quinta-feira, maio 10, 2007

Resultados ainda provisórios

Indicam que Ramos-Horta obteve cerca de 65% dos votos e Lu-Olo 35%.

Tribunal de Recurso confirma sentença de Rogério Lobato

O Tribunal de Recurso indeferiu o recurso de Rogério Lobato, ex-Ministro do Interior.

Vantagem "muito grande" de Ramos Horta com 80 pc do apuramento - CNE

(ACTUALIZADA) COM AUDIO

(Serviço também disponível em audio em www.lusa.pt)

Díli, 10 Mai (Lusa) - José Ramos Horta leva "uma vantagem muito grande" na segunda volta das eleições presidenciais timorenses quando estão apurados cerca de 80 por cento dos boletins de voto, declarou hoje a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "O desafio da paz em Timor-Leste":

Diz Adelino Gomes:

"O apoio activo de Xanana a Horta e de Alkatiri a Lu-Olo tornam a eleição de hoje numa verdadeira primeira volta da disputa entre a Fretilin e o CNRT"

Não concordo, porque Ramos Horta não é apenas o candidato do "CNRT". É apoiado pelo PD, UDT, PSD, PST, etc. Não podemos confundir todos estes partidos, alguns dos quais com grandes divergências entre si, com o "CNRT".

A afirmação de Adelino Gomes só estaria correcta se RH fosse apoiado unicamente por Xanana e Lu Olo unicamente pela Fretilin, o que também não acontece.

Por outro lado, se Xanana tivesse assim um apoio tão grande, Ramos Horta teria ganho logo na 1ª volta, com uma maioria esmagadora. Foi isto que se passou com Xanana em 2002 e não foi repetido agora, com o seu candidato a recolher apenas mais 2,6% do que Lasama.

Aliás, foi o pânico causado por este fracasso da 1ª volta que levou Xanana e os restantes partidos anti-Fretilin a unirem-se, sabendo que essa era a única possibilidade de derrotarem Lu Olo.

O tira-teimas Fretilin-Xanana só será possível nas legislativas. Aí sim, sem segunda volta, serão todos contra todos.

E Reinado general, Leandro Isaac presidente do Parlamento, etc, etc, etc..

Diário de Notícias – Quarta-feira, 9 de Maio de 2007
Ensaio para as legislativas de Junho
Armando Rafael

Xanana poderá ser o próximo primeiro-ministro.

Ramos-Horta deverá ser o próximo presidente de Timor-Leste, derrotando Francisco Guterres (Lu-Olo) na segunda volta das eleições presidenciais que hoje se realizam no país.

Na ausência de sondagens, esta é, pelo menos, a expectativa criada pelos apoios que os dois candidatos recolheram entre as duas voltas deste escrutínio. Na primeira volta, que se efectuou a 9 de Abril, Lu-Olo, o candidato da Fretilin - partido que tem governado o país desde a independência em 2002 - obteve 27,9% dos votos, contra 21,8% de Ramos-Horta.

Só que o primeiro-ministro em exercício conseguiu reunir à sua volta o apoio de cinco dos seis candidatos preteridos. Com destaque para Fernando Lassama, o líder do Partido Democrático (PD), que registou uns surpreendentes 19,18%.

Com excepção de Manuel Tilman, que conseguiu 4,2% e que apoiou Lu-Olo, tanto Xavier do Amaral (14,4%), como Lúcia Lobato (8,9%), Avelino Coelho (2%) e João Carrascalão (1,7%) optaram por Ramos-Horta, o candidato preferido por Xanana Gusmão para lhe suceder no Palácio das Cinzas.

O que, em termos práticos, significa que estas presidenciais deverão transformar-se num balão de ensaio para as legislativas de 30 de Junho, e que ficarão marcadas pela estreia do partido criado por Xanana: o Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT).

Sem que, neste momento, se consiga perceber muito bem o que é que poderá suceder depois das legislativas, tendo em conta que um dos poucos elos de ligação que parece existir entre Ramos-Horta, Xanana Gusmão, Fernando Lassama, Lúcia Lobato ou Xavier do Amaral passa apenas por afastar a Fretilin e o seu líder, Mari Alkatiri, do poder.

A partir daqui está tudo em aberto. Quanto mais não seja porque nenhum dos partidos deverá repetir a maioria absoluta alcançada pela Fretilin para a Constituinte de 2001. Abrindo-se, assim, espaço a um eventual executivo de coligação, que poderá vir a ser liderado por Xanana Gusmão. Sobretudo se o CNRT tiver mais votos do que o PD e se estes dois partidos em conjunto ultrapassarem a Fretilin, remetendo o partido de Alkatiri e Lu-Olo para a oposição.

Foi a pensar já nas legislativas que Lu-Olo e a Fretilin decidiram alterar a sua estratégia de campanha para a segunda volta das presidenciais. Em vez de voltar a percorrer o país, deslocando-se aos 13 distritos timorenses, Lu-Olo optou, desta vez, por se concentrar em Díli, onde na primeira volta perdeu para Ramos-Horta, deixando que as estruturas do partido se concentrassem no resto. Nomeadamente nos esforços de mobilizações dos autoridades tradicionais que lhe são mais próximas, tentando inverter a tendência para o esvaziamento da Fretilin em certas regiões de Timor-Leste.

Como sucedeu, por exemplo, nos distritos que se situam na parte ocidental do país, onde a queda da Fretilin foi demasiado evidente na primeira volta. Ao ponto de Lu-Olo só ter vencido nos três distritos que se situam no ponto oposto de Timor-Leste: Baucau, Viqueque e Lautém.

A hipótese de a Fretilin continuar no poder parece, assim, comprometida. Em especial porque numa primeira fase contará com a oposição daquele que deverá ser hoje eleito presidente. O que, a confirmar-se, não deixaria de ser algo irónico, uma vez que Ramos-Horta passou o último ano à frente de um Governo da Fretilin, tendo integrado ainda os executivos de Mari Alkatiri.

Eu não te prendo se votares em mim...

Deputado Leandro Isaac vota em Ramos-Horta

Díli, 09 Mai (Lusa) - O deputado independente Leandro Isaac votou hoje no sul do país, escolhendo o candidato José Ramos-Horta na segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste, admitindo que foi graças ao primeiro-ministro que conseguiu exercer o seu direito de voto.
Em declarações à Agência Lusa, por telefone, o deputado que está ausente de Díli desde que se juntou ao militar fugitivo Alfredo Reinado, no final de Fevereiro, em Same, no sudoeste do país, já fala em "grande alegria pela vitória da pessoa" que escolheu, considerando que Ramos-Horta já é o Presidente eleito.

Leandro Isaac admitiu mesmo que conseguiu votar "graças à pessoa de Ramos-Horta, no seguimento de um contacto a 18 de Abril".

Leandro Isaac votou em Alas, "uma das assembleias de voto mais remotas do país, propositadamente porque há lá um grupo de radicais da Fretilin", explicou, rindo, informando também que, "em Alas, há 600 votantes".

Fernando "Lasama" de Araújo, o terceiro candidato mais votado nas eleições de 09 de Abril e que agora apoia Ramos-Horta, ganhou em Alas na primeira volta.

"Cheguei tarde, cerca das 11:00. Fui bem recebido e os radicais foram-se embora. Não tiveram coragem para fazer nada", explicou Leandro Isaac.

"Como é possível alguém de tão longe vir votar aqui, perguntaram algumas pessoas. Quando cheguei à estação de voto, ficaram um bocadinho espantados. Mas direito é direito", afirmou.

O deputado não põe em dúvida a vitória do primeiro-ministro na segunda volta das presidenciais timorenses e justifica o seu entusiasmo dizendo que "quem luta é para ganhar".

Quanto a Alfredo Reinado, "não votou", adiantou Isaac Monteiro.

O deputado tem vivido algures nas montanhas de Manufahi desde que as Forças de Estabilização Internacionais (ISF) tentaram capturar o grupo de Alfredo Reinado em Same, na madrugada de 03 para 04 de Março.

Nos dias do cerco em Same e nas semanas depois do ataque, Leandro Isaac dirigiu palavras muito violentas contra o primeiro-ministro, chamando a José Ramos-Horta o "Prémio Nobel da Guerra".

A zanga com o candidato está resolvida, disse hoje Leandro Isaac, revelando que falou há dois dias com o primeiro-ministro por telefone, depois de ter estado pessoalmente com José Ramos-Horta num comício em Suai, na fronteira sudoeste, dia 03 de Maio.

"Eu considero herói não quem morre no campo de batalha mas quem reconhece um erro e pede desculpa", declarou Leandro Isaac à Lusa.

"Já anteontem lhe dei os parabéns pela vitória nas eleições de hoje", contou o deputado. "Vai vencer com 80 por cento dos votos".

Sobre o caso de Alfredo Reinado e dos peticionários das forças armadas, Leandro Isaac insiste que a via da negociação mediada pela Igreja católica é a única saída.

"Não queremos a intervenção do Estado e muito menos do Governo", sublinhou o deputado.

Se for eleito e falhar aos "contratos eleitorais" com os cinco candidatos que o apoiaram na segunda volta, José Ramos-Horta "terá outros peticionários".

"A luta continua" se as promessas não forem respeitadas, ameaçou Leandro Isaac, sem nunca colocar a vitória de Ramos-Horta no condicional.

O deputado salienta que "tudo podia ter sido resolvido na primeira volta, não fosse o egoísmo e o orgulho" dos timorenses. "A vitória de 'Lu Olo' serviu de lição e espero que os líderes tenham aprendido com o passado", concluiu.

PRM/JCS-Lusa/Fim

Mas...

Viva a democracia. O povo escolheu. Ramos-Horta será o Presidente de todos os timorenses. E todos terão que respeitar o sufrágio.

Nem que seja, para uma vez mais, dar o exemplo.

O crime compensa...

Tudo indica que Ramos-Horta terá vencido as presidenciais.

E infelizmente o crime, a violência, a intriga, a mentira, a injustiça, a demagogia e o populismo triunfaram. Xanana Gusmão e Ramos-Horta atingiram os seus objectivos em pouco mais de um ano.

Transformaram um país num caos, provocaram centenas de vitímas e de deslocados, semearam o terror, e conseguiram recolher os dividendos de um golpe de Estado suportado pelo governo australiano, americano e seus aliados, como o Banco Mundial. Tiveram a conivência das Nações Unidas, que conscientes de tudo o que se passava, optaram pela passividade que lhes é habitual.

Timor-Leste terá um presidente da República medíocre, vaidoso, sem qualquer sentido de uma cultura de Estado democrático e sem princípios éticos.

Os vigaristas, intriguistas, mentirosos e pulhas venceram.

Pobre povo de Timor-Leste.

Ramos-Horta vence as eleições presidenciais

Segundo contagens paralelas.

Ramos-Horta vence as eleições presidenciais

Segundo contagens paralelas.

O desafio da paz em Timor-Leste

Análise de Adelino Gomes

09.05.2007 - 09h19 Adelino Gomes PÚBLICO

A fraca votação obtida por Lu-Olo e Ramos-Horta na 1.ª volta das presidenciais timorenses constitui uma penalização a duas figuras que os eleitores conhecem há longos anos. Mas representa, também, sinal de uma acentuada perda de influência eleitoral do partido de que Lu-Olo é presidente, a Fretilin.
Embora Lu-Olo lembre, nestas páginas, que uma coisa é ouvir os líderes, em Díli, outra ver o povo que vota, na montanha, o apoio de cinco dos seis candidatos que ficaram pelo caminho abre, à partida, perspectivas francas de vitória a Horta.

Será difícil não ler, numa eventual derrota de Lu-Olo - que está a ser prevista pela generalidade dos observadores, mas a que só o voto dos timorenses dará ou não substância -, a antevisão do que serão os resultados eleitorais nas legislativas de 30 de Junho.

O apoio activo de Xanana a Horta e de Alkatiri a Lu-Olo tornam a eleição de hoje numa verdadeira primeira volta da disputa entre a Fretilin e o CNRT. Ao votarem num ou noutro, será a Xanana e a Alkatiri que os eleitores estarão a dar, de algum modo, um sim antecipado. Até porque, no quadro constitucional, é o Governo quem determina, mais do que o Presidente, os caminhos que o Estado segue nas áreas política, económica, social e cultural.

A Presidência, apesar de tudo, ocupa um lugar simbólico de enorme importância no país. Até pela marca que nele deixa a figura ímpar de Xanana. Num país dilacerado por divisões ancestrais a que a crise de há um ano deu perigosas conotações político-partidárias, o grande desafio para o vencedor consistirá, assim, em transformar em duradouro o clima de paz vivido nas últimas semanas.

Qualquer dos cenários em jogo - e eles são numerosos e cruzados: Horta e CNRT (ou uma coligação deste); Horta e Fretilin; Lu-Olo e Fretilin; Lu-Olo e CNRT - exigir-lhe-á ainda especial capacidade para gerar consensos, numa sociedade que apenas começou a aprendizagem da democracia.

Horta e Lu-Olo comprometem-se, nestas páginas, a trabalhar com qualquer Parlamento e Governo eleitos. São boas notícias. Mostram que ambos têm consciência de que a paz nas ruas só será ganha se a elite política garantir, primeiro, a paz nas instituições.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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