Timor-Leste: Rogério Lobato condenado a sete anos de cadeia
Díli, 07 Mar (Lusa) - Rogério Lobato, ex-ministro do Interior de Timor-Leste, foi hoje condenado a sete anos e seis meses de prisão, acusado de 18 crimes de homicídio e 11 de homicídio tentado.
O réu anunciou já que ia recorrer da sentença.
Na leitura do acórdão, o juiz sublinhou a especial gravidade dos "actos provados de distribuição de armas para eliminar" militares peticionários e líderes da oposição, uma vez que Rogério Lobato ocupava as funções de ministro do Interior.
"Em democracia, as contas acertam-se no local próprio", acrescentou o juiz.
O ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri esteve no tribunal a ouvir a sentença mas no final escusou-se a comentar a condenação de Rogério Lobato.
PRM-Lusa/fim
Timor-Leste: Rogério Lobato condenado a sete anos e meio de prisão, defesa recorre
Díli, 07 Mar (Lusa) - O ex-ministro do Interior Rogério Lobato foi hoje condenado a sete anos e seis meses de prisão por quatro crimes de homicídio, por decisão de um colectivo de juízes presidido por Ivo Rosa.
"Não se conformando com a decisão ora proferida", o arguido Rogério Lobato interpôs recurso de imediato, "e com efeito suspensivo", através de um dos seus advogados, Luís Mendonça de Freitas.
Rogério Lobato, ministro do Interior no I Governo Constitucional (de 2002 a 2006), até à crise política e militar que fez cair o Governo de Mari Alkatiri, estava acusado de 18 crimes de homicídio, 11 de homicídio na forma tentada e um crime de peculato.
O ex-ministro do Interior foi absolvido do crime de peculato, de 14 crimes de homicídio e dos 11 crimes de homicídio na forma tentada, sendo condenado como autor indirecto de quatro crimes de homicídio.
O tribunal deu como provado que Rogério Lobato entregou armas a civis, nomeadamente ao grupo de Vicente da Conceição "Rai Los", "para eliminar peticionários e líderes da oposição" em Abril e Maio de 2006.
No entanto, não ficou provado que a intenção do ministro do Interior fosse "alterar o Estado de direito" através desses grupos.
O tribunal considerou que o comportamento de Rogério Lobato foi tanto mais grave quanto se trata de um fundador do movimento de resistência à ocupação indonésia, que lutou pela independência e pela democracia em Timor-Leste.
O acórdão repete que outra agravante para a avaliação da pena a aplicar foi a "falta de arrependimento" de Rogério Lobato em relação aos actos de que foi acusado.
"Em democracia, as contas acertam-se nos lugares próprios", considerou o colectivo de juízes.
A pena aplicada a Rogério Lobato foi ponderada "em face dos factos dados como provados e da gravidade dos mesmos, gravidade que resulta das próprias funções que o arguido desempenhava à data dos factos".
Rogério Lobato "era membro do governo de um Estado democrático e estes comportamentos que foram dados como provados são inadmissíveis num Estado democrático", explicou o juiz Ivo Rosa.
"São comportamentos bastante censuráveis e daí que o tribunal tivesse considerado adequado e justo fixar a pena de sete anos e meio", leu também o magistrado português.
Com esta pena, "o tribunal pretende que o arguido assuma o desvalor da sua conduta e também que isto sirva de exemplo para a comunidade em geral, sobre tudo numa fase bastante conturbada que a sociedade timorense atravessa".
"Não é com estes comportamentos e com estas formas de agir que o Estado irá pôr cobro à onda de violência que se vive", considerou o colectivo de juízes.
"Certamente não é isso que o povo quer e não foi para isso que o povo lutou pela independência e pela instituição neste país de um Estado de direito democrático", leu ainda o juiz, antes de encerrar a audiência.
O ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri assistiu à leitura do acórdão no banco atrás do lugar dos arguidos mas não quis fazer qualquer comentário à saída do tribunal, uma vez que a defesa recorreu da decisão.
Luís Mendonça de Freitas manifestou-se insatisfeito com o acórdão, mas escusou-se a fazer uma leitura política da decisão.
"Não me pronuncio sobre se a condenação foi política ou não", afirmou o advogado de Rogério Lobato, em declarações à Lusa, acrescentando que tem de analisar a decisão para "eventualmente fazer algum comentário".
Com outro ânimo estavam os procuradores Bernardo Fernandes e Felismino Cardoso.
"Não se trata de ficar contente com a decisão", explicou Bernardo Fernandes, ressalvando que "a decisão ainda não transitou em julgado" e "há que aguardar em serenidade".
"Mas ficámos contentes e todo o povo timorense devia ficar porque se mostrou que há tribunais que funcionam, que há leis que se aplicam em Timor-Leste e que, independentemente do estatuto social, se é homem ou se é mulher, essas pessoas podem ser julgadas e sentar-se no banco dos réus", acrescentou o procurador.
"Não há impunidade para ninguém", sublinhou Bernardo Fernandes.
Sobre o longo texto do acórdão, que o juiz demorou cerca de 1h45 a ler, Bernardo Fernandes achou "uma peça muito bem elaborada, muito bem fundamentada e muito bem decidida também". "A decisão é exemplar, mas há que aguardar a decisão do tribunal superior. Deve presumir-se para já que o arguido ainda permanece no estatuto de inocente", notou Bernardo Fernandes.
No mesmo acórdão, o colectivo de juízes absolveu o arguido Francisco Viegas e condenou a quatro meses de prisão, com pena suspensa durante um ano, os arguidos Marcos Piedade e Francisco Salsinha.
PRM-Lusa/Fim
AAP – March 7, 2007 - 07:26pm
Lobato guilty of arming Timor hit squads
By Jill Jolliffe
East Timor's former interior minister Rogerio Lobato has been found guilty on five charges relating to arming hit squads to eliminate government opponents during civil unrest last year.
Lobato was found guilty on four charges of manslaughter and one count of unlawfully using firearms to disturb public order by a panel of three international judges on Wednesday.
He was sentenced to seven and a half years in jail.
Judge Ivo Rosa, who headed the panel of judges, said Lobato had been "a member of government and a democratic society but he has behaved in an antisocial and antidemocratic way", contributing to the nation's instability and violence.
The charges were laid following allegations made on Australia's ABC TV after around 600 East Timorese soldiers known as `petitioners' deserted, accusing their commanders of racial discrimination.
Reporter Liz Jackson produced documents alleging Lobato and then prime minister Mari Alkatiri had given weapons to civilians to kill members of the petitioners' group as dissent worsened in May 2006.
An October 2006 UN report on the violence recommended that Lobato be prosecuted, along with key protagonists in the conflict, from both the government and its opponents, including Reinado.
It recommended that Alkatiri should be investigated with a view to prosecution, but the prosecutor's office announced last month it was shelving inquiries into his involvement.
Alkatiri resigned in June, after sacking Lobato and defence minister Roque Rodrigues over the scandal, and was replaced by former foreign minister Jose Ramos-Horta.
Lobato is the younger brother of East Timor resistance hero Nicolau Lobato, who died fighting the Indonesian army in 1978.
Nominated defence minister when the Fretilin party declared unilateral independence in 1975, Rogerio Lobato travelled abroad to seek weapons for the embattled guerrilla movement.
Two years ago war crimes investigators in Cambodia found documents describing Lobato's subsequent visits to the dictator Pol Pot.
In the 1980s he served seven years in an Angolan prison on diamond-smuggling charges after falling out with other Fretilin leaders. On his release he said in a Lisbon interview he had been convicted at a kangaroo court run by the politburo of the ruling MPLA party, with Fretilin's Roque Rodrigues as the key prosecution witness.
BBC – Wednesday, 7 March 2007, 08:32 GMT
East Timor former minister jailed
East Timor's former interior minister has been jailed for seven-and-a-half years for fuelling last year's unrest.
Rogerio Lobato was found guilty of supplying weapons to a rebel leader who said he had been hired to fight opponents of the then PM Mari Alkatiri.
The violence erupted a year ago after Mr Alkatiri's dismissal of 600 soldiers triggered street battles between police factions and the army.
Some 37 people were killed and 150,000 people forced to flee their homes.
gone on trial on charges of arming civilians during unrest last year.
Rogerio Lobato is accused of supplying weapons to a rebel leader who says he was hired to act against opponents of the then prime minister Mari Alkatiri.
Violence erupted when the dismissal of 600 soldiers by Mr Alkatiri in March triggered street battles between police factions and the army.
More than 3,000 Australian peacekeepers were deployed to restore calm.
Their numbers have since been reduced to around 1,100.
At least 37 people died during the clashes within different factions of the security forces which later sparked ethnic and gang violence. More than 150,000 people fled their homes.
Show of support
Proceedings against Rogerio Lobato and three co-defendants are beginning two months late amid ongoing conflict between rival gangs, in which more than a dozen people have died.
Hundreds of Rogerio Lobato's supporters gathered outside the high security courthouse in the capital, Dili, as some 50 UN and local police stood guard.
About 35 witnesses from East Timor, Australia, the United States, Portugal and Macau are expected to testify. The four could face a maximum 47-year prison sentence if convicted.
Mr Lobato has claimed he was acting on the orders of Mr Alkatiri, a close political ally, who resigned in June.
Mr Lobato resigned from his post as interior minister on 1 June after President Xanana Gusmao assumed control of the security forces in a bid to control the violence.
East Timor gained independence in 2002 after a period of UN stewardship. It was ruled by Indonesia for 24 years before its people voted overwhelmingly in 1999 in favour of breaking away from Jakarta.
Timor-Leste: Durão Barroso apela à paz e à estabilidade
Bruxelas, 06 Mar (Lusa) - O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou hoje em Bruxelas a sua preocupação com a situação de instabilidade em Timor-Leste, apelando à paz e à estabilidade naquele país.
"Os últimos acontecimentos são preocupantes e eu não posso fazer mais do que um apelo sincero às autoridades de Timor-Leste - e a todos os que estão envolvidos nessa situação - para a reconciliação, para a paz e para a estabilidade", disse José Manuel Durão Barroso, em declarações a jornalistas portugueses.
Durão Barros lembrou que a Comissão Europeia é um dos doadores a Timor-Leste, tendo aprovado recentemente a dotação de uma verba de 1,5 milhões de euros para ajudar os refugiados no país.
O embaixador de Portugal em Timor-Leste, João Ramos Pinto, afirmou hoje à Agência Lusa que a situação de instabilidade no país não justifica a adopção de outras medidas como as que foram tomadas pela Austrália, nomeadamente a retirada de cidadãos.
Segundo disse, "a situação de instabilidade não é de molde a recomendar outras medidas" do género das que foram adoptadas pelo governo australiano, até porque "as condições de segurança na cidade (Díli) estão bastante melhores do que já foram no passado".
Até ao momento, não se registou nenhum incidente grave com a comunidade portuguesa em Timor-Leste, onde residem cerca de 500 portugueses, sem incluir neste número os 180 elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP), integrados na missão das Nações Unidas.
A Austrália, que desde sexta-feira tem o alerta de segurança para Timor-Leste no nível máximo de risco, desaconselha qualquer viagem a Díli e pôs em marcha o plano para a saída de todo o pessoal não essencial.
O governo da Austrália receia a deterioração das condições de segurança, " incluindo a grave instabilidade civil", na sequência duma operação das tropas australianas contra o major Alfredo Reinado em Same, no Sul do país. Reinado escapou, mas a operação provocou a morte a cinco dos seus apoiantes.
A operação, desencadeada na madrugada de domingo pelas Forças de Estabilização Internacio-nais (ISF), teve como reflexo uma onda de violência na capital, com apedrejamentos, barreiras nas estradas e ataques a instalações do Estado e algumas residências e escritórios.
Os bairros mais afectados foram os de Taibessi, Pité, Colmera e Vila Verde.
IG/PRM-Lusa/Fim
Rádio Renascença - 06-03-2007 8:33
Ramos Horta critica lei branda e grupos oportunistas
O Primeiro-ministro de Timor-Leste, Ramos Horta, responsabiliza grupos de desordeiros e a brandura da lei, desadequada da realidade, pela violência no país.
Entrevistado por Sérgio Tavares, o correspondente da Renascença em Timor-Leste, Ramos Horta diz que os desordeiros “não conhecem o Major, mas hoje dizem-se os seu defensores, inventam uma outra causa”, aproveitando-se do impasse provocado pelo cerco ao líder dos rebeldes para manterem os desacatos.
O chefe do Governo reconhece, por outro lado, que a lei não tem sido eficaz no castigo aos responsáveis pelos ataques. “O problema são as nossa leis, impostas por conselheiros ocidentais, sem atender à realidade timorense, em que qualquer elemento detido pela polícia -que não seja julgado em três dias - tem de ser liberto”.
De acordo com Ramos Horta, a polícia faz uma operação, prende dezenas de manifestantes no local, mas os tribunais libertam-nos. “Os mesmo elementos, que já foram detidos várias vezes sabem que só serão presos durante 72 horas”.
O comando australiano recuperou hoje o corpo de um quinto elemento do grupo de Alfredo Reinado morto em combate no domingo, em Same, disse fonte oficial das Forças de Estabilização Internacionais (ISF). "O corpo deste elemento do grupo de Reinado só foi encontrado hoje porque estava numa área de difícil acesso" dentro do perímetro que estava cercado pelas tropas australianas, acrescentou.
Na madrugada de domingo, tarde de sábado em Lisboa, tropas das ISF apoiadas por helicópteros lançaram o ataque contra as posições do grupo de Alfredo Reinado, usando reforços de tropas de elite chegadas da Austrália nas últimas 48 horas.
Reinado escapou do cerco de Same "depois de dividir os seus homens em três grupos e ter feito avançar dois deles, saindo pela retaguarda", contou uma fonte que acompanhou a operação de captura.
AFP - March 07, 2007
E Timor PM blames unrest on soft laws
From correspondents in Lisbon, Portugal
East Timor's soft laws are making it difficult to quell unrest in the country, Prime Minister Jose Ramos-Horta said.
"The problem is our laws, imposed by western advisers without taking into account the reality of East Timor, which require that anyone detained by police who hasn't been tried within three days be released," he told Portugal's Radio Renascenca.
"Police carry out an operation, detain dozens of protesters and what do the courts do? Free them. The same people, who have been detained several times, know they will only be in jail for 72 hours," he said.
East Timor has been wracked by violent protests over an unsuccesful raid by Australian-led peacekeeping forces on the mountain base of renegade army Major Alfredo Reinado on Saturday in which four people were killed.
Hundreds of supporters of Reinado, who was implicated in violence last year that left 37 people dead and caused 150,000 to flee, on Monday hurled stones, burnt tyres and blocked streets in Dili, the capital of East Timor.
The protesters, mostly youths, chanted support for Reinado but Ramos-Horta said they did not know the rebel leader and were only backing his cause as an excuse to cause trouble.
Last month Mr Ramos-Horta, 57, announced he would run for president in an election scheduled for April 9.
He became prime minister in July 2006 after Mari Alkatiri resigned amid allegations that he sparked unrest between civilian groups and security forces.
East Timor voted in a 1999 referendum for independence from Indonesia which had annexed it after Portugal ended centuries of colonial rule in 1975.
The country became fully independent in 2002 after a period of United Nations administration.
Público – 07.03.2007
Apoiantes de Reinado ameaçam Xanana e família
Adelino Gomes
Depois de 24 horas de relativa calma em Díli, receava-se que a leitura, hoje, da sentença do processo contra o ex-ministro do interior, Rogério Lobato, pudesse provocar novo clima de confronto na capital timorense. Lobato é acusado de ter entregue armas a grupos civis, a quem terá encarregado da eliminação de figuras políticas e de elementos do grupo dos ex-peticionários das forças de defesa. a acusação pediu aos juízes do tribunal de recurso sete anos de prisão e a defesa a absolvição do ex-ministro, que ocupa o cargo de vice-presidente da Fretilin.
Ataques às casas de Manuela e Armandina Gusmão, irmãs do presidente da república, acompanhados de ameaças à integridade física das respectivas famílias figuram entre os incidentes mais graves registados anteontem e ontem, em Díli.
As duas casas, situadas nos bairros vila verde e Taibessi, foram rodeadas por populares que exigiam o termo da ordem de captura dada por Xanana Gusmão contra Reinado.
"Chegou o momento de Xanana e sua família receberem o que merecem como consequência da decisão de capturar o comandante Alfredo", declarou um homem que se identificou aos jornalistas como Quintiliano Nakrakat, de 26 anos, irmão de Deolindo, morto durante o raide australiano contra as posições rebeldes em Same, sábado passado. Se o presidente não revogar a ordem e sair à rua sem guarda-costas, "morrerá", pois "traiu a população de Timor-Leste e o comandante Alfredo", acrescentou.
Armandina Gusmão, cuja casa foi protegida por militares da GNR, disse que os atacantes ameaçaram matar-lhe a família "até à terceira geração". E acrescentou: "é como nos tempos da indonésia. O que me custa mais é que são timorenses os que estão a fazer isto."
Para além da Austrália, que pensa retirar esta semana 35 voluntários e 40 contratados (australianos e cidadãos de outras nacionalidades), também os EUA, Nova Zelândia e Grã-Bretanha têm planos de retirada.
O embaixador de Portugal, João Ramos Pinto, reafirmou que os portugueses (cerca de 500 pessoas, sem contar com os elementos da GNR e PSP integrados na missão da ONU) não correm riscos de momento. "Nunca vi nenhum timorense insultando portugueses ou fazendo dos portugueses alvo para suas agendas políticas", disse à Lusa, considerando necessário "pôr os protestos em perspectiva, uma vez que os grupos atacam quem assegura a ordem pública, seja as tropas internacionais, a GNR ou os juízes estrangeiros responsáveis pelo funcionamento da justiça".
Apesar de informação oficial nesse sentido, não chegou a encerrar na segunda-feira a escola portuguesa de Díli. Por seu lado, o grupo de seis professores portugueses de Same, que saiu para Díli no dia em que as forças internacionais montaram o cerco a Reinado, há uma semana, continua na capital, ocupado com tarefas administrativas do programa de reintrodução da língua portuguesa.
"Apenas três escolas não estão a funcionar em Díli devido a dificuldades de acesso, a ter havido desacatos nas proximidades ou a os alunos não terem podido chegar às instalações", disse o embaixador Ramos Pinto à agência noticiosa portuguesa.
Australianos confiantes
O comando australiano recuperou, entretanto, o corpo de um quinto elemento do grupo de reinado morto em combate no domingo, em Same.
O comandante das forças australianas, brigadeiro Rerden, mostra-se confiante na captura de Reinado. "Ele disse... é apenas uma questão de "quando", e não de "se"", contou ontem o correspondente da Rádio Austrália, num despacho de Díli. Apesar de Reinado se encontrar numa zona que conhece muito bem, os militares australianos estão também bem treinados e familiarizados com o país, acrescentou Rerden.
Quanto mais tempo Reinado continuar em fuga, mais popular se tornará, considera Ramien Kingsbury, especialista em assuntos indonésios, citado pela ABC australiana. Mesmo que só seja apoiado por cinco ou 10 por cento da população, "será suficiente para desestabilizar Timor por um considerável período de tempo".
Reuters - Tue Mar 6, 12:24 AM ET
Timor gangs promise mayhem on East Timor's streets
By Rob Taylor
Canberra - With names like "Cold Blooded Killers," "Provoke me and I'll Smash You" and "Beaten Black and Blue," East Timor's youth gangs promise mayhem on streets which not so long ago offered hope.
The groups hurling stones and setting roadblocks in Dili's volatile outskirts borrow names from Indonesian rock bands or Hollywood action films, and their bravado swings between hit-and-run attacks to just playing guitars and drinking.
But as East Timor's streets convulsed again this week after a failed bid by international troops to capture rebel leader Alfredo Reinado, an Australian report on East Timor's gangs reveals the deep-seated problems facing the young nation.
"The one common thread is the involvement of large numbers of young, marginalized males," said the recent report on East Timor's myriad gangs and youth groups by Australia's aid agency AusAID and obtained by Reuters.
From bases in burned and abandoned houses in the bairos, or neighborhoods, the gangs' roots lie in long-standing ethnic tensions over control of trade and markets, post-independence property disputes and rivalries within the fledgling security forces set up after separation from Indonesia in 1999, said the report.
Those roots find fertile soil in chronic unemployment, lack of access to education and political instability blamed on opposition parties.
Even under former Portuguese colonial rule, prior to Indonesia's 1975 invasion, gangs or "moradores" were tools of repression, said the reporting citing 2001 battles between martial arts groups in Olobai and Boramatan villages.
"For much of the past six years gangs have also made parts of the eastern city of Baucau a virtual no-go zone after dark, setting up barricades and extorting motorists," the report said.
Infiltration
The infiltration into security forces of martial arts groups counting 20,000 members worsened the situation and helped fuel clashes last May in which the "western" army killed 12 "eastern" police as ethnic gangs took to Dili's streets, it said.
The report said many gangs were led by former resistance figures with long-standing grudges, including some disgruntled because they missed jobs in the new army or police force.
There were several broad gang types, including young men disillusioned by the ruling political party, those who were members of martial arts gangs and others who belonged to "kakalok" mystical groups identified by body scars.
Not all were dangerous, the report said, with many gangs performing social work in their impoverished communities and carrying out welfare work the government was incapable of.
The report said jobs were the key to ending gang violence among bored young men, but also called for the construction of youth centers in each village to foster a sense of community.
Small scale business ideas such as motorcycle maintenance should also receive start-up funding, while in the medium term East Timor needed a Youth Fund to support projects by young people in local areas.
"If given the support now to fulfill their fairly modest objectives and aspirations, these groups could play a vital unifying role," the report said.
Correio da Manhã - Quarta-feira, 7 de Março de 2007
GNR em alerta máximo
F. J. Gonçalves
A força da GNR em Timor-Leste está hoje em alerta máximo, mantendo-se em situação de prontidão para acorrer a qualquer ameaça à ordem pública desencadeada após a leitura da sentença do ex-ministro do Interior Rogério Lobato. Apesar do risco acrescido de violência, empolado ainda, no actual clima de tensão, pela ameaça do major Alfredo Reinado de iniciar uma guerra de guerrilha, o Subagrupamento Bravo considera estar preparado para fazer frente a uma situação de escalada da crise.
“A GNR ficará de prevenção, no quartel, para a qualquer momento acorrer a uma chamada para controlar algum distúrbio”, afirmou ao Correio da Manhã fonte em Timor. As patrulhas nas áreas ao cuidado da polícia portuguesa serão hoje asseguradas por outras forças integradas no contingente internacional de estabilização.
O reforço de segurança para a jornada de hoje foi determinado pelo comando da ISF, força internacional da ONU no território, devido ao aumento de tensão no fim-de-semana e ao receio de manifestações de júbilo ou descontentamento com a sentença do processo de Lobato. Recorde-se que o tribunal pode hoje declará-lo inocente ou condená-lo a sete anos de prisão por envolvimento na distribuição de armas a civis em Abril de 2006.
Quanto à ameaça do major Reinado, a mesma fonte explicou ao CM: “Portugal está perfeitamente preparado para fazer frente à ameaça actual. Além disso, ao que sei, a possibilidade de uma situação de guerrilha urbana foi prevista desde o início, não sendo nada de novo pensar na eventual necessidade de utilização diária de armas de fogo na actividade de patrulhamento. Daí que nada tenha sido alterado, até porque isso esteve na ordem do dia desde a revolta dos militares, no ano passado.”
O novo grau de ameaça faz com que cada intervenção dos militares portugueses seja agora feita com atenção e cuidado redobrados. Mas a atitude operacional da GNR não será alterada pela ameaça do major amotinado, que, recorde-se, se refugiou em Same (de onde escapou pós o assalto das forças australianas no passado fim-de-semana) com um grupo de apoiantes fortemente armados depois de o presidente Xanana Gusmão ordenar a sua captura.
O responsável de Relações Públicas da GNR, Coronel Costa Cabral, não confirmou a alteração da rotina do Subagrupamento Bravo. Quanto à eventualidade de uma guerrilha, o porta-voz explicou que não há uma ameaça concreta e que a intervenção numa situação dessas não caberia aos portugueses. “Numa situação de confronto cabe às Forças Armadas intervir, e em Timor estão australianos, neozelandeses, e outros, com meios para agir nesses caos”, explicou.
Violência Organizada
Muita da violência em Timor-Leste é causada por grupos de jovens que escolhem para si nomes como ‘Assassinos Implacáveis’. Segundo um relatório australiano sobre grupos de rua em Timor, os jovens, inspirados por bandas rock indonésias ou filmes de Hollywood, são na sua esmagadora maioria desempregados, liderados frequentemente por antigos guerrilheiros da resistência revoltados por não terem sido integrados nas Forças Armadas. A violência que resulta da marginalidade a que se encontram votados é potenciada por tensões étnicas e pela disputa do controlo das riquezas do território.
O estudo revela, no entanto, que nem todos os gangs organizados são uma ameaça à segurança pública. Nalguns casos levam a cabo trabalho social em comunidades empobrecidas onde não chega a ajuda do governo.
NOTAS
Revolta Nas Ruas De Díli
As tropas internacionais estacionadas em Timor tentam conter a revolta na capital timorense, Díli, protagonizada por bandos juvenis.
Assalto A Casa De Ministro
A calma tensa do dia de ontem foi marcada pelo assalto à residência de um membro do governo, do qual não resultaram vítimas.
À MARGEM
Contingente Luso
Portugal tem em Timor-Leste, desde Junho de 2006, um contingente da GNR integrado por 127 efectivos. Designado Subagrupamento Bravo, o contingente nacional opera integrado na ISF, força multinacional de estabilização das Nações Unidas.
Portugueses Ficam
O embaixador de Portugal em Timor-Leste, João Ramos Pinto, afirmou ontem que a instabilidade no país não justifica a evacuação dos portugueses. “Até porque as condições de segurança em Díli estão bastante melhores do que já foram”, afirmou o diplomata.
Barroso Preocupado
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou ontem, em Bruxelas, a sua preocupação com a instabilidade em Timor-Leste e apelou à reconciliação no território. “Não posso fazer mais do que um apelo sincero às autoridades de Timor-Leste e a todos os envolvidos nesta situação”, afirmou Durão Barroso.
Correio da Manhã - Quarta-feira, 7 de Março de 2007
Opinião: Timor: Tensão em crescendo
Ângelo Correia, Analista político
A situação em Timor corresponde àquilo que podemos considerar como normal face às expectativas. Ou seja, em Timor não se produz, não se trabalha, o desemprego absorve uma grande fatia das pessoas e, como tal, o ócio e a desocupação de muita gente – cerca de 70% da população – leva a uma decadência dos valores e da ordem pública.
Em segundo lugar, está por demonstrar a viabilidade emocional de Timor como Estado independente, ou seja, sabermos até que ponto é possível os timorenses desejam conviver entre si.
Portugal não pode fazer mais para ajudar a estabilizar a situação, porque o grande problema de Timor neste momento é saber se os timorenses querem conviver entre si e querem fazer parte de uma mesma nação, ou se, pelo contrário, a querem inviabilizar.
Timor tem que se olhar ao espelho e perguntar a si próprio o que quer.
Correio da Manhã - Quarta-feira, 7 de Março de 2007
Opinião: Avaliar a ameaça
Loureiro dos Santos, General (r). ex-CEME
Primeiro, não sabemos se esta ameaça (de guerrilha urbana) é muito consistente. Os factos é que ditarão se aquilo que se vier a passar constituirá ou não uma ameaça contra a qual a GNR tem condições de actuar.
Se se tratar de uma guerrilha urbana ao estilo daquilo a que assistimos no Iraque ou no Afeganistão – o que não é muito provável – é natural que o contingente da GNR não tenha capacidade para a enfrentar. Há lá forças armadas, no caso, australianas, que são mais vocacionadas para esse tipo de operações.
Julgo que, para situações inesperadas, o teatro de operações tem, neste momento, as forças necessárias para uma primeira resposta. Caso a situação evolua no sentido de uma maior gravidade, as coisas terão que ser repensadas e aí colocar-se-á a questão do reforço das forças militares, mas isso já é uma questão internacional, ao nível das Nações Unidas.
Radio New Zealand - 07 Mar 2007, 6: 29am
Govt confirms NZ troops were involved in attemp to capture rebel leader
The government has confirmed that New Zealand troops were part of an attempt to capture East Timor rebel leader Alfredo Reinado on Sunday.
Australian soldiers continue to search in the southern part of East Timor for Reinado, who escaped the attack on his hideout at Same, 50km south of the capital Dili.
Five people died in the raid according to the latest information from the Australian government.
Reinado has been at large since he escaped from prison in Dili in August along with 50 other inmates. He was involved in fighting last year when the sacking of some of the army and regional differences plunged the nation into chaos. International troops were requested to restore order.
President Xanana Gusmao ordered security forces to arrest Reinado after the former army major led a raid on a police post late last month and made off with 25 automatic weapons and ammunition.
After Australian-led forces surrounded the rebels last Tuesday, Reinado vowed a fight to the death. He told Morning Report last Thursday that he would rather die than surrender.
Thousands of rebel supporters protested against the attack in Dili on Monday.
Dili quiet; NZ troops on patrol
The capital was reported to be quiet but tense the following day. New Zealand Defence Minister, Phil Goff, said on Tuesday that the situation in the area where New Zealand troops are operating in East Timor is largely under control.
A Reuters witness in Dili said New Zealand troops were patrolling areas considered riot prone.
Unrest in Timor last May at least 37 people, caused 150,000 to flee their homes and led to the dispatch of international peacekeepers from Australia, Malaysia, New Zealand and Portugal. A state of emergency was declared before their arrival. The unrest was due to an east-west divide and gang violence following the sacking of 600 soldiers.
Presidential elections are scheduled to be held on 9 April 2007.
ABC - Wednesday, March 7, 2007. 8:00am (AEDT)
Criminal opportunists to blame for Dili violence, commander says
The commander of international forces in East Timor blames criminal opportunists and some supporters of the wanted fugitive, Alfredo Reinado, for the recent violence in the capital.
In an interview with the ABC in Dili, Brigadier General Mal Rerden says Australian troops will not give up until they capture Reinado, who evaded soldiers during a shoot-out three days ago.
Reinado is now on the run from Australian troops in thick jungle in the mountains south of the capital Dili.
"The aim of our mission is to apprehend Alfredo Reinado and our operations will continue till we achieve that and that will happen," Brigadier General Rerden said.
The East Timorese President, Xanana Gusmao, is threatening to impose a state of emergency if violence continues.
Brigadier General Rerden also acknowledged that some anti-Australian sentiment has flared in East Timor. But he says the international forces and police in East Timor were capable of keeping a lid on recent violence in the country.
He says Australian Government advice that Australian citizens should leave East Timor is prudent.
He also acknowledges there have been some recent expressions of anti-Australian sentiment. "There is some sentiment there, what we're seeing is that it's really rhetoric, we're keeping a very close eye on that, it's obviously of concern to us," he said.
ABC News - March 6, 2007 -transcripts-
Fears of anti-Australian sentiment in East Timor - Aust staff leave E Timor
MARK COLVIN: Family and staff at the Australian Embassy in Dili are expected to begin leaving tonight because of fears of anti-Australian feeling in East Timor.
The situation in the streets calmed today after a night of sporadic violence. But UN and international forces are bracing themselves for more trouble tonight.
There's also potential for another obstacle in the road to a peaceful resolution with a court verdict to be handed down tomorrow.
Our correspondent Mark Willacy spoke to me a short time ago.
MARK WILLACY: Well, I've been told by someone within the Embassy that they expect some family members, only a limited number at this stage, to be probably pulling out later tonight.
Obviously, the Embassy has informed its staff as to what the Government order is, or the Government recommendation rather, is. And they expect more Embassy staff, non-essential staff at this stage, and family members of all staff who wish to go, will start doing that over the coming days.
MARK COLVIN: What are they telling Australian citizens not connected to the Embassy?
MARK WILLACY: They're telling Australian citizens not connected to the Embassy to go, that they believe Dili is not safe, and East Timor, for that matter, is not safe.
And they're also saying that Australians who wish to come to East Timor should defer their travel if possible because the fear here is that, basically, there is anti-Australian sentiment, and a feeling that Australians could possibly be targeted by these gangs, and also armed youths, who seemed to have aligned themselves with Alfredo Reinado, the fugitive wanted by the Australian and the East Timorese.
MARK COLVIN: Well, you've been out in the streets. How bad is the situation? How bad was it last night?
MARK WILLACY: Last night it was... it wasn't too bad. There were sporadic cases of violence. We understood that one club, the Dili Club, did have about eight men throwing rocks at the club. No one was hurt in that incident.
There were also cases of rocks being thrown at UN vehicles, and also of tyres being burnt, and certainly over Dili today, there was a very thick, acrid pall of smoke that covered the city. And it was so bad that people driving to work on motorcycles were forced to cover their faces so they didn't inhale this toxic fuming.
MARK COLVIN: And... but they were driving to work? I mean, that indicates a degree of normality.
MARK WILLACY: Yeah, there is a degree of normality here, that people are going to work, that people are going to school, children are going to school. So it's not a case whereby the whole place is shut down.
Although the gangs and the young men armed with sticks, stones and some machetes, have been successful in shutting down some parts of the city, for very limited times though.
MARK COLVIN: And the anti-Australian feeling, obviously has coalesced around this operation against Alfredo Reinado. He remains on the loose, doesn't he?
MARK WILLACY: That's right.
He's still believed to be in the thick bush country up around Same, which is about 50-60 kilometres south of Dili.
It's very tough country to find anyone in, and Alfredo Reinado, as we said yesterday, is very familiar with this country. And so for the Australian troops hunting him, it's going to be quite a task.
MARK COLVIN: And what's the court verdict that's likely to inflame things tomorrow?
MARK WILLACY: That court case revolves around Rogerio Lobato, the former interior minister of East Timor. Now he's charged over the arming of civilian militias last year, and stoking unrest last year. Of course, that led to at least 37 deaths here in East Timor, and the displacement of 150,000 people.
Now there has been a court case involving him, it's been helped along by the Judicial System Monitoring Program, which was set up to assist East Timor's somewhat broken down judicial system.
Now, the court has heard from one witness in the past, actually a few months ago, who said that the former interior minister gave him weapons and ordered him to murder political opponents or the ruling Fretilin Party.
And reportedly some army officers were on this alleged hit list. And it has been alleged in the court that Rogerio Lobato acted with the full knowledge of Mari Alkatiri, the then-East Timor prime minister. Of course he was deposed last year.
So there is a fear that if Lobato does face 15 years in jail, which is the maximum penalty, then we could see some more trouble on the streets of Dili. As we know, it doesn't seem to take much these days to inflame sections of the East Timorese community.
MARK COLVIN: No indeed.
Mark Willacy, thank you very much.
ABC - Wednesday, March 7, 2007. 5:31pm (AEDT)
More Australians arrive home from E Timor
Sixteen Australians who were working in the East Timorese capital Dili, have arrived at Darwin Airport on a chartered flight.
The Department of Foreign Affairs and Trade (DFAT) advised Australians to leave yesterday because of the possibility they will be the target of violence.
Richard Neves, who was working with the Ministry of Planning and Finance in Dili, says staff were brought home because of a noticeable increase in tension.
He says the security situation for foreigners is worse than it was during unrest in May last year.
"I personally never felt threatened then," he said. "This situation is markedly different in the sense that now you can sense that it's more aimed at foreigners and that's why we've taken the decision to pull out of Dili in the short term, just while this tension's at a certain level."
AAP - March 07, 2007 09:56am
Military intervention 'not enough'
Australia was too reliant on its military to quell regional unrest and needed to focus more on developing long-term stability, Labor said today.
New violence and protests have erupted in East Timor, outside the Australian embassy in Dili and in other locations, since Australian troops killed five armed supporters of rebel leader Alfredo Reinado on Sunday.
As security in the nation deteriorates, some Australians have fled amid fears they could be targeted by gangs of youths.
Opposition foreign affairs spokesman Robert McClelland today said Australia would need to intervene militarily time and again in countries like East Timor if it did not do more to develop economic activity and address the causes of communal tension.
At present, the military and police were being used as a "band-aid" to patch up sporadic outbreaks of unrest in the region.
"We're not building the capacity within these countries to withstand ... opportunism on the part of the gangs that break out this violence," Mr McClelland said on ABC radio. "You've got to look at your institutions of government, but you've also got to look at your underlying social tensions, you've got to look at your employment opportunities. We haven't focused enough, I believe, in the so-called arc of instability, in building that sort of capacity. Until we do, we're simply going to see a revolving door of military interventions."
If Australia did not help East Timor to build its institutions, revenue from the Timor Sea gas deal would end up in foreign bank accounts rather than in providing employment opportunities for the country's young people, he said.
Mr McClelland said Australia should consider helping the Solomon Islands establish anti-corruption and electoral commissions to tackle the long-term causes of unrest.
"The mere fact that we have troops in the Solomons, federal police on the ground, isn't resolving these underlying tensions," he said. "We're not doing enough to build economic activity in that country. "These failing states in our region could be a haven for criminal activity and, indeed, potentially a haven for terrorist activity."
Washington Times – March 7, 2007
Timorese major still on the run
By Michael Keats
Melbourne, Australia -- Australian troops continued their search for a renegade army major in East Timor yesterday, a day after a failed attempt to capture him sparked riots in the streets of Dili, the capital.
Witnesses said roadblocks had been removed and order restored in Dili, but day-old instructions for a voluntary departure of dependents and non-essential embassy staff from East Timor remained in effect.
"Those evacuations are precautionary. I don't hold deep fears, but I do hold some concerns," said Australian Prime Minister John Howard, who argued it would be unfair and superficial to say the military fiasco reflected poorly on the Australian military efforts to maintain peace in the tiny Pacific nation.
The unrest was triggered when Australian troops tried unsuccessfully to capture Alfredo Reinado, a renegade Timorese army major. Four of his followers died in a shootout that brought gangs of youths into the streets, hurling stones at the Australians and blocking the roads with burning tires.
No further incidents of unrest were reported yesterday, but Mr. Howard approved the voluntary departures as a precautionary measure. New Zealand and British authorities issued similar advice to their nationals on Monday.
"The situation is getting normal. Government vehicles have cleared the locations [of roadblocks]," Reuters news agency quoted a witness in Dili as saying.
East Timor, Asia's newest nation, has a troubled history since winning independence from Indonesia in 1999. High unemployment and political squabbling culminated in a crisis last year when Maj. Reinado led a mass desertion from the army, which resulted in clashes between soldiers and police.
An Australia-led U.N. peacekeeping force restored order only after 37 persons had died in the violence and more than 150,000 others had been forced to flee their homes. There are still about 1,550 U.N. peacekeepers there, and an additional 150 Portuguese military and police personnel are scheduled to arrive this week.
East Timor President Xanana Gusmao has threatened to declare a state of emergency if there is an escalation of the current outbreak of violence. He also vowed to use all legal means to pursue the rebel leader in a radio address.
Maj. Reinado is now reported to be hiding out in rugged mountain country after slipping through the cordon the Australians had established around his compound in the town of Same, south of Dili.
Diário de Notícias - Quarta, 7 de Março de 2007
Escola Portuguesa de Díli é exemplo em tempo de crise
Armando Rafael
João de Carvalho Roseiro é um dos 27 professores que Lisboa destacou para a Escola Portuguesa de Díli. Questionado ontem pelo DN sobre o ambiente de tensão que se vive na cidade, não conseguiu disfarçar o orgulho que sente pelo facto daquela escola nunca ter fechado. Ao contrário do que tem sucedido com muitos estabelecimentos timorenses.
"Não somos heróis, nem loucos. Mas temos as obrigações. E, salvo algumas crianças que vivem em zonas mais problemáticas da cidade, como o Bairro Pité, o facto é que maioria dos nossos alunos continua a vir às aulas e os funcionários têm vindo sempre. Às vezes, há funcionários ou alunos que não conseguiram dormir durante a noite, mas vêm sempre."
Colocado há dois anos em Timor-Leste, João de Carvalho Roseiro, que é membro da comissão executiva da Escola Portuguesa, sabe os riscos que corre. Até porque já viveu uma situação bem pior em Maio do ano passado, quando os confrontos entre polícias e militares provocaram vários mortos, junto ao quartel de Taci Tolo. "Nessa altura, tivemos mesmo de fechar. Mas foi a única vez."
Uma responsabilidade acrescida para quem tem sob a sua responsabilidade 500 alunos, distribuídos entre o pré-escolar e o 8.º ano do ensino secundário. Sabendo, à partida, que muitos dos seus alunos podem transformar-se, de um momento para o outro, em alvos fáceis numa situação de crise.
"Temos cá os filhos de todos os ministros. E há um ano também tínhamos os filhos do Presidente Xanana Gusmão."
Não são os únicos. Na Escola Portuguesa de Díli, situada na confluência perigosa dos bairros de Santa Cruz e de Taibesse, também há crianças de famílias desprotegidas, a quem queimaram as casas. São essas crianças que dão conforto aos professores portugueses nas horas mais difíceis. "Muitas vezes são os pais deles que nos avisam disto ou daquilo. O que nos obriga a ter alguns cuidados. Especialmente ao fim da tarde, quando escurece e a maioria dos alunos abandona a escola para voltar para casa. Mas até hoje, ninguém nos ameaçou. Talvez por isso, esta escola seja considerada já uma referência de paz e de estabilidade em Timor-Leste."
Agência Ecclesia Com Agência Fides - 06/03/2007, 17:03
Bispos de Timor Leste pedem experiência de perdão e solidariedade
Mensagem para a Quaresma dos Bispos de Timor Leste
"Na Quaresma 2007, todos os fiéis são chamados a redescobrir o perdão e a experimentar a solidariedade com quem sofre", assim pedem os Bispos de Timor Leste numa mensagem divulgada para toda a nação. D. Ricardo da Silva, Bispo de Dili, e D. Basílio Do Nascimento, Bispo de Baucau, recordam a Mensagem quaresmal de Bento XVI, que convida a “reconhecer as feridas infligidas à dignidade da pessoa humana” e afirmam: “Em nome de Deus, que durante o tempo da Quaresma nos chama a realizar a viagem de uma autêntica conversão ao amor de Cristo, nós fazemos um apelo especial para que triunfe a não-violência”.
A mensagem convida “os filhos e as filhas de Timor Leste a promover o perdão e a reconciliação em todos os níveis”, nas famílias, nos locais públicos, na sociedade. “Deste modo, toda a nação evitará toda forma de violação da vida e da dignidade humana e poderá construir uma cultura da vida e da paz”, afirma o texto, encorajando toda a nação a perseguir o bem comum do povo timorense.
A mensagem foi divulgada por ocasião da conclusão da primeira visita pastoral do novo Núncio Apostólico na Indonésia e Timor Leste, D. Leopoldo Girelli. O pequeno Estado asiático aproxima-se de um momento decisivo da sua jovem história: as eleições presidenciais que estão marcadas para o mês de Abril. Uma altura também em que a violência volta a inundar as ruas de Timor.
The Jakarta Post - Wednesday, March 7, 2007
General's warrant not Australian government
Australian Foreign Minister Alexander Downer has said that the federal government had nothing to do with the decision to issue a warrant for the arrest of a retired Indonesian general.
Downer said Tuesday that an arrest warrant for Lt. Gen. (ret) Yunus Yosfiah in relation to the deaths of five journalists in Balibo, Timor Leste, in 1975, was an independent decision made by the New South Wales state coroner.
"This is not something that we are involved in... that's a matter for the New South Wales state coroner and (is) not being done with a request from the Australian government," Downer said in a press conference after a meeting with President Susilo Bambang Yudhoyono.
Downer met with Yudhoyono to discuss various issues, including efforts to tackle terrorism, a prisoner exchange agreement and the bilateral security Lombok agreement.
The New South Wales state coroner issued the warrant for Yunus after he failed to appear at an inquest into the death of British-born journalist Brian Peters, one of five Australia-based reporters killed during an attack by Indonesian troops on the town of Balibo, Timor Leste, on Oct. 16, 1975.
Deputy State Coroner Dorelle Pinch issued the warrant after Yunus failed to respond to a series of letters requesting he testify before the inquiry, but she conceded the order had no power outside Australia.
Yunus, a lawmaker from the United Development Party, declined to respond to the warrant and questioned the Australian court's authority to issue it.
Yunus said he did not have to detail why he refused to attend the inquest because he had already explained everything to then foreign minister Alwi Shihab and the House of Representatives.
The Foreign Affairs Ministry said that it would not respond to the arrest warrant, saying that the case had long been closed.
The ministry said that the warrant was not enforceable inside Indonesian territory because the Australian court has no jurisdiction here.
Indonesia maintains the reporters were killed accidentally in crossfire, but several witnesses testified before Sydney's Glebe Coroner's Court this month that Yunus ordered his troops to open fire on the unarmed journalists and burn their bodies.
The five journalists were killed as Indonesian special forces attacked a local militia that had claimed sovereignty after Portugal abandoned its former colony. The attack was a prelude to the Indonesian invasion of Timor Leste in December that year.
The inquiry was reported to have been called by Peters' family.
UFC Notícias - 07/03/2007 - 00:51
UFC recebe primeiros bolsistas de pós-graduação do Timor Leste
Pela primeira vez, a Universidade Federal do Ceará (UFC) recebe estudantes do Timor Leste, no âmbito do Programa Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG), mantido pelo Governo brasileiro.
Os três timorenses que chegaram na última segunda-feira são professores da Universidade Nacional de Timor Lorosae e vieram fazer cursos de mestrado, com financiamento da Capes/MEC.
Duarte da Costa Sarmento tem interesse especial pela área do petróleo e cursará o mestrado em Engenharia Química. Henrique Mau Doben da Costa fará mestrado em Agronomia - Solos e Nutrição de Plantas e Silvério dos Santos Soares cursará o mestrado em Economia Rural.
"Meu objetivo é conhecer bem a Língua Portuguesa, conhecer bem o Brasil como um país irmão, quero aprender mais, aumentar minha capacitação para ajudar a desenvolver o meu país", diz Silvério.
A disposição em contribuir com a reconstrução daquele país no sudeste da Ásia é presente em todos eles. Depois de 450 anos como colônia portuguesa e outros 24 anos sob o domínio da Indonésia (1975 a 1999) e sangrenta luta pela libertação, o Timor Leste é um país em construção.
Duarte reconhece que, mesmo com o regime de opressão, houve avanços no Timor, durante a ocupação pela Indonésia, mas com a guerra de libertação tudo foi destruído e a população teve de começar do zero. As áreas onde há mais carência, segundo ele, são as de educação, saúde, agricultura e administração.
Duarte chama a atenção para a questão do petróleo, uma das riquezas do país, cujos campos são explorados pela Austrália, China, Coréia, Canadá e Noruega.
Na área da educação superior, a Universidade Nacional de Timor Lorosae tem sete faculdades: Agricultura, Ciências Sociais e Políticas, Educação, Economia, Engenharia, Medicina e Direito, que, no total, matriculam 12 mil alunos.
No ensino básico, há uma grande carência de professores de português, idioma que passou a ser oficial depois da independência. Outras línguas faladas no Timor são o Tetum, o Níkidi e o Kairu.
quarta-feira, março 07, 2007
Notícias - 7 de Março de 2007
Por Malai Azul 2 à(s) 19:50
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
3 comentários:
Boas novas! É com satisfação que vejo estudantes timorenses se qualificando em universidades brasileiras. Nunca é demais estimular a criação de uma faculdade de Engenharia Química em TL. Se muito em breve precisarão destes profissionais, porque não formá-los aí?
Saudações
Alfredo
Boa iniciativa do Brasil, que assim apoia a formação académica de timorenses.
É também uma oportunidade de conhecerem o país irmão, o que será enriquecedor.
Espero que o Brasil continue neste bom caminho de ajudar cada vez mais o necessitado Timor-Leste, para que os timorenses possam um dia ter os conhecimentos e os meios para poderem cuidar sozinhos do seu país.
Boa sorte, amigos timorenses!
Jill Joliffe refere que Rogério Lobato e Alkatiri foram acusados depois de ter saído o programa "Four Corners" da repórter australiana, mas "esquece-se" de dizer que Alkatiri foi injustamente acusado pela repórter, visto que nem sequer havia matéria suficiente para julgamento.
Rob Taylor, da Reuters, afirma que as companhias de moradores eram um instrumento de repressão durante o tempo português. Trata-se de uma grande calúnia, mal-intencionada ou fruto da maior ignorância. Os moradores, também chamados "tropas de 2ª linha", tinham organização e treino militar para defesa das suas povoações. Não tinham qualquer intuito "repressivo", como o autor afirma. Aliás, esse treino militar foi decisivo para a resistência feroz e inesperada que os indonésios tiveram que enfrentar quando desembarcaram em Dili e tentaram progredir para além da capital: demoraram dois anos para consegui-lo.
Infelizmente, qualquer ignorante (ou mal-intencionado) consegue escrever nas principais agências internacionais de notícias e assim uma calúnia transforma-se rapidamente numa verdade insofismável, correndo mundo repetida mil vezes.
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