domingo, maio 28, 2006

Portugal contra ingerência externa, convocados órgãos PR- SÍNTESE

"Lisboa, 27 Mai (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português acusou o governo australiano de "ingerência nos assuntos internos" de Timor-Leste, onde hoje o Presidente e o primeiro-ministro acordaram na convocação urgente dos conselhos de Estado e de Defesa.
Depois de cinco dias de violência, que levou à fuga de milhares de pessoas da capital timorense e provocou pelo menos 25 mortes e dezenas de feridos, o primeiro-ministro Mari Alkatiri propôs ao Presidente Xanana Gusmão a convocatória urgente daqueles dois órgãos, para "analisar a situação actual".
Fontes próximas do Presidente da República disseram à Lusa que o próprio Xanana Gusmão, "já tinha a intenção" de convocar os dois órgãos, que deverão reunir-se de urgência na segunda-feira.
A convergência entre os dois líderes timorenses surge depois de declarações do primeiro-ministro australiano, John Howard, sobre a existência de um "problema significativo de governação em Timor-Leste" e que hoje mereceram a crítica do chefe da diplomacia portuguesa.
"Considero uma ingerência nos assuntos internos de Timor-Leste e, pela nossa parte, discordamos desse tipo de declarações por parte de países estrangeiros", afirmou Freitas do Amaral à entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Viena.
O primeiro-ministro timorense tinha já manifestado "confiança" no Presidente da República, ao rejeitar hoje uma eventual responsabilidade de Xanana Gusmão numa alegada tentativa de golpe de Estado, e ao destacar "a coordenação que continua a existir" entre os dois órgãos de soberania.
Numa conferência de imprensa, hoje no Hotel Timor, Mari Alkatiri afirmou que o Presidente Xanana Gusmão "não deixará de respeitar a Constituição que jurou cumprir" e atribuiu a responsabilidade pela onda de violência a "insurrectos armados" que "tentam controlar instituições do Estado", acentuando a "motivação política".
A conferência de imprensa ficou marcada por mais um incidente no exterior, quando as forças australianas desarmaram meia centena de civis armados de machetes, de um grupo de 150, que marchava em direcção ao Hotel Timor.
Os confrontos têm sido uma constante nos últimos dias em Díli e, depois de quatro indivíduos armados de catanas terem sido hoje detidos no bairro dos professores, um primeiro grupo de 15 portugueses saiu para Darwin, em transporte facilitado pelo governo português.
O Governo "continua a não fazer um apelo para que os portugueses saiam, mas tem todas as condições criadas para que, os que querem sair, o façam", afirmou à Lusa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros.
Entretanto, organizações humanitárias em Díli alertaram para sinais de carências alimentares em Timor-Leste, onde existem milhares de deslocados, muitos fora de casa há mais de um mês, em campos de acolhimento temporários ou em estruturas da Igreja e de solidariedade."

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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