terça-feira, fevereiro 12, 2008

Timor-Leste: Parlamento aprova declaração do Estado de Sítio... (ACTUALIZADA)

Díli, 11 Fev (Lusa) - O Parlamento timorense aprovou hoje o pedido de declaração de estado de sítio solicitado pelo primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, com 32 votos a favor e 10 abstenções.

A declaração de estado de sítio tem um período inicial de 48 horas em todo o território, com recolher obrigatório.

Xanana Gusmão pediu também, com conhecimento do Presidente da República interino, Vicente Guterres, a suspensão do direito de livre circulação com recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00 da manhã.

As abstenções vieram das bancadas da Fretilin e do Partido de Unidade Nacional (PUN).

A declaração do estado de sítio está prevista na Constituição de Timor-Leste mas não foi regulamentada, pelo que é o Parlamento que tem de decidir as medidas a tomar, disse hoje à Agência Lusa o constitucionalista Pedro Bacelar de Vasconcelos.

"O estado de sítio está directamente previsto na Constituição. O Parlamento devia ter legislado, mas não legislou (…) Por isso, tem de decidir que medidas vão ser tomadas", explicou o constitucionalista, que contribuiu para o processo constituinte timorense, contactado telefonicamente pela Lusa.

Questionado sobre que tipo de medidas podem ser decididas, Bacelar de Vasconcelos referiu "o recolher obrigatório" e outras destinadas a dar "maior agilidade das forças de segurança".

O constitucionalista escusou-se a especificar medidas concretas mas frisou que o leque não abrange "medidas de gravidade para os direitos e garantias" dos cidadãos.

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pediu hoje, ao Parlamento Nacional a declaração de estado de sítio por 48 horas em todo o território, depois de o presidente, José Ramos Horta, ter sido atingido a tiro e do próprio chefe do Governo ter escapado ileso de uma tentativa de atentado.

O Parlamento autorizou entretanto o Presidente da República interino, o o vice-presidente da Assembleia Vicente Guterres, a declarar o estado de sítio no país: "O Parlamento esteve reunido e acabou de deliberar autorizar o Presidente da República a declarar o estado de sítio", disse à Agência Lusa o consultor jurídico do Parlamento timorense João Azevedo .

Segundo João Azevedo, a figura do estado de sítio é uma das duas modalidades previstas pela Constituição em caso de estado de necessidade e sucede quando "está em causa a perturbação da ordem constitucional, depois de cumpridos alguns processos formais".

Cabe ao Presidente da República declará-lo a pedido do Governo, depois de ouvir o Conselho de Estado e o Conselho Superior de Segurança e Defesa e sob autorização do Parlamento.

"Foi o que aconteceu esta tarde. O Governo pediu ao presidente a declaração de Estado de Sítio, o presidente interino, o deputado Vicente da Silva Guterres, ouviu os dois conselhos e enviou uma mensagem formal ao Parlamento a pedir autorização", disse à Agência Lusa João Azevedo.

Segundo o consultor, cabe ao Presidente da República declarar oficialmente o estado de sítio, depois da autorização do Parlamento.


PRM/MDR/RCS/JSD.

Lusa/fim

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.