segunda-feira, abril 09, 2007

ESTAMOS COM DIFICULDADES TÉCNICAS. ACTUALIZAREMOS A INFORMAÇÃO NOS ÚLTIMOS DOIS POSTS. UM COM BREVES E OUTRO COM ARTIGOS DA IMPRENSA.

BREVES E COMUNICADOS DE IMPRENSA:

Com 131.870 dos votos nacionais apurados:

Lu-Olo: 53.726

Ramos-Horta: 33.007

Lasama: 17.044

Xavier do Amaral: 11.044

Lúcia Lobato: 8.369

Tilmam: 5.424

Avelino Coelho: 1.826

Carrascalão: 1.430

Publicada por Malai Azul em 19:31

Ramos-Horta declara à TSF que já ganhou em seis distritos, incluindo Baucau e Díli.

Em sonhos... No Distrito de Baucau, Ramos-Horta apenas ganhou em alguns sucos do sub-distrito de Laga, sendo que a votação em Lu-Olo neste distrito se distancia largarmente dos outros candidatos.

Resultados preliminares de 1 centro de votação, num suco de Viqueque

Lu-Olo: 612

Ramos-Horta: 16

Publicada por Malai Azul em 19:31

Resultados preliminares de 3 estações de voto do centro de votação do suco de Lahane Oriental em Díli

Xavier do Amaral: 674

Ramos-Horta: 653

Lasama: 420

Lúcia Lobato: 226

Lu-Olo: 181

Tilmam: 67

João Carrascalão: 23

Avelino Coelho: 12

Publicada por Malai Azul em 19:24

Lu-Olo ganha a nível nacional, Ramos-Horta ganha em Díli

Os resultados que temos recebido, indicam uma vitória na maioria dos sucos de Díli para Ramos-Horta e uma maioria de vitórias para Lu-Olo a nível nacional, seguido de Lasama.

Publicada por Malai Azul em 19:15

Resultados preliminares de 2 estações de voto do centro de votação do suco de Talimoro em Ermera (ainda falta contar uma urna)

Nulos: 35

Brancos: 24

Lasama: 849

Lu-Olo: 297

Ramos-Horta: 168

Xavier do Amaral: 84

Lúcia Lobato: 72

João Carrascalão: 49

Manuel Tilmam: 32

Avelino Coelho: 4

Publicada por Malai Azul em 18:59

Resultados de contagens efectuadas ainda não permitem projecções

Alguns resultados recebidos de contagens já efectuadas não permitem fazer alguma projecção dada a disparidade dos vencedores e o número reduzido de sucos com resultados finais.

Em Díli aparecem resultados em determinadas mesas de voto com vitórias de Lu-Olo, Ramos-Horta (com mais vitórias), Xavier do Amaral, Lasama e até Lúcia Lobato.

Num suco muito pequeno e isolado em Ermera, Lasama ganha com 199 votos, depois Lu-olo 152 votos, seguidos de Lúcia Lobato e Ramos-Horta com pouca expressão.

Num outro suco pequeno em Venilale, Lu-Olo ganha com 475 votos contra Ramos-Horta em segundo lugar com 25 votos.

Esperamos ter resultados que possam permitir alguma projecção daqui a duas horas, quando forem 20:45 em Timor-Leste.

Publicada por Malai Azul em 18:54

As urnas já foram abertas e a contagem de votos já começou

Fecharam os centros de votação

Mas os centros de votação que ainda tiverem pessoas nas filas para votar só fecharão depois destas votarem.

Publicada por Malai Azul em 15:59

STAE - Actualização de informação situação nas estações de voto: 14:00 h

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR LESTE
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL
SECRETARIADO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO ELEITORAL
Rua de Caicoli, Dili, Telp. 3317445 / 3317446
Comunicado de Imprensa

Dili, 09 de Abril 2007

Até às 14:00, o STAE recebeu relatórios positivos que indiciam um dia de eleições pacífico e bem sucedido do ponto de vista operacional, marcado por uma grande afluência às urnas, desde cedo.
Desde o ultimo relatório, à 9:00, o STAE está a tomar as providências necessárias para o fornecimento de boletins de voto adicionais, em muitas das estações de voto do país.

O sistema eleitoral timorense, de um único ciclo eleitoral, permite aos eleitores votarem em qualquer estação de voto de Timor-Leste, sendo, portanto, difícil identificar à “priori” o número exacto de eleitores por cada estação de voto.

Todas as estações de voto receberam entre 7% e 15% de boletins de voto adicionais ao número esperado de eleitores (com base em dados do recente recenseamento eleitoral), como plano de contingência para possível discrepância entre o número estimado de eleitores e o número real. Também as capitais de distrito têm um numero suplementar de boletins de voto para dar resposta a potenciais situações de grande afluência de eleitores.

Na sede do STAE, em Dili, equipas do governo, UNMIT com apoio de PNUD, estão a transportar para distribuição cerca de 5,000 boletins de voto adicionais para algumas estações de voto, em todo o país. Para o efeito, mobilizaram-se dois helicópteros da UNMIT e um da ISF (International Stabilisation Forces) para quatro voos para dar resposta imediata ao pedido de boletins suplementares.

Todos os 504 centros de votação reportaram estarem abertos à hora prevista, de forma eficiente.

(Às 18:30 o director do STAE, Tomás Rosário Cabral, dará uma conferência de imprensa na Edificio Sede, Caicoli)
Para mais informações por favor contacte: Julio da Silva: 7250761 julio.dasilva@undp.org.

Publicada por Malai Azul em 15:31

PREVÊ-SE UMA MUITO BAIXA ABSTENÇÃO

Primeiros resultados serão conhecidos por volta das 21:00 horas.

Publicada por Malai Azul em 14:35

CORREM BOATOS DE NOVO EM DÍLI

À semelhança dos primeiros dias da crise, Díli está a ser bombardeada pelos opositores da FRETILIN com boatos. Desta vez, estão a tentar descredibilizar as eleições dizendo que simpatizantes da FRETILIN estão a intimidar as pessoas nos distritos.

Nomeadamente João Câmara, secretário-geral do MNEC e simpatizante da candidatura de Ramos-Horta disse que a FRETILIN tinha montado barreiras à volta de Ermera e que "só permitia as pessoas entrarem se mostrassem o cartão da FRETILIN". Quando os observadores disseram que se estavam a deslocar para Ermera, disse que afinal não era bem assim e que já não havia barreiras.

Enfim, mais um vigarista, aldrabão e mentiroso...

Estes boatos estão a ser desmentidos pelos observadores e pelos jornalistas.

Publicada por Malai Azul em 14:15

Dos Leitores

"Eu sou Católico practicante, e este Martinho Gusmão não merece ser um padre. Eu não o considero como um padre e nunca aceitarei a mão dele para me dar de comunhão.

Acredita que ele chumbou três vezes antes de acabar o seu mestrado. Quem o chumbou em Vaticano foi o Jesuita, Pe. Inocêncio Piedade, um professor catedrático timorense que ensina no Vaticano.

Não me surpreende nada! Este tal Martinho Gusmão está a esconder-se por de trás da batina branca para fazer a política dos Hortas, Xananas e Lasamas. Isto toda a gente sabe! Obrigado Timor-Online pelas infos de Timor-Leste. "

Dos Leitores

"Por favor, digam ao Senhor da Lusa que as urnas só abrem logo à tarde... por enquanto o que está aberto são as assembleias de voto.... "

Publicada por Malai Azul em 14:13

FILAS DIMINUEM À HORA DE ALMOÇO

A situação no país é calma e as eleições decorrem num ambiente tranquilo e pacífico. Os centros de votação têm agora menos pessoas à espera para votar.

Publicada por Malai Azul em 13:25

As Eleições na Imprensa:

Resultados definitivos só a 20 de Abril


Díli, 9 Abr (Lusa) - Os resultados finais oficiais das presidenciais timorenses serão anunciados a 20 de Abril, depois da recontagem dos votos e de apreciados os eventuais recursos e queixas, afirmou hoje a Comissão Nacional de Eleições (CNE).


A contagem dos votos começou logo após o fecho das urnas às 16:00 locais (08:00 em Lisboa) mas até ao momento ainda nem sequer se conhece o número oficial de votantes.
As informações que foram chegando ao STAE e à CNE apontam para uma afluência "grande" e tranquila às urnas.


Só na terça-feira haverá uma primeira leitura parcial dos resultados, com o envio para as 13 sedes de distrito dos votos contados hoje em cada uma das 705 estações de voto a nível nacional.
"A última informação, ainda em actualização, diz-nos que as estações de voto fecharam, a contagem já foi iniciada e que as operações eleitorais correram bem em todo o país", divulgou o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) ao princípio da noite.


Os resultados são afixados à porta de cada estação de voto, à medida que vão sendo apurados.
De diferentes distritos surgem informações muito parciais, e sem confirmação independente.
Durante a votação registaram-se falhas de boletins de voto, situação resolvida com o envio, por helicóptero, de cerca de 5.000 impressos para as poucas estações de voto em que houve mais eleitores do que o esperado.


O porta-voz da CNE, padre Martinho Gusmão, afirmou que apenas se registaram dois incidentes que afectaram o escrutínio.


Um deles ocorreu no distrito de Baucau, a leste de Díli, na aldeia de Vaiaca, onde o ministro Inácio Moreira se viu envolvido numa disputa sobre o local da estação de voto.
A CNE e o STAE estabeleceram uma estação de voto na aldeia de Tekilaumata, mas o ministro tentou, durante a madrugada, mudar o local de votação para a aldeia de Vaiaca, o que provocou uma tentativa de agressão por parte da população.


As autoridades eleitorais recusaram mudar o local da estação de voto, declarou o porta-voz da CNE.
Em quatro estações de voto do distrito de Viqueque, de duas aldeias, não foi possível concretizar a votação porque os boletins de voto não chegaram a tempo.


"Temos até dia 20 de Abril para reabrir a eleição nestas estações", explicou o porta-voz da CNE. "Cancelámos hoje para reabrirmos amanhã, se necessário", acrescentou Martinho Gusmão.
O porta-voz da CNE repetiu nas conferências de imprensa da tarde e da noite que não é possível adiantar hoje quaisquer resultados.


"Estou a receber chamadas de telemóvel e mensagens curtas (sms) que dão a vitória a quatro dos oito candidatos". "Há quatro candidatos que aparecem nestas mensagens: José Ramos-Horta, Francisco Guterres 'Lu Olo', Fernando 'Lassama' de Araújo e Francisco Xavier do Amaral", adiantou o porta-voz da CNE.


"Mas não sei quem envia estas mensagens e nada disto pode ser confirmado", sublinhou, várias vezes, Martinho Gusmão, quando questionado pelos jornalistas.


De acordo com o calendário eleitoral da CNE, os resultados de todos os distritos serão conhecidos na quarta-feira, 11 de Abril.
Nas 72 horas seguintes, ou três dias, todos os votos serão recontados em Díli, acrescentou Martinho Gusmão.


No dia 14 de Abril, os resultados provisórios, resultantes da contagem nacional, serão afixados na sede da CNE em Díli.
As eventuais queixas e irregularidades serão apreciadas no dia 15 de Abril pelo Tribunal de Recurso.


Se não for alegada nenhuma irregularidade, a CNE apresenta dia 16 de Abril o seu relatório ao tribunal, e o presidente do tribunal tem 72 horas para o apreciar.
A CNE pode anunciar os resultados definitivos a partir de 20 de Abril.
PRM-Lusa/Fim

Leandro Isaac não votou, diz que velha guarda tem de ceder

Timor Leste, 09 Abr (Lusa) - O deputado Leandro Isaac, escondido no interior do país desde Fevereiro, disse hoje à agência Lusa que o país precisa de uma nova liderança e que não votou porque os militares australianos lhe "roubaram" o direito de voto.

Timor-Leste: STAE diz que operação eleitoral foi "um sucesso"

Díli, 09 Abr (Lusa) - O director do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral de Timor-Leste (STAE), Tomás Cabral, defendeu hoje que o processo das eleições presidenciais que se realizaram hoje em Timor-leste "foi um sucesso".

Timor-Leste/Eleições:Votação calma, falta de boletins voto solucionada SÍNTESE

Lisboa, 09 Mar (Lusa) - A votação para as eleições presidenciais em Timor-Leste decorreu sem incidentes, a falta de boletins de voto acabou por ser solucionada e entre os candidatos, apenas Francisco Guterres "Lu-Olo" disse acreditar que pode vencer logo à primeira volta.

Timor-Leste/Eleições: "O dia correu bem" para João Carrascalão e Manuel Tilman

Díli, 09 (Lusa) - O candidato presidencial João Carrascalão, apoiado pela União Democrática Timorense, votou em Campo Alor, Díli, e disse hoje à agência Lusa estar convencido de que vai haver segunda volta.


Falta de boletins estende votação

RR - 09-04-2007 8:34

O encerramento das urnas em Timor-Leste poderá ser adiado, uma vez que em alguns locais os boletins de voto não são suficientes. Mari Alkatiri admite recandidatar-se a Primeiro-ministro.

A votação deveria terminar às 16h00 (8h00 em Lisboa), mas, segundo o Padre Martinho Gusmão, da Comissão Nacional de Eleições, poderá durar mais uma hora, devido à grande afluência de eleitores e à insuficiência de boletins em algumas mesas de voto.

A escassez deve-se ao facto de muitos timorenses terem preferido votar nas grandes cidades, como Díli e Baucau, em vez de nos distritos onde vivem. Face às circunstâncias, dois helicópteros das Nações Unidas e das forças militares australianas foram buscar mais cinco mil boletins de voto.

Apesar de não serem conhecidos dados oficiais sobre a afluência às urnas, a mesma fonte, em declarações à Renascença, diz que mais de 80% dos eleitores inscritos já terão votado.

A grande movimentação de timorenses não provocou até agora incidentes, apenas uma pequena confusão quando Francisco Guterres Lu-olo foi votar, devido à concentração de muita gente, entre votantes e jornalistas, num pequeno espaço.

Quanto a resultados, só deverão ser conhecidos no próximo dia 20. O processo de apuramento é muito longo, pois inclui uma contagem distrital seguida de uma nacional, sendo ainda ouvidas as queixas de todos os intervenientes nas eleições antes de divulgados os resultados oficiais.

São oito os candidatos ao lugar até agora ocupado por Xanana Gusmão, que admite candidatar-se, em Junho, às legislativas.

Se assim for, poderá ter o líder da Fretilin, Mari Alkatiri, como rival. Isso mesmo admite o antigo Primeiro-ministro timorense, em declarações esta manhã à Renascença.

Timor-Leste/Eleições: Ninguém detido, incidentes em Bobonaro e Covalima - ONU

Díli, 09 Abr (Lusa) - A missão das Nações Unidas em Timor (UNMIT) revelou hoje que não foram efectuadas detenções durante as eleições presidenciais e deu como bem sucedido o processo de envio de boletins de voto adicionais.

Timor-Leste: Faltam boletins de voto em todos os distritos - CNE

Díli, 09 Abr (Lusa) - O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições de Timor-Leste (CNE), padre Martinho Gusmão, admitiu hoje que faltam boletins de voto em todos os distritos do país, nas eleições para as presidenciais.

Timor-Leste/Eleições:Mesas de voto fecharam em jornada sem incidentes conhecidos

Díli, 09 Abr (Lusa) - As mesas de voto para as presidenciais em Timor-Leste fecharam às 16:00 (08:00 em Lisboa), após nove horas de funcionamento numa jornada eleitoral que, até ao momento, não registou incidentes.

East Timor: Presidential election campaign held under ongoing Australian occupation

WSWS.org
By Patrick O’Connor
9 April 2007

East Timor’s presidential election, due to be held today, takes place under the ongoing occupation of the country by 1,200 Australian and New Zealand soldiers. The Howard government dispatched the troops last May to stamp its domination over the small half island and force out former prime minister Mari Alkatiri. Canberra views the presidential election, and the parliamentary vote due later this year, as a means of further undermining Alkatiri’s Fretilin party and installing a regime amenable to the strategic and economic interests of the Australian ruling elite. The immediate aim is to ensure the defeat of Fretilin’s presidential nominee, Francisco “Lu-Olo” Guterres, at the hands of one of the Howard government’s favoured candidates.

(continua)

Timor/Eleições: Urnas de voto já fecharam

Diário Digital - 09-04-2007 8:08:47

As urnas de voto em Timor-Leste, onde durante o dia de domingo decorreram eleições legislativas, acabam de ser fechadas há poucos instantes, devendo os resultados oficiais ser anunciados quarta ou quinta-feira.


De acordo a SIC Notícias, a grande maioria dos 500 mil eleitores timorenses terão cumprido a sua obrigação, durante um acto eleitoral que, segundo a totalidade dos responsáveis, terá decorrido de forma ordeira e praticamente sem incidentes.

Peace on Dili streets for Kiwis as East Timorese vote

Stuff.co.nz

By COLIN MARSHALL - NZPA Monday, 9 April 2007


New Zealand troops are patrolling the so-far peaceful streets of Dili as East Timor conducts its first presidential election since gaining independence from Indonesia.

About 150 New Zealand troops are stationed in East Timor and defence force spokeswoman Rachel Riley said from Dili they were not having any problems today.

United Nations police and Timorese police were in charge of security at polling booths but New Zealanders were patrolling other areas of Dili and further east in Manatuto.

"They're providing a presence throughout central Dili," Capt Riley said.

"It's been very quiet which is good news, both for the people of Timor and our guys.

"There have been queues of about 15 people at the polling booths but conducted in a really orderly fashion and it just looks like the people of Timor are exercising their right to vote with no sign of coercion or bullying or anything like that."

There were no special plans for the New Zealanders in case violence erupted during the election.

"It's like any day really, you know things in a country like this can turn in a second so they're always ready. They have plans in place and they're ready to go."

She said New Zealand troops were getting a good response from the local population.

Defence Minister Phil Goff on Saturday said New Zealand would probably have to maintain a defence force presence in East Timor for years rather than months.

Capt Riley said the current troops would head home in June but "we're here as long as the government of Timor Leste and the Government of New Zealand want us here. It's just as simple as that for us".

Polls were due to close about 7pm (NZT).

Eleições em Timor-Leste têm decorrido com normalidade

Público - 09.04.2007 - 07h36 Lusa

As eleições presidenciais em Timor-Leste estão a decorrer com tranquilidade. O comandante em exercício da Polícia das Nações Unidas (UNPol) no distrito de Díli afirmou hoje à Lusa que a situação na capital timorense é "muito calma", não havendo, "para já", registo de qualquer incidente.

Segundo o subintendente português Leitão da Silva, em Díli, a abertura das urnas presidenciais decorreu sem problemas e com calma, o mesmo tendo acontecido durante a noite, "que era uma das grandes preocupações" das forças de segurança.

"A noite foi muito calma em Díli e, após a abertura das mesas de voto, não se registaram, para já, cerca de uma hora depois, quaisquer incidentes", sublinhou Leitão da Silva.

Ainda em relação ao início da votação, afirmou uma hora após a abertura das urnas, "já há muita gente" à espera de votar e, nalgumas mesas de voto de Díli, já se registavam filas com cerca de 400 eleitores.

"A situação está muito calma", insistiu, lembrando que a segurança da cidade está garantida em "locais chave" da capital, com efectivos destacados nos locais "mais problemáticos".

"Estamos na Rotunda do Aeroporto, no Bairro de Taibessi (na saída sul da cidade), em Metinaro (na periferia leste), um dos pontos críticos durante estas eleições, no Bairro de Pité, um dos mais problemáticos da cidade nos últimos três meses, e ainda junto ao Palácio do Governo", explicou.

O subintendente português lembrou que, para cada uma das 45 assembleias de voto existentes na capital timorense, há pelo menos dois agentes policiais.

"Há dois elementos da polícia em cada centro de voto (assembleia de voto), ou da UNPol ou da PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste). A excepção é na ilha de Ataúro, onde a segurança nos dois únicos centros de voto é garantida por elementos da PNTL", referiu.

Na capital timorense, adiantou, as forças de segurança montaram uma operação especial de segurança para as eleições, que começou às 9h00 locais de sábado (1h00 do mesmo dia em Lisboa).

"Além do primeiro círculo, criado com a presença de dois agentes da polícia em cada centro de voto, foi também criado um segundo, com patrulhas motorizadas e que conta com 300 homens, 225 da UNPol e os restantes de uma das unidades autónomas de polícia, neste caso o sub-agrupamento Bravo, da GNR", sublinhou.

"Estarão 300 homens em permanência em turnos de 12 horas, o que permite a actuação de 600 homens em 24 horas", acrescentou Leitão da Silva.

O subintendente português adiantou que, sábado, as operações de distribuição do material de voto na capital timorense foram "um sucesso", tendo começado às 13h30 locais (5h30 em Lisboa) e terminado "ainda à luz do dia".

Mais de 520 mil eleitores timorenses estão inscritos para votar nas presidenciais de hoje, a que concorrem oito candidatos.

Timor-Leste/Eleições: "Pequenos problemas são normais", diz chefe observação UE


Díli, 09 Abr (Lusa) - O chefe da missão de observação da União Europeia (UE) às eleições presidenciais de hoje em Timor-Leste afirmou à Agência Lusa que foram detectados "problemas sem importância" após a abertura das urnas, situação que considerou "normal".

East Timor elections 'going smoothly'
The west.com

9th April 2007, 13:02 WST

Elections in East Timor are proceeding peacefully, the commander of the Australian-led international forces says. Brigadier Mal Rerden said he was not aware of any security incidents in Dili or surrounding districts, as East Timorese voters headed to the polls to elect a new president. "It's going very well," he told Sky News. "There's been plenty of people at the polling booth but no problems, no incidents from a security point of view at all. "Things are very calm at the moment."

(ver toda a notícia aqui)

Timorenses acreditam no "dia da ressurreição"

DN

9.04.2007

Paulo Azevedo*, Díli
EPA/Lusa-António Dasiparu (imagem)

Martim habituou-se à tenda branca que serve de refúgio à família - mulher e três filhos -, oferta das Nações Unidas que se perde entre todas as outras, em redor da igreja de Motael. Tendas brancas como a dele e azuis, outras verdes, espaçosas, não fossem os agregados familiares tão numerosos. E o dele é até pequeno, feitas as contas à média das famílias timorenses.

Hoje vai votar nas eleições presidenciais, ainda que disso pouco saiba. Nem tão-pouco conhece todos os candidatos à sucessão de Xanana Gusmão.

Quando lhe é perguntado porque não regressa a casa, diz que a não tem, que foi destruída. Martim não sabe que sobre grande parte dos refugiados em Díli, dezenas de milhares, há muito foi lançado o estigma do oportunismo. Deles é dito que recebem materiais para a reconstrução mas que o vendem, que preferem as tendas porque não pagam renda e recebem alimentos. O que é a verdade num país que chegou a ser catalogado de exemplar, após a dolorosa descoberta da independência, mas não resistiu à saída apressada da ONU?

As consequências, essas, são visíveis. Joaquim Martins, capelão do batalhão da GNR que continua a despertar aqui tanto temor quanto respeito, não resiste à analogia da ressurreição. É Domingo de Páscoa, véspera das presidenciais. É dia da ressurreição de Cristo e pode ser a ressurreição "deste povo que estamos aqui para servir", professa no púlpito da igreja de Motael, santuário de Martim e tantas famílias.

"Este povo também teve o seu calvário", diz o capelão ao DN. "Penso que este acto é motivo de ressurreição e […] as pessoas vão manifestar a sua vontade nos homens que querem para as governar", acrescenta, ainda no ar ecoam os cânticos das freiras timorenses: "Dá--nos a tua paz, Senhor; dá-nos a tua paz."

Campanha positiva

Díli ainda é palco de pequenos conflitos, mas os dias correm mais serenos. Javier Ruis, chefe dos observadores da Comissão Europeia, garante que a campanha correu bem. A equipa assistiu a 74 comícios. Ao todo, explica, "vimos quatro distúrbios". "Correu melhor do que em Moçambique." Por isso, não percebe o retrato "tão negativo" passado por alguma imprensa.

Problemas? "Falta uma infra-estrutura eleitoral porque não houve tempo para a fazer; as instituições não se puseram de acordo e isso vai afectar o processo", mas estas "são as primeiras eleições organizadas pelo Governo timorense", desdramatiza.

Ana Gomes, observadora pelo Parlamento Europeu, concorda. "As dificuldades resultaram dos prazos apertados, da aprovação tardia da lei eleitoral", explica. "As pessoas não estão treinadas, mas não me parece que isso ponha em causa o processo e estou convencida de que vamos ter um dia pacífico e com muita afluência."

Nem 24 horas antes, um dos candidatos salientara o mesmo. José Ramos-Horta usou o exemplo dos 60 anos de independência da Indonésia para pedir que não se exija o céu e a terra em sete anos. Cinco, descontados os dois primeiros, sob governação da ONU.

Como Ramos-Horta, os restantes candidatos - menos o da Fretilin - apontam baterias ao partido que teve maioria absoluta nas últimas legislativas. Hoje, a organização cujo símbolo se confunde com a bandeira nacional enfrenta o maior teste. Se vencer à primeira volta, Francisco Guterres "Lu Olo", antigo guerrilheiro, pode gabar--se de ter mantido intactas as aspirações de um partido sob incontáveis ataques de Xanana Gusmão. E com isso poderá antecipar "sem preocupações", garantem analistas locais, o regresso ao poder nas próximas legislativas, já este Verão. Talvez mesmo o regresso de Mari Alkatiri, que assim conseguirá vingar-se do que apelidou de "golpe de Estado constitucional" que levou à demissão do Governo e à sua substituição por Ramos-Horta.

"Lu Olo" diz ao DN que vencerá à primeira volta. Os rivais afirmam o contrário. Que Timor vai dar uma "bofetada política" no partido "que se recusa a acompanhar os tempos", como afiança a única mulher na corrida. Um deslize e a ida à segunda volta pode ser suficiente para unir toda a oposição.

Longe das contas eleitorais, Martim sabe que há fortes divergências. Pouco mais. Não é o único a sentir-se perdido nos meandos da política. Ao DN, nenhum dos quatro candidatos (dos oito que concorrem) mostrou diferenças substanciais quanto às estratégias dos opositores. Todos querem contribuir para o desenvolvimento, reorganizar a polícia e o exército e impulsionar as relações com Austrália e Indonésia, por um lado, Portugal e CPLP, por outro, sem esquecer a União Europeia e a ASEAN.
*Serviço especial DN/TSF

Timor-Leste/Eleições: Grande afluência em aldeias visitadas pelo chefe da ONU

Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa Díli, 09 Abr (Lusa) - Duas aldeias visitadas hoje de manhã pelo chefe de missão das Nações Unidas revelaram uma votação tranquila e grande afluência às urnas nos distritos de Viqueque, no centro do país, e Manufahi, no sul.

NÚMEROS DE OBSERVADORES, JORNALISTAS E FISCAIS ELEITORAIS (COM CREDENCIAIS): 15.549

Observadores internacionais: 292

Observadores Nacionais: 1854

(789 Observadores independentes + 1065 observadores COMEG – organização que concentra ONGs monitorização eleição geral)

Jornalistas: 404

Cartões VIP: 287

Fiscais electorais (partidários): 12.573

Divididos da seguinte forma:

PDRT: 103 - PD: 2356 - PMD: 56 - PST: 65 - UDT: 204 - Independentes: 33 (não levantados) - PNT: 449 - FRETILIN: 5.525 - ASDT: 1.344 - PSD: 2.026 - UNDERTIM: 406PT: 2 - Outros: 4

DENÚNCIA: ELEMENTOS DA CNE TENTAM MANIPULAR OPINIÃO PÚBLICA SOBRE A LEGITIMIDADE DAS ELEIÇÕES

Segundo fontes próximas, determinados elementos da CNE, Comissão Nacional de Eleições, nomeadamente o seu presidente e o seu porta-voz, Padre Martinho Gusmão, afectos a Xanana Gusmão, tiveram conversas acerca do que fazer para criar dúvidas sobre a legitimidade das eleições, caso o candidato da FRETILIN, Lu-Olo, ganhe à primeira volta.

Estas conversas têm sido ouvidas na CNE por várias fontes que se sentem escandalizadas com a tentativa de manipulação destes elementos da CNE.

Segundo as mesmas fontes apenas as queixas contra a FRETILIN têm sido tidas em consideração, o que se pode confirmar pelas declarações feitas em conferência de imprensa da CNE hoje pelas 9:00 da manhã.

Felizmente, existem milhares de observadores para assegurarem a transparência e validade das eleições de hoje.

Mas é assustador como determinada imprensa australiana tenta ajudar a os opositores da FRETILIN a garantiram que hajam dúvidas caso Lu-Olo ganhe à primeira volta.



STAE - Timor Leste 2007 Eleições Presidenciais: Actualização 9.00 am

Comunicado de imprensa
Dili, 9 de Abril 2007

Duas horas depois da abertura das estações de voto, os eleitores timorenses dirigem-se aos locais de votação para escolherem de entre os oito candidatos, o próximo Presidente da República de Timor-Leste.

Às 9 da manhã, 441 (87,5%) dos 504 centros de votação do país confirmaram ter aberto à hora prevista. Aguardamos ainda confirmação dos restantes centros de votação.

As equipas móveis do governo timorense e da UNMIT estão neste momento em todos os distritos de Timor-Leste a recolher informação, mesmo nas áreas mais remotas, onde existem dificuldades de comunicação (uso de radio).

Todos os centros de votação em Ainaro, Dili, Lautem, Baucau e Liquica confirmaram abertura às 7:00.

Não é ainda possivel fazer uma estimativa do número de eleitores que já exerceram o seu dever cívico, mas todos os distritos reportam que muitos dos 522.903 timorenses recenseados aguardam ordeiramente em filas às portas das estações de voto.

Há registo de casos de filas à porta das estações de voto que anunciam um número de eleitores superior ao estimado, em Lautem, Manufahi e Oecussi.

Durante todo o Domingo de Páscoa e esta madrugada, as equipas do governo e UNMIT trabalharm arduamente para conseguir entregar todo o material necessário à abertura das 705 estações de voto.

Com muitas estradas intrasitáveis, especialmente nas zonas montanhosas do país, 83 centros de votação recebram os materiais eleitorais por carregadores que os transportaram a pé e 44 a cavalo, ao longo de várias horas.

Ontem, 40 voos de helicopteros das Nações Unidas garantiram que o material de votação estaria em outros 44 lugares inacessiveis.

Nova informação actualizada será enviada às 14:30.

Para mais informações por favor contacte: Dulce Junior : 7288425 or Julio da Silva: 7250761 julio.dasilva@undp.org.


Ramos-Horta em desespero de causa.. na CNN

Ramos-Horta acusa a FRETILIN de ameaçar as pessoas com despedimentos se se não votarem no candidato Lu-Olo.

Como apenas 5.000 pessoas, de uma população de 800.000, são funcionários públicos, não valeria de muito, não?

A CNN passa imagens da violência de Junho, a acompanhar a entrevista por telefone a Ramos-Horta, como se se tratassem de imagens da campanha eleitoral ou do dia de hoje.

Manipuladores, vigaristas, aldrabões...

Preview of the 2007 East Timor Presidential Elections

Helen Hill *
Contents

1. Introduction
2. Essay - Preview of the 2007 East Timor Presidential Elections
3. Nautilus invites your response

Introduction

Helen Hill, of Victoria University, writes that the forthcoming presidential election in East Timor will be crucial:

"because they will either bring to a halt the undercurrents of violence that have wracked the country for a year, or they will lead to an escalation of that violence."

She explains the constitutional and political background and lists the eight candidates and their backgrounds. Hill expresses doubt about the certainty that many foreign observers have shown about the chances of the present Prime Minister, Nobel Prize winner Jose Ramos Horta, succeeding his ally, the current President Xanana Gusmao.

Hill concludes by noting that "hostility towards Australian troops, particularly as they refused to come under United Nations ('blue beret') command, has been an underlying theme" of the campaign.

Essay - Preview of the 2007 East Timor Presidential Elections

The second Presidential, and first Parliamentary, elections in East Timor are crucial for the five year old nation because they will either bring to a halt the undercurrents of violence that have wracked the country for a year, or they will lead to an escalation of that violence.

The campaign proper got going in mid-March 2007 and continued through early April leading up to the election on 9 April 2007, which follows the Easter celebrations. Eight candidates fulfilled the conditions for getting on the presidential ballot paper, the most important being to produce at least 5,000 signatures on the nomination paper.

The eight candidates are (in the order in which they will appear on the ballot):

*
Francisco Guterres ('Lu-Olo')

Currently President of the Parliament and the candidate of Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN - Revolutionary Front for an Independent East Timor), the original pro-independence party and current majority party in the Parliament. Graduating from high school under the Portuguese, just before the Indonesian occupation began, Guterres was involved in the resistance for 24 years, and has just began to study Law at the Timor National University.

*
Avelino Coelho

Indonesian-educated Secretary General of the Partido Socialista de Timor (PST - Timorese Socialist Party), the most left-wing party in Timor-Leste, with Marxist tendencies.

*
Francisco Xavier do Amaral

First President of Timor-Leste, from 1975 to 1978, now representing a regional (and some would say feudal) party he founded in 2001, the Associação Social Democrática Timorense (ASDT - Timorese Social Democratic Association). Do Amaral ran unsuccessfully for the Presidency against Xanana Gusmao in 2002.

*
Manuel Tilman

Lisbon-trained lawyer who spent many years in Macau, parliamentarian for Klibur Oan Timur Aswain (KOTA - Sons of the Mountain Warriors), a party of traditional chiefs founded in 1975, often referred to as a 'monarchist' party but refers to itself as a 'pro-welfare' party.

*
Lucia Lobato

Parliamentarian and lawyer for the Partido Social Democrático (PSD - Social Democratic Party), a party formed in 2001 by Mario Carrascalão, Governor of Timor Province under Indonesia, largely made up of former Indonesian civil servants and former UTD members. The only female candidate.

*
Jose Ramos Horta

Prime Minister, and a founder of FRETILIN but since the 1980s, a member of no party. He was nominated by the controversial President of Uniáo Nacional de Resistencia Timorense (UNDERTIM - National Union of Timorese Resistance) Cornelio Gama ('L7') (who got 7,000 signatures to get Horta's name on the ballot paper).

*
João Carrascalão

Founding President of the original pro-Portuguese party União Democratica Timorense (UDT - Timorese Democratic Union), the first political party founded in East Timor in 1974

*
Fernando de Araujo ('Lasama')

Founding member of the Partido Democratica (PD - Democratic Party), the second largest party in the Parliament, formed just before the 2001 elections by students who had been part of the resistance while studying in Indonesia.

Timor-Leste is a constitutional Republic with four sovereign institutions: the Presidency, the Parliament, the Public Service (executive) and the Judiciary.

Both President and the legislature are elected directly by the people through a general election every five years. The Prime Minister is the head of Government and chooses and presides over the Council of Ministers. The President is head of State, but a semi-symbolic figure, having a limited number of powers to act as a check and balance on executive power. The President has a veto over legislation, but that can be overridden by an absolute majority of the parliament or by two thirds of those present, depending on the subject matter.

While the President is popularly elected, the Prime Minister is selected from the party with the largest number of seats in the Parliament. The Parliament is elected by proportional representation with the whole country as one electorate. When the Constitution was being drafted in 2001-2 the separation of powers was regarded as a good thing, a guarantee against dictatorship, which many felt was necessary following 24 years of Indonesian occupation.

In many ways the constitutional job descriptions were built around the person of Xanana on the one hand, who made it clear he did not want to be balancing budgets, doing tricky personnel work or negotiating development policy but wanted to be in direct contact with the people, and on the other hand around the person of Mari Alkatiri (or someone like him) who did not mind remaining in the background but having his finger on the pulse of economic development.

In other words the jobs of President and Prime Minister, as envisaged by the writers of Timor-Leste's Constitution, were designed for two different types of people, with different but complementary strengths. In many ways Xanana and Alkatiri were two excellent candidates for those two jobs. Until 2006, together with Jose Ramos Horta as Foreign Minister, they made a triumvirate who had worked together for more than two decades to help shape the Timorese state. Their joint action to convince Australia to allocate 50% rather than 18% of the revenues of the Greater Sunrise oil field to Timor (when most Timorese believed they had a right to 100% of it) was the high point of their co-operation. This was followed quickly by the establishment of the Petroleum Fund to invest all of Timor's revenues from the Timor Sea oil and gas. But soon after, the mutiny within the army, Australian warships patrolling Dili during the FRETILIN Congress, and accusations and counter accusations all served to put them at odds with each other. The issue of how to spend the oil revenue had barely began to be addressed when Alkatiri was pressured to resign.

Given that the winner of the 9 April 2007 election will take on a predominantly symbolic role, supposedly unifying all the people of Timor-Leste and being above politics; what is surprising is that so many party leaders have nominated.

The Presidential election in 2002 was held after the 2001 Constituent Assembly election, so that by the time of the presidential election the Prime Minister was already known. Back then the presidential election was also seen as an opportunity for a symbolic figure who had played a key role inside the country during the struggle, who might not have a great deal of management skills, but was a great communicator, and able to unite the country to work together for reconciliation and economic development.

This time however, the presidential election precedes the parliamentary elections, and is taking on a very different character. It looks as if several parties are using the presidential elections as a try-out for the parliamentary elections. In 2002 Xanana Gusmão was not a party member but was supported by the overwhelming majority of parties. Xanana comfortably beat Xavier d'Amaral, head of a small regional party. This year the large number of candidates makes the outcome particularly hard to predict as it will be difficult for any one candidate to achieve the 50% of the vote required to avoid going to a second round. (If none of the candidates reaches 50% of the vote, a second vote between the top two candidates will be held on 9 May 2007.)

On 17 February 2007, Hamish McDonald reported in the Sydney Morning Herald that he had been told by staff members of both Prime Minister Jose Ramos Horta and President Xanana Gusmão that the two were in fact trying to engineer a 'job swap'.

[1] This would involve Ramos Horta running for the Presidency, and Xanana Gusmão running for parliament as the leader of a new political party. This party would be named the Congresso Nacional de Reconstrucáo Timorense (CNRT - National Congress for Timorese Reconstruction). Of course, these initials play on the fact that they are the same as those of the coalition under which all the parties worked together during the occupation: the original CNRT, which was an umbrella group, the Conselho Nacional de Resistencia Timorense (National Council of Timorese Resistance). FRETILIN has always made it clear it would support Xanana Gusmao as long he remained 'above politics'. It was Xanana's decision to side with the opposition parties and announce his intention to oppose FRETILIN that has really changed the political configuration in Timor. Ever since McDonald reported that he believed Ramos Horta will win a number of journalists have referred to him as 'the front-runner' with little indication of where his votes will come from.

Two puzzling problems dog Ramos Horta's candidacy. One is that sometimes he does not really look as if he wants to win. Two weeks before announcing his own candidature Horta was suggesting the Defence Force commander Taur Matan Ruark as the next President. And in his last commentary made to the media before announcing his candidature on 17 February 2007, Horta sounded as if he was only running for election because he had been asked to do so by governments in Germany, Indonesia, Australia and Malaysia. He seemed to be saying he still had regrets about not being able to run for the position of UN Secretary General, for which several countries had nominated him. He added that if he did not run for the presidential election he would continue to work for the country

"in many areas such as ambassador, professor, within NGOs or preparing to be the candidate for the Secretary General post in 2012".

Ramos Horta's second problem is the lack of a party apparatus to go out and do the organizing for him at his rallies and events. The group UNDERTIM, which got him the signatures to get on the ballot paper is a somewhat unreliable group led by Cornelio Gama (commonly known as 'L7') and Cristiano da Costa, a former critic of Ramos Horta. In addition, Horta has chosen Dr Dionisio Babo Soares as his spokesperson. Babo Soares' main job is Chair of the Truth and Friendship Commission, an unpopular body established by the governments of Indonesia and East Timor to bypass reconciliation which has drawn the ire of the Catholic Church.

This lack of an organizing base for Horta was sharply illustrated by the disappointing turnout at his opening rally in Dili. The ABC referred to it as a 'small but adoring crowd', while a local blog claimed there were only 500 present when 6,000 had been provided for.

While Ramos Horta has 'celebrity' status due to his Nobel Prize, his somewhat arbitrary way of announcing policy as Prime Minister has made many of his colleagues wary of supporting him. Most members of the Dili political class had already promised to support other candidates by the time he announced his candidature leaving disgruntled ex-guerillas as his main power-base, together with a few of the FRETILIN dissidents (the so-called 'Mudanca' group).

Horta cannot really attack FRETILIN's candidate 'Lu-Olo' very strongly, because if he loses this election and FRETILIN wins the parliamentary election, (which most commentators agree they will), Horta could well be looking to the FRETILIN government for a job, either as Foreign Minister again or as some sort of Roving Ambassador for Timor-Leste.

Ramos Horta's strong support for the Catholic Church has been a somewhat controversial issue in his campaign. He has promised $10 million to the church, if elected. Many feel this sort of policy threatens Timor's constitutional guarantees of separation between church and state, but others point out that the President does not have this sort of control over the budget anyway. Horta has never been a particularly devout member of the church. However during the current campaign he has been covering himself with Catholic symbolism, so much so that it begins to look hypocritical. All told, Ramos Horta is by no means assured of victory

Most of the other candidates are not well-known in Australia. Partido Democratico candidate Fernando Araujo 'Lasama' has visited many times. The ABC showed a one hour documentary on FRETILIN candidate Francisco Guterres 'Lu-Olo' just before independence. [2] Lu-Olo and Mari Alkatiri have been travelling the country together speaking at large meetings, campaigning on their record and showing a film of what they regard as FRETILIN's achievements. These include the ending of school fees in government schools, the introduction of free hot meals at lunchtime in primary schools, the introduction of Cuban doctors to the rural areas, the scholarships in medicine for 300 Timorese students to study in Cuba, the beginning of the Medical Faculty at the National University, the winning back of some of the revenues from the Timor Sea from Australia, the establishment of the petroleum fund, and the initiation of a hydro-electric power plant at the eastern end of the island. This last achievement is regarded as a liability and ecological disaster by some of the other parties, but the other initiatives show how seriously FRETILIN had taken up the expressed concerns of most people for health and education at the time of writing up the Development Plan.

Lu-Olo has been careful in his campaign to say he will be a 'President for All', in other words, not just FRETILIN members. His campaign also evokes his background of participation in the struggle for independence which is somewhat similar to Xanana's.

Partido Democratico has an impressive website and a fairly well-developed policy manifesto, obviously in readiness for the Parliamentary elections where they should see a number of members returned. However a surprising omission from their policy is anything substantial on education or health, two areas which most Timorese regard as the top priority issues.

What then of Xanana Gusmão, the charismatic leader who could do no wrong in 2000? In many ways Xanana has not been served well by his followers and supporters. The media (particularly the Australian media) treated Xanana as if he was super-human, the exact inverse of their attitude to Mari Alkatiri. Even benign stereotypes like this never help the people they portray. Sooner or later people would realise Xanana was human, that he could make mistakes.

In many people's eyes the first mistake Xanana made as President was to embrace General Wiranto in Bali in May 2004, and to agree with the Indonesians to the setting up of a Truth and Friendship Commission (TFC), which in effect allows impunity for many of the major perpetrators of violence in Timor in 1999 and in the years of the occupation. Its timing was also particularly unfortunate as it impeded the proper consideration of the report of Timor's own Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (Commission for Reception, Truth and Reconciliation - CAVR) in late 2005. [3] The Australian media has often referred to the TFC as similar to South Africa's Truth and Reconiliation Commission whereas it is the CAVR which is much more similar as it requires admission of guilt and a request for forgiveness before a pardon can be given. The TFC, on the other hand, dispenses forgiveness en mass and is seen by human rights activists and the Timorese Catholic Church as dangerously giving away the possibility of a later reconciliation, when the political will in both countries has been achieved.

The second reason for Xanana's support being lower than five years ago is his perceived role in promoting the so-called 'East - West' divide. In a speech on 23 March 2006 on the crisis in the Defence Force Xanana agreed that there had been discrimination in the army, based on regional distinctions, Loro Monu (west) and Loro Sa'e (east), and for the first time in East Timor identified those differences as political. While foreign observers were slow to realise what was going on, that speech became a 'dog whistle' to many groups around Timor-Leste and later that day, according to many observers, there was an atmosphere of regional rivalry running through all the Timorese institutions which had not been there before. While this speech and its impact has not been widely discussed in the Australian media, the International Crisis Group considered it a major obstacle to Xanana contesting the Presidency again and Lo'Olo discussed it on an ABC interview in early April. [4] Fortunately the regional rivalry is now diminishing and most of the current violence is between rival gangs known to each other. [5]

Like Ramos Horta, Xanana has the problem of finding a base for his new party.

The party closest to him, the PD, is somewhat disgruntled that he would not join them, and has started his own party instead. The only body of possibly free-floating individuals with political expertise who might give him some person power are the Grupo Mudanca. They are a disaffected group of FRETILIN members who tried to remove Mari Alkatiri and Lu-Olo from the leadership of FRETILIN last year. They failed, not as is commonly reported, because the Congress failed to have a secret ballot, but because they were really only half-hearted about it and had not gone to all the District Congresses to recruit supporters first. So that even when one of their number, Vicente 'Maubusy' Ximenes, was boasting on Australian television that they would get 80% of the vote, they knew they would fail and were grateful for an excuse to withdraw.

Xanana could find some of this group an asset, but then they might also be a liability - as they were to FRETILIN. They are a set of individuals, each with a different reason for falling out with the FRETILIN leadership, and as a result Grupo Mudanca lacks a clear strategy or vision for the country and does not have a great deal of unity. For example Vitor da Costa, who has joined Ramos Horta's campaign, was sacked by Ana Pessoa as Head of the Civil Service Academy. Vicente Maubocy Ximenes had aspirations for a job as Minister for Tourism and turned against Alkatiri when he was beaten to a Vice-Ministry by another University of Queensland graduate, Jose Texeira. Egidio de Jesus was sacked as Vice-Minister for Public Works due to the continual breakdowns in electricity supply (believed to be due to corruption and sabotage), while Jorge Teme was brought home early from his diplomatic posting in Canberra due to a breach of discipline. He will find it hard to campaign enthusiastically for Ramos Horta, his old boss, but has launched himself into Xanana's campaign.

The word 'Mudanca' means 'change' and the group is often portrayed in the Australian media as a 'reform group' of some kind and as 'moderates' in comparison to the leadership, whom they always characterise as the Maputo Group.

However there is another, more serious, group which is interested in bringing about a different sort of change within FRETILIN, from the bottom up rather than by replacing a few top leaders. This is the Grupu Estudu Maubere (GEM).

Not all its members are FRETILIN members, but their aim is to involve more local FRETILIN members in policy-making, policy debate and development activity such as the Millennium Development Goals, youth work, sustainable agriculture and promoting the participation of more women in the party.

Many of its members work for NGOs, the National University, or are students and don't want to become party members yet. Nevertheless the GEM engages quite directly with the leadership of FRETILIN in seminars and conferences, and seems to be a strong supporter of the development vision of Mari Alkatiri.

The election campaign has, generally speaking, been free of violence with the backdrop of low level gang violence still continuing in limited geographical regions. This is despite the fact that the Australian media has created an impression that it has been a violent campaign.

All Australian government funded aid-workers apart from those doing emergency work have been required to leave, many of them against their will.

Officially this is on grounds of safety and security, but at the same time large numbers of election observers are travelling in the opposite direction, pouring into Dili from the European Union, the Portuguese speaking countries, Asian human rights organizations and even Australian friendship cities, to observe the conduct of the poll. They will fan out to the rural areas before the election.

In a last minute bombshell, spokesman of the independent National Election Commission (CNE), Father Martinho Gusmão, publicly endorsed one of the candidates, Fernando Araujo 'Lasama'.

This could well seal the fate of Jose Ramos Horta's campaign, as he and Lasama are basically looking towards the same group of voters for support. However this action could well rebound against Father Gusmão himself and the Church in general, as there is a great desire among most Timorese to keep religion separate from politics. Ramos Horta in a final speech announced he 'couldn't lose': either he will win the election or 'win his freedom' and walk out of politics.

Ramos Horta has also to some extent suffered from the impression that he is the candidate the Australian government would like to see as the President and this has not helped him. Hostility towards Australian troops, particularly as they refused to come under United Nations ('blue beret') command, has been an underlying theme, although in general most Timorese are happy to see peacekeepers in the country.

Information about the author

Helen Hill is Senior Lecturer in Sociology of the Global South at Victoria University, Australia, and has been actively involved in research on East Timor since 1975. She is the author of Stirrings of Nationalism in East Timor: FRETILIN 1974-1978, (Otford Press, 2002).

E-mail: helen.hill@vu.edu.au

Other policy forums by Helen Hill:

* Why is Australia fighting in New York to keep control of the Peacekeeping Force in Timor-Leste?: Helen Hill, Austral Policy Forum 06-29A 21 August 2006

End notes

[1] Gusmao's new party shakes East Timor's political foundations, Hamish McDonald, Sydney Morning Herald, 17 February 2007.

http://www.smh.com.au/news/world/gusmaos-new-party-shakes-east-timors-political-foundations/2007/02/16/1171405446826.html

[2] East Timor: Birth of a Nation, Episode Two: Lu Olo's Story, ABC Television

http://www.abc.net.au/etimor/epis2.htm

[3] Commission for Reception, Truth and Reconciliation.

http://www.cavr-timorleste.org

[4] East Timor: Election campaign continues despite some violence, Connect Asia, Radio Australia, ABC, 28/03/2007

http://www.radioaustralia.net.au/connectasia/stories/s1883453.htm

[5] See James Scambary, with Hippolito Da Gama and Joao Barreta, A Survey of Gangs and Youth Groups in Dili, Timor-Leste, A report commissioned by Australia's Agency for International Development, AusAID, Dili, 15 September 2006.

http://www.timor-leste.org/justice_security.html
http://www.timor-leste.org/justice/Scambury_Report_Youth_Gangs_Dili.pdf
Nautilus invites your response

The Austral Peace and Security Network invites your responses to this essay. Please send responses to the editor, Jane Mullett: austral@rmit.edu.au. Responses will be considered for redistribution to the network only if they include the author's name, affiliation, and explicit consent.

Produced by the Nautilus Institute at RMIT, Austral Peace and Security Network (APSNet). You can review the 2006 archives. You might like to subscribe to the free Twice weekly newsletter.

Polls open in East Timor

ABC News Online
Last Update: Monday, April 9, 2007. 9:00am (AEST)

East Timor: Voting is taking place under tight security. (AFP)

Polling has opened in an election to replace former guerrilla leader Xanana Gusmao as president of troubled East Timor.

"The vote is now open," Carlos Barbosa, the head of a polling station in Meti Aut, a district of the capital, Dili, said.

Polls opened at 7:00am local time and were to close at 4:00pm.

Voting is taking place under tight security and amid concern over whether the result will be credible in a contest seen as a three-way fight.

At Meti Aut there was no tension as about 30 people lined up to cast their ballots under a bright early morning sky at the simple polling station with a desk and yellow plastic tape that marked the area for people to wait.

"I am happy to vote for our future. It's an important moment," Francisca Freitas, 38, said.

About 12 United Nations's police officers from New Zealand, Nepal and Portugal stood by.

"I am very happy to give support to our nation which is already broken," another voter, Armindo Moreira, said.

Downer optimistic

Australia's Foreign Minister Alexander Downer says he is optimistic intimidation will not affect the result of elections in East Timor today.
About 200 people have been arrested in the lead up to the election and most of the eight candidates have complained about intimidation.

Mr Downer says teams from Australia, the UN and the European Union are on the ground to monitor the elections and he is hopeful they will be free and fair.

"At this stage I don't think that intimidation is likely to have a substantial effect on any result, but we really just have to wait and see and read the reports when they're produced," he said.

- AFP/ABC

UNMIT - MEDIA ADVISORY

United Nations Integrated Mission in Timor-Leste (UNMIT) will hold a press briefing today, 9th of April at 16:00hrs at Conference Room B, Obrigado Barracks, Caicoli, Dili. Speakers will be:

Allison Cooper - Spokesperson
Steven Wagenseil - Chief Electoral Officer
Colin Stewart - Chief, Political Affairs

UNMIT will also have a press briefing at midday on Tuesday, 10th April, at
Conference Room B, Obrigado Barracks, Caicoli, Dili. Speakers will be:

SRSG Atul Khare
DSRSG Finn Reske-Nielsen
DSRSG Eric Tan
UNPol Police Commissioner Rodolfo Tor

Centros de votação abriram pelas 7:00 horas como previsto

Os 87,5% dos centros de votação já contactados pela CNE/STAE, confirmaram todos que abriram urnas pelas 7 horas da manhã.

Chuva muito forte em Viqueque

Filas de horas para votar em Lospalos

Grande afluência da população aos centros de votação em Lospalos.

Pessoas por nós contactadas, afirmaram que estão numa fila há cerca de duas horas e meia, e pensam que ainda terão de esperar mais duas horas para chegar a vez de votarem.

Medo de caos ensombra eleições em Timor-Leste

(Tradução da Margarida)

The Australian
Stephen Fitzpatrick, Dili
Abril 09, 2007

JOSÉ Ramos Horta foi à missa de Páscoa este fim-de-semana com "uma série de pecados " para confessar, o menor dos quais não será ter tido pensamentos lascivos sobre a estrela de cinema Jennifer Lopez quando lhe entregou um prémio em Berlim o ano passado.

Esta manhã, ele visitará uma pequena escola primária no subúrbio leste de Dili para votar nele próprio como próximo presidente de Timor-Leste, num acto que espera o possa ajudar a expiar os pecados que ultimamente visitaram a sua surpreendida nação.

É um gesto arriscado, em parte porque o que se ouve nas ruas é que se Ramos Horta derrotar o seu opositor principal, Francisco "Lu'Olo" Guterres do partido no poder, a Fretilin, será assassinado.

Num país dividido que se alimenta de rumores, a ameaça provavelmente não tem fundamento, contudo há receios genuínos de que a derrota da Fretilin possa anunciar o regresso da violência do ano passado que deixou dúzias de mortos e de feridos e separou os órgãos políticos do país.

Já houve confrontos espalhados entre apoiantes de vários candidatos às eleições dehoje, com os tons de ameaças e contra-ameaças a escalar no fim-de-semana ao ponto de alguns famílias de regiões de fora da capital estarem a fugir das casas com receio pela vida.

Ramos Horta está confiante sobre a possibilidade de mais caos, apesar de longe da humildade: "Se for eleito, suportarei uma cruz de madeira quase tão pesada como a de Cristo," disse numa entrevista na Quinta-feira Santa. "Se eu perder, (ganho) a minha liberdade."
Há indicações que o laureado do Nobel de Timor-Leste não será livre ainda para recomeçar a vida urbana por que anseia: escrever, contemplar e cortejar a elite política do mundo.

Dos oito candidatos que concorrem à presidência hoje, apenas Ramos Horta e Guterres se pensa que têm qualquer oportunidade real de sucesso. O candidato Fernando "Lasama" de Araujo, do Partido Democrático, parece que provavelmente ficará no terceiro lugar, com o efeito principal de dividir os votos para os corredores da frente e forçar uma segunda volta em 9 de Maio.

Uma quarta, Lucia Lobato do Partido Social Democrático, pode atrair alguns seguidores de certos sectores da população dada a desafiar a tradição fortemente patriarcal de Timor-Leste e a instalar a primeira mulher líder do país – para despedir a prima do presidente fundador Nicolau Lobato – mas não é esperado que perturbe abertamente os mais votados.

Membros da Fretilin insistem que têm os resultados garantidos sem necessidade de uma segunda volta, ao mesmo tempo que o próprio Guterres apela à cautela - "Estou optimista mas a única prova está nos boletins de voto," disse numa entrevista de fim-de-semana na sua confortável casa em – os seus conselheiros vão muito mais longe.

"Repare, se nos guiarmos apenas pelos números – se tivermos 80 por cento em Baucau, talvez 60 a 70 por cento em Los Palos, cerca do mesmo em Viqeque e 45 ou 50 por cento em Manatuto – então ele ganhou," disse o conselheiro político principal Harold Moucho. "O resto é menor."

"Teremos ainda os votos dos partidos mais pequenos, muitos deles são desdobramentos da Fretilin," acrescenta o director da campanha de Guterres, Filomeno Aleixo.

Outros discordam, e com alguma lógica. Os números esmagadores de Moucho focam-se no leste do país, onde é mais evidente o apoio concentrado na Fretilin, e ignora os distritos do oeste, onde mora o centro do descontentamento dos militares que contribuíram pesadamente para o caos do ano passado.

Moucho está ainda a contar com os 270,000 membros registados da Fretilin, de um total de f 522,933 eleitores Timorenses adultos, para ter o seu homem à frente.

Contudo, as coisas não serão tão simples assim. Mesmo dentro do partido há dessidentes, com um bloco interno "Fretilin Mudanca (reforma)" de membros a apelarem ao voto em Ramos Horta, um fundador do partido que deixou a organização há mais de 15 anos mas que recomeçou a sua aliança com o grupo de inspiração marxista quando substituiu o seu secretário-geral, como primeiro-ministro no pico da violência do ano passado como estratégia de emergência para libertar a pressão.

O principal agente da Fretilin Mudanca Jose Luis Guterres, que ocupa o crgo de Ministro de Estrangeiros depois de Ramos Horta ascender ao gabinete de primeiro-ministro, diz que não há espaço para a liderança da Fretilin poder ser autorizada a continuar a "conduzir mal o país ".

"Já vimos que este Governo não consegue fazer um bom trabalho," diz, sentado num café ao ar livre frente ao mar em Dili, cheio de polícias da Nova Zelândia, burocratas estrangeiros e trabalhadores humanitários, que aqui estão como parte do esforço internacional massivo para manter um rumo correcto no país em luta.

"Não estão a fazer nenhum tipo de investimento rural, e nem sequer pediram perdão pelo que aconteceu no ano passado. Estivemos perto de uma guerra civil, e tudo o que fazem é culpar os outros, não olham para si.

"Penso que Ramos Horta, e provavelmente Xanana como primeiro-ministro, podem ajudar a unir o país. Ramos Horta é alguém que todos conhecem e confiam nele para trabalhar por Timor-Leste."

O apoio do Presidente Kay Rala "Xanana" Gusmão será crucial para a oportunidade de Ramos Horta. Depois de trazer para o seu aliado de há muitos anos os votos dos “veteranos” da nação – os que, como Gusmão, passaram a maioria da sua vida adulta lutando na guerrilha contra a ocupação de 24 anos da Indonésia – o homem visto como o pai fundador de Timor-Leste quase de certeza concorrerá nas eleições parlamentares em meados do ano para primeiro-ministro e conduzirá um governo liderado pelo seu novo partido acabado de formar o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense.
A complexidade e intensidade da política de Timor-Leste pode espantar, e a confiança em símbolos e mitos são uma parte crucial para a compreender.

O novo agrupamento de Gusmão usa a sigla CNRT – a mesma do antigo Conselho Nacional da Resistência Timorense, o grupo abrangente formado por Ramos Horta e Gusmão que liderou para a independência e funcionou efectivamente como partido político e máquina do Estado entre 2000 e 2002.

Reacender a marca CNRT atrairá um voto de nostalgia nos distritos, onde são reverenciados heróis e combatentes da libertação.

O fenómeno ajuda a explicar o apoio ao desertor antigo comandante da polícia militar Alfredo Alves Reinado, que parece ter escapado com a ajuda de aldeões em Same, a sul de Dili, durante um assalto falhado ao seu esconderijo pelas tropas SAS Australianas no mês passado.

O Brigadeiro Mal Rerdon, o comandante Australiano da Força Internacional de Estabilização que providencia a segurança militar em Timor-Leste, diz "Alfredo Reinado é um foragido que deve enfrentar a justiça".

"Algumas pessoas nos distritos parecem ter a impressão que Alfredo é um herói," disse na semana passada. "É importante que compreendam que Alfredo não lhes dará qualquer espécie de solução. Enquanto se mantiver um foragido, apenas trará instabilidade e desassossego."

Mas para muitos Timorenses não é assim tão simples: compraram a comparação deliberadamente cultivada pelo amotinado com Dom Boaventura, que desencadeou uma luta sangrenta contra tropas Portuguesas pesadamente armadas no início do século 20.
Boaventura foi finalmente forçado para fora da sua praça forte de Same em 1912 numa acção militar que resultou na morte de milhares de homens, mulheres e crianças; há uma estátua em sua honra não muito longe da embaixada Australiana em Dili, supervisionando um campo de deslocados.

Para muitos dos que estão nos campos de deslocados e outros numa nação onde o desemprego ultrapassa os 50 por cento e o PIB per capita foi de $425 o ano passado, as expectativas são baixas e relativamente fáceis de satisfazer.

Todos os lados concordam que os mais de $1 bilião do dinheiro do petróleo guardado numa conta bancária em Nova Iorque precisa de começar a correr para infra-estruturas e desenvolvimento. Um relatório recente do Banco Asiático de Desenvolvimento previu uma taxa de crescimento de mais 30 por cento para Timor-Leste no próximo ano financeiro. O realizador de filmes Max Stahl, que tem seguido há anos o destino de Timor-Leste, é fluente no Tétum a língua oficial e ocupa a posição privilegiada de documentarista e participante nos trabalhos do país, compara i a "um barco basicamente bem-constuído mas instável ".

"É como se não tivesse uma quilha suficientemente pesada," reflecte, "assim logo que é atingido por rajadas de vento balança de um lado ao outro e ameaça virar-se, apesar de nunca o fazer. Está suficientemente bem construído, por isso não se vira."

Stahl insiste "a questão importante é se Timor-Leste pode ser governado, não quem é que o deve governar".

Mas primeiro tem que se gerir a eleição, mas apesar dos melhores esforços do representante da ONU Atul Khare para ajudar Timor-Leste a conduzir a sua primeira eleição geral, os problemas são inevitáveis.

As críticas incluem preocupações de uma equipa de certificação da ONU tão recentemente quanto no mês passado que não se preencheram ainda as condições para eleições livres. Correctas e transparentes. Esses receios foram enfatizados na Sexta-feira, quando emergiu que os cartões de identidade produzidos pela comissão eleitoral do país não incluía fotografias e provavelmente não chegariam a tempo às assembleias de voto nos distritos .

"É como se ele (Khare) está tão desesperado para tudo correr bem, que não quer admitir que não há problemas nenhuns," diz um analista estrangeiro baseado em Dili.

Mas para muitos, incluindo Khare, só o facto de uma nação que nasceu no fogo da separação violenta de 1999 da Indonésia poder realizar em breve as suas próprias eleições é um pequeno milagre.

"Estas eleições, se forem credíveis, livres, correctas, independentes e se os resultados forem aceitáveis e aceites pela população, então podem ter um efeito unificador," diz o diplomata indiano. "Contudo, as eleições não são o último passo no processo diplomático mas o primeiro passo – é o dia depois que acredito que é muito mais importante do que o dia em que se vota."

Stephen Fitzpatrick é o correspondente do The Australian em Jacarta

A visão de Luiz Betanzos

RR
Timor-Leste
08-04-2007 22:52

Abrem às 23 horas (hora de Lisboa) as urnas para as Eleições Presidenciais em Timor-Leste. A Renascença falou com o Chefe dos Observadores.

Depois de um ano de instabilidade e de divisões profundas, um dos países mais recentes do mundo e também dos mais pobres abre esta segunda-feira um novo ciclo político.

Para já, as coisas correram melhor do que se esperava. É o que revela o espanhol Luiz Betanzos, chefe da equipa de observadores eleitorais internacionais no terreno.

“Pois, correu um pouco melhor do que pensávamos. A campanha foi longa mas o número de incidentes foi menor do que se pensaria. Há oito candidatos, muito activos, houve muitas manifestações. Vamos a ver o que se passa hoje, quanto à campanha, correu bem”, disse.

Quanto ao dia de hoje, Betanzos prefere esperar para ver.

“Não se sabe. A Comissão Eleitoral é uma instituição nova, um pouco débil como instituição, tem carências como muitas outras instituições timorenses que são novas. Empenharam-se e tem a assistência técnica das Nações Unidas. Em princípio, esperamos que corra tudo bem mas, até ao final do dia, não se sabe. Há que esperar algumas horas”.

Por fim, Luiz Betanzos confirma o assalto a uma cidadã brasileira, que teve de receber tratamento hospitalar. No entanto, desconhece que a mesma seja uma das observadoras eleitorais destacadas para acompanhar as eleições.

“Sei que houve uma brasileira assaltada ontem à noite, mas não tenho confirmado que seja uma observadora eleitoral. Aqui, infelizmente, existem crimes comuns, mas nós não temos confirmação que seja observadora ou que esteja relacionada com as eleições”, acrescentou o chefe dos observadores.

RR

Lu-Olo votou no meio de alguma confusão

RR
Timor-Leste
09-04-2007 1:05

Houve alguma confusão aquando da votação de Francisco Guterres nas eleições presidenciais em Timor-Leste.

“Perseguido” por muitos jornalistas, Lu-Olo votou numa sala muito pequena para tanta gente e houve alguns protestos dos fiscais da mesa, empurrões e mesmo algumas agressões entre os presentes.Já depois da votação, Guterres, o candidato apoiado pela Fretilin, não concorda com Ramos Horta e diz esperar que as eleições sejam já resolvidas à primeira volta.

Lu-Olo esteve sempre acompanhado por Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin.Segundo a reportagem da Renascença em Timor está a ser muito forte a ida às urnas por parte dos timorenses que querem escolher o sucessor de Xanana Gusmão.
RR

Timor-Leste/Eleições "Lu-Olo" afirma acreditar na vitória, logo à primeiravolta

Díli, 09 Abr (Lusa) - O candidato da Fretilin às eleições presidenciais que estão a decorrer em Timor-Leste afirmou que espera vencer nas urnas logo à primeira volta.

"Espero ganhar e que tudo ficará resolvido à primeira volta", disse Francisco Guterres "Lu-Olo" depois de votar numa escola primária do bairro de Motael, onde a Agência Lusa verificou existirem filas consideráveis de eleitores.
"Lu-Olo", que chegou à mesa de voto pelas 08:00 locais (00:00 em Lisboa), acompanhado pelo antigo primeiro-ministro timorense e secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, não esperou pela sua vez na fila, na altura com cerca de uma centena de eleitores. Muitos jornalistas acompanharam a votação dos dirigentes da Fretilin, o partido que durante a campanha conseguiu mais "banhos de multidão".

Observadores internacionais, nomeadamente da União Europeia encontravam-se também na sala em que "Lo-Olo" e Alkatiri votaram.

O primeiro candidato a votar hoje em Díli foi José Ramos-Horta, que partilha com "Lu-Olo" a preferência dos eleitores timorenses para suceder a Xanana Gusmão.

PSP/NV.
Lusa/Fim
Agência LUSA

Timor-Leste/Eleições: Situação em Díli "é muito calma", diz comandante da UNPol

Díli, 09 Abr (Lusa) - O comandante em exercício da Polícia das Nações Unidas (UNPol) no distrito de Díli afirmou hoje à Agência Lusa que a situação na capital timorense é "muito calma", não havendo, "para já", registo de qualquer incidente.

Segundo o subintendente português Leitão da Silva, em Díli, a abertura das urnas para as eleições presidenciais de hoje em Timor-Leste decorreu sem problemas e com calma, o mesmo tendo acontecido durante a noite, "que era uma das grandes preocupações" das forças de segurança.
"A noite foi muito calma em Díli e, após a abertura das mesas de voto, não se registaram, para já, cerca de uma hora depois, quaisquer incidentes", sublinhou Leitão da Silva.

Ainda em relação ao início da votação, afirmou uma hora após a abertura das urnas, "já há muita gente" à espera de votar e, nalgumas mesas de voto de Díli, já se registavam filas com cerca de 400 eleitores.

"A situação está muito calma", insistiu, lembrando que a segurança da cidade está garantida em "locais chave" da capital, com efectivos destacados nos locais "mais problemáticos".

"Estamos na Rotunda do Aeroporto, no Bairro de Taibessi (na saída sul da cidade), em Metinaro (na periferia leste), um dos pontos críticos durante estas eleições, no Bairro de Pité, um dos mais problemáticos da cidade nos últimos três meses, e ainda junto ao Palácio do Governo", explicou.

O subintendente português lembrou que, para cada uma das 45 assembleias de voto existentes na capital timorense, há pelo menos dois agentes policiais.
"Há dois elementos da polícia em cada centro de voto (assembleia de voto), ou da UNPol ou da PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste). A excepção é na ilha de Ataúro, onde a segurança nos dois únicos centros de voto é garantida por elementos da PNTL", referiu.

Na capital timorense, adiantou, as forças de segurança montaram uma operação especial de segurança para as eleições, que começou às 09:00 locais de sábado (01:00 do mesmo dia em Lisboa).

"Além do primeiro círculo, criado com a presença de dois agentes da polícia em cada centro de voto, foi também criado um segundo, com patrulhas motorizadas e que conta com 300 homens, 225 da UNPol e os restantes de uma das unidades autónomas de polícia, neste caso o sub-agrupamento Bravo, da GNR", sublinhou.

"Estarão 300 homens em permanência em turnos de 12 horas, o que, permite a actuação de 600 homens em 24 horas", acrescentou Leitão da Silva.

O subintendente português adiantou que, sábado, as operações de distribuição do material de voto na capital timorense foram "um sucesso", tendo começado às 13:30 locais (05:30 em Lisboa) e terminado "ainda à luz do dia".

Mais de 520 mil eleitores timorenses estão inscritos para votar nas presidenciais de hoje, a que concorrem oito candidatos.
PRM/JSD.
Lusa/Fim
Agência LUSA

Timor-Leste/Eleições: "Líderes políticos devem acatar resultados", Ramos-Horta

Díli, 09 Abr (Lusa) - O candidato José Ramos-Horta afirmou hoje, pouco depois de votar nas eleições presidenciais que já decorrem em Timor-Leste, que os líderes políticos devem "acatar os resultados com responsabilidade e tranquilidade".

O candidato independente, também primeiro-ministro timorense, falava aos jornalistas momentos após ter votado numa escola primária de Metiauto, na periferia de Díli, onde aguardou na fila para, 15 minutos após a abertura das urnas, exercer o seu direito de voto.

"Tenho esperança que haja paz e tranquilidade e que os líderes políticos acatem os resultados com responsabilidade e fidelidade"", afirmou o candidato, o primeiro a votar dos oito que concorrem às presidenciais.

Ramos-Horta acrescentou que a votação é "mais uma demonstração de civismo e de responsabilidade do povo", mas alertou para o facto de as forças de segurança, nacionais e internacionais, estarem em "alerta" para qualquer desacato.

"As polícias nacionais e as forças internacionais estão todos alerta para qualquer desacato que possa haver de agentes provocadores", avisou o também Nobel da Paz e antigo chefe da diplomacia timorense, aludindo à existência, no terreno, de 1.645 polícias das Nações Unidas, 3.000 da polícia timorense e 1.300 das forças de estabilização, na sua maioria militares australianos.

Cerca de 15 minutos após a abertura das urnas, às 07:00 locais (23:00 de domingo em Lisboa), Ramos-Horta desdramatizou, por outro lado, a aparente fraca adesão às urnas, sublinhando que Metiauto é um "bairro pequeno", onde são "poucas as centenas de votantes" "Hoje não dormi bem. Caiu-me mal alguma coisa no estômago. Mas, em relação ao acto, estou tranquilo, à vontade.

É um acto bonito, democrático, que até agora tem decorrido com muita tranquilidade", afirmou Ramos-Horta à saída da Escola Primária nº 1 de Metiauto.

Por seu lado, o candidato da Fretilin, Francisco Guterres "Lu-Olo", vota cerca das 08:00 locais de segunda-feira (00:00 em Lisboa) numa escola primária do bairro de Motael, onde a Lusa verificou já que existem filas consideráveis de eleitores para votar.
PSP/JSD.
Lusa/Fim
Agência LUSA

Timor precisa de paz e reconciliação - Papa

Páscoa
RR
08-04-2007 12:42

Na mensagem de Domingo de Páscoa, Bento XVI renovou hoje, na Praça de S. Pedro, em Roma, o apelo à paz no mundo e fez uma referência à situação em Timor-Leste.

O Papa salientou que “de reconciliação e de paz necessita a população de Timor-Leste, que se prepara para viver importantes convocatórias eleitorais”.

Na benção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), Bento XVI lamentou as “continuas matanças” que assolam o Iraque, a “crescente instabilidade” no Afeganistão e frisou que só uma “solução negociada” trará a paz ao Sri Lanka.

No discurso transmitido para 67 países, o Sumo Pontífice falou da situação no Médio Oriente e destacou os “sinais de esperança” no diálogo entre Israel e a Autoridade Palestiniana.

O Papa alertou ainda para a falsa concepção que, por vezes, existe de Deus e que é preciso corrigir e falou da “incredulidade” em relação a Deus.

Bento XVI fez também a habitual saudação pascal em 62 línguas, entre as quais o Português.

Lu-Olo já votou

Lu-Olo e Mari Alkatiri já votaram na estação de voto nº1 do centro de votação da Escola do Farol.

Papa fez apelo ao povo de Timor-Leste

Papa Bento fez ontem um apelo à união e reconcialiação do povo timorense, na véspera das eleições presidenciais.

Milhares de deslocados fixam a esperança nas eleições de Timor-Leste

(Tradução da Margarida)

Voanews.com
Por: Nancy-Amelia Collins
Dili, Timor-Leste
07 Abril 2007

Perto de 40,000 pessoas estão a viver em campos improvisados de deslocadosem Timor-Leste, receosos de regressarem a casa por causa da violência que tem mantido este pequeno país à margem a maior parte do ano passado. Como relata Nancy-Amelia Collins da VOA da capital, Dili, muitos deslocados têm esperança que as eleições presidenciais de Segunda-feira e as parlamentares que se seguirão poucos meses depois, restaurarão a estabilidade, e lhes permitirão recomeçar a sua vida normais.

Logo à frente do aeroporto de Dili está um campo de deslocados improvisado que hospeda à volta de 400 pessoas. Esta é uma visão comum por aqui: muitos campos como este estão espalhados pela capital de Timor-Leste.

Os residentes dos campos vivem em condições impressionantes. As tendas são quentes, inundam-se com as chuvas, e ratos e outros animais são um constante incómodo. As pessoas sobrevivem com a ajuda da ONU, e do que conseguem angariar de pequenos comércios que conseguem montar.

Mesmo assim, os deslocados preferem aguentar condições como estas, do que regressar a casas que não consideram ser seguras.

Telvina da Costa vive com os filhos e a família alargada no campo frente ao aeroporto. É uma mulher forte, orgulhosa por ter sobrevivido aos 24 anos da dura governação Indonésia depois do território se ter separado de Portugal em 1975, e da violência que subsequentemente rodeou a votação da independência da Indonésia em 1999.

Mas Telvina está zangada. A sua casa foi destruída há um ano quando a violência invadiu Dili depois do despedimento de 600 soldados ter levado a amplas confusões. Ela e a família foram forçadas a fugir para este campo.

Diz que quer ser capaz de viver livremente no seu próprio país. Diz que foi para isso que votou para a independência. Quer empregos para que a família possa viver decentemente, e quer uma boa educação para os seus filhos.

Tem havido violência esporádica nos campos, alguma como resultado de as pessoas viverem apertadas, alguma regional: pessoas de um lado do país a lutarem com os do outro.

Contudo, os campos estão situados perto de áreas patrulhadas pela força de segurança internacional liderada pela Austrália. Os residentes consideram os campos mais seguros do que a cidade capital.

Como tantos outros, Telvina tem esperança que as eleições presidenciais de Segunda-feira corram bem, e tragam a estabilidade necessária para lhes permitir o regresso a casa.

Todos os candidatos presidenciais disseram que re-instalar os deslocados é uma prioridade de topo. Contudo, gente como Lionel da Cruz, que perdeu a sua casa durante os distúrbios do ano passado e tem vivido desde o ano passado num campo com a mulher, não acredita neles.

Da Cruz diz que receia que a violência irrompa outra vez entre os partidos políticos seja quem for que ganhe as eleições, e isso vai mantê-lo no campo algum tempo ainda.

"De acordo com esta situação, ainda estou preocupado, porque penso que ainda vamos ter problemas outra vez, porque se alguns dos partidos maiores perderem as eleições, lutarão uns contra os outros, e depois falam acerca de [democratização], mas o mal já está feito," disse Da Cruz.

Oito candidatos disputam o cargo largamente cerimonial de presidente. A não ser que um vença com mais de 50 por cento da votação, far-se-à uma segunda volta dentro de um mês.

Ramos-Horta acaba de votar

STAE e CNE darão conferência de imprensa pelas 9:30

A votação desenrola-se com calma em Díli

Ainda não se vê muitas pessoas na rua, mas já existem algumas filas em alguns centros de votação.

Abriram as mesas de voto em Timor-Leste

Lu-Olo e Mari Alkatiri votam na escola do Farol às 8:00

Observadora brasileira ferida em Díli encontra-se bem

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informa que passa bem a juíza Sandra Aparecida Silvestre de Frias Torres, ferida ontem num assalto na capital de Timor-Leste, Dili. Ela é uma das integrantes da missão de observadores brasileiros que acompanha a eleição presidencial do país.

Segundo o ministério, a juíza está em recuperação na casa do embaixador Antônio de Souza e Silva e já se comunicou com a família no Brasil.

Vários focos de tensão têm sido registrados por todo o país, aumentando receios de que a eleição provoque nova onda de violência.

Desde 23 de Março, os oito candidatos percorreram praticamente o país todo em campanha. Intrigas entre candidatos deixaram dezenas de feridos em diversos pontos do país, sobretudo na capital, provocando intervenção das forças internacionais de segurança. Na última quarta-feira, 19 pessoas ficaram feridas.

Para acompanhar as eleições presidenciais, estão em Timor cerca de dois mil observadores, dos quais 180 são internacionais. O Brasil tem o maior número de representantes entre os integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – Timor foi colónia de Portugal.

Oito candidatos concorrem à sucessão de Xanana Gusmão nesta que é a primeira eleição após a independência de Timor-Leste, ocorrida em 20 de Maio de 2002 - a região permaneceu sob domínio da Indonésia por mais de duas décadas.

Devem votar cerca de 520 mil, o que representa pouco mais da metade da população. Dili é a cidade com o maior número de eleitores (99,2 mil), seguida por Baucau, com 60,5 mil.

Os favoritos são Francisco Guterres "Lu Olo" e o primeiro-ministro José Ramos Horta. Os demais concorrentes são Francisco "Lasama" de Araújo, João Carrascalão, Francisco Xavier do Amaral, Manuel Tilman, Avelino Coelho e Lúcia Lobato.

Entrevista com Francisco Guterres Lu-Olo: Presidente deve respeitar esfera do governo

Público – 08 de Abril de 2007

"Nunca pensei vir a ser Presidente"

08.04.2007, Paulo Moura, Em Díli

O Presidente não deve interferir nas competências do Governo. A divisão leste-oeste é artificial. Timor deve ter relações privilegiadas com Portugal.

Na impossibilidade de candidatar Mari Alkatiri, a Fretilin escolheu Francisco Guterres Lu-Olo, presidente do Parlamento, ex-guerrilheiro e figura pouco carismática e pouco conhecida.

Público - Qual é a sua interpretação dos poderes do Presidente?

Durante os cinco anos em que fui presidente do Parlamento, tentei aprender quais devem ser os poderes dos vários órgãos de soberania. Durante a crise do ano passado, cheguei a várias conclusões sobre como devem ser assumidas as várias competências

Público - A que conclusões chegou?

Que não deve haver interferências de uns órgãos de soberania sobre os outros, como aconteceu com o Presidente Xanana Gusmão, que é muito respeitado porque foi comandante das Falintil, mas cuja atitude provocou um choque entre as instituições do Estado.

Público - Foi um erro dele, ou falta de definição das funções presidenciais?

Não. A Constituição define muito bem as competências. Estão previstas várias formas de os órgãos de soberania encontrarem soluções. Mas isso não aconteceu e o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, teve de demitir-se das suas funções, para ultrapassar a situação.

Público - O que deveria ter feito o Presidente?

Não devia ter vindo a público atacar outros órgãos de soberania. A cena de ele sair do seu gabinete para ir falar às pessoas que se manifestavam em frente do palácio foi lamentável. Ele incitou as pessoas a fazerem manifestações.

Público - A crise agravou-se por causa dessa atitude?

Sim, ele dividiu o país. Disse que os de Loromono nunca fizeram a guerra, o que não é verdade.

Público - Essa divisão leste-oeste nunca existiu, é artificial?

Essa divisão nunca existiu, foi inventada. Eu fui responsável pela frente clandestina nas montanhas, para além de ser guerrilheiro, no mato. Conheço as pessoas. No Leste e no Oeste, todos eles fizeram a luta e estavam unidos. O sofrimento, a morte uniram o nosso povo.

Público - Na área da economia, o que pode fazer o Presidente?

Isso é da competência do Governo. Darei o meu apoio no sentido de melhorar as condições de vida da população. Timor tem grandes potencialidades, devido ao petróleo, mas acho que não devemos depender apenas desse recurso. Devemos desenvolver a pesca, o turismo, a agricultura. Devem ser definidas prioridades estratégicas.

Público - O presidente deve defini-las?

Não. Isso é competência do Governo. Mas há interdependência entre os vários órgãos de soberania e o Presidente deve dar o seu contributo.

Público - As relações externas de Timor-Leste devem privilegiar Portugal ou abrir-se à colaboração com a Austrália e países vizinhos?

Temos uma relação especial com Portugal devido aos nossos laços históricos e culturais, e isso deve manter-se. Vamos precisar ainda mais de Portugal, para o ensino da língua. Temos também uma relação especial com os países da CPLP.
Quanto aos outros países, vamos manter boas relações com todos.

Público - Não prevê um relacionamento especial com a Austrália?

Especial não digo. Mas vamos ter boas relações com a Austrália.

Público - A língua portuguesa não é um factor de divisão do país?

Não. Daqui a uns cinco anos, toda a gente falará o português. Há apenas aquela geração intermédia, que estudou no tempo da ocupação indonésia, que não sabe português.

Público - É uma geração que ficou desenraizada?

Não. Têm uma boa formação. Só terão de transportar os conhecimentos que têm para a língua portuguesa, que irão aprender.

Público - As forças internacionais devem permanecer no país?

Se ficarem menos tempo, é melhor.

Público - Menos do que quê?

Ainda não tenho propostas concretas quanto a isso. O importante é que as nossas instituições voltem a funcionar. E que a Polícia entre em funções, para podermos ter a certeza de garantir a nossa segurança.

Público - Isso será quando? Depois das legislativas?

Vamos continuar a trabalhar para que as pessoas respeitem a lei. Nesse momento estaremos em condições de apresentar os nossos agradecimentos às forças internacionais.

Público - Um guerrilheiro será a pessoa mais indicada para ser Presidente da república?

Eu não fui apenas guerrilheiro. Comecei por ser quadro inferior, depois médio, depois quadro superior do partido. Fi-lo para servir o meu povo. Agora, aceitei esta missão, também para servir o meu povo. Nunca pensei vir a ser Presidente da República, nem presidente do Parlamento. O que eu quero é dar o meu contributo. Não tenho qualquer ambição. Se ganhar ou perder, para mim tanto faz.

Público - Se for eleito, com que primeiro--ministro gostaria de trabalhar?

Alguém com uma visão clara para o país, como Mari Alkatiri.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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