terça-feira, fevereiro 12, 2008

MNE australiano viaja a Darwin para encontros com homólogo timorense

Darwin, Austrália, 11 Fev (Lusa) - O ministro australiano dos Negócios Estrangeiros, Stephen Smith, chega hoje, dentro de poucas horas, à cidade de Darwin, onde está hospitalizado o presidente timorense, José Ramos-Horta, para contactos com o seu homólogo timorense, Zacarias da Costa.

Smith confirmou aos jornalistas, em Camberra, que espera em Darwin recolher informações mais precisas sobre o estado de saúde do líder timorense, que foi sujeito a um intervenção cirúrgica à chegada a Díli e que está na unidade de cuidados intensivos.

Deverá ainda reunir-se com Zacarias da Costa que acompanhou Ramos-Horta no voo de transporte médico até Darwin.

O chefe da diplomacia australiana explicou que pretende reafirmar "pessoalmente" o empenho da Austrália em ajudar as autoridades timorenses, nomeadamente através do envio de uma companhia de infantaria e de cerca de 70 agentes policiais.

Smith explicou que os efectivos adicionais podem ser utilizados nas operações de busca e captura dos elementos que integram o grupo responsável pelos ataques de hoje contra Ramos-Horta e o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão.

"Uma das razões pelas quais enviamos o complemento adicional de tropas e policiais é de que podem ser necessários para deter os apoiantes de Reinado", disse, referindo-se ao homem que alegadamente liderou os ataques e que foi morto durante o assalto à casa do presidente timorense.

"Esperamos que agora que o líder está morto possa haver uma forma pacifica dos seus apoiantes deporem as armas", afirmou.

Smith explicou que não acompanhará o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, na sua visita esta semana a Díli, preferindo contactos directos em Darwin com Zacarias da Costa.

"Comunicar-lhe-ei, de ministro a ministro, o empenho forte do governo australiano em apoiar o governo eleito democraticamente em Timor-Leste. Respondemos muito rapidamente com este complemente adicional de tropas ao pedido timorense", explicou.

"Queremos deixar claro que a Austrália apoia Timor-Leste neste momento muito, muito difícil e queríamos enviar uma mostra de força, de apoio, já que a segurança e estabilidde em Timor-Leste é muito importante para a Austrália", frisou.

Fonte do Ministério australiano da Defesa disse à Lusa que o contingente de 120 militares e 70 agentes policiais australianos deverá chegar a Díli terça-feira à tarde, estando já a ser ultimados os preparativos para a sua viagem.

O reforço de militares e polícias foi anunciado hoje pelo primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, em resposta a um pedido nesse sentido do seu homólogo timorense.

O grupo que parte para Díli é formado por uma companhia de infantaria, do 3º batalhão do Royal Australian Regiment, sediado em Sydney, que será apoiado pela fragata HMAS Perth, que ficará no porto de Díli em apoio.

Seguem também para Díli, 70 agentes da Polícia Federal Austrália, corpo que já tem uma presença em Timor-Leste onde estão actualmente 780 efectivos das forças australianas de segurança.

"Para já, não há calendário para a permanência destes elementos. Isso ainda não está planeado", disse á fonte do Ministério da Defesa em Camberra, contactada telefonicamente pela Lusa.
"Trata-se de uma companhia de infantaria. Foi escolhida porque, rotativamente, era a que estava preparada para reagir em qualquer momento", afirmou.

O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, anunciou hoje o reforço "imediato e forte" das forças militares e policiais da Austrália em Timor-Leste.

"Vamos responder de forma imediata com o envio de uma companhia (das forças de Defesa) e o destacamento de entre 50 a 70 agentes policiais", disse em Camberra.

O chefe do governo australiano classificou os incidentes de hoje em Timor-Leste como "uma tentativa coordenada de assassinar toda a liderança" timorense, o que classificou como "um desenvolvimento preocupante".

"Quando se tem algo tão grave como a tentativa de assassínio de toda a liderança democraticamente eleita de um dos nossos vizinhos, é um momento destabilizador que requer a resposta de uma força apropriada e necessária", afirmou.

ASP.

Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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