REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
INFORMAÇÃO À IMPRENSA
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“Não abandonaremos o Povo. Nós estamos aqui” — Governo coordena a ajuda de emergência
Há já 51 dias que equipas do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária (MTRC) têm vindo a responder aos receios das populações abrigando-as em áreas seguras em Díli e noutros Distritos. Estas equipas têm providenciado as necessidades básicas às populações deslocadas, mostrando-lhes que não estão entregues ao abandono. Actualmente, cerca de 148 mil pessoas estão abrangidas pelas acções ajuda de emergência coordenadas pelo Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária.
“Os nossos funcionários, quer venham do Leste quer venham de Oeste, têm, continuadamente, vindo a trabalhar com o único intuito de servir o povo”, afirmou Arsénio Bano, Ministro do Trabalho e Reinserção Comunitária. Tendo acrescentado que “Apesar dos tiroteios, sempre tivemos cerca de 90% dos funcionários deste Ministério a trabalhar, mesmo sabendo que alguns de nós também teríamos que ficar nos campos de deslocados”.
A 17 de Junho, estavam contabilizados 57 campos de deslocados em Díli, apoiando cerca de 69 mil pessoas e cerca de 78 mil pessoas deslocadas em campos, ou que viajaram para junto das suas famílias, nos Distritos e Sub-Distritos.
Depois do primeiro impacto junto das populações da crise política, a 28 de Abril, alguma comunidade internacional referia-se a Timor-Leste como um “Estado falhado”, sem capacidade de responder organizadamente. No entanto, o MTRC rapidamente demonstrou a sua capacidade de coordenar com as Agências das Nações Unidas e Organizações Não Governamentais de forma a assegurar alimentação, água, saneamento, abrigos e cuidados de saúde aos diferentes campos de deslocados. O MTRC tem recebido a colaboração dos Ministérios da Saúde, Obras Públicas, Comunicações, Agricultura, Finanças, Administração Estatal e dos Recursos Minerais, Naturais e Política Energética, no que concerne a água e electricidade.
“É muito importante, ao nível humano, que possamos ajudar todas as pessoas que necessitam de assistência. De outra forma o conflito político poderia escalar” afirmou o Ministro Arsénio Bano, que acrescentou que “Com a ajuda de emergência das Nações Unidas, de 16 milhões de dólares norte-americanos, é agora necessário que os programas de assistências são bem implementados e de forma transparente, pondo em prática as lições aprendidas durante o período da UNTAET”.
O Grupo de Coordenação Inter-Agências de Assistência Humanitária a trabalhar desde 1 de Maio, tem dois mecanismos básicos: Reuniões de Coordenação Geral, que reúne 3 vezes por semana, e um Grupo de Trabalho de Coordenação Sectorial que actua em sete áreas: água e saneamento, saúde, alimentação, abrigos, equipas distritais, grupos de protecção. Equipas de informação e avaliação, em todas as Agências e ONG, asseguram informação credível na alteração das condições dos deslocados, permitindo um eficaz planeamento e distribuição de bens. Existe ainda um programa de rádio e uma conferência de imprensa em dias alternados.
Os centros de deslocados são organizados por freiras e padres. A UNFPA e as ONGs — Concern, Care, Cruz Vermelha de Timor-Leste, HAI, Cruz Vermelha Internacional, Plan, Christian Relief Service, Caritas Austrália e a Austcare — identificaram um ponto focal nos diferentes campos de deslocados. Estas Agências e ONGs fazem de elo de ligação entre o Grupo de Coordenação e os deslocados.
O Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária distribuiu arroz e o Programa Mundial Alimentar outros bens alimentares a todos os campos de deslocados, à população em necessidade, que se manteve nas suas casas, e a instituições governamentais. O Governo de Timor-Leste despendeu ainda 1 milhão de dólares norte-americanos na compra de 5000 toneladas de arroz, das quais o Governo da Nova Zelândia ofereceu 1000 toneladas. A distribuição tem sido feita por barco para Ataúro e Oecussi, e por camião para os Distritos.
Díli, 20 de Junho de 2006
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