sexta-feira, março 14, 2008

Harsh spotlight on Timor forces

The Age

Stephanie March, Dili
March 15, 2008

EAST Timor's police and military have been accused of beating and torturing citizens since a state of emergency began following the February 11 attacks that left President Jose Ramos Horta wounded and rebel leader Alfredo Reinado dead.

Sources in Ermera district, close to where the remaining rebels are reportedly hiding, have complained of beatings by the military as the hunt for rebel leader Gastao Salsinha and his followers continues.

A report by the Ombudsman for Human Rights detailed eight separate incidents of beatings, unlawful detention and harassment by the police, known as the PNTL, and military, or FDTL, under the state of emergency, but sources from Parliament and police say the numbers are much higher.

In one incident from the report, a group of armed military police using four-wheel-drives with tinted windows and no registration plates chased a man through the capital, Dili, before assaulting him and dislocating his shoulder.

In another incident, a group of police reportedly entered a victim's house in Dili without an arrest warrant and kicked him in the stomach.

"There was no need to use such excessive force to arrest the individual. These actions show an abuse of power on the part of the authority, violating human rights during the state of siege," said the report.

The report comes as problems between the joint command and United Nations police begin to surface.

At Dili airport late last month, a group of FDTL military forced UN police at gunpoint to hand over a suspect they had brought by helicopter from the western enclave of Oecussi.

The Deputy Commissioner of the UN Police in East Timor, Hermanprit Singh, said the incident at the airport was unfortunate but was being investigated.

There have been other reports that UN police who have tried to stop beatings of innocent civilians by the PNTL have been threatened by PNTL officers.

A spokeswoman for the UN mission admitted they too were receiving complaints of human rights violations by police and military but she refused to elaborate.

The country's ombudsman, Sebastiao Dias Ximenes, compared the "mentality" of the East Timorese forces to that of the Indonesian police during their 24-year occupation of the island nation. "If I compare with Indonesian time, the police of Indonesian (are) better than our police — not worse but better," Mr Ximenes said.

The report also named the International Stabilisation Force, which comprises Australian and New Zealand troops, as inappropriately capturing people caught breaking the 10pm-6am curfew, but did not detail specific incidents.

The ISF are providing tactical and operational support to the 465 Timorese officers deployed to 30 checkpoints across the country as authorities wait for the remaining rebels to surrender.

Both East Timor's Police Commander, Alfonso De Jesus, and Commander of the ISF, Brigadier James Baker, refused to comment on the report's findings.

East Timorese MP Fernanda Borges, leader of the Parliamentary Committee on Human Rights, said Parliament had received more reports about aggressive behaviour and unlawful assaults, including intimidation. She had received reports from victims that security forces were using this opportunity to "settle old scores" that they might have had from the 2006 crisis or the resistance years.

Mr Ximenes said neither police nor military wore name tags on their uniforms, making it difficult for victims to identify perpetrating officers and near impossible to take disciplinary action.

Last month analysts expressed grave concern at the East Timorese Government's decision to merge the police and military under the same command for the period of the state of emergency, just two years after violence between sections of the two forces destabilised the country, leaving 37 dead and forcing 150,000 to flee their homes.

International Crisis Group analyst Sophia Cason warned the merger could lead to a confusion of roles and powers.

The ISF are providing tactical and operational support to the 465 Timorese officers deployed to 30 checkpoints across the country as authorities wait for the remaining rebels to surrender.

Both East Timor's Police Commander, Alfonso De Jesus, and Commander of the ISF, Brigadier James Baker, refused to comment on the report's findings.

East Timorese MP Fernanda Borges, leader of the Parliamentary Committee on Human Rights, said Parliament had received more reports about aggressive behaviour and unlawful assaults, including intimidation. She had received reports from victims that security forces were using this opportunity to "settle old scores" that they might have had from the 2006 crisis or the resistance years.

Mr Ximenes said neither police nor military wore name tags on their uniforms, making it difficult for victims to identify perpetrating officers and near impossible to take disciplinary action.

Last month analysts expressed grave concern at the East Timorese Government's decision to merge the police and military under the same command for the period of the state of emergency, just two years after violence between sections of the two forces destabilised the country, leaving 37 dead and forcing 150,000 to flee their homes.

International Crisis Group analyst Sophia Cason warned the merger could lead to a confusion of roles and powers.

Tradução:

Dura reflexão sobre as forças de Timor

The Age

Stephanie March, Dili
Março 15, 2008

A polícia e as forças militares de Timor-Leste têm sido acusadas de agredir e torturar cidadãos desde que começou o Estado de Emergência no seguimento dos ataques de 11 de Fevereiro que deixaram ferido o Presidente José Ramos Horta e morto o líder amotinado Alfredo Reinado.

Fontes no distrito de Ermera, próximas de onde estão escondidos os amotinados, segundo relatos, queixaram-se de agressões pelas forças militares enquanto continua a caça pelo líder amotinado Gastão Salsinha e os seus seguidores.

Um relatório do Provedor dos Direitos Humanos detalhou oito incidentes separados de agressões, detenção ilegal e assédio pela polícia, a PNTL, e forças militares, ou FDTL, sob o estado de emergência, mas fontes do Parlamento e da polícia dizem que os números são muito maiores.

Num incidente do relatório, um grupo armado da polícia militar usou um carro de quatro rodas com janelas pintadas e sem placas de matrícula para perseguir um homem através da capital, Dili, antes de o assaltar e de lhe descolar um ombro.

Noutro incidente, um grupo de polícias, segundo notícias, entrou na casa da vítima sem mandato de captura e pontapeou-o no estômago.

"Não havia necessidade de usar força tão excessiva para prender o indivíduo. Essas acções mostram um abuso de poder da parte da autoridade, violando direitos humanos durante o estado de sítio," disse o relatório.

O relatório chega quando começam a vir à superfície problemas entre o comando conjunto e a polícia das Nações Unidas.

No fim do mês passado, no aeroporto de Dili, um grupo de militares das FDTL forçou a polícia da ONU sob a ponta dum revólver a entregar um suspeito que tinham trazido por helicóptero do enclave de Oecussi, no oeste.

O Vice-Comissário da Polícia da ONU em Timor-Leste, Hermanprit Singh, disse que o incidente no aeroporto foi infeliz mas que estava a ser investigado.

Houve outros relatos da polícia da ONU tentar parar agressões de inocentes civis pela PNTL tendo sido ameaçados por oficiais da PNTL.

Uma porta-voz da missão da ONU admitiu que estavam a receber queixas de violações de direitos humanos por polícias e militares mas ela recusou elaborar.

O Provedor do país, Sebastião Dias Ximenes, comparou a "mentalidade" das forças Timorenses com as da polícia Indonésia durante a sua ocupação de 24 anos da ilha nação. "Se comparar com o tempo dos Indonésios, a polícia da Indonésia (era) melhor que a nossa polícia — não pior mas melhor," disse o Sr Ximenes.

O relatório também disse que a Força Internacional de Estabilização, que inclui tropas Australianas e da Nova Zelândia, como tendo capturado incorrectamente pessoas apanhadas a quebrar o recolher obrigatório das 10 pm - 6 am, mas não detalharam incidentes específicos.

A ISF está a dar apoio táctico e operacional aos 465 oficiais Timorenses destacados em 30 postos de controlo através do país enquanto as autoridades esperam pela rendição dos restantes amotinados.

Ambos o Comandante da Polícia de Timor-Leste, Afonso de Jesus, e o Comandante da ISF, Brigadeiro James Baker, recusaram comentar as conclusões do relatório.

A deputada Timorense Fernanda Borges, líder do Comité Parlamentar dos Direitos Humanos, disse que o Parlamento tinha recebido mais relatos de comportamento agressivo e de assaltos ilegais, incluindo intimidação. Tinha recebido relatos de vítimas de que as forças de segurança estavam a aproveitar esta oportunidade para "acertar contas velhas" que podiam ter da crise de 2006 ou dos anos da resistência.

O Sr Ximenes disse que nem a polícia nem os militares usavam etiquetas com os nomes nos seus uniformes, tornando assim difícil para as vítimas a identificação dos oficiais implicados e quase impossível tomar acções disciplinare.

Analistas expressaram no mês passado grave preocupação com a decisão do Governo Timorense fundirem a polícia e os militares debaixo do mesmo comando durante o período do estado de emergência, apenas dois anos depois da violência entre secções das duas forças terem desestabilizado o país, deixando 37 mortos e forçando 150,000 a fugirem das suas casas.

A analista do International Crisis Group, Sophia Cason avisou que a fusão pode levar a confusão de papéis e poderes.

With a bullet in his brain, a Timor soldier goes for fish'n'chips

The Age
Lindsay Murdoch, Darwin
March 15, 2008

AN EAST Timorese army officer shot during the attacks in Dili last month has walked out of hospital in Darwin with hundreds of fragments of a bullet lodged in his brain.

Royal Darwin Hospital doctors expect that Celestino Fili Gama will be able to resume a normal life with the fragments still in his brain after making an extraordinary recovery.

"He's very lucky but, yes, he will have trouble passing through airport metal detectors," Dr Gavin Chin told The Age yesterday.

"If the bullet had a slightly different trajectory he would have died."

Mr Gama, a lieutenant, was shot at least twice during a gun battle at the home of East Timor's President Jose Ramos Horta, who was also seriously wounded.

Doctors who treated Mr Gama in Dili before he was flown to Darwin gave him little chance of surviving.

X-rays in Darwin showed bullet parts lodged fully in the left half of his brain.

"There were literally hundreds of tiny fragments," Dr Chin said.

"It was not possible to remove them without causing further damage."

Mr Gama, 32, yesterday walked from the hospital after being discharged and went to Darwin's Stokes Hill Wharf for a lunch of fish and chips.

"I'm feeling a lot better … almost back to normal," he said.

Mr Gama will have outpatient rehabilitation at the hospital for several months.

Dr Chin said Mr Gama had some difficulty speaking and some body paralysis.

Mr Gama did not want to talk about what happened at Mr Ramos Horta's home on a hill overlooking Dili harbour, near where Mr Gama lives with his wife and two young children. But it is believed he was by chance driving past the house when he was shot by an unknown gunman.

Mr Gama said he was happy that Mr Ramos Horta was recovering in Darwin's Private Hospital after six operations, the latest a skin graft this week.

Mr Ramos Horta suffered horrific chest and stomach injuries when he was shot twice and lay bleeding for at least 30 minutes before an ambulance arrived.

Mr Ramos Horta is expected to return to a hero's welcome in Dili within weeks. Yesterday, he issued a statement from the hospital saying he had full confidence in East Timor's leaders to deal with the crisis in the country.

He denied media reports that he had named the rebel who shot him as Marcel Caetano. He said he had not made any statement about the February 11 attacks.

Mario Carrascaloa, an influential politician in Dili, said Mr Ramos Horta had told a group of politicians who visited him this week that he recognised the rebel who shot him but could not remember his name.

Hundreds of Timorese soldiers and police are in the country's mountains, hunting the rebels responsible for the attacks.

Their leader, Gastao Salsinha, this week sent a handwritten message from the mountains declaring he would surrender only to Mr Ramos Horta when he returned to the country.

But soldiers and police have orders to kill the rebels if they do not surrender immediately.

Tradução:

Com uma bala no cérebro, um soldado de Timor vai ao peixe e batatas fritas

The Age
Lindsay Murdoch, Darwin
Março 15, 2008

Um oficial das forças armadas de Timor-Leste baleado durante os ataques em Dili no mês passado saiu do hospital em Darwin com centenas de fragmentos duma bala alojados no cérebro.

Os médicos do Royal Darwin Hospital esperam que Celestino Fili Gama seja capaz de retomar a sua vida normal com os fragmentos ainda no cérebro depois de ter feito uma recuperação extraordinária.

"Ele tem muita sorte, mas terá problemas para passar nos detectores de metais nos aeroportos," disse o Dr Gavin Chin ontem ao The Age.

"Se a bala tivesse tido uma trajectória minimamente diferente teria morrido."

O Sr Gama, um tenente, foi baleado pelo menos duas vezes durante um tiroteio em casa do Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta, que também ficou gravemente ferido.

Os médicos que trataram o Sr Gama em Dili antes de ter sido aero-transportado para Darwin tinham-lhe dado poucas possibilidades de sobreviver.

X-rays em Darwin mostraram partes das balas alojadas completamente na metade esquerda do seu cérebro.

"Havia literalmente centenas de pequenos fragmentos," disse o Dr Chin.

"Não era possível removê-los sem causar mais danos."

O Sr Gama, 32 anos, ontem saiu pelo seu pé do hospital depois de ter tido alta e foi até ao Stokes Hill Wharf de Darwin para um almoço de peixe e batatas fritas.

"Estou-me a sentir muito melhor … quase de volta ao normal," disse ele.

O Sr Gama terá cuidados de re-habilitação ambulatório no hospital durante vários meses.

O Dr Chin disse que o Sr Gama tinha algumas dificuldades a falar e algumas paralisias no corpo.

O Sr Gama não quis falar do que aconteceu na casa do Sr Ramos Horta num monte sobre o porto de Dili, perto de onde o Sr Gama vive com a mulher e dois filhos pequenos. Mas acredita-se que por acaso ele passava de carro perto da casa quando foi baleado por um pistoleiro desconhecido.

O Sr Gama disse que estava contente por o Sr Ramos Horta estar a recuperar no Private Hospital em Darwin depois de seis operações, sendo a última um enxerto de pele esta semana.

O Sr Ramos Horta sofreu horríveis feridas no peito e no estômago quando foi baleado duas vezes e ficou deitado no chão a sangrar durante pelo menos 30 minutos antes da ambulância chegar.

Espera-se o regresso do Sr Ramos Horta dentro de semanas para uma recepção de herói em Dili. Ontem, ele emitiu uma declaração do hospital dizendo que tinha total confiança nos líderes de Timor-Leste para para lidarem com a crise no país.

Ele negou notícias dos media que tinha dito que quem o tinha baleado fora o amotinado Marcelo Caetano. Disse que não tinha feito nenhuma declaração sobre os ataques de 11 de Fevereiro.

Mário Carrascalão, um político influente em Dili, disse que o Sr Ramos Horta tinha contado a um grupo de políticos que o tinham visitado esta semana que tinha reconhecido o amotinado que o tinha baleado mas que não se conseguia lembrar do nome dele.

Centenas de polícias e de soldados Timorenses estão nas montanhas do país, à caça dos amotinados responsáveis pelos ataques.

O líder deles, Gastão Salsinha, enviou esta semana, das montanhas, uma mensagem escrita à mão declarando que se rende apenas ao Sr Ramos Horta quando ele regressar ao país.

Mas os soldados e polícias têm ordens para matar os amotinados se não se renderem imediatamente.

Santa hipocrisia...

"O Governo entende que a melhoria do sistema judiciário de Timor-Leste, faz parte de um processo mais amplo da reforma do Estado e de desenvolvimento económico e social. Justiça que não é célere, eficaz e universal, contribui para um clima de impunidade, enfraquecendo a autoridade democrática do Estado."


"Sem prejuízo dos valiosos avanços conseguidos até aqui, este Governo considera que a organização judiciária tem que ser repensada para que, por um lado, nenhum cidadão, seja qual for o seu estatuto social, profissional ou económico esteja acima da Lei e, por outro, para que sejam conciliados os ideais de desenvolvimento, liberdade e segurança."

Xanana Gusmão

Alocução PM por ocasião da tomada de posse de novos Magistrados

Alocução de Sua Execelência o Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão por ocasião da cerimónia de tomada de posse dos Juizes, Procuradores e Defensores Públicos, hoje, 14 de Março, No Tribunal de Recurso em Caicoli, Dili.

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

ALOCUÇÃO
DE SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO
KAY RALA XANANA GUSMÃO
POR OCASIÃO DA CERIMÓNIA DE TOMADA DE POSSE
DOS JUÍZES, PROCURADORES E DEFENSORES PÚBLICOS

14 de Março de 2008
Tribunal de Recurso
Caicoli, Díli

Exmos. Senhores Magistrados e Defensores Públicos
Senhoras e Senhores,

Quero em primeiro lugar congratular os Juízes, Procuradores e Defensores Públicos estagiários que frequentaram o segundo curso no Centro de Formação Jurídica e que acabaram de tomar posse nas suas novas funções. A formação de mais dez “operadores judiciários” constitui mais um passo no árduo caminho que é o processo de edificação de um dos principais Órgãos de Soberania do País, que são os Tribunais.

Desde que a nossa Nação é soberana e independente que todos os esforços têm sido realizados no sentido de consolidar uma cultura judiciária com tribunais que funcionem de uma forma imparcial, acessível e eficaz. A formação de Juízes, Procuradores e Defensores Públicos, modelo que vem sendo desenvolvido no Centro de Formação Jurídica, faz parte deste desígnio, não podendo deixar de expressar o meu agradecimento a todos os que colaboraram para o êxito deste curso. O progresso na formação de Magistrados, deve ser considerado como uma riqueza inestimável para o País.

O Governo entende que a melhoria do sistema judiciário de Timor-Leste, faz parte de um processo mais amplo da reforma do Estado e de desenvolvimento económico e social. Justiça que não é célere, eficaz e universal, contribui para um clima de impunidade, enfraquecendo a autoridade democrática do Estado.

Mais do que nunca, na nossa recente história, a Justiça é encarada como uma premissa essencial para ultrapassar a crise que vivemos e dar um voto de esperança ao Povo, devolvendo-lhe a confiança nas instituições democráticas do País. Sem prejuízo dos valiosos avanços conseguidos até aqui, este Governo considera que a organização judiciária tem que ser repensada para que, por um lado, nenhum cidadão, seja qual for o seu estatuto social, profissional ou económico esteja acima da Lei e, por outro, para que sejam conciliados os ideais de desenvolvimento, liberdade e segurança.

Vivemos momentos difíceis em que a própria ordem constitucional democrática foi posta em causa e cujos factores são de uma complexa dimensão social e política. Feito o diagnóstico, revela-se de especial importância o desenvolvimento da área criminal, com especial ênfase na investigação de crimes e numa maior articulação com o aparelho policial, sobretudo com a polícia de investigação criminal.

O desenvolvimento de capacidades nesta área, acompanhado de um eficaz sistema de prisões preventivas, de estabelecimentos prisionais, incluindo a criação de um estabelecimento prisional militar, e novas abordagens de combate à criminalidade e insegurança, fomentará a Justiça, a Segurança e o Bem-Estar de todos, sendo este o objectivo e a razão de ser do Estado.

Quando a autoridade democrática do Estado é posta em causa, exige-se que o poder se exerça: poder legislativo, executivo e de administração da justiça em nome do povo - juntos temos que preparar uma resposta colectiva para que o nosso Povo viva com a dignidade que merece.

A melhoria da administração da justiça, a reforma da gestão do sistema e a aceleração dos procedimentos processuais são prioridades para este Governo mas que só serão eficazes se os tribunais forem dotados de recursos humanos suficientes e capazes. Os Magistrados e Defensores Públicos são os servidores dos interesses da Nação, dos interesses do Povo, na firme defesa do Estado de Direito Democrático que a Constituição consagra e, por isso, o nobre papel que lhes estará confiado no futuro, é o de serem reconhecidos pela comunidade como o garante dos direitos fundamentais.

Senhores Juízes, Procuradores e Defensores Públicos,

Ao incorporarem os Tribunais e as instituições judiciais estão a assumir um compromisso com toda a comunidade, de promoção da Justiça e da defesa dos direitos e legítimos interesses dos cidadãos, que começa numa conduta responsável e na acção por uma justiça pronta e eficaz todos os dias.

Da parte do Governo, enquanto Primeiro-Ministro, dou a garantia de permanente apoio institucional nesta vossa missão e no apelo à cooperação dos cidadãos, sendo para isso necessário a adequada compreensão dos sistemas e dos actos para que se lhes pede cooperação, o que passa por uma campanha prolongada de informação, para que mais tarde não possam invocar desconhecimento das consequências dos seus comportamentos condenáveis.

Por isto, este Governo está empenhado no esclarecimento e na participação cívica, adoptando uma política transversal para o sector da justiça, que passa pelas escolas e pela educação. É fundamental que os jovens percebam em que medida a democracia, o desenvolvimento e o bem-estar, estão dependentes de uma justiça que funciona, incutindo uma cultura de rigor e de responsabilização, não apenas nos órgãos do poder e dos agentes da justiça mas em todos os cidadãos.

Desejo-vos um bom trabalho na contribuição para a solução de problemas que afectam a nossa sociedade e o nosso Povo. A sociedade timorense conta com a vossa dedicação e empenho.

Muito obrigado.
Kay Rala Xanana Gusmão

UNMIT – MEDIA MONITORING - Thursday, 14 March 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Report

TVTL News Coverage

Lasama: Salsinha not far away: The Acting President of the Republic, Fernando Lasama, has again asked Salsinha to surrender. "I think he is still here in Timor-Leste. We hope that he will think about the solution for the nation ... if Salsinha opens fire, then members of the operation will of course defend themselves," said PR Lasama.

Related to the statement of Prosecutor General Longuinhos Monteiro that some people are influencing Salsinha not to surrender, Acting President Lasama said it would be in the interests of some people if Salsinha died as he would also bury with him all the information he had. “We consider him to be a main witness as he led the attack against PM Xanana in Balibar. I think Salsinha has lots of information about this,” said Acting PR Lasama on Thursday (13/2) in Palacio das Cinzas Caicoli, Dili. (DN)

Tara: Petitioners have option to return to military: Major Tara said that the petitioners have an option to return to the military as stated in the questionnaires provided by the Government. "Some questions asked: Do you want to return to the military even though you left it for two years?' Provide your explanation," said Major Tara after meeting with PM Xanana on Thursday (13/2) in Palacio do Governu, Dili.

RTL News Coverage
No RTL news.

Print Coverage

Lasama: “Salsinha key informant of February 11”: The Acting President of the Republic, Fernando Lasama considers Salsinha to be the key person in the attempts made against PR Ramos-Horta and PM Xanana on February 11. Related to the statement of Prosecutor General Longuinhos Monteiro that some people are influencing Salsinha not to surrender, Acting President Lasama said it would be in the interests of some people if Salsinha died as he would also bury with him all the information he had. “We consider him to be a main witness as he led the attack against PM Xanana in Balibar. I think Salsinha has lots of information about this,” said Acting PR Lasama on Thursday (13/2) in Palacio das Cinzas Caicoli, Dili. (DN)

Fretilin asks Govt to implement ICI resolutions: Fretilin MP in the National Parliament has asked Prime Minister Xanana Gusmao to implement the resolution of the International Commission of Inquiry approved by the National Parliament to investigate the attacks against PR Horta and PM Xanana on February 11.

"It has already been one month since the events of February 11. The Government should implement the International Commission of Inquiry immediately in order to get to the truth of the matter," said Francisco Miranda, Fretilin member of NP on Thursday (13/3) in the National Parliament. (DN)

National News Sources:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Nacional (DN)

Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Quinta-feira, 14 Março 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e do seus conteúdo não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Cobertura de Notícias

Lasama: Salsinha não está longe: O Presidente da República Interino, Fernando Lasama, tornou a pedir a Salsinha para se render. "Penso que ele está ainda aqui em Timor-Leste. Esperamos que ele pense acerca da solução para a nação ... se Salsinha abrir fogo, então obviamente os membros da operação se defenderão a eles próprios," disse o PR Lasama.

Relacionado com a declaração do Procurador-Geral Longuinhos Monteiro de algumas pessoas estarem a influenciar Salsinha para não se render, o Presidente Interino Lasama disse que é do interesse de algumas pessoas que Salsinha morra dado que levaria com ele para a cova a informação que tinha “Consideramos que ele é a testemunha principal dado que ele liderou o ataque contra o PM Xanana em Balibar. Penso que Salsinha tem muita informação à cerca disto,” disse o PR Interino Lasama na Quinta-feira (13/2) no Palácio das Cinzas Caicoli, Dili. (DN)

Tara: Peticionários têm a opção de voltar para as forças militares: O Major Tara disse que os peticionários têm uma opção para voltarem para as forças militares conforme está declarado nos questionários entregues pelo Governo. "Algumas questões perguntam: Quer regressar para as forças militares mesmo apesar de ter saído há dois anos ?' Dê a sua explicação," disse o Major Tara depois de se encontrar com o PM Xanana na Quinta-feira (13/2) no Palácio do Governo, Dili.

RTL Não houve Cobertura de Notícias

Cobertura Impressa

Lasama: “Salsinha informador chave de 11 de Fevereiro”: O Presidente da República Interino, Fernando Lasama considera que Salsinha é a pessoa chave nos atentados contra PR Ramos-Horta e PM Xanana em 11 de Fevereiro. Relacionado com a declaração do Procurador-Geral Longuinhos Monteiro que algumas pessoas estão a influenciar Salsinha para não se render, o Presidente Interino Lasama disse que seria do interesse de algumas pessoas se Salsinha morrer dado que isso enterraria também com ele a informação que ele tivesse. “Consideramos que ele é a testemunha principal dado que ele liderou o ataque contra o PM Xanana em Balibar. Penso que Salsinha tem muitas informações sobre isto,” disse o PR Interino Lasama na Quinta-feira (13/2) no Palácio das Cinzas Caicoli, Dili. (DN)

Fretilin pede ao governo para implementar as resoluções da CII: Um deputado da Fretilin no Parlamento Nacional pediu ao Primeiro-Ministro Xanana Gusmão para implementar a resolução da Comissão Internacional de Inquérito aprovada pelo Parlamento Nacional para investigar os ataques contra PR Horta e PM Xanana em 11 de Fevereiro.

"Já passou um mês desde os eventos de 11 de Fevereiro. O Governo deve implementar a Comissão Internacional de Inquérito imediatamente de modo a obter-se a verdade da matéria," disse Francisco Miranda, deputado da Fretilin do PN na Quinta-feira (13/3) no Parlamento Nacional. (DN)

Fontes de Notícias Nacionais:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Nacional (DN)

Weekly Security Brief 8-14 March 2008

Unmit PIO

This is a broadcast of the UN Police in Timor-Leste to provide you with information about the security situation around the country.
8-14 March 2008

The security situation across the country remains stable but fragile. The 10pm to 6am curfew continues.

During the past week, a total of 26 security incidents were reported for the whole country; 22 in Dili and 4 in the districts (reporting period 5-11 March). The majority of security incidents continue to be low-level assaults and minor public disturbances. Two homicides were reported in Dili and one in Bobonaro. There were no incidents of group fighting. A total of 157 arrests were made, primarily for curfew violations.

In order to maintain a strong security presence in Dili, over 300 United Nations Police from Portugal, Bangladesh, and Malaysia together with the Australian Federal Police and PNTL Task Force are actively patrolling all areas of the city.

There were two arrests made for suspects related to the October 2007 Border Patrol Unit case. The suspects have been presented before the courts.

There have been no security incidents at the IDP camps. A total of 139 families have received the Government’s recovery package and successfully reintegrated into their communities. A further 627 families have registered their willingness to return and are waiting to be verified. This week, 42 families left the Dominican sisters IDP camp in Dili to return home.

There have been no serious security incidents at Aitarak-laran where an estimated 670 petitioners are still gathered.

Tradução:

Resumo de segurança da semana 8-14 Março 2008

Unmit PIO

Esta é uma emissão da Polícia da ONU em Timor-Leste para lhe dar informação sobre a situação da segurança pelo país.
8-14 Março 2008

A situação da segurança no país mantém-se estável e frágil. Continua o recolher obrigatório das 10 pm até às 6 am.

Durante a semana passada, foram reportados um total de 26 incidentes de segurança em todo o país; 22 em Dili e 4 nos distritos (período reportado 5-11 Março). A maioria dos incidentes de segurança continuam a ser assaltos de baixo nível e distúrbios públicos menores. Foram reportados dois homicídios em Dili e um em Bobonaro. Não houve qualquer incidente de luta de grupos. Fez-se um total de 157 detenções, principalmente por violações ao recolher obrigatório.

De modo a manter uma forte presença de segurança em Dili, mais de 300 polícias da ONU de Portugal, Bangladesh, e Malásia juntamente com a Polícia Federal Australiana e a Task Force da PNTL estão a patrulhar activamente todas as áreas da cidade.

Houve duas prisões a suspeitos relacionados com o caso da Unidade da Patrulha da Fronteira em Outubro de 2007. Os suspeitos foram levados a tribunal.

Não houve nenhuns incidentes de segurança nos campos de deslocados. Um total de 139 famílias receberam o pacote de recuperação do Governo e reintegraram-se com sucesso nas suas comunidades. Mais 627 famílias registaram a sua vontade em regressarem a estão à espera da verificação. Esta semana, 42 famílias deixaram o campo de deslocados das irmãs Dominicanas em Dili para voltarem a casa.

Não houve nenhum incidente grave de segurança em Aitarak-laran onde ainda estão reunidos numa estimativa 670 peticionários.

Timor suspect urged to give up

Paul Toohey and Mark Dodd- March 14, 2008
The Australian

MARCELO Caetano may be the most worried man in Southeast Asia right now.
As The Australian reported yesterday, Arsenio Ramos Horta revealed that it was Caetano who shot his brother, East Timor President Jose Ramos Horta, during a raid on his villa on February 11.

Arsenio said the President recognised Caetano because he had allowed him to recuperate in his private villa after Caetano had himself been shot in 2006.

A senior East Timorese government source said last night: "Let's remember he's innocent until proven guilty. He's got to have his day in court. He really needs to surrender, come here (to Dili) and explain himself."

Caetano is one of a dwindling band of ex-army petitioners refusing to surrender to Timorese authorities. He is understood to be with rebel leader Lieutenant Gastao Salsinha and 30 other hardcore rebels holed up in the Ermera district, west of Dili.

Over recent days, 350 heavily armed soldiers and 150 national police have been closing in on Salsinha's group. They have orders to kill. Prime Minister Xanana Gusmao has lost patience after the rebels broke several surrender deadlines.

The Weekend Australian reported on Saturday that Salsinha had been ready to surrender at the weekend. But reports yesterday suggested he wanted to wait until Mr Ramos Horta returned to East Timor after recuperating in Australia.

Yesterday, Salsinha and his men had turned off their phones. Government mediators have been desperate to keep lines open lest a battle between government forces and rebels provokes further deadly street violence in Dili.

It is telling to note that the Australian-led International Stabilisation Force is staying well clear of the frontline action in order not to upset East Timorese from the western part of the country, from where the rebels draw much support.

Amaro Suarez da Costa, also known as Susar, has sworn he did not shoot the President. He was standing alongside Caetano - at a distance of 18 or 19m - when Ramos Horta took two bullets.
The Portuguese news agency Lusa last month obtained a preliminary UN report into the attacks, which said that three rebels stayed outside the Ramos Horta compound and did not enter with Major Alfredo Reinado and six other men wearing balaclavas. Reinado was shot dead in the raid.

The men who stayed outside, in the position from where the President was shot, and not wearing balaclavas, were said to be Alferes Francisco, Susar and Caetano. A source who did not wish to be named said Caetano is known as "a good fellow".

"He was shot several times in the chest on the night of April 28, 2006, just as the petitioner crisis started. Ramos Horta took Marcelo to his house to get him better and after Alfredo (Reinado) escaped from jail in August (2006) he went to join Alfredo and stayed with him ever since."

Salsinha - a former junior army officer once implicated in a sandalwood smuggling racket - has admitted he was involved in last month's leadership attack and is one of 18 people for whom arrest warrants were issued.

Arsenio Ramos Horta said it was "unbelievable" to think Caetano, a man who his brother helped, had turned on him.


Tradução:

Pedem a suspeito de Timor que desista

Paul Toohey e Mark Dodd- Março 14, 2008
The Australian

MARCELO Caetano pode ser o homem mais preocupado na Ásia do Sudeste neste momento.

Como noticiou o The Australian ontem, Arsénio Ramos Horta revelou que foi Caetano quem baleou o seu irmão, o Presidente de Timor-Leste José Ramos Horta, durante um assalto na sua residência em 11 de Fevereiro.

Arsénio disse que o Presidente reconheceu Caetano porque tinha autorizado que ele recuperasse na sua casa particular depois do próprio Caetano ter sido baleado em 2006.

Uma fonte de topo do governo Timorense disse ontem à noite: "Há que lembrar que ele é inocente até ser provado culpado. Ele tem que ser julgado no tribunal. Ele precisa realmente de se render, vir para cá (para Dili) e explicar-se."

Caetano é um dos do bando em vias de diminuição dos ex-peticionários das forças armadas que se recusam entregar às autoridades Timorenses. Sabe-se que está com o líder amotinado Tenente Gastão Salsinha e trinta outros amotinados da pesada escondidos no distrito de Ermera, a oeste de Dili.

Nos últimos dias, 350 soldados pesadamente armados e 150 polícias nacionais têm estado a fechar o cerco ao grupo de Salsinha. Eles têm ordens para matar. O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão perdeu a paciência depois dos amotinados terem quebrado várias datas limites para se entregarem.

O Weekend Australian noticiou no Sábado que Salsinha tinha estado prestes a render-se no fim-de-semana. Mas notícias de ontem sugerem que ele quis esperar até o Sr Ramos Horta regressar a Timor-Leste depois de recuperar na Austrália.

Ontem, Salsinha e os seus homens desligaram os telefones. Mediadores do governo têm estado desesperados a manter as linhas abertas para que não haja uma batalha entre forças do governo e os amotinados que provoque mais violência mortal bas ruas emDili.

Vale a pena sublinhar que a Força Internacional de Estabilização liderada pelos Australianos está bem longe da fronteira da acção de modo a não preocupar os Timorenses da parte oeste do país, de onde os amotinados recolhem muito apoio.

Amaro Suarez da Costa, também conhecido por Susar, jurou que não baleou o Presidente. Ele estava ao lado de Caetano – numa distância de 18 ou 19 m – quando Ramos Horta recebeu as duas balas.

A agência Portuguesa de notícias Lusa obteve no mês passado um relatório preliminar da ONU sobre os ataques, onde se dizia que três amotinados ficaram no exterior do complexo de Ramos Horta e que não entraram com o Major Alfredo Reinado e seis outros homens encapuçados. Reinado foi morto a tiro no assalto.

Os homens que ficaram no exterior, na posição de onde o Presidente foi baleado, e sem usarem capuchos, diz-se que são Alferes Francisco, Susar e Caetano. Uma fonte que não quis ser identificada disse que Caetano é conhecido como "um bom rapaz".

"Ele foi atingido por vários tiros no peito na noite de 28 de Abril de 2006, exactamente quando começou a crise dos peticionários. Ramos Horta levou Marcelo para a sua casa para o pôr melhor e depois de Alfredo (Reinado) ter escapado da prisão em Agosto (2006) ele foi juntar-se a Alfredo e ficou com ele desde então."

Salsinha – um antigo oficial das forças armadas de baixa patente esteve antes implicado numa fraude de contrabando de madeira de sândalo – admitiu que esteve envolvido no ataque do mês passado à liderança e é uma das 18 pessoas contra quem foram emitidos mandatos de captura.

Arsénio Ramos Horta disse que era "inacreditável" pensar que Caetano, um homem que o seu irmão ajudou, se tinha virado contra ele.

"UNMIT Weekly" No. 33

Unmit PIO

The English language version of the "UNMIT Weekly" No. 33 is now available on-line. Featured stories this week:

. New judges, prosecutors, public defenders ready to begin work
. Families from Dominican Sisters IDP camp return home
. Q & A: Why hasn’t there been a dialogue in Beto Naroman?
. Clinic rehabilitated with ‘Quick Impact Project’ funds
. UNPol learn to train on human rights and law enforcement
. Upcoming UN Events and Observances – March 2008

To view the newsletter, click on the link below.
www.unmit.org/unmitwebsite.nsf/192bda2f4f2cbc284925739500311c4c/$FILE/33.weekly.english.170308.pdf


If your email software does not allow this, simply paste this URL into your browser's location bar.

The Communications and Public Information Office

All feedback and suggestions for stories are kindly welcomed. Please call Margaret Hanley on +670 731-1537 or on extension 5049,
or send an e-mail to: hanley@un.org.

Tradução:

"Semanário da UNMIT" No. 33

Unmit PIO

A versão em Inglês da "UNMIT Weekly" No. 33 está agora disponível on-line. Histórias desenvolvidas esta semana:

. Novos juízes, procuradores, defensores públicos prontos para começarem a trabalhar
. Famílias do campo de deslocados das irmãs Dominicanas voltam para casa
. P & R: Porque é que não houve um diálogo em Beto Naroman?
. Clínica re-habilitada com financiamentos do ‘Projecto de Impacto Rápido’
. UNPol ensina a formar em direitos humanos e aplicação da lei
. Os próximos Eventos e Observâncias da ONU que estão para vir – Março 2008

Para visionar o boletim de notícias, clique no link em baixo.
www.unmit.org/unmitwebsite.nsf/192bda2f4f2cbc284925739500311c4c/$FILE/33.weekly.english.170308.pdf


Se o seu email software não o permite, cole simplesmente este URL na sua barra de navegação.

Gabinete de Comunicações e de Informação Pública

Todas as opiniões e sugestões para histórias são bem-vindas. Ligue por favor a Margaret Hanley no +670 731-1537 no na extensão 5049,
ou mande um e-mail para: hanley@un.org.

Salsinha e grupo "continuam cercados e localizados"

Díli, 14 Mar (Lusa) - O ex-tenente Gastão Salsinha e o seu grupo de fugitivos "continuam cercados e localizados", afirmou hoje à agência Lusa uma fonte militar em Díli, Timor-Leste.

"Não houve nenhuma fuga do grupo de Salsinha", declarou à Lusa um oficial do Comando Conjunto da operação "Halibur", de captura dos suspeitos pelos ataques de 11 de Fevereiro.

"O grupo de Salsinha, que se dividiu em grupos mais pequenos, continua cercado pelas nossas forças, que têm acompanhado a movimentação desses elementos", acrescentou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

"O objectivo da nossa operação continua a ser a captura dos fugitivos sem disparar um tiro. Se quiséssemos atingir o grupo de Salsinha, já o teríamos feito há muito", explicou o oficial.

"A circunscrição do grupo de Salsinha pelas nossas forças não quer dizer que não se movimentem no terreno, que é uma zona muito difícil, montanhosa, e onde tem chovido muito e feito nevoeiro nos últimos dias", acrescentou.

"Não podemos esquecer que se tratam de homens armados", disse também esta fonte do comando conjunto das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e Polícia Nacional (PNTL).

De forma a concentrar recursos na operação "Halibur", as F-FDTL diminuíram o número de postos de segurança estática em Díli, de 14 para cinco, "com uma média de cinco soldados em cada local", segundo a mesma fonte militar.

Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas desde Janeiro de 2006, está em fuga desde 11 de Fevereiro, data do duplo ataque contra o Presidente da República, José Ramos Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Salsinha liderou o ataque a Xanana Gusmão, pouco depois de Alfredo Reinado atacar a residência de José Ramos-Horta em Díli.

O ex-tenente aceitou render-se às autoridades dia 07 de Março, segundo o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, com quem estabeleceu um acordo para a entrega de 31 homens e 18 armas.

PRM.
Lusa/Fim

E Timor rebels cut communications

The Australian
Paul Toohey March 13, 2008
ALL communications lines to the rebels being hunted down by hundreds of government soldiers in the western part of East Timor have gone down, sparking concern among negotiators.

A senior East Timorese government source said the rebels, led by Lieutenant Gastao Salsinha, had today “disconnected their communications”.

The source said mediators had been trying to persuade the rebel group – said to comprise 30 men, most of them armed – to hand over the rebel Marcelo Caetano.

The Australian revealed today that President Jose Ramos Horta had identified Caetano, a junior officer, as the man who shot him twice on the morning of February 11.

The source said that earlier today mediators had been trying to persuade the group to hand Caetano over, partly for the safety of Caetano before the East Timorese soldiers got to him, and partly for the safety of the whole rebel outfit.

However, the rebels believe they can be targeted when their phones are on - whether or not they are making calls.

While such “triangulation” technology is available internationally, it is not known whether it is being deployed against the rebels in East Timor.

Mediators hoping to persuade the rebels to surrender fear the communication shutdown is a bad sign for the group.

It suggested they might be going into military mode and preparing for shootout.

It was also axiomatic that while the lines were down, any chance of negotiation was gone. “The military operation is ongoing,” said the source.


Tradução:

Amotinados de Timor-Leste cortam comunicações

The Australian
Paul Toohey Março 13, 2008
Todas as linhas de comunicações para os amotinados que estão a ser procurados por centenas de soldados do governo na parte ocidental de Timor-Leste foram silenciadas, desencadeando preocupações entre os negociadores.

Uma fonte de topo do governo Timorense disse que os amotinados, liderados pelo Tenente Gastão Salsinha, tinham hoje “desligado todas as comunicações”.

A fonte disse que os mediadores tinham tentado que o grupo dos amotinados – que dizem ter 30 homens, a maioria deles armados – entregue o amotinado Marcelo Caetano.

The Australian revelou hoje que o Presidente José Ramos Horta tinha identificado Caetano, um oficial de baixa patente, como sendo o homem que o baleou duas vezes na manhã de 11 de Fevereiro.

A fonte disse que hoje, mais cedo, os mediadores têm estado a tentar persuadir o grupo a entregar Caetano, parcialmente para a segurança de Caetano, antes dos soldados Timorenses o apanharem, e parcialmente para a segurança de todo o grupo dos amotinados.

Contudo, os amotinados acreditam que podem ser alvejados quando tiverem os telefones ligados – estejam ou não a fazer chamadas.

Conquanto tal tecnologia de “triangulação” esteja internacionalmente disponível, não se sabe se está a ser usada contra os amotinados em Timor-Leste.

Os mediadores que têm esperança de persuadir os amotinados a renderem-se, receiam que o fecho das comunicações é um mau sinal para o grupo.

Isso sugere que podem estar a entrar numa lógica militar e a prepararem-se para os tiros.

É também axiomático que enquanto as linhas estiverem desligadas, não há nenhuma possibilidade para negociações. “A operação militar está em curso,” disse a fonte.

Marcelo Caetano tentou matar Presidente José Ramos-Horta

DN, 14/03/08

Departamento de Estado dos EUA denuncia violações de direitos humanos no território

O Presidente Ramos-Horta conhecia bem o militar rebelde que disparou sobre ele no ataque de 11 de Fevereiro, segundo o diário The Australian na sua edição de ontem.

Ramos-Horta, que permanece hospitalizado em Darwin, afirmou que o atirador se chama Marcelo Caetano e que fazia parte do grupo do ex-major Alfredo Reinado, assegurou ao diário australiano Arsénio Ramos-Horta, irmão do Presidente. "José reconheceu-o, ele não disse nada quando disparou. O meu irmão foi atingido estava ele a 18 a 20 metros de Marcelo", declarou Arsénio. A ironia da situação é que Ramos-Horta, ferido com gravidade no tronco, seguiu o tratamento de Marcelo Caetano quando este, há de dois anos, foi também ferido por disparos no tronco.

"O Presidente conhecia-o bem. Marcelo foi atingido por uma bala há dois anos na localidade de Tasi Tolu, a oeste de Díli", segundo a descrição do irmão de Ramos-Horta. Quando "foi preciso operá-lo, o meu irmão fez com que ele tivesse os melhores médicos de Díli". Ainda segundo Arsénio, Caetano permaneceu duas semanas em convalescença na casa do irmão.

Num desenvolvimento separado, o relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre os Direitos Humanos para 2007 registou múltiplos abusos cometidos pelas forças de segurança de Timor-Leste."Durante o ano, as forças de segurança e outros protagonistas cometeram nove assassínios, um decréscimo de 29 em 2006. Muitas das execuções foram politicamente motivadas", lê-se no documento.

"Houve ocasiões em que elementos das forças de segurança actuaram fora da autoridade do Governo", lê-se no documento, embora afirmando que o poder civil exerceram "geralmente" controlo efectivo sobre as Forças de Defesa e da Polícia Nacional. O relatório destaca "execuções extrajudiciais de motivação política", "uso excessivo da força e abuso da autoridade pela polícia". O relatório refere ainda que "as condições nos campos para deslocados colocaram em risco a saúde, segurança, educação e os direitos de mulheres e crianças". - AFP/LUSA

Ramos-Horta novamente operado

Correio da Manhã, 2008-03-13 - 11:34:00
Para fechar feridas

O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi operado novamente esta quinta-feira no hospital onde está internado em Darwin, na Austrália, para “continuar o fecho das feridas" sofridas no atentado de que foi vítima a 11 de Fevereiro.

Um comunicado oficial da Presidência timorense informa que o presidente vai ficar a repousar durante dois dias, “de forma a continuar a sua rápida recuperação dos ferimentos” que sofreu aquando do ataque de que foi alvo, perpetrado em sua casa, em Díli, por um grupo de rebeldes chefiado por Alfredo Reinado.

De acordo com o mesmo comunicado, o Prémio Nobel da Paz vai prosseguir a sua fisioterapia no hospital em Darwin, sendo que os médicos que o acompanham “continuam muito satisfeitos com a sua recuperação".

Mais outra história mal contada?...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Gastão Salsinha e seus rebeldes escaparam a cerco ...":

Será que "escapou" mesmo? Se sim, parece que o tal "apoio táctico" das "ISF" funcionou em pleno...

As FFDTL só têm que pôr em prática as mesmas tácticas que usavam para observar os movimentos do exército javanês: não basta "saber" que fulano "está" aqui ou ali, porque ele pode mover-se, criar manobras de diversão, etc.

É preciso manter alguns batedores observando permanentemente todos os movimentos dos alvos. Estes batedores serão rendidos as vezes que forem precisas e terão óculos de visão nocturna para poderem observar os alvos 24 horas por dia. Qualquer alteração táctica será comunicada em tempo real ao comando operacional, que tomará de imediato as decisões adequadas à nova situação.

Assim não vejo como pode alguém "escapar".

Uma história mal contada

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor PM's wife tells of terror ordeal":

"Telefonei a Xanana nessa altura para lhe dizer que estávamos em grande perigo, e nesse mesmo momento o carro de Xanana estava a ser emboscado"

Continua a história mal contada: em primeiro lugar, o motorista já disse que Xanana não tinha levado telemóvel e o seu não tinha carga na bateria. Como é que ela telefonou a Xanana?

Em segundo lugar, Kirsty diz que "nesse mesmo momento" ocorriam ambos os ataques, à caravana de Xanana e à sua casa. Mas não é isso que dizem os seguranças. Segundo estes, só depois da emboscada a Xanana é que os atacantes foram para a casa dele.

Alguém continua a mentir no meio desta história toda. Mas parece que ninguém está preocupado em descobrir quem.

Timor PM's wife tells of terror ordeal

The Age Wednesday, 13 February 2008

The terrified Australian wife of East Timorese Prime Minister Xanana Gusmao told her children to hide under the bed when she discovered there were armed gunmen stalking her house. She then made a panicked call to her husband to discover he was already under fire.


Under guard by UN security forces and speaking from a secret location in Dili, Kirsty Sword Gusmao gave her account of the morning when the President and Prime Minister of East Timor were targets of assassination attempts, which started with Mr Gusmao ignoring orders from the country's security chief not to leave the family home.

"Round about 7.30 in the morning, Xanana's driver came around and alerted us there had been an incident involving Jose Ramos Horta and there were unconfirmed reports that he had been injured in a shooting attack. We were advised by the Secretary of State for Defence that we should stay in our house until further notice," Mrs Sword Gusmao said.

"Now Xanana, being extremely concerned about the news of the present situation, proceeded down to Dili immediately."

Only moments later, however, her personal security attache advised her that there were armed gunmen stalking the surroundings of the house.

"My first concern was for the children who had just got out of the bath and we were readying them to get to school. I got them dressed quickly and got them to get under the bed not knowing how many men we were talking about."

Mrs Sword Gusmao, who was looking after her own three children as well as a mother and her four children fleeing domestic violence, attempted to comfort the children but admitted she was preparing herself for "a hail of bullets".

"Then it was a case of just sitting tight with the children and calming them down … I just said to them (the children) that there were some people who were not happy with daddy and perhaps wanted to cause some harm to daddy, and it wasn't about us and nobody was trying to hurt us.

"Of course, in my heart I wasn't sure that was the case at all. I wouldn't have been surprised at that point if there had been a hail of bullets through the window."

But when Mrs Sword Gusmao tried to contact her husband for help, she was met by the horrific sounds of his attempted assassination.

"I rang Xanana at that point to tell him that we were at great risk, and at that very moment Xanana's car was being ambushed and it was clear that (there) was tremendous mayhem and panic happening, and that only added to my fear and terror."

The siege was eventually defused when the family's personal guards, some of whom knew the attackers, managed to convince the rebels that the house only contained women and children.

"My very brave security guards, Timorese members of the police force, were able to go and negotiate with the armed men, some of which they knew personally and I think to convince them that Xanana wasn't there in the house and it was completely fruitless."

What followed was a nervous 1½ hours trapped in the house until elite Portuguese special military police arrived to collect the family, escorting back them back to Dili where they were reunited with Mr Gusmao.

Mrs Sword Gusmao, who is originally from Melbourne, met Mr Gusmao when he was imprisoned in Indonesia. She later acted as a spy for the East Timorese.

She said that although she knew an attempt on Mr Gusmao's life was always a possibility, she never believed it would happen.

"I never really believed in my heart that there would ever be an attempt on his life, much less involve myself or the children."

But Mrs Sword Gusmao vowed the risks would not deter her from going on living in East Timor.

"A number of people rang offering us the option of evacuation … but, as was the case in 2006, I thought, no, I've thrown my lot in with Timor-Leste and with the people."


Tradução:

Mulher do PM de Timor conta prova de terror

The Age Quarta-feira, 13 Fevereiro 2008

A aterrorizada mulher Australiana do Primeiro-Ministro Timorense Xanana Gusmão disse aos seus filhos para se esconderem debaixo da cama quando ela descobriu que havia pistoleiros armados a cercarem a sua casa. Depois ela fez uma chamada telefónica em pânico para o marido e descobriu que ele já estava debaixo de fogo.


Debaixo de guarda das forças de segurança da ONU e falando dum local secreto em Dili, Kirsty Sword Gusmão deu-nos o relato da manhã quando o Presidente e o Primeiro-Ministro de Timor-Leste foram alvos de tentativas de assassínio, que começaram com o Sr Gusmão a ignorar ordens do chefe da segurança do país para não sair da casa da família.

"Por volta das 7.30 da manhã, o motorista de Xanana veio e alertou-nos que tinha havido um incidente envolvendo José Ramos Horta e que havia notícias não confirmadas que tinha ficado ferido num ataque de tiros. Fomos aconselhados pelo Secretário de Estado para a Defesa que devíamos ficar na nossa casa até haver mais notícias," disse a Srª Sword Gusmão.

"Contudo Xanana, estando extremamente preocupado com as notícias da situação presente, prosseguiu para Dili imediatamente."

Momentos depois, contudo, o adido pessoal de segurança dela avisou-a que havia pistoleiros armados a cercar a casa.

"A minha primeira preocupação foi com as crianças que se tinham acabado de sair do banho e estávamos a prepará-las para irem para a escola. Vesti-as rapidamente e meti-as debaixo da cama sem saber de quantos homens estávamos a falar."

A Srª Sword Gusmão, que estava a cuidar dos seus próprios três filhos bem como duma mãe e dos seus quatro filhos que fugiam de violência doméstica, tentou confortar as crianças mas admitiu que ela própria se estava a preparar para "uma saraivada de balas".

"Depois era u caso de me sentar apertada com as crianças e acalmá-las … disse-lhes apenas (às crianças) que havia algumas pessoas que não estavam contentes com o papá e que talvez quisessem fazer mal ao papá, e que não era nada connosco e que ninguém nos queria fazer mal.

"Obviamente, no meu coração não tinha nenhuma ideia da causa disso. Não ficaria surpreendida nessa altura se tivesse havido uma saraivada de balas através da janela."

Mas quando a Srª Sword Gusmão tentou contactar o marido para a ajudar, foi confrontada com os sons horríveis da sua tentativa de assassínio.

"Telefonei a Xanana nessa altura para lhe dizer que estávamos em grande perigo, e nesse mesmo momento o carro de Xanana estava a ser emboscado e era claro que (lá) estava a acontecer uma tremenda balbúrdia e pânico, e isso apenas se acrescentou ao meu medo e terror."

O cerco acabou por ser neutralizado quando os guardas pessoais da família, alguns dos quais conheciam os atacantes, conseguiram convencer os amotinados que na casa apenas estavam mulheres e crianças.

"Os meus muito corajosos guardas de segurança, membros Timorenses da força da polícia, foram capazes de ir e negociar com os homens armados, alguns dos quais eles conheciam pessoalmente e penso para os convencer que Xanana não estava lá e que isso era completamente infrutífero."

O que se seguiu foi uma 1½ hora nervosa apanhada na armadilha em casa até a polícia de elite militar Portuguesa ter chegado e recolhido a família, escoltando-a de volta para Dili onde se reuniram com o Sr Gusmão.

A Srª Sword Gusmão, que é de Melbourne de origem, conheceu o Sr Gusmão quando ele esteve preso na Indonésia. Mais tarde ela actuou como espia para os Timorenses.

Disse que apesar de saber que era sempre possível um atentado contra a vida do Sr Gusmão, que nunca acreditou que isso acontecesse.

"Nunca realmente acreditei no meu coração que houvesse alguma vez um atentado contra a sua vida, muito menos envolvendo-me a mim própria ou às crianças."

Mas a Srª Sword Gusmão prometeu que os riscos nunca a iriam deter de continuar a viver em Timor-Leste.

"Uma série de pessoas telefonou-nos a oferecer-nos uma opção de evacuação … mas, como foi o caso em 2006, pensei, não, eu joguei o meu destino com Timor-Leste e com o povo."

Gastão Salsinha e seus rebeldes escaparam a cerco policial

O Público
2008-03-13 12:54:00

As forças de segurança cercaram os rebeldes durante vários dias na selva do distrito de Ermera, a 75 quilómetros a oeste da capital, Díli, mas eles recusaram a rendição, avançou o comandante das operações, o major Virgílio dos Anjos Ular.

"Nós poderíamos ter matado os rebeldes ontem, se quiséssemos. Mas mudamos de ideia e pedimos apenas que se entregassem", disse Ular à Reuters, via telefone.

O major avançou ainda que os moradores do local ajudaram os rebeldes liderados por Gastão Salsinha a irem para outro lugar na noite de quarta-feira.

O major Ular disse ainda que a operação continua a decorrer e pediu que as pessoas encorajem Salsinha e seus rebeldes a renderem-se, a fim de se evitar um derramamento de sangue.

Os rebeldes atacaram a casa do Presidente José Ramos-Horta no dia 11 de Fevereiro, ferindo-o a tiro. O primeiro-ministro Xanana Gusmão escapou ileso de outro ataque semelhante.

Ramos-Horta, que está a recuperar dos ferimentos na Austrália, identificou o atirador que quase o matou, segundo um jornal australiano.

O atirador foi um dos 600 soldados rebeldes expulsos do Exército depois de uma greve, em 2006, indicou o jornal "Age", citando um familiar Ramos-Horta.

Outro importante rebelde acusado de envolvimento no ataque rendeu-se no início de Março.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Thursday, 13 March 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL News Coverage

Message of President José Ramos-Horta to the Nation: [VERBATIM]

Now is the holy week, it is the beginning of Easter. It is the first time since one of our brothers of Alfredo Reinado’s group and Salsinha’s shot me that I have the possibility to speak to all people of Timor-Leste: to the Bishops, priests, sisters, Government, National Parliament, and civil society, all people of Timor-Leste.

I am thankful for your concerns, support, confidence and solidarity.

I will not make a long statement, and I will not deliver a political speech.

In one or two more weeks, I will be able to speak much more.

I have received good treatment from everybody in Darwin Royal Hospital.

I thank the ambulance and the GNR officers who took me to Heliport hospital. I thank the medical doctors in Heliport, ‘Medical Centre” which saved my life, and flew me to Darwin.

Soon I will try to return to Timor-Leste to resume my work.

At the moment Fernando Lasama serves as the Acting President of Republic with dignity, integrity and competence.

I appeal to the Government, Members of Parliament, and political parties to work together in assisting the poor.

That is all my words.

PGR: 4 F-FDTL members not involved in Joint Operation: The General Prosecutor of Republic Longuinhos has refuted claims that four F-FDTL members previously involved in the May 25 case were now involved in the F-FDTL/PNTL Joint Operation. Mr Longuinhos said that the four members were currently detained in the F-FDTL detention centre in Tasi Tolu, Dili.

“This is to counter the rumours that these four members of the F-FDTL are involved in the F-FDTL/PNTL Joint Operation to chase Salsinha and his group. This is not true because they are now in the hands of the military police in Tasi Tolu,” said PGR Monteiro on Tuesday (11/3) in Dili.

PGR Monteiro said that the four members of F-FDTL will be imprisoned in the military prison within the headquarters of the defence forces.

PGR also said that the military prison is under construction. “The construction is on the final phase. The four members are currently under detention and will remain so until they can enter the prison as soon as it is completed,” said PGR Monteiro.

Govt. to solve petitioners’ problem: The Advisor to the Cabinet of the Prime Minister for Civil Society and Petitioners’ Problem, Joaquim Fonseca, said that the Government is going to solve the petitioners’ problems by providing questionnaires to them. The petitioners will answer in the questionnaire the question of whether they want to return to the military or remain as civilians upon the required mechanisms and criteria.

“The State Secretary of Defence and F-FDTL have been working on the process for those who want to return to the military based on the required criteria,” said Mr. Fonseca.

The media is currently not allowed to enter the gathering place of the petitioners without the authorization of Mr Fonseca.

RTL News Coverage

No RTL news coverage.

Print Coverage

No confrontation between Salsinha and Joint Operation: Even though the deadline for Salsinha has ended, there has been no confrontation between him and the F-FDFTL/ PNTL Joint Operation.

A source from the Government Palace said that the stronghold of Salsinha has been detected but no attacks have as yet been conducted as the authorities want to avoid bloodshed.

Separately, the Spokesperson of the F-FDFTL/ PNTL Joint Operation, Lieutenant Colonel Filomeno Paixão, said that Salsinha has to contribute to the process.

“Salsinha has to give us his contribution as we have all been waiting for two years. We will never have any solution if he keeps extending the deadline,” said Commander Paixão. (DN)

Filomeno Paixão: Joint Operation continues: The Spokesperson of the F-FDFTL/ PNTL Joint Operation, Lieutenant Colonel Filomeno Paixão, said that because Salsinha and his group have not as yet surrendered, the operation is still continuing.

“He promised that he should surrender on Monday (11/3). If he does not surrender the operation will continue to bring all people to justice all those who are against justice,” said Commander Paixão at the press conference held in Memorial, Dili.

“Salsinha has to give us his contribution as we have all been waiting for two years, but we will never have any solution if he keeps extending the deadline,” said Commander Paixão. (DN)

James Baker: ISF concerned about media coverage of Feb 11: The Commander of International Stabilization Forces (ISF), James Baker said that the ISF is concerned with the inaccuracies in information provided by the Timor-Leste media in their coverage of the February 11 events.

According to Commander Baker, the information provided has not been factual. “I read lots of articles about February 11 which have no facts,” said Commander Baker.

Commander Baker confirmed that if the press wanted clarification about any information related to the ISF, they could contact the ISF directly. “It’s very important to disseminate true information rather than spreading rumours. We are asking the media to stop the speculations,” said Commander Baker. (DN)

PGR: knows who is preventing Salsinha from surrendering: The Prosecutor General of the Republic, Longuinhos Monteiro, said that he knows the people who are impeding the surrender of Salsinha to the F-FDTL/PNTL Joint Operation. PGR Monteiro said the people have been identified through their telephone communications with Salsinha. PGR Monteiro also said Salsinha’s group are split between those who want to leave and those who want to stay with him. (STL)

PGR: Susar may contact Salsinha: PGR Longuinhos Monteiro has commended the offer made by Susar to help Salsinha to surrender. “I think this will help persuade him [Salsinha] to surrender,” said PGR Monteiro. PGR Monteiro also said that he had lost contact with Salsinha since the deadline for his surrender ended (9-11/3). (TP)

National News Sources:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)


Tradução:

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Quinta-feira, 13 Março 2008

"A UNMIT não assume qualquer responsabilidade pela correcção dos artigos ou pela correcção das traduções. A selecção dos artigos e do seus conteúdo não indicam apoio ou endosso pela UNMIT seja de forma expressa ou implícita. A UNMIT não será responsável por qualquer consequência resultante da publicação, ou da confiança em tais artigos e traduções."

Relatos dos Media Nacionais

TVTL Cobertura de Notícias

Mensagem do Presidente José Ramos-Horta à Nação: [VERBAL]

Agora é a semana santa, é o começo da Páscoa. É a primeira vez desde que um dos nossos irmãos do grupo de Alfredo Reinado e Salsinha me balearam que tenho a possibilidade de falar com toda a gente de Timor-Leste: com os Bispos, padres, irmãs, Governo, Parlamento Nacional, e sociedade civil, toda a gente de Timor-Leste.

Estou agradecido pelas vossas preocupações, apoio e solidariedade.

Não farei uma declaração longa, e não farei um discurso político.

Dentro de uma ou duas semanas, poderei falar muito mais.

Recebi um bom tratamento de toda a gente no Darwin Royal Hospital.

Agradeço aos oficiais da ambulância e da GNR que me levaram para o hospital do Heliporto. Agradeço aos médicos no 'Centro Médico' do Heliporto, que me salvaram a vida e me aero-transportaram para Darwin.

Em breve tentarei voltar para Timor-Leste para retomar o meu trabalho.

No momento Fernando Lasama serve como Presidente da República Interino com dignidade, integridade e competência.

Apelo ao Governo, Membros do Parlamento, e partidos políticos para trabalharem juntos na assistência aos pobres.

São estas todas as minhas palavras.

PGR: 4 membros das F-FDTL não envolvidos na Operação Conjunta: O Procurador-Geral da República Longuinhos refutou alegações de que os quatro membros das F-FDTL anteriormente evolvidos no caso de 25 de Maio estivessem agora na Operação Conjunta F-FDTL/PNTL. O Sr Longuinhos disse que os quatro membros estavam correntemente detidos no centro de detenção das F-FDTL em Tasi Tolu, Dili.

“Isto é para contrariar os rumores que estes quatro membros das F-FDTL estão envolvidos na Operação Conjunta F-FDTL/PNTL para procurar Salsinha e o seu grupo. Isso não é verdade porque agora eles estão nas mãos da polícia militar em Tasi Tolu,” disse o PGR Monteiro na Terça-feira (11/3) em Dili.

O PGR Monteiro disse que os quatro membros das F-FDTL serão encarcerados na prisão militar dentro do quartel-general das forças de defesa.

O PGR disse ainda que a prisão militar está em construção. “A construção está na fase final. Os quatro membros estão correntemente sob detenção e assim permanecerão até poderem entrar na prisão logo que esteja acabada,” disse o PGR Monteiro.

Governo vai resolver o problema dos peticionários: O Conselheiro do Gabinete do Primeiro-Ministro para a Sociedade Civil e Problema dos Peticionários, Joaquim Fonseca, disse que o Governo vai resolver os problemas fornecendo-lhes questionários. Os peticionários responderão no questionário à questão sobre se querem voltar para as forças militares ou manterem-se como civis sob os requeridos mecanismos e critérios.

“O Secretário de Estado da Defesa e as F-FDTL têm estado a trabalhar no processo para os que querem voltar para as forças militares com base nos critérios requeridos,” disse o Sr. Fonseca.

Os media correntemente não estão autorizados a entrar no local de encontro dos peticionários sem autorização do Sr Fonseca.

RTL
Não houve Cobertura de Notícias

Cobertura Impressa

Não houve confrontos entre Salsinha e a Operação Conjunta: Mesmo apesar de ter acabado a data limite para Salsinha, não houve confrontos entre ele e a Operação Conjunta F-FDFTL/ PNTL.

Uma fonte do Palácio do Governo disse que a praça forte de Salsinha foi detectada mas não se fez ainda nenhum ataque dado que as autoridades querem evitar um banho de sangue.

Em separado, o porta-voz da Operação Conjunta F-FDFTL/ PNTL, Tenente Coronel Filomeno Paixão, disse que Salsinha tem de contribuir para o processo.

“Salsinha tem de nos dar a sua contribuição dado que nós temos estado à espera há dois anos. Nunca teremos qualquer solução se ele continuar a prolongar a data limite,” disse o Comandante Paixão. (DN)

Filomeno Paixão: Operação Conjunta continua: O porta-voz da Operação Conjunta F-FDFTL/ PNTL, Tenente Coronel Filomeno Paixão, disse que a operação continua ainda por que Salsinha e o seu grupo ainda não se entregaram.

“Prometeu que se ia entregar na Segunda-feira (11/3). Se ele não se entregar a operação vai continuar para trazer toda a gente à justiça, todos os que estão contra a justiça,” disse o Comandante Paixão na conferência de imprensa realizada no Memorial, Dili.

“Salsinha tem de dar a sua contribuição como temos estado há dois anos à espera, mas ele nunca terá nenhuma solução se continuar a prolongar a data limite,” disse o Comandante Paixão. (DN)

James Baker: ISF preocupada com a cobertura dos media de 11 de Fevereiro: O Comandante das Forças Internacionais de Estabilização (ISF), James Baker disse que a ISF está preocupada com as incorrecções na informação dada pelos media de Timor-Leste na cobertura aos eventos de 11 de Fevereiro.

De acordo com o Comandante Baker, a informação não tem sido factual. “Li muitos artigos sobre o 11 de Fevereiro, que não têm factos,” disse o Comandante Baker.

O Comandante Baker confirmou que se a imprensa quisesse clarificação sobre qualquer informação relativa às ISF, podiam contactar directamente as ISF. “É muito importante disseminar a informação verdadeira em vez de espalhar rumores. Estamos a pedir aos media para pararem as especulações,” disse o Comandante Baker. (DN)

PGR: sabe que é que está a evitar que Salsinha se entregue: O Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, disse que conhece as pessoas que estão a impedir a rendição de Salsinha à Operação Conjunta F-FDTL/PNTL. O PGR Monteiro disse que essas pessoas foram identificadas através de comunicações telefónicas com Salsinha. O PGR Monteiro disse também que o grupo de Salsinha está dividido entre os que querem partir e que querem ficar com ele. (STL)

PGR: Susar pode contactar Salsinha: O PGR Longuinhos Monteiro comentou a oferta feita por Susar para ajudar Salsinha a entregar-se. “Penso que isso ajudará a persuadi-lo [Salsinha] a render-se,” disse o PGR Monteiro. O PGR Monteiro disse também que tinha perdido o contacto com Salsinha desde que acabou a data limite para se entregar (9-11/3). (TP)

Fontes de Notícias Nacionais:
Televizaun Timor-Leste (TVTL)
Radio Timor-Leste (RTL)
Timor Post (TP)
Suara Timor Lorosae (STL)
Diario Tempo (DT)
Diario Nacional (DN)
Semanário Nacional (SN)
Tempo Semanal (TS)

Carrascalão: ATENTADOS, UMA CONSPIRAÇÃO POLÍTICA INTERNACIONAL

Quinta-feira, 13 de Março de 2008
(Via Blog Timor Lorosae Nação)

ENTREVISTA AO DEPUTADO E DIRIGENTE DO PSD

Membro do Parlamento Nacional da Bancada Social-Democrata (PSD), Mário Viegas Carrascalão mostrou a sua desconfiança de que o atentado de 11 de Fevereiro tenha sido uma conspiração política internacional. Mário Viegas Carrascalão (MVC) referiu-se a esta questão, na sua entrevista exclusiva com o jornalista do Jornal Nacional Semanário (JNS), Noémio Falcão, no “Uma-Fukun” Parlamento Nacional, relacionando o tema com várias dúvidas que surgiram após o atentado contra o Presidente da República, José Ramos Horta e o Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão.
.
JNS: Segundo a sua observação, o ataque do ex. Comandante da Polícia Militar (PM), Alfredo Reinaldo Alves, e do seu grupo ao Presidente da República José Ramos Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão foi por iniciativa do grupo ou houve algumas partes que terão aproveitado essa oportunidade?

MVC: Segundo a minha observação, pode ser uma iniciativa do grupo para fazer tal actuação, mas pode também haver algumas partes por detrás desta situação. Ocorreram rumores de que o Alfredo faleceu com uma quantia de dinheiro no bolso, 20 mil dólares americanos. Na minha vida nunca tive 20 mil dólares, de repente o Alfredo, que viveu sempre no mato, pode ter 20 mil dólares, pode haver alguém que lhe tenha dado esse dinheiro. Ou será que foi depois de ser morto que meteram o dinheiro no seu bolso? Isto pode ter acontecido. Ou foi morto noutro local, sendo depois transportado para ser deitado no local? Pode também ter acontecido.
Penso que o Estado de Timor-Leste deverá criar uma Comissão de Inquérito Internacional (CII) para fazer uma investigação profunda sobre este acontecimento. Até à data o povo ainda não conhece a origem ou a raiz do problema.
.
JNS: Na sua opinião, será que o acontecimento do dia 11 de Fevereiro surgiu devido ao problema dos peticionários e do falecido Alfredo não terem sido resolvidos?

MVC: Vejo que o actual Governo cometeu estes erros por não ter conseguido resolver o problema dos peticionários e problemas do falecido Major Alfredo num curto tempo e deixou aumentar os problemas até surgirem novos acontecimentos.

O problema dos peticionários devia ter sido resolvido de imediato, assim não causaria impacto na solução dos outros problemas.

Portanto, para diante, o caso de Major Alfredo já não é necessário resolvê-lo porque o autor já faleceu, mas os problemas dos peticionários, dos deslocados e dos veteranos devem ser resolvidos de imediato.
.
JNS: Para resolver esses problemas, o que é que o actual Governo deve fazer?

MVC: Na minha opinião seria melhor os membros do Governo pernoitarem nos seus gabinetes para trabalharem bem e rapidamente.
.
JNS: Se os problemas supra-mencionados não forem resolvidos qual é o impacto para o desenvolvimento da Nação?

MVC: Penso que o desenvolvimento não vai avançar enquanto os problemas enfrentados pelo País não forem resolvidos. Portanto o melhor caminho é solucionar todos os problemas para realizar o processo de desenvolvimento nacional.

Por outro lado, um concurso implementado pelo Governo não foi transparente e equilibrado para as companhias a fim de terem as mesmas oportunidades de concurso entre todas.

Digo que a competência máxima é do Primeiro-Ministro, portanto o Primeiro-Ministro deve dar mais atenção aos serviços de membros do Governo, caso haja membros do Governo que não trabalham bem, seria melhor o Primeiro-Ministro apresentar uma nova proposta ao Presidente da República para a nomeação de novos membros. E assim, relativamente a quem não trabalhar bem, o Primeiro-Ministro terá todo o direito de trocar um membro por outros membros. Realmente vejo que muita coisa não está a andar.
.
JNS: “Tara” é membro do partido PSD, caso o mesmo deseje reintegrar-se novamente nas Forças Armadas, qual é a sua opinião?

MVC: O ex. Major Augusto de Jesus, aliás, Tara, que continua a ser membro do partido PSD, caso deseje entrar nas Forças Armadas deverá deixar o partido.

Se quiserem entrar nas Forças Armadas devem deixar o partido. Tara entrou no meu partido, mas se o mesmo desejar regressar às Forças Armadas deve deixá-lo, porque um cidadão deve assumir posição num lugar, não pode ocupar os dois lugares. A Instituição é uma coisa e o Partido é outra coisa. Portanto todos aqueles que desejam entrar no PSD individualmente, não são como Instituição do Estado ou como outras Organizações.
.
JNS: Decorre a Operação Conjunta para a captura de Salsinha e do seu grupo, qual é a sua opinião?

MVC: Penso que é um pouco difícil capturá-los. Os indonésios eram um total de 40 a 50 mil soldados, que tentaram capturar Xanana, Nicolau Lobato, algo que não conseguiram. Portanto penso que é difícil.

Não concordo com a captura de Salsinha e do seu grupo, mas devem ser capturados os suspeitos já identificados, como por exemplo os que tentaram matar o Presidente da República e o Primeiro-Ministro. Procurar os mesmos apenas como peticionários, não concordo, pois apesar de um indivíduo ser peticionário pode não ser nenhum assassino, talvez não tenha tido envolvimento na tentativa de assassinato. Portanto deve-se em primeiro lugar investigar e procurar saber se o Salsinha teve envolvimento no atentado de 11 de Fevereiro.
.
JNS: A Operação Conjunta de casa em casa, junto das populações. Concorda com essa operação?

MVC: Quando houver alguma desconfiança penso que a casa deve ser revistada. Peço também à Operação Conjunta para passarem também revista às casas dos líderes. Senão, os líderes é que escondem armas mas quem sofre é o povo. Portanto devem entrar também nas casas dos líderes incluindo a minha casa. Se entrarem na minha casa, por favor, caso encontrem armas podem recolhê-las.

Há líderes que neste momento escondem armas que dificilmente serão detectadas pela Operação Conjunta, porque esta operação conjunta não é feita nas casas dos líderes, apenas é feita nas casas das populações.

Pela minha parte peço ao Comando Conjunto constituído pelas F-FDTL e PNTL que devem entrar nas casas de líderes para serem tratados iguais às populações. Não podem apenas fazer sofrer o povo, para ter um tratamento igual, a operação conjunta deve entrar na casa dos líderes, passar revista em vez de entrar apenas nas casas das populações. Quando não conseguem encontrar lá armas, regressam. Isto não é injusto.
.
JNS: Segundo declarações do Presidente do Parlamento Interino, se o Salsinha e o grupo se entregarem, o Parlamento Nacional dar-lhes-á Amnistia.

MVC: Opusemo-nos fortemente às declarações do Presidente do Parlamento Nacional Interino, Vicente Guterres, de dar Amnistia ao grupo do ex. Tenente Gastão Salsinha, caso se entregue à justiça.

Aqueles que tentam matar os líderes da Nação são considerados terroristas e os terroristas não terão amnistia. Mas se os mesmos forem julgados pelo Tribunal e forem considerados culpados, entrando na prisão, se mostrarem bom comportamento, aí é que serão reduzidas as penas. Agora, antes de o grupo ser apresentado ao Tribunal, falarmos de amnestia, significa que estamos a criar uma cultura de impunidade para o terrorismo.

Dar amnistia a quem deseja matar o Presidente da República e o Primeiro-Ministro penso que não é justo, não darei amnistia para os cometam esse crime ou que desejem eliminar a independência deste País.
.
JNSemanário

"Salsinha influenciado por terceiros", diz PGR

Díli, 13 Mar (Lusa) - O Procurador-Geral da República (PGR) de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, afirmou hoje que o ex-tenente Gastão Salsinha não se entregou porque "foi talvez influenciado por terceiros".

O ex-tenente, líder dos peticionários e do antigo grupo do major Alfredo Reinado, em fuga desde os ataques de 11 de Fevereiro, não respeitou ainda o acordo a que tinha chegado com as autoridades.

Longuinhos Monteiro confirmou também que um dos elementos do grupo de Gastão Salsinha atravessou a fronteira com a Indonésia mas regressou a território de Timor-Leste "pela pressão do outro lado".

"Não sei por que Salsinha não se entregou ainda. Talvez por ter sido influenciado por terceiros", afirmou Longuinhos Monteiro em Díli, à margem da cerimónia de posse de um novo procurador internacional.

"Algumas pessoas estão a influenciá-lo para não se entregar. Depois da reunião (com Longuinhos Monteiro), alguém lhe telefona a dizer para não se entregar e não dar as armas, ou para pedir mais isto ou aquilo", contou o PGR.

"Eu não vou discutir as condições, excepto como trazê-lo para Díli em segurança e dignidade e canalizá-lo para a justiça", frisou Longuinhos Monteiro.

"Concordámos que ele ia entregar-se no dia 07 de Março. Depois, numa carta, ele pediu mais dois dias e garantiu que, acontecesse o que acontecesse, se entregaria no dia 10", explicou Longuinhos Monteiro.

"Na véspera, domingo, porém, recebi outra carta dele dizendo que só se entregava quando o Presidente (da República) José Ramos-Horta voltasse de Darwin", Austrália, acrescentou o procurador-geral.

Gastão Salsinha e um grupo de 31 homens, com 18 armas, deviam descer a Díli desarmados.

"O que disse a Salsinha é que lhe garanto protecção no trajecto e depois de ele chegar. Que as armas têm que ser entregues antes e postas num cofre, porque ele é um suspeito. E que em Díli, lhe damos apenas uma arma para ele participar na cerimónia simbólica, talvez no comando conjunto (da operação de captura). E ele concordou com isso", afirmou Longuinhos Monteiro aos jornalistas.

"Tudo ficou acordado entre nós. Não foi por causa de não poder trazer a arma até ao Palácio do Governo que Salsinha não se entregou", declarou também Longuinhos Monteiro.

"Se ele só se entregasse quando o Presidente Ramos-Horta voltar, as condições seriam as mesmas".

Longuinhos Monteiro explicou que "as exigências de Salsinha são misturadas com outros assuntos".

"Por exemplo que temos que reconhecer que ele é um militar. Mas isso não é assunto meu", disse o procurador-geral.

"Para mim, Salsinha é suspeito e é um acusado num caso. Eu falo com ele como suspeito e não como tenente. Não tenho nada a ver com isso", frisou Longuinhos Monteiro.

"Salsinha tem que decidir o seu futuro. Não faço mais contacto nenhum com ele. É ele que tem que vir ter connosco, não sou eu que tenho que ir atrás dele. Se ele quiser entregar-se, nós estamos disponíveis", disse ainda Longuinhos Monteiro.

Gastão Salsinha lidera o grupo que era chefiado pelo major Alfredo Reinado até à morte deste no ataque à residência de José Ramos-Horta, a 11 de Fevereiro, em que o Presidente timorense foi ferido a tiro.

Dos dezassete co-arguidos do antigo processo contra Alfredo Reinado, apenas cinco continuam em fuga, depois da entrega às autoridades do arguido Jaime da Costa, quarta-feira.

Jaime da Costa foi ouvido pelo juiz do processo, que lhe impôs a medida de termo de identidade e residência.

Na sequência dos ataques de 11 de Fevereiro ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, foram emitidos novoas mandados de captura, um deles contra Gastão Salsinha.

As forças armadas e a polícia de Timor-Leste têm em curso uma operação conjunta de captura dos suspeitos dos ataques de 11 de Fevereiro.

PRM
Lusa/Fim

Forças de segurança visadas em relatório dos EUA sobre direitos humanos

Díli, 13 Mar (Lusa) - As forças de segurança nacionais e internacionais em Timor-Leste são acusadas de práticas incorrectas num relatório do Departamento de Estado norte-americano.

O capítulo relativo a Timor-Leste do relatório anual de 2007 sobre Práticas de Direitos Humanos, do Departamento de Estado dos Estados Unidos regista múltiplos abusos cometidos pelas forças de segurança.

"Durante o ano, as forças de segurança e outros protagonistas cometeram cerca de nove assassínios, um decréscimo de 29 em 2006. Muitas destas execuções foram politicamente motivadas", lê-se no documento, divulgado terça-feira nos Estados Unidos.

"Houve algumas ocasiões em que elementos das forças de segurança actuaram fora da autoridade do governo", escreve o Departamento de Estado, embora afirmando que as autoridades civis exerceram "geralmente" um controlo efectivo das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

Dos "problemas sérios" analisados pelo relatório, destacam-se "execuções extrajudiciais e de motivação política", "uso excessivo da força e abuso da autoridade pela polícia" e "detenções e prisões arbitrárias".

O relatório do Departamento de Estado refere também que "as condições nos campos para deslocados internos colocaram em risco a saúde, a segurança, a educação e os direitos de mulheres e crianças".

"Violência doméstica, violação e abuso sexual foram também um problema" no país em 2007, refere.

A situação dos cerca de 70 mil deslocados que subsistem em todo o país, após a crise de 2006, é analisada em diferentes momentos do relatório, como cenário ou como causa de diferentes incidentes e preocupações.

"Os esforços do governo para convencer os deslocados a abandonar os campos conheceram um sucesso extremamente limitado", segundo o Departamento de Estado norte-americano.

Foi junto a um dos maiores campos de deslocados, o do Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, que tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) mataram a tiro duas pessoas, a 23 de Fevereiro de 2007.

Pouco depois, a 04 de Março, as ISF mataram cinco elementos do grupo do major Alfredo Reinado, em Same, incidente que o relatório do Departamento de Estado designa como "confronto militar com desertores da Polícia Militar".

"Depois de inquéritos a ambos os incidentes, as autoridades concluíram que as acções das ISF eram justificadas e de acordo com as regras de empenhamento estabelecidas", lê-se no relatório.

O documento recorda que, em Novembro de 2007, quatro elementos das F-FDTL receberam sentenças de prisão efectiva até 12 anos pela morte de oito polícias timorenses, sob escolta das Nações Unidas, em Caicoli, Díli, em Maio de 2006.

"Durante o ano, a maioria das queixas de abuso de direitos humanos recebida pelo gabinete do Provedor [de Timor-Leste] envolveram a polícia e a queixa mais comum foi o uso de violência ou força excessiva", escreve o relatório.

"A PNTL como instituição continuou durante 2007 com pouco equipamento e défice de treino, sujeita a numerosas acusações credíveis de abuso de autoridade, manipulação imprópria de armas e corrupção", acusa o relatório norte-americano.

Membros do Parlamento Nacional e elementos de organizações internacionais "notaram alguns casos de uso excessivo da força por forças internacionais e polícia", refere.

Dois incidentes, entre muitos, são referidos no documento, ambos envolvendo elementos com fardas das F-FDTL que queimaram casas de seis famílias, a 11 de Março do ano passado, em Díli, e várias outras junto ao hospital nacional, dois dias depois.

"Não se chegou a uma conclusão sobre se os ataques foram feitos por civis usando uniformes das F-FDTL para desacreditar a instituição ou por pessoal militar", diz o relatório.

Sobre os incidentes nos distritos de Baucau e Viqueque, em Agosto de 2007, quando cerca de 200 casas foram queimadas após a indigitação de Xanana Gusmão para primeiro-ministro, o relatório cita organizações e observadores internacionais que "alegam que a violência foi aparentemente dirigida contra adversários da Fretilin".

PRM
Lusa/Fim

Ramos-Horta operado para fechar as feridas

Díli, 13 Mar (Lusa) - O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi hoje operado em Darwin, Austrália, "para continuar o fecho das suas feridas", segundo um comunicado oficial.

A intervenção cirúrgica aconteceu dez dias após José Ramos-Horta ser transferido do Hospital Real de Darwin para o Hospital Particular daquela cidade do norte da Austrália.

O Presidente vai repousar durante dois dias "de modo a continuar a sua rápida recuperação dos ferimentos que recebeu a 11 de Fevereiro em Díli", explica o comunicado.

José Ramos-Horta "continuará a sua fisioterapia e os médicos continuam muito satisfeitos com a sua recuperação", lê-se ainda no comunicado da Presidência timorense.

O chefe de Estado foi atingido com gravidade no ataque à sua residência pelo grupo do major Alfredo Reinado.

PRM
Lusa/fim

East Timor rebel leader delays surrender

ABC News
13.03.2008
By Stephanie March in Dili

Posted 8 hours 28 minutes ago
Updated 8 hours 18 minutes ago

East Timor's prosecutor-general has revealed that rebel leader Gastao Salsinha was ready to surrender to authorities last Monday, but now wants to wait until President Jose Ramos-Horta returns from recuperating in Australia.

Mr Ramos-Horta is in a hospital in Darwin recovering from gunshot wounds he suffered in an apparent assassination attempt last month.

After four days of dialogue with Gastao Salsinha, prosecutor-general Longuinhos Monteiro said the rebel leader, along with 29 of his men, had agreed to surrender peacefully.

But the ABC understands the rebel leader changed his mind on Sunday and has since severed all contact with the prosecutor-general.

"I got another letter from him, that says he wants to postpone until President Ramos-Horta is coming back from Darwin," Mr Salsinha said.

"I don't know why, but maybe he is being influenced by some third party. It's possible."

Meanwhile, President Ramos-Horta has named the rebel soldier, Marcelo Caetano, as the man who shot and seriously wounded him in last month's attack at his home.

He is now believed to be in hiding with other rebels wanted for the near-simultaneous attacks on Mr Ramos Horta and Prime Minister Xanana Gusmao, who was unhurt.

More than 450 of East Timor's military, with support from Australian and New Zealand troops, are deployed across the country monitoring the movements of the rebels.


Tradução:

Líder amotinado de Timor-Leste atrasa rendição

ABC News
13.03.2008
Por Stephanie Março em Dili

Postado 8 horas 28 minutos atrás
Actualizado 8 horas 18 minutos atrás

O procurador-geral de Timor-Leste revelou que o líder amotinado Gastão Salsinha estava pronto para se entregar às autoridades na última Segunda-feira, mas que agora quer esperar até o Presidente José Ramos-Horta voltar da sua recuperação na Austrália.

O Sr Ramos-Horta está num hospital em Darwin a recuperar de feridas de tiros que sofreu numa aparente tentativa de assassínio no mês passado.

Depois de quatro dias de diálogo com Gastão Salsinha, o procurador-geral Longuinhos Monteiro disse que o líder amotinado, juntamente com 29 dos seus homens, tinha concordado em entregar-se pacíficamente.

Mas a ABC sabe que o líder amotinado mudou de ideias no Domingo e desde então cortou todos os contactos com o procurador-geral.

"Recebi outra carta dele, que diz que quer adiar até o Presidente Ramos-Horta regressar de Darwin," disse o Sr Salsinha.

"Não sei porquê, mas talvez esteja a ser influenciado por uma terceira parte. É possível."

Entretanto, o Presidente Ramos-Horta indicou que o soldado amotinado, Marcelo Caetano, como tendo sido o homem que disparou e o feriu com gravidade no ataque do mês passado na sua casa.

Acredita-se que ele estaja escondido com outros amotinados procurados pelos ataques quase simultâneos ao Sr Ramos Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, que ficou ileso.

Mais de 450 dos militares de Timor-Leste, com o apoio de tropas da Austrália e Nova Zelândia, estão destacados pelo país a acompanhar os movimentos dos amotinados.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.