domingo, agosto 05, 2007

Os aliados de Xanana... recordando. (1)

Tradução da Margarida:

Entrevista com Mário Carrascalão 1995

Data: Sexta-feira, 09 Junho 1995 - 13:51:00 EDT

'Suara Pembaruan' 4/24/95 conforme tradução pela BBC

['Suara Pembaruan'] Ouvimos dizer que recusou um convite feito pelo Secretário-geral da ONU para atender um encontro entre grupos pró e anti- integração em Salzburg, Áustria.

[Carrascalão] Tive duas razões para recusar o convite. Primeira, eu sou o Embaixador Indonésio na Roménia. O convite não faz parte das tarefas de que me incumbiram. Segunda, o convite foi-me dirigido a mim pessoalmente. Penso que como indivíduo apenas posso agir em assuntos em que República da Indonésia não tenha interesse. Uma vez que estão envolvidos interesses da República da Indonésia, eu não posso agir como indivíduo. Ao assumir o cargo de embaixador Indonésio, eu reconheci totalmente a integração de Timor-Leste na República da Indonésia, porque eu não teria sido embaixador se Timor-Leste não fizesse parte da Indonésia.
Por isso, o que é que falaria a título individual? Explicaria a situação em Timor-Leste no encontro se o governo da República da Indonésia me nomeasse para o fazer, agindo como seu enviado. A título individual, não posso ter nada a fazer com Horta e Abílio Araújo. Eu considero a integração finalizada;
Eu aceitei a integração de 1975. Eu posso questionar a situação, mas não a integração. Eu fui vocal quando fui governador, mas não questionei a integração. Eu procurei maneiras de melhorar a situação em Timor-Leste como uma manifestação da integração, porque eu considero a integração finalizada.

[P] Como é que o Departamento dos Negócios Estrangeiros reajiu à sua recusa?

[R] Eu relatei a minha recusa ao ministro dos negócios estrangeiros e enviei uma carta ao secretário-geral da ONU dizendo que não podia atender o encontro porque eu represento o governo da República da Indonésia.

[P] Qual será o valor diplomático do encontro?

[R] Na minha opinião, como fórum de construção de confiança, o encontro está formatado para criar uma atmosfera favorável para conversações substantivas sobre a questão de Timor-Leste.
Pessoalmente não sei o que serão conversações substantivas, mas eu penso que as conversações substantivas não serão as realizadas entre os grupos pró e anti-integração mas antes entre os ministros dos estrangeiros da República da Indonésia e de Portugal sob o patrocínio do secretário-geral da ONU.
Os dois ministros podem alcançar resultados justos e bons se houver um entendimento preliminar mútuo entre os grupos pró e anti-integração.

[P] Alguma vez se encontrou com os opositores à integração, incluindo o seu próprio irmão João Carrascalão, enquanto esteve de serviço no estrangeiro?

[R] Não tenho nenhum interesse em tais encontros. Eu sou um homem de princípios. Agora que escolhi a Indonésia, manter-me-ei comprometido com a Indonésia. Depois das conversações de Roma, o meu irmão João Carrascalão veio à capital da Roménia, Bucareste, depois de obter a autorização do Ministro dos Estrangeiros Ali Alatas. Ele telefonou-me porque ele queria visitar a residência oficial do Embaixador Indonésio na Roménia. Eu perguntei-lhe para o que é que ele me queria ver – eu sou Indonésio, tu não és.
Eu sou o Embaixador da Indonésia, não de Timor-Leste. Tu não podes ficar na residência do Embaixador da República da Indonésia. Não te posso ver num país onde estou creditado como embaixador. De facto somos irmãos, e podemos vermos em qualquer lugar onde eu não represento os interesses diplomáticos da República da Indonésia. Soube que ele ficou num hotel depois de ter ouvido a minha explicação. Mais tarde ele regressou à Austrália. Não nos vimos. Esta era uma questão de princípio. Não o descartei como meu irmão. Continuamos a ser irmãos, mas tenho que manter os meus princípios.

[P] Ramos Horta e Abílio Araújo?

[A] Lamento, conheço-os demasiadamente bem. Não confio e não confiarei na Fretilin. Por isso, lamento, não há maneira alguma de poder confiar em membros da Fretilin. Baseado na minha experiência, não se podia confiar neles ainda quando a Fretilin era um partido político. Não se pode confiar neles nem agora nem nunca.

[P] O que acha da opinião pública noutros países em relação a Timor-Leste?

[R] Estou confiante que as partes estrangeiras - Portugal e os seus aliados – gradualmente removerão a questão de Timor-Leste das suas agendas se a situação em Timor-Leste melhorar mais. Tudo depende da situação no próprio Timor-Leste. Se deixar de haver desilusão, frustração ou descontentamento em Timor-Leste, a questão de Timor-Leste desaparecerá no estrangeiro porque há maiores problemas no mundo. Nós em Timor-Leste parecemos encarar a questão de Timor-Leste como um problema sério, mas o mundo vê a Bósnia-Herzegovina, Ruanda, e outros como problemas muito grandes. A questão de Timor-Leste não preocupa o mundo. Ponha a questão desta maneira: há fumo no estrangeiro por causa do fogo em Timor-Leste. Por isso, deixem-nos apagar o fogo para prevenir que haja qualquer fumo!

[P] Como se pode responder à situação em Timor-Leste?

[R] Deverá haver um conceito especial de desenvolvimento que posso realmente ir ao encontro das aspirações dos Timorenses. O governo da República da Indonésia gastou uma quantidade enorme de dinheiro em Timor-Leste. O governo tem prestado atenção especial a Timor-Leste, ao contrário doutras regiões, principalmente por causa da sua história passada, que tem sido frequentemente explorada para propósitos políticos.

[P] É Importante a unidade dos Timorenses?

[R] É muito importante. A unidade é a principal vantagem para uma resolução compreensiva da questão na arena internacional.
De acordo com isto, não deve haver nenhumas facções. O partidarismo é um ponto sensível. Já havia sinais de partidarismo quando era governador.

Criando condições favoráveis

[P] Como é que os diplomatas estrangeiros vêem a questão?

[R] Na minha opinião, eles não questionam o estatuto de Timor-Leste, apesar de ter havido queixas ocasionais sobre a situação dos direitos humanos em Timor-Leste. A posição de Portugal é importante. Se a situação em Timor-Leste melhorar, Portugal pode mesmo abordar-nos e pedir ao povo de Timor-Leste para aceitar a integração. Devemos entender que a questão de Timor-Leste já não é mais uma questão de qualquer partido político em Portugal porque a questão envolve agora o governo. Por isso, seja quem for que lidere Portugal continuará a prestar atenção à questão, que se mantém na constituição do país.
De acordo com isto, devemos criar condições favoráveis em Timor-Leste e no próprio Portugal para que um dia peçam ao povo de Timor-Leste para ser parte da Indonésia.

[P] O que é que o governo está a fazer para resolver a questão?

[R] Com esperança, a questão será resolvida sob o Sexto Gabinete de Desenvolvimento por causa do nosso compromisso com este objectivo.
Apenas um obstáculo se mantém no caminho das conversações entre os dois ministros dos estrangeiros sob o patrocínio do secretário-geral da ONU. Portugal é ainda reconhecido internacionalmente como o poder administrante e Timor-Leste mantém-se na sua constituição. Para nós, a integração ficou finalizada pela Lei No 7/1976. Deve haver agora uma atitude de dar e receber para através de entendimento mútuo resolver a questão. Isso agora é connosco.
Melhoremos com seriedade a situação em Timor-Leste! As autoridades aproximaram-se mais do povo. Este é um bom passo. Devem procurar maneiras para ficarem mais próximas do povo. Então o povo sentirá de verdade a presença das forças armadas da República da Indonésia e da administração local como seus protectores. O povo desenvolverá um sentido de felicidade, e um dia Portugal admitirá a derrota e reconhecerá a Indonésia como o único país capaz de tornar próspero o povo de Timor-Leste.

[P] E sobre o papel da Igreja Católica?

[R] Todas as partes têm de compreender e entender que a Igreja Católica tem um papel muito importante em Timor-Leste numa base de curto e longo tempo. Sabemos que a Igreja Católica está directamente sob o Vaticano por causa da natureza internacional da questão de Timor-Leste, mas devemos criar relações harmoniosas para bem do desenvolvimento aqui. Devemos encorajar os Timorenses a darem informações sobre o desenvolvimento não apenas à igreja mas também a funcionários da administração local. Por outras palavras, devemos criar uma atmosfera condutiva que permita ao povo ver os administradores locais, não apenas a Igreja Católica, como os seus protectores. Devemos criar tais condições sem qualquer desvio.

Os aliados de Xanana... recordando. (1)

Mario Carrascalao Interview 1995

Date: Fri Jun 09 1995 - 13:51:00 EDT

'Suara Pembaruan' 4/24/95 as translated by BBC

['Suara Pembaruan'] We heard that you turned down the UN secretary-general's invitation to attend a meeting between pro-and anti- integration groups in Salzburg,
Austria.


[Carrascalao] I had two reasons for turning down the invitation. First, I am the Indonesian ambassador to Romania. The invitation was not part of the duties entrusted to me. Second, the invitation was addressed to me as an individual. I think that as an individual, I can only act on matters of no interest to the Republic of Indonesia. Once the interests of the Republic of Indonesia are involved, I cannot act as an individual. In assuming the post of Indonesian ambassador, I fully recognized the integration of East Timor into the Republic of Indonesia, because I would not have become an ambassador if East Timor had not been part of Indonesia.
Therefore, what would I talk about as an individual? I would explain the East Timor situation at the meeting if I was assigned to do so by the Republic of Indonesia government, acting as its envoy. As an individual, I can have nothing to do with Horta and Abilio Araujo. I consider the integration final;
I accept the integration of 1975. I can question the situation, but not the integration. I was vocal when I was governor, but I did not question integration. I sought ways to improve the situation in East Timor as a manifestation of the integration, because I consider the integration final.

[Q] How did the Department of Foreign Affairs react to your rejection?

[A] I reported my rejection to the minister of foreign affairs and sent a letter to the UN secretary-general saying I was unable to attend the meeting because I represent the Republic of Indonesia government.

[Q] What will the diplomatic value of the meeting be?

[A] In my opinion, as a confidence- building forum, the meeting is designed to create a favourable atmosphere for substantive talks on the East Timor issue.
I do not personally know what the substantive talks will be, but I think that substantive talks will not be held between the pro-and anti- integration groups but rather between the foreign ministers of the Republic of Indonesia and Portugal under the sponsorship of the UN secretary-general.
The two ministers can achieve fair and good results if there is a preliminary mutual understanding between the pro- and anti- integration groups.

[Q] Have you ever met any of those opposed to the integration, including your own brother Joao Carrascalao, while on duty abroad?

[A] I have no interest in such meetings. I am a man of principle. Now that I have chosen Indonesia, I will remain committed to Indonesia. Following the Rome talks, my brother Joao Carrascalao came to the Romanian capital, Bucharest, after obtaining the consent of Foreign Minister Ali Alatas. He called me because he wanted to visit the official residence of the Indonesian ambassador to Romania. I asked what he wanted to see me for - I am Indonesian; you are not.
I am the ambassador of Indonesia, not East Timor. You cannot stay at the residence of the ambassador of the Republic of Indonesia. I cannot see you in a country to which I am accredited as ambassador. We are indeed brothers, and we can see each other in any place where I do not represent the diplomatic interests of the Republic of Indonesia. I learned that he stayed at a hotel after hearing my explanation. He later returned to Australia. We did not see each other. This was a matter of principle. I did not disown him as my brother. We remain brothers, but I have to uphold my principles.

[Q] Ramos Horta and Abilio Araujo?

[A] I am sorry. I know them too well. I do not and will not trust Fretilin [Revolutionary Front for an Independent East Timor] . Therefore, sorry no way I can trust Fretilin members. Based on my experience, they could not be trusted when Fretilin was still a political party. They cannot be trusted, not now or ever.

[Q] How do you see public opinion in other countries regarding East Timor?

[A] I am confident that foreign parties - Portugal and its allies - will gradually remove the East Timor issue from their agenda if the situation in East Timor improves further. Everything depends on the situation in East Timor itself. If there is no longer any disappointment, frustration, or displeasure in East Timor, the East Timor issue will disappear abroad because there are bigger problems in the world. We in East Timor seem to regard the East Timor issue as a major problem, but the world sees Bosnia-Herzegovina, Rwanda, and others as very big problems. The East Timor issue does not bother the world. Put the issue this way: There is smoke abroad because of the fire in East Timor. Therefore, let us put out the fire to prevent any smoke!

[Q] How can the situation in East Timor be redressed?

[A] There should be a special development concept that can truly meet the aspirations of the East Timor people. The Republic of Indonesia government has spent a huge amount of money in East Timor. The government has paid special attention to East Timor, unlike other regions, primarily because of its background, which has frequently been exploited for political purposes.

[Q] Is the unity of the East Timor people important?

[A] It is very important. Unity is the main asset for a comprehensive settlement of the issue in the international arena.
Accordingly, there should be no factions. Factionalism is a sensitive point. There were already signs of factionalism when I was governor.

Creating favourable conditions

[Q] How do foreign diplomats view the issue?

[A] In my opinion, they do not question the status of East Timor, although there have been occasional complaints about the human rights situation in East Timor. Portugal's position is important. If the situation in East Timor improves, Portugal may even approach us and urge the East Timor people to accept integration. We must realize that the East Timor issue is no longer a matter for any political party in Portugal because the issue now involves the government. Thus, whoever leads Portugal will continue to pay attention to the issue, which remains in the country's constitution.
Accordingly, we must create favourable conditions in East Timor and Portugal itself will one day ask the East Timor people to be part of Indonesia.

[Q] What is the government doing to settle the issue?

[A] Hopefully, the issue will be settled under the Sixth Development Cabinet because of our commitment to this objective.
Only one obstacle stands in the way of talks between the two foreign ministers under the sponsorship of the UN secretary-general. Portugal is still internationally recognized as the administrator power and East Timor remains in its constitution. For us, integration was finalized through Law No 7/1976. There should now be a take and give attitude towards mutual understanding to settle the issue. It is up to us now.
Seriously improve the situation in East Timor! The authorities have grown closer to the people. This is a good step. They should seek ways to be closer to the people. The people will thus truly feel the presence of the armed forces of the Republic of Indonesia and the local administration as their protectors. The people will develop a sense of happiness, and Portugal will one day concede defeat and recognize Indonesia as the only country capable of making the East Timor people prosperous.

[Q] What about the role of the Catholic Church?

[A] All sides must understand and realize that the Catholic Church plays a very important role in East Timor on a short and long-term basis. We know that the Catholic
Church is still directly under the Vatican because of the international nature of the
East Timor issue, but we must create harmonious relations for the sake of development here. We must encourage the East Timorese to give information on development not only to the church but also to local administration officials. In other words, we must create a conducive atmosphere that will enable the people to see local administrations, not just the Catholic Church, as their protectors. We must create such conditions without any deviation.

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Rogério Lobato seguiu para a Malásia, por necessid...":

Registrei com apreço a atitude honesta de JL Guterres, que porventura deveria ser seguida por outros.

Caso ele tivesse correspondido ao convite, e partindo do princípio de que a "AMP" formará Governo, teríamos um caso bizarro de um Governo formado por todos os partidos (tirando alguns pequenos) menos o que ganhou. Mas entre todos os militantes desse partido um deles beneficiaria de uma excepção, sendo integrado no Governo e logo com o cargo de vice-primeiro-ministro, como prémio de ser contra a legítima direcção do seu partido.

Acho que assim Timor-Leste nem vai conseguir ascender à categoria dos Estados falhados.

Fica-se por república das bananas...

***

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Dos Leitores":

Só por fanatismo se pode negar que a Fretilin tem feito concessões de vulto para tentar viabilizar um Governo inclusivo que permita criar as condições de estabilidade tão necessárias para que Timor tenha finalmente paz e sossego.

A essas concessões e disponibilidade para negociar, Xanana tem respondido com uma rigidez lamentável.

Na política, há aqueles que colocam os interesses do País em primeiro lugar e outros que só vêem os seus, pelo monóculo da ganância.

Com os primeiros, é fácil dialogar e negociar, pois para esses as ideologias ou os pontos de vista divergentes não são obstáculo a entendimentos. A História da Humanidade está cheia de exemplos desses.

Com os segundos não há nada a fazer. Pertencem simultaneamente aos clubes do "Ou sais tu ou saio eu" e do "Venha a nós". Parece que se alimentam do conflito e fogem da concórdia como o diabo da cruz para não passarem fome.

Esses nunca hão-de ir longe, porque de tão míopes que são não enxergam que, como timorenses que são, também sofrerão as consequências daquilo que fizerem por Timor, para o bem e para o mal.

***

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Dos Leitores":

Programa premonitório...

No dia 1 de Agosto, andava eu a surfar nos canais de TV, quando encontrei por acaso na "RTP Memória" um programa do Herman José [humorista português] que contava com a presença de Ramos Horta, JL Guterres e muitas caras conhecidas entre dezenas de jovens timorenses.

Esse programa foi gravado entre os anos de 1996 e 1999, visto que RH já havia recebido o prémio Nobel e ainda não tinha sido realizado o referendo.

Portanto, há cerca de 10 anos, RH esteve presente num programa da TV portuguesa, onde foi entrevistado e fez algumas declarações interessantes.

Interrogado por HJ se se sentia atraído por cargos políticos num futuro Timor independente, respondeu:

"Para cargos de Governo, não. Não tenho paciência nem tenho vocação".

Alexander Downer, MP – Conferência de Imprensa - 2 Agosto 2007

Tradução da Margarida:

Finalmente disse no Forum Regional da ASEAN que temos ainda 1,000 tropas em Timor-Leste – são muitas tropas para estarem em Timor-Leste. Temos lá polícias, há também operações com a polícia da ONU em Timor-Leste. Agora que já acabaram as eleições e que estão prestes a formar um novo governo temos esperança que o ambiente político acalme por lá, independentemente de como for constituído o governo – isso não é uma questão nossa mas dos Timorenses. Mas é nossa ideia que o povo de Timor-Leste agora precisa de acalmar, continuar com a sua vida e desistir de tentar usar a violência como uma via para resolver disputas e promover carreiras políticas e estou confiante que o Fórum Regional da ASEAN Regional Forum absorba e apoie este sentimento geral.

Assim se houver perguntas fico feliz a tentar respondê-las.

Repórter: Em primeiro lugar sobre Timor-Leste, está a dizer que gostaria que as tropas Australianas começassem a sair de Timor-Leste em breve e tem alguma preocupação com as cinco semanas que está a levar para formar o governo em Timor-Leste?

Sr Downer: Não, não tenho qualquer preocupação com o tempo que está a levar e que leva sempre – num ambiente como aquele onde nenhum partido tem a maioria no parlamento – algum tempo para negociar um governo. Acontece o mesmo nalguns países Europeos. Não acontece no nosso país porque geralmente um partido ou outro tem maioria absoluta. Em países onde os partidos não têm maioria absoluta pode levar bastante tempo. É melhor levar tempo e arranjarem um certo do que apressarem-se e arranjarem um errado.

Em termos das tropas. A autorização da ONU sobre essas tropas expira em Fevereiro do próximo ano. Pode acontecer precisarmos de manter as tropas lá durante algum tempo ainda e o Presidente de Timor-Leste gostaria de que tivéssemos lá as tropas até ao fim de 2008.

O meu ponto sobre isto é que obviamente gostaríamos de reduzir tão depressa quanto possível e por fim sair logo que pudéssemos. Não queremos manter as tropas lá mais um momento do que o necessário mas o que for necessário dependerá das condições no terreno e da opinião da liderança Timorense e no momento eles querem que mantenhamos a presente formação de tropas que temos. Vejamos como correm as coisas depois da formação do governo e quando o governo se instalar podemos ter uma ideia de como reduzir ou mesmo finalmente sair.

Dos Leitores

Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "Bando de oportunistas vai governar Timor-Leste?":

O Ramos-Horta anda há mais de um mês num faz-de-conta a empatar sobre a quem dirigir o convite para a formação do novo Governo. A primeira desculpa era que tinha de ouvir constitucionalistas sobre a quem competia dirigir o convite (depois de o bando dos quatro ter inventado a AMP), mas entretanto propôs a todos os partidos uma “solução inclusiva”.

A Fretilin aceitou o repto do Horta e oficialmente afirmou que acredita que um Governo de Grande Inclusão que integre membros de todos os partidos políticos com assento no Parlamento Nacional contribuirá para que, em Timor-Leste, se volte a ter estabilidade, concluindo com todo o realismo que se não houver estabilidade, nenhum governo poderá funcionar com eficiência.

E até foi mais longe, dizendo-se aberta às opiniões de todos os partidos políticos, e das forças vivas da sociedade civil.

Mas naturalmente que reafirmou - mais uma vez! - o direito constitucional de escolher o Primeiro-Ministro e de formar o Governo, e esclareceu que aceita a mensagem traduzida nos resultados das eleições como uma vontade do povo em integrar no governo todos os partidos representados no Parlamento Nacional.

Em contrapartida, os da suposta AMP, numa arrogância de absoluto desdém pela vontade popular expressa nas eleições, cozinharam uma liderança do PN apenas deles.

E perante a clarividência da Fretilin e o sectarismo da suposta AMP, o Horta mete as dúvidas constitucionais da gaveta, esquece a trapalhada da “solução inclusiva” com que andou a entreter e a entreter-se e convidou o sectário-mor e o maior derrotado para liderar um governo de absoluta exclusão da Fretilin.

Com alguns farsantes o crime compensa no muito curto prazo. Mas apenas no muito curto prazo.

Critérios da comissão e da ONU são antagónicos

Blog Timor Lorosae Nação - 04-08-2007

A posição da ONU em relação aos crimes praticados em 1999 em Timor-Leste está a demonstrar ser cada vez mais antagónica às posições e declarações dos dirigentes timorenses mais destacados como Xanana Gusmão e Ramos Horta. Enquanto que os referidos dirigentes defendem o branqueamento das centenas de crimes praticados durante a violenta ruptura de Timor-Leste com a Indonésia a ONU já anunciou que boicotará a comissão de verdade criada para investigar aqueles centenas de mortes, a não ser que ponham de parte a pretensão de amnistiar as pessoas culpadas de violações aos direitos humanos.

Por meio de um comunicado divulgado ontem a ONU considera que “não pode endossar nem fechar os olhos a amnistias para culpados de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra ou brutais violações dos direitos humanos, assim como não pode fomentar tais crimes”. Investigadores da ONU e do governo de Timor-Leste identificaram dezenas de suspeitos de perpetrar estupros, assassinatos e pilhagens ao longo de meses de derramamento de sangue, entre eles oficiais de alto escalão do Exército indonésio. Até hoje, porém, nenhum desses casos foi a julgamento.

Se o mandato do painel não for alterado a fim de obedecer aos padrões internacionais, funcionários das Nações Unidas "não testemunharão nem participarão de nenhuma espécie de apoio a esse trabalho", avisou a porta-voz Marie Okabe. Benyamin Mangkudilaga, presidente da comissão, disse hoje que nenhuma decisão sobre eventuais amnistias foi tomada ainda, mas não está descartada a possibilidade à concessão de tal benefício.

In Tarde Online/TLN

Rogério Lobato seguiu para a Malásia, por necessidade médica

Jorge Heitor – 4 de Agosto de 2007

O carro de João Carrascalão, presidente da União Democrática Timorense (UDT) e um dos fundadores da recém criada Liga Democrática Progressiva (LDP), foi quinta-feira à noite apedrejado em Díli, onde a situação se mantém tensa enquanto a Aliança com Maioria Parlamentar (AMP) procura formar o IV Governo Constitucional.

A mulher daquele político, Rosa Carrascalão, teve de passar pelo hospital, dado que na sequência do ataque ficou com uma lasca de vidro alojada numa das vistas, o que mais uma vez veio chamar a atenção para as actividades delituosas de grupos de jovens que erguem barreiras na via pública e colocam a população em perigo.

No passado fim-de-semana, na mesma zona da capital, “um pedregulho” atingira a viatura de outro elemento da mesma família, Mário Viegas Carrascalão, presidente do Partido Social Democrata (PSD), que é um dos quatro que fazem parte da AMP, a par do CNRT, do PD e da ASDT.

Mário Carrascalão declarou ontem à noite ao PÚBLICO ser “irreversível” a sua decisão de não aceitar integrar o Governo que está a ser constituído pelo antigo Presidente Xanana Gusmão. E que o faz para facilitar a situação geral no país, de modo a que a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) não tenha mais pretextos para obstaculizar um Executivo em que ela não entre.

Apesar disso, porém, o secretário-geral da Fretilin, José Manuel Fernandes, também ontem consultado pelo PÚBLICO, comentou ser “caso único o segundo partido mais votado (o CNRT, de Xanana) negar o direito do primeiro a formar Governo”. Repetiu a tese de que o seu grupo não considera a AMP uma verdadeira aliança, pois que apenas foi formada depois de apurados os resultados das legislativas de 30 de Junho; e sintetizou: “Não há respeito pela Constituição”. Desmentiu, porém, que a Fretilin esteja a boicotar os trabalhos parlamentares.

Entretanto, de acordo com Mário Carrascalão, a pasta da Agricultura na equipa agora em formação, deverá ser entregue ao secretário-geral do Partido Democrático (PD), Mariano Sabino Lopes, “Asanami”, de 36 anos. E José Luís Guterres, líder da facção Fretilin Mudança e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, teria indeferido um convite de Xanana para eventualmente ficar como vice-primeiro-ministro, por “não se sentir à altura de dominar todos os assuntos”, segundo fonte da ASDT.

Guterres preferiria voltar a chefiar a diplomacia, como o fez quando José Ramos-Horta foi primeiro-ministro. Mas para essa pasta também há a candidatura de Zacarias Albano da Costa, presidente da bancada parlamentar do PSD, pelo que as próximas 24 horas poderão ser decisivas para que se proceda a ajustamentos no elenco governamental que está a ser preparado. Por outro lado, o antigo ministro Rogério Lobato, que tem estado a cumprir pena e acabou por ser hospitalizado, com problemas de próstata, seguiu ontem para a Malásia, a conselho médico, por se entender que necessitava de cuidados inexistentes em Díli.

Bando de oportunistas vai governar Timor-Leste?

Blog Portugal Directo – 04/08/2007

“O princípio do fim da Fretilin será a eleição de ramos horta segundo afirma no seu site, demonstrando absoluta confiança em ser eleito e, por tal, o substituto de Xanana Gusmão na presidência da república timorense”. – in “Público” acerca das eleições presidenciais

Tudo que está a ocorrer em Timor-Leste era de esperar desde que Xanana Gusmão soltou a fúria, até então contida, sobre os adversários que lhe poderiam fazer sombra na prossecução dos seus desígnios, a Fretilin com Mari Alkatiri. Não porque ele tenha algo especificamente contra a Fretilin mas sim contra esta Fretilin que não tem possibilidades de manipular enquanto Mari Alkatiri se mantiver seu secretário-geral.

Historicamente já é do conhecimento geral a tendência que este membro da elite timorense tem para o absolutismo e para conseguir aquilo que pretende sem olhar a meios, sem observar elementares éticas políticas, sem observar o respeito que deve aos adversários de agora que foram seus companheiros de luta pela independência. A possibilidade que Xanana dispôs de enganar a maioria dos que nele acreditaram desvanece-se cada vez mais em cada dia que passa e as loas que antes os portugueses e outros cidadãos do mundo tomavam por verdade, honestidade e simplicidade daquela carismática figura passaram a esbarrar na desconfiança generalizada dos que o estimavam, apoiavam, admiravam a mantinham o fogo da sua lenda aceso. Essas loas já só servem para consumo interno, que agora é o que lhe interessa.

É certo que muito pouco fala Xanana Gusmão actualmente, escudando-se numa invenção chamada AMP – Aliança para a Maioria Parlamentar – e deixando que os outros, figuras minúsculas da política timorense, sedentos de poder sigam em frente, desbravando terreno e fazendo “terra queimada” por onde apontam caminho. Mas a verdade é que se ele muito pouco fala muito faz pela surra. Devagar, devagarinho, os entendidos nas estratégias de golpes de estado e da criação das condições para a tomada do Poder de forma aparentemente democrática têm usado com êxito os seus méritos e conhecimentos adquiridos em experiências anteriores.
As inteligências australianas e norte-americanas têm sabido levar a água ao seu moinho – ou será o petróleo? – e triste será vermos Timor-Leste ficar na posse de países e grupos económicos sem escrúpulos que se usam de políticos fantoches, sem pingo de decência, contaminados pelos vírus do “salve-se quem puder que isto não vai durar sempre!”

Também não constitui grande surpresa o comportamento político do recém eleito presidente da República, José Ramos Horta, sendo melhor precavermo-nos com o dilate da sua decisão em “arrumar” de vez com a Fretilin de Mari Alkatiri – coisa que ele afirmou ir acontecer durante a campanha eleitoral em que participou contra o seu antigo partido, a Fretilin. Na realidade, a Fretilin não foi “arrumada” através do sufrágio universal explicitado pelos eleitores mas está a ser “arrumada” através do cinismo político de Ramos Horta na qualidade de presidente da República timorense ao pretender ignorar que o partido maioritariamente votado nas recentes eleições legislativas foi a Fretilin e que a o CNRT de Xanana Gusmão não passa de uma segunda força política cheia de “oportunistas”, dito pela voz de Mário Carrascalão…

Inopinadamente os partidos perdedores inventaram uma aliança pós-eleitoral para baralhar tudo e retirar o direito legítimo da Fretilin governar, construindo uma maioria parlamentar a que chamam AMP, com os piores filhos de Timor-Leste misturados com alguns dos melhores… mas poucos.

Para quem observa a situação política timorense torna-se incompreensível a opção do PR em entregar o Poder Absoluto à denominada AMP, pactuando com um embuste pós eleitoral. Afinal, a Fretilin não prestou na sua governação enquanto teve o Poder Absoluto dado por uma expressiva maioria nas urnas, a ela, só a ela, e agora este PR, dito Nobel, fomenta o Poder Absoluto em “manta de retalhos” a uma bando de oportunistas – como Carrascalão lhes chamou antes de entrar no bando. Se este é o triste fado dos timorenses melhor será que passem ao vira!

The Hon. Alexander Downer, MP – Media Briefing - 2 August 2007

Finally I've been telling the ASEAN Regional Forum that we still have 1,000 troops in East Timor - that's a lot of troops to have in East Timor. We have police there, there are UN police operations in East Timor as well. Now that the elections are out of the way and they are on the threshold of forming a new government we hope that the political environment there will settle down, regardless of the construct of the government - that is a matter not for us but for the East Timorese. But it is our submission that the people of East Timor need now to settle down, get on with their lives and desist from trying to use violence as a way to settle scores and promote political positions and I'm confident that the ASEAN Regional Forum absorbs and supports this general sentiment.

So if there are any questions I'm happy to try to answer them.

Reporter: Just firstly on East Timor, are you saying you would like Australian troops to start leaving East Timor soon and do you have any concerns about the five weeks it has taken to form government in East Timor?

Mr Downer: No I don't have any concern about the time it has taken and it always takes - in an environment like that when no single party has the majority in parliament - a bit of time negotiating a government. You get that in some European countries. It doesn't happen in our country because usually one party or another has a clear majority. In countries where no countries have a clear majority, it can take quite a bit of time. Better they take time and get it right than rush and get it wrong.

In terms of the troops. The UN authorisation for these troops expires in about February next year. It might be that we will need to keep the troops there for quite some time yet and the East Timor President would like us to keep troops there through to the end of 2008.

My point here is that we would obviously like to downsize as fast as we can and ultimately pull out as fast as we can. We don't want to keep troops there for a moment longer than is necessary but what is necessary will depend on the conditions on the ground and the opinion of the East Timorese leadership and at the moment they want us to keep the present construction of troops there that we have. Let's see how things go after the formation of the government and when the government settles into office we can make judgments down the track about downsizing or even ultimately withdrawing.

Novos fundos vão ajudar 100 mil deslocados internos no Timor-Leste

EFE – 3 agosto 2007

Genebra - A Organização Internacional de Migrações (OIM) recebeu ? 668.350 do escritório de ajuda humanitária da UE para assistir cerca de 100 mil deslocados internos no Timor-Leste, anunciou hoje o organismo com sede em Genebra.

Os fundos serão usados para melhorar as condições logísticas, de transporte e as operações humanitárias nos 16 campos de deslocados internos, assim como para facilitar o retorno e a assistência para a reintegração de centenas de famílias, disse a OIM em comunicado.

"A contribuição da Comissão Européia chega em um momento particularmente crítico, quando a OIM, o Governo e seus associados humanitários redobram esforços para garantir uma contínua proteção aos deslocados internos", declarou o chefe da OIM na capital do Timor-Leste, Dili, Luiz Vieira. Os fundos facilitarão o retorno e a reintegração dos cerca de 100 mil deslocados que vivem há mais de um ano em acampamentos nos arredores de Dili.

O país asiático viveu uma onda de violência em maio de 2006 que o deixou à beira da guerra civil, causou a morte de várias pessoas e provocou uma mudança de Governo com a renúncia do então primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

Desde a explosão da crise, a OIM recebeu doações do Fundo de Emergência da ONU, da Austrália e do Japão no valor de cerca de US$ 4,4 milhões para ajuda aos deslocados internos no Timor-Leste.

Zacarias da Costa poderá ser ministro timorense dos Negócios Estrangeiros

A Semana (Cabo Verde) – 4 de Agosto de 2007
Jorge Heitor

A escolha do novo primeiro-ministro timorense deverá ser formalizada segunda-feira, devendo na terça tomar posse o núcleo duro do IV Governo Constitucional, que sucede aos que nos últimos cinco anos, após a proclamação da independência, foram dirigidos sucessivamente por Mari Alkatiri, José Ramos-Horta e Estanislau da Silva.

Ramos-Horta, agora Presidente da República, já convidou a título privado a Aliança com Maioria Parlamentar (AMP), do seu antecessor Xanana Gusmão, a que constitua equipa, tendo dito quinta-feira à noite na televisão que ela tem condições para ver aprovado um Orçamento pelo Parlamento. Ao contrário da Fretilin, que apesar de ser o partido mais votado nas legislativas de Junho não consegue, mesmo com os seus aliados, controlar mais de 24 dos 65 deputados.

De modo a facilitar a formação de uma equipa governamental da AMP liderada por Xanana, o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Mário Viegas Carrascalão, desistiu de fazer parte do executivo, tendo afirmado à Lusa que a Fretilin o tem como "o alvo a atingir". Mas que a nova maioria parlamentar nunca aceitará um Governo chefiado por um independente, como chegou a ser sugerido por Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária.

Fernanda Borges, líder do Partido de Unidade Nacional (PUN), que votou ao lado da AMP na escolha de Fernando "Lasama" de Araújo para a presidência do Parlamento, considerou ontem ao PÚBLICO ser "muito lamentável" que Carrascalão não vá para vice-primeiro-ministro, dada a sua "experiência governamental e administrativa".

No caso de se manter a actual impossibilidade de qualquer Governo de Grande Inclusão, de que a Fretilin viesse a fazer parte, como Ramos-Horta e Alkatari gostariam, a bem da estabilidade nacional, as perspectivas actuais são de que Xanana Gusmão tome posse na terça-feira como primeiro-ministro.

De acordo com fonte da AMP ontem à noite consultada pelo PÚBLICO, o ministério dos Negócios Estrangeiros deverá ser entregue ao presidente da bancada parlamentar do PSD, Zacarias Albano da Costa, vice-presidente da Cruz Vermelha de Timor-Leste. O da Justiça está destinado a Lúcia Lobato, vice-presidente da mesma bancada, e o das Finanças a Giall Alves, secretário-geral da Associação Social Democrata Timorense (ASDT).

Ainda segundo os quadros da AMP (conjunto formado por CNRT, ASDT, PSD e PD), Agio Pereira, que era chefe de gabinete de Xanana enquanto Presidente da República, deverá agora ficar como secretário de Estado na Presidência do Conselho de Ministros. E deixa de se considerar a possibilidade de um lugar de vice-primeiro-ministro, depois da desistência do antigo governador Mário Viegas Carrascalão, engenheiro agrário que entendeu que estava a ser "utilizado (em cartazes da Fretilin) como objecto para travar a nomeação do próximo governo".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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