domingo, maio 28, 2006

Mais cedo

Grupos armados provocaram distúrbios e incendeiam casas em Becora, Surikmass e Bairro Pité.

15 comentários:

Anónimo disse...

Caro Malai, mas quem é essa maltinha que anda aí a provocar confusão? E, que os move? Será que a teoria de golpe de estado do Mari Alkatiri tem alguma base? Ou isso é mais uma mistura de muitas coisas acumuladas, desde miséria, ócio, frustração, etc. Agora que parece que os ataques não são completamente cegos, lá isso não parece. Parece é que há várias «mãos» a mexerem por detrás de uma série de rapaziada desorientada. E a tropa australiana, não chega para as encomendas, não têm jeito para o assunto, ou age como quando foi da Interfet que já aí estavam e ainda deixaram queimar meia Dili (estou-me a lembrar por exemplo do palácio do governador nas montanhas)? Agora que há por aí gangs (de tarados) a serem manipulados para agitar as águas...

Ângelo Ferreira disse...

Isto nunca devia ter chegado aqui. Agora é um problema e uma ferida aberta que vai custar a sarar, e se os senhores que mexem cordelinhos, com interesses pessoais e externos a conjugarem-se, deixarem, porque me parece que está tudo à bica a ver se o Mari cai! É lamentável!
Considero que o Governo cometeu erros, pela política, eu diria, excessivamente austera e rude que prossegue, com os melhores objectivos, eu compreendo, mas esquecendo o país que herdou, o povo que constitui o Estado.
Agora é tempo de os verdadeiros amigos de Timor, os verdadeiros e de sempre, porque os novos não são muito fiáveis, se unirem em torno da paz e da fraternidade, sem petróleo em troca!
O apelo deve ser feito ao Mari para ter mais humildade e sensibilidade, mais flexibilidade, se ceder, é claro, e ao Xanana para que não sirva, mesmo que não goste do caminho seguido pelo Governo, os interesses dos compatriotas governantes da sua esposa, nem outros, porque também há outros que operam na escuridão, mais lestos do que os próprios "gatos" timorenses. Há muitos interesses por detrás disto tudo! E isso é muito triste. Este mundo anda às avessas!
Timorenses,meus irmãos, abram os olhos e entendam-se de uma vez por todas. Deixem-se lá de meter na cabeça de jovens ignorantes e embrutecidos essa história dos Kaladi e dos Firaku, porque isso há-de ser a lenha com que outros vos queimarão! Cuidado!
Devo dizer por experiência própria que ouvi muita gente com responsabilidades brincar com o tema!
Se há responsabilidade neste jogo cobarde, também é preciso dizer que quem tem o poder tem mais responsabilidade em eliminar as suas causas, porque tem o poder do seu lado.
Os outros, e conheço alguns, estão por fora a aproveitar estas fragilidades de forma vergonhosa! Não é este o caminho!
Porém, é preciso que o círculo de poderes se abra mais aos externos à Fretilin, sem policiamento moral e político à antiga, porque isso mostra um caminho perigoso de exclusão das ideias diferentes, o que não abona em favor de um Estado democrático.
Todos têm de ceder um pouco.
Alguns têm de ser responsabilizados pela jogo cobarde para que empurram inocentes, excluídos e perdidos, e meros criminosos. Deviam ter vergonha estes sanguessugas da desgraça.
Haja paz, que os timorenses bem precisam e merecem. O povo timorense que conheci não é aquilo que querem fazer dele. É bom, fraterno, amigo, e não vale a pena virem com umas teorias da treta sobre uma cultura de morte, bla-bla-bla...
Abraço amigo, com o desejo profundo que se encontre uma paz duradoura, com as instituições a funcionar de forma solidária, sem permitir jeitos a certos interesses e o sofrimento dos timorenses.
Um abraço aos portugueses que aí aguentam de pe´, como as árvores!

Anónimo disse...

E as igrejas?! Há missa?!

Anónimo disse...

De Filipa

Mais uma vez os interesses de uns se querem fazer prevalcer sobre os dos outros...

Aqui está um exemplo do que não é democracia!

Sem grande saber e conhecimento do que se tem vivido nesse lado do mundo, apenas posso dizer que desejo que muito brevemente possam viver de forma livre.

Sem medo do que se possa dizer, sem ter de estar sempre a olhar pelo canto do olho para ver quem está por perto...

Viver e conviver com as diferenças de cada um, sem armas, catanas ou camuflados.

Aproveitando o saber de cada um, numa verdadeira sociedade consciente das diferenças mas que sabe dar valor que cada ser merece.

Aqui fica a minha esperança, o meu sonho de nestes dias ver o Vosso Povo a crescer em democracia, liberdade e paz.

Não deixem de lutar, nuncam desistam de sonhar!

Lisboa 28 de Maio de 2006

Anónimo disse...

Os militares australianos também foram evacuados?!

Anónimo disse...

É chocante a noticia da lusa sobre a actuação dos militares australianos!!!!!!!
E a GNR portuguesa que não chega!

Anónimo disse...

E' realmente lamentavel a actuacao doa australianos. Afinal o que vieram eles fazer neste pais? A sua prontidao foi para que? Assistir pura e simplesmente as queimadas das casas, assaltos etc. etc.? Isso faz lembrar o tempo da interfet que, como disse o outro comentarista, deixaram que meio Timor-Leste fosse arrasado. Mal chegaram fizeram um "show off" ou um espectaculo para a populacao. Que tragedia!

Anónimo disse...

Ana Sá Lopes
ana.s.lopes@dn..pt


Kirsty manda

Uma terrível caricatura do conflito timorense foi a entrevista que Kirsty Sword-Gusmão deu à rádio australiana ABC. Kirsty é a mulher de Xanana Gusmão e, até ver, não tem legitimidade institucional de espécie alguma. No entanto, Kirsty, alcandorada a uma espécie de porta-voz autorizada do Presidente da República, praticamente demitiu Mari Alkatiri aos microfones da rádio australiana.

A cisão entre o Presidente da República e o primeiro-ministro timorenses fica clara das palavras da timorense-australiana Kirsty Sword-Gusmão: "Penso que vamos assistir a mudanças significativas. Acho que o Governo perdeu a confiança da população." À hora em que este jornal sai para a rua, é provável que Mari Alkatiri já não seja primeiro-ministro de Timor-Leste. Se, tal como afirmou Kirsty, Xanana Gusmão "continua claramente a ser uma figura de autoridade e as pessoas esperam que ele exerça a sua autoridade neste momento decisivo", o passo seguinte no desenrolar do conflito será a entrega da cabeça de Alkatiri.

Os últimos dias em Timor-Leste vieram fazer disparar, da maneira mais violenta, o mal-estar no país mais jovem do mundo. Há tensões e clivagens que vêm de longe, dos tempos da Resistência. Xanana Gusmão versus Alkatiri, Ramos-Horta versus Alkatiri, católicos contra laicos (ou, pior, muçulmanos laicos como Alkatiri).

Houve até agora um milagre timorense: desde 1999, o país foi-se construindo em relativa acalmia - consideradas as divisões internas da Resistência, os conflitos entre timorenses registados em 1975, a presumível dificuldade de reconciliação entre quadros da antiga administração indonésia e resistentes, a adopção da língua portuguesa só conhecida por maiores de 40 anos (a única língua que unifica todos os habitantes de Timor-Leste nem sequer é o tétum, mas o bahasa indonésio), a coexistência entre um país fortemente dominado pela Igreja Católica e um primeiro-ministro laico e muçulmano, a mais absoluta pobreza em que vive o povo, o analfabetismo, a falta de elites e, entretanto, o progressivo abandono das Nações Unidas.

Perante o caos instalado, quatro países, incluindo Portugal, voltam a entrar em Timor-Leste para "repor a ordem". O terrível desta imagem é que foi esse precisamente o argumento da invasão indonésia em 1975, aliás operada também com a cumplicidade de timorenses. É, agora como antes, a viabilidade do Estado que está em causa.

Anónimo disse...

Agora mesmo, entra um amigo e diz que o seu bairro esta a ser atacado. Os australianos nao fazem nada. Isto confirma o que disse o comentarista anterior

Anónimo disse...

Sra. Ana Lopes, A mulher do Xanana e' Presidente da Republica? Que legitimidade tem ela para falar em nome do Presidente? Este pais por acaso e' de "bananas"? Ela que respeite os sacrificios deste povo...

Anónimo disse...

INTERFET II !!!!

Anónimo disse...

Como é possível estarem centenas de militares fortemente armados em Díli e não conseguirem parar a violência?

Chegam mais notícias de violência em bairros diferentes e em pontos distintos da cidade. Estão a fintar os militares internacionais e a conseguir.

Qual é o papel dos militares internacionais: proteger o que resta da ONU? Fingir que protegem as instalações dos órgãos de soberania?

O Sr. Primeiro Ministro, na declaração proferida ontem, declara assumir a responsabilidades dos erros cometidos.

O que faz o Presidente da República?

Continua calado, utiliza porta-vozes para voltar a incendiar, quando a situação começava a acalmar!

Não assume também responsabilidade sobre o que se passa?

Está a tentar provar "constitucionalmente" que é o Comandante Supremo das Forças de Segurança ... se esperar demasiado tempo não só não será Comandante de nada pois nada haverá a comandar como nem povo terá, em Díli, sobre a qual exercer a autoridade que muitos ainda proclamam que tem.

Se a tem,exerca essa autoridade sobre os gangs que estão a matar, a destruir e a aterrorizar!

Pare com este terrorrismo se é que tem ainda a capacidade de 'comunicar com o Povo', autoridade e influência sobre os timorenses!

O Sr. Alfredo Reinado começou a violência, o Presidente quis apoiá-lo, sustentá-lo para se reconciliar ... agora tem estes 'grupos'/gangs descontrolados - que estranhamente não tocam nem referem o Senhor Alfredo - e nada faz para parar!

Se tem a PNTL consigo como afirma o Senhor Comadante-Geral Paulo Martins, se tem o contacto com o Sr. Reinado, se tem a autoridade sobre o Povo, porque não pára isto?

Se comanda as forças, nomeadamente as internacionais - como afirmou a sua esposa, reiterando as palavras do Sr. Hermenegildo - como é que não está a coordenar com as forças australianas para pararem este terrorrismo?

Exerca a sua autoridade, inicie o diálogo, tome a iniciativa sem o orgulho autista de estar a 'ceder'. Afinal todos disseram sempre - e muitos continuam a dizer - que o Sr. Primeiro Ministro é o 'inflexivel', 'arrogante', 'orgulhoso' e 'intransigente' entre outros adjectivos ... mas as únicas propostas de solução, as únicas propostas de diálogo, as únicas propostas construtivas para que exista respeito institucional, são do Sr. Primeiro Ministro.

Todos quiseram e se esforçaram por acreditar nos seus princípios e processo de reconciliação, porque acreditavam que o 'sacrifício' de pisar os princípios básicos da justiça exercida e partilhada em todo o mundo, nomeadamente o que defende os direitos humanos, traria os benefícios a médio e longo prazo, da estabilidade, do sarar de feridas, do desenvolvimento e da Paz.

Mas começa a ser insuportável verificar que aperta a mão e alinha-se com assassinos, em nome do futuro estável e pacífico do país e, em simultâneo, vira a cara e as costas e insulta aqueles que lutaram ao seu lado pela liberdade da Pátria, que partilharam um ideal e uma vida por um Povo que amam!

Como dizia o editorial de um influente jornal portugues, há 48 horas: caiu o mito!

E muitos milhares pelo mundo fora sentem hoje profunda tristeza por esta constatação, pois é o Povo que está a sofrer ... novamente!

Anónimo disse...

Mensagem para o pessoal português que está aí: Sei que é fácil quem estar fora falar, mas meus caros compatriotas, agora é que os timorenses (e nós) precisam de vocês, que vocês aguentem aí na medida das vossas possibilidades e não os deixem sózinhos. Firme pessoal enquanto não chega o resto da tropa (ainda não percebi o timing do Sócrates em relação ao envio da GNR, nem os comentários de que a Guarda não vai restaurar a ordem, só vai mantê-la... custa-me a entender estes eufemismos. Por outro lado a presença dos Goes aí até que não foi mal pensada. Bom, mas isto é conversa para portuguesinho discutir. O que interessa agora é permanecer firme (na medida das possibilidades) e não ceder à intimidação. Vão para aeroporto, para a porta da embaixada da Austrália, etc., mas recusem-se a sair daí (sem ofensa para o pessoal que não tiver condições para o fazer). Somos todos timorenses!

Anónimo disse...

Até um cego vê que o PM e o MNE foram os unicos que demonstraram seriedade e empenho na manutenção da paz em Timor-Leste!
Pena é que sejam os únicos!!

Anónimo disse...

Ainda preocupante a situaçao em Timor/Dili. Parece que as tropas da Australia estao deixando o "circo pegar fogo". Ao menos é o que me parece. Nao se intimidem em pedir apoio a CPLP, particularmente ao Brasil que tem condiçoes de, se autorizado, chegar a Dili em 72 horas. A populaçao pode pressionar.
O Brasil tem interesses diferenciados da Australia, p. ex.
Manter o Estado de Direito deixará Timor mais forte perante a opiniao publica e nos paises que tem na democracia uma forte referencia. Um golpe de estado seria uma tragédia, além da inaceitavel perdas de vidas.
Acredito que a sociedade civil deveria se manifestar com bandeiras brancas e de Timor nas janelas, especialmente nos prédios públicos e na firme cobrança das forças militares que ai estao com o único objetivo de trazer a segurança para a populaçao.
Nao se deixem abater!!!!
Saudaçoes
Alfredo (Brasil)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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