quarta-feira, junho 21, 2006

Dos leitores

Eu mando na minha casa e nunca admitia que fossem os de fora a mandar nela. Considero a Fretilin a casa dos seus militantes, entendo que só a eles e rigorosamente a mais ninguém compete decidir em todos os assuntos que lhe dizem respeito.

Quanto à escolha de deputados aí já é diferente. Havendo vários partidos – vários representantes de partes da sociedade, com os interesses particulares de cada uma dessas partes – ter-se-ia que ir para a votação na urna. Mas, nos partidos, ambos os métodos, na minha opinião, são admissíveis, o Congresso é soberano para decidir e o Congresso da Fretilin decidiu como bem entendeu e está decidido.

Quanto ao que o PM disse, o que eu li, e por mais de uma vez, é que ele só se demitia se a Fretilin lhe pedisse, mas que enquanto tiver a confiança da Fretilin não a defraudaria. Ora, tendo-o eleito por 97% no Congresso e tendo o Comité Central da Fretilin votado por unanimidade a confiança no seu desempenho no governo, ele será em 2007, novamente, o candidato da Fretilin para PM. E se a Fretilin tiver a maioria da confiança popular ele será novamente PM.

Em democracia é assim: é o voto quem mais ordena. E se o Mari Alkatiri conseguiu esses resultados é porque os militantes do seu partido vêem com bons olhos o seu desempenho à frente do Governo, e se a Fretilin obtiver novamente a maioria é porque também a maioria dos eleitores acha a Fretilin mais credível que as alternativas.

Porque nestas questões há sempre duas coisas que jogam: a credibilidade duns e a falta de credibilidade dos outros.

E o que tenho lido do que as oposições por aí têm dito e feito é de arrepiar.

Às vezes nem sabem distinguir casos de polícia de casos de política. Espero que por um lado a polícia aja quando é a lei e a ordem que estão em causa, mas também espero que os políticos da oposição comecem a agir enquanto políticos, pois é coisa que não se tem visto.

3 comentários:

Anónimo disse...

O que acontecerá a Alkatiri se Rogério Lobato for indiciado como responsável pela criação e distribuição de armas aos "esquadrões da morte"?

Anónimo disse...

Cada cabeca, cada sentenca. Mas nao alimente esperancas de que o Rogerio Lobato seja culpado so porque alguem pretende que o seja. Esperemos pelos resultados da investigacao como manda o Estado de Direito. A investigacao podera provar o contrario das expectativas dos estrategas da regiao. O Rogerio Lobato nao armou o "esquadrao de morte" mas sim pisteiros com a funcao de defender a soberania do estado timorense. Nao se registou nenhuma morte nem nenhuma casualidade que tenha sido devida a actuacao dos pisteiros que foram alistados no ambito da URP. O que tera acontecido ao Railos, delegado ao II Congresso Nacional da FRETILIN? Sera que foi aliciado pelos estrategas da regiao por uns tantos dolares? Porque sera que os nacionalistas se deixam sucumbir mediante a pressao dos australianos? Que cada um faca o seu exame de consciencia.
O Mari Alkatiri nao e criminoso, pelo contrario, e um filho de Timor-Leste e um grande estadista. Tem o apoio da maioria do povo e nao precisa de preocupar-se com a oposicao actual porque e apenas uma minoria.
Que os lideres da oposicao
preparem condignamente a sua politica de governacao para competirem com a FRETILIN nas eleicoes de 2007. Posicoes de forca so criam consequencias desatrosas ao povo timorense e a RDTL.

Anónimo disse...

"O que acontecerá a Alkatiri se Rogério Lobato for indiciado como responsável pela criação e distribuição de armas aos "esquadrões da morte"?"

Resposta: Artigo 113 da Constituicao da RDTL

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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