta. Os simpatizantes da FRETILIN, a organização que derrotou os invasores indonésios e cujo secretário-geral é Mari Alkatiri, foram particularmente perseguidos e agredidos. Mais de 150 mil pessoas tiveram que fugir para outros locais, tornando-se refugiados dentro do seu próprio país. Neste momento, milhares de timorenses continuam em campos de refugiados. As agressões feitas por gangues manipuladas pelos golpistas se repetem, do mesmo modo que as incursões armadas lançadas pelas tropas australianas.

Apesar de as vítimas terem já denunciado perante a ONU e outras organizações internacionais atos como invasões com tanques, destruição de barracas onde vivem, espancamentos e assassinatos de refugiados, José Ramos Horta, o Nobel da Paz, defende as tropas de ocupação australianas. O mais recente pronunciamento a favor dos agressores foi divuldado pelo boletim “UNMIT – Monitorização dos media”, editado pelo escritório da ONU dirigido por Atul Khare. No dia 5 do corrente mês, a publicação informava que “o presidente José Ramos Horta defendeu fortemente a ação das Forças Internacionais de Segurança (ISF) depois de ter sido atingido a tiro um deslocado do campo de deslocados do Aeroporto na semana passada... ele disse que as ISF e a UNPol nunca atuaram com brutalidade contra ninguém...”.

Em consequência do colaboracionismo de José Ramos Horta e José “Xanana” Gusmão que, para se manterem no poder, entregaram à Austrália o controle sobre gás e petróleo, duas importantes riquezas nacionais, os militares australianos se instalaram em todos os distritos (a divisão administrativa) de Timor-Leste como tropas de ocupação.

Crimes contra a humanidade

A ameaça de Alfredo Reinado de colocar no banco dos réus José Ramos Horta e José “Xanana” Gusmão atinge tambem outras destacadas figuras nacionais e estrangeiras. Todas elas temem que o major desertor forneça, em tribunal, detalhes sobre o envolvimento de cada um em uma conspiração que desestabilizou o país a destruiu muitas vidas. Por exemplo, declarações feitas por ele em diferentes momentos e documentos escritos -- ordens, salvo-condutos e cartas assinadas por José “Xanana” Gusmão -- comprovam a complicidade existente entre os lacaios de Canberra.

De acordo com a imprensa internacional, os bispos católicos Alberto Ricardo da Silva, de Díli, e Basílio do Nascimento, de Baucau, se encontram atolados até o pescoço no sangrento golpe de estado. Além de participarem de reunião conspiratória convocada pelo então presidente em sua residência, eles tentaram convencer, em 2005, Taur Matan Ruak, um veterano da luta contra a ocupação indonésia e atual comandante das FALINTIL/Forças de Defesa e Segurança de Timor-Leste (F/FDTL), a liderar um golpe contra o governo do primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Ele recusou. Foi novamente abordado em 2006 e respondeu com um “não!”. Outro chefe militar contatado e que não aceitou apoiar os golpistas foi o Tenente-Coronel Falur Rate Laek, tambem um combatente pela independência nacional. Em 2005, estes dois bispos tinham organizado manifestações exigindo a queda de Mari Alkatiri. Não deu certo. No ano seguinte, não vacilaram em manchar as mãos de sangue, tendo-se associado a uma traição que colocou o país novamente sob a dominação estrangeira.

A lista das principais figuras envolvidas em crimes contra a humanidade em Timor-Leste inclui José Ramos Horta, José “Xanana” Gusmão, Alberto Ricardo da Silva, Basílio do Nascimento, Sugehiro Hasegawa, Atul Khare e o primeiro-ministro australiano John Howard.

Todos são, à semelhança de Alfredo Reinado, réus de sangue. Os povos hoje estão suficientemente esclarecidos e organizados para colocar perante tribunais internacionais indivíduos que se utilizaram dos postos que ocupam para cometer atos hediondos. Mesmo que tenham sido levados ao poder pelos títulos que ostentam ou através do voto popular, o que importa é perderam a legitimidade que receberam quando ficou descoberta a sua verdadeira face de meros delinquentes.

(Juan P. Kunturkanki/Mercosul & CPLP)

Dos Leitores

O site Wanderby, Major da PM do RJ (Brasil) que esteve em Timor por alguns meses em 1999, quando integrou a missão de paz na ONU.

www.wanderbymedeiros.blogspot.com

Dollar Mister?...

Blog Timor Cartoon





UMA ANDORINHA NÃO FAZ A PRIMAVERA!

Blog Timor Lorosae Nação
18.11.2007
Ana Loro Metan

Ainda ontem gabei o bom tempo que fazia em Portugal, principalmente na Grande Lisboa, mas hoje já experimentei alguns arrepios de frio e, segundo dizem, vem lá chuva por toda a semana que vem. Nota-se que a temperatura desceu substancialmente, a esta hora estão uns miseráveis doze graus e a previsão é para uma mínima de nove.

Brrrr, parece que saímos de Dili e subimos, subimos, desembocando na mais alta e inóspita montanha.

É o preço a pagar para passar o Natal e uns bons tempos com parte da família cujas saudades já estavam a rebentar com o pote das ditas. Esta coisa de nos sentirmos divididos dá lugar a um mau estar que é permanente e irremediável. Adiante.

Com origem naquilo que escrevi ontem, tive dois ou três amigos que comentaram e me questionaram praticamente no mesmo sentido.

Fazem-me um convite para ser franca comigo própria e “questionar, sinceramente, até que ponto é que o incidente de 28/29 de Abril contribuiu para o agravar da situação que levou à crise…”.

A referência é clara e tem a ver com “a formação das milícias armadas da Fretilin” que certamente “faziam parte de algum plano para perpetuar o poder da Fretilin pelos 50-100 anos como os seus lideres diziam publicamente e com os peitos inchados…”.

Eu sei que corro um risco danado em continuarem a dizer que tenho inclinações para a Fretilin e Alkatiri, mas não me importo que o façam por somente defender aquilo que considero ser os reais interesses do milhão e meio de timorenses de que faço parte – é que há quase meio milhão espalhado pelo mundo, na diáspora.

Aquilo que Rogério Lobato fez não consigo aprovar. No entanto, convido os amigos que me interpelaram a perguntarem-se até que ponto é que concordaram com as declarações do nosso presidente da República quando diz “depois da acção vem a reacção”, a propósito do que recentemente se passou em Comoro.

É que se concordam com esta teoria, forçosamente têm de compreender Rogério Lobato. Rogério reagiu da forma mais errada possível ao golpe de estado em curso.

Procedeu assim pela sua péssima formação, há que dizê-lo. Provavelmente fê-lo ao arrepio da direcção da Fretilin – acredito que sim – e cometeu a maior asneira da sua vida por nos ter prejudicado a todos ao fornecer pretextos aos golpistas para actuarem e encontrarem razões inexistentes para tomarem o poder.

Certo, é que a Central Golpista sabia que ele iria assim reagir e estendeu-lhe a artimanha. Isso sabe-se hoje e já há uns bons tempos. Temos Railos, Salsinha e outros.

Considero insuficiente a penalização dada ao então ministro Rogério Lobato, até porque com isto morreu também um familiar meu, até porque as suas tendências para a “democracia musculada” eram conhecidas e mal vistas.

A “história” dos cinquenta ou cem anos de Alkatiri nunca me causou receios. Sempre considerei que o disse por analogia a “vamos governar bem, não temos que nos preocupar, seremos os mais eleitos durante uns bons tempos”.

Era um convencimento de Alkatiri e da Fretilin que estavam a governar bem.

Já o disse, em muita coisa não estavam!

Exactamente por isso é que há eleições de quatro em quatro anos e os seus opositores deviam proceder democraticamente. Aguardarem, contestando democráticamente o mau governo, propor melhor e submeterem-se à vontade eleitoral de todos nós.

Evidentemente que hoje estaríamos bem, sem mortes e destruição, de certeza absoluta, com um governo sem ponta por onde lhe pegar, verdadeiramente saído de eleições sem engenharias eleitorais de um presidente da República de alguns, que hoje já quase que são a minoria. As más acções de Horta a isso têm conduzido.

O facto de eu, presentemente, ser uma critica de Horta e de Xanana, entre outros, não significa que seja pró Alkatiri. As coisas, tudo na vida, não são só preto e branco, há muitas outras cores, muitas outras vertentes que podemos abordar e escolher.

Pela parte que me toca, escolho quem promover a preservação da nossa ancestral cultura. Quem promover a cultura, educação e formação da actualidade no mundo civilizado e democrático. O desenvolvimento e todos os direitos e deveres que estão implícitos na nossa Constituição, para não ir mais longe, nem por mais na escrita.

Uma coisa é certa: todos somos timorenses, somos povo e aqueles que deixaram de ser povo passaram a elite por empurrão, conveniências, oportunismos, falcatruas ou mérito próprio… mas não estão a fazer o melhor pelo nosso país, sim por eles, pelo seu ego, pelos seus amigos e familiares, pelas suas conveniências e nossos prejuízos.

Esperemos que tenha conseguido satisfazer os meus agradáveis interlocutores, sendo certo que escrevo aqui por também eu procurar contribuir de algum modo para que a liberdade de expressão não se acabe em Timor-Leste, não exista o pensamento único na sociedade, na informação, nos governos, etc.

O meu contributo é muito modesto, sei isso, mas é o possível. Não é por acaso que em Portugal sinto-me outra, muito mais pessoa livre e segura. Temo muito pelos meus irmãos timorenses que labutam no dia-a-dia, sem um mínimo de condições, a serem usados e espezinhados pelas elites. Pelos que querem gastar fortunas em alcatrão de estradas mas não olham para as bermas dos descalços e desprotegidos que também os do alcatrão ajudam a agravar a sua situação.

Sobre a visita de Ramos Horta a Portugal, tenho percebido reacções de grande desilusão relativamente à sua pessoa. Alguns consideraram uma ofensa os seus comportamentos. Não só portugueses mas também timorenses e outros amigos da lusofonia.

Quero abordar este assunto com bastante distanciação e muito mais informação dos bastidores, se possivel.

Sei que é certo que esta visita, nos moldes em que Horta a protagonizou, pode ter sido prejudicial para Timor. É isso que nenhum de nós quer.

Uma andorinha não faz a primavera.

NINGUÉM MANDA CALAR RAMOS HORTA?

18.11.2007
Blog Alto Hama
Orlando Castro

As eleições presidenciais em Timor-Leste deram no que deram. Ramos Horta, a exemplo dos outros congéneres lusófonos, quer ser dos poucos que têm milhões e, também como os outros, estar-se nas tintas para os milhares que, em democracia, continuam com a barriga vazia. Bem vazia.

Ramos Horta, como ficou mais uma vez visível na pomposa visita à capital das ocidentais praias lusitanas, é o tipo de político que espera que o povo suba até ele em vez de, como se esperaria de alguém que queira servir o seu país, ser ele a subir até ao povo..Ramos Horta garantiu que em caso de vitória nas presidenciais iria assumir com "humildade" e "com total determinação" as suas novas responsabilidades "procurando trabalhar com todos os partidos, incluindo a Fretilin".

Pois. A cada dia que passa se vê que Ramos Horta não nasceu para servir mas para ser servido.

E quando alguém, como é o caso do Juiz Ivo Rosa (no âmbito das suas funções no quadro da ONU e no respeito pela Constituição timorense), diz que o rei vai nu, Horta vais aos arames e aproveita o areópago lisboeta para mentir com todo o descaramento sem que ninguém, como fez o rei Juan Carlos a Hugo Chávez, o mande calar.

E assim, com um café e um pastel de nata, Ramos Horta vai mostrando ao mundo que quem nasce para cêntimo nunca chegará a euro, por muitos dólares que traga no bolso..

Orlando Castro Jornalista (CP 925) -

Não se é Jornalista sete horas por diaÉ-se Jornalista 24 horas por dia

TARTUFO OU PRESIDENTE DE TIMOR-LESTE?

Sábado, 17 de Novembro de 2007

Blog PORTUGAL DIRECTO
BAH BAHONA, SENHOR RAMOS HORTA!

O senhor presidente da República Democrática de Timor-Leste, José Manuel Ramos Horta - sem hífen, porque o hífen é uma estúpida mania de grandeza do sujeito - veio a Portugal procurar fazer de todos nós parvos, quando afinal aquilo que demonstrou foi que não passa de um tartufo, um individuo que está a cair no ridículo e que não merece que o respeitemos.

Já aborrece ter de escrever sobre este fulano e não poder referir uma "boa acção", uma só que seja correcta. Temo que caia por este blog alguma nódoa das que dele pingam.

Sabem como é. Quando se fala muito em trampa começa a cheirar mal e até nos podemos sujar. Estas coisas são de fugir e nunca nos aproximarmos. Jamais.

Creio que pela última vez me referirei a este vendedor de banha da cobra que me força a tratá-lo assim por o ter conhecido minimamente e considerar que traiu as minhas expectativas ao revelar-se muitíssimo falso e doentiamente interesseiro. Quando diz que a candidatar-se "só se for a Secretário-Geral da ONU", prova que somente se preocupa em fazer currículo e se está nas tintas para Timor-Leste.

Nunca pensei ter de me referir a Ramos Horta deste modo. Se o faço é porque vi e ouvi o Presidente da República de Timor-Leste entrar pelo meu país, que presumo seja um pouco dele - por dupla nacionalidade - e disparar mentiras e argumentos imbecis em todas as direcções.

Referindo-se, sobranceiro, desrespeitoso e premeditadamente inexacto, a um juiz, por acaso português, com modos impróprios para quem entra em minha casa, no meu país.

Mais grave ainda por estar a atacar sem modos e injustamente quem tem toda a razão, o juiz de direito Ivo Rosa, que a ele só o aconselha a respeitar a Constituição do país onde foi eleito presidente da República, infelizmente.

Horta sabe que nenhum PR democrático e honesto deve interferir com a Justiça, violando a separação de Poderes preconizada, reconhecida e legalizada em países democráticos. Os PR, como todos os outros cidadãos, devem cumprir e fazer cumprir a Constituição. Devem ser os seus guardiães. Devem tudo fazer para a defender.

A Constituição é o garante dos Estados Democráticos!

Quem não nos respeita não merece ser respeitado. Por isso, assim me refiro a este aldrabãozeco que nem sabe aperceber-se de que não está no meio de quem não saiba os seus direitos, deveres, liberdades e garantias.

Os portugueses não têm de estar a ouvir as bacoradas de um babaca destes - um abaixo de Bocassa!

Para agravar a situação, Horta trouxe uma colectânea de mentiras que quase acusavam excesso de carga no aeroporto.

Pelo que diz, o país andou mais em nove meses que nos anos transactos. O país está com as finanças estáveis. O país tem milhares de pessoas pelas ruas, em Díli. O país isto muito bom e aquilo muito bem...

Senhor Horta, vá catar piolhos para a Gronelândia - são fáceis de apanhar porque estão congelados e você nunca foi de muito trabalhar.

É isso, estamos perante alguém que tem vivido do expediente!

Lamentável, caro Zé.
Bah bahona!

Mário Motta

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.