segunda-feira, abril 09, 2007

Os homens ao serviço da Austrália

Notícias Lusófonas – 8 de Abril de 2007

José Ramos Horta pode, dentro de algumas horas, ser eleito presidente da República de Timor-Leste. Xanana Gusmão pode, dentro de alguns meses, ser eleito primeiro-ministro. Ou seja, mais coisa menos coisa, vai ficar tudo na mesma. Sendo que, na minha opinião, este “na mesma” significa sob a tutela dos australianos.

Por Orlando Castro

Depois de tomar conta de um país que continua a considerar ser o seu quintal, a Austrália marca pontos sempre que quer, seja a proteger a fuga do major Alfredo Reinado, seja a encostar à parede quem fale português.

Ramos Horta e Xanana Gusmão ou não compreenderam que os australianos não são uma solução para o problema, são, isso sim, um problema para a solução ou, quem sabe, estão a fazer o jogo do seu poderoso vizinho.

Talvez por querer pôr os timorenses acima de qualquer outro interesse é que Mari Alkatiri foi derrubado. Ou seja, foi mais fácil demitir o primeiro-ministro do que prender um major rebelde.

"Os timorenses têm que aprender a resolver os seus problemas e não continuar à espera de que a comunidade internacional faça tudo por eles", declarou o ministro australiano de Negócios Estrangeiros, Alexander Downer, em Setembro do ano passado.

Downer tinha e continua a ter razão. Os problemas são para os timorenses, o petróleo (entre outras riquezas) é que é para a Austrália. Tão simples quanto isso.

Quando, e se, o major Alfredo Reinado disser tudo o que sabe (não só sobre a fuga da cadeia) ver-se-á que Camberra tem culpas no cartório. Muitas culpas. Fica-me, contudo, a certeza de que Reinado só está vivo porque isso interessa à Austrália.

"Os timorenses agora são uma nação independente e têm de ser responsáveis pelos seus assuntos internos", acrescentou o chefe da diplomacia australiana numa afirmação digna de registo do anedotário internacional.

Nação independente? Não. Não brinquem com a minha chipala. Vão, com certeza, continuar a brincar com Ramos Horta e com Xanana Gusmão, mas não gozem com os outros.

Não vão? Veremos. Não será preciso muito tempo para que os “cães de fila” da Austrália mostrem a sua ferocidade.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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