segunda-feira, abril 09, 2007

Clima tenso às vésperas das primeiras eleições após independência do Timor Leste

Agência Brasil/Jornal do Estado – 7 de Abril de 2007 - 17h19

Mylena Fiori*, Repórter da Agência Brasil

Brasília - Um total de 2080 observadores acompanhará as eleições presidenciais no Timor Leste, na próxima segunda-feira (9), segundo informações da Agência Lusa. Além dos 1,9 mil observadores indicados por mais de 50 organizações locais, estão no país 180 observadores internacionais de 20 países, incluindo delegação brasileira que integra missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Oito candidatos concorrem à sucessão de Xanana Gusmão, nas primeiras eleições após a independência do Timor Leste, que ocorreu em 20 de maio de 2002 – a região foi ocupada pela Indonésia por mais de duas décadas. Dos cerca de 1 milhão de habitantes do Timor Leste, 522.933 deverão exercer o direito de voto nas 504 zonas de voto distribuídas pelos 13 distritos do país.

Díli, capital do Timor, é a cidade que se concentra o maior número de cadastrados, com 99.260 eleitores, seguida por Baucau, com 60.522.

As eleições no Timor são consideradas um marco histórico pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Esta semana, em declaração lida pelo presidente em exercício do conselho, o embaixador britânico Emyr Jones Parry, os 15 Estados-membros do órgão fizeram um apelo a todos os candidatos para que garantam a segurança e condenem atos de violência na campanha.

Em agosto do ano passado, a ONU criou a Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (Unmit), para assegurar a lei e a ordem e criar condições de segurança para a realização das eleições presidenciais, marcadas para 9 de abril, e das eleições legislativas, previstas para junho. Em fevereiro deste ano, o Conselho de Segurança da ONU estendeu o mandato da Unmit até 26 de fevereiro de 2008.

Vários focos de tensão têm sido registrados por todo o Timor, aumentando os receios de que as eleições possam provocar uma nova onda de violência. Desde 23 de março, os oito candidatos percorreram praticamente o país todo em campanha. Intrigas entre candidaturas rivais causaram dezenas de feridos em diversos pontos do país, sobretudo na capital, Díli, provocando a intervenção das forças internacionais de segurança. Ainda de acordo com a Agência Lusa, na última quarta-feira (4), 19 pessoas foram ficaram feridas em confrontos durante caravana de cinco candidatos pelas ruas de Dili.

Também há tensão entre os candidatos. Ontem, quatro deles reclamaram dos atrasos na emissão de cartões para fiscais e observadores. Há 15 dias, cinco dos oito candidatos à Presidência do Timor Leste acusaram a Frente Revolucionária do Timor Leste Independente - Fretilin, maior partido do país, de "mentir, analfabetizar e manipular" os eleitores, ao permitir a introdução de símbolos partidários nas cédulas de votação.

Ocupada por portugueses a partir de 1512, a parte oriental da ilha de Timor foi abandonada pelo governo de Lisboa em 1975, após a Revolução dos Cravos. Até 1999, a região foi dominada pelo governo da Indonésia, até um plebiscito, organizado pela ONU, em que 98% da população decidiu pela independência. A luta pela libertação do país e contra os abusos do exército indonésio renderam o Prêmio Nobel da Paz ao bispo Carlos Ximenes Belo e a José Ramos Horta em outubro de 1996.

* As informações são da Agência Lusa

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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