quarta-feira, junho 21, 2006

Comunicado - PM

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

INFORMAÇÃO À IMPRENSA


“Não abandonaremos o Povo. Nós estamos aqui” — Governo coordena a ajuda de emergência


Há já 51 dias que equipas do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária (MTRC) têm vindo a responder aos receios das populações abrigando-as em áreas seguras em Díli e noutros Distritos. Estas equipas têm providenciado as necessidades básicas às populações deslocadas, mostrando-lhes que não estão entregues ao abandono. Actualmente, cerca de 148 mil pessoas estão abrangidas pelas acções ajuda de emergência coordenadas pelo Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária.

“Os nossos funcionários, quer venham do Leste quer venham de Oeste, têm, continuadamente, vindo a trabalhar com o único intuito de servir o povo”, afirmou Arsénio Bano, Ministro do Trabalho e Reinserção Comunitária. Tendo acrescentado que “Apesar dos tiroteios, sempre tivemos cerca de 90% dos funcionários deste Ministério a trabalhar, mesmo sabendo que alguns de nós também teríamos que ficar nos campos de deslocados”.

A 17 de Junho, estavam contabilizados 57 campos de deslocados em Díli, apoiando cerca de 69 mil pessoas e cerca de 78 mil pessoas deslocadas em campos, ou que viajaram para junto das suas famílias, nos Distritos e Sub-Distritos.

Depois do primeiro impacto junto das populações da crise política, a 28 de Abril, alguma comunidade internacional referia-se a Timor-Leste como um “Estado falhado”, sem capacidade de responder organizadamente. No entanto, o MTRC rapidamente demonstrou a sua capacidade de coordenar com as Agências das Nações Unidas e Organizações Não Governamentais de forma a assegurar alimentação, água, saneamento, abrigos e cuidados de saúde aos diferentes campos de deslocados. O MTRC tem recebido a colaboração dos Ministérios da Saúde, Obras Públicas, Comunicações, Agricultura, Finanças, Administração Estatal e dos Recursos Minerais, Naturais e Política Energética, no que concerne a água e electricidade.

“É muito importante, ao nível humano, que possamos ajudar todas as pessoas que necessitam de assistência. De outra forma o conflito político poderia escalar” afirmou o Ministro Arsénio Bano, que acrescentou que “Com a ajuda de emergência das Nações Unidas, de 16 milhões de dólares norte-americanos, é agora necessário que os programas de assistências são bem implementados e de forma transparente, pondo em prática as lições aprendidas durante o período da UNTAET”.

O Grupo de Coordenação Inter-Agências de Assistência Humanitária a trabalhar desde 1 de Maio, tem dois mecanismos básicos: Reuniões de Coordenação Geral, que reúne 3 vezes por semana, e um Grupo de Trabalho de Coordenação Sectorial que actua em sete áreas: água e saneamento, saúde, alimentação, abrigos, equipas distritais, grupos de protecção. Equipas de informação e avaliação, em todas as Agências e ONG, asseguram informação credível na alteração das condições dos deslocados, permitindo um eficaz planeamento e distribuição de bens. Existe ainda um programa de rádio e uma conferência de imprensa em dias alternados.


Os centros de deslocados são organizados por freiras e padres. A UNFPA e as ONGs — Concern, Care, Cruz Vermelha de Timor-Leste, HAI, Cruz Vermelha Internacional, Plan, Christian Relief Service, Caritas Austrália e a Austcare — identificaram um ponto focal nos diferentes campos de deslocados. Estas Agências e ONGs fazem de elo de ligação entre o Grupo de Coordenação e os deslocados.

O Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária distribuiu arroz e o Programa Mundial Alimentar outros bens alimentares a todos os campos de deslocados, à população em necessidade, que se manteve nas suas casas, e a instituições governamentais. O Governo de Timor-Leste despendeu ainda 1 milhão de dólares norte-americanos na compra de 5000 toneladas de arroz, das quais o Governo da Nova Zelândia ofereceu 1000 toneladas. A distribuição tem sido feita por barco para Ataúro e Oecussi, e por camião para os Distritos.


Díli, 20 de Junho de 2006

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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