António Perez Metelo
redactor principal
DN, 12/02/08
No auge da crise político-militar de meados de 2006, Xanana Gusmão sai do seu Palácio das Cinzas e dirige-se à multidão exultante, concentrada na praça central de Díli: "Ganhámos porque fomos mais espertos!" O que tinham ganho era a demissão de Mari Alkatiri da chefia do Governo. A quem Xanana erguia o braço triunfante era o tenente peticionário Gastão Salsinha. O mesmo que, agora, o tentou matar.
O outro fugitivo, Alfredo Reinado, celebridade internacional via media australianos, andava há mais de um ano a ser protegido pelo actual Presidente da República, José Ramos-Horta, da execução de uma ordem de captura emitida pelo tribunal de Díli. Inúmeras foram as diligências de mediação para convencer Reinado e as duas dezenas dos seus irredutíveis armados a entregaram-se à Justiça pelos crimes de Maio de 2006 de que vêm acusados. Tudo em vão. E é o próprio Reinado quem conduz o comando de ataque a Ramos-Horta.
Os operacionais do golpe-por-etapas- -em-câmara-lenta, iniciado em Abril de 2006, viraram-se, agora, contra os líderes políticos, que lhes deram cobertura política. Porquê? Ou se trata de tresloucados com delírios de poder ou se adensa o nevoeiro de uma luta política opaca, que substitui a luta democrática nas urnas, pela conspiração golpista, nostálgica das figuras míticas dos guerrilheiros do passado.
A resultante conduz sempre ao mesmo: declarar Timor-Leste um Estado falhado, incapaz de se autodeterminar, dependente de um protector amigo...
terça-feira, fevereiro 12, 2008
CINZAS E NEVOEIRO NA POLÍTICA TIMORENSE
Por Malai Azul 2 à(s) 19:16
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Excelente apontamento de Perez Metello, que chama os bois pelos nomes e diz as verdades que é preciso dizer.
Este infeliz episódio (atentado) teve pelo menos a virtude de separar as águas e obrigar certos escrevinhadores (não me estou a referir a Perez Metello) a falar daquilo que andava a ser escondido da opinião pública.
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