segunda-feira, outubro 30, 2006

Governo reafirma apoio a militares australianos e neo-zelandeses

Díli, 27 Out (Lusa) - O governo timorense reafirmou hoje o seu apoio à intervenção dos militares australianos e neo-zelandeses no país, demarcando-se das críticas feitas nos últimos dias pela população das áreas onde se registaram actos de violência.

O governo sublinha a "neutralidade" dos 1.110 militares australianos e neo-zelandeses estacionados no país, frisando em comunicado que esse contingente se pauta por "uma conduta profissional sob circunstâncias difíceis".

"Estes soldados são totalmente neutrais e actuam de forma profissional, em circunstâncias difíceis", afirma no comunicado o vice- primeiro-ministro Estanislau da Silva, chefe do governo em exercício dada a ausência do primeiro-ministro José Ramos-Horta no Vaticano, onde hoje foi recebido pelo Papa Bento XVI.

As críticas, sobretudo à actuação dos militares australianos (1.000 efectivos), aumentaram nos últimos dias, numa altura em que surgiram novos actos de violência em Dilí, onde morreram sete pessoas desde o passado dia 21.

A população, nomeadamente nos campos de deslocados, critica aquilo que considera ser a passividade daqueles militares, que acusam de nada fazerem para impedir os ataques de que são alvo por parte de moradores de bairros vizinhos.

Depois de uma operação terça-feira à noite no campo de deslocados do aeroporto, com recurso a granadas de gás lacrimogéneo, mas que não impediu moradores do bairro vizinho de atacarem os deslocados, no dia seguinte os militares australianos voltaram a ver- se envolvidos em confrontos, disparando sobre um timorense, quando residentes do campo cortaram os acessos ao aeroporto de Díli.

A Austrália e a Nova Zelândia, bem como a Malásia e Portugal, enviaram em finais de Maio e Junho efectivos militares e de polícia, a pedido das autoridades timorenses, para garantir a ordem pública, na sequência da crise desencadeada em Abril, que resultou na divisão das forças armadas e na desintegração da Polícia Nacional de Timor-Leste.

A reafirmação do apoio do governo aos militares australianos e neo-zelandeses surge 24 horas depois de o Parlamento Nacional ter aprovado uma resolução que exige o fim do comando bicéfalo e que aqueles efectivos fiquem submetidos a um comando único, das Nações Unidas.

O objectivo é pôr termo à actual escalada de violência e garantir a "restauração da confiança nas forças internacionais estacionadas" em Timor-Leste.

"Sem essa direcção única, a protecção de pessoas e bens, em vez de melhorar, está a agravar-se de dia para dia, com o escalar da violência e o aumento de crimes contra a vida e contra o património, praticados muitas vezes em pleno dia e em locais centrais da cidade, onde há uns meses largos era impossível acontecerem", lê-se no texto da resolução.

Para o comissário Antero Lopes, comandante dos efectivos policiais da ONU (UNPOL), as críticas à actuação do contingente da Austrália e da Nova Zelândia prendem-se com o desconhecimento das populações das diferenças entre intervenções policiais e militares.

"Ouvi por parte dos deslocados no campo do aeroporto comentários bastante hostis aos colegas militares e polícias da Austrália. Tivemos a preocupação de explicar que uma intervenção policial obedece a regras diferentes da intervenção militar e que dentro do contingente UNPOL temos polícias de (até à data) 15 nacionalidades diferentes, entre os quais os colegas australianos", disse.

"Aquele grupo (de deslocados) tem, no entanto, pontos de vista muito fortes em relação aos militares e polícias australianos", acrescentou.

De acordo com a página na Internet do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária timorense, o número de deslocados internos, distribuídos pelos 13 distritos de Timor-Leste, totaliza actualmente 178.034 pessoas, perto de 17 por cento da população do país.

A violência registada em finais de Abril em Timor-Leste levou muitos timorenses a abandonarem os seus locais de residência por motivos de segurança ou porque as suas casas foram destruídas.

EL-Lusa/fim

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2 comentários:

Anónimo disse...

Raras vezes os governos da FRETILIN tomaram medidas ajuizadas mas desta vez acertaram. Enquanto houver timorenses a matarem-se uns aos outros, As forcas australianas e neozelandezas sao necessarios e imprescindiveis para cuidar da seguranca do povo.

Anónimo disse...

Rai timor para atu bele hetan paz ho estabilidade ba povo timor tomak, boat ida ke povo tomak tenki halo: oho mutin sira iha rai timor laran, ne mak bele hetan paz duradeira ho estabilidade ba povo tomak iha timor lorossae.
selae sira sei estraga povo mate uituan ba uituan to tinan atus ba atu, povo timor kulik metan sei mohu tomak.
sira sei halo hanesan povu Aborizens australianu, mutin sira oho uituan ba uituan to ohin loron, rasa aborizen australia uituan deik ona iha rai australia.
Neduni povo timor tomak hahu ona no neon hamarik anti mutin sira iha ita nian rai timor laran.
Tanba mutin sira mai iha timor oho ona ita nian abo sira barak ona iha tinan atus hat nian laran, neduni ita keta beiktan ona, kaer sira oho fali.

mutin sira uluk oho ita nian abo sira ho kilak maibe ohin loron mutin sira oho ita timor oan ho droga drug. neduni timor oan kaer sira mutin oho fali para sira tauk no aprende.

duni asu mutin sira sae husi timor lorosae. rai timor la os rai mutin sira nian.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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