terça-feira, fevereiro 12, 2008

Timor: Ana Gomes emocionada e perturbada

2008/02/11 14:54
«Atitude apaziguadora» para com o major Reinado «não poderia dar bons frutos», diz Ana Gomes, antiga embaixadora de Portugal na Indonésia, considerou esta segunda-feira que os ataques contra o Presidente e primeiro-ministro timorenses resultam de uma «atitude contemporizadora» para com o major Reinado, e espera doravante uma melhor aplicação da Justiça no território.

Em declarações à Lusa em Bruxelas, a eurodeputada socialista Ana Gomes manifestou a sua «emoção e perturbação» pelos ataques contra o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, que «felizmente» escaparam ilesos, e também «algum alívio por Reinado estar morto».

O major Alfredo Reinado, morto durante o ataque, que liderou, contra Ramos-Horta (atingido a tiro), era, segundo Ana Gomes, «um criminoso e um indivíduo desequilibrado», um «Rambo» idolatrado pelos gangs de jovens desempregados, para com o qual as autoridades timorenses, e também australianas e da própria ONU, foram «demasiado apaziguadoras».

Recordando que Reinado foi figura central na crise política e militar de Maio de 2006, tendo então cometido assassinatos que estão documentados, Ana Gomes apontou que a «atitude demasiadamente apaziguadora» adoptada pelas autoridades «não poderia dar bons frutos, como demonstram os dramáticos episódios de hoje».

«Este dramático episódio mostra que não é possível lidar com criminosos de forma frouxa e espero que sirva de lição. A tentação de ser demasiado apaziguador é prejudicial, mina a gestão da Justiça e as bases do direito fundamental», comentou Ana Gomes, que espera a partir de agora «mais firmeza das autoridades de Timor e de quem lá está a apoiá-las».

A antiga embaixadora de Portugal em Jacarta considera por outro lado que é necessário continuar a seguir atentamente outros revoltosos e os gangs que apoiavam Reinado, mas manifestou-se convicta de que estes desmobilizarão sem a sua liderança, e dadas as circunstâncias em que foi morto, quando atentava contra a vida do Presidente de Timor.

NOTA DE RODAPÉ:

Mais vale tarde que nunca.
Volta, Ana. Que estás perdoada...

Volta, Ana. Que estás perdoada...

2 comentários:

Anónimo disse...

É engraçado como as coisas mudam...

Agora Reinado já é "criminoso", "Rambo"e cometeu "assassinatos que estão documentados".

Não se pode "lidar com criminosos de forma frouxa", pois isso "mina a [...] Justiça e as bases do direito".

Durante cerca de um ano e meio, este e outros blogues,bem como muitas indivualidades timorenses andaram a dizer isto mesmo, perante o autismo irredutível de RH, XG, Atul Khare, comandantes australianos, e... o silêncio da Lusa, da imprensa portuguesa e da própria Ana Gomes

É pena só agora a Srª eurodeputada ter dito isto. Agora é tarde e é fácil ir com a maré. Devia ter falado há mais tempo, quando esteve tão calada perante as ilegalidades cometidas por XG e RH.

Anónimo disse...

Desculpem!!! Não haverá ninguém que se recorde que foi o próprio discurso de Xanana Gusmão que leva a despoletar os acontecimentos de Abril de 2006 e da responsabilidade que teve, subsequentemente nos acontecimentos que se seguiram, culminando na demissão do então Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
Xanana cria o instrumento de agitação (Reinado) que posteriormente lhe pede os respectivos dividendos não será natural que atitude dos dois governantes (Xanana e José Ramos Horta) seja de apaziguar seja lá o que for até encontrarem uma solução que não os queime,….pelos vistos já está encontrada, não se sabe bem é o que poderá custar à nação Timorense.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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