segunda-feira, junho 12, 2006

Freitas do Amaral convencido que ONU vai prolongar actual missão

Luxemburgo, 12 Jun (Lusa) - O chefe da diplomacia portuguesa afirmou hoje estar convencido de que o Conselho de Segurança da ONU prolongará terça-feira a missão em Timor-Leste, deixando para alguns dias depois a decisão de criar uma força multinacional para aquele país.
"Amanhã o objecto principal, para além de analisar a situação, é prorrogar por mais um ou dois meses a missão que existe em Timor- Leste", disse Diogo Freitas do Amaral no Luxemburgo antes de entrar para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 25.
Freitas do Amaral afirmou ainda ter informações que apontam para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas venha a tomar uma decisão sobre a "força multinacional" numa reunião que "deverá" realizar-se "oito a quinze dias a seguir".
"A análise que se fizer amanhã já, de alguma maneira, apontará nesse sentido", sublinhou o ministro, acrescentando estar convencido que se começa a criar "um consenso no sentido de que foi prematuro retirar a força das Nações Unidas e que será conveniente restaurá-la, pelo menos até às eleições de 2007".
Freitas do Amaral vai hoje informar os parceiros da União Europeia sobre a situação em Timor-Leste, uma prática corrente da parte dos Estados-membros com interesses em diferentes zonas do mundo.
"Vou também pedir a solidariedade da UE para os esforços de desenvolvimento de Timor-Leste", disse responsável português, lembrando que já há mecanismos de cooperação no quadro dos acordos com os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico).
O ministro mostrou a abertura de Portugal para o pedido de ajuda humanitária que as Nações Unidas se preparam para lançar para apoiar Timor-Leste.
"É óbvio que vamos ponderar e fazer o que podermos, mas provavelmente não poderemos ser nós sozinhos a" ajudar, disse o ministro.
As Nações Unidas vão lançar um apelo de ajuda de emergência para reunir cerca de 15 milhões de euros para cobrir três meses de operações humanitárias em Timor-Leste, anunciou hoje um responsável da organização em Díli.
O coordenador da ajuda humanitária da ONU Fien Riske-Nielson, que falava no final da visita ao Colégio Salesiano D.Bosco, no bairro de Comoro, ocidente de Díli - onde se aglomeram mais de 13 mil pessoas -, acrescentou que o apelo será lançado nos próximos dias em Nova Iorque.
Actualmente mais de 100 mil timorenses estão concentrados em dezenas de centros de acolhimento, sobretudo em instituições ligadas à Igreja Católica, na sequência da violência que irrompeu a partir do final de Abril na capital do país.
FPB.

1 comentário:

Anónimo disse...

Portugal deve fazer tudo para que a UE tome uma posição sobre a situação em Timor-Leste que vá de encontro ao respeito pela soberania e legalidade democrática.

A grande incógnita está na Resolução do Conselho de Segurança e qual a direcção que vai apontar. Tenho esperança que a China não ceda às pretensões da Austrália/EUA. Vamos ver os "skills" negociais de Portugal.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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