"Reinado é a imagem de um fugitivo" - ISF
Díli, 15 Mar (Lusa) - O brigadeiro-general Mal Rerden afirmou hoje que as últimas imagens do major Alfredo Reinado "são a imagem de um fugitivo" e que "as suas acções não são as de um herói nem de um líder".
O comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) considerou que as imagens mais recentes de Reinado "são o que se espera de um fugitivo, muito preocupado, mal alimentado e sob uma grande pressão".
A cadeia australiana ABC transmitiu terça-feira à noite uma entrevista com Alfredo Reinado no programa "Foreign Correspondent".
O repórter da ABC explicou que encontrou Alfredo Reinado nas montanhas "após dois dias de picada".
"Alfredo Reinado escolheu fugir e esconder-se, deixando os seus homens para trás", recordou o brigadeiro-general na conferência semanal da missão internacional em Timor-Leste (UNMIT).
"As suas acções não são as de um herói nem de um líder", sublinhou o comandante australiano, que acrescentou que "Reinado já não coloca uma ameaça importante" à segurança pública.
"Reinado não merece apoio nem confiança, porque quebrou uma tentativa de solução pacífica" do problema, afirmou o comandante das ISF.
"Ele é um fugitivo à justiça e os que o apoiam directamente estão contra a lei".
As ISF lançaram um ataque na madrugada de 04 de Março de Março para capturar Alfredo Reinado em Same, no sul do país.
Com o major estavam "menos de trinta homens", segundo Mal Rerden, e cinco deles morreram "porque dispararam primeiro" contra soldados australianos.
Atul Khare, representante-especial do secretário-geral das Nações Unidas, informou que o pessoal das Nações Unidas de apoio ao processo eleitoral voltou hoje ao distrito de Same.
"Desde o início da semana", acrescentou o chefe da UNMIT, que a polícia timorense realiza operações conjuntas com a polícia das Nações Unidas na região de Same.
PRM-Lusa/Fim
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Diário de Notícias – 15 de Março de 2007
Reinado na televisão ABC acerta onde as tropas australianas falharam
Armando Rafael
A televisão australiana ABC conseguiu este fim-de-semana aquilo que as tropas especiais do seu país não foram capazes de fazer: localizar o major Alfredo Reinado, que continua a monte em Timor-Leste, três semanas depois de ter furado o cerco de Same.
O que altera, por completo, o panorama que se vivia em Timor-Leste. Quanto mais não seja por força das imagens que o Foreign Correspondent projecta, a menos de um mês das presidenciais de 9 de Abril. Até agora, o ex-comandante da Polícia Militar (PM) timorense limitava-se, com maior ou menor grau de fanfarronice, a fazer declarações aos jornais, às agências e às rádios, beneficiando da cumplicidade de um telemóvel. É certo que corria o risco de ser detectado. Mas, para todos os efeitos, tantos as autoridades timorenses, como os militares australianos, sabiam onde ele estava.
Depois de Same tudo mudou. Em especial porque o mais célebre foragido timorense conseguiu iludir o cerco que australianos e neozelandeses lhe tinham feito, escapulindo-se em direcção às montanhas e às florestas.
Terá sido de propósito? Não se sabe. O que se sabe é que a reconstrução feita pela edição asiática da revista Time revela que, a dado momento da operação, australianos e neozelandeses pararam de disparar. Foi precisamente aí, que Reinado desapareceu. Coincidência?
Desde então, o major desdobrou-se em entrevistas: à Lusa, à AFP, aos jornais autralianos e ao AdnKronos International (AKI), um portal de informação global. Até este fim-de-semana, quando se deixou filmar pela equipa da ABC. Basicamente para garantir que não pretende disparar sobre australianos. Um dia antes já se tinha deixado fotografar pela AFP, vestindo um camuflado das forças australianas, que estão a ser acusadas por timorenses de terem danificado várias casas em Same.
Como se isso não bastasse, soube-se, entretanto, que a ONU anda a negociar com Reinado, que se diz estar perto da capital. A avaliar pelas revelações do The Australian, a primeira ronda falhou. Em parte porque o ex-comandante da PM, que já fora afastado do comando da força naval do país por indisciplina, pediu uma casa na zona do Farol em Díli (o equivalente ao Restelo), segurança neozelandesa e que lhe retirassem algumas das acusações que a justiça lhe faz.
CNRT em versão partido
Xanana Gusmão bem pode dizer que está cansado de ser Presidente da República, mas não parece que queira abandonar a política. Prova disso é o facto de estar a criar um partido para concorrer às eleições legislativas que embora ainda não tenha data marcada deverão ocorrer em Julho. Recuperando, para o efeito, uma sigla histórica: CNRT. No passado, significava Conselho Nacional da Resistência Timorense e reagrupava à volta de Xanana todas as tendências políticas do país. Agora, é suposto querer dizer Conselho Nacional da Reconciliação (ou da Reconstrução) Timorense. Mas, por enquanto, o novo partido ainda está em fase de construção, à espera que Ramos-Horta suceda a Xanana na presidência.
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Timor-Leste: Alargado período de recenseamento eleitoral por razões de segurança
Díli, 14 Mar (Lusa) - A Comissão Nacional de Eleições de Timor-Leste alargou hoje o prazo, de sexta-feira para quarta-feira, 21 de Março, para os eleitores se poderem inscrever para as eleições presidenciais de 09 de Abril, por razões de segurança.
O presidente da Comissão Nacional de Eleições, Faustino Cardoso Gomes justificou esta medida com a insegurança que se vive em algumas zonas da capital, Díli, e pelo impacto desestabilizador e de revolta que o caso do major rebelde Alfredo Reinado, em fuga desde Agosto de 2006, está a causar junto da população.
Alfredo Reinado lidera uma rebelião armada, cujos confrontos com as autoridades já causaram a morte de pelo menos 37 pessoas e cerca de 155.000 refugiados.
Hoje, as forças de segurança indonésias anunciaram a prisão de prenderam dezenas de timorenses, que entraram no seu território, na sequência dos problemas de segurança.
O governo Indonésio já ordenou às tropas nacionais o reforço da fronteira com Timor-Leste.
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Timor-Leste: UE reafirma "apoio determinado" e sublinha importância das eleições
Bruxelas, 14 Mar (Lusa) - A União Europeia reafirmou hoje o seu "apoio determinado" a Timor-Leste, por ocasião do anúncio do envio de uma missão de observação às eleições presidenciais, apontadas como "um elemento fundamental para um futuro estável" no território.
"Esta missão vem confirmar o nosso apoio determinado a Timor-Leste nas primeiras eleições gerais realizadas depois da independência e as primeiras a serem organizadas pelas autoridades timorenses", afirmou a comissária europeia das Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, no dia em que a Comissão Europeia anunciou formalmente o envio de uma missão para acompanhar as eleições de 09 de Abril.
Sublinhando que "estas eleições constituem um elemento fundamental para um futuro estável em Timor-Leste", a comissária europeia reafirmou o firme empenho de Bruxelas "em apoiar um país que se defronta já com inúmeros desafios para reconquistar a sua estabilidade".
A Comissão recorda que a decisão de enviar uma missão de observação vem na sequência de um convite nesse sentido feito pelo governo timorense no ano passado e que a UE também acompanhará as eleições legislativas subsequentes, a realizar em data a anunciar imediatamente após as eleições presidenciais.
A equipa da missão de observação eleitoral da UE, da responsabilidade da Comissão Europeia, é chefiada pelo eurodeputado espanhol Javier Pomes e inclui uma equipa central de seis membros à qual se juntarão em breve outros 28 observadores a longo prazo, que acompanharão a campanha e a organização das eleições em todo o país.
Para Timor seguiu já o primeiro grupo, que integra um português, o jornalista da LUSA Paulo Nogueira, que foi correspondente da agência em Jacarta e em Díli, em 1999.
A esta missão juntar-se-á, já em vésperas das eleições, uma outra, do Parlamento Europeu, que integra quatro eurodeputados, entre os quais a socialista Ana Gomes, antiga embaixadora portuguesa em Jacarta.
ACC-Lusa/Fim
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The European Ombudsman - Brussels, 14 March 2007
Press Release: IP/07/323
European Union deploys Election Observation Mission to Timor Leste
The European Commission has begun to deploy an EU Election Observation Mission (EU EOM) to the Presidential elections in Timor Leste, scheduled for 9 April. The Mission will be led by Javier Pomés, Member of the European Parliament. The decision to deploy an EOM was prompted by an invitation to observe the elections received from the government of Timor Leste last year. The EU will also observe the subsequent Parliamentary elections in Timor Leste, whose date will be announced after the Presidential elections.
Benita Ferrero-Waldner, Commissioner for External Relations and European Neighbourhood Policy, said: "This mission confirms our strong support to Timor Leste in the first general elections after independence and the first to be organised under the administration of the Timorese authorities We are fully committed to support a country that is already facing many challenges to renew its stability. And these elections will be a key step in Timor Leste stable future.”
The EU EOM team, led by the Chief Observer, Member of the European Parliament Javier Pomés (Spain), comprises 6 core team members and will be joined shortly by 28 long-term observers, who will follow the campaign and the organisation of the elections throughout the country. A delegation of Members of the European Parliament will join the mission over election day.
The EU is also supporting the electoral process through a €1.5 million contribution to the United Nations Development Programme (UNDP). EU EOMs are an important instrument for building support for the democratic processes in a country and are deployed in line with the EU’s commitment to promote democracy, human rights and the respect for the rule of law. They are independent and professional, and for this reason their findings are widely seen as credible and trustworthy.
quinta-feira, março 15, 2007
Notícias - 15 de Março de 2007
Por Malai Azul 2 à(s) 21:22
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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