segunda-feira, outubro 30, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

The Age - Outubro 28, 2006

Chefe das forças armadas de Timor quer investigação às forças Australianas
Lindsay Murdoch em Dili

O comandante das forças armadas de Timor-Leste apelou a uma investigação ao comportamento das tropas Australianas em Dili, incluindo queixas de que tomaram partido no conflito que mergulhou o país na violência.


O Brigadeiro-General Taur Matan Ruak também apelou a que as tropas da Austrália sejam postas sob o comando da ONU, dizendo que a sua missão falhou obviamente porque seis meses depois de terem chegado ao país, Dili "parece a cidade cowboy ".

A violência escalou em Dili esta semana tendo sido mortas pelo menos oito pessoas e tendo muitas ficado feridas em ataques.

"Peço uma investigação para que o prestégio da força Australiana possa ser recuperado," disse o General Ruak a The Age numa entrevista rara.

"A realidade é que fizeram muitas acusações, há muitos rumores à solta (e) há uma enorme percepção (que a Austrália toma partido) e agora é necessário deixar claro que isso não existe."

O comandante da força da Austrália em Dili, Brigadeiro Mal Rerden, defendeu fortemente o comportamento das suas 1000 tropas, dizendo que nos últimos dias tem havido uma campanha orquestrada contra os Australianos para tentarem forçá-los a partir.

"Penso que há elementos por aí que têm a sua agenda própria e que são elementos criminosos que preferem não ter uma força profissional neutra no terreno para os controlar," disse o Brigadeiro Rerden.

Disse que a sua força está a tentar descobrir quem está por detrás dos rumores que têm provocado gangs de atiradores de pedras a confrontarem-se com veículos das tropas e da polícia Australiana.

"Penso que se deve colocar a questão de quem é que faz isto e porque é que faz isto," disse o Brigadeiro Rerden.

O General Ruak disse que escreverá dentro de dias ao Governo Timorense a pedir para que "corpos do Estado " conduzam a investigação.

Disse que ter tropas da Austrália e forças da ONU sob comandos diferentes não resultou. "Um diz para ir para cima e o outro para ir para baixo," disse.

"Quando se lida com um conflito só deve haver um comandante."

O Governo Howard tem feito lobby na ONU para manter o comando das suas tropas em Dili, apesar das objecções de muitos países. A ONU este a rever a sua posição.

O Brigadeiro Rerden defende a postura da Austrália. "Estamos a co-operar em estreita cooperação com as forças da ONU," disse.

Em breve a ONU terá 1600 polícias internacionais, incluindo 200 Australianos, e 500 elementos civis destacados para ajudar a acalmar a violência e a organizar as eleições do próximo ano.

É esperado que a Austrália mantenha uma força de cerca de 1000 tropas pelo menos até depois das eleições.

Assinalando que ele e as suas tropas estão a ficar inquietos depois de terem ficado confinados nos quartéis durante seis meses, o General Ruak, um antigo guerrilheiro contra os Indonésios, disse que quer discutir com o Governo de Timor-Leste o papel que as tropas podem ter na pacificação.

Na Quinta-feira, emitiu uma declaração apelando a uma comissão parlamentar Timorense para investigar o que disse ter sido um golpe de Estado para derrubar o governo do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri entre tentativas para formar um governo de unidade nacional. Também disse que um inquérito da ONU à violência tinha falhado em não ter considerado as questões políticas.

O inquérito recomendou que fosse processado por distribuição de armas a civis. Mas o Primeiro-Ministro José Ramos Horta manteve-se por detrás do General Ruak, emitindo declarações reiterando a sua "total confiança nele e na sua liderança ".

Até esta semana, o General Ruak não tinha feito comentários públicos desde que concordara em manter as suas tropas nos quartéis depois delas se terem juntado a lutas em Dili em Abril e Maio.

"Tornámo-nos prisioneiros no nosso próprio país enquanto somos obrigados a ver a violência," disse. "O país tornou-se independente por causa dos nossos sacrifícios."

O General Ruak deixou claro nos seus comentários que as relações com os comandantes da Austrália tinham ruído. Disse que em duas ocasiões tropas Australianas fizeram-no esperar 45 minutos em check-points.

Soldados Australianos não reconheceram a sua autoridade mesmo apesar de ter documentos que o autorizavam a ter liberdade de movimentação e estar fardado.

O Brigadeiro Rerden disse que soube que numa ocasião o General Ruak foi retido durante 10 minutos num check-point enquanto checavam a sua identidade.

O Brigadeiro Rerden disse que tanto ele como Mick Slater, o anterior comandante Australiano em Dili, andavam há semanas a pedir para se encontrarem com o General Ruak, que esteve sempre indisponível.

Dois homens foram mortos ontem, frente ao mar em Dili quando foram comprar peixe, disseram testemunhas. Jovens esfaquearam-nos num ataque de fúria.

O Governo de Timor-Leste estava a preparar uma declaração ontem à noite a declarae a sua confiança nas forças de segurança da Austrália e a apoiar o seu trabalho.

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Sydney Morning Herald - Outubro 28, 2006

Chefe das forças armadas de Timor: A Austrália falhou
Lindsay Murdoch em Dili

O comandante das forças armadas de Timor-Leste apelou a uma investigação ao comportamento das tropas Australianas em Dili, incluindo queixas de que tomaram partido no conflito que mergulhou o país na violência.

O Brigadeiro-General Taur Matan Ruak também apelou a que as tropas da Austrália sejam postas sob o comando da ONU, dizendo que a sua missão falhou obviamente porque seis meses depois de terem chegado ao país, Dili "parece a cidade cowboy ".

A violência tem escalado em, com pelo menos oito mortos e muitos feridos em ataques esta semana, incluindo dois jovens esfaqueados até à morte num ataque de gangs na frente do mar em Dili ontem.

"Peço uma investigação para que o prestígio da força Australiana possa ser recuperado," disse o General Ruak ao Herald numa entrevista rara.

"A realidade é que fizeram muitas acusações, há muitos rumores à solta (e) há uma enorme percepção (que a Austrália toma partido) e agora é necessário deixar claro que isso não existe."

O comandante da força da Austrália em Dili, Brigadeiro Mal Rerden, defendeu fortemente o comportamento das suas 1000 tropas, dizendo que nos últimos dias tem havido uma campanha orquestrada contra os Australianos para tentarem forçá-los a partir.

"Penso que há elementos por aí que têm a sua agenda própria e que são elementos criminosos que preferem não ter uma força profissional neutra no terreno para os controlar," disse o Brigadeiro Rerden.

Disse que a sua força está a tentar descobrir quem está por detrás dos rumores que têm provocado gangs de atiradores de pedras a confrontarem-se com veículos das tropas e da polícia Australiana.

O General Ruak disse que fará por escrito uma proposta ao Governo Timorense apelando a "corpos do Estado" para conduzirem a investigação.

Ter tropas Australianas e forças da ONU sob comandos diferentes falhou, disse.

"Um diz para ir para cima, o outro para ir para baixo," disse. "Quando se lida com um conflito deve haver um único comandante."

A Austrália fez forte lobby na ONU para manter o comando das suas tropas em Dili, apesar da objecção de muitos países. A ONU está a rever o arranjo, que o Brigadeiro Rerden defende com força.

O General Ruak disse que as relações do seu comando com os comandantes da Austrália tinha ruído. Disse que por vezes foi parado até 45 minutos por tropas Australianas em checkpoints, mesmo apesar de estar fardado e ter consigo documentos a autorizarem-no a movimentar-se livremente.

Brigadier Rerden diz que sabe de numa ocasião o General Ruak ter sido obrigado a esperar 10 minutos enquanto verificavam a sua identidade.

A ONU terá em breve 1600 polícias internacionais, incluindo 200 Australianos, e 500 elementos civis destacados em Timor-Leste para ajudar a acalmar a violência e a organizar as eleições do próximo ano.

Na Quinta-feira o General Ruak emitiu uma declaração apelando a uma comissão parlamentar Timorense para investigar o que disse ter sido um golpe para derrubar o governo de Mari Alkatiri, para forçar a formação de um governo de unidade nacional.

Também disse que um inquérito da ONU à violência tinha falhado em considerar as questões políticas.

O inquérito recomendou que o General Ruak seja processado por ter distribuído armas a civis.

O Primeiro-Ministro, José Ramos-Horta, manteve-se ao lado do General Ruak, emitindo declarações reiterando a sua "total confiança nele e na sua liderança ".

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UNMIT Revista dos Media Diários – Sexta-feira, 27 Outubro 2006

Relatos dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste


Pedido por um comando

Numa sessão plenária extraordinária na Quinta-feira, o Parlamento Nacional discutiu uma Resolução relativa a “O Sistema de Segurança em Timor-Leste” que recomenda que as forças internacionais presentemente no país devem ficar sob um único comando. O deputado Francisco Carlos (Fretilin) disse que o objectivo da resolução é pôr todas as forças internacionais do país sob o comando da ONU, sublinhando que apesar do número das forças, a violência continua. Carlos apontou os problemas recentes em Comoro onde a GNR não participou porque não cobrem essa área. Também disse que o Comandante Australiano, Mick Slater assegurou que a situação estaria sob controlo a seguir à emissão do relatório da COI. Mas nos últimos três dias, a violência aumentou. A resolução foi aprovada com 43 votes a favor e 6 abstenções.

Na sessão plenária o Parlamento também aprovou uma Resolução respeitante ao “Fortalecimento e Garantia da independência do tribunal”. Este documento passou com 42 votes a favor, 2 contra e 4 abstenções. O Presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres ‘Lu-Olo’ disse que foi criada uma Comissão de 7 deputados para ouvir as opiniões e análises sobre o relatório do COI e as suas recomendações. Guterres disse que ouviu informações sobre propostas das F-FDTL para uma Comissão Parlamentar mas que formalmente não recebeu uma carta do responsável da Força de Defesa.

O deputado Manuel Tilman (KOTA) disse que a violência na capital Dili, especialmente em Comoro em 24-26 Outubro é uma estratégia de algumas nações para enviar mais tropas da Austrália. Tilman disse na Terça-feira, 24/10 que o Conselho de Segurança da ONU re-avaliará a situação em Timor-Leste que permaneceu calma até dois dias antes da discussão. Outras razões, disse, eram que alguns líderes locais estão a receber o apoio de uma ONG, que grupos de artes marciais estão a tirar vantagens da situação para montarem uma prova de importância, e que a violência pode ter por objectivo matar todos os líderes. Para que os que não estão no governo possam ter uma oportunidade para ficarem à frente da nação. Tem a opinião que para resolver o problema é preciso primeiro identificar os envolvidos nas lutas nos campos de deslocados no Jardim, frente ao Hotel Timor, Aeroporto, Obrigado Barracks e Comoro, acrescentando que um líder está a manobrar os jovens para atirar pedras. (TP, STL)

‘Fretilin Mudança’ rejeita o diálogo

O ‘Grupo Mudança’ da Fretilin rejeitou o diálogo proposto pelo Comité Central da Fretilin devido às condições que lhe foram apresentadas. De acordo com uma declaração à imprensa assinada por Vitor da Costa, do ‘Grupo Mudança’ as condições só podem ser alcançadas durante o diálogo e não antes conforme proposto pela Fretilin.

Os três pontos propostos ao ‘Grupo Mudança’ pedem a aceitação da decisão do Tribunal de Recurso, a aceitação dos resultados do relatório da COI, e que o ‘Grupo Mudança’ deve cessar as suas actividades. Por isso, Vitor disse que o seu grupo se vai focar em avançar e concentrar-se no congresso extraordinário conforme planeado. (STL)

Ajuda Australiana ao Gabinete do Procurador Geral

O governo Australiano através da sua agência de auxÍlio a AusAid doou equipamento de escritório ao Gabinete do Procurador-Geral no valor de US$25 mil dólares. Robin Scott, conselheiro da AusAid para o desenvolvimento e a cooperação em Timor-Leste, disse que o donativo ajudará o Ministério Público a continuar o seu trabalho visto que algum do seu equipamento fora roubado e danificado durante a violência recente. (TP, STL)

Equipa combinada para investigar os fugitivos

O Ministério da Justiça criou uma Comissão para investigar os 57 presos que fugiram da prisão de Becora em 30 de Agosto. O Vice-Ministro da Justiça, Isabel Ferreira, lidera a equipa, que é composta por membros da Associação HAK, UNPOL, e a unidade dos direitos humanos da UNMIT. A Comissão foi criada no seguimento do despacho do Ministério da Justiça para investigar se guardas prisionais estiveram envolvidos na fuga dos presos. Para preencher as recomendações do relatório da COI, o Ministério da Justiça requereu ao UNDP para recrutar mais juízes procuradores, defensores e intérpretes internacionais. O Ministério também criou uma equipa para ver o equipamento necessário para os tribunais e a prisão.

O SRSG em exercício Finn Reske-Nielsen disse que a UNMITe a comunidade internacional continuará a apoiar o sistema judicial de Timor-Leste. De acordo com Reske-Nielsen os tribunais do país estão ainda frágeis conforme as recomendações da COI, por isso a comunidade internacional devem dar assistência.

Domingos Sarmento, Ministro da Justiça disse que algumas recomendações do relatório da COI em relação ao sistema judicial que ainda é fraco, não estão em consonância com a Constituição da RDTL e são baseadas em rumores (STL, TP)

RTTL títulos de notícias
27 Outubro 2006

A Comissãode Investigação para o caso dos 57 presos fugitivos submeteu oficialmente o seu relatório ao Ministro da Justiça

Ontem, a Comissão de Investigação que foi criada para investigar o envolvimento dos guardas da prisão na fuga dos 57 presos submeteu as suas conclusões ao Ministério da Justiça. Uma das conclusões declarava que a comissão não encontrou nenhum envolvimento directo de guardas prisionais no plano de fuga, mas que se concluiu também que os guardas prisionais não seguiram os regulamentos aplicados na prisão. Contudo, em resposta a essas descobertas de infracções menores, o Ministro da Justiça prometeu tomar em consideração as recomendações para melhorar todo o sistema judicial incluindo a qualidade de gestão, administração, treino e segurança.

Ministério da Justiça e UNDP realizaram uma conferência de três dias para discutir o processo de Código Penal de Timor-Leste

Em conjunção com o UNDP, o Ministério da Justiça abrigou um seminário de três dias para discutir o Código Penal de Timor-Leste. Entre as questões discutidas estiveram os papéis do Procurador-Geral, Juízes, Defensores Privados e Públicos e Advogados. Falando para os jornalistas depois do primeiro dia do seminário, Cláudio Ximenes explicou que Timor-Leste começará a aplicar em breve o seu Código Penal. Por isso, divulgámos as matérias para os actores judiciais, incluindo juízes, procuradores e advogados de defesa particularmente dos que acabaram o seu treino.

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AAP – Sexta-feira, Outubro 27, 2006

ONU: violência em Timor provavelmente organizada

A última onda de guerra de gangs mortal em Timor-Leste parece ser "organizada" disse a ONU na Sexta-feira quando foram descobertos mais corpos.


Há também relatos que os jovens violentos têm sido alimentados por drogas e álcool no que a ONU disse que pode ser mais evidência de que a violência é orquestrada.

A polícia da ONU disse que pelo menos mais duas pessoas foram mortas durante a noite de Quinta-feira ou na manhã de Sexta-feira. Estão a investigar relatos de mais duas mortes.

A luta rebentou entre grandes grupos de jovens na área do mercado de Dili, frente ao mar, perto da embaixada dos USA, na Quinta-feira à noite e outra vez na Sexta-feira de manhã.

"Confirmámos que encontrámos dois corpos, e mais dois parecem prováveis," disse o porta-voz da ONU Adrian Edwards.

"Tivemos relatos que são credíveis de corpos a serem encontrados... mas estamos ainda a confirmar estes."

Um homem de 29 anos morreu aparentemente com ferimentos por tiros, enquanto outro de 25 anos teve ferimentos por esfaqueamento, disse um porta-voz das forças armadas Australianas.

Isto acontece dias depois de dois Timorenses terem sido mortos num campo de deslocados perto do aeroporto Internacional Nicolau Lobato em Dili, que forçou também o encerramento temporário das suas instalações.

A ONU disse que correntemente a situação estava calma, mas que as forças de segurança estão em alerta por mais desassossego.

"Estes incidentes de lutas nos últimos dias, envolveram grupos bastante grandes, ... duas, três centenas de pessoas nas lutas," disse Edwards.

"Quando se tém esse número de gente envolvida isso sugere que estão organizados de qualquer maneira.

"Estamos a tentar estabelecer que está por detrás disto, se está a ser organizado, quem está a organizar, nesta alturas não temos nada de certo sobre isto."

Mas o porta-voz das forças armadas Keith Wilkinson descreveu as últimas mortes como "isoladas", e disse que não estavam ligadas à recente violência perto do aeroporto.

"Estas não estão nada ligadas," disse.

A ONU disse que a violência tem acontecido numa bolsa da cidade e que o resto de Dili, e Timor-Leste, parecem calmas.

Há quase 1,000 tropas Australianas em Timor-Leste fornecendo apoio à missão da ONU, e cerca de 900 oficiais da polícia da ONU.

Espera-se que dentro de um mês esteja perto do seu contingente total de 1,600 oficiais de polícia da ONU.

"Obviamente que gostaríamos de não termos incidentes como estes a acontecerem mas penso que temos de compreender o seu contexto," disse Edwards.

"Com 900 (polícias) não se pode estar em todos os lugares a todo o tempo, assim como operamose – saímos para patrulhar e quando algo acontece respondemos.

"Isso tem acontecido e decada vez que acontece a situação tem sido controlada.

"Ainda não temos a força total, ... no momento estamos a lidar com a situação, estamos a conter."

A violência veio uma semana depois da publicação do relatório da ONU sobre a crise na nação em Abril e Maio quando forças de segurança rivais se confrontaram depois do governo ter despedido forças armadas.

A comissão especial da ONU indicou alguns governantes e pessoal das forças de segurança para serem mais investigadas e processadas sobre a crise, na qual dúzias de pessoas foram mortas e 150,000 forçadas das suas casas.

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ABC – Sexta-feira, Outubro 27, 2006. 6:20pm (AEST)

Número de mortes sobe em confrontos de gangs em Timor
Por Anne Barker em Dili

As autoridades em Timor-Leste dizem agora que quatro pessoas foram mortas em violência hoje.

Centenas de pessoas estiveram envolvidas nas lutas desta manhã.

Pelo menos dois homens foram esfaqueados até à morte quando gangs rivais se confrontaram em Comoro, imediatamente fora de Dili.

A ONU diz que quatro foram mortos.

Um porta-voz diz que a frequência e o tamanho de tais confrontos sugere que a luta de gangs é altamente organizada mas a ONU não encontra explicação porquê.

Em cada incidente os membros dos gangs atiram pedras os dardos, ou usam catanas, facas e armas de fogo.

A polícia e soldados Internacionais estão em força nas ruas de Dili, mas muitas vezes chegam demasiadamente tarde para evitar as mortes sem sentido.

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AAP - Outubro 27, 2006 01:20pm

Comandante: morrem dois em desassossego em Dili

Uma de duas pessoas mortas no desassossego em Timor-Leste esta semana morreu atingida por uma seta disparada duma catapulta, disse hoje o comandante das forças Australianas em Dili.

Depois do desassossego que teve o ponto máximo com batalhas de gangs envolvendo algumas 400 pessoas, o Brigadeiro Mal Rerden disse que o número de mortes era de duas ao contrário de alguns relatos que falam em quatro ou seis.

Disse que um foi morto baleado e que foi visto o assassino a fugir e a desaparecer num dos campos de deslocados em Dili.

A outra pessoa foi morta depois de atingida por uma seta disparada de uma catapulta, uma arma habitualmente usada por membros de gangs Timorenses.

O Brigadeiro Rerden disse que ambos os incidentes estão a ser investigados pela polícia da ONU.

Mais de 1000 tropas e polícias Australianas estão agora em Timor-Leste, patrulhando as ruas e mantendo a ordem.

A situação hoje é descrita como pacífica depois duma semana de violência, na qual ficou ferido um empreiteiro Australiano.

O desassossego renovado pensa-se que foi desencadeado pela publicação do relatório da ONUsobre as causas do conflito mortal anterior, neste ano

O Brigadeiro Rerden disse que não lhe chamaria uma ressurgência de lutas de gang.

"A natureza de algumas das actividades aqui em Dili é que os gangs emocionam-se às vezes e atacam-se uns aos outros. O que temos visto esta semana tem sido significativo para a dimensão de alguns destes," disse à ABC radio.

"Durante a noite tivemos um grupo de cerca de 400 a lutar. É um desses picos que acontece de vez enquanto."

O Brigadeiro Rerden não acredita que este tenha sido um período particularmente difícil.

Disse que a polícia da ONU e que as forças de segurança internacionais tinham pessoal suficiente para reter o controlo e permitir os Timorenses continuar as suas vidas.

O Brigadeiro Rerden disse que não acredita que a ausência no estrangeiro do Primeiro-Ministro José Ramos Horta tenha contribuído para a instabilidade.

O governo de Timor-Leste estava a funcionar e teve reuniões com funcionários do governo nos últimos dias, disse.

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REUTERS – Sexta-feira Outubro 27, 2006

Calma regressa à capital de Timor-Leste

DILI – Reabriu o aeroporto principal de Timor-Leste na capital Dili, dois dias depois de ter fechado depois de confrontos mortais entre grupos de jovens armados com pistolas, pedras, e arcos e flechas.

O fecho do aeroporto ilustra a situação de segurança frágil na jovem nação, apesar da presença de tropas lideradas pelos Australianos.

Funcionários locais disseram que foram mortas duas pessoas na violência mas o ministro dos estrangeiros da Austrália Alexander Downer disse que o número de mortes pode ir aos quatro.

"Reabrimos o aeroporto e muitos dos nossos funcionários vieram trabalhar. Será aberto um posto de polícia no aeroporto," disse Romaldo da Silva, director da autoridade de aviação civil de Timor-Leste. Disse que os confrontos fizeram estragos menores.

A luta de gangs começou numa estrada principal que leva ao aeroporto, resultando na morte de uma pessoa por disparos. Um outro morreu num confronto subsequente.

Forças de segurança Australianas em Timor-Leste estiveram a investigar a violência.

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The Age – 27 Outubro 27, 2006

Gangs em Dili viram-se contra as forças Australianas
Lindsay Murdoch, Dili

Gangs começaram a alvejar Australianos em Dili quando o comando das forças armadas de Timor-Leste ontem, apelou a uma nova investigação para identificar quem está por detrás da escalada de violência.

Membros do gang percorrem Dili à procura de veículos das forças de segurança Australianas para os atacar. Gritam slogans anti-Australianos como "Aussies vão-se embora " ao mesmo tempo que atiram pedras contra os veículos.

O Governo Australiano avisou numa actualização de aconselhamento de viagens ontem que "interesses da Austrália e de Australianos podem ser visados específicamente e aconselhamos todos os Australianos a serem extremamente cautelosos."

Mais de 1300 tropas e polícias Australianas e centenas doutras forças de segurança internacionais têm-se estado a confrontar com gangs responsáveis pela violência que deixou pelo menos seis Timorenses mortos e muitos outros feridos desde o último fim-de-semana.

Um funcionário Australiano do CHC Helicopters Australia ficou bastante ferido quando foi atacado por jovens no aeroporto de Dili na Quarta-feira.

Têm circulado rumores em Dili que os Australianos tomaram partido no conflito, o que é negado pelos comandantes militares Australianos.

Estrangeiros que estavam alojados num hotel de Dili frente ao mar saíram ontem, dizendo que receavam um ataque porque o proprietário (do hotel) era Australiano.

Quebrando o silêncio de meses, o comandante das forçar armadas de Timor-Leste Taur Matan Ruak emitiu uma declaração ontem dizendo que a violência era politicamente motivada com o objectivo de derrubar o governo da Fretilin, dissolver o parlamento e estabelecer um governo de unidade nacional.

O Brigadeiro-General Ruak, um veterano desde há 23 anos da antiga força de guerrilha de Timor-Leste, disse que a investigação da ONU à violência e que foi publicado na semana passada tina "falhado de pôr (o conflito) num contexto político."

O inquérito recomendou que o General Ruak fosse processado por alegadamente ter dado armas a civis quando a violência irrompeu no país em Abril e Maio.

A decisão do comando das forças armadas de pedir um novo inquérito aprofundou as tensões políticas.

O General Ruak e o seu comando tornaram claro que não mais estão dispostos a ficar em silêncio apesar de antes terem concordado em se acantonarem nos quartéis.

O pedido é provável ser apoiado pela Fretilin, o partido do deposto primeiro-ministro Mari Alkatiri, que tem uma maioria no parlamento.

Do Vaticano, onde aguardava encontrar-se com o papa, o Primeiro-Ministro, José Ramos-Horta, apelou à calma, dizendo que os últimos incidentes em Dili lhe tinham causado "grande preocupação, desapontamento, tristeza e dor no coração ".

O Sr Ramos-Horta louvou o General Ruak, dizendo que a sua declaração demonstrava um espírito corajoso, sublinhando que os comandantes das forças armadas tinham pedido desculpa por todos os danos causados directa e indirectamente por eles durante a crise.

Soldados Australianos pesadamente armados esperavam ontem no aeroporto de Dili para proteger os passageiros que chegavam no primeiro voo de Darwin depois da violência que levou ao encerramento do aeroporto durante 24 horas.

Soldados ocupavam postos ao longo das estradas principais enquanto pessoas de luto atendiam o funeral do líder de um gang que foi assassinado nas ruas de Dili na Quarta-feira.

Agências de auxílio avisaram de uma crise humanitária nos campos de deslocados quando as chuvas de moção chegarem dentro de semanas. Mais de 55,000 pessoas estão a viver nos campos, demasiadamente receosas de voltarem para casa.

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Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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